Dicio Nario Youruba

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DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Reviso NAASSON VIEIRA PEIXOTO

Os conceitos emitidos so de inteira responsabilidade do autor.

EXPLICAO NECESSRIA. Como este o primeiro Dicionrio da Umbanda, que publicamos, acham-se nele contidos, diversos vocbulos que procuramos conservar a ortografia. Por conseguinte, nos vocbulos onde entram as letras K, Y, W e as palavras terminadas em N procuramos no alter-las desta feita. Exemplo KINBANDA Quimbanda IWIN Ivin YALORIX Ialorix OJ-KOKOR Oj-Cocor OGAN Og INHANAN Ians AGIBONAN Agibon

Em prxima edio iremos fazer o aportuguesamento das mesmas, a fim de facilitar a identificao das palavras j em uso corrente, dentro da religio umbandista e cultos Afro-Brasileiros A EDITORA

PROMIOFace aos numerosos e insistentes pedidos dos leitores, que nos prestigiam, com a leitura das obras publicadas pela Editora Eco, vimo-nos na contingncia de elaborar um dicionrio que pudesse atender ao grande nmero de adeptos da Umbanda e do Candombl, que, na maioria das vezes, desconhecem certas palavras de origem africana bem como de origem tupi, guarani e mesmo de outras naes que trouxeram consigo certas expresses que, por mais que se procure conhecer a sua etimologia, dificilmente se consegue. Por outro lado, atendendo s inmeras sugestes que h muito nos vinham sendo feitas para que sua publicao se tornasse extensiva aos escritores vivos, aqui estamos agora, com muitssimo prazer, a dar cumprimento nova e, alis, bem ingrata misso a que nos propusemos. Como absolutamente impossvel apresentar, sem erros ou lacunas, registro do carter deste, j, antecipadamente, sabemos que vamos cometer faltas e o que pior desagradar a todos aqueles, cujas palavras aqui foram omitidas (mas no por nossa vontade). E, as que no foram omitidas, bem sabemos, iro servir para aumentar o conhecimento de cada um, porquanto, um dicionrio sempre uma necessidade constante, no s queles que praticam a religio de umbanda e o candombl, como tambm aos leigos e curiosos, que sentem necessidade de conhecer, mesmo que seja para consulta.

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Por tudo o que expusemos e inserimos neste dicionrio, acreditamos que cumprimos bem nossa misso, j que se trata do PRIMEIRO DICIONRIO DA UMBANDA, e como sempre acontece em livros desta categoria, ficam sempre a desejar. Parece-nos, portanto, que no ser muito justo sermos criticados, visto que em futuras edies, iremos aperteio-lo cada vez mais, no sentido de servir melhor aos irmos de f, espalhados por este imenso pas. Assim, como derradeira explicao deste promio, queremos desde j garantir que os verbetes que no constaram desta publicao, iro fatalmente figurar nas prximas edies. O AUTOR

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AAAP A, nesse lugar. Esta palavra usada quando, em alguma prtica umbandista, se quer dizer a algum que permanea no mesmo lugar em que se encontra. ABA Termo que significa paz espiritual, ou esperana para melhores dias. ABA Templo, tenda, Terreiro de Umbanda. ABAA Esprito sem luz e causador de obsesses. ABAC Cozinheira que prepara as comidas de Santo, no culto Gge. ABADA o nome, dado a uma tnica branca larga e de mangas compridas, usada nos terreiros pelos mals. ABAD Milho, na linguagem africanista, quando usado em trabalhos. ABAGUALADO Indivduo arisco. Pessoa muito inculta. ABALA Comida muito semelhante ao acaraj. ABALUA Nome com que designado S. Lzaro. No culto Nag significa o mesmo que Omulu. ABA Quer dizer um iniciando do sexo masculino, desenvolvendo-se mediunicamente num terreiro de Umbanda. ABAR Comidas de pretos africanos como seja bolo de feijo, que vem enrolado em folhas de bananeira. ABAR Mdium com pleno desenvolvimento, que pode ser padre catlico, como sacerdote ou missionrio de outras religies. ABAR-GUASSU Bispo, Babala, Chefe de terreiro, podendo tambm ser mestre nos segredos de Quimbanda. ABAR-MIRIM Mdium seminarista, ainda quando em incio o seu desenvolvimento.

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ABATI Tanto significa o milho, como o vinho especial feito do mesmo e muito usado nos terreiros. ABATINGA Significa, na lngua Nag, pessoa j envelhecida e de cabelos brancos. ABED o leque do Oxum, quando feito de lato, ou de Iemanj, quando todo pintado de branco. ABER Tatuagem feita em qualquer parte do corpo ABEREM Pasta de milho feita de gua e acar, enrolada em folhas de bananeira. ABI Mocinha ainda muito nova que freqenta o Candombl. Mdium feminino que chegou a cumprir apenas a parte inicial do ritual, no tendo chegado ainda a ser "feita". ABICHORNADO Significa pessoa abatida, doente. ABLEPSIA a cegueira espiritual, quando se quer fazer referncia a um esprito sem luz. AB DOS AXS gua contendo ervas maceradas, sangue de todos os animais mortos no Terreiro. ABOR Significa o Babala de mais idade, sendo o Maioral entre os demais pais-de-santo e Sacerdote-chefe dos trabalhos no culto Nag. ABRIC O mesmo que damasco (fruta). ABRIDEIRA Aperitivo, que tanto pode ser cachaa como outra bebida alcolica qualquer. ABRIR A GIRA Significa o incio ou abertura dos trabalhos nos terreiros de Umbanda. V. Gira. ABRIR A MESA Trata-se de uma cerimnia na qual, estando presente o Pai-de-Santo, este resolve todas as perguntas que lhe so dirigidas. O aparelhamento composto da seguinte forma: uma mesa na qual acesa uma vela e um copo com gua, estendida uma guia, sendo que, no crculo por ela formado, so jogados os bzios. ABRIR A TOCA O mesmo que dar incio sesso. ABROQUE um manto usado somente pelas mulheres durante a sesso. ABU Referncia a um indivduo silencioso, calado e muito quieto. 8

ABUN Prato confeccionado exclusivamente com ovos de tartaruga. ABUSO Crendice baixa. Erro. Superstio. Engano. ABUTIUIM Licores fermentados feitos exclusivamente base de milho. ABUX o nome das faixas usadas pelos pais-de-santo para fins de caridade, ou seja, curar os doentes que vo ao centro em busca de sade. ACA Catinga, fedor. Aguardente de qualidade ordinria. ACA Comida originria da frica, com a aparncia de bolo do angu de arroz. AAFATA a denominao da dama de companhia que acompanha uma rainha do Congo. ACAFELADO o indivduo que procura se encobrir para se disfarar. ACAIA Ameixa. ACAJIBA Caju. ACAJU Vinho feito com caju. ACALEPO Significa Urtiga, ou seja, uma planta muito usada em medicina domstica e muito aplicada tambm em alguns trabalhos de terreiro. ACANAN Gavio. Ave que os escravos consideravam como de mau agouro e portador de m sorte e de infelicidade. ACANGA Cabea. ACANGA-ASSY Significa dor de cabea. ACANGAPEMA Uma arma de guerra usada pelos ndios com a qual desferiam golpes violentssimos na cabea dos seus inimigos, rachando-as e por vezes levando as suas vtimas morte. ACANGATARA Enfeite confeccionado com penas coloridas muito usado pelos ndios, principalmente na cabea, onde dava uma volta. ACANGOABA Carapua ou chapu confeccionado com penas. ACARAJ Comida de santo feita na base de feijo com pimenta malagueta e outros temperos. E confeccionado em forma de bolo e enrolado em folhas de bananeira 9

ACARISSOBA Tambm chamada Erva-Capito. uma planta muito usada em tratamentos caseiros, sendo tambm de grande valor em banhos de descarga. ACAU Trata-se de uma espcie de gavio do qual os ndios tm muita superstio, acreditando na sua m influncia quando se ouve o seu canto, significa um pssimo agouro. ACENDE-CANDEIA uma planta muito usada em banhos, sendo conhecida tambm pelo nome de Candeia-Mucerengue. ACHANTI Nome dado aos negros originrios de certa regio africana. ACHI Significa indiferena, desprezo e desdm na linguagem dos negros africanos. ACHIR Desincorporao completa. ACHOCH Nome dado comida de Oxssi. ACICE Significa irmo espiritualmente. ACOB o preparador de cabeas que so utilizadas nos trabalhos de terreiro. a designao tambm do Sacerdote ggenag. AOIAB Capa feita de peles e penas. AOITE Chicote feito de tiras de couros, feito especialmente para espancamento dos escravos. ACLITO Significa o seminarista que j tenha completado o 4. grau de ordens menores. Como ajudante das coisas da igreja, ele pode ser considerado como uma espcie de cambono dos padres. ACONCONE Quer dizer folha de caj-manga, sendo termo de grande uso entre os negros-minas. ACORDAR A GUA ou: ACORD A GUA um aviso muito importante que a gua no seja empregada, principalmente em trabalhos, sem que primeiramente seja bastante agitada ACORI o nome do coral azul, que uma pedra dotada das mais altas virtudes mgicas, sendo, por isso, de grande uso como amuleto. ACOSTAR Quando h a incorporao no mdium ACRA Nome do dialeto dos negros-minas 10

AUBA a primeira orao que os mals rezam pela manh. ADAGA Mulher que toma conta de Terreiro no culto gge. ADAMORIX o funeral dos negros iorubanos, que consiste num cerimonial complicadssimo, com oraes, msicas e danas. O mesmo cerimonial tambm usado no dia de finados. ADARRUM o toque feito seguidamente pelos atabaques, quando da invocao dos protetores para se incorporarem nos mdiuns. AD Significa o capacete destinado a Oxum. ADEJ uma campainha usada nas cerimnias de terreiro. ADIMAN Carneiro originrio da frica, de porte muito grande e de plo muito espesso. ADIX Entre as oraes feitas pelos mals, esta a quinta e ltima rezada noite. ADJULON um assobio feito de folhas e usado pelos ndios. ADJUNTO DE JUREMA Significa uma reunio clandestina e destinada exclusivamente a trabalhos com finalidade m, isto , para fazer mal a algum. ADO-CHU uma espcie de barrete que as filhas-de-santo trazem cabea durante as danas que precedem a incorporao dos guias nos trabalhos de terreiro. AD-L Significa o Adeus quando numa despedida. ADOBA Saudao que traduz o agradecimento de alguma proteo conseguida em sesso. ADOGLOFESSO a denominao, em linguagem africanista, de uma divindade destinada ao mal. ADUBAL Saudao que feita diante do pegi. Aquele que a faz ter que se deitar de bruos, tocando com o rosto no cho. Diante do pai-de-santo pode se fazer o Adubal, variando somente o modo como feita essa saudao, pois que alm de ficar deitado de bruos, o que a faz, dever ter a mo direita aberta, tendo os dedos virados para cima. A uma interjeio feita no terreiro, destinada chamada de algum. 11

AETITE um clculo ou pedra encontrado na cabea de uma guia e que tem propriedades mgicas muito extraordinrias, sendo utilizado, inclusive, como amuleto, bem como nos diversos trabalhos mgicos de terreiro da linha umbandista. AFAN Este termo tem vrios significados, tais como: bzios, anjo da guarda, para os africanos, horscopo, orculo etc. AF-DU So as diversas figuras que se vo formando quando jogados os bzios. AFOCHE Dana ritual de terreiro. O mesmo que Aruan. AFOFI uma flauta feita de bambu ou taquara, usada, s vezes, em certos centros. AFOLOAR Tornar uma coisa intil. Alargar ao mximo. AFONJ Resistncia ao fogo. Nome dado a Xang, em linguagem nag. AFOX Palavra pejorativa usada para designar terreiros ou candombls mal recomendados, geralmente de Quimbanda. Termo usado tambm para mencionar festas quimbandistas e danas dentro do ritual. AFRICANAS Assim so chamadas as argolas que so presas s orelhas das mulheres, usadas como enfeite durante o perodo dos trabalhos. AFRICANISTAS Os negros africanos, pode-se dizer fetichistas, consideravam-se mdicos e adivinhos, utilizando-se de amuletos e artes mgicas. Entre as suas prticas religiosas, o seu ritual por demais complicado, contendo uma infinidade de tabus, dando-se tambm ao uso de tatuagens produzidas por incises na pele e pintadas de diversas formas. Esses negros acreditam em Deus, mas preferem cultuar a crena nas divindades malficas, originando-se da o Ambequer-Kibanda, ritual utilizado pelos Gges, Nags e Bantos, cujas origens so as mais recentes. Esses fetichistas so dados, quase que exclusivamente, prtica da magia negra, resumindo-se seus trabalhos, em grande parte, na aplicao e uso de beberagens, com as quais praticam o curandeirismo. Algumas dessas tribos vieram para o Brasil, sendo bem grande nos nossos dias o nmero de descendentes desses povos africanos, devendo-se a eles a origem de nossos terreiros e a conseqente intromisso de 12

baixas correntes espritas, notadamente, de Quimbanda Candombl, Nag e outras. AFRICANO Candombl nag. Originrio da frica. AFRO Em linguagem africanista, quer dizer: Espuma da gua do mar. AFUAZADO Quer dizer: Espantado, raivoso, encolerizado. AFUR o bolo de arroz feito pelos negros africanistas. AGAMI Galinha silvestre, ou melhor, galinha do mato. AGAMUM Sacrifcio da vida de crianas. AGANJU Uma das diversas divindades nag, simbolizando a Terra. Significa tambm: Regio selvagem, bem como o nome dado a Xang velho. AGB Carneiro, quando se refere a trabalhos em que este animal seja mencionado. AG Quer dizer: Piano de cuia, ou seja, instrumento musical que constitudo por uma cabaa com pedras no seu interior e recoberto com uma rede na qual se encontram alguns bzios. AG-CHALUG o Deus da riqueza cuja adorao feita numa concha. Para muitos o Deus da Medicina, ou melhor, o Deus da Sade. AG-BAGA uma espcie de esteira usada em trabalhos de terreiro. AG-BAGI Trata-se de uma cobertura de pano usada quando o pegi est armado ao ar-livre. AGIBONAN Espcie de cambona auxiliar de me-de-santo. AGNUS-DEI Assim chamado o amuleto dos catlicos-romanos o qual consiste num pedao de cera bruta acompanhado de uma orao envolvida em pedaos de pano com uma pequena ala, a fim de que ela possa ser presa roupa. AGO uma planta dotada de propriedades mgicas, sendo usada em muitos trabalhos africanistas. AG Significa, em linguagem africanista, pedir licena ou permisso, havendo certos momentos em que este termo traduz pedido de proteo para os Guias. AGOG o nome de um instrumento musical muito original, pois que composto de duas campainhas de ferro 13

de tamanhos diferentes, batendo-se sobre as mesmas com uma vareta de metal, para reproduzir a msica que se queira fazer ouvir. GUA DAS SETE PROCEDNCIAS A gua assim chamada quando se rene, em um s vasilhame, uma pequena quantidade de cada uma das seguintes: gua do mar, do rio, da cachoeira, de mina, de lagoa, do orvalho, da chuva. Esta gua utilizada pelos Guias nos mais diversos trabalhos e com muitas finalidades de caridade. GUA DE OXAL Consiste na mudana das guas nas cerimnias. Assim, se faz a mudana das guas nos candombls, quando elas esto contidas em potes, garrafas, copos, cuias etc. Essa gua que apanhada pelas filhas-de-santo, tambm denominada como purificadora de candombls. GUA DE XANG Trata-se de uma gua que preparada, deixando uma pedra de raio, ou seja meteorito, uma pedra de cachoeira e outras, dentro de um vasilhame de gua pelo espao de algumas horas, ou melhor, da noite para o dia. muito importante que essa gua no seja bebida por ningum que, na vspera ou no dia tenha tido contatos sexuais com mulher menstruada. GUA DOS AXS uma gua contendo uma pequena quantidade de sangue de animais levados ao sacrifcio nos terreiros. GUA FLUIDIFICADORA Trata-se de gua potvel que tenha recebido vibraes dos Guias, quer seja em terreiros, ou pela simples exposio ao sereno, ou ainda em algum compartimento da residncia, a fim de que adquira propriedades que a gua comum no possui. Convm notar que a gua, depois de verificada a sua fluidificao, geralmente torna-se como se que adocicada, saloba, ligeiramente amarga ou ainda sem nenhum gosto, pois que cada sabor verificado significa uma indicao diferente. GUA GREGORIANA uma gua preparada com vinho e cinza, sendo de grande valor quando utilizada como agente deslocador de fluidos muito pesados, bem como 14

larvas astrais, toxinas psquicas. Geralmente muito empregada tambm, tanto em banhos, como em uso interno, sendo de grande valor os seus resultados. GUA MAGNETIZADA V. gua Fluidificada. GUA-MIRANGA um bracelete de penas para ser usado durante os trabalhos de terreiro. AGU o nome de um instrumento musical que consiste numa cabaa, na qual so colocados alguns pedaos de pedra. AGUER Brasa em linguagem nag. GUIA BRANCA ndio, Chefe de Falange dos Peles Vermelhas. Linha de Oxssi. AGUIRI Amuleto exclusivo dos escravos, tendo por finalidade proteg-los contra todos os males materiais e espirituais, constando de trs estrelas de cinco bicos. AGUR Toque em ritmo muito lento para chamar Ians. AI-A-SARI Fazer Sala. AI-LA V. Fazer Sala. AIA Toalha branca para uso em terreiro. AIAC Me da noite. AIAP So os chocalhos confeccionados com caroos de frutas diversas e usados nos tornozelos, com a finalidade de puxarem danas em festas de Quimbanda. AIBA Quando se trata de uma pessoa macambsia, entristecida, aborrecida, que vai a um centro em busca de melhorar a sua situao. AIBER a determinao de certas plantas ruins aproveitadas em trabalhos de fins malficos ALCUNA Interjeio africanista que tem o sentido de traduzir surpresa, admirao, espanto, raiva etc AIDJE Instrumento musical muito usado nas tribos indianas, os quais, agitados no ar produzem rudos caractersticos, sendo muito aproveitados em trabalhos. AIDOKUEDO a designao de Oxum-Mar entre os iorubanos. AI Festa para todo o dia primeiro de janeiro, destacando-se como o maior acontecimento do ano para os negros. 15

AIMOR o nome de uma grande tribo guerreira. a designao tambm do Deus da caa. AIOC Referente Deusa Iemanj e ao fundo do mar. AIOR Amuleto usado pelos pretos africanos para a proteo contra a lepra. AIR o Xang dos pretos-velhos. AI Forma de jogo recreativo usado pelos escravos libertos. AIUCARA Colar feito de dentes de animais. AIU Interjeio que tanto pode exprimir espanto, medo, alegria ou satisfao. AIUKA Fundo do mar. Iemanj, Me d'gua. Rainha ou Princesa do mar. AJA Fada a quem se pode fazer pedidos. AJA a Deusa da Medicina, designando-se com o mesmo nome os espritos que somente praticam o bem. AJ Reza. Dana. Orao que feita enquanto se prepara um feitio ou trabalhos para o mal. AJ-C a ordem do chefe negro para que os presentes ao trabalho se sentem. AJUC a festa da cabocla Jurema entre os ndios havendo bebidas e defumaes no terreiro, tudo com a finalidade nica de ser duplicada a proteo e as foras aos Guias e s entidades superiores. V. Jurema. AJULATA uma espcie de tanga muito usada pelos ndios. AJURI Termo que traduz auxlio mtuo. Mutiro. Multido. AJU-U Ordem do Pai-de-Santo para que sejam iniciadas as danas. AKAPAL como se chama o contador de histrias. AKER como se designa o arbusto mgico que dotado de propriedades protetoras, saneando os ambientes e afastando a influncia dos maus espritos. AKIRIJEB Em linguagem nag significa o freqentador de candombls e terreiros. AKPEMAS a festa com a qual encerrada a iniciao da Filhade-Santo, tambm chamada vodunci. 16

ALA Docel no terreiro, debaixo do qual so servidas as comidas de Santo. ALAB um leno que amarrado no pescoo dos msicos nos trabalhos de terreiro, o qual tambm puxador de pontos. tambm o nome do chefe dos tambores que dirige a msica durante a sesso. tambm assim chamado o chefe dos msicos do terreiro. ALAFI o que aparece como desmascarador de mdiuns embusteiros e, sobretudo, mistificadores. ALAFIN - Sacerdote africanista, chefe da corrente dos Ogboni ALAFIN-ECH So Jernimo. V. Xang. ALAMA Fantasma de Mulher. ALDEIA Povoado de ndios, constitudo por vrias tribos. Tratando-se de terreiros, esta palavra quer dizer a moradia dos espritos de caboclos, o que corresponde a Aruanda, ou seja, Terreiro de Caboclos. ALECRIM Planta das mais conhecidas e muito usada, no apenas em banhos, defumaes e amuletos para afastar maus espritos e atrair bons fluidos e proteo, dadas as altas virtudes mgicas e espirituais que possui, sendo muito usado tambm na medicina popular. AFABAR Planta muito usada pelas suas grandes propriedades mgicas, sendo tambm usada para defumar ambientes e roupas. ALGUIDAR Bacia feita de barro muito empregada para fazer a comida destinada aos orixs, ademais de outras finalidades, inclusive servir de depsito d'gua para os trabalhos de terreiro. ALI-MANGARIBA a quarta orao usada pelos mals. ALIACH Camarinha, ou seja, quarto onde fica retida a filha-desanto durante o perodo da sua iniciao. ALIGENUM Esprito sem luz e desprovido de progresso. uma espcie de Exu que, apenas por interesse, tanto pode trabalhar para o mal como para o bem. ALIKLI Na linguagem africanista significa juiz ou conselheiro.

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ALJAVA um depsito que se leva pendurado ao ombro e que serve para conduzir setas ou flechas. ALLAH Deus, ou seja, o Pai Todo Poderoso. ALOUTIX a Me-de-Santo, ou melhor, o mdium feminino que dirige os trabalhos do terreiro. chamada tambm Bab. IALORIX. ALUA uma bebida feita para ser usada durante os trabalhos, sendo composta de aguardente (marafa), infuso de caf e gengibre, gua de arroz e de fub, sendo adoada com acar. ALUBOSA o aproveitamento do jogo de bzios visando a soluo de problemas ou questes difceis. ALUF Sacerdote africano entre os negros mals. Babala, paj. ALUJ So os passes cadenciados e insistentes verificados durante determinada dana, consistindo, alm disso, em palmas que so batidas, ora para a direita, ora para a esquerda. Trata-se de uma dana de origem africanista, sendo mesmo uma espcie de marcha. ALUVAI Significa Exu, para os bantos. ALUVOISIO Exclamao que significa: Salve! Hurrah! AMAC Santa Isabel. Cultos de Guin e Loanda. AMACI um lquido preparado com o suco de diversas plantas e que tem muita aplicao na firmeza de cabea dos mdiuns, servindo tambm para a lavagem dos chifres, patas, tacos e cascos dos animais, antes de serem sacrificados para diversos trabalhos e cerimnias. AMACI-NI-ORY Cerimnia de lavar a cabea com ervas de Orix. AMAL Comida de santo. Da mesma forma que o "curiador", o AMAL o que se denomina, na Umbanda, de Comida de Santo, representando um ritual todo especial, para o qual os umbandistas deveriam dispensar um especial carinho. Tal como se rende homenagem a uma grande personalidade de Estado, assim tambm se homenageia um Orix da Umbanda, dando-lhe o seu banquete predileto. Essa a finalidade do Amal. AMANNACI a Me da Chuva. tambm o nome de um pssaro cujo canto prenncio de chuvas.

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AMANSA-BESTA a canela apimentada preparada para ser usada em diversos trabalhos. AMO Divindade protetora dos ndios. AMARRADO como se diz da pessoa que tem a sua vida em atraso, sendo de supor que isso seja decorrente de trabalhos de magia negra. o caso de pessoas completamente dominadas por correntes ocultas de teor vibratrio muito baixo. AMATIN Relmpago, corisco, raio. AMBEQUER Do culto Gge surgiu o Ambequer-Kibanda que, com a significao de Grandes Feiticeiros, evocava, os poderes da alta magia, na encarnao das seguintes entidades: AMBEQUER, por analogia traduzido como: Deus do Bem ou as Foras do Bem. Kimbanda, pela juno de duas palavras: Kim, com a denominao de Demnio, e Banda, significando Lado, lugar etc., traduzido como Deus do Mal ou das Foras do Mal, lado oposto ao bem. AMBIRA Defunto. Cadver. AMBUR Pessoa morta. AMM Palavra cabalstica muito usada em oraes e cujo valor, tambm cabalstico, 99. AMERABA Nome dado aos ndios das Amricas. AMOFUMBADO Escondido no interior do matagal. AMOLOC Comida de Oxum. AMORI Prato da cozinha africana feito com folhas de mostarda bastante temperadas e fritadas em azeite-de-dend. AMOR Mulher igual 1.a Samba do Culto Nag. AMPARO Chicote sagrado usado especialmente para afastar os espritos atrasados e malficos, sendo usado tambm em certas danas do ritual. AMULETO A palavra amuleto vem da lngua latina amuletum, com a mesma significao. O amuleto representado por uma medalha ou objeto semelhante, que certas pessoas trazem consigo, por uma questo de superstio e ao qual atribuem a virtude do afastamento de malefcios, doenas, olho grande etc. 19

AMUR Embora este termo signifique a vida em comum com vrias mulheres, ou seja, a poligamia, ele significa tambm o casamento entre os negros mals. AMUX aquele que empenha e maneja o Ix. V. esta palavra. ABAAN Em lngua africanista quer dizer Exu, Diabo, Satans. ANAANTANHA Em dialeto africano quer dizer: Imagem do Diabo. ANAMBURUCU o primeiro e o mais antigo de todos os orixs, tanto masculino como feminino, excetuando Oxal, que no foi nascido nem criado. Ele exerce a misso de me dos orixs e dos espritos das Linhas de Umbanda. O seu dia quarta-feira e suas cores so: roxo-claro e branco. ANANA Bracelete feito de penas e com o qual alguns mdiuns procuram se enfeitar para trabalhar nas sesses. ANARGIRO Indivduo que faz tudo graciosamente, agindo pelo corao e pelos princpios fraternais, sem nunca pensar em receber recompensas materiais pelos bens praticados. ANCILA Escrava. Criada. Empregada. ANDA-FARA Significa lugar ou compartimento do terreiro, onde so guardados amuletos e outros objetos empregados nos trabalhos do culto. ANEL AMULETO um anel preparado especialmente para o seu portador, possuindo um poder protetor, possuindo tambm a particularidade dos dedos das mos, pois que estes so considerados pontos de grande sensibilidade, pois que por eles so recebidos os fluidos benficos. ANGA Mau olhado. Esprito demonaco. Alma penada. ANG Significa alma ou esprito. ANGA-TURANA Assim chamado o esprito protetor dos ndios. ANGAINGAIBA Neurtico. Obcecado. Louco. ANGATEC Alma penada. Esprito sofredor que necessita de proteo. 20

ANGELIM AMARELO o nome da andiroba, que uma das plantas de grande uso nos banhos de defesa em defumaes. ANGOMBA a designao do segundo tambor dos atabaques. ANGOR o nome de arco-ris entre os negros bantos de Angola. ANHANG Esprito caboclo protetor dos animais. Tambm tido como Deus do mal, alma errante o esprito mau. Demnio. Gnio da floresta. ANHANG-RAT Inferno. ANHANGUERA Alma, Esprito. ANHUMA Pssaro de grande porte, quase do tamanho de uma galinha, tendo dois chifres nas asas e sendo tido como portador de virtudes mgicas e magnticas, atraindo sorte para quem possui os seus chifres, que so utilizados tambm contra malefcios, venenos e doenas. ANTOJO Desejo. AOBA Pano. Roupa. APARELHO Mdium. APARIO a apario de um morto, cujo esprito se materializa. Tambm chamada assombrao. APIABEB Anjo. APICAIR Louco. Obcecado. APINCHAR Pegar uma coisa e jog-la longe. APINHA Arco, argola, circunferncia. APIPABA ndio selvagem. APIRASSABA Dar um salto. Passar por cima. APORANGABA Atraente. Belo. Bonito. Fascinante. APORO Questo ou problema cuja soluo muito difcil. APOTROPENO Termo aplicado a tudo que desvia as correntes do mal. AQUICI-AQUICI Estoraque. Termo de uso dos negrosminas. ARA-OUROUM So os espritos de pessoas que se suicidaram ou foram assassinadas.

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ARA Exclamao usada pelos ndios que significa saudade. ARABIT Um dos muitos nomes da Jurema Branca. ARACANGA Cacete ou porrete curto. ARACAP Escudo com que os ndios se defendem. ARACI Me do dia. Madrugada. Uma das variedades dos tipos de cigarras. ARAOIA Saia feita de penas muito usada nas festas dos ndios. ARAU Grupo de estrelas que chamado Constelao de Orion. ARAOIE Arma de guerra usada pelos ndios, tendo a forma de disco. ARARA uma ave trepadora de grandes virtudes mgicas, sendo certo que a sua presena um forte dispersador de fluidos pesados e malficos e muito nocivos ao ambiente. ARARIBIA Caboclo, chefe de falange. Linha de Oxssi. ARAUAN Dana do ritual africanista. ARAUNA ndio, chefe de falange dos Guaranis. Linha de Oxssi. ARCANO Mistrio. Segredo. Assunto oculto. ARCO-RIS Oxum-mar. Traduz tambm a simbolizao da serpente sagrada. ARIAX Banho preparado com ervas e folhas durante o desenvolvimento de mdiuns na corrente gge-nag. Esse banho consta de 21 diferentes espcies de vegetais. Dizem os entendidos, inclusive os prprios chefes de terreiro que este banho tira, por completo, a conscincia do mdium. ARIB Panela ou frigideira feita de barro. ARIGAU-BARI o nome de um dos instrumentos musicais usados pelos ndios. ARIG Indivduo rstico e sem nenhuma cultura. ARIMB Pote de barro usado para guardar o azeite-de-dend. ARIOLO Pessoa que tem o privilgio de prever o futuro de qualquer um. 22

ARIP Veneno e feitio muito usado pelos escravos e que preparado com o veneno extrado da cabea da cobra cascavel. ARIP Panela ou alguidar de barro. ARISCO a denominao do mdium que falta muitas vezes s sesses do terreiro de que faz parte. AROKIN Narrador das tradies das linhas negras. Contador de histrias. ARREBENTA-CAVALO Planta cujas cinzas so aproveitadas na confeco de sabo caseiro, sendo tambm muito utilizado nos banhos de descarga. ARROLO Cantiga para fazer adormecer uma criana. ARRUDA uma das plantas mais conhecidas e empregada como amuleto, sendo muito usada em banho e em defumaes para destruir os efeitos malficos de cargas fludicas negativas. ARU uma espcie de bzios ou conchas contendo no seu interior um marisco comestvel e dotado tambm de grandes propriedades medicinais. a designao do esprito de demanda e de pessoa dada a brigas. ARUAN Dana, conforme o ritual. ARUANDA Cu, Nirvana ou Infinito significam a mesma coisa, isto , a morada daquele que criador de todos os mundos. Trata-se, pois, de um dos planos da maior elevao espiritual, ou seja, o cu. ARU Esprito de pessoa j desencarnada. ARUMOQU Parar, suspender, descanar. ARUNQUILTA Objeto dotado de fora malfica que usado para fazer mal a algum inimigo. ARUSPCIO Forma de interpretao do futuro com o aproveitamento de vsceras de animais. ASHOGB o trabalhador de terreiro a cujo cargo est o preparo das cabeas. ASIAM o mdium ainda em desenvolvimento, mas que j fez a lavagem das contas da sua guia, isto , do seu colar. ASLI Pessoa entendida em direito. Advogado ou rbula. ASSA-PEIXE Planta que possui grandes propriedades mgicas, sendo, por isso, muito utilizada em banhos e 23

defumaes contra cargas malficas feitas para pessoas e ambientes. ASSENTAMENTO DE ORIX o lugar no pegi onde colocada a representao de Orix, ou do seu fetiche, ponto riscado etc., tudo de acordo com o ritual apropriado para essa cerimnia. ASSENTO Tratando-se do terreiro, este termo quer dizer santurio exclusivo dos Orixs e Exus. ASSIQUI Patu. Breve. ASSISTENTE DE MESA Assim designado o protetor espiritual das sesses de terreiro. ASSIVAJI Mestre de cerimnias das sesses. ASSUMI Festa de jejum anual. Culto Mal. ASTART Nome divino cuja significao Deusa. ASTRAGALOMANCIA a adivinhao quando feita por meio de dados. ATATINGA Fumaa. ATARU Castial usado no terreiro. AT Oraes escritas sobre tbuas, usando-se tinta feita de arroz queimado. Alm de oraes fazem-se tambm pontos riscados com pemba, cuja finalidade a proteo e auxlio, tendo, alm dessas, mais um grande nmero de aplicaes. ATUADO o termo que se emprega quando se quer dizer que uma pessoa est sob a influncia de um esprito. ATURA Cesto que os ndios carregam s costas. AU Sementes secas que fazem muito rudo quando usadas nos braceletes das ndias nas suas danas e festas de terreiro. AUENO assim chamada a esposa principal na poligamia dos negros africanos. AUGRIO a interpretao dos bons ou maus pressgios, sobre os acontecimentos do futuro. AULI So pequenas imagens que os africanos usam como orculos. AUM Palavra verdadeiramente mgica e dotada de grande poder, pois que ela atrai os fluidos benficos para todo 24

aquele que a pronuncia dentro de certo ritual, ou a escrever com a ateno mentalizada. AUTISMO quando ocorre o afastamento mental do mundo exterior, sendo tambm uma espcie de concentrao. AUTOCOSPIA Faculdade muito rara em alguns mdiuns, que podem ver tudo quanto se passa no interior do seu prprio organismo. AVE o nome dado aos mdiuns dos catimbs nordestinos. AVEJO Viso do desconhecido. Apario. Assombrao. AVRIKITI Divindade do mar. AX a fora mgica do terreiro representada pelo segredo composto de diversos objetos pertencentes s vrias Linhas, Entidades, Falanges etc, e que so enterrados na centro do terreiro, ou embaixo. AXEX Cerimnia fnebre iorubana, semelhante a uma missa de stimo dia. So feitas oraes espiritualistas para o Chefe de terreiro, sendo que, durante essa cerimnia, tira-se do terreiro tudo quanto havia pertencido ao mesmo chefe. AX Roupas em linguagem nag. AXOGUM o nome dado ao encarregado de sacrificar os animais que se destinam aos cerimoniais do culto nag. AXOQU Significa Deus entre os mals. AZ Capuz feito de palha e muito usado pelos Omulus. AZEITE-DE-DEND o leo, muito especialmente baiano, que extrado das sementes do dendezeiro, sendo muito empregado na culinria domstica e no ritual de Umbanda, Quimbanda e Candombl. AZIMO um po especial feito sem fermento, sendo por isso escolhidos de terreiro, orientados pelos Guias.

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BBAAL Deus do povo fencio. BAAMI Protetor de terreiro umbandista. BAB Chefe dos trabalhos. Me, chefe de culto. Me-de-Santo j envelhecida. Sacerdotisa. BABAL Av, na linguagem africanista. BABALA Pai-de-Santo. Sacerdote do terreiro de culto umbandista. BABALAX Chefe de terreiro no Culto Gge. BABALORIX Gro-sacerdote. Pai-de-Santo. Chefe de terreiro de Umbanda. Sumo sacerdote. BAB-OK Grande chefe de trabalhos. BABASSU Terreiro de Candombl; onde so praticados os cultos de todas as religies africanistas. BABATIMBA Mulher com poderes especiais e muito elevados de mediunidade. BABUGEM Resto de bebidas e comidas em trabalhos de terreiro. BACAFUSADO Desordem num Centro. BACALHAU o nome do chicote com que eram castigados os escravos. BACURO Entidade espiritual. Filho. Protetor no Culto Banto. Guia. Orix. BACURO DE PEMBA Filho-de-santo. BADA Campo ou terreiro para a iniciao de mdiuns. BAD Significa Xang. 26

BAGAT Quer dizer: feitiaria, bruxaria ou qualquer outro trabalho com m finalidade. Magia Negra. BAGOYON todo aquele que pratica a magia negra. BAIANI Nome da festa com que os nags faziam o encerramento do seu ano religioso, ou seja, em 30 de setembro. Este termo significa tambm qualquer coisa ou objeto ligado a Xang. BAIXAR Quer dizer quando os protetores ou guias baixam nos terreiros durante as sesses, para se incorporarem nos mdiuns. BALANGAND Enfeites e ornamentos. tambm assim chamado o amuleto feito com objetos que servem de proteo, como figas, tesouras, chaves, anis etc. BALBA o fluido que se desprende durante uma sesso, geralmente de Quimbanda, para prejudicar a uma certa pessoa distncia. BAL Segundo a crena africanista, significa a casa dos mortos, onde os espritos desencarnados permanecem, antes da partida definitiva para o plano espiritual no infinito. BALI quando no meio dos trabalhos descem dois espritos com diretrizes diferentes, causando, assim, certos distrbios difceis de serem contidos pelos chefes de terreiro. BALIB um amuleto de grandes poderes que presta grande proteo aos caadores e pescadores. de muito valor tambm para o tratamento de muitas doenas, aparentemente sem soluo, mesmo pra os mdicos. BALOM Com este nome so designados, entre as tribos de ndios africanos, os espritos evoludos de parentes. BALONGO todo aquele que pratica a feitiaria com qualquer inteno, seja boa ou m. BALSAMOS DE TOLU Apesar de ser uma droga muito empregada na medicina popular, bem como na indstria farmacutica, muito empregada em trabalhos, quando a sua defumao serve para atrair as foras benficas, pois fora de qualquer dvida o seu grande poder de proteo. BAMBA todo aquele que, por ser terrvel e poderoso, muito respeitado, pois que todos temem a sua fora.

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BAMBA Comida de terreiro. Canger. BAMBAR Balanar. BANDA o lugar ou terra do guia. tambm a Linha a que est ligado o protetor. BANGANA Significa um velho iniciado que tenha alcanado o mais elevado grau de desenvolvimento medinico, tornando-se por isso, o mais profundo conhecedor de todos os segredos dos rituais de Umbanda. BANGANDRO Planta da flora africana de grandes propriedades mgicas, sendo, por isso, muito utilizada em qualquer parte do corpo, em forma de pomada, para afastar os espritos perseguidores. BANGO Dinheiro ou valores. BANGOLAR Andar sem rumo. BANQUEIRO todo aquele que, por influncia espiritual ou no, dado ao vcio da bebida, principalmente da cachaa. BANGUL Dana dos pretos africanos. BANHOS DE DESCARGA E DEFUMADORES Aps os motins da mata, inicia-se nas grandes e frondosas rvores, com as suas folhas e os seus frutos, mais uma magia, no s para a Umbanda, a Quimbanda, o Candombl, como para toda e qualquer religio. Porque no fruto, ou na folha ou na flor, que se buscam os aromas para purificar o ambiente em que as religies desejam trabalhar. A, essa parte divide-se em duas. Uma, a magia da descarga humana, para os mdiuns receberem os seus guias atravs dos chamados banhos de caboclos e para outros misteres usados, como todos bem conhecem, e outra, a das flores e dos frutos, que vem purificar o ambiente de toda e qualquer religio, a fim de que possam ter lugar os ofcios religiosos. Por tudo isso, pela grandiosidade com que ela se apresenta e pelo que produz em benefcio da humanidade, a mata considerada, para os humildes filhos do serto, a soberba Rainha. BANTO Um dos dialetos mais falados em vrios pontos do sul e do centro da frica, inclusive o Congo e Angola. 28

Os negros, originrios dos pontos em questo, so chamados Bantos, como Banto tambm o nome de uma corrente trazida por eles para o Brasil. BANZ Discusso, conflito, briga, barulho. BANZO Sentimento de saudade que os escravos africanos sentiam da sua terra, tomando-os indiferentes a tudo e dominados por uma grande nostalgia. BAQUETA Assim denominada uma vareta de pau que serve para tocar os tambores nas sesses de terreiro. BARA So Pedro. Tambm Exu-Bar. BARAKA Fora considerada misteriosa e que, entre as tribos africanas tida como uma verdadeira bno de Deus. BARICADA-SUB uma forma de cumprimento dos mals que significa: Deus lhe d um dia muito feliz. BARKISSU Assim denominado o Pegi dos negros da corrente dos Bantos. Barkissu tambm o nome de Santurio no terreiro dos mesmos negros Bantos. BARRACO o local destinado s danas, quando estas se realizam em complemento de uma sesso de terreiro. BASTO DE OGUM uma planta tambm conhecida pelo nome de Espada-de-So-Jorge. BASULAQUE uma das formas do doce de coco feito pelos ndios, com mel de abelha. BAT-COT Assim chamado o tambor de guerra utilizado pelos negros escravos durante as lutas com os inimigos. BATARA o nome dado ao galo utilizado nos trabalhos de terreiro, devendo ter penas claras ou vermelhas, com manchas pretas. BATE-BA a denominao de uma dana um tanto semelhante ao samba e introduzida no Brasil pelos negros de origem africana. BATE-CHOQUE Tambor usado pelos negros africanos. BATECUM o barulho produzido pelo grande nmero de palmas com que o pblico presente s sesses aplaude e acompanha as danas. BATER A BAQUERA Significa morrer, em linguagem indgena.

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BATER A CABEA Quando se faz uma batida de cabea, seja ao pegi, ou em respeito a algum guia que esteja incorporado, tal cumprimento representa um sinal de grande respeito e tambm de humildade. BATER NOS OMBROS uma espcie de saudao que tem lugar durante os trabalhos de terreiro, quando o guia, com seu ombro esquerdo, toca no ombro direito de algum outro guia ou mesmo de algum assistente, e com o ombro direito bate no esquerdo. V, Sarav. BATUCAJ uma dana religiosa que se realiza dentro do terreiro, cuja finalidade proporcionar maior facilidade incorporao dos protetores nos mdiuns. BATUQUE Dana, sapateado. tambm o nome que dado aos terreiros e centros espritas em alguns lugares do Norte, sobretudo na Bahia e no Amazonas. Batuque tambm o nome das danas que os escravos africanos praticavam sob o som de um instrumento com a semelhana de um tambor. No Rio Grande do Sul esta designao corresponde ao mesmo ritual da Umbanda; muito usado pelos umbandistas do Sul. BAZAFAN Produto da flora africana que muito aproveitado na confeco de amuletos para proteger os seus portadores. Toda pessoa que tiver essa planta no jardim ou quintal de sua casa, ter uma proteo completa para todos os moradores da mesma. BEDENGU Dana muito popular dos pretos da Costa. BEIJADA o nome dado s falanges quando constitudas apenas de crianas. Tambm diz-se, ibeijadas. BEIJIS Assim so chamados Cosme e Damio em muitos terreiros de lugares do Sul. Tambm ibeijis. BEJA o nome dado cerveja branca quando usada nos trabalhos de centros. BEKU Pessoa j desencarnada, cujo esprito chamado em sesso. BENDENG o meteorito que se encontra no Museu Nacional e que caiu na Bahia no ano de 1888. Embora os cientistas tenham as suas convices sobre o mesmo, para os umbandistas a pedra de Bendeng apenas e 30

to-somente um grande e autntico fetiche de Xang, pois ningum pode ignorar o seu extraordinrio poder de vibrao. BENGU o nome como designado o amuleto destinado a proteger as casas de moradia, sendo a sua confeco base da planta chamada Kongo. BENTERER Ave cujo canto sinal de bom agouro. BENTINHOS um escapulrio que se traz pendurado no pescoo e que contm oraes, rezas e figuras de santos. Pode ser considerado tambm como um patu para dar proteo a quem o conduz. BENZEDURA o meio usado para curar doenas, tendo-se em vista as oraes e as prticas mgicas e espiritualistas, quando feitas numa sesso de terreiro. BERIMBAU Instrumento de percusso ou urucungo. BERUNDANGA Feitio. Trabalho para o mal. BETUL Machado feito de pedra pelos negros e pelos ndios, tendo tambm a designao de machado de Xang. BICO-DE-PATO o nome como conhecida uma planta de grande uso em defumaes, pois que a sua ao infalvel para desfazer trabalhos e afastar os fluidos maus e pesados que possam prejudicar pessoas ou ambientes. BIFROST Na Umbanda este nome como que um sinnimo de Exu, enquanto, na mitologia, significa arco-ris. BILONGO Amuleto muito usado pelos caadores que tm uma f absoluta na sua proteo. BIMBA Coxa. BINGA Copo feito de chifre. BINGBA Arvore natural do Sudo, na frica, tida como elemento protetor dos campos na sua produo. BIRAIA Mulher de maus sentimentos e de mau comportamento. Megera. Prostituta. BIRUPIA Assim so chamados os arranjos e os preparos para uma festa, desde que tenha fundo espiritualista. BI-SI-MI-LAI Expresso sempre usada para proceder a qualquer trabalho a ser realizado pelos negros mals. BISORONHA Apario. Assombrao. Fantasma. BODE Assim chamada a comida votiva de Exu.

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BODO Raiz de planta africana com grandes propriedades de proteo. BOI um cachimbo de confeco muito rstica, muito usado pelos fumadores de maconha. BOJGUASS Boj, Bojmirim Entidades espirituais que em ordem decrescente, esto colocadas num Terreiro de Umbanda, depois do Abermirim. BOLA DE CRISTAL uma bola feita de cristal, atravs da qual o vidente detentor de poderes especiais, poder interpretar o que estar para acontecer a algum que o tenha procurado. BOLARO Esprito atido apenas e exclusivamente prtica do mal. BOLOI Esta palavra quer dizer tambm praga ou enfeitiamento por palavras ou gestos. BOMBO-GIRA Assim denominado Exu entre os pretos do Congo. Denomina-se tambm Exu Pomba-Gira. BONECO Assim denominada a figura de uma pessoa ou de um animal, que feita de preferncia com cera podendo tambm ser feita com outro material. Esse boneco feito para ser empregado em trabalhos de terreiro, principalmente trabalhos de Alta Magia ou mesmo Magia Negra, ou seja, fazer o bem ou mal a algum. Para fazer o trabalho com o boneco, preciso que o mesmo traga um trapo de roupa, bem como uma pequena quantidade de saliva, de urina, de suor, de sangue, bem como pedaos de unha e de cabelo, ou ainda qualquer outra coisa que tenha estado em contato com o corpo do indivduo a quem se quer fazer bem ou prejudicar. BONGAR Procurar alguma coisa na senda espiritual. Termo de linguagem indgena de origem africana. BONHURA Esse o nome de um amuleto especial destinado a proteger, quem o possui, contra qualquer espcie de doena, seja fsica ou espiritual. BONI Negros escravos originrios da Guin, na frica. BOOD Comida africana feita de legumes. BORI Significa Espritos, tanto na linguagem africana, como nos meios espirituais de Umbanda. Pode significar tambm Protetores.

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BOR Assim chamado o pagamento que feito a um, medium, ou chefe de terreiro, antecipadamente a qualquer trabalho, sendo desta forma mercantilizada de um modo absoluto a mediunidade. BOSUM Assim chamado, tanto a Divindade, como tambm os Santos e os Espritos de Luz e ainda Orix e Vodum. BOTAR A MO NA CABEA quando o chefe de terreiro manda que os mdiuns recebam seus protetores. Ento, cada um dos mdiuns presentes sesso, coloca as mos na cabea para receber o Guia ou Protetor. BOTAR NA MESA quando um mdium, mesmo sem estar numa sesso, atende a algum para fazer adivinhaes ou orientar o seu consulente sobre casos a resolver. Esta consulta feita estando o mdium e o consulente sentados numa mesa, um em frente ao outro. BOTAR BOZ Significa trabalhos de Magia Negra ou de feitiaria com a finalidade de trazer a desgraa a algum, o que comum na Linha de Quimbanda. BOTAR FUMO O mesmo que enfeitiar ou fazer trabalhos para dar azar a algum. BOTIRGA Corrente espiritualista de pretos africanos. BOTO A crena popular assim designa um peixe, o qual tem dente e olhos fora do comum e que dizem possuir virtudes mgicas, motivo por que so muito usados em amuletos, bem como em trabalhos apenas dedicados magia do amor, ou seja, muito indicados para os namorados que visam terminar o seu romance com o casamento e a felicidade. BOYLA Colar feito de contas, muito usado pelos mdiuns femininos, bem como pelos cambonos. BOZ Trabalhos de Magia Negra. Jogo de dados. Feitio. Quando se faz essa feitiaria, indispensvel uma galinha morta, bem como farofa e azeite-de-dend e ainda moedas de cobre, alm de uma grande variedade de outras coisas, de conformidade com o fim que se tenha em vista com este trabalho.

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BRADA-MUNDO o nome de uma planta conhecida com a designao de Cardamomo, sendo as suas folhas muito usadas para banhos e defumaes, sendo tambm um poderoso condensador de fluidificaes e grande atrativo de foras benficas. BRAKALI Assim designado, entre os povos africanos, o Grande Gnio dos Orculos. BRAMA uma fora de grandes poderes mgicos e de evocao sagrada, que realizada sob os cnticos e sacrifcios de trabalhos ritualsticos. BREA Orao usada em terreiros de Quimbanda, antes do incio dos trabalhos. BREVE Embora se trate de uma palavra comum muito conhecida em Umbanda. Ela quer dizer Patu, ou seja, uma orao guardada numa espcie de envelope de couro, sempre acompanhando o seu possuidor para proteg-lo em tudo e em todos os momentos da vida. BRIQUITAR Ter pacincia. Saber esperar sempre sem perder a f em Ogum. BRDIO Festa espiritualista dentro do ritual de Umbanda. BRONGAR Procurar alguma coisa importante. BRUXA Pode-se dizer que o feminino de Bruxo, pois se a Bruxa a feiticeira que trabalha para todos os fins, principalmente para o mal, o Bruxo tambm um boneco feito de pano e utilizado para trabalhos de Magia Negra, tanto nos terreiros de Quimbanda corno fora deles. BU Entre os negros africanos o grande Gnio que tem o poder absoluto de dominar os ares. BUGIAR Significa importunar, isto , quando algum, durante o decorrer de uma sesso, dirige-se a outra pessoa que esteja presa a algum trabalho e, por isso no possa tratar de outro assunto. BUGIGANGA Coisa desprovida de valor. Objetos midos, vidrilhos etc. BUJAM Assim chamado o mestio, isto , o filho de preta com mulato. tambm o nome como conhecido um instrumento musical de sopro, usados pelos pretos da Costa de Angola. 34

BURRO Mdium em Quimbanda. Mdium de Exu. Trata-se de um termo de grande uso entre os Exus e pelos protetores de caboclos. BZIOS Os bzios so pequenas conchas marinhas em outras pocas usadas como dinheiro, sendo hoje empregadas como enfeites, inclusive em pulseiras, colares e braceletes, bem como amuletos, dado s altas virtudes mgicas que possuem. Os bzios tambm so empregados para adivinhaes, para o que so usados da seguinte maneira: Doze bzios so convenientemente preparados pelo Babalorix e, para se saber alguma coisa, eles so fechados na mo direita, a qual sendo aberta a seguir, os bzios so atirados sobre a mesa, formando ento vrias figuras, as quais so interpretadas pelo Babalorix. No devemos esquecer que, quando o Babalorix est jogando os bzios, h sempre espritos, ou protetores, junto dele e do consulente. Esses protetores auxiliam o Babalorix a interpretar as figuras, quando estas se tornam muito complicadas e difceis. Antes de iniciar a adivinhao, o Babalorix dirige uma prece ao seu Guia e ao Guia do consulente. Um dos bzios representa o consulente, enquanto os outros representam as pessoas a respeito das quais o mesmo consulente est interessado em saber alguma coisa. Uma s pergunta no pode ser respondida num lance de bzios apenas. De um modo geral, uma resposta completa para cada pergunta s pode ser obtida com trs lances. Depois de terminada a adivinhao, o Babalorix deve indicar ao consulente o que este tem a fazer. Assim dever receitar remdios, se ele se dedicar medicina de ervas e banhos, bem como dar conselhos e indicar os trabalhos que devem ser feitos para afastar dificuldades. Os bzios s servem para a adivinhao se, depois de apanhados na praia, receberem um batismo, isto , se forem preparados pelos Babalorixs que conhecem o sexo dessas conchas, dando-lhes nomes. Os bzios assim preparados e consagrados so guardados dentro do altar. De um modo geral, o nmero de bzios de 12, mas esta quantidade pode ser aumentada at 16 ou 20. Todos os bzios recebem, cada um, o nome de um Orix.

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Para que uma pessoa que faa uma consulta a um Babalorix possa obter respostas certas, indispensvel que o seu corpo e a sua aura estejam perfeitamente limpos. Desta forma, se for mulher, no poder fazer consultas se estiver em perodo de menstruao. Se for homem, na vspera no deve ter relaes sexuais, bem como no dever ir consulta em estado de acoolismo. H tambm Guias e Babalas que trabalham com 7, 12, 16 e 21 bzios, embora a maioria, de um modo geral empregue 7 ou 16 misturados, ou seja, bzios masculinos e femininos. Os nomes como so chamados os 16 bzio empregados na adivinhao, so os seguintes: 1. EIDI-OB; 2. OJECU-MEIJI; 3. JORI MEIJI; 4 URI-MEIJI; 5. OROS-MEIJI; 6. NANI-MEIJI; 7. OBARA-MEIJI; 8. OCAIR-MEIJI; 9. EGUNDA-MEIJI; 10. OS-MEIJI; 11. OTURMEIJI; 12. ORET-MEIJI; 13. IC-MEIJI; 14. ETURAFAN-MEIJI; 15. ACH-MEIJI; 16. OGIOOFUN. Como j ficou dito, o Babalorix faz uma prece ao seu Guia e concentra o pensamento. Faz ento um primeiro lance dos bzios, com o fim de verificar as condies e intenes do consulente e verificar as possibilidades do mesmo ser atendido. Em qualquer hiptese, o Babalorix dever ser extremamente sincero, manifestando ao consulente o que h a seu respeito. Somente depois dessa verificao que ter incio a consulta.

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CCA-CANGAB Mato, floresta. CAAPOMANGA Erva com virtudes divinas, usada tanto como remdio, como em trabalhos de terreiro, sempre com resultados maravilhosos. CAAPORA assim designado o esprito protetor da caa na selva amaznica. CABAA Vaso feito do fruto maduro do cabaceiro depois de esvaziado do miolo. CABAIA Assim chamada a tnica de mangas largas muito usada nos terreiros pelos mdiuns, babalas e cambonos. CABALA Magia oculta. Reunio para sesso de prticas mgicas e religiosas. CABANA Casa rstica ou palhoa. o nome tambm dado aos lugares onde so instalados terreiros ou centros espritas, sobretudo de Umbanda. CABEA FEITA como denominado o mdium que se desenvolveu e foi cruzado em terreiro, tendo um protetor ou Guia como chefe espiritual. CABECEIRA Aqueles que orientam materialmente uma Tup oca at a chegada do Morubixaba. CABELUDO Assim chamado o esprito obsessor que baixa nos trabalhos de terreiro. CABOCLO Termo designativo de certos Guias das linhas de Xang, Ogum e Oxssi. Tambm chamado caboclo de terreiro. Os caboclos so espritos guias das raas amerndias, os quais no tm nenhum impedimento em baixar nos terreiros ou tendas de Umbanda. Os caboclos so tambm espritos adiantados. Embora no tenham a brandura dos Pretos-Velhos, so muito prestativos e sabem agir com 37

eficincia, nunca se negando a beneficiar ou praticar a caridade. CABORGE Trata-se de um termo que tanto designa patu, amuleto e fetiche, como feitio, malefcio, prostituta e meretriz. CACARUCAI Idoso, velho, provecto. CACARUCAIA Mulher velha, idosa. CACHIMBO Muito usado nos trabalhos de terreiro. CACUETO Denominao de filho em iorubano. CAFIOTO Embora pouco empregado, este termo quer dizer: adepto da Umbanda. CAIR DE SANTO Transe medinico, isto , quando o mdium est pronto para receber o protetor. CAIR EM TRANSE quando, no terreiro em que se realiza uma sesso, um mdium se encontra em perfeitas condies para receber o seu protetor. CAJANJ o mesmo que Omulu para os negros africanos de Angola. CAJILA o nome como se designa um amuleto que tenha diversas finalidades de proteo, trazendo felicidade, tanto para o prprio que o possui como para outros a quem se deseja felicidade. CALANDRINIA uma variedade de capim usada, tanto em banhos, como defumaes, pois em qualquer caso, havendo f e alta concentrao, somente bons resultados sero obtidos. CALO DE MARCA uma mistura de fumo com incenso usado durante os trabalhos de terreiro e muito apreciada pelos caboclos. CALENDRIO DE UMBANDA Muito embora as sesses das correntes umbandistas no tenham dias certos para a sua realizao, sendo os dias mais comuns as 2.as 4.as e 6.as feiras, deve se destacar os dias comemorativos para sesses festivas, que so os seguintes: 1. de Janeiro Festa da Fraternidade Universal. 20 de Janeiro Dia de So Sebastio e de So Jorge Ogum no culto nag. 1. de Maro Dia de Xang Aganju (So Jos da Igreja Catlica). 38

23 de Abril Dia de Ogum no Culto nag. 13 de Maio Dia de Festa dos pretos-velhos em que se comemora tambm a abolio da escravatura no Brasil. 13 de Junho. Da mesma forma que no Catolicismo, tambm em Umbanda, nesta data, comemorado Santo Antonio. 24 de Junho Dia das solenidades de So Joo. 29 de Junho Comemorao de So Pedro e So Paulo. 26 de Julho Dia de Sant'Ana. 15 de Agosto Dia de Nossa Senhora. 8 de Setembro Natividade de Maria Santssima. 27 de Setembro a grande data de Cosme, Damio e Doum. . 30 de Setembro Dia de Xang Alafim (So Jernimo) 4 de Dezembro Comemoraes de Santa Brbara. 25 de Dezembro O maior dia da cristandade pois a ele corresponde o nascimento de Jesus Cristo. Oxal. CALUNGA Cemitrio. CALUNGA GRANDE Oceano. Mar. CAMAN uma prova rara, pois o mdium que passou por ela teve que ir ao cemitrio com uma vela apagada e voltar com a mesma acesa, sem ter levado fsforos ou qualquer objeto de ignio para acend-la. Caman tambm a designao de mdium entre as tribos mals. CAMARINHA o nome dado ao compartimento existente no terreiro e que tem como finalidade abrigar os iniciados em trabalhos, sejam homens ou mulheres, os quais ali ficaro retidos alguns dias, enquanto perdurar o desenvolvimento da mediunidade e aprendizagem de tudo quanto se relaciona com os trabalhos de terreiro, como o ritual, os nomes e as finalidades dos objetos usados, os pontos riscados e cantados, os passes e tudo o mais que um mdium no pode desconhecer para poder ser admitido nas sesses. CAMBA o nome dado ao chefe de terreiro na Linha das Almas. CAMBA um amuleto de proteo para todos os fins. Ele deve ficar enterrado na entrada das casas de residncia, ou pendurado nas paredes, atrs das portas, no s nas casas de famlia, como tambm nos estabelecimentos 39

comerciais ou outros. bom no ficar esquecido: sempre que no houver lugar para ser enterrado, ele deve ficar pendurado atrs de uma porta. O seu efeito magnfico e absoluto. O chefe de terreiro quem o poder preparar para aquele que estiver interessado nos seus efeitos e na sua proteo. CAMBONO Servidor de Orix e auxiliar de mdium em transe. O cambono, pode-se dizer, um mdium que no obteve o necessrio desenvolvimento, sendo, por isso, apenas um auxiliar dos guias e mdiuns nos trabalhos de terreiro. CAMINHOS ABERTOS Quando os caminhos esto abertos, tudo se torna fcil e tudo d certo. CAMINHOS FECHADOS A expresso caminhos fechados emprega-se quando uma pessoa se encontra sob a influncia de maus espritos que perturbam o bom xito do seu trabalho e provocam males de toda sorte, tornando-a vtima de intrigas, calnias etc. Devemos dizer que so vrios os motivos que podem tornar fechados os caminhos de algum, sendo que, na maioria dos casos, a culpa da prpria vtima que, desta forma, estar pagando erros de vida anterior ou mesmo da vida atual. Outras vezes, a vtima no tem a menor culpa, mas os caminhos achamse fechados pela ao de inimigos gratuitos, invejosos, desafetos, que no tm o menor escrpulo em recorrer a trabalhos de quimbandeiros para prejudicar o seu semelhante. Para combater a ao dos caminhos fechados, o que se tem a fazer consultar um Babalorix, o qual, pelos bzios, verificar a realidade da situao e indicar o consulente sobre o que deve fazer. A vtima dos caminhos fechados dever tomar banhos de descarga, conforme as prescries do seu Babalorix e fazer preces ao seu esprito protetor, as quais devero ser pela manh, ao levantar-se, noite, antes de deitar-se, dar auxlios aos pobres e evitar o uso de bebidas, bem como no discutir, no se irritar e no se zangar com ningum. Convm que pea ao Babalorix que lhe prepare um amuleto, o qual no dever deixar de trazer sempre consigo. CAMOLETE um leno branco de tamanho grande que colocado na cabea dos mdiuns durante os trabalhos. 40

CAMUCIT Nome dado ao templo, altar e pegi. CAMUTU Cabea (em africano). CANDOMBL O candombl, entre ns, surgiu primeiramente no Estado da Bahia, originrio da mistura de rituais praticados pelos escravos que ali aportaram, vindos dos diversos pases aos quais estavam submetidos e que, ramificando-se atravs dos estados circunvizinhos, foi pelo prprio povo erroneamente denominado de Umbanda. E, pelo fato da pluralidade desses cultos, o termo Umbanda tambm se pluralizou. O Candombl no deixa de ser uma religio, pois assemelhase s demais religies que praticam rituais evocativos das entidades dos planos Astrais superiores e inferiores, tais como as crenas: Ortodoxa, Anglicana, Bramanista, Budista, Confucionista, Protestante, Islmica e Catlica. O Candombl como crena esprita, simboliza perfeitamente os cultos Nag, Banto, Gge, Mal, Amerndio, Cabinda, Benguela, Loanda etc. etc, tanto de origem africana como amerndia. Tanto a teogonia, como a liturgia e a hierarquia que se pratica no Candombl, no passa de uma mistura de credos, os quais variam de conformidade com as seitas afro-brasileiras. No entanto, as suas prticas so perfeitas, e tudo que se distingue como fazendo parte do seu ritual, define-se de um modo claro e insofismvel. A composio dessa seita, inclui, na teogonia, a crena nos seus deuses, considerados como Orixs Maiores, constituindo o que se denomina de SUPREMA CORTE DE ARUANDA, onde as mais altas divindades irradiam para a Terra sua fora fludica, sem no entanto, darem-se ao trabalho de baixar neste planeta. Possuem, no entanto, esses Orixs, os seus subalternos, os quais, com a denominao de Orixs Menores, trazem at ns as ordens e as irradiaes que desejam espalhar sobre a Terra. Como entidades superiores, consideram os praticantes do Candombl, as seguintes: 1. - Os chamados Espritos de Luz, encarnando as foras na natureza, considerados como elementais. So os espritos evoludos que se projetam atravs dos planos superiores 41

do mundo Astral e que aceitam, como qualquer elemento humano, os AMALS (comidas de santo), quando incorporados nos seus mdiuns. 2. - Os EGUNS, ou espritos desencarnados, considerados como ELEMENTARES. So as almas ou espritos dos mortos, ou ainda: os espritos humanos que no chegaram a atingir as mais altas camadas espirituais do mundo astral, por isso sujeitos muitas vezes a novas reencarnaes. 3 - Os EXUS, ou espritos diablicos, considerados como ser- vos ou escravos dos Orixs, servindo de intermedirios entre os Orixs Menores, e o homem. So essas entidades que se incumbem de castigar os filhos de f quando eles erram, pois que aos Orixs no dado o direito ao castigo e tampouco tm a incumbncia da prtica do mal. Com relao escola hierrquica dos praticantes, iniciados ou sacerdotes do culto no Candombl, conhece-se como chefe principal o chamado PAI-DE-SANTO conhecido tambm por outras denominaes tiradas dos dialetos negros, tais como: BABALA, BABALORIX, BABALOX, BABALUA, ou ainda: Chefe de terreiro, Senhor de Olurum, Chefe do Rebanho, Prncipe de Umbanda etc. etc, do lado masculino; e ME-DESANTO ou BAB, do lado feminino. Como intrpretes e ajudantes do Pai-de-Santo, temos os Cambonos, que so os encarregados de preparar e facilitar a chamada dos filhos da f, ao se dirigirem ao Babala. As sesses de Candombl, embora muitos digam que elas somente servem para trabalhos malficos, podemos afirmar que tai no ocorre, dado que os verdadeiros trabalhos apenas tm em vista dar a proteo a todos os que recorrem sua prtica. Assim todos aqueles que fazem magia negra e dizem que esto praticando a religio do Candombl, esto apenas fazendo uma confuso que chega a ser revoltante, pois que os caminhos do Candombl so apenas os caminhos da Graa de Deus, nada mais. CANDURU Assim so chamadas as brasas do defumador em linguagem nag. CANELA-PRETA Tambm chamado Pau-de-Sant'Ana. muito empregado para banhos e defumaes de limpeza, bem como no preparo de amuletos. 42

CANGER Trabalho com fundo de feitiaria visando fazer mal a algum. tambm a denominao de uma dana de negros em alguns terreiros, embora o seu fundo religioso. CANJIRA Lugar onde so realizadas as danas, de acordo com o ritual que seja praticado. CANZ Casa, lar, vivenda, moradia. (em africano). CANZU DE QUIMB Assim denominado o lugar onde ficam retidos os espritos dos desencarnados, de conformidade com a crena dos negros bantos. CA BECILH Saudao a Xang. CAPEBA aquele que trabalha apenas em feitiaria. CAPIANGO Quer dizer ladro em Angola. CARAJURU uma planta de grandes virtudes mgicas, servindo, tanto para remdio, como para trabalhos no cerimonial umbandista. CARAPIAPEMBA Exu. Entidade malfica, muito respeitada entre os negros bantos. CARGAMELA Esta a designao de So Lzaro entre os negros cabindas. CARREGADO Assim chamada a pessoa que sente sempre um mal estar inexplicvel, como nervosismo e medo, tudo de provenincia de encosto espiritual, mau olhado, trabalhos, bem como influncia de algum irmo inconsciente. Quem se achar nessa situao, deve recorrer ao trabalho de terreiro, pois o tratamento mdico nenhum resultado dar. CARUARA Doena causada por trabalho de feitiaria. Tanto pode ser chamada quebrante, como mau olhado. CARURU Planta muito conhecida e de grande uso nos terreiros. CARVO um elemento muito usado, tanto nos trabalhos de alta magia, quando tem a finalidade de observar os fluidos maus, como na magia negra, quando a sua ao a de provocar os maus fluidos. um elemento que depende dos trabalhos onde empregado. CASA DE MINAS o nome como se denomina os terreiros em alguns pontos do Norte e Nordeste do Brasil. 43

CASEBRE Alm de designar casa pobre ou rancho, tambm assim chamado o lugar destinado para os trabalhos de terreiro pobre. CASSAI Elemento muito usado para banhos e defumaes, dado o seu grande valor como dispersador de fluidos de fundo malfico. CASSINGA Cip muito empregado para banhos e defumaes, dada a sua grande ao como dissolvente de fluidos maus, tanto em pessoas como em residncias. CASSUTO Divindade malfica protetora das doenas. CATALAMBO GUNZA Entre os negros de Angola, este um dos nomes como conhecido Oxssi. CATIMBAU Cachimbo velho. Prtica de feitiaria. CATIMB Termo de uso no Nordeste e que significa terreiro onde baixam os espritos protetores de caboclos. CATIMBOZEIRO Espcie de cambono ou mdium sem desenvolvimento, embora seja adepto das sesses de terreiro. CATUL o termo usado em sesso e que significa a anulao de trabalho malfico feito contra algum. Sacaanga. CABA Alguidar usado em sesso. CAURI a concha marinha que, entre os escravos, valia como dinheiro. Bzio. CAVALO Mdium dos Guias em Umbanda. Como em todas as correntes espritas, este termo quer dizer o mesmo que aparelho, isto , todo o mdium que est sempre pronto a receber o protetor ou Guia. CAVALO COMPLETO Quer dizer o mdium que, indistintamente, trabalha em qualquer linha, seja ela umbandista ou no. CAVALO-MARINHO Peixe que se tem em casa como poderoso amuleto, no s para, proteo, como para evitar os efeitos de trabalhos, feitiaria e mau olhado, pois as suas virtudes mgicas so extraordinrias. CAV No somente significa despacho, como traduz tambm o sacrifcio de animais para trabalhos e determinadas cerimnias de terreiro. CAXAMBU Nome de cidade brasileira de origem africana. Significa um tambor especial que os negros usam nas suas danas. 44

CEPO Tronco de rvore muito largo, em forma de tora, de cujas raspas so feitos trabalhos que somente devem ser orientados e dirigidos pelos Protetores dos Centros. CERA DOS TRS REINOS a cera que resulta da fuso de trs outras ceras, que so: cera de abelha, cera de carnaba e parafina. O produto assim obtido muito empregado pelos Guias e Protetores conscientes para quem necessite de proteo e amparo. CERVEJA Tanto a preta como a branca, a cerveja a bebida preferida por muitos guias, sendo tambm usada em muitos trabalhos, inclusive em banhos, dentro do ritual de Umbanda. CH DE RASTRO o ch feito com a terra apanhada no lugar onde uma pessoa tenha dado sete passos. Este ch utilizado com grandes proveitos tanto nos trabalhos de magia negra como nos de magia branca. CHAMA sabido que o emprego do fogo em trabalhos de alta magia de Umbanda, vem de pocas bastante remotas, sofrendo muitas transformaes no seu ritual, mas conservando toda a sua essncia em toda a sua pureza assim podendo se compreender o reconhecimento e a homenagem s Entidades Superiores. A chama, pelo fato de conter luz e calor, encerra um real e profundo significado no que diz respeito ligao e s ligaes entre r Terra e o Astral. Em casos de interpretao, quando se tem em conta trabalhos de terreiro, a interpretao da chama pode ser feita da seguinte forma: Se a oscilao da chama verifica-se da direita para a esquerda, quer dizer um acontecimento muito prximo e que tanto pode ser bom ou mau. Se oscila em forma espiral, quer dizer intrigas ou traies. Dando-se o caso da chama se extinguir, isto , se apagar, significa um fato muito importante e muito desagradvel. Quando a sua luminosidade aumenta, mesmo sem ningum soprar ou se aproximar dela, isto apenas deve ser interpretado como bons augrios, sobretudo para a pessoa para quem a chama foi acesa. CHAVE A chave pode ser utilizada como uma espcie de amuleto, sendo muito grande o seu nmero de aplicaes nos trabalhos de ritual de Umbanda.

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CHEFE DE CABEA um dos nomes como designado o Guiachefe do mdium de terreiro que tenha sido desenvolvido e cruzado no mesmo. CHIBAMBA Palavra de origem africana que quer dizer fantasma, assombrao, apario. CHOQUE DE RETORNO Quando o despacho no produz efeito contra aquele a quem fora destinado, esse efeito no desaparece, pois volta-se contra quem o preparou e tambm contra quem o encomendou. Isto que se chama choque de retorno, o qual se verifica algum tempo depois de ter sido praticado. A pessoa que encomendou o despacho de Exu, para fazer mal a algum, fica doente ou cai na pobreza ou sofre algum desastre, ou s vezes, acontece morrer alguma pessoa da sua famlia. Muitas vezes, tambm, nada disso acontece, pois que a pessoa vai sofrer depois de desencarnada, esse caso muito freqente e por isso que existem milhes de espritos sofredores. Outras vezes, o choque de retorno somente vai produzir efeitos em outra encarnao, isto , a pessoa desencarna para sofrer em outra encarnao, sendo este o motivo por que se justifica, ou se explica, o fato de muita gente nascer aleijada, cega, muda, enquanto outras morrem em desastre ou assassinadas, sem nunca gozarem nenhuma felicidade. Os males do choque de retorno so devidos aos perigos da magia negra, os quais so tantos que no podemos mencion-los todos aqui. Entretanto, um dos maiores perigos est em que, os que se dedicaram magia negra, quando desencarnam , so escravizados pelos Exus, que somente os soltam quando chegada a hora de voltarem a reencarnar. Um grande nmero dos espritos das Linhas das Almas e Mista, compe-se de criaturas humanas que praticaram ou se utilizaram da magia negra para fazer mal aos seus semelhantes, com fins puramente egosticos. Os babalorixs e os mdiuns tm grande responsabilidade nos trabalhos de magia negra. Por isso, quando eles desencarnam, os seus espritos vo passar sculos no astral, em meio aos mais horrveis sofrimentos, constituindo-se em espritos perigosssimos, como se fossem verdadeiros Exus. 46

CHOUPO Trata-se de uma rvore que, pelas virtudes mgicas que contm de grande emprego em vrios trabalhos mgicos de Umbanda. CHUGUDU Assim se define o gnio do mal cujo smbolo uma galinha preta usada nos trabalhos de magia negra dos terreiros de Quimbanda. CHUMBADO quando uma pessoa alcanada por uma carga fludica negativa, ou seja, uma espcie de enfeitiamento produzido por trabalho de magia negra. CHURUMANGUNGO Esprito obsessor, ou melhor, esprito atrasado e sem luz que, em plena ignorncia, pratica o mal sem saber o que est fazendo. CINDA Nome do orix Oxum nos terreiros de Omoloc. CINZAS Resduos decorrentes da queima de madeira e muito usados em trabalhos de terreiro de Umbanda, pois muito reconhecida a sua fora protetora contra espritos atrasados e fluidos malficos. CITA Nome do orix Ians, nos terreiros de Omoloc. CLARIVIDNCIA o poder de percepo de mdium vidente ou clarividente que tem o dom de ver coisas s vezes muito importantes, e que so totalmente ignoradas por eles mdiuns e tambm pelo consulente e pelos assistentes. COBRA DE DUAS CABEAS uma cobra no venenosa e muito empregada em trabalhos de Quimbanda. COISA FEITA Quer dizer trabalho feito para levar o mal a algum, como seja, despacho, feitio, bruxaria etc. s vezes uma pessoa, sente-se como que diminuda, doente, desanimada, sentindo mesmo coisas que no sabe explicar. Isto o que se pode chamar trabalho ou perseguio espiritual, pois que quem se sente em tal situao, no pode atinar com o que seja a causa dos seus males, pois que os mesmos, se no so uma resultante de algum trabalho feito nalgum centro de Quimbanda por um seu inimigo, pode resultar de um encosto de um esprito ignorante e sem luz. De qualquer forma, todo aquele que se encontrar em tal situao, deve procurar a proteo recorrendo aos trabalhos de um centro de Umbanda, pois 17

somente assim poder tudo ser desfeito e ser dado fim ao sofrimento. COMIDAS DE SANTO As comidas de santo, tambm chamadas comidas dos Orixs ou de Amal, so, resumidamente, as seguintes que passamos a mencionar: XANG Abar. Caruru. Pamonha. Ad. Aberem. Olub. Efum. Ecuru. Belo. OGUM Feijo fradinho. Feijo Preto. Abbora. Agrio. Batata. OXAL Cangica, Acass. Peixe. Doces. OXUM Muqueca de peixe. Carne. Cabrito. Auss. Xin-Xin. IANS Pescado. Camaro. Acaraj. Xin-Xin. Abar. Ipete. IEMANJ Guisado de cabrito. Muqueca de peixe. Sardinha. Camaro. A pipoca, embora no esteja citada, uma comida comum de todos os Orixs. CONCENTRAO assim designado o estado mental em que nos colocamos para ater a nossa ateno e o nosso pensamento em alguma coisa de nosso interesse, seja ela material ou espiritual. Para se conseguir que a concentrao seja a mais perfeita possvel, isto , para evitar que fuja do nosso pensamento aquilo que est preso no nosso subconsciente, existem vrias modalidades. Uma delas a seguinte: Pensamos em Jesus e em So Gabriel que anunciou que a Virgem Maria seria a Sua Me, no esquecendo o seu nascimento na mangedoura e a fuga para o Egito, bem a sua vida de misericrdia, seus inmeros sofrimentos, a sua crucificao e esplendorosa ressurreio. Se, quando precisarmos concentrar o nosso pensamento, fizermos assim, estaremos em perfeitas condies para afastar quaisquer outras idias da nossa mente. Podermos, tambm, ao invs de Jesus, procurar outro assunto que nos mantenha preso o pensamento, livrando-nos, de manter a confuso em nosso crebro, pois somente assim estaremos em condies de nos atermos questo para a qual uma concentrao perfeita indispensvel. Assim, sempre que estivermos presentes a uma sesso, seja apenas para acompanharmos os trabalhos, ou para esperar 18

alguma graa, devemos sempre nos manter na maior concentrao, evitando de um modo absoluto manter conversas e tendo o pensamento na forma como j somente assim as correntes podero ser bem encaminhadas e produzir os benefcios esperados. CONCHAS DO MAR As conchas do mar nada mais so que fetiches de Iemanj, sendo tambm usadas como amuletos, pois que aps serem preparadas pelos Guias, elas passam a ter uma poderosa influncia sobre o seu portador, alm de o proteger tambm com o seu extraordinrio poder mgico. CONDENSADOR FLUDICO uma soluo aquosa ou oleosa que tem a capacidade de aumentar e acumular a fora fludica que os mdiuns recebem durante os trabalhos de terreiro. A gua utilizada para o condensador fludico, no deve ser filtrada e, sendo leo, este pode ser qualquer um, mas que esteja absolutamente puro, isto , que no tenha servido para qualquer outra coisa. Para o seu uso no ambiente de trabalho deve-se colocar uma pequena quantidade numa vasilha, a qual deve ser posta no meio de um crculo feito com pemba. CONFIRMAO A confirmao do protetor tem lugar depois da lavagem da cabea, quando so cantados os pontos indicados para tal fim, baixando os protetores de terreiro, os quais preparam colares guias que o mdium ter de usar. O Babalorix ou o chefe de terreiro coloca na cabea do mdium uma coroa feita com espadas-de-So-Jorge, guin e ramos de arruda. Nesta altura, derrama-se um pouco de vinho tinto sobre a cabea do mdium, cantando-se os pontos de caboclos, at que o Protetor de mdium se incorpore o risque seu ponto. Ento tudo escara pronto para que os trabalhos sigam o seu ritmo normal. CONFUCIONISMO Com o nome de Khong-tseu ou KhongfuTseu, ou ainda com a denominao de sbio, mestre ou doutor Khong, e mais tarde CONFCIO, foi esse grande filsofo, historiador e homem de Estado chins, o verdadeiro criador e impulsionador da doutrina Confucionista. Confcio conseguiu reunir cerca de 3.000 discpulos, morrendo com a idade de setenta e trs anos, em 479 49

antes de Cristo, tendo antes revisto os Kings e dado um ltimo impulso s suas obras filosficas e espiritualistas. Confcio, sem a menor sombra de dvida, pode ser considerado um dos grandes precursores da Doutrina de Umbanda. CONGA Protetor do terreiro de Umbanda. Pegi. Altar. CONGO Vegetal de cujas altas virtudes mgicas se aproveitam os negros africanos no preparo de amuletos e fetiches. Regio da frica. CONSAGRAO Aps ser consagrada pelo Guia Responsvel dos trabalhos, o candidato entregue ao Presidente da Casa, o qual proceder leitura do texto evanglico que se encontra em Lucas, cap. 10 vers. 1 a 20. Em seguida, de p, e enquanto se faz ouvir msica em surdina, colocar a mo direita sobre a cabea do novo doutrinador, e dir: Em nome de Deus, de Jesus e do Guia Responsvel dos nossos trabalhos, eu te recebo (diz o nome do candidato), aos trabalhos da Ordem Umbandista, rogando a Jesus Misericordioso que sobre ti derrame as suas bnos. Aps cumprimentar o novo trabalhador, o Guia Responsvel encaminha-o ao diretor da mesa das Almas, que receber o recm-escolhido com um abrao, promovendo, em seguida uma breve palestra relativa ao ato. Depois de terminada, ser cantado o ponto do Guia chefe, fazendo o Presidente a prece de Jernimo de Praga. O candidato ser abraado por todos os demais irmos. CONSAGRAO DE CAMBONOS Para esta consagrao, o presidente abrir os trabalhos na forma do ritual, mandando cantar logo em seguida, sete pontos, correspondendo cada um a uma linha de Umbanda. Em seguida determinar a formao da corrente medinica, colocando ao centro do crculo, que ser formado por todos os elementos das mesas e do terreiro, o candidato ou candidatos. O diretor de terreiro far a prece de Jernimo de Praga e, a seguir, o presidente far a declarao, dando por empossados ou empossado o novo ou os novos trabalhadores, com um abrao fraternal. Os trabalhos sero encerrados com o ponto da casa e o presidente encaminhar os novos ou novo companheiro aos demais irmos, 50

a fim de receber os abraos. Assim, terminado o cerimonial, os cambonos j estaro em condies de prestar seus trabalhos no terreiro. CONVOCAO DE XANG O dia de Xang, um dia destinado ao balano das atividades gerais dos trabalhadores de Umbanda, encarnados e desencarnados. Para a Umbanda uma solenidade de alta importncia e, assim sendo, deve ser observada com interesse especial. Daremos os esclarecimentos na parte referente s festas umbandistas. V. esse ttulo. CORES Na magia de Umbanda, as cores so observadas e empregadas sob vrios aspectos. Para explicar melhor, vamos aqui relacionar, num pequeno esquema, tudo quanto diz respeito ao simbolismo das cores, como se segue: Alaranjado uma cor decorrente da combinao do amarelo com o vermelho. Simboliza a indissolubilidade e a iluminao espiritual. Amarelo Esta cor simboliza a revelao Divina da Iniciao. Azul o smbolo da verdade Divina e Eterna, simbolizando, tambm a castidade, a fidelidade a lealdade. Branco Cor que simboliza a pureza absoluta e que, pela sua excelncia, anula todos e quaisquer fluidos nocivos. Alm de pureza, esta cor simboliza tambm a verdade e a inocncia. Cinza Esta a cor que simboliza a morte, ou melhor o desencarne terrestre e a imortalidade do esprito. Preto Tambm o smbolo do desencarne espiritual. Verde Dentre as trs cores fundamentais, o verde a principal, sendo as demais, o amarelo, o azul e o vermelho, sendo que do amarelo e do azul que se forma o verde. o smbolo do amor e da verdade. Vermelho esta cor simboliza as virtudes espirituais e as energias materiais da vida, bem como a fora moral e a alegria. Rosa Tudo quanto nos est oculto simbolizado por esta cor. Ela simboliza tambm o primeiro grau de regenerao na vida terrena. 51

Violeta ou Roxo Esta cor, que formada pela combinao do azul com o vermelho, o smbolo do amor e da verdade. CORIFEU Assim denominado o chefe de seita, seja ela umbandista ou quimbandista. CORPO ASTRAL Assim chamado o perisprito, dado a sua consistncia puramente fludica, sem nenhuma influncia de qualquer substncia material. CORPO LIMPO Quer dizer o mdium (homem ou mulher) que venha de longo tempo fazendo um preparo conveniente para trabalhar nos terreiros. indispensvel que no deixe de tomar o seu banho de firmeza, fazendo tambm higiene mental, para isso pensando apenas em coisas de grande elevao espiritual. indispensvel tambm que no tenha tido relaes sexuais nos dias dedicados aos trabalhos de terreiro. CORPO SUJO justamente o contrrio do Corpo Limpo, ou seja, o mdium (homem ou mulher) que justamente nos dias de trabalhos no tenham tomado banho de descarga e tenham tido relaes sexuais. O mdium feminino estar com o corpo sujo se em perodo de menstruao, no podendo em tais condies tomar parte, de modo algum, nos trabalhos de terreiro. CORREDOR DE GIRA assim denominado o freqentador de terreiros que se tem na conta de perfeito, pois que se julga mais espiritualizado e com muito maiores conhecimentos que as prprias entidades de grande elevao espiritual, com as quais, durante as sesses, procura manter conversas, embora isto seja contra-indicado. CORRESPONDNCIA ZODIACAL DO CORPO HUMANO So os seguintes signos do Zodaco que esto ligados s diversas partes do corpo humano: RIES Destinado a governar a cabea de um modo geral, inclusive a massa cerebral e os olhos. TOURO Tem a sua ao na garganta, na boca e nas glndulas salivares. GMEOS Oxigenao orgnica, braos, espdua, olfato e sistema nervoso. CNCER Pulmes, bao e suco gstrico.

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LEO Corao, nervos, estmago e fgado. VIRGEM Barriga, ventre e intestinos. LIBRA Bexiga e rins, inclusive rgos urinrios. ESCORPIO Governa apenas a prstata. SAGITRIO Tem ao nica nos rgos genitais. CAPRICRNIO Musculatura em geral, coxas, ndegas e nus. AQURIO Circulao sangnea, pernas e respectivos nervos. PEIXES Os tecidos em geral e os ps. COSME E DAMIO A festa de Cosme e Damio aquela em que a Umbanda celebra o advento da criao do homem em seu duplo aspecto: Fsico e Astral. Dois corpos exatamente iguais em sua aparncia e traos fisionmicos. uma festividade na qual a magia divina exalatada de forma especial; geralmente dispensada ateno especial criao, porque ela esconde o segredo da mesma que h de crescer dando lugar a um mundo melhor, se educada e conduzida ao seu verdadeiro destino. Os idlatras confundiram aqueles corpos: Fsico e Astral com gmeos, da as figuras de Cosme e Damio, dois mdicos lendrios de um pas africano. Esotericamente no h festa, visto que a magia da criao do homem assunto de longos estudos para o umbandista. Exotericamente organizam-se programas festivos para as crianas e ensina-se aos pequeninos a viver sem violncia, afastando-os da infausta doutrina racista, das castas e das condies de cor. A criana deve ser vista como a esperana do amanh, a luz da vida para um mundo mais civilizado e cristo. Organizam-se festejos adequados infncia e distribui-se presentes e doces em local apropriado, onde possam brincar aprendendo coisas teis e agradveis. So festas simblicas e tergicas, isto , aquelas que se revestem de sentido especial e que so programadas pelos Guias, ou pelo Guia Responsvel pelos trabalhos. Festa de Ogum Festa de Oxssi Festa de Oxum 53

Festa de Iemanj Festa de Pretos-Velhos. Para elas todos os membros da entidade umbandista devero estar preparados de conformidade com as instrues do Guia da Casa. COSTUME Quer dizer menstruao, isto , o perodo em que a mulher, sendo mdium, no poder tomar parte nos trabalhos, muito embora possa estar presente como simples assistente. COTAS So assim chamadas as zeladoras de terreiro, quando mdiuns femininos, se j tiveram alcanado o terceiro grau de desenvolvimento. Os dois primeiros graus so IAS e SAMBAS. COVO Termo usado para designar cemitrio. CRAVO Flor de grande uso em banhos de descarga, bem como em defumaes e outros trabalhos de terreiro, dadas as suas grandes virtudes mgicas. CREDO-EM-CRUZ uma interjeio, que traduz espanto, admirao e repulsa, sendo tambm usada para evitar e afugentar os maus espritos. Fazer o sinal-da-cruz para, em seguida, rezar o Credo. CRDULO a pessoa de boa f e ingnua, que aceita e acredita em todas as tolices que os fanticos soltam em nome de Umbanda e outras correntes espiritualistas. CRENA a convico e firmeza em tudo quanto grande e elevado. CRENDICE o crdito que muita gente d a coisas falsas e absurdas decorrentes da ignorncia, do falso espiritismo. CRISMA assim chamado o leo com essncia aromticas, usado em terreiros para trabalhos de rituais de desenvolvimento e de Alta Magia. CRISTIANISMO Deu-se o nome de Cristianismo religio surgida em Roma, nos tempos de Nero, professada pelos chamados Cristos, os quais professavam a lei de Cristo ou Chrestos, com a significao hebraica de bom, doce, agradvel, saudvel, nutritivo etc. Cristo no representava 54

nome prprio, mas sim o equivalente a Messias, ou enviado de Deus. A crena crist afirma a existncia de um s Ente, o qual consideram como imutvel, absoluto, infinito, onipotente, onipresente e criador nico de todas as coisas e substncias. Dessas substncias compreende-se a criao dos entes espirituais puros (anjos), das matrias (astros), e dos homens, considerados de origem mista, por conterem em seu Eu o esprito e a matria ou o corpo e a alma. Deus esse esprito supremo, consciente e onisciente. Acreditam os cristos que os anjos, por serem criaturas de Deus, permanecem no cu os bons, e no inferno aqueles que se rebelaram contra as suas leis. Tem como ponto fundamental a filosofia crist, a crena na imortalidade da alma, condio essencial aos dogmas e moral do cristianismo. Acredita-se que todas as almas retomaro seus corpos, a fim de comparecerem ao tribunal de Deus, no dia do Juzo Universal, onde recebero o castigo ou o prmio pelas boas ou ms aes praticadas durante a passagem pela terra. Segundo os catlicos, cismticos ou protestantes, a alma vai para o cu ou para o inferno; e ainda; segundo a crena catlica, ir para o purgatrio, segundo a desobedincia das leis da Igreja. Na prpria Igreja Catlica, muita coisa errada se tem feito em nome de Deus. Para resumir, vamos falar sobre os Papas. Constituindo doutrina na igreja romana, o Papa representava o ponto vital da igreja universal de Cristo, investindo-se de autoridade suprema sobre bispos e pastores do mundo inteiro. Assim, o Papa investiu-se de plenos poderes e veio a ser, quase que universalmente, reconhecido como o enviado de Deus na terra, possuindo autoridade sobre a Igreja e sobre o Estado. Os mandamentos da Lei de Deus foram suprimidos em alguns pontos e insertos em outros, a fim de que permanecessem com nmero exato. Passaram a adorar as imagens, em completa desobedincia s Leis Divinas. Houve o protesto em virtude de que com o estabelecimento do papismo, a f em Cristo deixara de ser o verdadeiro fundamento da Igreja, atribuindo-se ao Papa o poder de autoridade em confiar e perdoar os erros dos homens. Foi imposta ao povo a condio de que o Papa representava o mediador de

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Cristo sobre a terra, e que ningum podia chegar junto ao Pai, a no ser por seu intermdio e que por esse motivo devia ser incondicionalmente obedecido e respeitado. O papado encheu-se de fora e de dinheiro, custa das chamadas indulgncias, sendo que, no sculo XIII instituiu-se o mais hediondo e horripilante instrumento da catequese romana, a chamada Santa Inquisio. Tornara-se o Papa o maior dspota do mundo, enquanto a igreja catlica atingia o clmax do seu poderio universal. CRUZAMENTO O cruzamento de mdiuns na Umbanda, um ato que deve ser revestido de toda a solenidade. Ele significa o entrosamento completo da mente do mdium com a mente do Guia-chefe de sua cabea, que passar, daquele dia em diante, a estabelecer uma corrente fludica definitiva, corrente esta adquirida no decorrer do seu desenvolvimento, atravs dos fluidos das entidades presentes no terreiro, durante a fase desse desenvolvimento. O cruzamento ter lugar quando o Guia-chefe do terreiro, que tem a responsabilidade da boa orientao e da harmonia que devem imperar no mesmo, sentir que os fluidos daquele mdium, at ento em desenvolvimento, atingiram a sua fase de aperfeioamento. Ento chegado o momento de fazer-se a chamada definitiva da entidade-Chefe de sua cabea, para que ela, tomando conhecimento de que se acha em completa ligao fludica com esse mdium, determine os materiais que deseja, como parte integrante de seu ritual, para que o cruzamento se realize com os fluidos de cada um desses materiais, dos quais a entidade vai se servir nos seus futuros trabalhos de magia. Falando sobre a parte prtica dessa cerimnia, devemos dizer que o cruzamento feito da seguinte maneira: o Presidente ou o Chefe de terreiro, faz com uma pemba branca 7 cruzes no mdium, sendo uma na cabea, uma na nuca, uma acima do peito do lado esquerdo, uma no peito de cada p, uma nas costas de cada mo, ao mesmo tempo que ser cantado em voz baixa: Encruza, encruza esse filho de Umbanda, encruza, encruza, encruza na lei de Umbanda. 56

As demais etapas do cruzamento do mdium, so as seguintes: A lavagem da cabea, a confirmao dos Protetores e a confirmao dos Guias. A lavagem da cabea feita derramando-se vinho tinto na cabea do mdium, depois de se cantar um ponto de caboclo. A confirmao do Protetor tem lugar depois de terminada a lavagem da cabea, cantando-se os pontos adequados, quando baixam os protetores do terreiro que preparam os colares guias que o mdium ter de usar. O Presidente ou o chefe do terreiro coloca na cabea do mdium uma coroa de espada-deSo-Jorge, guin e ramos de arruda. Derrama-se sobre a cabea do mdium uma pequena quantidade de vinho tinto, cantam-se os pontos de caboclos, at que o Protetor do mdium venha a se incorporar e risque seu ponto. E assim est terminado o cruzamento, podendo o mdium agora tomar parte nos trabalhos de terreiro. CUBANGO a designao de Exu entre os negros cabinda. CUBATA Quer dizer Choupana africana no angola. CUCUMBIS Festa de circunciso dos meninos, celebrada pelos Congos e Munhambanas. CUIPEUNA Flor de Quaresma. Planta cujas flores so muito usadas em trabalhos, em banhos e defumaes. CUMA Planta muito semelhante ao cip e possuindo grandes virtudes mgicas, sendo por isso muito empregada em trabalhos de terreiro. CUMBA Indivduo forte, valente e provocador. Esta palavra serve tambm para designar o Feiticeiro e todo aquele que se dedica a trabalhos de bruxaria. CUNDIM Farofa preparada com cebola, vinagre e azeite, cuja finalidade acompanhar os despachos feitos nas encruzilhadas. CURANDEIRISMO Concebe-se na Umbanda como Curandeirismo, o ato que os povos antigos praticavam no exerccio do que, hoje, se concebe como falsa medicina. Nas antigas civilizaes, onde o progresso era falho e a prtica da medicina ainda no havia tomado o seu 57

incremento, exercia-se o curandeirismo entre as tribos, com a finalidade de curar aqueles que se julgavam enfermos, ou possudos por seres infernais. Os curandeiros eram tidos como sbios, pelo fato de conhecerem profundamente o uso de frmulas qumicas obtidas com a infuso de ervas e razes, com as quais obtinham impressionantes resultados. Por outro lado, os curandeiros das tribos eram tambm chamados feiticeiros pelo fato de praticarem o que o vulgo chamava de feitiaria, por trabalharem com as correntes espirituais, na evocao de entidades demonacas. Durante o perodo da Idade Mdia, mais acentuada se tornou a prtica do curandeirismo, estendendo-se at o perodo compreendido entre os sculos XV a XIX. Na poca atua