Diário do Comércio - 29/10/2014

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ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 4 2 3 9 Página 4 São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2014 Conclusão: 23h45 www.dcomercio.com.br Jornal do empreendedor Ano 91 - Nº 24.239 R$ 1,40 Negada extradição a condenado do mensalão, com críticas ao estado precário das prisões brasileiras. Mensaleiro Pizzolato livre na Itália Suzane se casou com Sandra, condenada por sequestro e ex-mulher de Elize, que esquartejou o marido. Suzane é refém do amor no presídio Antes de completar o 1º de 7 anos e 11 meses de prisão, José Dirceu vai para casa. Foi um preso exemplar. Dirceu vai ficar preso em casa O principal delator do Petrolão segue internado em Curitiba, onde foi preso. Deporia hoje na Câmara. Youssef: mais UTI, fisioterapia e silêncio. Ex-senador, condenado por falsificação de documento público, foi de Tremembé (SP) para a Papuda. Luiz Estevão volta a Brasília REAÇÕES EM CADEIA Sai nova versão do software dos impostos. Arquivo com cálculos dos tributos será personalizado. Pág. 13 SEM PISCAR Excursão estudantil: 11 mortos. Estavam no ônibus que bateu contra carreta na SP-304, em Ibitinga (SP). Voltavam para Borborema, após conhecer a Sala São Paulo. Pág. 10 Tiago da Mata/Estadão Conteúdo Pág. 9 Vitrine para o mercado, novo Salão de SP reivindica pacote de incentivo às exportações. Pág. 16 Salão abre e pede mudanças Vanessa Carvalho/Agência O Globo Pág. 7 A primeira derrota da vitoriosa Dilma Rodrigo Paiva/Estadão Conteúdo- 18/08/05 Sérgio Castro/Estadão Conteúdo- 12/11/02 Ed Ferreira/Estadão Conteúdo-03/07/14 Aniele Nascimento/Estadão Conteúdo-13/11/0 Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo-05/10/06

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Ano 91 - Nº 24.239 - São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2014

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Page 1: Diário do Comércio - 29/10/2014

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Ano

91

- Nº 2

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Negada extradição acondenado do

mensalão, com críticasao estado precário das

prisões brasileiras.

M e n s a l e i roPizzolato

livrena Itália

Suzane se casou comSandra, condenada porsequestro e ex-mulher

de Elize, queesquartejou o marido.

Suzaneé refém do

amor nopresídio

Antes de completar o1º de 7 anos e 11 mesesde prisão, José Dirceuvai para casa. Foium preso exemplar.

D i rc e uvai ficarpresoem casa

O principal delatordo Petrolão segueinternado em Curitiba,onde foi preso. Deporiahoje na Câmara.

Yo u s s e f :mais UTI,fisioterapiae silêncio.

Ex-senador, condenadopor falsificação dedocumento público,foi de Tremembé (SP)para a Papuda.

LuizE s t ev ã ovolta aBrasília

REAÇÕES EM CADEIA

Sai nova versão do software dos impostos. Arquivo com cálculos dos tributos será personalizado. Pág. 13

SEMPISCAR

Excursãoestudantil:11 mortos.

Estavam no ônibus que bateu contra carreta naSP-304, em Ibitinga (SP). Voltavam para Borborema,

após conhecer a Sala São Paulo. Pág. 10

Tiago da Mata/Estadão Conteúdo

Pág. 9

Vitrine para omercado, novo Salãode SP reivindica pacotede incentivo àsexportações. Pág. 16

Salão abree pedemu d a n ç a s

Vanessa Carvalho/Agência O Globo

P á g. 7

A primeira

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2 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A MISSÃO DA OP O S I Ç Ã O T UCANASXC

A expectativa é que a nova política seja explicitada em suas linhas gerais muito antes do fim do ano.José Márcio Mendonça

SÓ FALARNÃO BASTA

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA

Ogoverno foi surpre-

endido com o movi-

mento do dólar e da

bolsa de valores na

pós reeleição. Esperavam os

articuladores oficiais que o

simples fato de a presidente

Dilma Rousseff ter garantido

mais quatro anos de ocupação

do Palácio do Planalto as coi-

sas no mercado financeiro se

acalmariam e os especulado-

res perderiam o apetite.

Não foi e não deve ser bem

assim por algum tempo, com

altos e baixos no mercado

ocorrendo ao sabor de aconte-

cimentos políticos, pois a

questão básica as urnas não

resolveram – a baixa credibili-

dade da política econômica

dos últimos anos, também co-

nhecida como "nova matriz

macroeconômica". Não é um

governo novo, ao menos até

ordem em contrário.

Epara combater a des-

confiança que deu um

tombo de mais de 12%

nas ações da Petrobrás e de

3% no índice Bovespa (com pi-

cos de baixa de 6%), o governo

escalou o homem errado, no

lugar errado e na hora errada –

o ministro da Fazenda, Guido

Mantega, ora cumprindo avi-

so prévio e com data de valida-

de máxima em 31 de dezem-

bro. Mantega convocou a im-

prensa para uma entrevista de

surpresa, e disse exatamente

o que ninguém viu e ninguém

acredita: que a vitória da pre-

sidente sobre Aécio Neves sig-

nificou um aval à política eco-

nômica do governo.

Ele aproveitou para anun-

ciar novas medidas de apoio à

indústria, numa linha que tem

sido muito criticada, pois não

produziu efeitos positivos visí-

veis até agora. E avisou que o

governo seguirá denodado no

combate à inflação e mantém

seus compromissos de tratar

as contas públicas com zelo.

Com uma inflação teimo-

samente acima da me-

ta de 4,5% e ameaça de

fechar o ano com déficit pri-

mário negativo, é uma versão

difícil de comprar. Não será

por aí a reconquista da con-

fiança perdida.

Embora no discurso da fes-

ta de domingo a presidente

Dilma tenha já contrariado a

tese do aval à política econô-

mica de Mantega, ao afirmar

que as eleições se deram so-

bre a égide do desejo de mu-

dança, ela deu pouca ênfase

à questão econômica, com

referências protocolares aos

compromissos inabaláveis

de combate à inflação e de

compromisso com a austeri-

dade fiscal, igualzinho a seu

ministro no dia seguinte.

Dilma preferiu colocar o fo-

co na defesa de um plebiscito

para aprovar a reforma políti-

ca, proposta que ela apresen-

tou no auge das manifesta-

ções juninas do ano passado e

abatida no início do vôo pelo

Congresso, à frente o aliado

PMDB. Agora, de novo, o PMDB

se insurge contra a sugestão,

RODRIGO SIAS

PresidenteRogério Amato

Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, LúciaHelena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Sílvia Pimentel e Victória Brotto.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.

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FALE CONOSCO

Fundado em 1º de julho de 1924

na voz do presidente do Sena-

do, Renan Calheiros, e do líder

do partido na Câmara, Eduar-

do Cunha. Gente da própria

"entourage" de Dilma criticou

a leve referência à economia e

a insistência no plebiscito.

A p rópr ia

p res i den te

parece ter se

dado conta do

e q u í v o c o e

nas duas pri-

meiras da en-

trevistas co-

memorativas

dadas à tele-

visão, na Re-

cord e na Glo-

bo, e na se-

quência uma

da outra, dis-

se que até o fi-

nal do ano vai

anunciar as

m u d a n ç a s

que fará na

economia –

diferença de

t o m p a r a

quem, duran-

te a campa-

nha, garantia

que está tudo

na l inha, in-

t e rn a m e n t e ,

e os sofrimen-

tos da econo-

mia nacional

vêm lá de fo-

ra. Descons-

truiu também

a fala de Guido Mantega na tar-

de, mas sem dizer quando co-

meça a mudar e, em especial,

as linhas gerais das mudanças

que pretende fazer.

A expectativa é que a nova

política seja explicitada em

suas linhas gerais muito antes

do fim do ano. Se demorar, a

volatilidade no mundo econô-

mico volta – e as decisões de

investimento continuarão

p o s t e rg a d a s .

Ava l ia -se também que

apenas a palavra da presi-

dente, por mais credibilidade

que o cargo passe e que ela

tenha pessoalmente, não

bastará. Haverá necessida-

de de indicar um ministro da

Fazenda para o lugar de Man-

tega que , por sua imagem,

atuação e compromissos se-

ja o avalista desta mudança,

que, se for na linha que os em-

presários querem, será uma

guinada também nas arrai-

gadas convicções econômi-

cas da presidente.

Não é sem razão que no-

mes como o de Henrique Mei-

relles, ex-presidente do Ban-

co Central, e de Luiz Trabuco,

presidente do Bradesco, co-

mecem a aparecer com força

na lista dos "ministeriáveis"

e que segundo fontes, foram

indicados a ela por Lula.

O ex-presidente tem um fa-

ro excepcional para sentir a di-

reção dos ventos, não só do la-

do popular como também das

"elites". Os nomes podem até

não ser esses, mas esse seria o

modelo. Isso se Dilma real-

mente pretende mudar.

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA É

J O R N A L I S TA E A N A L I S TA POLÍTICO

Em 2005, no auge

do escândalo do

Mensalão, os partidos

de oposição (em especial, o

PSDB e o então PFL) tiveram

a oportunidade de iniciar o

impeachment do presidente

Lula e barrar o projeto de

poder autoritário do PT no

nascedouro. Mas na época o

ex-presidente FHC preferiu

derrotar o PT nas urnas no

ano seguinte. Depois de

quase um ano, porém, a

economia brasileira já tinha

se recuperado, o PMDB já

estava “junto e misturado”

ao petismo e o Bolsa Família

dava seus indiscutíveis

dividendos eleitorais, como

se invenção petista fosse.

A história mostrou que a

opção de esperar o embate

nas urnas foi um erro

estratégico monumental.

Tal erro jamais teria sido

cometido pelo PT, o qual

desde sempre bradava o

"Fora FHC" e colocava seus

militantes nas ruas.

Essa é a primeira missão

tucana: se o PSDB e

Aécio Neves quiserem fazer

oposição de verdade –

deverão usar de todos os

meios e recursos ao alcance

e não apenas limitar-se aos

embates nas urnas.

Política de oposição se faz

levando a militância às ruas,

convocando CPIs diversas,

engajando-se em batalhas

judiciais, negando a

nomeação de ministros do

STF e barrando a aprovação

do Orçamento. A oposição

tucana deve aprender com

o PT da década de 1990, que

tudo denunciava. Era

"UDN de macacão", na

feliz expressão de Brizola.

Nem é preciso mentir

para desmoralizar o PT.

Mas a verdade deve ser dita

incessantemente para

cumprir a profecia bíblica:

"a verdade vos libertará".

Asegunda missão

tucana: preservar o

capital político conquistado

e apresentar-se como

representante legítimo dos

insatisfeitos, que são a

maioria. Dilma conseguiu

só 41,59% dos votos totais,

ou seja, a maioria dos

eleitores não votou no PT e

não está nem um pouco

satisfeita com o que aí está.

Essa militância espontânea

caiu no colo de Aécio

e pode sentir-se confortável

no ninho tucano se o

PSDB for combativo.

Além disso, deve-se

manter em torno de Aécio os

principais aliados que

aderiram à campanha no

segundo turno. Mais uma

vez, é necessário utilizar-se

da lição de Paulo Freire

aprendida por Lula e o PT:

"unir os diferentes para

derrotar os antagônicos".

Uma "frente unida

anti-PT" poderia ser

mantida e viabilizar as

investigações dos inúmeros

casos de corrupção (em

especial, o Petrolão) e criar

um clima propício até para o

impeachment de Dilma.

Dentro desse bojo, mesmo

uma parte do PMDB

poderia ser atraída, bem

como outros dissidentes

da base aliada que estão no

PP e PSD, por exemplo.

Aterceira missão:

trabalhar a partir de

agora e não só quando

faltarem alguns meses para

a próxima eleição. Quem

quer ganhar eleições pensa

no longo prazo e forma uma

militância que dá sangue,

suor e lágrimas pelo projeto

do partido. A acachapante

vitória de Aécio em São

Paulo não pode apagar o

fato de que o PT conseguiu

quase 8,5 milhões de votos

no estado, graças a uma

militância cuidadosamente

adestrada ao longo de

décadas. O Bolsa Família

acabou com a resistência do

eleitorado nordestino ao

petismo, mas o PT manteve

sua média histórica de bom

desempenho entre a classe

média das grandes cidades

do Sudeste e Sul.

O que nos leva à quarta

missão: libertar-se da

armadilha da retórica

petista do "nós contra eles"

e da suposta divisão do país

entre "Norte x Sul". Se é

verdade que no Nordeste

Dilma conseguiu mais de

70% em alguns estados,

basta fazer as contas para

constatar que no Sudeste

Dilma teve 9,9 milhões de

votos, ou seja, basicamente

a mesma ordem de

grandeza dos votos

nordestinos (20,2 milhões).

Somando a região Sul, o PT

teve 26,6 milhões no

Sul-Sudeste, ou seja, mais

do que no Nordeste inteiro.

Aquinta missão: não

nutrir ilusões sobre a

moral e o comportamento

futuro do PT. A campanha

petista mostrou mais uma

vez que eles não possuem

limites. São sórdidos,

baixos e canalhas. Não têm

pudores em alimentar

o medo, a inveja e a cizânia

entre a população.

No discurso da vitória,

Dilma deixou claro o seu

desprezo pelo candidato

que recebeu mais de 51

milhões de votos, hostilizou

a imprensa – p ro m e t e n d o

"democratizar a mídia" e

terá como principal meta de

seu segundo mandato fazer

uma ampla reforma política.

O que o PT entende

por reforma política –

financiamento público de

campanha, voto em lista,

mudança do pacto

federativo para tirar poder

de São Paulo, plebiscitos

sobre tudo, maior poder

para movimentos

sociais aparelhados e

uma constituinte exclusiva –

é basicamente, a mudança

total das regras do jogo,

de forma que eles nunca

mais saiam do Planalto.

Portanto, é preciso

paralisar todos os

"projetos bolivarianos",

que passarão a ser a

agenda diária do governo.

Se o tucanato embarcar no

discurso de "união" e ceder

um milímetro já seria

um atestado definitivo de

traição para com a

maioria dos brasileiros,

que rejeitaram o projeto

petista de país.

RODRIGO SIAS É MESTRE EM

ECONOMIA PELA UN I V E R S I DA D E

FEDERAL DO RIO DE JA N E I RO

Ed Ferreira/Estadão Conteúdo

Mercado e investidores querem saber quem substituirá Mantega

Page 3: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3

Sucessãode fraudes

PALAVRAS AC O N S I DE R A R

PT É UM PARTIDO ILEGAL, QUE NÃO TEM O DIREITO DE EXISTIR E DE APRESENTAR CANDIDATOS

Eleição com contagem devotos secreta viola um princípio

elementar da democracia,a transparência do processo.

PAULO SAAB

Circulou um vídeo

na internet, a

princípio atribuído

a Eros Grau, jurista

brasileiro e ministro

aposentado do Supremo

Tribunal Federal. F ui

checar e descobri que

na verdade o texto é do

ex-pastor evangélico

Caio Fábio. Não o

conheço, mas tenho

o vídeo e creio que

o que ele diz deveria ser

conhecido por todos

os brasileiros de bom

senso e boa-fé.

Reproduzo aqui a

maior parte do conteúdo ,

no qual ele diz: "A

corrupção (no País) é

inigualável;

praticamente não

existem na Terra

números do tamanho da

nossa corrupção, do

governo Lula, do governo

Dilma e do governo

do PT. Não tem tamanho,

a América não consegue

produzir desvios desse

monte, nem a Europa.

(...) O desejo do PT seria

que a soberania deles

fosse tão grande que os

três Poderes existissem

somente para dar

satisfação à democracia

internacional (...) apenas

para dizer: somos uma

república democrática,

temos votação de quatro

em quatro anos e temos

três poderes, mas

todos debaixo de um

O PT já pediu muito uma

mídia livre no tempo em

que se sentia oprimido,

tudo o que queria era

mídia. Agora que eles

têm o poder, tudo o que

não querem é a mídia, e

tudo o que a mídia diga

acerca deles (...) passa a

ser afronta, mentira,

calúnia e desejo de

desbanque de um

governo que, por critérios

da democracia

americana já teria sofrido

20 impeachments desde

que começou." Para o

pastor, Dilma é só uma

"representanta"; não é "

nem uma presidenta (...),

é um símbolo, um

símbolo caninamente

raivoso... que entrou

nessa com uma avidez

enorme, que existe para

tentar justificar o

injustificável, responder

ao irrespondível", e isso

só dá certo "porque eles

tem uma bolsa e uma

militância canina. Quem

garantiu milhões de

família debaixo dessa

dependência garantiu no

mínimo a possibilidade

de reeleição".

" Esta foi a grande

jogada, este foi o grande

sequestro, este foi o

grande rombo da alma

nacional que veio a

acontecer. Agora o

próximo passo será

diminuir os espaços da

mídia, aumentar os

controles na internet, vão

regular , regular, regular,

(...) Cada novos 4 anos

que se der a este projeto

criará uma metástase

infinitamente maior, pois

as bases cancerígenas

estão postas há 12 anos

e crescem

avassaladoramente" .

OBrasil, diz Caio

Fábio, está num

estado "terminal"e para

virarmos uma Venezuela

é questão de 4, 5 , 8 anos

no máximo;. "Talvez

daqui a 4 anos haja uma

quantidade enorme de

pessoas dizendo que não

dá mais pra viver aqui,

minha alma já não

suporta isto aqui , como a

minha já não suporta um

monte de coisas que vejo

acontecendo e todos

engolindo como se fosse

uma condição "sine qua

non". É chocante, é triste,

absurdo e a cegueira é a

coisa que mais me choca

neste processo: ver que

quase ninguém entende,

quase ninguém vê, quase

ninguém enxerga."

PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA ,PA L E S T R A N T E E E S C R I TO R

OLAVO DE CARVALHO

Houve f raude nas

eleições presiden-

ciais de 2014? Sem

o menor temor de

errar, afirmo categoricamen-

te: houve não uma, nem duas,

nem mil, mas a mais longa e

assombrosa sucessão d e

fraudes que já se observou na

história eleitoral de qualquer

país, em qualquer época.

Essa afirmação, que soará

hiperbólica aos ouvidos de

quem não conhece os fatos o

suficiente para poder medi-la,

traduz uma verdade literal e

simples que qualquer um, se

quiser investigar um pouco

em vez de julgar sem conheci-

mento de causa, poderá con-

firmar por si próprio.

Primeira série de fraudes:

ALei dos Partidos Políti-

cos de 1995, Art. 28, alí-

nea II, afirma taxativa-

mente que será cassado o re-

gistro de qualquer partido que

se comprove ser subordinado

a uma organização estrangei-

ra. O PT, segundo a propagan-

da do seu III Congresso, reco-

nhece o Foro de São Paulo co-

mo "coordenação estratégica

da esquerda latino-america-

na". Ao subscrever e colocar

em prática as decisões das as-

sembléias gerais do Foro, esse

partido reconhece sua subor-

dinação a um plano interna-

cional que não só jamais foi

discutido ou aprovado no nos-

so Parlamento, como advoga,

sem dar disto a menor ciência

ao povo brasileiro, a dissolu-

ção da soberania nacional me-

diante a integração do país

num monstrengo internacio-

nal chamado "Pátria Grande",

cuja capital é Havana e cuja

língua oficial é o portunhol.

A sra. Dilma Rousseff, em

especial, chegou a ser louva-

da pelo ditador venezuelano

Hugo Chávez como "grande

patriota... patriota da Pátria

Grande". Será possível não

entender que ninguém pode

ser ao mesmo tempo um pa-

triota da pátria brasileira e um

servidor leal da organização

internacional empenhada em

engolir essa pátria e governá-

la desde assembleias e em

reuniões secretas realizadas

em Havana, em Caracas ou

em Santiago do Chile?

Quando digo "reuniões se-

cretas", não é uma interpreta-

ção que faço. É o traslado dire-

to da confissão cínica apre-

sentada pelo sr. Lula da Silva,

não numa conversa particu-

lar, mas em dois discursos ofi-

ciais transcritos na página da

Presidência da República (um

deles em www. olavo deca rva-lho.org/semana/050926dc.htm )

Se ainda vale o princípio de

que de duas premissas decor-

re uma conclusão, esta só po-

de ser a seguinte: o PT é um

partido ilegal, que não tem o

direito de existir nem muito

menos de apresentar candi-

datos à presidência da Repú-

blica, aos governos estaduais

ou a qualquer câmara esta-

dual ou municipal.

Segunda série de fraudes:

Tão óbvia e gritante é es-

sa conclusão, que para

impedir que o cérebro

nacional a percebesse foi pre-

ciso ocultar da opinião públi-

ca, durante dezesseis anos se-

guidos, a mera existência do

Foro de São Paulo, para que

pudesse crescer em segredo e

só se tornar conhecido quan-

do fosse tarde demais para de-

ter a realização dos seus pla-

nos macabros.

Nesse empreendimento

aliaram-se todos os órgãos da

"grande mídia", reduzindo o

jornalismo brasileiro a uma

vasta e abjeta operação de de-

sinformação e forçando o povo

brasileiro, em sucessivas elei-

ções, a votar em candidatos

cujo programa de ação desco-

nhecia por completo e, se o co-

nhecesse, jamais aprovaria.

Terceira série de fraudes:

OForo de São Paulo é a

mais vasta, mais po-

derosa e mais rica or-

ganização política que já exis-

tiu no continente. Seu funcio-

namento – assembléias, gru-

pos de trabalho, publicações,

viagens e hospedagens cons-

tantes para milhares de agen-

tes – é inviável sem muito di-

nheiro que até hoje ninguém

sabe de onde vem e cuja ori-

gem é feio perguntar.

É praticamente impossível

que verbas do governo brasi-

leiro não tenham sido desvia-

das em segredo para essa en-

tidade. É mais impossível ain-

da que grossas contribuições

não tenham vindo de organi-

zações de narcotraficantes e

sequestradores como as Farc

e o MIR chileno, que ali são

aceitas como membros legíti-

mos e tranquilamente discu-

tem, nas assembleias, grupos

de trabalho e encontros reser-

vados, a articulação dos seus

interesses criminosos com o

de partidos políticos como o PT

e o PC do B.

Quarta série de fraudes:

Asra. Dilma Rousseff,

servidora dessa gerin-

gonça imperialista, ja-

mais poderia ser candidata a

qualquer cargo eletivo no Bra-

sil. Urnas que votam sozinhas

ou que já chegam à seção elei-

toral carregadas de quatro-

centos votos para a candidata

petista, como tantos eleitores

vêm denunciando, são ape-

nas subfraudes, ou pedaços

de fraudes, em comparação

com a fraude magna que é a

presença, na lista de candida-

tos presidenciais, da agente

notória e comprovada de um

esquema estrangeiro empe-

nhado em fagocitar e dissol-

ver a soberania nacional.

Quinta série de fraudes:

Eleição com contagem de

votos secreta não é elei-

ção, é fraude. O sistema

de ocultações montado para

isso, sob a direção de um advo-

gadinho chinfrim sem mestra-

do, sem obra notável publica-

da e sem qualquer currículo ex-

ceto serviços prestados a um

dos partidos concorrentes, vio-

la um dos princípios mais ele-

mentares da democracia, que

é a transparência do processo

eleitoral. Como observou uma

advogada que tentou denun-

ciar em vão a anomalia impos-

ta ao eleitor brasileiro, "é o cri-

me perfeito: o acusado se in-

vestiga a si próprio".

Que mais será preciso para

concluir que, sob todos os as-

pectos, a eleição presidencial

de 2014 foi em si uma fraude

completa e majestosa, coroa-

mento da longa sucessão de

fraudes em série em que se

transformou a política brasi-

leira desde o ingresso do PT no

cenário eleitoral?

OL AVO DE CA RVA L H O É J O R N A L I S TA ,E N S A Í S TA E P RO F. DE FILOSOFIA

mesmo controle. (...)

Diz ainda o texto de

Caio Fábio: "Para

isto uma mídia livre não

serve. Fidel Castro e Cuba

se tornaram centro de

treinamento, há muitos

anos, para

desenvolvimento e

implemento desses ardis,

de não precisar mais

fazer guerrilhas para

tomar o poder. Hoje em

dia vai-se devagar

comendo pelas beiradas

até chegar o centro do

poder, e daí inicia-se um

aparelhamento de dentro

pra fora. E uma vez que

este aparelho controle os

demais grupos que não

têm o poder, (...) estes

vão ficando

e n c u rr a l a d o s ,

assustados, fazendo

parte de uma minoria que

vai se marginalizando

pelo medo."

Oa p a re l h a m e n t o

do Judiciário é outro

ponto que o texto

destaca, com um alerta

de que isso pode ocorrer

nos próximos quatro anos

do governo Dilma. "Se

você deixar, o Supremo

Tribunal Federal vai estar

totalmente aparelhado.

Não vai ter ninguém lá

que não seja indicado

pelo governo do PT. ".

Também adverte para

a tentativa de minar o

poder da mídia, " que já

é tratada hoje pelo PT

como um demônio, como

um diabo." E continua: "

SXC

Page 4: Diário do Comércio - 29/10/2014

4 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

HOJE NA CAPITAL

CRUZADAS DIRETAS

14o | 30oCSol com algumas nuvens. Não chove.

Sol com algumas nuvens. Não chove.

Sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite.

Sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite.

AMANHÃ, 30/OUT

SEX, 31/OUT

SAB, 01/NOV

Mín. Máx.

18o | 31o CMáx.

Máx.

Máx.

Mín.

Mín.

Mín.

19o | 32o C

19o | 30o C

Page 5: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5

Reforma ministerial podeacabar com feudos do PTPresidente Dilma vai anunciar mudanças no Ministério até o Natal e precisa abrir espaços para aliados

Apresidente Di lma

Rousseff quer aca-

bar com os feudos

dos partidos políti-

cos na Esplanada dos Ministé-

rios ao anunciar sua equipe do

segundo mandato, além de

fortalecer a articulação políti-

ca do Palácio do Planalto. Deci-

dida a não deixar que as legen-

das transformem as vagas do

primeiro escalão em "capita-

nias hereditárias", que pas-

sam de um governo para ou-

tro, Dilma pretende fazer uma

ampla troca de cadeiras na

qual nem todos ficarão onde

estão. O PT, hoje com 17 dos

39 assentos no Ministério, po-

derá ter seu espaço reduzido.

Nesta reforma, o novo mi-

nistro da Fazenda, que ocupa-

rá o lugar de Guido Mantega,

será um dos primeiros nomes

conhecidos, e deve ser anun-

ciado em novembro. "Não é o

momento nem a hora de dis-

cutir nomes do próximo gover-

no. Mas pretendo fazer (m u-dança no Ministério da Fazenda)antes de tomar posse no se-

gundo mandato. Vou aprovei-

tar este final de ano", disse Dil-

ma ontem em entrevista ao

jornalista Ricardo Boechat, da

TV Bandeirantes.

REFERENDOApoiada por uma coligação

de nove partidos (PT, PMDB,

PSD, PP, PR, PROS, PDT, PCdoB

e PRB), a presidente sabe que

enfrentará resistências na ba-

se aliada, mas avalia que tudo

será resolvido com negocia-

ção caso a caso. Eleita com

uma margem apertada de vo-

tos na disputa contra Aécio

Neves (PSDB), Dilma tem uma

"fatura" política a pagar e fará

de tudo para evitar rebeliões e

problemas com o Congresso.

Ontem, por exemplo, Dilma já

sinalizou para o Congresso

que aceita um "referendo" em

vez de um "plebiscito" para a

reforma política que defende.

Parlamentares censuraram as

declarações de Dilma, na se-

gunda-feira, a favor do plebis-

cito. No referendo, como o no-

me diz, a população vai acei-

tar ou não uma proposta já ela-

borada pelo Congresso.

Auxiliares de Dilma, porém,

dão como certo o "rodízio" dos

partidos no comando de pas-

tas, com prováveis "compen-

sações" em diretorias de esta-

tais. Ministérios como o dos

Transportes, há anos com o

PR, Cidades, nas mãos do PP, e

Previdência, dirigidas pelo

PMDB, podem entrar nesse re-

m a n e j a m e n t o.

NÚCLEO DURONa tentativa de driblar re-

voltas de aliados, que barrem

votações importantes para o

governo no Congresso, Dilma

quer reabilitar o chamado "nú-

cleo duro" do Planalto para

discutir semanalmente as es-

tratégias do governo. O grupo

foi criado no primeiro manda-

to do então presidente Luiz

Inácio Lula da Silva, em 2003,

e Dilma chegou a participar

dele como ministra da Casa Ci-

vil. O desejo da presidente é

resgatar o modelo de uma Ca-

sa Civil mais política, como no

tempo do então ministro Anto-

nio Palocci –que caiu em 2011,

no rastro do escândalo da mul-

tiplicação do patrimônio –,

acompanhado de um núcleo

que a assessore no dia a dia da

relação com o Congresso. O

grupo seria agora composto

por ministros próximos, os

chamados "dilmistas".

Embora o nome do chefe da

Casa Civil, Aloizio Mercadan-

te, seja mencionado nos basti-

dores como candidato ao Mi-

nistério da Fazenda, é prová-

vel que ele permaneça no co-

mando da Casa Civil como

"capitão" do time. Antes mes-

mo do resultado das urnas, in-

terlocutores de Dilma já di-

ziam que, vencendo a eleição,

ela procuraria um

nome do merca-

do financeiro pa-

ra o lugar de Gui-

do Mantega, na

tentativa de acal-

mar o setor. O mi-

nistro do Desen-

volvimento Agrá-

rio, Miguel Ros-

setto, pode ser

deslocado para a

Secretaria- Geral

da Presidência,

hoje ocupada por

Gilberto Carva-

lho. Isolado no

g o v e r n o e h o-

mem da confian-

ça de Lula, Carva-

lho assegurou

que não ficará no segundo

mandato de Dilma. O gover-

nador da Bahia, Jaques Wag-

ner, será levado para o gover-

no e ajudará Dilma na articula-

ção política, mas ela ainda es-

tuda qual a melhor pasta para

acomodar o petista. "Se a pre-

sidente me chamar eu vou,

mas só digo que economia não

é a minha praia", disse ele, ne-

gando especulações de que

possa ir para a Fazenda.

COMÉRCIO EXTERIORDilma pretende convidar Jo-

sué Gomes da Silva, da Cote-

minas, para a pasta de Desen-

volvimento, Indústria e Co-

mércio Exterior. No início des-

te ano, ele foi sondado para o

cargo, mas recusou a oferta,

sob a alegação de que tinha

problemas para assumir o

posto. Filho de José Alencar,

que foi vice-presidente de Lula

e morreu em 2011, Josué con-

correu ao Senado por Minas,

mas perdeu a eleição. O ex-mi-

nistro e secretário da Cultura

de São Paulo, Juca Ferreira, po-

de voltar para a Esplanada,

substituindo Marta Suplicy

(PT) no ministério da Cultura.

Marta voltará para o Senado,

onde o PT perdeu espaço e

precisa de parlamentares na

linha de frente para enfrentar

a oposição capitaneada pelo

PSDB de Aécio Neves.

No Planalto, o comentário é

que Dilma não se esquece do

gesto do governador do Cea-

rá, Cid Gomes, que deixou o

PSB e se filiou ao PROS para

apoiar sua candidatura. Além

disso, Cid lançou para sua su-

cessão o petista Camilo San-

tana, que foi eleito. (Agências)

Kevin Lamarque/Reuters

Barack Obama diz que quer trabalhar com o governo do Brasil

Kassab é cotado para MinistérioEx-prefeito de São Paulo, líder do PSD, pode ocupar a pasta de Cidades no segundo governo Dilma.

Poucos dias depois de

Dilma Rousseff (PT)

ser reeleita para a pre-

sidência da Repúbli-

ca, o que ocorreu no domingo,

já são expressivos os nomes

cogitados para a reforma mi-

nisterial que deve acontecer

em parte no próximo mês e o

restante a partir de 1º de janei-

ro de 2015, data da posse de

Dilma para o segundo manda-

to. O PSD do ex-prefeito de São

Paulo Gilberto Kassab deverá

ganhar mais uma vaga na

equipe de governo da presi-

dente Dilma Rousseff, man-

tendo a Secretaria da Micro e

Pequena Empresa com Gui-

lherme Afif Domingos.

Apesar de filiado ao PSD, Afif

Domingos entrou no governo,

no ano passado, na cota pes-

soal de Dilma Rousseff e fez re-

levantes modificações na

área tributária (no Simples,

que foi ampliado), e também

na desburocratização, ado-

tando medidas que reduziram

o tempo para abertura e fe-

chamento de empresas.

Na bolsa de apostas, o nome

de Gilberto Kassab é citado

para ocupar o Ministério das

Cidades, mas ele desconversa

sobre nomeações. "O PSD se-

rá governo, sim, mas não im-

pôs qualquer condição ao de-

clarar apoio à presidente e a

escolha de ministros é uma

decisão da presidente", afir-

mou Kassab, que foi derrotado

na disputa pelo Senado. Ga-

nhou a vaga o ex-governador

José Serra (PSDB).

AG R I C U LT U R AA senadora Kátia Abreu

(PMDB-TO) conta com a sim-

patia de Dilma Rousseff e é co-

tada para o Ministério da Agri-

cultura, Pecuária e Abasteci-

mento (MAPA) embora uma

ala do PMDB queira agora em-

placar o presidente da Câma-

ra, Henrique Eduardo Alves

(RN), nessa vaga.

Alves saiu derrotado no últi-

mo domingo da disputa pelo

governo do Rio Grande do Nor-

te. Perdeu para Robinson Fa-

ria, do PSD.(Agências)

Marcos Moraes/Brazil Photo Press/EC

Obama liga para Dilmae propõe nova visita de Estado

Opresidente americano,Barack Obama, ligouontem à noite para a

presidente Dilma Rousseff e aparabenizou pela reeleição.Obama também aproveitoupara dizer que esperaremarcar para o ano que vema visita de Estado que Dilmafaria em outubro do anopassado, mas que adiou porconta do vazamento do casode espionagem americana.Dilma, membros do governo ea Petrobras foram alvo daespionagem do AgênciaNacional de Segurança.

"(Espero que os doispaíses) trabalhem osmecanismos existentes paradefinir a agenda para 2015,estabelecendo as bases parapreparação da visita deEstado da Presidentabrasileira aos EUA emmomento oportuno",disse ele.

Obama afirmou à colegabrasileira que as eleições nopaís demonstraram "solidezda democracia brasileira" eexpôs que pretendecontinuar a trabalhar com ogoverno do Brasil.

O americano afirmou aindaque espera encontrar Dilma

Financial Times fala emchoque de credibilidade

O jornal britânicoFinancial Timespublicou editorial na

edição de ontem em quedefende mudanças urgentesnas políticas econômicasapós a reeleição dapresidente da República."Dilma Rousseff deve agoratraçar um novo curso paraum País dividido que sofre dedesaceleração da economiaem meio a um ambienteglobal cada vez mais difícil",diz o texto.

O editorial sustenta que oBrasil "precisadesesperadamente de umchoque de credibilidade". Oprincipal jornal de economiaeuropeu defende que Dilma"precisa abandonar aretórica da luta de classes dacampanha e realizar umesforço genuíno esustentável para recuperar aconfiança do sul do País".

Ao lembrar que o sulbrasileiro votou"esmagadoramente" contra areeleição, o FT diz que sem oapoio da região "há poucaesperança de alcançar omaior investimento que oBrasil precisa".

O jornal afirma que aagenda da presidentereeleita é "longa", mas atarefa mais urgente é anomeação de um novoministro da Fazenda "comestatura e autonomiasuficientes para resolver osproblemas econômicos doBrasil". "Se ela não o fizer, osmercados financeiros irãoforçar um ajuste. Osinvestidores não estãodispostos a dar o benefícioda dúvida", diz o FT.

Além do editorial, o jornalpublica uma ampla chamada

em Brisbane, na Austrália, porocasião do G-20, nos dias 15 e16 de novembro. Finalmente,Obama disse que o viceamericano, Joe Biden, contoua ele que teve boa impressãodo Brasil quando esteve emSão Paulo para a abertura daCopa do Mundo.

As informações foramdivulgadas pela Secretaria deComunicação Social daPresidência, segundo a qualDilma agradeceu as palavrasdo colega americano e disseque "é importante o trabalhobilateral com vistas apreparar uma visita deEstado aos EUA.

A presidente tambémafirmou que as eleições foramimportantes para o Brasil epara a região. E que o Brasiltem "todo o interesse emestreitar os laços com osEstados Unidos".A presidente respondeu queserá uma satisfaçãoencontrá-lo na Austrália.

Dilma também recebeuontem uma ligação decortesia do presidenteda Guiné Bissau, José MárioVaz, por conta de sua vitóriano último domingo.(Ag. Globo)

na capa do jornal com foto deuma eleitora comemorandoa reeleição. Há, ainda, umareportagem que destaca aexpectativa de que osegundo mandato de Dilmapossa ter um tom mais"reconciliador" após apequena vantagem nasurnas. Essa expectativa écompartilhada por analistasouvidos pelo FT e acontece adespeito do forte ajuste dospreços dos ativos vistoo nte m .

RECADOO jornal The New York

T imes publicou duasreportagens sobre aansiedade de empresários eestrategistas do mercadofinanceiro por correções quetirem o Brasil da estagnação.E sustenta que a escolha do novo ministro da Fazendadeve "telegrafar" asintenções de Dilma para acondução da economia. "Atroca pode abrir caminhopara mudanças de políticasque provocaram a ira entreos principais empresários einvestidores no Brasil, comocontrole de preços noscombustíveis", diz o texto.

Para o NY T, os gastossociais devem continuar emalta no segundo mandato."Dezenas de milhões debrasileiros estão sebeneficiando das baixastaxas de desemprego egenerosos programas debenefícios sociais", avalia apublicação, que demonstrapreocupação com uma"economia estagnada",onde empresários nãoinvestem e a inflaçãoresiste à queda.( Ag ê n c i a s )

No SBT, presidente reforça o apelo: "vamos dar as mãos", disse.

Reprodução

Dilma volta a falar em disposição de "diálogo", ao dar entrevista a Ricardo Boechat.

Pretendo fazer(mudança naFazenda) antes detomar posse nosegundo mandato.Vou aproveitar estefinal de ano.DILMA ROUSSEFF

O PSD serágoverno, sim,mas não impôsqualquercondição aodeclarar apoio àpresidente DilmaRousseff.GI L B E RTO KA S S A B, LÍDER DO

PSD

Page 6: Diário do Comércio - 29/10/2014

6 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dilma não tem autoridade moral para propor um diálogo.Aloysio Nunes Ferreira, senador (PSDB-SP).

Oposição articulacomando da Câmara

PSDB, DEM, PPS e SDD avaliam candidatura própria para a presidência da Câmara dos DeputadosGustavo Lima/Câmara dos Deputados

Antônio Imbassahy diz que está sintonizado com a vontade popular

Os partidos de oposi-

ção na Câmara dos

Deputados já co-

meçaram sua arti-

culação após o período eleito-

ral e discutiram, ontem, a pos-

sibilidade de apresentar uma

candidatura própria à presi-

dência da Casa, segundo o lí-

der do PSDB, deputado Antô-

nio Imbassahy (BA).

Tradicionalmente, as presi-

dências tanto da Câmara

quanto do Senado são ocupa-

das por integrantes das maio-

res bancadas das duas Casas,

mas nada impede a apresen-

tação de candidaturas alter-

nativas. "É uma candidatura

própria dos partidos que fa-

zem oposição, na tese de que

a Câmara tem de assegurar a

sua autonomia, tem de ter

compromissos firmes com a li-

berdade de imprensa, com a

investigação dos desmandos

na Petrobras", disse Imbas-

sahy a jornalistas ao chegar ao

Congresso. "Estamos sintoni-

zados com a vontade popular

que conferiu à oposições qua-

se que a metade dos votos".

O tucano se encontrou com

lideranças da oposição do

qual participaram integrantes

do DEM, PPS e SDD.

Imbassahy disse que pre-

tendia ainda conversar com o

líder do PSB na Casa, Beto Al-

buquerque (RS), que foi o vice

da de Marina Silva (PSB) na

disputa presidencial.

RECHAÇOOntem, o senador Aloysio

Nunes Ferreira (PSDB-SP), ex-

vice na chapa de Aécio Neves à

Presidência da República, afir-

mou que rejeita participar de

qualquer acordo com a presi-

dente Dilma Rousseff (PT). Pa-

ra ele, Dilma não tem "autori-

dade moral" para propor um

diálogo. Em inflamado discur-

so da tribuna do Senado, disse

que Dilma não pode dizer que

"não sabia o que estava acon-

tecendo" dos ataques que ele

e Aécio sofreram na internet

de pessoas "a serviço do PT".

"Não se pode transformar

as redes sociais em um esgoto

fedorento para destruir adver-

sários. Foi isso que fizeram.

Não diga a candidata Dilma

que não sabia o que estava

acontecendo. Todo mundo

percebia as insinuações que

fazia nos debates e os coros

nos debates sociais, dizendo

que o Aécio batia em mulhe-

res, era drogado. Quem faz is-

so não tem autoridade moral

para pedir diálogo. Comigo,

não. Estende uma mão e, com

a outra, tem um punhal para

ser cravado nas costas", criti-

cou. Aloysio disse também ter

sido informado por familiares

de que, nas redes sociais, o no-

me dele chegou a ser vincula-

do ao tráfico de drogas.

O tucano disse que preten-

de discutir reforma política,

mas destacou que antes quer

que sejam concluídas as in-

vestigações dos escândalos

da Petrobras, para que não di-

gam que há "corrupção na po-

lítica porque faltam recursos

de financiamento público pa-

ra as campanhas". (Agências)

Nanicos unidos em nome do poderPartidos nanicos criam grupo G-10 para aumentar oposição no Congresso e conquistarem voz ativa

Aprimeira tarefa que a

presidente reeleita

Dilma Rousseff se

propôs não será nada fácil de

colocar em prática. A reforma

política, que ela disse no

discurso da vitória que é a

mais importante de todas,

enfrentará a oposição dos

chamados partidos nanicos,

que na semana passada se

uniram num grupo intitulado

G-10 (PTN, PHS, PSL, PSDC,

PRTB, PMN, PTC, PRP, PEN e

PTdoB) e que planejam

aumentar ainda mais seu

poder de oposição a qualquer

proposta que lhes tire o que

têm hoje.

As dez agremiações juntas

formam um grupo com 24

parlamentares eleitos.

Conversas têm sido

estendidas ao PROS e PRB. O

primeiro, que passou a existir

no ano passado, viu sua

bancada cair de 20 para 11

deputados. Já o segundo fez

trajetória inversa: dos 10

atuais, a legenda elegeu 21

para a próxima legislatura. Se

a união entre o G-10 e as

outras duas siglas vingar,

terão um agrupamento com

56 representantes – dois a

mais que o PSDB, que em

2015 terá uma bancada de 54

deputados.

Os nanicos já têm pauta

própria para discutir na

reforma política. O principal

objetivo é impedir qualquer

cláusula de barreira, que já foi

aprovada anteriormente pelo

Congresso, e derrubada pelo

Supremo Tribunal Federal

(STF). Além disso, querem

uma divisão de tempo de

rádio e TV mais igualitária aos

grandes partidos e

reivindicam uma

participação maior no Fundo

Partidário – propostas que

enfrentam a oposição do PT e

do PSDB, por exemplo.

"Os dois candidatos a

presidente têm interesse em

fazer uma reforma que

prejudique os pequenos.

Nossa união é nossa força ",

disse a deputada federal

eleita, Renata de Abreu (PTN-

SP), cuja legenda fez uma

bancada de quatro

p a r l a m e n t a re s .

" A cláusula de

desempenho é injusta e não é

democrática. O Fundo

Partidário privilegia os

grandes partidos, assim

como o tempo de TV. É muito

difícil essa regra eleitoral. É

uma falsa democracia",

afirmou Renata.

Para o presidente nacional

do PRP, Ovasco Altimari, a

união entre os 10 partidos

nanicos lhes dará melhores

condições para entrar no

debate. "Como pode ter

democracia se as

ferramentas não são iguais?

Um país com a diversidade do

Brasil não pode ficar apenas

com quatro ou cinco

partidos", declarou.

Favorável à reforma

política, o presidente do PHS,

Eduardo Machado e Silva,

afirmou que a discussão

sobre o assunto não pode

ficar restrita à cláusula de

barreiras. "Alguns

hipócritas vão falar na

necessidade de reduzir o

número de partidos e da

questão do Fundo Partidário.

Mas, se reduzir o número de

siglas, o dinheiro do Fundo

continuará o mesmo e será

dividido apenas entre quatro

ou cinco agremiações.

Que reforma é essa?",

questionou. ( AO G )

Processo contra Vargas se arrastapara suplente ficar com a vaga

Pela terceira vez a falta de

quórum de deputados

inviabilizou a leitura e

votação do relatório do depu-

tado Sérgio Zveiter (PSD-RJ)

sobre o recurso do deputado

André Vargas (sem partido-

PR) na Comissão de Constitui-

ção e Justiça da Câmara (CCJ).

Vargas questiona a condução,

no Conselho de Ética da Casa,

do processo que resultou na

recomendação da cassação

de seu mandato. A sessão foi

encerrada porque apenas 27

deputados registraram pre-

sença. Eram necessários pelo

menos 34 deputados para que

a sessão acontecesse. Nova

sessão foi convocada para a

tarde de hoje.

Enquanto a votação se ar-

rasta na Câmara, Vargas ga-

nha tempo na tramitação de

outro processo que corre con-

tra ele no Tribunal Superior

Eleitoral (TSE) e poderá bene-

ficiá-lo. O PT pediu o mandato

dele na justiça eleitoral. O de-

putado perderia o atual man-

dato (que acaba em janeiro de

2015) por infidelidade parti-

dária, mas poderia evitar a

cassação do mandato pela Câ-

mara e seu enquadramento

na Lei da Ficha Limpa, o que

Conselho de Éticaaprova cassação

de Luiz Argôlo

OConselho de Ética da Câ-

mara dos Deputados

aprovou ontem, por 13 votos a

4, a cassação do deputado

Luiz Argôlo (SD-BA), acusado

de ter recebido pelo menos

R$ 330 mil do doleiro Alberto

Youssef. Argôlo pode recorrer

da decisão. Caso recorra, o pe-

dido dele terá de passar pela

Comissão de Constituição e

Justiça (CCJ) antes de ir ao ple-

nário da Câmara.

Para ser considerado cassa-

do, o deputado deve ter o fim de

seu mandato votado pelo ple-

nário ainda nesta legislatura,

no final de janeiro de 2015.

Argôlo nega as acusações e

afirma que a única relação en-

tre ele e o doleiro foi a venda de

um terreno de seu irmão para

ele. Youssef teria sido apre-

sentado como um investidor.

LAVA JATO

MARINA INSISTENA REDE

.Ó..R B I TA

Em nota divulgada ontem emseu perfil nas redes sociais, a

candidata derrotada do PSB àPresidência da República,Marina Silva, afirma que nãopretende abandonar os planosde criar a RedeS u s te nt a b i l i d a d e."A ex-senadora Marina Silvareafirma seu compromisso edisposição de, ao lado dedirigentes e militantes da RedeSustentabilidade, buscar osmeios efetivos para obter oregistro do partido", diza mensagem postada.

A Rede está em fase deformalização junto à JustiçaEleitoral e seus articuladoresdevem retomar a coleta deassinaturas de apoio nospróximos dias. Aliados edirigentes do PSB, no entanto,

especularam a possibilidade daex-senadora continuar na sigla.

O novo presidente do PSB,Carlos Siqueira, chegou a sereaproximar de Marinaoferecendo a possibilidadedela permanecer na legenda."(Marina) Não está,portanto, interessadaem buscar alternativaspara sua militância partidária",diz o texto divulgadonas redes sociais.

IDEIAS XENÓFOBAS

Os presidentes dos diretóriosestadual e municipal do

PSDB de São Paulo, DuarteNogueira e Milton Flávio, e olíder da bancada do partido naCâmara Municipal, FlorianoPesaro, divulgaram ontem umanota na qual qualificam comoxenófobas as afirmações feitaspelo vereador Coronel Telhada(PSDB-SP).

No domingo, depois deconfirmada a reeleição dapresidente Dilma Rousseff (PT),Telhada, eleito deputadoestadual com mais de 250 milvotos, a segunda maior votaçãode São Paulo, publicou um textono Facebook defendendo a

separação de São Paulo dorestante do Brasil.

"Acho que chegou a hora deSão Paulo se separar do restodesse País", diz a postagem.

Ontem, diante darepercussão negativa, o partidoreagiu: "O PSDB nãocompartilha com tais ideias, queconsideramos xenófobas. Opartido luta pela igualdadeentre as pessoas, sem distinçãode origem, religião, gênero eorientação sexual; e pelasoberania nacional." A nota dizque Telhada teria se retratado.Ele só negou ter ofendidominorias e detalhou sua visãode autonomia do Estado.

BETHLEM NA MIRA

Odeputado Paulo Freire(PR-SP) apresentou

seu relatório na tardede ontem no Conselhode Ética no qualé favorável aabertura deprocesso parajulgar odeputadol i ce n c i a d oRodr igoB ethlem(PMDB-RJ )( na foto ao lado) porquebra de decoropar lamentar.

A representação contraBethlem no conselho,feita pelo PSol e com base emnotícias da imprensa, relatadenúncias da ex-esposado parlamentar Vanessa Felipe,que gravou conversas

com o então marido. Nessesdiálogos, afirmou ter conta naSuíça e um rendimento

mensal de R$ 100 mil,graças a um esquema

de corrupção deBethlem que

envolver iao rg a n i z a ç õ e snão-gover namentais(Ongs).

O parecer dePaulo Freire não foi

julgado ontemporque Mauro Lopes

(PMDB-MG) pediu vistas.O conselho vai julgar napróxima sessão, dia 4 denovembro, se Bethlemresponder por quebra dedecoro. Se aprovado, o próprioFreire será o relator do méritoda acusação.

2º TURNO REGISTRA39,85 MILHÕES DE MENSAGENS TUITADAS

As eleições deste anoregistraram 39,85 milhões

de mensagens publicadas noTwitter durante a campanha,divulgou a rede social após oencerramento do 2º turno. Osnúmeros foram coletados de 6de julho até o dia 26 de outubro,quando e foram registrados 4,2milhões de tweets aolongo do dia.

Durante op erío doa n a l i s a d o,fo ra mobser vadosalguns picos demenções aoscandidatos DilmaRousseff (PT) e AécioNeves (PSDB). O primeirodebate entre presidenciáveis naBand foi a primeira vez em queos dois presidenciáveisultrapassaram a marca de 100mil menções em um dia, comomostram os dados da empresa.

No debate na TV Globo e nodia 6 de outubro, 1º turno, estamarca também foi ultrapassada.

No 2º turno, os candidatos semantiveram acima destepatamar em todos os encontrostelevisivos, chegando perto de 1

milhão de menções cada noúltimo debate antes dosegundo turno, na TV Globo, dia24. No domingo que consagroua vitória de Dilma, ela foimencionada 859 mil vezes narede e, Aécio, 584 mil vezes.

No dia da votação do 2ºturno, a rede registrou um

volume de mensagens1,6 vezes maior

que no domingodo 1º turno.Durante aa p u ra ç ã o,obser vou-se

um pico de32.609 Tweets

Por Minuto (TPM),no momento em que

Dilma foi oficialmentereeleita presidente.

Nos Estados onde houve 2ºturno, o candidato do PMDB aogoverno do Rio, Luiz FernandoPezão, foi o mais mencionado:20,6 mil vezes ao longo dodomingo. Na sequência vem ocandidato eleito ao governo doDistrito Federal, RodrigoRollemberg (PSB), com 5,4 milmenções, e José Ivo Sartori(PMDB), do Rio Grande do Sul,que aparece em 3,9 mil tweets.

Ed Ferreira/Estadão Conteúdo

Luiz Argôlo (SD-BA), deputado.

Luciano Pontes/Futura Press

Marina Silva vai deixar PSB

Luci

o Be

rnar

do Jr

./A

g. C

âmar

a

Juliana Knobel/Frame/EC

tornaria Vargas inelegível por

oito anos.

O presidente da CCJ, Vicen-

te Cândido (PT-SP) acredita

que, se Vargas tiver o mandato

cassado pela Justiça eleitoral,

o processo que corre contra

ele na Câmara, por quebra de

decoro parlamentar, perde a

razão. Segundo ele, se o PT ga-

nhar no TSE o direito a reaver o

mandato de Vargas, o deputa-

do fica sem o mandato e a cas-

sação perde o objetivo.

Vargas, que se desligou do

PT em abril, também responde

a processo no TSE por ter se

desfiliado do partido sem jus-

tificativa. Com base na lei de fi-

delidade partidária, que de-

termina que o mandato per-

tence ao partido e não ao par-

lamentar, o PT alega que que a

cadeira de Vargas deve ser

ocupada pelo suplente dele, o

deputado Marcelo Almeida

(PMDB-PR).

Vargas se desfilou do PT de-

pois que vieram à tona denún-

cias de seu envolvimento com o

doleiro Alberto Youssef. O parla-

mentar é suspeito de fazer trá-

fico de influência no Ministério

da Saúde. ( AO G )

O ex-petista André Vargas: fidelidade até o último suspiro.

Page 7: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7

SECRETARIA DE COORDENAÇÃODAS SUBPREFEITURASSUBPREFEITURAITAQUERA

COMUNICADO - ABERTURA DE LICITAÇÃOProcesso Administrativo nº 2014-0.127.928-3 - Encontra-se aberta na Subprefeitura deItaquera - SP/IQ, licitação na modalidade TOMADA DE PREÇOS 002/SP-IQ/GAB-AJ/2014, visando CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARAIMPLANTAÇÃO DE PONTO DE ENTREGA VOLUNTÁRIA - ECOPONTO CIDADELÍDER - À RUA FRANCISCO MELZI X RUA CHARLES MANGUIM X RUA QUITINODA CUNHA X RUA FELLIPO JUVARA, DISTRITO CIDADE LÍDER, ITAQUERA, SÃOPAULO, DESTINADO AO RECEBIMENTO VOLUNTÁRIO DE RESÍDUOS DACONSTRUÇÃO CIVIL E OBJETOS VOLUMOSOS, CONFORME MEMORIALDESCRITIVO - ANEXO I E PLANILHA DE PREÇOS - ANEXO III DO EDITAL.O Editalpoderá ser acessado gratuitamente no site da Prefeitura do Município de São Paulo, noendereço eletrônico: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br/, ou adquirido nasede da Subprefeitura de Itaquera, na Assessoria Técnica Jurídica, à Rua AugustoCarlos Bauman, nº 851 - 2º andar - Itaquera, São Paulo, mediante apresentação de umCD novo ou pagamento do preço público para cópias reprográficas.Os envelopes nº 01 “PROPOSTA”, nº 02 “HABILITAÇÃO”, bem como os demaisdocumentos exigidos no certame, deverão ser entregues na Sala de Licitações daSubprefeitura de Itaquera, no endereço acima, no dia 12/11/2014, quarta-feira, às10:00h, impreterivelmente, quando se dará a abertura da sessão.

SECRETARIADASAÚDE

DIVISÃOTÉCNICA DE SUPRIMENTOS, SMS-3ABERTURA DE LICITAÇÃOEncontra-se aberto no Gabinete, o seguinte pregão:PREGÃO ELETRÔNICO 340/2014-SMS.G,

tra se aberto no Gabinete, o seguinte pprocesso 2014-0.237.441-7, destinado

ao registro de preços para o fornecimento de ÁLCOOL ETÍLICO 70% (p/p) GELFRASCO COM BOMBA DOSADORA DE 500 ML,

g ççpara a Divisão Técnica de

Suprimentos,SMS.3/GrupoTécnicodeCompras-GTC/ÁreaTécnicadeMedicamentos,,

do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorrerá apartir das 9 horas do dia 27 de novembro de 2014, pelo endereço www.comprasnet.gov.br, a cargo da 5ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipalda Saúde.RETIRADA DE EDITALO edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços:http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br; www.comprasnet.gov.br,quando pregão eletrônico; ou, no gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, na RuaGeneralJardim,36 -3ºandar -VilaBuarque-SãoPaulo/SP-CEP01223-010,medianteo recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP,Documento de Arrecadação do Município de São Paulo.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICOOs documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresasinteressadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema,www.comprasnet.gov.br, até a data de abertura, conforme especificado no edital.

SECRETARIADECOORDENAÇÃODASSUBPREFEITURAS

SUBPREFEITURA VILAMARIA/VILA GUILHERME

SP - MG - COMISSÃO DE LICITAÇÃOCOMUNICADO DE ABERTURA DE LICITAÇÃOPREGÃOELETRÔNICONº08/SMSP/SPMG/2014;PROCESSOnº2014-0.255.582-9CRITÉRIO DE JULGAMENTO: MENOR PREÇO UNITÁRIO MENSAL (VALORUNITÁRIO EQUIPE MÊS)A abertura da sessão ocorrerá no dia 12 DE NOVEMBRO DE 2014 às 10h00(OBS.:horário de Brasília)1. Acha-se aberta licitação, na modalidade acima, objetivando a Contratação deempresaparaaprestaçãodeserviçosdeMANEJOTÉCNICODEÁRVORESATRAVÉSDE EQUIPES, de acordo com a quantidade, especificações técnicas e condições deexecução indicados noTermo de Referência do ANEXO I do Edital.2. O Edital estará à disposição dos interessados a partir de 29/10/2014 e poderáser obtido por meio de consulta nos sites: www.comprasnet.gov.br e http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br - Subprefeitura deVila Maria/Vila Guilherme, ouainda,medianteorecolhimentodeemolumentosaoscofrespúblicos,da importânciadeR$ 0,15 (quinze centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida pela CAF/SPMG, na Rua General Mendes nº 111, 1º andar,Vila Maria - São Paulo/SP, até o últimodia que antecede a abertura, no horário das 10:00 às 16:00 horas.3. As propostas deverão ser entregues por meio do Sistema Eletrônico,www.comprasnet.gov.br - UASG 925091, nas condições descritas no Edital, devendoser observado o início da Sessão às 10:00 horas do dia 12/11/2014.

O Adhemar é uma figura muito rica. Tem uma personalidade muito multifacetada.Amilton Lovato, jornalista e escritor

Adhemar de Barros,mais atual do que nunca.

Livro de Amilton Lovatoretrata um Adhemarvisionário e oportunista,célebre por sua 'caixinha'e o roubo de seu cofre.

Victória Brotto

Nos tempos de guerri-

lheira, a presidente

Dilma Rousseff aju-

dou, por princípio e

ideologia, o seu grupo VAR Pal-

mares a roubar o cofre do ex-

governador de São Paulo,

Adhemar de Barros, em 1969,

durante o regime militar. Adhe-

mar, famoso por suas alianças

políticas grotescas e compra

de votos, acumulava milhões

pagos a ele por amigos e em-

presas para financiar campa-

nhas de apadrinhados seus – a

famosa "caixinha do Adhe-

mar". Dilma ajudou a preparar

o esquema e Carlos Araújo, ex-

marido da presidente, invadiu,

junto com o líder Carlos Lamar-

ca e outros três integrantes do

grupo, a casa do irmão de Ana

Capriglione, amante de Adhe-

mar , e levou o cof re com

R$ 2,18 milhões.

Quase 44 anos depois, Dil-

ma, ex-guerrilheira e atual

presidente da República, viu

outro roubo acontecer, mas

não mais de um cofre de um

político suspeito, mas um rou-

bo da maior estatal do País, a

Petrobras, pelo diretor indica-

do pelo seu partido e elogiado,

por ela mesma, pelos "bons

serviços prestados".

Hoje, o ex-diretor, Paulo Ro-

berto Costa, preso pela Polícia

Federal, delatou um esquema

dantesco de lavagem e desvio

de dinheiro para financiar

campanhas do PP e do PT. O

que Adhemar de Barros fazia,

e por isso Dilma e seu grupo

guerrilheiro o roubou, agora é

feito pelo governo da própria

g u e rr i l h e i r a .

"O que acontece hoje na Pe-

trobras é muito mais grave do

que acontecia na administra-

ção de Adhemar de Barros",

conta o jornalista Amilton Lo-

vato. Lovato acaba de lançar o

livro Adhemar de Barros – fé emDeus e pé na tábua, Geração

Editorial, R$ 34,90, 365 pági-

nas, e conversou com o DC so-

bre o roubo do cofre e sobre

um Adhemar visionário, opor-

tunista, pragmático que con-

seguiu sair da sombra de Ge-

túlio Vargas, bater de frente

com figuras como Juscelino

Kubitschek e Jânio Quadros,

criar seu próprio partido e vi-

rar ele mesmo a cabeça, as

pernas e os braços do extinto

PSP. O autor afirmou ainda que

hoje vê muitos "adhemares"

espalhados pelo Brasil, mas o

que mais encarna o ex-gover-

nador é o ex-deputado fede-

ral, Paulo Maluf (PP).

Leia abaixo a entrevista

completa:

Diário do Comércio – Por queo senhor escolheu escreversobre Adhemar?

Amilton Lovado – Eu sempre

achei uma figura mal explora-

da, temos livros escritos sobre

ele, teses acadêmicas, mas,

ao meu ver, faltava uma obra

definitiva, que falasse dele

com isenção abordando tan-

tos aspectos positivos quanto

negativos. O Adhemar é uma

figura muito rica em termos de

importância histórica. Tem

uma personalidade muito

multifacetada.

D.C – No livro, o senhor falada aliança grotesca entreAdhemar e o PartidoComunista, que inclusive foialvo de ataques logo depois desua posse. Hoje, essas alianças,no mínimo estranhas, não sãomais alvo de críticas, até

porque elas viraram regra.Adhemar inaugurava então umjeito contemporâneo de fazerpolítica?

A.L – Ele, que já tinha sido

muito visionário, não foi nes-

se aspecto, foi muito oportu-

nista, isso sim. A aliança que

ele fez é do mesmo tipo das

que são feitas hoje, oportu-

nistas e são firmadas por in-

teresses e não por questões

p ro g r a m á t i c a s .

D.C – Em que Adhemar foivisionário?

A.L– Na questão do trans-

porte, da infraestrutura. Ele

construiu a rodovia Anhan-

guera, a via Anchieta que foi a

primeira estrada com túnel do

Brasil, ele petrificou a Soroca-

bana, os trens eram movidos a

diesel, ele construiu o Hospital

das Clínicas. Era uma pessoa

bem à frente do seu tempo.

D.C – A "caixinha" deAdhemar é chamada, por umcolunista da época citado nolivro, de "caixa de pandora".Por quê?

A.L – Essa expressão "Caixa

de Pandora" foi de um colunis-

ta do jornal O Estado de S.Paulo,

um jornal bem resistente ao

Adhemar e que fazia muita

frente a ele e ao Getúlio Var-

gas. A caixinha do Adhemar ti-

nha contribuições diversas.

Eram feitas normalmente de

maneira espontânea com pes-

soas que firmavam contratos

com a administração que o

Adhemar estivesse à frente, e

ela também tinha contribui-

ções feitas por ocasiões da

campanha política. Só que co-

mo era uma coisa sem respal-

do legal ela deixava o Adhe-

mar vulnerável a processos e a

acusações toda vez que se in-

vestigava a procedência des-

sas contribuições. Por isso o

"caixa de pandora".

D.C – Essa caixinha delelembra muito o esquema decorrupção na Petrobrasdenunciado neste ano.

A.L – Eu acho que o caso da

Petrobras talvez seja algo mui-

to mais grave. No caso do

Adhemar, elas eram feitas por

particulares, por empresas

privadas e por pessoas físicas.

Não envolvia o aparelho esta-

tal. O aspecto ilegítimo da cai-

xinha era o fato do Adhemar fi-

nanciar de uma maneira que

não era prevista na lei.

D.C – Adhemar caiu noostracismo mesmo depois detoda a influência política queteve ao lado de Vargas e comogovernador de São Paulo. Noque, ao ver do senhor,Adhemar de Barros errou?

A.L– O Adhemar caiu no os-

tracismo principalmente de-

pois que foi cassado porque

desafiou o regime militar por-

que ele se considerava excluí-

do pelo regime militar. Depois

do golpe de 64, ele acreditava

que seriam convocadas elei-

ções livres e ele seria o grande

vencedor, mais ou menos co-

mo achavam Carlos Lacerda

(UDN) e Magalhães Pinto. Mas

depois, quando viu que não

seria assim, ele promoveu um

festival de contratações e

emissão de títulos com a in-

tenção deliberada de quebrar

o governo federal. Os minis-

tros responsáveis pela condu-

ção econômica do governo fe-

deral na época viram que o

que Adhemar estava fazendo

ia comprometer os esforços

de estabilização e acenderam

a luz vermelha. Depois de cas-

sado e exilado, Adhemar aca-

bou caindo no ostracismo e

também porque ficou cansa-

do da política –ele queria viver

o grande amor da vida dele

com a Ana Capriglione.

D.C – No livro, o senhor citaum artigo de Augusto FredericoSchmidt que diz que os homens"do demo liberalismo"deveriam acordar para ofenômeno adhemarista outeriam de entregar o País aAdhemar. Por que Adhemarcausava tanto medo até empessoas que não eram dapolítica, como o próprioShcmidt, poeta eempreendedor noRio de Janeiro?

A.L– O Augusto Frederico era

muito próximo do Juscelino Ku-

bitschek, e, ao invés de defen-

der Juscelino, preferia atacar

Adhemar. Mas o crescimento

da figura do Adhemar ameaça-

va os outros candidatos, como o

Juscelino, e outros que concor-

reram nas eleições presiden-

ciais. Ele era extremamente

carismático, capaz de reunir

uma parcela grande do eleito-

rado e isso causava descon-

forto. Mas ele também não ti-

nha controle do dinheiro públi-

co, ele era uma pessoa extre-

mamente descontrolada.

Pesavam sobre ele sérias acu-

sações de corrupção.

D.C – Jânio Quadrosinclusive usou esse calcanharde Aquiles para atacarAdhemar, quando eram rivaisem São Paulo.

A.L – Todas as críticas de Jâ-

nio eram hipócritas, ele não

era uma figura totalmente

limpa. O que Jânio queria era

atacar o Adhemar e criar um

antagonista. Criar um con-

traste como água e o vinho,

Deus e o diabo.

D.C – A seu ver, qual (ouquais) político se assemelhahoje a Adhemar de Barros?

A.L –É difícil traçar um para-

lelo, porque são épocas muito

diferentes, eu vejo caracterís-

ticas dele muito espalhadas

entre vários políticos. Talvez

em São Paulo, a figura que

mais se encaixe nas caracte-

rísticas dele seja o Paulo Maluf.

Ele é carismático e, mesmo

confrontado com inúmeras

acusações como ele enfren-

tou a vida toda, ele tem um

eleitorado fiel, além de ser o

que eu chamo de "bonachão".

Mas o Maluf não tem, por

exemplo, a caixinha e o parti-

do que tinha o Adhemar. O PSP

praticamente se confundia

com a figura do Adhemar.

Ficha criminal do DOPS da então assaltante de banco na época do regime militar e hoje presidente reeleita da República, Dilma Rousseff.

Reuters

Essa foto de Dilma é dos anos 70,época do regime militar, quandoela atuava na resistência armada

Ele eraextremamentecarismático, capaz dereunir uma parcelagrande do eleitoradoe isso causavadesconforto.AM I LTO N LO VATO

Divu

lgaç

ão

O jornalista AmiltonLovato acaba de lançar

o livro Adhemar deBarros – fé em Deus e

pé na tábua, pelaGeração Editorial, quecusta R$ 34,90, 365 e

tem 365 páginas.

Foto

s: R

epro

duçã

o

PMDB se rebela e derruba decreto 8.243A

penas dois dias de-

pois da vitória da

presidente Dilma

Rousseff, o PMDB da

Câmara liderou nova rebelião

da base aliada e derrubou na

noite de ontem, em votação

simbólica, com encaminha-

mento de lideranças, o decre-

to 8.243 de Dilma Rousseff

que criava os polêmicos Con-

selhos Populares.

PT, PSOL, PCdoB e PROS

tentaram obstruir a votação

do Decreto Legislativo 1.491,

que derrubava o de Dilma.

Sem sucesso.

O PMDB, junto com a oposi-

ção, provocou a primeira der-

rota do Palácio do Planalto

após a reeleição da petista.

Além do PMDB, siglas da base

como PSD, PR e PDT foram

contra o Planalto.

Editado no final de maio, o

decreto 8.243 institui a Polí-

cia Nacional de Participação

Social e o Sistema Nacional

de Participação.

O texto, apesar de não criar

novos conselhos populares,

estabelece que órgãos e enti-

dades da administração pú-

blica federal, direta e indire-

ta, deverão ouvir instâncias

de participação social para a

formulação de políticas públi-

cas. O mesmo vale para as

a g ê n c i a s re g u l a d o r a s .

Desde que foi publicada, a

medida é bombardeada pela

oposição e por integrantes da

própria base, que a acusam

de ferir prerrogativas do Con-

gresso Nacional e de ser "bo-

livarianista".

O líder do DEM, deputado

Mendonça Filho, classificou a

proposta da presidente de

"autoritária" e disse que está

"passando por cima do Parla-

mento": "Ele é espelhado na

Venezuela de Hugo Chávez. É

um projeto que verdadeira-

mente afronta o Legislativo".

O deputado Afonso Floren-

ce (PT-BA) rebateu as críticas

da oposição e alegou que o

texto só "organiza um siste-

ma de conselhos que já exis-

te". "Não há uma linha que

possa ser citada para dizer

que este decreto subtrai prer-

rogativas do Legislativo".

Preocupados com a pers-

pectiva de um revés pouco

depois da reeleição de Dilma,

o PT fez de tudo. Tentou até

votar um requerimento para

retirar o projeto de Mendonça

Filho da pauta.

O confronto entre governo

e oposição em torno da sus-

pensão do decreto de Dilma e

o baixo quórum registrado

nos meses que antecederam

as eleições inviabilizavam a

aprovação de qualquer ma-

téria pela Câmara.

R E TA L I A Ç Ã OMesmo com o impasse, o

presidente da Câmara, de-

putado Henrique Eduardo Al-

ves (PMDB-RN), bancou a vo-

tação ontem. Alves se ele-

geu deputado pela primeira

vez em 1971 e, este ano, con-

correu ao governo do Rio

Grande do Norte, mas per-

deu para o vice-governador

Robinson Faria (PSD). Ele

credita sua derrota a um ví-

deo de apoio a seu adversá-

rio gravado por Lula.

Alves nega que esteja "re-

taliando" o Planalto . De acor-

do com ele, o tema tem invia-

bilizado as discussões de

avançarem há pelo menos

três meses.

Henrique Alves também

anunciou que quer votar nos

próximos dias uma proposta

de emenda à Constituição

(PEC) que torna obrigatório o

pagamento de emendas par-

lamentares individuais. Cha-

mado de PEC do Orçamento

Impositivo, esse projeto é

uma promessa de campanha

de Alves, que quer vê-lo apro-

vado antes de deixar o Con-

g re s s o. (Estadão Conteúdo)

Page 8: Diário do Comércio - 29/10/2014

8 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

HONG KONGManifestantes abremseus guarda-chuvas paracelebrar um mês deprotestos pró-democracia

C U BACom 188 votos a favor, ONU pedefim de embargo dos EUA pela23ª vez. EUA e Israel votaramcontra e três países se abstiveram.

REFORÇOCURDORUMO AKO B A N I

Soldados de elite dasforças iraquianas sãoenviados para ajudar

companheiros curdos alutar contra o avanço dos

extremistas do EstadoIslâmico na cidade síria

Forças curdas iraquia-

nas partiram ontem

para a Síria a fim de re-

forçar a luta de compa-

nheiros curdos contra o grupo

extremista Estado Islâmico

(EI) na cidade síria de Kobani,

na fronteira coma a Turquia.

Será a primeira força estran-

geira em solo apoiada pelo

Ocidente desde o início do

conflito na Síria, em 2011.

O governo regional semi-

autônomo do Curdistão, no

norte do Iraque, enviou cerca

de 160 soldados de uma força

de elite do Exército iraquiano,

chamados de peshmergas,

através da Turquia para a Síria

ontem, de acordo com Fuad

Hussein, conselheiro-chefe

do presidente do Curdistão,

Massoud Barzani.

Aviões de guerra dos Esta-

dos Unidos têm bombardeado

posições do EI perto de Kobani

há semanas, mas o primeiro-

ministro turco, Ahmet Davuto-

glu, tem dito que somente os

ataques aéreos não seriam su-

ficientes para afastar os insur-

gentes do EI.

A Turquia tem relutado em

se juntar à coalizão liderada

pelos EUA contra o EI, um des-

membramento da Al-Qaeda.

Mas depois de ser pressionado

por seus aliados ocidentais, o

presidente Recep Tayyip Er-

dorgan disse na última quarta-

feira que alguns combatentes

peshmergas do Iraque teriam

permissão para transitar pela

Turquia rumo a Kobani.

A cidade está cercada por

militantes do EI há mais de um

mês e a batalha para salvá-la

tem se tornado um teste para

a estratégia da coalizão lide-

rada pelos EUA para deter o

avanço do grupo muçulmano

sunita radical.

Os conflitos na região já dei-

xaram mais de 800 mortos, de

acordo com ativistas, além de

levarem mais de 200 mil pes-

soas a deixarem o local.

O outro lado - O Estado Islâ-

mico divulgou outro vídeo

com imagens do refém britâ-

nico John Cantlie, suposta-

mente gravado em Kobani.

Na gravação, de cinco minu-

tos e 32 segundos, Cantlie,

vestido com uma camisa pre-

ta, interpreta um repórter que

apresenta a visão dos extre-

mistas sobre a batalha pelo

controle da cidade.

Ao longo do vídeo, o EI, atra-

vés de Cantlie, nega que tenha

recuado em Kobani e garante

que tem o controle dos setores

leste e sul da cidade.

"Agora a batalha por Kobani

está chegando a um fim", dis-

se Cantlie.

Durante a gravação, é pos-

sível escutar disparos à dis-

tância, que Cantlie classifica

como esporádicos, já que qua-

se não há mais confrontos em

Kobani porque "não há nem

peshmergas nem milicianos

das Unidades de Proteção do

Povo Curdo, só há mujahe-

dins" do EI.

O vídeo, divulgado na se-

gunda-feira, faz alusão a um

discurso feito pelo secretário

de Estado dos EUA, John Kerry,

em 20 de outubro, sugerindo

que as imagens foram grava-

das na semana passada.

Cantlie, um fotojornalista

britânico sequestrado há dois

anos, é um dos vários reféns

ocidentais mantidos pelo gru-

po extremista. (Agências)

Alaa Al-Shemaree/EFE

Iraquianoslutam contra

radicais ao sulde Bagdá(acima).

Na Turquia,curdos

enterramcombatentes

mortos nacidade síria deKobani (à dir.).

Para o papa, religião eciência não se excluem.

Teoria do 'Big Bang' e evolução são aceitas por Francisco

Teorias científicas como o

"Big Bang", a grande ex-

plosão que se acredita

ter dado origem ao Universo

13,7 bilhões de anos atrás, e a

ideia de que a vida se desen-

volveu através de um proces-

so evolutivo não entram em

conflito com o ensinamento

católico, declarou o papa Fran-

cisco ontem.

Em discurso durante um en-

contro da Pontifícia Academia

de Ciências, um organismo in-

dependente sediado no Vatica-

no e financiado em grande par-

te pela Santa Sé, ele declarou

que as explicações científicas

para o mundo não excluem o

papel de Deus na criação.

"O início do mundo não é tra-

balho do caos, que deve sua

origem a outra coisa, mas de-

riva diretamente de um princí-

pio supremo que cria a partir

do amor", disse. "O 'Big Bang',

que hoje é considerado a ori-

gem do mundo, não contradiz

a intervenção criat iva de

Deus, pelo contrário, a re-

quer", argumentou.

O papa criticou que, quando

as pessoas leem o livro do Gê-

nesis sobre como foi a origem

do mundo, pensam "que Deus

tenha agido como um mago,

com uma varinha mágica ca-

paz de criar todas as coisas.

Mas não é assim".

"A evolução na natureza

não contrasta com a noção de

criação (divina), porque a evo-

lução requer a criação de se-

res que evoluem", disse o pon-

tífice a um grupo de 80 pesqui-

sadores da academia.

No passado, a Igreja se opôs

às primeiras explicações cien-

tíficas do Universo, que con-

tradiziam o relato da criação

na Bíblia, condenando o astrô-

nomo Galileu Galilei, do século

XVII, que mostrou que a Terra

gira em torno do Sol.

Entretanto, ultimamente a

Igreja tem buscado descartar

sua imagem de inimiga da

ciência, e os comentários do

papa ecoaram declarações de

seus antecessores.

Nos anos 1950, o papa Pio

XII descreveu a evolução co-

mo uma abordagem científica

válida do desenvolvimento

dos humanos , e o pontífice

João Paulo II reiterou essa posi-

ção em 1996.

Em 2011, o papa Bento XVI

disse que as teorias científicas

da origem e do desenvolvi-

mento do Universo e dos hu-

manos, embora não entrem

em conflito com a fé, deixam

muitas perguntas sem respos-

tas. (Agências)

Península doSinai: terrade ninguém.

Autoridades egípcias

determinaram ontem

que moradores ao longo da

fronteira leste do país com

a Faixa de Gaza deixassem

o local. O objetivo é

demolir as residências e

construir uma zona

tampão para impedir o

tráfico de armas e de

combatentes entre o Egito

e o território palestino, de

acordo com o governo.

A medida foi adotada

quatro dias após militantes

atacarem um posto do

Exército, deixando ao

menos 31 soldados mortos

na região rebelde no norte

da Península do Sinai. Após

o ataque, o Egito declarou

estado de emergência e

toque de recolher. As

autoridades ainda

fecharam indefinidamente

a fronteira com Gaza, a

única passagem não

israelense para o enclave.

A zona tampão vai incluir

trincheiras cheias de água

para impedir a escavação

de túneis. Ela terá 500

metros de largura

estendidos ao longo de

13 quilômetros.

Oficiais egípcios

conversaram com

moradores e deram

inicialmente 48 horas para

que deixassem a área, mas

tiveram de rever o prazo

após protestos.

Forças egípcias

lançaram uma ofensiva no

norte do Sinai contra

militantes islâmicos que

transformaram várias

áreas em fortalezas nos

últimos três anos,

destruindo muitos dos

túneis que conectam a

região com Gaza.

A península se tornou

foco de instabilidade e

cenário de ataques contra

forças egípcias que se

intensificaram desde a

queda do presidente

islamita Mohamed Morsi

pelo Exército em julho de

2013. (Agências)

De caso com amáfia sicilianaPela primeira vez na história

da Itália, um chefe de Estado

ainda no cargo é colocado no

banco de testemunhas. O

presidente Giorgio Napolitano

prestou depoimento ontem

em um julgamento que acusa

o Estado de realizar conversas

secretas com a máfia siciliana

nos anos 1990. Ele não é

acusado de nenhum crime,

mas pode ter conhecimento de

fatos úteis ao caso. (Agências)

Alessandro Bianchi/Reuters

Pela primeira vez na história da Itália, um presidente depõe à Justiça.

EBOLAAustrália fecha as portas

Autoridades da Aus-

trália anunciaram o

cancelamento dos

vistos de pessoas vindas de

países da África Ocidental

afetados pelo ebola, tornan-

do-se a primeira nação rica a

fechar as portas à região.

A medida afeta possuido-

res de vistos temporários

que ainda não tenham via-

jado para a Austrália. Cida-

dãos com vistos permanen-

tes devem ser submetidos

a uma quarentena de 21

dias antes de viajarem ao

território australiano. A

emissão de novos vistos

também foi suspensa.

A Austrália não registrou

qualquer caso de ebola

apesar de uma série de ca-

sos suspeitos. O governo já

doou US$ 16 milhões para

combater o surto, mas se

recusa a enviar médicos

aos países afetados até que

haja garantias de que eles

receberão tratamento ade-

quado no caso de serem in-

fectados pelo vírus.

A decisão de proibir a en-

trada de qualquer pessoa de

Serra Leoa, Guiné e Libéria,

apontada pelo governo co-

mo uma precaução neces-

sária, foi considerada por es-

pecialistas como "míope".

"Esta é apenas uma deci-

são puramente política",

disse Adam Kamradt-Scott,

professor do Instituto de

Doenças Infecciosas e Bios-

segurança da Universidade

de Sydney. "Há pouca evi-

dência científica ou racio-

nalidade médica para você

fazer isso", afirmou.

O surto de ebola que co-

meçou em março já matou

cerca de 5 mil pessoas, a

maioria na África Ocidental.

EUA - A enfermeira Am-

ber Vinson que estava rece-

bendo tratamento contra

ebola recebeu alta do Hos-

pital Universitário Emory,

em Atlanta, ontem.

Ela foi uma das duas en-

fermeiras de um hospital de

Dallas infectadas após cui-

darem do primeiro paciente

diagnosticado com a doen-

ça nos EUA. (Agências)

Alex Hofford/EFE

Yannis Behrakis/Reuters

Page 9: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9

Rodrigo Paiva/EC

Page 10: Diário do Comércio - 29/10/2014

10 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ônibus bate e mata 11 no interior de SPGrupo de estudantes de Borborema voltava de uma programação cultural na Sala São Paulo, na Capital. Rodovia passa por obras e possui sinalização deficiente.

Onze pessoas morre-

ram e ao menos 16

ficaram gravemen-

te fe r idas , após

uma carreta se chocar com um

ônibus que voltava de uma ex-

cursão estudantil na Rodovia

Deputado Leônidas Pacheco

Ferreira (SP-304), na altura do

km 368, em Ibitinga, região de

Bauru, interior de São Paulo. O

acidente aconteceu anteon-

tem por volta das 23h30.

Segundo a Polícia Militar Ro-

doviária, a análise inicial é de

que o motorista da carreta per-

deu o controle da direção, atra-

vessou a pista simples da estra-

da e acabou batendo no ônibus

que levava alunos da Escola Es-

tadual Dom Gastão Liberal Pin-

to, da cidade de Borborema, a

30 quilômetros do local da coli-

são. Não há faixa de sinalização

na pista onde aconteceu o aci-

dente.

A lateral direita do ônibus foi

completamente arrancada.

Várias vítimas foram arremes-

sadas no asfalto e algumas fi-

caram presas nas ferragens.

Os estudantes assistiram a

um concerto da Orquestra Sin-

fônica do Estado (Osesp) na

Sala São Paulo, na capital pau-

lista. "Foi uma tragédia. Foram

ter contato com o que há de in-

teressante na cultura e aconte-

ce uma coisa dessas", lamen-

tou o prefeito de Borborema,

Virgilio do Amaral Filho (PSDB).

Secretários municipais e esta-

duais e o governador Geraldo

Alckmin (PSDB), pelo Twitter,

lamentaram o acidente. O mu-

nicípio decretou luto oficial e

suspendeu aulas.

Três professoras, uma dire-

tora de escola municipal – que

acompanhava os filhos – e se-

te adolescentes, entre 15 e 17

anos, morreram no local. De-

zesseis pessoas ficaram gra-

vemente feridas e 14 sofre-

ram ferimentos leves. Todas

foram encaminhados às San-

tas Casas de Borborema e de

Ibitinga, incluindo o motorista

do caminhão, que teve feri-

mentos graves. O condutor do

ônibus não ficou ferido.

Os corpos foram levados

para o Instituto Médico-Legal

de Araraquara e liberados à

tarde. O velório coletivo no gi-

násio municipal de Borbore-

ma reuniu 5 mil pessoas –2 mil

ficaram do lado de fora. A cida-

de tem 15 mil habitantes. Os

sepultamentos estão marca-

dos para hoje de manhã.

Investigação – Até a noite de

ontem, a Rodovia Deputado

Leônidas Pacheco Ferreira

permanecia interditada. Isso

porque a carreta transportava

óleo vegetal e houve incêndio

na pista. De acordo com o che-

fe de investigação da Delega-

cia Central de Ibitinga, Marcos

Vasconcelos, a polícia espera

o resultado da perícia para

avançar no inquérito. Outros

acidentes com vítimas fatais

foram registrados na estrada,

nos últimos meses.

A pista passa por reformas,

com pavimentação de acosta-

mento, melhorias de sinaliza-

ção e recapeamento, mas não

tem sinalização de solo, em-

bora o Departamento de Es-

tradas de Rodagem (DER) in-

forme que o trecho é bem sina-

lizado. "A rodovia se encontra

bem sinalizada, com placas in-

dicando obras em andamento

na pista a cada 5 quilômetros",

diz o DER, em nota oficial.

"Quando não há pintura (na

pista), tem de haver sinaliza-

ção dia e noite", explicou o

presidente da Comissão de

Trânsito da OAB-SP, Maurício

Januzzi. De acordo com ele, a

ausência das faixas pode ter

levado ao acidente. "Mas nun-

ca é por um fator só. É preciso

verificar excesso de velocida-

de, condições do veículo e ha-

bilitação do motorista, por

exemplo", afirmou.

Uma funcionária da empre-

sa de fretamento Jabotur, res-

ponsável pelo ônibus, afirmou

que a prioridade agora era

"atender às vítimas" e não co-

mentou o acidente. Procura-

da, a Agência Reguladora de

Transportes do Estado (Ar-

tesp) afirmou que a Jabotur es-

tá devidamente autorizada

para fazer fretamentos.

A secretária de Educação de

Borborema, Maria Ângela de

Martins, afirmou que a excur-

são contou com três ônibus e

que dois deles já haviam retor-

nado à cidade sem problemas.

O veículo acidentado teria feito

um caminho diferente. "A cida-

de está procurando dar maior

assistência aos familiares, mas

é um momento muito difícil" la-

mentou a secretária.

Tw i t t er – O governador Ge-

raldo Alckmin usou o Twitter

para lamentar a tragédia no

interior paulista. "Lamenta-

mos profundamente o aciden-

te de ônibus em Ibitinga na

noite de ontem", escreveu.

Em quatro postagens, o go-

vernador afirmou que está

"com os esforços concentra-

dos" no socorro às vítimas e

ajuda aos familiares.

De acordo com Alckmin, a

Secretaria de Segurança apu-

ra as causas do acidente e o

secretário de Educação, Her-

man Voorwald, esteve no lo-

cal. O governador aproveitou

ainda para expressar "senti-

mentos e orações" a todos.

(Agências)

Tiago da Mata/EC

Por causa da forte colisão com um caminhão, ônibus acidentado na região de Bauru perdeu completamente uma das laterais: tragédia no interior.

DIA DE SÃO JUDAS – Fiéis lotaram ontem, desde as primeiras horas da manhã, a igreja de SãoJudas Tadeu, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo. Diversas missas foram realizadas emhomenagem ao santo patrono das causas desesperadas e das causas perdidas na Igreja Católica.

Luis Claudio Barbosa/EC

Page 11: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 11

A plástica do sucessoRicardo Osman

Aleitura de Viver Vale a Pena,

autobiografia do cirurgião

plástico Ivo Pitanguy

permite aos leitores o prazer de

saber como nascem e se formam

os gênios, pessoas capazes de

uma contribuição inquestionável

à sociedade e inigualáveis na

transmissão e doação deste

conhecimento às futuras

gerações. Pitanguy em nenhum

momento se refere a si como

gênio e nem fornece a receita de

seu sucesso em uma ordem clara

e direta. O propósito do livro não

é o autoelogio. Pitanguy conta

saborosas e bem-humoradas

histórias, aventuras

inacreditáveis que viveu ao redor

do mundo, em países como a

Índia (onde quase morreu por

causa de um elefante) e no Irã

(onde ficou hospedado em um

castelo de onde não podia sair).

Fica por conta do leitor

encontrar e unir as peças de um

quebra-cabeça, ora nos

primeiros capítulos, ora nos

últimos, que vai revelando aos

poucos como foi forjado seu

caráter e como a determinação, a

generosidade e a disciplina

transformaram um jovem médico

em um cirurgião reconhecido

mundialmente, dono de técnicas

próprias, professor consagrado e

membro da Academia Brasileira

de Letras (ABL).

Filho de médico, Ivo decidiu

aos 16 anos seguir a carreira do

pai e aprendeu com ele, no

consultório em Belo Horizonte, os

princípios básicos da cirurgia.

Seguiu depois para o Rio de

Janeiro onde concluiu o curso de

medicina iniciado em Minas

Gerais. O jovem foi dar plantão no

serviço de urgência da Santa

Casa de Misericórdia, onde

começou a se destacar em

cirurgias reparadoras de mãos e

narizes tanto que fundou ali a 38º

Enfermaria, a de Cirurgia

Plástica, na qual trabalhou por

décadas, mesmo depois de todo

o sucesso alcançado.

Em 1961, o destino resolve

provar-lhe a vocação. Na tarde de

17 de dezembro daquele ano, Ivo

Pitanguy ouviu no rádio do carro a

notícia de que um circo pegara

fogo em Niterói, do outro lado da

Baía de Guanabara. De imediato,

ele seguiu com seus alunos da

primeira turma de cirurgia

plástica da PUC, do Rio, de barca

para Niterói (naquela época não

existia ainda ponte). A tragédia

do Gran Circo Norte-Americano

foi terrível e marcou

profundamente a população do

Rio de Janeiro. A lona de algodão

pegou fogo e provocou 500

mortes entre o público – 70% de

crianças. Por mais de seis meses,

Ivo Pitanguy e sua equipe

ajudaram os queimados com

técnicas e fervorosa dedicação.

Nesta ocasião, ele demonstra

para a Academia de Medicina que

cirurgia plástica e reparadora não

era questão secundária, mas de

sobrevivência, de retorno à vida,

de salvação de membros e de

ampliação da autoestima de

queimados. Fundou sua famosa

clínica no bairro de Botafogo

onde recebeu celebridades,

empresários e políticos de todo o

mundo. Pitanguy estudou nos

Estados Unidos e na França com

renomados profissionais da

cirurgia plástica, mas nunca

aceitou trabalhos definitivos por

lá. Sempre voltava ao Rio. Sua

narrativa descreve um dos

capítulos importantes, se não o

mais importante, da cirurgia

plástica no Brasil.

Em vez de enumerar títulos e

diplomas conquistados, Ivo

Pitanguy reserva em sua

autobiografia um capítulo

especial “A Alegria do Convívio”,em que aparece em fotos, quase

sempre de bermuda e camiseta,

ao lado de macacos e antas,

deitado na grama com os bichos

que tinha em sua ilha em Angra

dos Reis. “O amor pela natureza e

pelos bichos perpassa todas as

épocas de minha vida”, diz ele.

“Não crio bichos; de fato, convivo

com eles.” É tocante seu amor

por seus cachorros, em especial

Bob, um dogue alemão, que foi

enterrado em lugar especial na

entrada da ilha. Pitanguy gostava

do mar e das florestas, era um

ecologista, quando isso ainda

não estava na moda. No livro, ele

descreve também o convívio com

a mulher Marilu e os filhos.

O mestre, aos 90 anos, tem

bom humor até ao descrever

acidentes e perigos enfrentados.

Em pelo menos quatro ocasiões a

natureza quase ceifou-lhe a vida.

Uma das mais dramáticas foi

quando a lancha em que seguia

com a família enfrentou mar

revolto em Angra dos Reis. No

último capítulo, ele diz: “Conheço

a morte. Durante toda a vida eu a

vi agir. Ela não me apavora.

Renunciar à alegria da vida será

mais difícil.” E avisa gentilmente

que não quer ser enterrado nos

mausoléus da Academia

Nacional de Medicina e nem no

da Academia Brasileira de Letras.

Mas onde? O leitor que encontre

mais esta peça e conclua o

quebra-cabeça do livro.

VIVER VALE A PENA

DE IVO PITANGUY

CASA DA PALAVRA

R$ 45,00

396 páginas

F O

TO G

R A

F I A

Retrospectiva deBlumenfeld.

Em fotos, claro.

Começa hoje, no MAB-FAAP, exposição com otrabalho de um dos fotógrafos mais influentes do

século XX, Erwin Blumenfeld (1897 – 1969). Amostra organizada pelo Museu Nicéphore Niépce,

localizado na França, já rodou o mundo – passoupela Alemanha, Inglaterra, Itália e China – e chega

por aqui com bastante material.São mais de noventa impressões, totalmente

restauradas em cores, recortes

LEITURA

Simone Marinho/Agência O Globo

de publicações originais e filmes de modararamente vistos. A exposição reúne obras daépoca pós-guerra: fotografia de moda, campanhaspublicitárias, retratos de personalidades, etrabalhos experimentais reconhecidos pelosavanços técnicos para a época. A curadoria é deNadia Blumenfeld, neta do artista.B l u m e n fe l dStudio: New York 1941 – 1960 MAB-FAAP. RuaAlagoas, 903. A partir de hoje. Entrada gratuita.

Div

ulga

ção

Page 12: Diário do Comércio - 29/10/2014

12 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

.F..OTOGRAFIA

Chacoalhadascaninas

A fotógrafa Carli

Davidson é especialista

em clicar pets. Na sua

mais recente série, ela

registrou 61 filhotes

naquele momento

especial de chacoalhar

o corpo todo.

w w w. c a r l i d a v i d s o n . c o m

.E..S PA Ç O

Foguete explodedurante lançamento

Um foguete Antares

da empresa privada

Orbital Sciences

Corporation, com mais

de duas toneladas de

carga para a Estação

Espacial Internacional

(ISS, na sigla em inglês),

explodiu ontem pouco

após decolar das

instalações da Nasa na

Ilha Wallops, na Virgínia.

"A Orbital Sciences está

avaliando o estado da

missão", informou a

Nasa, acrescentando

que não houve feridos.

O foguete, que tinha a

altura de um prédio de

14 andares, apresentou,

segundo a Orbital

Sciences, uma

"anomalia". A empresa é

uma das duas

companhias

contratadas pela Nasa

para enviar carga para a

ISS e tem um contrato

com a agência espacial

de US$ 1,9 bilhão.

.A..RTE DE RUA

Em São Paulo e em LondresA arte de rua foi destaque ontem em São

Paulo e em Londres. Na capital paulista, um

painel (acima) do artista João Paulo Cobra,

conhecido como NOVE, foi finalizado na

esquina da Rua Consolação com Avenida

Paulista, região central da cidade. Já na

capital britânica, o distrito de Shoreditch (ao

lado) ganhou novos roteiros de visitas

guiadas a suas ruas e seus becos cobertos de

obras de grafiteiros de todo o mundo.

.C..IÊNCIA

Google desenvolven a nop a r t í c u l a s

O Google anunciou

ontem estar trabalhando

no desenvolvimento de

nanopartículas para

identificar alterações

bioquímicas no organismo

que possam indicar

doenças. A empresa

informou que as

nanopartículas serão

ingeridas por uma cápsula

e transmitirão as

informações sobre as

células doentes para um

computador equipado com

sensores. A empresa

destacou que a

sobrevivência ao câncer

depende em grande parte

do diagnóstico precoce da

doença e lamentou que em

muitos casos, como os de

tumores no pâncreas,

esses diagnósticos ainda

não sejam viáveis. Os

especialistas estimam que

pode ser necessário de

cinco a sete anos até que

este projeto seja

f i n a l i z a d o.

.F..UTEBOL

Só um brasileiro podelevar a Bola de Ouro

O atacante Neymar é o

único brasileiro entre os

23 candidatos à Bola de

Ouro 2014, que deve

ser disputada entre o

português Cristiano

Ronaldo, vencedor do

prêmio em 2013 e principal

favorito, e o argentino

Lionel Messi. O brasileiro

do Barcelona figura pela

quarta vez consecutiva na

lista, que foi divulgada

ontem pela revista Fr a n c eFo o t b a l l e pela Fifa. O

atacante naturalizado

espanhol Diego Costa, do

Chelsea, foi indicado pela

primeira vez entre os

melhores do mundo,

segundo a lista divulgada

pela entidade máxima do

futebol. Da lista divulgada

ontem sairão os três

finalistas ao prêmio de

melhor jogador do mundo,

que será conhecido no dia

1º de dezembro. Confira a

lista dos indicados no link.

http://pt.fifa.com/ballon-dor

.L..OTERIAS

Concurso 1328 da DUPLA-SENA Segundo sorteio

08 18 42 44 46 49

Concurso 3625 da QUINA

29 42 53 75 77

.P..ALEONTOLOGIA

Yuka, o mamute de 39 mil anos.C

rianças e adultos se

reuniram ontem em

frente à Casa Central

dos Artistas, em Moscou, na

Rússia, para participar do pri-

meiro dia da exposição do ma-

mute Yuka. A exposição faz

parte do festival organizado

pela Sociedade de Geografia

Russa e permite aos visitantes

conhecer o fóssil inteiro do

mamute, que tinha entre oito

e onze anos quando morreu e

foi encontrado há quatro anos

por paleontólogos na Sibéria.

Yuka é o nome dado pelos

cientistas ao fóssil de fêmea

de mamute de 39 mil anos que

é considerado o mais bem pre-

servado de toda a história

mundial. A preservação do

fóssil em tão boas condições é

atribuída pelos cientistas ao

gelo que cobre o solo da Sibé-

ria na costa Yukagir, onde o

fóssil foi encontrado. Há um

projeto de clonar o mamute.

.C..ONCURSO

Barba campeãNo sábado passado, barbudos e

bigodudos de todo o mundo participaram

do World Beard and Moustache

Championship em Portland, Oregon.

O vencedor foi Madison Rowley (acima)

por sua barba farta e bem penteada.

O prêmio: participação com todas as

despesas pagas no concurso de 2015,

que acontecerá em Leogang, Áustria

Traços mínimosO desenhista e

estudante de arquitetura

indiano Raghuram

Venkatesan criou uma

série de pôsteres para

filmes como Tin Tin e

Procurando Nemo. Na série,

ele utiliza o menor número

de elementos possíveis

para caracterizar as

p ro d u ç õ e s .

http://goo.gl/OmkmUN

Primeiro sorteio

03 05 16 36 45 46

Max

im S

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etov

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to S

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Page 13: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13

O arquivo com oscálculos dos tributos

poderá ser baixado pelainternet e será

personalizado, levandoem conta as

peculiaridades de cadaempresa. Versão antiga

deve ser atualizada.

Sílvia Pimentel

As mudanças na Lei

12.741, conhecida

como Lei de Olho no

Imposto, estão con-

templadas num novo sistema

que poderá ser usado pelo co-

mércio sem custo. O Instituto

Brasileiro de Planejamento e

Tributação (IBPT) criou uma

solução simples que gera in-

formações sobre a carga de

impostos incidentes nos pro-

dutos e serviços, que devem

obrigatoriamente ser mostra-

das ao consumidor por meio

de cartazes ou cupom fiscal. O

arquivo com os cálculos dos

tributos poderá ser baixado

pela internet e será personali-

zado, levando em conta as pe-

culiaridades de cada empre-

sa. Pelas novas exigências da

lei, os incentivos fiscais, como

a desoneração da folha de sa-

lários, devem ser considera-

dos no cálculo da carga tribu-

tária. Além disso, a norma

obriga o comércio a mostrar

nas notas o valor dos tributos

de forma individual, separan-

do o montante que vai para os

cofres da União, dos Estados e

municípios, no caso de presta-

dores de serviços.

De acordo com o diretor de

Inovação e Inteligência Contá-

bil do IBPT, Othon de Andrade

Filho, o sistema consumiu dois

meses de trabalho e foi desen-

volvido a partir de uma base

de dados sobre os tributos in-

cidentes em cerca de 10.500

itens, agrupados de acordo

com a atividade. São 99 gru-

pos de produtos com os códi-

gos NCM (Nomenclatura Co-

mum do Mercosul) que pode-

rão ser selecionados pelo co-

merciante para que o cálculo

seja efetuado e a carga tribu-

tária seja exibida por meio de

um cartaz.

O uso de um painel como al-

ternativa para as empresas

que não possuem sistemas in-

formatizados está previsto na

Portaria Interministerial 85-

14. Para essa opção, o IBPT de-

senvolveu uma planilha do Ex-

cel, onde é preciso marcar o

grupo, ou grupos, correspon-

dente aos produtos comercia-

lizados. Feito isso, o sistema

vai gerar um cartaz com o re-

sumo da carga tributária mé-

dia do estabelecimento, sepa-

rada por Estados, municípios e

União. Essa separação não es-

tava prevista na primeira ver-

são da lei, daí a necessidade

de revisão do primeiro softwa-

re desenvolvido para atender

às exigências da norma. “E s-

tamos trabalhando para aper-

feiçoar o sistema e torná-lo

ainda mais claro e simples pa-

r a o u s u á r i o” , a d i a n t o u

Othon.

Para o comerciante que uti-

liza o cupom fiscal eletrônico,

o IBPT vai disponibilizar todas

as alíquotas num layout pa-

drão que poderá ser integrado

ao software de automação co-

mercial. Essa nova versão já

foi validada pela Associação

Brasileira de Automação Co-

mercial (Afrac), que também

participou no desenvolvimen-

to da solução. O arquivo com

os cálculos poderá ser baixa-

do a partir de dezembro. Por

ora, os comerciantes podem

preencher um cadastro no site

do IBPT (www.ibpt.org.br),

que pede informações como o

regime tributário usado pela

empresa, valor médio da folha

de salários e do faturamento,

variáveis que impactam o cál-

culo da carga tributária. Além

disso, caso a empresa seja tri-

butada pelo regime do lucro

presumido ou real, é preciso

informar os incentivos fiscais

concedidos. O arquivo será

gerado a partir das informa-

ções fornecidas pela empre-

sa. “O cadastro prévio é um re-

curso de segurança, sobretu-

do para o empresário, pois a

responsabilidade sobre as in-

formações geradas passa a

ser do IBPT”, explicou.

O modelo teve aprovação

unânime dos fabricantes de

emissores de cupom fiscal e

desenvolvedores de softwa-

res, de acordo com o vice-pre-

sidente de relações institucio-

nais da Afrac, Luis Garbelini.

“O desafio agora é atualizar

cerca de um milhão de PDVs

que usavam a versão antiga,

antes das alterações na lei,

que envolve perto de 300 mil

estabelecimentos comer-

ciais”, informou. Existe ainda

a preocupação com a proximi-

dade do final do ano, o que tor-

na inviável a troca do softwa-

re. Segundo Garbelini, a troca

do parque para a primeira ver-

são da Lei De Olho no Imposto

demorou seis meses, um pra-

zo que deverá se repetir com a

segunda versão. Para atender

à legislação de forma tempo-

rária, ele sugere o uso do car-

taz até que seja substituído o

software. O novo modelo será

apresentado em breve aos as-

sociados da Afrac. Sobre os

custos de atualização para o

comerciante, Garbelini infor-

mou que o valor cobrado será

analisado de forma individual.

O empresário que possui con-

trato de manutenção com um

desenvolvedor de software,

por exemplo, o custo deve ser

zero. Na primeira atualização,

lembrou, houve um esforço

das empresas para que o vare-

jo atendesse a legislação com

o menor custo possível.

Para o economista da Asso-

ciação Comercial de São Paulo

(ACSP), Marcel Solimeo, o car-

taz é uma alternativa válida

sobretudo para as empresas

de pequeno porte e para aque-

las que se preparam para

atualizar o software. “Tão logo

possam, acredito que as em-

presas maiores usarão o cu-

pom fiscal”, disse. O econo-

mista lembrou que a ACSP

acompanha de perto o proces-

so de regulamentação e adap-

tação à lei. A entidade é uma

das principais incentivadoras

da transparência tributária

por acreditar que, sabendo

quanto paga de impostos, o

consumidor poderá cobrar a

contrapartida em serviços pú-

blicos de qualidade.

Marcos Mendes / LUZ

Solimeo: transparência tributária na mira da ACSP.

FACILITANDO A VIDA, UM POUCO.Relatório "Doing Business", do Bird, afirma que Brasil subiu três

degraus, mas ainda está muito distante da líder Cingapura.

Fazer negócios no

Brasil ficou um pouco

mais fácil, mas o País

ainda está bem longe dos

melhores lugares do

mundo para a vida de um

empreendedor, mostra um

estudo divulgado ontem

em Washington, pelo Banco

Mundial sobre a facilidade

de se fazer negócios em

189 países. O Brasil ficou na

120ª posição no ranking

geral este ano. No relatório

do ano passado,

inicialmente o País havia

ficado em 116º, mas após

revisão divulgada junto

com o novo estudo, a

economia brasileira agora

aparece no 123º lugar em

2013. No ano anterior,

estava na posição 130º.

Começar um negócio no

Brasil demora 83,6 dias,

melhor que os 107,5 dias

do levantamento do ano

passado, mas ainda longe

dos líderes do ranking. Em

Cingapura, país que ocupa

a primeira posição no

levantamento deste ano,

são apenas dois dias e

meio. Nos EUA, o sétimo

lugar, são 5,6 dias. Na

América Latina, são 31,7

dias.

Em outros indicadores

isolados, usados no

conjunto para fazer o

ranking geral, o Brasil

também ocupa posições

ruins. Na abertura de uma

empresa, o país está na

posição 167º, com 11,6

procedimentos necessários -

em Cingapura são três e na

Nova Zelândia, apenas um.

Em conseguir permissão

para construção, o Brasil fica

em 174º lugar, demorando,

em média, 426 dias. Obter

eletricidade é um dos

poucos itens em que o Brasil

se destaca, ocupando a

posição 19 no ranking.

Cingapura, pelo nono ano

consecutivo na liderança, é o

lugar mais fácil para se fazer

negócios no mundo. Em

seguida, aparecem, nesta

ordem, Nova Zelândia, Hong

Kong, Dinamarca e Coreia do

Sul. O último lugar ficou com

a Eritreia, na África, e o

penúltimo com a Líbia.

Piores que o Brasil no

ranking geral estão países

como Haiti, Bolívia,

Paquistão, Sudão, Índia,

Venezuela e Argentina.

O relatório do Banco

Mundial conclui que houve

progressos na

regulamentação pelo mundo

com o objetivo de facilitar os

negócios para os

empresários. "Dos países

que nós medimos, em 80%

as regulamentações são

mais simples e fáceis para

e m p re e n d e d o re s

começarem uma empresa

nova ou transferirem

propriedade", destaca uma

das autoras do estudo, Rita

Ramalho, em um vídeo

disponibilizado aos

jornalistas, ressaltando que

a maioria das reformas

ocorreu na África. De junho

de 2013 a junho de 2014 o

relatório, que cobre 189

economias em todo o

mundo, documentou 230

reformas - não pôde incluir,

portanto, a facilitação para o

fechamento de empresas

posta em prática em outubro

pela Secretaria da Micro e

Pequena Empresa.

Na América Latina, o país

mais bem colocado no

ranking passou a ser a

Colômbia (34º lugar),

tomando a posição antes

ocupado pelo Chile (agora

em 41º). O Peru aparece em

35º e, graças a reformas e

outras medidas vem

conseguindo melhorar o

ambiente de negócios Por

exemplo, há dez anos, um

empresário peruano teria de

passar mais de 33 dias para

registrar uma transferência

de propriedade. Agora,

levaria 6,5 dias, menos

tempo do que nos Estados

Unidos. A Colômbia é citada

no relatório como o mercado

da região que mais fez

reformas para incentivar os

negócios das empresas

menores desde 2005,

somando 29 mudanças.

Esta é a décima segunda

edição do estudo, que este

ano recebeu o nome de

"Doing Business 2015: Indo

Além da Eficiência".

(Estadão Conteúdo)

Sebrae eSecr etariadas MPE têmcalculadora

Sobram

alternativas para

o cumprimento da

Lei 12.741/2012.

Além das soluções

desenvolvidas pelo

IBPT, mais voltadas

para as empresas

maiores, já está

disponível nos sites

do Sebrae e da

Secretaria da Micro e

Pequena Empresa

(SMPE) uma

calculadora capaz

de discriminar os

valores dos tributos

embutidos nos

preços cobrados

sobre produtos. A

ferramenta foi

desenvolvida para

facilitar a adequação

das micro e

pequenas empresas

à Lei de Olho no

Imposto. Por meio

dela, o

microempresário vai

contar com tabelas e

p a r â m e t ro s ,

podendo agregar

valores e

percentuais por

grupos de

mercadorias e

serviços. Depois de

preenchidos os

dados solicitados

sobre a empresa,

como faixa de

faturamento, será

um gerado um

cartaz com os

valores médios.

Os interessados

poderão obter o

arquivo, por

download, no site da

SMPE

( w w w. s m p e . g o. b r )

ou do Sebrae

( w w w. s e b r a e . c o m . b r )

que, em breve, vai

lançar aplicativo

para celular e outras

plataformas. “A nova

ferramenta é uma

alternativa que

facilita o

cumprimento da

lei”, destaca o

ministro da SMPE,

Guilherme Afif

Domingos.

Page 14: Diário do Comércio - 29/10/2014

14 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

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Page 15: Diário do Comércio - 29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 15

Mercados em dia bem comportadoEstrangeiros voltam a aplicar e Bolsa sobe 3,6% - até que venha nova reviravolta. O dólar, por sua vez, cai 1,9%, mas continua batendo no teto de R$ 2,50.

ABovespa fechou on-

tem em forte alta de

3,62%, com o seu

principal índice ba-

tendo em 52.330 pontos, em

sessão influenciada por espe-

culações sobre o futuro minis-

tro da Fazenda e presença de

investidores estrangeiros na

ponta compradora. O volume

financeiro do pregão somou

R$ 9,3 bilhões. Sob o mesmo

clima, o dólar fechou em que-

da de 1,94%, cravando R$

2,4740 e corrigindo boa parte

da expressiva alta da véspera

que se seguiu à reeleição de

Dilma Rousseff

Dados sobre o capital exter-

no na Bovespa mostraram

que o saldo voltou a ficar posi-

tivo em outubro até o dia 24,

com sete pregões seguidos de

entradas líquidas. Os estran-

geiros também aumentaram

na véspera sua posição em

contratos em aberto do Ibo-

vespa futuro, em 14.941 con-

tratos, para 109.059 contra-

tos. O desempenho de ontem

colocou o Ibovespa novamen-

te no campo positivo no acu-

mulado do ano, com alta acu-

mulada de 1,6%. Em dólar, o

índice ainda registra queda

em 2014, de 2,8%.

Profissionais do mercado ci-

taram expectativas sobre no-

vas medidas para a economia,

particularmente após a presi-

dente reeleita Dilma Rousseff,

em entrevista à TV Globo na

segunda-feira, prometer fa-

zer anúncios neste sentido a

partir de novembro. "Ela sina-

lizou que pensa em mudar, o

mercado vai voltar e aguar-

dar", disse o operador de ren-

da variável de uma corretora

em São Paulo, que pediu para

não ter o nome citado.

Quanto à substituição de

Guido Mantega na Fazenda,

saíram na mídia nomes como

do presidente do Bradesco,

Luiz Trabuco, do ex-presiden-

te do Banco Central Henrique

Meirelles, do ex-secretário

executivo da Fazenda Nelson

Barbosa e do ex-presidente do

Banco do Brasil Rossano Mara-

nhão. "O mercado estava mui-

to pessimista com a chance de

reeleição de Dilma, com moti-

vos como o desempenho fraco

da economia, e quando apare-

ce a possibilidade de vir uma

inesperada notícia boa, como

Meirelles na Fazenda, o mer-

cado corrige", avaliou o gestor

Joaquim Kokudai, da Effectus

Investimentos.

As ações da Petrobras valo-

rizaram-se, após recuo supe-

rior a 10% na véspera, com as

preferenc ia is em a l ta de

5,18% e as ordinárias com ga-

nho de 4,24%. Também reper-

cutiu no início do pregão notí-

c ia do jornal O Estado de

S.Paulo de que o governo fede-

ral está perto de autorizar um

aumento nos preços de com-

bustíveis para a companhia. O

BTG Pactual acha que um rea-

juste é improvável neste mo-

mento. Ainda entre as esta-

tais, Eletrobras e Banco do

Brasil também terminaram

com fortes ganhos.

A queda do dólar frente ao

real, enquanto isso, amparou

uma correção de baixa em pa-

péis que ocuparam a ponta de

alta na véspera, com desta-

que para o setor de papel e ce-

lulose e outras exportadoras,

enquanto ajudou o papel Gol.

A ação da companhia aérea,

que fechou em alta superior a

15%, ainda teve sua recomen-

dação pela Raymond James

elevada para "outperform"

(acima da média do mercado),

ante "market perform" (na

média do mercado).

A Klabin, maior fabricante

de papel de embalagem do

Brasil, que tinha subido na

véspera impulsionada pela al-

ta do dólar, fechou em queda

nesta terça-feira. Nesta ma-

nhã, a empresa divulgou que-

da de 96% no lucro trimestral

na comparação anual, diante

de maiores perdas com varia-

ções cambiais. Também da sa-

fra de balanços, Duratex subiu

0,86%, após o lucro cair pela

metade no terceiro trimestre

ante igual período do ano pas-

sado, sob o peso de vendas

fracas e maiores despesas

operacionais e financeiras.

Viradinha no câmbio - A in-

versão do curso do câmbio já

era de certa forma esperada.

Investidores aguardam novos

sinais sobre como será a próxi-

ma equipe econômica e mui-

tos acreditam que a vitória da

petista já foi em grande parte

precificada. Segundo analis-

tas, até que haja mais defini-

ções sobre como se comporta-

rá o governo nos próximos

quatro anos, a perspectiva é

de volatilidade.

"Parece que boa parte do

mau humor com a reeleição de

Dilma já foi colocado no preço

nos últimos meses. Agora, in-

vestidores estão esperando

para saber mais detalhes so-

bre o próximo governo para

ajustar suas posições", afir-

mou o economista da 4Cast

Pedro Tuesta. A perspectiva de

que a petista poderia vencer a

corrida eleitoral já havia tirado

o dólar da casa dos R$ 2,20 pa-

ra perto de R$ 2,50 de setem-

bro para cá, com alguns ana-

listas argumentando que o

câmbio já tinha se ajustado ao

resultado eleitoral.

Agora, o mercado quer sa-

ber quem substituirá o atual

ministro da Fazenda, Guido

Mantega. "O dólar sem dúvida

vai escolher uma direção de-

pois da escolha do ministro. Se

for alguém que agrada, o dólar

pode cair mais. Se for alguém

de quem o mercado não gosta,

a pressão (de alta) volta", dis-

se o operador de uma correto-

ra internacional.

No exterior, uma série de in-

dicadores econômicos mistos

sobre os EUA levou alguns

operadores a apostar que o Fe-

deral Reserve, banco central

norte-americano, pode sinali-

Georgina Garcia/EC

zar em sua decisão de hoje

que só elevará os juros em

meados de 2015. O aperto

monetário nos EUA, quando

ocorrer, reduzirá a atrativida-

de de investimentos em paí-

ses emergentes, como o Bra-

sil. "O Brasil tem suas próprias

preocupações, mas o dólar es-

tá fraco globalmente hoje",

disse o estrategista sênior pa-

ra emergentes do Scotiabank,

Eduardo Suarez.

No exterior - As ações euro-

peias fecharam em alta on-

tem, revertendo a queda da

sessão anterior, uma vez que

resultados trimestrais melho-

res que o esperado de uma sé-

rie de empresas importantes.

O índice FTSEurofirst 300, que

reúne os principais papéis do

continente, subiu 0,92%, a

1.317 pontos. Os ganhos na

Europa foram estimulados pe-

lo índice alemão DAX que su-

biu 1,9%, e por mercados peri-

féricos da zona do euro, como

Espanha e Itália. As bolsas na

França e na Reino Unido, con-

tudo, tiveram altas menos ex-

p re s s i v a s .

Nos Estados Unidos, os prin-

cipais índices acionários subi-

ram mais de 1%, com o S&P

500 encerrando acima da mé-

dia móvel de 50 dias pela pri-

meira vez em quase um mês,

uma vez que fortes resultados

corporat ivos diminuíram

preocupações sobre as pers-

pectivas de empresas no país,

tal como aconteceu nos mer-

cados europeus. O índice Dow

Jones subiu 1,12%, a 17.005

pontos, enquanto o S&P 500

teve ganho de 1,19%, a 1.985

pontos. O índice de tecnologia

Nasdaq .IXIC subiu 1,75%, a

4.564 pontos.

(Reuters)

Estatais recuperam-se em parte do abalo dos últimos dias e Petrobras avança mais de 5%; mote continua a ser: aguardemos o novo ministro.

Médias seguem os passos dasgrandes na Bolsa

Empresas demandam capital de investidores financeiros para expansão

Empresas médias de

educação, tecnologia e

saúde estão à caça de

capital de investidores finan-

ceiros para acelerar planos de

expansão, trilhando o cami-

nho que levou à Bolsa de Valo-

res , Mercador ias e Futu-

ros(BM&FBovespa) nomes

como Kroton, Totvs e Odon-

t o p re v.

Com faturamento anual

médio de R$ 100 milhões a R$

200 milhões, elas têm em co-

mum a perspectiva de alto

crescimento nos próximos

anos, mesmo com a debilitada

confiança dos investidores na

economia do País. Apenas

uma companhia fez sua es-

treia na BM&FBovespa em

2014, que caminha para ser o

pior ano em IPOs no Brasil em

pelo menos uma década.

"Estamos prontos para a

economia em baixa ou em al-

ta", diz Marco Gregori, presi-

dente e fundador da Eduin-

vest, uma das cinco empresas

que se apresentaram ontem a

representantes de fundos de

pensão e de gestoras de fun-

dos de private equity, que fa-

zem dinheiro comprando e

vendendo participação em

empresas emergentes de alto

crescimento. Ela participou do

Fórum de Abertura de Capital

promovido por Bovespa e Fi-

nep (Financiadora de Estudos

e Projeto), órgão público cria-

do para estimular a inovação.

Focada no ensino funda-

mental, a companhia fundada

em 2012 tenta reproduzir o su-

cesso de grandes do ensino

superior, como Anhanguera

Educacional e Universidade

Anhembi, das quais Gregori foi

membro do conselho de admi-

nistração. A meta é estrear na

Bolsa em 2017. O apelo para

tentar convencer investidores

é: "Se a economia piorar, po-

demos ter mais alunos das

classes A e B. Se ficar melhor,

vamos receber matrículas de

famílias da classe C", diz.

Outra na vitrine da Finep

(também chamada deAgên-

cia Brasileira da Inovação) e

da BM&FBovespa, que promo-

vem esses encontros anual-

mente, é a Damásio Educacio-

nal. Ainda focada na prepara-

ção de candidatos para con-

cursos, a empresa espraiou

suas atividades para o ensino

superior e pós-graduação.

Tecnologia é outro alvo fre-

quente dos potenciais investi-

dores, à medida que cresce a

demanda por soluções para

aumento da produtividade,

especialmente em setores da

economia que estão passan-

do por um processo mais rápi-

do de consolidação.

Neste grupo aparecem no-

mes como a MXT, de conectivi-

dade sem fio e gestão inteli-

gente de residências e estabe-

lecimentos comerciais, e a Da-

t o r a , e s p e c i a l i z a d a e m

tecnologias que ligam siste-

mas com ou sem fio, parte do

que se convencionou chamar

de internet das coisas.

Em comum, essas empre-

sas têm o fato de serem jo-

vens, mais ligadas aos setores

dinâmicos da economia e já

preparadas desde o começo

para em algum momento

acessarem o mercado, diz o

sócio da Grant Thornton Lucia-

no Bordon, que vem acompa-

nhando várias dessas compa-

nhias médias rumo ao merca-

do acionário. "Elas já têm um

sistema de governança corpo-

rativa desenvolvido, o que fa-

cilita bastante a aproximação

com investidores", afirma.

Uma exceção à regra neste

sentido é a Plena Saúde. De

origem familiar, a compa-

nhia tem mais de 20 anos de

mercado. Mas a empresa tem

um discurso semelhante ao

das demais: foco num setor

que acompanha o aumento

do poder de compra das famí-

lias, que migram para o servi-

ço privado para fugir da baixa

qualidade do serviço público.

(Reuters)

Page 16: Diário do Comércio - 29/10/2014

16 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Edital Citação Prazo 30 dias expedido nos autos da Ação Usucapião Processo Nº 1002073.69.2014.8.26.0152 O Doutor. Diogénes Luiz de Almeida Fortoura Rodrigues Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Cotia/SP na forma da Lei.Faz Saber a ESCOLÁSTICA VAZ GODINHO também conhecida por ESCOLÁSTICA PIRES GODINHO JOAQUIM NUNES DE OLIVEIRA ALZIRA MADALENA DE OLIVEIRA AMÉRICO DOS SANTOS DA SILVA RAMOS MARIA HELENA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA RAMOS réus ausentes incertos desconhecidos eventuais interessados bem como seus cônjuges e/ou suces-sores que Adérito Junior Delgado e Outros ajuizaram Ação de Usucapião objetivando a declaração de domínio sobre o imóvel localizado na Rua do Cruzeiro 380 o qual inicia no marco 01 numa distância de 214,02m até o marco 02 numa distância de 28,53m confrontando com família Tomita ponto 03 na distância de 202,08m,confrontando com José Nunes Oliveira,marco 04,distância de 29,53m até marco 01 confrontando com Estrada do Cruzeiro com área total de 5.878,02m². Cadastrado na PM de Cotia/SP sob nº13444-11-06-0272-00-000 Alegando posse mansa e pacifi ca no prazo legal Estando em termos expede-se o presente edital para citação dos supramencionados para que no prazo de 15 dias a fluir após o prazo de 30 dias contestém o feito sob pena de presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelos autores.Será o edital por extrato afi xado e publicado na forma da lei.

Objetos de desejo, mas com IPI baixo.Salão do Automóvel abre exibindo multiplicidade de modelos. Mas, diante da queda nas vendas, as montadoras reivindicam a manutenção do imposto reduzido.

Aabertura do Salão do

Automóvel ontem,

em São Pau lo , fo i

marcada não apenas

pelos lançamentos das princi-

pais montadoras como tam-

bém por análises de seus exe-

cutivos, algumas nada otimis-

tas, sobre o atual cenário do

mercado brasileiro de auto-

móveis e suas previsões para

o encerramento deste ano e

2015. Entre os principais pon-

tos apontados para o desen-

volvimento do setor, está a re-

novação de incentivos tribu-

tários para o próximo ano, co-

m o o d o I m p o s t o s o b r e

Produtos Industrializados

(IPI), que teve a elevação de

sua alíquota sobre automó-

veis adiada de julho para o fim

deste ano, diante da queda

nas vendas de veículos.

"Sem dúvida, a Anfavea (as-

sociação de montadoras) vai

ter que levar (a discussão) ao

governo", disse o presidente

da General Motors (GM) para a

América do Sul, Jaime Ardila,

durante o Salão, que abre para

o público apenas amanhã. "O

IPI como está hoje faz parte da

indústria. Consumidor já se

acostumou com ele", afirmou

o executivo, enfatizando que a

indústria de veículos é uma

importante empregadora e

responsável por cerca de 25%

do Produto Interno Bruto (PIB)

industrial. "Historicamente, a

eficácia da redução do IPI já es-

tá comprovada."

Conforme o presidente da

Volkswagen do Brasil, Thomas

Schmall, não basta para o se-

tor apenas manter a redução

do IPI: é preciso um pacote de

medidas que possam aumen-

tar as vendas, entre elas o in-

centivo à exportação por meio

da redução do chamado Custo

Brasil. Ele destacou, contudo,

que a medida mais urgente

deve ser o incentivo à conces-

são de financiamentos, por

meio da redução dos custos

dos bancos. E citou também a

necessidade de um programa

de renovação de frota, como

aconteceu na Alemanha, Es-

tados Unidos e Itália.

O vice-presidente da Ford

América do Sul, Rogélio Gol-

farb, afirmou que a manuten-

ção do benefício é necessária

para um planejamento ade-

quado das montadoras no pró-

ximo ano, mas ele destacou

que o principal problema da in-

dústria automobilística hoje é

o excesso de capacidade. Na

América do Sul, pode crescer

para perto de 50% no próximo

ano e hoje a indústria já opera

com cerca de 45% de ociosida-

de, capacidade afetada pela

queda de vendas e exporta-

ções no Brasil e na Argentina,

os dois principais mercados da

região, ele ressaltou.

O vice-presidente executi-

vo da Toyota no Brasil, Luiz

Carlos Andrade Júnior, tam-

bém considera importante a

prorrogação do IPI para o setor

e afirmou que a Anfavea já es-

tá negociando com o governo

federal a postergação, sem

dar maiores detalhes. Andra-

de Júnior disse esperar que o

governo federal mantenha e

expanda o diálogo com a in-

dústria automobilística no se-

gundo mandato da presidente

Dilma Rousseff, para que o se-

tor possa passar por mudan-

ças e se tornar mais competi-

tivo. Ele avaliou que o governo

deve focar o investimento em

infraestrutura e logística e a

reforma tributária, a qual

"queremos fazer a quatro

mãos", enfatizou.

Fundo do poçoCom o alto nível de esto-

ques em várias montadoras,

Schmall projeta que o merca-

do automotivo brasileiro en-

cerrará 2014 com vendas

abaixo de 3,4 milhões de uni-

dades. Para 2015, estima que

cresçam entre

3% e no máxi-

mo 4%. Já Ar-

d i l a e s p e r a

vendas de 3,4

milhões a 3,5

m i l h õ e s d e

veículos leves

em 2014, no

País, uma que-

da próxima de

10%. "O mer-

cado atinge o

fundo do poço

nes te ano" ,

d i s se . A GM

deve encerrar

2 0 1 4 c o m

vendas de 600

mil carros no

Bras i l , após

630 mil em 2013, mesmo volu-

me estimado para o próximo

ano. Em termos de produção,

a estimativa dele é de que GM

produza 700 mil veículos no

Brasil neste ano, "o que é um

nível que tínhamos alcançado

6 anos atrás".

Para o presidente da Ford na

América Latina, Steven Arms-

trong, o poço pode ser ainda

mais fundo: ele prevê entre

3,2 milhões e 3,3 milhões de

unidades vendidas este ano,

sendo 10% de veículos da

marca. Armstrong atribui a

queda a uma série de fatores,

entre os quais a Copa do Mun-

do e as eleições, que impacta-

ram na economia brasileira

como um todo.

O presidente para a Améri-

ca Latina da montadora japo-

nesa Nissam, José Luis Valls,

também prevê queda de 5 a

10% do mercado nacional es-

te ano, que, na sua opinião,

atravessa dificuldades como

recuo da confiança de empre-

sários e consumidores, além

de crédito mais restrito. “E s-

peramos um mercado em

2015 similar ao de 2014”, ele

afirmou. A Nissan reduziu sua

produção no País em cerca de

5% há cerca de três meses.

Mas, segundo Valls, busca

vender mais de 100 mil carros

aqui em 2015 ante expectati-

va de vendas de 85 mil unida-

des este ano e após cerca de

74 mil em 2013.

Melhoras em 2015A Ford espera uma recupe-

ração a partir do segundo se-

mestre de 2015, afirmaram di-

rigentes da empresa. Eles dis-

seram esperar mudanças por

parte do governo que possibi-

litem uma retomada da eco-

nomia brasileira como um to-

do, mas ponderaram que

aguardam sinais mais claros

dessas modificações, como a

indicação da nova equipe eco-

nômica da presidente Dilma

Rousseff, para tomar decisões

em relação aos investimentos

futuros. "A primeira metade

de 2015 ainda vai ser ruim. So-

mente a partir do segundo se-

mestre do próximo ano deve-

mos começar a se recuperar",

afirmou Armstrong.

Para o executivo, uma reto-

mada mais robusta do setor

em 2016 dependerá da volta

de crescimento maior do PIB.

Apesar de não dar previsão, ele

garantiu que a Ford deve conti-

nuar investindo em novos pro-

dutos. De 2011 a 2015, o total

investido pela empresa deverá

ser de R$ 4,5 bilhões. Em mea-

dos de agosto, a GM também

anunciou um plano de investi-

mento de R$ 6,5 bilhões no

País, aplicados em renovação

de produtos, desenvolvimento

de novos modelos e nacionali-

zação de peças.

Na opinião de Andrade Jú-

nior, o setor automotivo em

geral deve ter desempenho

um pouco melhor em 2015,

embora a participação da

Toyota no mercado deva conti-

nuar a mesma, em torno de

Fotos: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press

6%. A estimativa da empresa é

de que o mercado termine

2015 com cerca de 3,5 mi-

lhões de unidades vendidas,

100 mil a mais do que a previ-

são para este ano. Para 2016,

ele pondera que uma possível

recuperação do setor vai de-

pender das mudanças a se-

rem anunciadas por Dilma.

(Agências)

Fora da curva, Audi estimacrescimento de 25%

Amontadora de carros

de luxo Audi espera

elevar suas vendas

no Brasil em 2015 em 25%

e investir na abertura de

lojas para mais que dobrar

sua presença no País,

afirmou o presidente

executivo da marca alemã

no Brasil, Jorg Hofmann. A

companhia, que investiu R$

500 milhões em produção

local no complexo fabril que

divide com sua

controladora Volkswagen

no Paraná, espera vendas

de 15 mil carros no Brasil no

próximo ano, disse o

exe c u t i v o.

A montadora começou o

ano com meta de vendas

de 10 mil unidades no

Brasil, mas ampliou para 12

mil. Até setembro, vendeu

9.665 unidades. O

crescimento acontece

apesar de um mercado

total de veículos no Brasil

caminhar para o segundo

ano consecutivo de queda

de vendas.

Hofmann afirmou que a

Audi tem meta de ampliar

as vendas no Brasil para 30

mil carros por ano em 2020.

A montadora vai expandir a

rede de concessionárias no

País de 28 lojas em 2013

para 40 lojas este ano e

para 60 até 2017, em

investimentos de R$ 300

milhões.

No Salão do Automóvel, o

executivo apresentou o

modelo elétrico A3

equipado com tecnologia

de carregamento em

tomada comum de 110

volts e afirmou que vai

iniciar a produção local do

SUV Q3 em 2016, além de

vender versão com motor

bicombustível do sedã A3

no final de 2015. (Reuters)

Automóveis modernos e bonitos, como estes da Ford e da Fiat, vão encher os olhos dos visitantes da feira, que começa amanhã para o público.

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 17

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18 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 19

EDITAL DE CITAÇÃOCitação � Prazo 15 dias � Proc. 0149896-08.2009.8.26.0001 � A Dra. Fernanda de Carva-lho Queiroz, Juíza de Direito da 4ª Vara Cível do Foro Regional I � Santana/ Comarca deSão Paulo � SP, faz saber que COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO / CET, jáqualicada nos autos, propôs em face de KEITI MORI, portador do RG n° 1.833.978-9 einscrito no CPF/MF sob o n° 631.598.998-53, AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOSPELO PROCEDIMENTO SUMÁRIO, objetivando o ressarcimento de danos sofridos emvirtude de acidente envolvendo veículo de sua propriedade, no importe original de R$5.698,70. Estando o Réu em lugar ignorado, foi deferida a citação por edital, para queem até 15 dias, a uir após a publicação do presente, o Requerido, querendo, apresentedefesa, sob pena de revelia, nos termos da lei. Será o edital axado e publicado.

São Paulo, 27 de outubro de 2014.

SERVIÇOAUTÔNOMO DE ÁGUAE ESGOTO DE SOROCABAO Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba, por sua Comissão Especialde Licitações, comunica aos interessados, que foi INABILITADA a licitante L.T.D.Engenharia Ltda. à Concorrência 04/2014 - Processo Administrativo nº 4.337/2014,destinada à contratação de empresa especializada em engenharia para execução deserviço de construção do Reservatório de Detenção de Cheias (RDC) Água Vermelha etravessias em galeria celular de concreto armado, neste município; e HABILITADAS aprosseguir no presente certame as licitantes A. Fernandez Engenharia e ConstruçãoLtda., Tecla Construções Ltda., DP Barros Pavimentação e Construção Ltda.,Equipav Engenharia Ltda., Stemag Engenharia e Construções Ltda., ETCEmpreendimentos e Tecnologia em Construções Ltda., Penascal Engenharia eConstrução Ltda., DRR Construções e Comércio Ltda. e Melhor Forma EngenhariaLtda. Informa também que, os autos do processo estão com vista franqueada aosinteressados e que o prazo para interposição de Recurso Administrativo é de 05 (cinco)dias úteis, contados a partir da presente data. Comissão Especial de Licitações -Jovelina Rodrigues Bueno - Presidente

Granja Viana Auto Posto Eireli, torna público que recebeu da CETESB a Renovação daLicença de Operação, 72001321, valida até 28/10/2016 para Combustíveis e Lubrif. paraveículos, com. varejista sito á Rua José Felix de Oliveira ,1153 - V. Sto Antonio - Cotia-SP

Auto Posto Minella e Minella I Ltda, torna público que requereu da CETESB a Renovação daLicença de Operação para Combustíveis e Lubrificantes para veículos, com. varejista sito áAvenida Maria Luiza Americano ,1475 - Cidade Lider - São Paulo-SP

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DO SUL/SP

A Prefeitura Municipal de Ribeirão do Sul, Estado de São Paulo, por sua Prefeita Municipala Senhora Eliana Maria Rorato Manso, Torna Público:

AVISO DE LICITAÇÃOProcesso Administrativo nº 074/2014. Encontra-se aberta no Departamento de Licitações da PrefeituraMunicipal de Ribeirão do Sul, Estado de São Paulo, a Licitação Pública na modalidade de CONCORRÊNCIAsob nº 02/2014 do tipo MENOR PREÇO GLOBAL, pelo regime de Empreitada Integral (materiais/equipamentos e mão de obra), destinado à contratação de empresa do ramo da construção civil para aexecução das obras necessárias a produção do empreendimento habitacional “Ribeirão do Sul – E” com43 (quarenta e três) unidades habitacionais, Tipologia – CDHU – TI33B-03, objeto do Convênio nº9.00.00.00/3.00.00.00/00 64/2014 celebrado entre a Companhia de Desenvolvimento Habitacional eUrbano do Estado de São Paulo – CDHU e o município de Ribeirão do Sul. O Edital completo e informaçõescomplementares estarão à disposição dos interessados, a partir do dia 05/11/2014 na Secretaria daPrefeitura Municipal de Ribeirão do Sul, situada à Rua Cel. Paulo Fares nº 329, nesta cidade, no horárionormal de expediente, mediante requerimento e pagamento de taxa no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais).ENTREGA DE ENVELOPES: até às 09h00min, do dia 24/12/2014. E para que chegue ao conhecimentode todos, foi lavrado este Edital, que vai publicado na forma da Lei. Ribeirão do Sul, 28 de outubro de 2014.Eliana Maria Rorato Manso - Prefeita.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO/SPAVISO DE LICITAÇÃO

Comunicamos que está aberta a Licitação relacionada abaixo: MODALIDADE: Pregão Presencial 060/2014. OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE DESINTETIZAÇÃO (COMBATE A INSETOS RASTEIROS), DESRATIZAÇÃO (COMBATE A ROEDORES) E MANEJO INTEGRADO DE POMBOS, MORCEGOS E PÁSSAROS NAS UNIDADES ESCOLARES E LIMPEZA DAS CAIXAS D’ÁGUA. INÍCIO DA SESSÃO PÚBLICA: 12/11/2014, às 09:00 horas, na sala de Licitações da Prefeitura do Município de São Pedro, sita à Rua Valentim Amaral, n° 748, Centro, São Pedro/SP. O edital completo encontra-se à disposição no Departamento de Compras e Licitações, sito à Rua Valentim Amaral 748, no horário das 08:00h às 17:00h. Fone: (19) 3481-9223 ou através do site: www.saopedro.sp.gov.br São Pedro, 24 de outubro de 2014.HELIO DONIZETE ZANATTA – Prefeito Municipal.

Destiny Incorporações Imobiliárias LtdaCNPJ Nº 05.574.820/0001-00

Extrato da Ata de Reunião dos Sócios realizada em 20/10/2014Às 10 horas, na sede da sociedade, sito à Avenida Prestes Maia, nº 241, 44º an-dar, sala 6, Centro, São Paulo/SP - CEP 01031-902, deliberaram os sócios represen-tando a totalidade do Capital Social, reduzir o Capital de R$ 9.964.500,00 para R$7.473.400,00. A presente redução é feita de conformidade com o artigo 1082, incisoII, da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002, cancelando-se parte das quotas sociais dasócia Luni Negócios Imobiliários Ltda.

Terra Nova Rodobens, Incorporadora Imobiliária - Gravataí II - SPE LtdaCNPJ Nº 09.252.878/0003-50 - NIRE 35.221.888.178

11ª ALTERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE CONTRATO SOCIALData 13.12.2013. Local São José do Rio Preto. A totalidade das sócias da TERRA NOVARODOBENS, INCORPORADORA IMOBILIÁRIA - GRAVATAÍ II- SPE LTDA, sede em São Josédo Rio Preto-SP, na Avenida Francisco das Chagas de Oliveira, nº 2500, sala 15A, CEP 15.085-485, DELIBERAM, reduzir o capital social, conforme artigo 1082, II do Código Civil, passandode R$2.602.332,00 para R$1.602.332,00, representando uma redução de R$1.000.000,00, queserão devolvidos até 30.12.2013, em moeda corrente nacional, correspondendo à proporção dequotas que cada sócia possui na sociedade, sendo R$500.000,00 à sócia Rodobens NegóciosImobiliários S/A e R$500.000,00 à sócia Capa Engenharia S/A. Sócias: Rodobens NegóciosImobiliários S/A e Capa Engenharia S/A.

Companhia Florestal do BrasilCNPJ 18.368.414/0001-33 - NIRE 3530045397-2

Data,Hora eLocal:Em25demarço de2014, às 17 horas, na sededaCompanhia, naAvenidaBrigadeiro Faria Lima, 3400, 15º andar, parte, SalaFlorestal do Brasil, Itaim Bibi, São Paulo/SP. Presenca: Totalidade dos membros do Conselho de Administração.Mesa: Enéas Garcia Diniz -Presidente e Claudia Maria Sarti - Secretária.Ordem do Dia: (i) Eleger um novo membro da Diretoria.Deliberações: Por unanimidade dospresentes, sem qualquer oposição, ressalva, restrição ou protesto, foram tomadas as seguintes deliberações: (i) Tendo em vista a renúnciaapresentada pelo Sr. Juarez Saliba de Avelar, ao cargo de Diretor Presidente da Companhia, em 03 de dezembro de 2013, o Conselho deAdministração,na formadoartigo17,parágrafo3º,doEstatutoSocialdaCompanhia,aprovouaeleiçãodoSr.DanieldosSantosJúnior,brasileiro,casado, engenheiro de minas, portador da carteira de identidade RG nº 18433818 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 130.696.428-88, comendereço comercial naAvenidaBrigadeiro Faria Lima nº 3400, 20º andar, emSãoPaulo, Estado deSãoPaulo, para o cargo deDiretor Presidente,commandatoaté24demaiode2016, estendendo-seatéa investiduradeseusucessor, nos termosdoartigo150, §4º daLei nº 6.404/76.ODiretorora eleito aceitou e tomou posse do cargo a ele conferido, declarando, sob as penas da lei, que não está impedido de exercer quaisquer atividadesde administração da Companhia, nos termos do artigo 147 da Lei nº 6.404/76. (ii) Tendo em vista a deliberação acima, a Diretoria passa a sercomposta pelosSrs.Daniel dosSantosJúnior,comoDiretor-Presidente eEnéasGarciaDiniz, comoDiretor semdesignaçãoespecífica, amboscom prazo de gestão até 24 demaio de 2016, estendendo-se seus respectivosmandatos até a investidura dos seus sucessores.Encerramento:Nadamaishavendoa tratar, foramencerradosos trabalhos, lavradae lidaapresenteata,queachadaconforme, foiassinadapor todosospresentes.Assinaturas: Enéas Garcia Diniz - Presidente; Claudia Maria Sarti - Secretária; Conselheiros: David Moise Salama, Enéas Garcia Diniz e LuisFernando Barbosa Martinez.Certifico que esta ata é cópia fiel da original lavrada no livro de registro de Reuniões do Conselho de Administraçãoarquivado na sede da Companhia. São Paulo, 25 de março de 2014.Claudia Maria Sarti - Secretária. JUCESP nº 350.359/14-3 em 08/09/2014.Flávia Regina Britto - Secretária Geral emExercício.

DECLARAÇÃO À PRAÇAA empresa J.P. STAR SERVICE S/C LTDA, inscrita no CNPJ n°. 04.319.138/0001-09 e no CCMnº. 2.997.166-7, com sede à Rua Simão Álvares, nº 92, Apto. 51, Pinheiros - São Paulo-SP, CEP: 05417-020, COMUNICA o extravio do Livro Modelo 57, registrado na Prefeitura do Estado de São Paulo, sobo nº 2340534, em 15/03/01.

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:PREGÃO ELETRÔNICO DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/01186/14/05

OBJETO: SERVIÇOS GRÁFICOS DE PUBLICAÇÕES LOMBADA GRAMPEADA - LOTE 03. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para: Serviços Gráfi cos de Publicações Lombada Grampeada - Lote 03. As empresas interessadas poderão obter informações e verifi car o Edital a partir de 29/10/2014, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verifi car o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 12/11/2014, às 09:30 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 29/10/2014, até o momento anterior ao início da sessão pública. BARJAS NEGRI - Presidente.

NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2014 NÃO HOUVE PEDIDO DE FALÊNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Refinarias à beira de um adiamentoA Petrobras estuda, segundo agência de notícias, empurrar para frente o plano de construir duas novas refinarias no Nordeste - Maranhão e Ceará.

APetrobras ava l ia

adiar o projeto de

construção das refi-

narias Premium I e II,

no Maranhão e no Ceará, em

meio a uma desaceleração no

crescimento da demanda por

combustíveis no país, disse à

Reuters uma fonte com co-

nhecimento direto do assun-

to. As duas novas unidades

constam no Plano de Negócios

e Gestão 2014-2018 da esta-

tal, que prevê investimentos

totais de US$ 220,6 bilhões

para o período. A Premium I, no

Maranhão, e a Premium II, no

Ceará, aparecem na carteira

de projetos em licitação, que

deveriam ter processos "con-

duzidos em 2014".

"Não quer dizer que não se-

rá feito. Essas refinarias conti-

nuam sendo necessárias, mas

não na velocidade inicial... A

decisão ainda não foi tomada,

mas há um sentimento nesse

sentido (de prorrogar o início

do projeto)", disse a fonte, sob

condição de anonimato. A fon-

te ressaltou que, nos últimos

dois anos, o mercado de com-

bustíveis no Brasil não vem

mais crescendo no mesmo rit-

mo de antes, o que altera os in-

dicadores que vão definir o rit-

mo de construção de novas

unidades de refino. Embora

ainda não se saiba o custo das

refinarias, a postergação po-

de dar fôlego financeiro à com-

panhia, num momento em

que lida com o crescimento de

sua dívida, que somou ao todo

cerca de US$ 140 bilhões ao fi-

nal do segundo trimestre.

A estratégia de adiamento

de projetos nesse segmento

ocorre após a área de refino ter

sido o foco de grandes polêmi-

cas na Petrobras no último

ano. Investigações de várias

instituições, como o Tribunal

de Contas da União, Polícia Fe-

deral e CPIs no Congresso Na-

cional, ocorrem sobre os gas-

tos bilionários na construção

da Ref inar ia do Nordeste

(Rnest) - também chamada de

Refinaria Abreu e Lima -, em

vias de ser inaugurada, e na

compra da refinaria de Pasa-

dena, no Texas.

Além disso, a Petrobras tem

reduzido investimentos em

refino enquanto foca em gran-

des projetos de exploração e

produção de petróleo. No últi-

mo Plano de Negócio, o inves-

timento na área de abasteci-

mento/refino caiu quase pela

metade, para US$ 38,7 bi-

lhões em cinco anos, na medi-

da em que alguns projetos es-

tão sendo concluídos.

"Há experiências na Rnest e

Comperj (Complexo Petroquí-

mico do Rio de Janeiro), onde

houve um dispêndio de recur-

sos acima do que era previsto.

Com a Premium, não se deve

repetir isso aí", afirmou a fon-

te, lembrando que os altos

custos da Rnest, que beiram

US$ 20 bilhões, trouxeram

muitas lições para a Petro-

bras. Além de as refinarias Pre-

mium serem mais simples, a

Petrobras agora já retomou o

expertise de construir uma re-

finaria, após ter ficado antes

30 anos sem construir uma

unidade, algo que impacta ho-

je nas grandes importações de

Eudes Regis/AE

derivados. "Essa é um ques-

tão de honra (custar menos).

Foi uma lição aprendida ali e

todo (o aprendizado) será apli-

cado", afirmou.

De sa ce ler aç ão - O uso de

combustíveis no país vinha

avançando muito acima do rit-

mo do Produto Interno Bruto

(PIB) em anos recentes. A par-

tir de agora, segundo especia-

listas ouvidos pela Reuters,

apesar da demanda ainda al-

ta, ela começa a alinhar-se ao

desempenho fraco da econo-

mia do país, que deverá cres-

cer apenas 0,27% em 2014,

segundo estimativas de eco-

nomistas na pesquisa Focus.

"Os estudos de viabilidade

econômica mostram que te-

mos que dar uma apertada

nos custos. Qualquer investi-

mento tem como mais impor-

tante a viabilidade econômi-

ca", acrescentou, destacando

que o objetivo é ter um custo

de barril unitário compatível

com os indicadores econômi-

cos. A redução no ritmo de

crescimento da demanda in-

terna de diesel e gasolina de-

ve colaborar por menores im-

portações de derivados pela

Petrobras, algo que pode ali-

viar um pouco as contas da di-

visão de Abastecimento. A

área sofreu nos últimos tem-

pos com vendas de gasolina e

diesel no Brasil a preços mais

baixos do que os de compra no

mercado internacional, em

função da política de limitar

reajustes do governo federal,

preocupado com a inflação.

(Reuters)

A Refinaria Abreu e Lima custa quase cinco vezes mais que o orçado: lição que pode levar à postergação de outras duas nordestinas.

Mistura passa no testeLucas Lacaz Ruiz/EC

Veículos a gasolina

movidos a combustí-

v e l c o m m i s t u r a

maior de etanol, de

27,5%, passaram em testes

de desempenho encomenda-

dos pelo governo, que aguar-

da agora a conclusão de novos

estudos sobre emissões de

gases para tomar uma deci-

são sobre a mudança no limite

superior do percentual utiliza-

do do biocombustível no Bra-

sil, disse ontem uma fonte go-

vernamental. O atual limite

superior da mistura, que está

em vigor, é de 25% de etanol

anidro na gasolina. O aumento

do limite da mistura para até

27,5% já foi sancionado pela

presidente Dilma Rousseff,

mas a efetiva decisão de au-

mentar a taxa de etanol na ga-

solina depende, segundo a lei,

da comprovação da viabilida-

de técnica.

Não houve problemas para

o funcionamento dos veículos

nos testes conduzidos pelo

Centro de Pesquisas da Petro-

bras (Cenpes), segundo essa

fonte do governo, que preferiu

não ser identificada. O único

problema constatado até ago-

ra, acrescentou a fonte, foi um

aumento da emissão de gases

à base de nitrogênio e oxigê-

nio (NOx), que poderiam ter

efeitos nocivos à saúde em

quantidades muito elevadas.

A indústria automobilística,

representada pela Anfavea, é

cont rár ia a uma mis tura

maior, segundo a agência

Reuters, argumentando ante-

riormente que boa parte da

frota ainda usa apenas gasoli-

na no Brasil, e não estaria tec-

nicamente preparada. A even-

tual mudança, contudo, é vis-

ta pela indústria sucroalcoo-

leira como forma de aliviar a

crise vivida pelo setor. O eta-

nol anidro é um dos produtos

com melhor remuneração das

usinas. Ao governo também

interessa a nova mistura pelo

potencial de reduzir as impor-

tações de combustíveis fós-

seis pela Petrobras.

Pesquisa fina - A fonte do go-

verno afirmou que o aumento

verificado nessas emissões foi

pequeno, ainda dentro dos li-

mites, mas, mesmo assim, ge-

rou preocupações, principal-

mente da área ambiental do

governo. "Estão sendo feitos

levantamentos sobre essas

emissões em áreas metropoli-

tanas, onde já há níveis de sa-

turação", disse a fonte. No ca-

so de outros gases, como o

CO2 e o monóxido de carbono,

o aumento da mistura causou

redução de emissões, ainda

segundo a fonte. Somente

após a conclusão dessa análi-

se mais detida sobre a emis-

são de NOx é que o governo to-

mará uma decisão.

Uma fonte do setor de eta-

nol ouvida pela Reuters acha

que já há elementos suficien-

tes para aumentar a mistura.

"E queremos que esse aumen-

to seja a partir de janeiro, e não

a partir de maio, mesmo que

tenhamos que contar com al-

guma eventual importação",

disse. Entretanto, uma segun-

da fonte do governo, que

acompanha o assunto, a ofer-

ta de etanol está relativamen-

te baixa, após uma quebra de

safra no centro-sul, e que isso

não permitiria uma mistura

maior já nos próximos meses.

"A safra já está dada e talvez

não haja oferta suficiente",

a f i rm o u .

(Reuters)

Problema é saber se haverá oferta suficiente de etanol

Page 20: Diário do Comércio - 29/10/2014

20 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sistema

Jack Ewing e London Thomas Jr. /The New York Times

As d i f icu ldades do

mercado global são

um lembrete vívido

de que a crise euro-

peia ainda não acabou – só faz

uma pausa. Uma das princi-

pais razões é o fato de que as

autoridades nunca lidaram di-

retamente com um sistema

bancário disfuncional. E os in-

vestidores temem que ainda

existam problemas escondi-

dos nos registros contábeis

dos bancos.

O Banco Central Europeu

(BCE) tenta recuperar a con-

fiança ao mergulhar de cabe-

ça nos bancos para determi-

nar quais deles estão em boa

forma, quais precisam de aju-

da e quais precisam ser fecha-

dos. Mas os resultados dessa

seleção podem abalar ainda

mais o mercado.

As autoridades afirmam

que para a economia europeia

voltar aos trilhos alguma dor

imediata é inevitável. Os regu-

ladores dos Estados Unidos

realizaram um expurgo simi-

lar nos bancos americanos em

2009, o que ajudou a abrir ca-

minho para a recuperação da

moeda. Fragmentada, a zona

do euro adotou uma aborda-

gem mais tímida. Uma revisão

realizada em 2011 por outro

órgão regulador deu notas po-

sitivas a bancos belgas e por-

tugueses que faliram logo em

seguida, gerando dúvidas em

relação a todo o sistema finan-

ceiro europeu.

A Europa está pagando o

preço. A incerteza fez com que

os bancos tivessem mais difi-

culdades para levantar fun-

dos, gerando uma enorme fal-

ta de crédito em algumas re-

giões. Uma vez que as empre-

s a s n ã o c o n s e g u e m

empréstimos para investir em

equipamentos e na contrata-

ção de pessoal, o crescimento

foi interrompido e o desem-

prego continua em alta.

A melhor maneira de ga-

nhar confiança "é reconhecer

que os empréstimos são ruins

e eliminá-los", ensina William

White, ex-assessor econômi-

co do Banco de Compensa-

ções Internacionais, o banco

central dos bancos centrais. O

risco de não fazer isso, segun-

do ele, é sofrer um ciclo de es-

tagnação como o do Japão.

Além disso, ainda restam

dúvidas se o presidente do

Banco Central Europeu, Mario

Draghi, adotará medidas que

seriam necessárias para revi-

ver a economia moribunda e

combater a tendência defla-

cionária. Ao revelar um plano

agressivo de compra de títulos

para injetar dinheiro na eco-

nomia sem oferecer detalhes,

ele criou um vácuo que ali-

mentou ainda mais as preocu-

pações do mercado acerca da

fraqueza da economia global.

BATERIA DE TESTES"É possível argumentar que

a crise na zona do euro está no

epicentro disso tudo", afirma

James W. Paulsen, estrategis-

ta chefe de investimentos na

Wells Fargo Asset Manage-

ment. Com a atual fraqueza

econômica, os investidores

prestarão mais atenção no ve-

redito dessa revisão bancária.

"Há três ou quatro semanas,

ninguém nos EUA teria se im-

portado com isso", assegura.

A nova supervisora do siste-

ma bancário europeu, Danièle

Nouy, jura que os testes do

BCE serão difíceis. A revisão

faz parte de uma iniciativa

mais ampla para criar um sis-

tema uniforme de regulamen-

tação bancária, substituindo a

colcha de retalhos do sistema

de supervisão dos países da

União Europeia, que a crise fi-

nanceira demonstrou ser ex-

tremamente ineficaz. O novo

órgão regulador pan-europeu,

o Mecanismo Único de Super-

visão, que entrará oficialmen-

te em ação no próximo dia 4,

terá poderes amplos para evi-

tar comportamentos de risco

e aplicar penalidades.

Nouy passou toda sua car-

reira de funcionária pública li-

dando com regras bancárias

esotéricas e agora está con-

tratando novas pessoas para

expandir o pequeno exército

de funcionários e consultores

externos – 6.000 pessoas –

que analisará os registros con-

tábeis dos bancos. Em compa-

ração às iniciativas anterio-

res, o BCE está observando

mais a fundo, anal isando

135.000 arquivos de emprés-

timos em 130 dos maiores

bancos da zona do euro e da Li-

tuânia, que se tornará o 19º

país da união cambial. Isso

corresponde a 85% dos ban-

cos com empréstimos e outros

ativos em aberto.

Os bancos já passaram por

um teste de estresse (leia abai-xo, nesta página) que avalia se

seriam capazes de resistir a

uma recessão de maiores pro-

porções, ao pânico no merca-

do de títulos da dívida ou qual-

quer outra situação adversa.

Os investidores "saberão

tudo o que consta nos balan-

cetes dos bancos europeus",

prometeu Nouy em uma en-

trevista. O principal objetivo é

expor os "bancos zumbis" –

credores que esconderam

seus problemas emitindo

mais crédito para mutuários

em dificuldade, permitindo

que eles dessem calote. Cre-

dores na Itália, na Grécia e em

Portugal estão sendo espe-

cialmente analisados, em vis-

ta da fraqueza desses países.

Bancos que se concentram es-

pecialmente em determina-

dos setores, como o imobiliá-

rio, também enfrentarão a

mesma pressão.

Para realmente limpar o sis-

tema, Nouy e o BCE precisam

estar dispostos a forçar os

bancos a tomarem um remé-

dio amargo e chegar a um con-

senso em relação a essas deci-

sões. Isso nem sempre é uma

tarefa fácil, pelo menos quan-

do observamos o que ocorreu

no Chipre.

SEM EFEITO DOMINÓEm 2013, o BCE aprovou

mais de US$ 9 bilhões em em-

préstimos feitos pelo banco

central cipriota para a segun-

da maior instituição financei-

ra do país, o Banco Popular do

Chipre. O dinheiro foi para a

instituição (que mudou seu

nome para Laiki Bank) apesar

das objeções de uma autori-

dade do alto escalão, que

acreditava que o banco era in-

solvente, de acordo com mi-

nutas recém-publicadas de

encontros realizados no BCE.

As minutas, que cobrem as

reuniões do conselho diretivo

do BCE de maio de 2012 a ja-

neiro de 2013 e foram revisa-

das pelo The New York Times,

destacam divisões profundas

entre a Alemanha, a maior po-

tência econômica da Europa,

e os outros países. O diretor do

Banco Central do Chipre na

época, Panicos Demetriades,

afirmou que permitir que o Lai-

ki fosse à falência aumentaria

o pânico do mercado. Seus co-

legas – exceto Jens Weid-

mann, o agressivo diretor do

Bundesbank alemão –concor-

daram.

Weidmann dizia que o valor

J.Patrick Fischer/Wikimedia Commons

das garantias adicionais do

Laiki não era verdadeiro e que

a exposição ao risco deveria

ser reduzida, de acordo com

as minutas. Fornecer dinheiro

ao Laiki, afirmou, seria violar

um dos pilares básicos do BCE.

"Não deveria ser o trabalho do

conselho diretivo manter ban-

cos que esperam pela recapi-

talização e não são solven-

tes", afirmou Weidmann du-

rante uma reunião em dezem-

bro de 2012.

Dois meses mais tarde, o

Laiki abriu falência.

Em um comunicado, o BCE

destacou que a ajuda era de

responsabilidade dos bancos

centrais de cada país, embora

o conselho diretivo tivesse po-

der de veto. Afirmou também

que no caso não exercia a fun-

ção de órgão controlador e

"contava exclusivamente

com a avaliação feita pelo

Banco Central cipriota".

"Chegar a conclusões acer-

ca do papel de supervisor do

BCE no futuro" com base no

que aconteceu com o Chipre

"é tendencioso", afirmou o

banco central em um comuni-

c a d o.

Nouy, que começou a traba-

lhar no BCE no dia 2 de janeiro,

após o episódio no Chipre, afir-

ma que a instituição nunca te-

ve tantos recursos para lidar

com bancos problemáticos.

Seus novos poderes permiti-

rão intervir na gestão de tais

bancos de uma forma que não

seria possível durante a crise

no Chipre. O BCE poderá, por

exemplo, impedir que o banco

pague dividendos para acio-

nistas e utilize o dinheiro para

acumular capital. Uma nova

autoridade central, que entra-

rá em ação no ano que vem,

também será responsável por

um processo menos arriscado

para fechar bancos e vender

seus ativos.

"A diferença desta vez é que

estamos muito mais prepara-

dos. Quando ocorrerem cri-

ses, seremos capazes de orga-

nizar o fechamento de um

banco de forma tranquila, sem

criar um efeito dominó", diz

Danièle Nouy. "Estou certa de

que todas essas medidas es-

tão tornando o setor mais se-

guro. Mas não posso prometer

que novas crises bancárias

não voltarão a acontecer".

Sede do BCE em Frankfurt: um exército de seis mil funcionários e consultores analisa registros contábeis.

Barrados no teste

bancárioeuropeu

sob a lupa

Os resultados do teste de

estresse aplicado pelo BCE nos

130 maiores bancos da zona

do euro foram divulgados no último

domingo: 25 dos examinados não

passaram e encerraram o ano

passado com um déficit de capital

coletivo de 25 bilhões de euros.

O BCE passou o último ano revisando

os principais ativos das instituições –

com base nos balanços de 2013 – e

submetendo-as a simulações. A

principal exigência da autoridade

monetária é que cada banco prove

que tem capital suficiente – c o n f o rm e

parâmetros que estabeleceu– para

enfrentar eventuais crises.

Uma dúzia dos reprovados no teste

já se movimentaram para cobrir esse

buraco, levantando 15 bilhões de

euros ao longo deste ano. Segundo a

agência de risco Standard&Poors, se

forem levadas em conta medidas de

aumento de capital tomadas em 2014

e os planos de reestruturação, apenas

sete das 25 instituições ainda têm

déficits.

Os reprovados têm duas semanas

para informar ao BCE como

pretendem cobrir seu déficit. A partir

daí, têm prazo de até nove meses

para fazê-lo.

Tanto a Standard & Poor's quanto a

Moody’s, outra agência de

classificação de risco, disseram que o

teste de estresse foi positivo. No

entanto, ambas alertam que a

avaliação não elimina preocupações.

“Acreditamos que o objetivo

declarado do BCE de restaurar a

confiança no sistema bancário da

Europa vai levar tempo e pode ser

desafiado pela característica difícil do

ambiente operacional ainda

complicado que enfrentam os bancos

da região", disse a diretora-gerente

da Moody's, Carola Schuler.

(Agências)

Benjamin Kilb/The New York Times

Promessa da supervisora Danièle Nouyde: "investidores saberão tudo o que consta nos balancetes".

Magnus Manske/Wikimedia Commons

Weidmann, do Bundesbank: linha dura com os cipriotas.

O Banco Central Europeu começa a analisar em profundidade os130 maiores bancos da zona do euro, com o objetivo de lançar as

bases de criação de um sistema uniforme de regulamentação.