Diário do Comércio - 29/10/2014
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ISSN 1679-2688
9 771679 268008
24239
Página 4
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Ano
91
- Nº 2
4.23
9R$
1,4
0
Negada extradição acondenado do
mensalão, com críticasao estado precário das
prisões brasileiras.
M e n s a l e i roPizzolato
livrena Itália
Suzane se casou comSandra, condenada porsequestro e ex-mulher
de Elize, queesquartejou o marido.
Suzaneé refém do
amor nopresídio
Antes de completar o1º de 7 anos e 11 mesesde prisão, José Dirceuvai para casa. Foium preso exemplar.
D i rc e uvai ficarpresoem casa
O principal delatordo Petrolão segueinternado em Curitiba,onde foi preso. Deporiahoje na Câmara.
Yo u s s e f :mais UTI,fisioterapiae silêncio.
Ex-senador, condenadopor falsificação dedocumento público,foi de Tremembé (SP)para a Papuda.
LuizE s t ev ã ovolta aBrasília
REAÇÕES EM CADEIA
Sai nova versão do software dos impostos. Arquivo com cálculos dos tributos será personalizado. Pág. 13
SEMPISCAR
Excursãoestudantil:11 mortos.
Estavam no ônibus que bateu contra carreta naSP-304, em Ibitinga (SP). Voltavam para Borborema,
após conhecer a Sala São Paulo. Pág. 10
Tiago da Mata/Estadão Conteúdo
Pág. 9
Vitrine para omercado, novo Salãode SP reivindica pacotede incentivo àsexportações. Pág. 16
Salão abree pedemu d a n ç a s
Vanessa Carvalho/Agência O Globo
P á g. 7
A primeira
derrota
da vitoriosa
Dilma
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2 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
A MISSÃO DA OP O S I Ç Ã O T UCANASXC
A expectativa é que a nova política seja explicitada em suas linhas gerais muito antes do fim do ano.José Márcio Mendonça
SÓ FALARNÃO BASTA
JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA
Ogoverno foi surpre-
endido com o movi-
mento do dólar e da
bolsa de valores na
pós reeleição. Esperavam os
articuladores oficiais que o
simples fato de a presidente
Dilma Rousseff ter garantido
mais quatro anos de ocupação
do Palácio do Planalto as coi-
sas no mercado financeiro se
acalmariam e os especulado-
res perderiam o apetite.
Não foi e não deve ser bem
assim por algum tempo, com
altos e baixos no mercado
ocorrendo ao sabor de aconte-
cimentos políticos, pois a
questão básica as urnas não
resolveram – a baixa credibili-
dade da política econômica
dos últimos anos, também co-
nhecida como "nova matriz
macroeconômica". Não é um
governo novo, ao menos até
ordem em contrário.
Epara combater a des-
confiança que deu um
tombo de mais de 12%
nas ações da Petrobrás e de
3% no índice Bovespa (com pi-
cos de baixa de 6%), o governo
escalou o homem errado, no
lugar errado e na hora errada –
o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, ora cumprindo avi-
so prévio e com data de valida-
de máxima em 31 de dezem-
bro. Mantega convocou a im-
prensa para uma entrevista de
surpresa, e disse exatamente
o que ninguém viu e ninguém
acredita: que a vitória da pre-
sidente sobre Aécio Neves sig-
nificou um aval à política eco-
nômica do governo.
Ele aproveitou para anun-
ciar novas medidas de apoio à
indústria, numa linha que tem
sido muito criticada, pois não
produziu efeitos positivos visí-
veis até agora. E avisou que o
governo seguirá denodado no
combate à inflação e mantém
seus compromissos de tratar
as contas públicas com zelo.
Com uma inflação teimo-
samente acima da me-
ta de 4,5% e ameaça de
fechar o ano com déficit pri-
mário negativo, é uma versão
difícil de comprar. Não será
por aí a reconquista da con-
fiança perdida.
Embora no discurso da fes-
ta de domingo a presidente
Dilma tenha já contrariado a
tese do aval à política econô-
mica de Mantega, ao afirmar
que as eleições se deram so-
bre a égide do desejo de mu-
dança, ela deu pouca ênfase
à questão econômica, com
referências protocolares aos
compromissos inabaláveis
de combate à inflação e de
compromisso com a austeri-
dade fiscal, igualzinho a seu
ministro no dia seguinte.
Dilma preferiu colocar o fo-
co na defesa de um plebiscito
para aprovar a reforma políti-
ca, proposta que ela apresen-
tou no auge das manifesta-
ções juninas do ano passado e
abatida no início do vôo pelo
Congresso, à frente o aliado
PMDB. Agora, de novo, o PMDB
se insurge contra a sugestão,
RODRIGO SIAS
PresidenteRogério Amato
Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi
Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, LúciaHelena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Sílvia Pimentel e Victória Brotto.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.
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Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestalresponsável, pela S.A. O Estado de S. Paulo.
FALE CONOSCO
Fundado em 1º de julho de 1924
na voz do presidente do Sena-
do, Renan Calheiros, e do líder
do partido na Câmara, Eduar-
do Cunha. Gente da própria
"entourage" de Dilma criticou
a leve referência à economia e
a insistência no plebiscito.
A p rópr ia
p res i den te
parece ter se
dado conta do
e q u í v o c o e
nas duas pri-
meiras da en-
trevistas co-
memorativas
dadas à tele-
visão, na Re-
cord e na Glo-
bo, e na se-
quência uma
da outra, dis-
se que até o fi-
nal do ano vai
anunciar as
m u d a n ç a s
que fará na
economia –
diferença de
t o m p a r a
quem, duran-
te a campa-
nha, garantia
que está tudo
na l inha, in-
t e rn a m e n t e ,
e os sofrimen-
tos da econo-
mia nacional
vêm lá de fo-
ra. Descons-
truiu também
a fala de Guido Mantega na tar-
de, mas sem dizer quando co-
meça a mudar e, em especial,
as linhas gerais das mudanças
que pretende fazer.
A expectativa é que a nova
política seja explicitada em
suas linhas gerais muito antes
do fim do ano. Se demorar, a
volatilidade no mundo econô-
mico volta – e as decisões de
investimento continuarão
p o s t e rg a d a s .
Ava l ia -se também que
apenas a palavra da presi-
dente, por mais credibilidade
que o cargo passe e que ela
tenha pessoalmente, não
bastará. Haverá necessida-
de de indicar um ministro da
Fazenda para o lugar de Man-
tega que , por sua imagem,
atuação e compromissos se-
ja o avalista desta mudança,
que, se for na linha que os em-
presários querem, será uma
guinada também nas arrai-
gadas convicções econômi-
cas da presidente.
Não é sem razão que no-
mes como o de Henrique Mei-
relles, ex-presidente do Ban-
co Central, e de Luiz Trabuco,
presidente do Bradesco, co-
mecem a aparecer com força
na lista dos "ministeriáveis"
e que segundo fontes, foram
indicados a ela por Lula.
O ex-presidente tem um fa-
ro excepcional para sentir a di-
reção dos ventos, não só do la-
do popular como também das
"elites". Os nomes podem até
não ser esses, mas esse seria o
modelo. Isso se Dilma real-
mente pretende mudar.
JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA É
J O R N A L I S TA E A N A L I S TA POLÍTICO
Em 2005, no auge
do escândalo do
Mensalão, os partidos
de oposição (em especial, o
PSDB e o então PFL) tiveram
a oportunidade de iniciar o
impeachment do presidente
Lula e barrar o projeto de
poder autoritário do PT no
nascedouro. Mas na época o
ex-presidente FHC preferiu
derrotar o PT nas urnas no
ano seguinte. Depois de
quase um ano, porém, a
economia brasileira já tinha
se recuperado, o PMDB já
estava “junto e misturado”
ao petismo e o Bolsa Família
dava seus indiscutíveis
dividendos eleitorais, como
se invenção petista fosse.
A história mostrou que a
opção de esperar o embate
nas urnas foi um erro
estratégico monumental.
Tal erro jamais teria sido
cometido pelo PT, o qual
desde sempre bradava o
"Fora FHC" e colocava seus
militantes nas ruas.
Essa é a primeira missão
tucana: se o PSDB e
Aécio Neves quiserem fazer
oposição de verdade –
deverão usar de todos os
meios e recursos ao alcance
e não apenas limitar-se aos
embates nas urnas.
Política de oposição se faz
levando a militância às ruas,
convocando CPIs diversas,
engajando-se em batalhas
judiciais, negando a
nomeação de ministros do
STF e barrando a aprovação
do Orçamento. A oposição
tucana deve aprender com
o PT da década de 1990, que
tudo denunciava. Era
"UDN de macacão", na
feliz expressão de Brizola.
Nem é preciso mentir
para desmoralizar o PT.
Mas a verdade deve ser dita
incessantemente para
cumprir a profecia bíblica:
"a verdade vos libertará".
Asegunda missão
tucana: preservar o
capital político conquistado
e apresentar-se como
representante legítimo dos
insatisfeitos, que são a
maioria. Dilma conseguiu
só 41,59% dos votos totais,
ou seja, a maioria dos
eleitores não votou no PT e
não está nem um pouco
satisfeita com o que aí está.
Essa militância espontânea
caiu no colo de Aécio
e pode sentir-se confortável
no ninho tucano se o
PSDB for combativo.
Além disso, deve-se
manter em torno de Aécio os
principais aliados que
aderiram à campanha no
segundo turno. Mais uma
vez, é necessário utilizar-se
da lição de Paulo Freire
aprendida por Lula e o PT:
"unir os diferentes para
derrotar os antagônicos".
Uma "frente unida
anti-PT" poderia ser
mantida e viabilizar as
investigações dos inúmeros
casos de corrupção (em
especial, o Petrolão) e criar
um clima propício até para o
impeachment de Dilma.
Dentro desse bojo, mesmo
uma parte do PMDB
poderia ser atraída, bem
como outros dissidentes
da base aliada que estão no
PP e PSD, por exemplo.
Aterceira missão:
trabalhar a partir de
agora e não só quando
faltarem alguns meses para
a próxima eleição. Quem
quer ganhar eleições pensa
no longo prazo e forma uma
militância que dá sangue,
suor e lágrimas pelo projeto
do partido. A acachapante
vitória de Aécio em São
Paulo não pode apagar o
fato de que o PT conseguiu
quase 8,5 milhões de votos
no estado, graças a uma
militância cuidadosamente
adestrada ao longo de
décadas. O Bolsa Família
acabou com a resistência do
eleitorado nordestino ao
petismo, mas o PT manteve
sua média histórica de bom
desempenho entre a classe
média das grandes cidades
do Sudeste e Sul.
O que nos leva à quarta
missão: libertar-se da
armadilha da retórica
petista do "nós contra eles"
e da suposta divisão do país
entre "Norte x Sul". Se é
verdade que no Nordeste
Dilma conseguiu mais de
70% em alguns estados,
basta fazer as contas para
constatar que no Sudeste
Dilma teve 9,9 milhões de
votos, ou seja, basicamente
a mesma ordem de
grandeza dos votos
nordestinos (20,2 milhões).
Somando a região Sul, o PT
teve 26,6 milhões no
Sul-Sudeste, ou seja, mais
do que no Nordeste inteiro.
Aquinta missão: não
nutrir ilusões sobre a
moral e o comportamento
futuro do PT. A campanha
petista mostrou mais uma
vez que eles não possuem
limites. São sórdidos,
baixos e canalhas. Não têm
pudores em alimentar
o medo, a inveja e a cizânia
entre a população.
No discurso da vitória,
Dilma deixou claro o seu
desprezo pelo candidato
que recebeu mais de 51
milhões de votos, hostilizou
a imprensa – p ro m e t e n d o
"democratizar a mídia" e
terá como principal meta de
seu segundo mandato fazer
uma ampla reforma política.
O que o PT entende
por reforma política –
financiamento público de
campanha, voto em lista,
mudança do pacto
federativo para tirar poder
de São Paulo, plebiscitos
sobre tudo, maior poder
para movimentos
sociais aparelhados e
uma constituinte exclusiva –
é basicamente, a mudança
total das regras do jogo,
de forma que eles nunca
mais saiam do Planalto.
Portanto, é preciso
paralisar todos os
"projetos bolivarianos",
que passarão a ser a
agenda diária do governo.
Se o tucanato embarcar no
discurso de "união" e ceder
um milímetro já seria
um atestado definitivo de
traição para com a
maioria dos brasileiros,
que rejeitaram o projeto
petista de país.
RODRIGO SIAS É MESTRE EM
ECONOMIA PELA UN I V E R S I DA D E
FEDERAL DO RIO DE JA N E I RO
Ed Ferreira/Estadão Conteúdo
Mercado e investidores querem saber quem substituirá Mantega
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3
Sucessãode fraudes
PALAVRAS AC O N S I DE R A R
PT É UM PARTIDO ILEGAL, QUE NÃO TEM O DIREITO DE EXISTIR E DE APRESENTAR CANDIDATOS
Eleição com contagem devotos secreta viola um princípio
elementar da democracia,a transparência do processo.
PAULO SAAB
Circulou um vídeo
na internet, a
princípio atribuído
a Eros Grau, jurista
brasileiro e ministro
aposentado do Supremo
Tribunal Federal. F ui
checar e descobri que
na verdade o texto é do
ex-pastor evangélico
Caio Fábio. Não o
conheço, mas tenho
o vídeo e creio que
o que ele diz deveria ser
conhecido por todos
os brasileiros de bom
senso e boa-fé.
Reproduzo aqui a
maior parte do conteúdo ,
no qual ele diz: "A
corrupção (no País) é
inigualável;
praticamente não
existem na Terra
números do tamanho da
nossa corrupção, do
governo Lula, do governo
Dilma e do governo
do PT. Não tem tamanho,
a América não consegue
produzir desvios desse
monte, nem a Europa.
(...) O desejo do PT seria
que a soberania deles
fosse tão grande que os
três Poderes existissem
somente para dar
satisfação à democracia
internacional (...) apenas
para dizer: somos uma
república democrática,
temos votação de quatro
em quatro anos e temos
três poderes, mas
todos debaixo de um
O PT já pediu muito uma
mídia livre no tempo em
que se sentia oprimido,
tudo o que queria era
mídia. Agora que eles
têm o poder, tudo o que
não querem é a mídia, e
tudo o que a mídia diga
acerca deles (...) passa a
ser afronta, mentira,
calúnia e desejo de
desbanque de um
governo que, por critérios
da democracia
americana já teria sofrido
20 impeachments desde
que começou." Para o
pastor, Dilma é só uma
"representanta"; não é "
nem uma presidenta (...),
é um símbolo, um
símbolo caninamente
raivoso... que entrou
nessa com uma avidez
enorme, que existe para
tentar justificar o
injustificável, responder
ao irrespondível", e isso
só dá certo "porque eles
tem uma bolsa e uma
militância canina. Quem
garantiu milhões de
família debaixo dessa
dependência garantiu no
mínimo a possibilidade
de reeleição".
" Esta foi a grande
jogada, este foi o grande
sequestro, este foi o
grande rombo da alma
nacional que veio a
acontecer. Agora o
próximo passo será
diminuir os espaços da
mídia, aumentar os
controles na internet, vão
regular , regular, regular,
(...) Cada novos 4 anos
que se der a este projeto
criará uma metástase
infinitamente maior, pois
as bases cancerígenas
estão postas há 12 anos
e crescem
avassaladoramente" .
OBrasil, diz Caio
Fábio, está num
estado "terminal"e para
virarmos uma Venezuela
é questão de 4, 5 , 8 anos
no máximo;. "Talvez
daqui a 4 anos haja uma
quantidade enorme de
pessoas dizendo que não
dá mais pra viver aqui,
minha alma já não
suporta isto aqui , como a
minha já não suporta um
monte de coisas que vejo
acontecendo e todos
engolindo como se fosse
uma condição "sine qua
non". É chocante, é triste,
absurdo e a cegueira é a
coisa que mais me choca
neste processo: ver que
quase ninguém entende,
quase ninguém vê, quase
ninguém enxerga."
PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA ,PA L E S T R A N T E E E S C R I TO R
OLAVO DE CARVALHO
Houve f raude nas
eleições presiden-
ciais de 2014? Sem
o menor temor de
errar, afirmo categoricamen-
te: houve não uma, nem duas,
nem mil, mas a mais longa e
assombrosa sucessão d e
fraudes que já se observou na
história eleitoral de qualquer
país, em qualquer época.
Essa afirmação, que soará
hiperbólica aos ouvidos de
quem não conhece os fatos o
suficiente para poder medi-la,
traduz uma verdade literal e
simples que qualquer um, se
quiser investigar um pouco
em vez de julgar sem conheci-
mento de causa, poderá con-
firmar por si próprio.
Primeira série de fraudes:
ALei dos Partidos Políti-
cos de 1995, Art. 28, alí-
nea II, afirma taxativa-
mente que será cassado o re-
gistro de qualquer partido que
se comprove ser subordinado
a uma organização estrangei-
ra. O PT, segundo a propagan-
da do seu III Congresso, reco-
nhece o Foro de São Paulo co-
mo "coordenação estratégica
da esquerda latino-america-
na". Ao subscrever e colocar
em prática as decisões das as-
sembléias gerais do Foro, esse
partido reconhece sua subor-
dinação a um plano interna-
cional que não só jamais foi
discutido ou aprovado no nos-
so Parlamento, como advoga,
sem dar disto a menor ciência
ao povo brasileiro, a dissolu-
ção da soberania nacional me-
diante a integração do país
num monstrengo internacio-
nal chamado "Pátria Grande",
cuja capital é Havana e cuja
língua oficial é o portunhol.
A sra. Dilma Rousseff, em
especial, chegou a ser louva-
da pelo ditador venezuelano
Hugo Chávez como "grande
patriota... patriota da Pátria
Grande". Será possível não
entender que ninguém pode
ser ao mesmo tempo um pa-
triota da pátria brasileira e um
servidor leal da organização
internacional empenhada em
engolir essa pátria e governá-
la desde assembleias e em
reuniões secretas realizadas
em Havana, em Caracas ou
em Santiago do Chile?
Quando digo "reuniões se-
cretas", não é uma interpreta-
ção que faço. É o traslado dire-
to da confissão cínica apre-
sentada pelo sr. Lula da Silva,
não numa conversa particu-
lar, mas em dois discursos ofi-
ciais transcritos na página da
Presidência da República (um
deles em www. olavo deca rva-lho.org/semana/050926dc.htm )
Se ainda vale o princípio de
que de duas premissas decor-
re uma conclusão, esta só po-
de ser a seguinte: o PT é um
partido ilegal, que não tem o
direito de existir nem muito
menos de apresentar candi-
datos à presidência da Repú-
blica, aos governos estaduais
ou a qualquer câmara esta-
dual ou municipal.
Segunda série de fraudes:
Tão óbvia e gritante é es-
sa conclusão, que para
impedir que o cérebro
nacional a percebesse foi pre-
ciso ocultar da opinião públi-
ca, durante dezesseis anos se-
guidos, a mera existência do
Foro de São Paulo, para que
pudesse crescer em segredo e
só se tornar conhecido quan-
do fosse tarde demais para de-
ter a realização dos seus pla-
nos macabros.
Nesse empreendimento
aliaram-se todos os órgãos da
"grande mídia", reduzindo o
jornalismo brasileiro a uma
vasta e abjeta operação de de-
sinformação e forçando o povo
brasileiro, em sucessivas elei-
ções, a votar em candidatos
cujo programa de ação desco-
nhecia por completo e, se o co-
nhecesse, jamais aprovaria.
Terceira série de fraudes:
OForo de São Paulo é a
mais vasta, mais po-
derosa e mais rica or-
ganização política que já exis-
tiu no continente. Seu funcio-
namento – assembléias, gru-
pos de trabalho, publicações,
viagens e hospedagens cons-
tantes para milhares de agen-
tes – é inviável sem muito di-
nheiro que até hoje ninguém
sabe de onde vem e cuja ori-
gem é feio perguntar.
É praticamente impossível
que verbas do governo brasi-
leiro não tenham sido desvia-
das em segredo para essa en-
tidade. É mais impossível ain-
da que grossas contribuições
não tenham vindo de organi-
zações de narcotraficantes e
sequestradores como as Farc
e o MIR chileno, que ali são
aceitas como membros legíti-
mos e tranquilamente discu-
tem, nas assembleias, grupos
de trabalho e encontros reser-
vados, a articulação dos seus
interesses criminosos com o
de partidos políticos como o PT
e o PC do B.
Quarta série de fraudes:
Asra. Dilma Rousseff,
servidora dessa gerin-
gonça imperialista, ja-
mais poderia ser candidata a
qualquer cargo eletivo no Bra-
sil. Urnas que votam sozinhas
ou que já chegam à seção elei-
toral carregadas de quatro-
centos votos para a candidata
petista, como tantos eleitores
vêm denunciando, são ape-
nas subfraudes, ou pedaços
de fraudes, em comparação
com a fraude magna que é a
presença, na lista de candida-
tos presidenciais, da agente
notória e comprovada de um
esquema estrangeiro empe-
nhado em fagocitar e dissol-
ver a soberania nacional.
Quinta série de fraudes:
Eleição com contagem de
votos secreta não é elei-
ção, é fraude. O sistema
de ocultações montado para
isso, sob a direção de um advo-
gadinho chinfrim sem mestra-
do, sem obra notável publica-
da e sem qualquer currículo ex-
ceto serviços prestados a um
dos partidos concorrentes, vio-
la um dos princípios mais ele-
mentares da democracia, que
é a transparência do processo
eleitoral. Como observou uma
advogada que tentou denun-
ciar em vão a anomalia impos-
ta ao eleitor brasileiro, "é o cri-
me perfeito: o acusado se in-
vestiga a si próprio".
Que mais será preciso para
concluir que, sob todos os as-
pectos, a eleição presidencial
de 2014 foi em si uma fraude
completa e majestosa, coroa-
mento da longa sucessão de
fraudes em série em que se
transformou a política brasi-
leira desde o ingresso do PT no
cenário eleitoral?
OL AVO DE CA RVA L H O É J O R N A L I S TA ,E N S A Í S TA E P RO F. DE FILOSOFIA
mesmo controle. (...)
Diz ainda o texto de
Caio Fábio: "Para
isto uma mídia livre não
serve. Fidel Castro e Cuba
se tornaram centro de
treinamento, há muitos
anos, para
desenvolvimento e
implemento desses ardis,
de não precisar mais
fazer guerrilhas para
tomar o poder. Hoje em
dia vai-se devagar
comendo pelas beiradas
até chegar o centro do
poder, e daí inicia-se um
aparelhamento de dentro
pra fora. E uma vez que
este aparelho controle os
demais grupos que não
têm o poder, (...) estes
vão ficando
e n c u rr a l a d o s ,
assustados, fazendo
parte de uma minoria que
vai se marginalizando
pelo medo."
Oa p a re l h a m e n t o
do Judiciário é outro
ponto que o texto
destaca, com um alerta
de que isso pode ocorrer
nos próximos quatro anos
do governo Dilma. "Se
você deixar, o Supremo
Tribunal Federal vai estar
totalmente aparelhado.
Não vai ter ninguém lá
que não seja indicado
pelo governo do PT. ".
Também adverte para
a tentativa de minar o
poder da mídia, " que já
é tratada hoje pelo PT
como um demônio, como
um diabo." E continua: "
SXC
4 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
HOJE NA CAPITAL
CRUZADAS DIRETAS
14o | 30oCSol com algumas nuvens. Não chove.
Sol com algumas nuvens. Não chove.
Sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite.
Sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite.
AMANHÃ, 30/OUT
SEX, 31/OUT
SAB, 01/NOV
Mín. Máx.
18o | 31o CMáx.
Máx.
Máx.
Mín.
Mín.
Mín.
19o | 32o C
19o | 30o C
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5
Reforma ministerial podeacabar com feudos do PTPresidente Dilma vai anunciar mudanças no Ministério até o Natal e precisa abrir espaços para aliados
Apresidente Di lma
Rousseff quer aca-
bar com os feudos
dos partidos políti-
cos na Esplanada dos Ministé-
rios ao anunciar sua equipe do
segundo mandato, além de
fortalecer a articulação políti-
ca do Palácio do Planalto. Deci-
dida a não deixar que as legen-
das transformem as vagas do
primeiro escalão em "capita-
nias hereditárias", que pas-
sam de um governo para ou-
tro, Dilma pretende fazer uma
ampla troca de cadeiras na
qual nem todos ficarão onde
estão. O PT, hoje com 17 dos
39 assentos no Ministério, po-
derá ter seu espaço reduzido.
Nesta reforma, o novo mi-
nistro da Fazenda, que ocupa-
rá o lugar de Guido Mantega,
será um dos primeiros nomes
conhecidos, e deve ser anun-
ciado em novembro. "Não é o
momento nem a hora de dis-
cutir nomes do próximo gover-
no. Mas pretendo fazer (m u-dança no Ministério da Fazenda)antes de tomar posse no se-
gundo mandato. Vou aprovei-
tar este final de ano", disse Dil-
ma ontem em entrevista ao
jornalista Ricardo Boechat, da
TV Bandeirantes.
REFERENDOApoiada por uma coligação
de nove partidos (PT, PMDB,
PSD, PP, PR, PROS, PDT, PCdoB
e PRB), a presidente sabe que
enfrentará resistências na ba-
se aliada, mas avalia que tudo
será resolvido com negocia-
ção caso a caso. Eleita com
uma margem apertada de vo-
tos na disputa contra Aécio
Neves (PSDB), Dilma tem uma
"fatura" política a pagar e fará
de tudo para evitar rebeliões e
problemas com o Congresso.
Ontem, por exemplo, Dilma já
sinalizou para o Congresso
que aceita um "referendo" em
vez de um "plebiscito" para a
reforma política que defende.
Parlamentares censuraram as
declarações de Dilma, na se-
gunda-feira, a favor do plebis-
cito. No referendo, como o no-
me diz, a população vai acei-
tar ou não uma proposta já ela-
borada pelo Congresso.
Auxiliares de Dilma, porém,
dão como certo o "rodízio" dos
partidos no comando de pas-
tas, com prováveis "compen-
sações" em diretorias de esta-
tais. Ministérios como o dos
Transportes, há anos com o
PR, Cidades, nas mãos do PP, e
Previdência, dirigidas pelo
PMDB, podem entrar nesse re-
m a n e j a m e n t o.
NÚCLEO DURONa tentativa de driblar re-
voltas de aliados, que barrem
votações importantes para o
governo no Congresso, Dilma
quer reabilitar o chamado "nú-
cleo duro" do Planalto para
discutir semanalmente as es-
tratégias do governo. O grupo
foi criado no primeiro manda-
to do então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em 2003,
e Dilma chegou a participar
dele como ministra da Casa Ci-
vil. O desejo da presidente é
resgatar o modelo de uma Ca-
sa Civil mais política, como no
tempo do então ministro Anto-
nio Palocci –que caiu em 2011,
no rastro do escândalo da mul-
tiplicação do patrimônio –,
acompanhado de um núcleo
que a assessore no dia a dia da
relação com o Congresso. O
grupo seria agora composto
por ministros próximos, os
chamados "dilmistas".
Embora o nome do chefe da
Casa Civil, Aloizio Mercadan-
te, seja mencionado nos basti-
dores como candidato ao Mi-
nistério da Fazenda, é prová-
vel que ele permaneça no co-
mando da Casa Civil como
"capitão" do time. Antes mes-
mo do resultado das urnas, in-
terlocutores de Dilma já di-
ziam que, vencendo a eleição,
ela procuraria um
nome do merca-
do financeiro pa-
ra o lugar de Gui-
do Mantega, na
tentativa de acal-
mar o setor. O mi-
nistro do Desen-
volvimento Agrá-
rio, Miguel Ros-
setto, pode ser
deslocado para a
Secretaria- Geral
da Presidência,
hoje ocupada por
Gilberto Carva-
lho. Isolado no
g o v e r n o e h o-
mem da confian-
ça de Lula, Carva-
lho assegurou
que não ficará no segundo
mandato de Dilma. O gover-
nador da Bahia, Jaques Wag-
ner, será levado para o gover-
no e ajudará Dilma na articula-
ção política, mas ela ainda es-
tuda qual a melhor pasta para
acomodar o petista. "Se a pre-
sidente me chamar eu vou,
mas só digo que economia não
é a minha praia", disse ele, ne-
gando especulações de que
possa ir para a Fazenda.
COMÉRCIO EXTERIORDilma pretende convidar Jo-
sué Gomes da Silva, da Cote-
minas, para a pasta de Desen-
volvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior. No início des-
te ano, ele foi sondado para o
cargo, mas recusou a oferta,
sob a alegação de que tinha
problemas para assumir o
posto. Filho de José Alencar,
que foi vice-presidente de Lula
e morreu em 2011, Josué con-
correu ao Senado por Minas,
mas perdeu a eleição. O ex-mi-
nistro e secretário da Cultura
de São Paulo, Juca Ferreira, po-
de voltar para a Esplanada,
substituindo Marta Suplicy
(PT) no ministério da Cultura.
Marta voltará para o Senado,
onde o PT perdeu espaço e
precisa de parlamentares na
linha de frente para enfrentar
a oposição capitaneada pelo
PSDB de Aécio Neves.
No Planalto, o comentário é
que Dilma não se esquece do
gesto do governador do Cea-
rá, Cid Gomes, que deixou o
PSB e se filiou ao PROS para
apoiar sua candidatura. Além
disso, Cid lançou para sua su-
cessão o petista Camilo San-
tana, que foi eleito. (Agências)
Kevin Lamarque/Reuters
Barack Obama diz que quer trabalhar com o governo do Brasil
Kassab é cotado para MinistérioEx-prefeito de São Paulo, líder do PSD, pode ocupar a pasta de Cidades no segundo governo Dilma.
Poucos dias depois de
Dilma Rousseff (PT)
ser reeleita para a pre-
sidência da Repúbli-
ca, o que ocorreu no domingo,
já são expressivos os nomes
cogitados para a reforma mi-
nisterial que deve acontecer
em parte no próximo mês e o
restante a partir de 1º de janei-
ro de 2015, data da posse de
Dilma para o segundo manda-
to. O PSD do ex-prefeito de São
Paulo Gilberto Kassab deverá
ganhar mais uma vaga na
equipe de governo da presi-
dente Dilma Rousseff, man-
tendo a Secretaria da Micro e
Pequena Empresa com Gui-
lherme Afif Domingos.
Apesar de filiado ao PSD, Afif
Domingos entrou no governo,
no ano passado, na cota pes-
soal de Dilma Rousseff e fez re-
levantes modificações na
área tributária (no Simples,
que foi ampliado), e também
na desburocratização, ado-
tando medidas que reduziram
o tempo para abertura e fe-
chamento de empresas.
Na bolsa de apostas, o nome
de Gilberto Kassab é citado
para ocupar o Ministério das
Cidades, mas ele desconversa
sobre nomeações. "O PSD se-
rá governo, sim, mas não im-
pôs qualquer condição ao de-
clarar apoio à presidente e a
escolha de ministros é uma
decisão da presidente", afir-
mou Kassab, que foi derrotado
na disputa pelo Senado. Ga-
nhou a vaga o ex-governador
José Serra (PSDB).
AG R I C U LT U R AA senadora Kátia Abreu
(PMDB-TO) conta com a sim-
patia de Dilma Rousseff e é co-
tada para o Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abasteci-
mento (MAPA) embora uma
ala do PMDB queira agora em-
placar o presidente da Câma-
ra, Henrique Eduardo Alves
(RN), nessa vaga.
Alves saiu derrotado no últi-
mo domingo da disputa pelo
governo do Rio Grande do Nor-
te. Perdeu para Robinson Fa-
ria, do PSD.(Agências)
Marcos Moraes/Brazil Photo Press/EC
Obama liga para Dilmae propõe nova visita de Estado
Opresidente americano,Barack Obama, ligouontem à noite para a
presidente Dilma Rousseff e aparabenizou pela reeleição.Obama também aproveitoupara dizer que esperaremarcar para o ano que vema visita de Estado que Dilmafaria em outubro do anopassado, mas que adiou porconta do vazamento do casode espionagem americana.Dilma, membros do governo ea Petrobras foram alvo daespionagem do AgênciaNacional de Segurança.
"(Espero que os doispaíses) trabalhem osmecanismos existentes paradefinir a agenda para 2015,estabelecendo as bases parapreparação da visita deEstado da Presidentabrasileira aos EUA emmomento oportuno",disse ele.
Obama afirmou à colegabrasileira que as eleições nopaís demonstraram "solidezda democracia brasileira" eexpôs que pretendecontinuar a trabalhar com ogoverno do Brasil.
O americano afirmou aindaque espera encontrar Dilma
Financial Times fala emchoque de credibilidade
O jornal britânicoFinancial Timespublicou editorial na
edição de ontem em quedefende mudanças urgentesnas políticas econômicasapós a reeleição dapresidente da República."Dilma Rousseff deve agoratraçar um novo curso paraum País dividido que sofre dedesaceleração da economiaem meio a um ambienteglobal cada vez mais difícil",diz o texto.
O editorial sustenta que oBrasil "precisadesesperadamente de umchoque de credibilidade". Oprincipal jornal de economiaeuropeu defende que Dilma"precisa abandonar aretórica da luta de classes dacampanha e realizar umesforço genuíno esustentável para recuperar aconfiança do sul do País".
Ao lembrar que o sulbrasileiro votou"esmagadoramente" contra areeleição, o FT diz que sem oapoio da região "há poucaesperança de alcançar omaior investimento que oBrasil precisa".
O jornal afirma que aagenda da presidentereeleita é "longa", mas atarefa mais urgente é anomeação de um novoministro da Fazenda "comestatura e autonomiasuficientes para resolver osproblemas econômicos doBrasil". "Se ela não o fizer, osmercados financeiros irãoforçar um ajuste. Osinvestidores não estãodispostos a dar o benefícioda dúvida", diz o FT.
Além do editorial, o jornalpublica uma ampla chamada
em Brisbane, na Austrália, porocasião do G-20, nos dias 15 e16 de novembro. Finalmente,Obama disse que o viceamericano, Joe Biden, contoua ele que teve boa impressãodo Brasil quando esteve emSão Paulo para a abertura daCopa do Mundo.
As informações foramdivulgadas pela Secretaria deComunicação Social daPresidência, segundo a qualDilma agradeceu as palavrasdo colega americano e disseque "é importante o trabalhobilateral com vistas apreparar uma visita deEstado aos EUA.
A presidente tambémafirmou que as eleições foramimportantes para o Brasil epara a região. E que o Brasiltem "todo o interesse emestreitar os laços com osEstados Unidos".A presidente respondeu queserá uma satisfaçãoencontrá-lo na Austrália.
Dilma também recebeuontem uma ligação decortesia do presidenteda Guiné Bissau, José MárioVaz, por conta de sua vitóriano último domingo.(Ag. Globo)
na capa do jornal com foto deuma eleitora comemorandoa reeleição. Há, ainda, umareportagem que destaca aexpectativa de que osegundo mandato de Dilmapossa ter um tom mais"reconciliador" após apequena vantagem nasurnas. Essa expectativa écompartilhada por analistasouvidos pelo FT e acontece adespeito do forte ajuste dospreços dos ativos vistoo nte m .
RECADOO jornal The New York
T imes publicou duasreportagens sobre aansiedade de empresários eestrategistas do mercadofinanceiro por correções quetirem o Brasil da estagnação.E sustenta que a escolha do novo ministro da Fazendadeve "telegrafar" asintenções de Dilma para acondução da economia. "Atroca pode abrir caminhopara mudanças de políticasque provocaram a ira entreos principais empresários einvestidores no Brasil, comocontrole de preços noscombustíveis", diz o texto.
Para o NY T, os gastossociais devem continuar emalta no segundo mandato."Dezenas de milhões debrasileiros estão sebeneficiando das baixastaxas de desemprego egenerosos programas debenefícios sociais", avalia apublicação, que demonstrapreocupação com uma"economia estagnada",onde empresários nãoinvestem e a inflaçãoresiste à queda.( Ag ê n c i a s )
No SBT, presidente reforça o apelo: "vamos dar as mãos", disse.
Reprodução
Dilma volta a falar em disposição de "diálogo", ao dar entrevista a Ricardo Boechat.
Pretendo fazer(mudança naFazenda) antes detomar posse nosegundo mandato.Vou aproveitar estefinal de ano.DILMA ROUSSEFF
O PSD serágoverno, sim,mas não impôsqualquercondição aodeclarar apoio àpresidente DilmaRousseff.GI L B E RTO KA S S A B, LÍDER DO
PSD
6 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Dilma não tem autoridade moral para propor um diálogo.Aloysio Nunes Ferreira, senador (PSDB-SP).
Oposição articulacomando da Câmara
PSDB, DEM, PPS e SDD avaliam candidatura própria para a presidência da Câmara dos DeputadosGustavo Lima/Câmara dos Deputados
Antônio Imbassahy diz que está sintonizado com a vontade popular
Os partidos de oposi-
ção na Câmara dos
Deputados já co-
meçaram sua arti-
culação após o período eleito-
ral e discutiram, ontem, a pos-
sibilidade de apresentar uma
candidatura própria à presi-
dência da Casa, segundo o lí-
der do PSDB, deputado Antô-
nio Imbassahy (BA).
Tradicionalmente, as presi-
dências tanto da Câmara
quanto do Senado são ocupa-
das por integrantes das maio-
res bancadas das duas Casas,
mas nada impede a apresen-
tação de candidaturas alter-
nativas. "É uma candidatura
própria dos partidos que fa-
zem oposição, na tese de que
a Câmara tem de assegurar a
sua autonomia, tem de ter
compromissos firmes com a li-
berdade de imprensa, com a
investigação dos desmandos
na Petrobras", disse Imbas-
sahy a jornalistas ao chegar ao
Congresso. "Estamos sintoni-
zados com a vontade popular
que conferiu à oposições qua-
se que a metade dos votos".
O tucano se encontrou com
lideranças da oposição do
qual participaram integrantes
do DEM, PPS e SDD.
Imbassahy disse que pre-
tendia ainda conversar com o
líder do PSB na Casa, Beto Al-
buquerque (RS), que foi o vice
da de Marina Silva (PSB) na
disputa presidencial.
RECHAÇOOntem, o senador Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP), ex-
vice na chapa de Aécio Neves à
Presidência da República, afir-
mou que rejeita participar de
qualquer acordo com a presi-
dente Dilma Rousseff (PT). Pa-
ra ele, Dilma não tem "autori-
dade moral" para propor um
diálogo. Em inflamado discur-
so da tribuna do Senado, disse
que Dilma não pode dizer que
"não sabia o que estava acon-
tecendo" dos ataques que ele
e Aécio sofreram na internet
de pessoas "a serviço do PT".
"Não se pode transformar
as redes sociais em um esgoto
fedorento para destruir adver-
sários. Foi isso que fizeram.
Não diga a candidata Dilma
que não sabia o que estava
acontecendo. Todo mundo
percebia as insinuações que
fazia nos debates e os coros
nos debates sociais, dizendo
que o Aécio batia em mulhe-
res, era drogado. Quem faz is-
so não tem autoridade moral
para pedir diálogo. Comigo,
não. Estende uma mão e, com
a outra, tem um punhal para
ser cravado nas costas", criti-
cou. Aloysio disse também ter
sido informado por familiares
de que, nas redes sociais, o no-
me dele chegou a ser vincula-
do ao tráfico de drogas.
O tucano disse que preten-
de discutir reforma política,
mas destacou que antes quer
que sejam concluídas as in-
vestigações dos escândalos
da Petrobras, para que não di-
gam que há "corrupção na po-
lítica porque faltam recursos
de financiamento público pa-
ra as campanhas". (Agências)
Nanicos unidos em nome do poderPartidos nanicos criam grupo G-10 para aumentar oposição no Congresso e conquistarem voz ativa
Aprimeira tarefa que a
presidente reeleita
Dilma Rousseff se
propôs não será nada fácil de
colocar em prática. A reforma
política, que ela disse no
discurso da vitória que é a
mais importante de todas,
enfrentará a oposição dos
chamados partidos nanicos,
que na semana passada se
uniram num grupo intitulado
G-10 (PTN, PHS, PSL, PSDC,
PRTB, PMN, PTC, PRP, PEN e
PTdoB) e que planejam
aumentar ainda mais seu
poder de oposição a qualquer
proposta que lhes tire o que
têm hoje.
As dez agremiações juntas
formam um grupo com 24
parlamentares eleitos.
Conversas têm sido
estendidas ao PROS e PRB. O
primeiro, que passou a existir
no ano passado, viu sua
bancada cair de 20 para 11
deputados. Já o segundo fez
trajetória inversa: dos 10
atuais, a legenda elegeu 21
para a próxima legislatura. Se
a união entre o G-10 e as
outras duas siglas vingar,
terão um agrupamento com
56 representantes – dois a
mais que o PSDB, que em
2015 terá uma bancada de 54
deputados.
Os nanicos já têm pauta
própria para discutir na
reforma política. O principal
objetivo é impedir qualquer
cláusula de barreira, que já foi
aprovada anteriormente pelo
Congresso, e derrubada pelo
Supremo Tribunal Federal
(STF). Além disso, querem
uma divisão de tempo de
rádio e TV mais igualitária aos
grandes partidos e
reivindicam uma
participação maior no Fundo
Partidário – propostas que
enfrentam a oposição do PT e
do PSDB, por exemplo.
"Os dois candidatos a
presidente têm interesse em
fazer uma reforma que
prejudique os pequenos.
Nossa união é nossa força ",
disse a deputada federal
eleita, Renata de Abreu (PTN-
SP), cuja legenda fez uma
bancada de quatro
p a r l a m e n t a re s .
" A cláusula de
desempenho é injusta e não é
democrática. O Fundo
Partidário privilegia os
grandes partidos, assim
como o tempo de TV. É muito
difícil essa regra eleitoral. É
uma falsa democracia",
afirmou Renata.
Para o presidente nacional
do PRP, Ovasco Altimari, a
união entre os 10 partidos
nanicos lhes dará melhores
condições para entrar no
debate. "Como pode ter
democracia se as
ferramentas não são iguais?
Um país com a diversidade do
Brasil não pode ficar apenas
com quatro ou cinco
partidos", declarou.
Favorável à reforma
política, o presidente do PHS,
Eduardo Machado e Silva,
afirmou que a discussão
sobre o assunto não pode
ficar restrita à cláusula de
barreiras. "Alguns
hipócritas vão falar na
necessidade de reduzir o
número de partidos e da
questão do Fundo Partidário.
Mas, se reduzir o número de
siglas, o dinheiro do Fundo
continuará o mesmo e será
dividido apenas entre quatro
ou cinco agremiações.
Que reforma é essa?",
questionou. ( AO G )
Processo contra Vargas se arrastapara suplente ficar com a vaga
Pela terceira vez a falta de
quórum de deputados
inviabilizou a leitura e
votação do relatório do depu-
tado Sérgio Zveiter (PSD-RJ)
sobre o recurso do deputado
André Vargas (sem partido-
PR) na Comissão de Constitui-
ção e Justiça da Câmara (CCJ).
Vargas questiona a condução,
no Conselho de Ética da Casa,
do processo que resultou na
recomendação da cassação
de seu mandato. A sessão foi
encerrada porque apenas 27
deputados registraram pre-
sença. Eram necessários pelo
menos 34 deputados para que
a sessão acontecesse. Nova
sessão foi convocada para a
tarde de hoje.
Enquanto a votação se ar-
rasta na Câmara, Vargas ga-
nha tempo na tramitação de
outro processo que corre con-
tra ele no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e poderá bene-
ficiá-lo. O PT pediu o mandato
dele na justiça eleitoral. O de-
putado perderia o atual man-
dato (que acaba em janeiro de
2015) por infidelidade parti-
dária, mas poderia evitar a
cassação do mandato pela Câ-
mara e seu enquadramento
na Lei da Ficha Limpa, o que
Conselho de Éticaaprova cassação
de Luiz Argôlo
OConselho de Ética da Câ-
mara dos Deputados
aprovou ontem, por 13 votos a
4, a cassação do deputado
Luiz Argôlo (SD-BA), acusado
de ter recebido pelo menos
R$ 330 mil do doleiro Alberto
Youssef. Argôlo pode recorrer
da decisão. Caso recorra, o pe-
dido dele terá de passar pela
Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) antes de ir ao ple-
nário da Câmara.
Para ser considerado cassa-
do, o deputado deve ter o fim de
seu mandato votado pelo ple-
nário ainda nesta legislatura,
no final de janeiro de 2015.
Argôlo nega as acusações e
afirma que a única relação en-
tre ele e o doleiro foi a venda de
um terreno de seu irmão para
ele. Youssef teria sido apre-
sentado como um investidor.
LAVA JATO
MARINA INSISTENA REDE
.Ó..R B I TA
Em nota divulgada ontem emseu perfil nas redes sociais, a
candidata derrotada do PSB àPresidência da República,Marina Silva, afirma que nãopretende abandonar os planosde criar a RedeS u s te nt a b i l i d a d e."A ex-senadora Marina Silvareafirma seu compromisso edisposição de, ao lado dedirigentes e militantes da RedeSustentabilidade, buscar osmeios efetivos para obter oregistro do partido", diza mensagem postada.
A Rede está em fase deformalização junto à JustiçaEleitoral e seus articuladoresdevem retomar a coleta deassinaturas de apoio nospróximos dias. Aliados edirigentes do PSB, no entanto,
especularam a possibilidade daex-senadora continuar na sigla.
O novo presidente do PSB,Carlos Siqueira, chegou a sereaproximar de Marinaoferecendo a possibilidadedela permanecer na legenda."(Marina) Não está,portanto, interessadaem buscar alternativaspara sua militância partidária",diz o texto divulgadonas redes sociais.
IDEIAS XENÓFOBAS
Os presidentes dos diretóriosestadual e municipal do
PSDB de São Paulo, DuarteNogueira e Milton Flávio, e olíder da bancada do partido naCâmara Municipal, FlorianoPesaro, divulgaram ontem umanota na qual qualificam comoxenófobas as afirmações feitaspelo vereador Coronel Telhada(PSDB-SP).
No domingo, depois deconfirmada a reeleição dapresidente Dilma Rousseff (PT),Telhada, eleito deputadoestadual com mais de 250 milvotos, a segunda maior votaçãode São Paulo, publicou um textono Facebook defendendo a
separação de São Paulo dorestante do Brasil.
"Acho que chegou a hora deSão Paulo se separar do restodesse País", diz a postagem.
Ontem, diante darepercussão negativa, o partidoreagiu: "O PSDB nãocompartilha com tais ideias, queconsideramos xenófobas. Opartido luta pela igualdadeentre as pessoas, sem distinçãode origem, religião, gênero eorientação sexual; e pelasoberania nacional." A nota dizque Telhada teria se retratado.Ele só negou ter ofendidominorias e detalhou sua visãode autonomia do Estado.
BETHLEM NA MIRA
Odeputado Paulo Freire(PR-SP) apresentou
seu relatório na tardede ontem no Conselhode Ética no qualé favorável aabertura deprocesso parajulgar odeputadol i ce n c i a d oRodr igoB ethlem(PMDB-RJ )( na foto ao lado) porquebra de decoropar lamentar.
A representação contraBethlem no conselho,feita pelo PSol e com base emnotícias da imprensa, relatadenúncias da ex-esposado parlamentar Vanessa Felipe,que gravou conversas
com o então marido. Nessesdiálogos, afirmou ter conta naSuíça e um rendimento
mensal de R$ 100 mil,graças a um esquema
de corrupção deBethlem que
envolver iao rg a n i z a ç õ e snão-gover namentais(Ongs).
O parecer dePaulo Freire não foi
julgado ontemporque Mauro Lopes
(PMDB-MG) pediu vistas.O conselho vai julgar napróxima sessão, dia 4 denovembro, se Bethlemresponder por quebra dedecoro. Se aprovado, o próprioFreire será o relator do méritoda acusação.
2º TURNO REGISTRA39,85 MILHÕES DE MENSAGENS TUITADAS
As eleições deste anoregistraram 39,85 milhões
de mensagens publicadas noTwitter durante a campanha,divulgou a rede social após oencerramento do 2º turno. Osnúmeros foram coletados de 6de julho até o dia 26 de outubro,quando e foram registrados 4,2milhões de tweets aolongo do dia.
Durante op erío doa n a l i s a d o,fo ra mobser vadosalguns picos demenções aoscandidatos DilmaRousseff (PT) e AécioNeves (PSDB). O primeirodebate entre presidenciáveis naBand foi a primeira vez em queos dois presidenciáveisultrapassaram a marca de 100mil menções em um dia, comomostram os dados da empresa.
No debate na TV Globo e nodia 6 de outubro, 1º turno, estamarca também foi ultrapassada.
No 2º turno, os candidatos semantiveram acima destepatamar em todos os encontrostelevisivos, chegando perto de 1
milhão de menções cada noúltimo debate antes dosegundo turno, na TV Globo, dia24. No domingo que consagroua vitória de Dilma, ela foimencionada 859 mil vezes narede e, Aécio, 584 mil vezes.
No dia da votação do 2ºturno, a rede registrou um
volume de mensagens1,6 vezes maior
que no domingodo 1º turno.Durante aa p u ra ç ã o,obser vou-se
um pico de32.609 Tweets
Por Minuto (TPM),no momento em que
Dilma foi oficialmentereeleita presidente.
Nos Estados onde houve 2ºturno, o candidato do PMDB aogoverno do Rio, Luiz FernandoPezão, foi o mais mencionado:20,6 mil vezes ao longo dodomingo. Na sequência vem ocandidato eleito ao governo doDistrito Federal, RodrigoRollemberg (PSB), com 5,4 milmenções, e José Ivo Sartori(PMDB), do Rio Grande do Sul,que aparece em 3,9 mil tweets.
Ed Ferreira/Estadão Conteúdo
Luiz Argôlo (SD-BA), deputado.
Luciano Pontes/Futura Press
Marina Silva vai deixar PSB
Luci
o Be
rnar
do Jr
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g. C
âmar
a
Juliana Knobel/Frame/EC
tornaria Vargas inelegível por
oito anos.
O presidente da CCJ, Vicen-
te Cândido (PT-SP) acredita
que, se Vargas tiver o mandato
cassado pela Justiça eleitoral,
o processo que corre contra
ele na Câmara, por quebra de
decoro parlamentar, perde a
razão. Segundo ele, se o PT ga-
nhar no TSE o direito a reaver o
mandato de Vargas, o deputa-
do fica sem o mandato e a cas-
sação perde o objetivo.
Vargas, que se desligou do
PT em abril, também responde
a processo no TSE por ter se
desfiliado do partido sem jus-
tificativa. Com base na lei de fi-
delidade partidária, que de-
termina que o mandato per-
tence ao partido e não ao par-
lamentar, o PT alega que que a
cadeira de Vargas deve ser
ocupada pelo suplente dele, o
deputado Marcelo Almeida
(PMDB-PR).
Vargas se desfilou do PT de-
pois que vieram à tona denún-
cias de seu envolvimento com o
doleiro Alberto Youssef. O parla-
mentar é suspeito de fazer trá-
fico de influência no Ministério
da Saúde. ( AO G )
O ex-petista André Vargas: fidelidade até o último suspiro.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7
SECRETARIA DE COORDENAÇÃODAS SUBPREFEITURASSUBPREFEITURAITAQUERA
COMUNICADO - ABERTURA DE LICITAÇÃOProcesso Administrativo nº 2014-0.127.928-3 - Encontra-se aberta na Subprefeitura deItaquera - SP/IQ, licitação na modalidade TOMADA DE PREÇOS 002/SP-IQ/GAB-AJ/2014, visando CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARAIMPLANTAÇÃO DE PONTO DE ENTREGA VOLUNTÁRIA - ECOPONTO CIDADELÍDER - À RUA FRANCISCO MELZI X RUA CHARLES MANGUIM X RUA QUITINODA CUNHA X RUA FELLIPO JUVARA, DISTRITO CIDADE LÍDER, ITAQUERA, SÃOPAULO, DESTINADO AO RECEBIMENTO VOLUNTÁRIO DE RESÍDUOS DACONSTRUÇÃO CIVIL E OBJETOS VOLUMOSOS, CONFORME MEMORIALDESCRITIVO - ANEXO I E PLANILHA DE PREÇOS - ANEXO III DO EDITAL.O Editalpoderá ser acessado gratuitamente no site da Prefeitura do Município de São Paulo, noendereço eletrônico: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br/, ou adquirido nasede da Subprefeitura de Itaquera, na Assessoria Técnica Jurídica, à Rua AugustoCarlos Bauman, nº 851 - 2º andar - Itaquera, São Paulo, mediante apresentação de umCD novo ou pagamento do preço público para cópias reprográficas.Os envelopes nº 01 “PROPOSTA”, nº 02 “HABILITAÇÃO”, bem como os demaisdocumentos exigidos no certame, deverão ser entregues na Sala de Licitações daSubprefeitura de Itaquera, no endereço acima, no dia 12/11/2014, quarta-feira, às10:00h, impreterivelmente, quando se dará a abertura da sessão.
SECRETARIADASAÚDE
DIVISÃOTÉCNICA DE SUPRIMENTOS, SMS-3ABERTURA DE LICITAÇÃOEncontra-se aberto no Gabinete, o seguinte pregão:PREGÃO ELETRÔNICO 340/2014-SMS.G,
tra se aberto no Gabinete, o seguinte pprocesso 2014-0.237.441-7, destinado
ao registro de preços para o fornecimento de ÁLCOOL ETÍLICO 70% (p/p) GELFRASCO COM BOMBA DOSADORA DE 500 ML,
g ççpara a Divisão Técnica de
Suprimentos,SMS.3/GrupoTécnicodeCompras-GTC/ÁreaTécnicadeMedicamentos,,
do tipo menor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorrerá apartir das 9 horas do dia 27 de novembro de 2014, pelo endereço www.comprasnet.gov.br, a cargo da 5ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipalda Saúde.RETIRADA DE EDITALO edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços:http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br; www.comprasnet.gov.br,quando pregão eletrônico; ou, no gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, na RuaGeneralJardim,36 -3ºandar -VilaBuarque-SãoPaulo/SP-CEP01223-010,medianteo recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP,Documento de Arrecadação do Município de São Paulo.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICOOs documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresasinteressadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema,www.comprasnet.gov.br, até a data de abertura, conforme especificado no edital.
SECRETARIADECOORDENAÇÃODASSUBPREFEITURAS
SUBPREFEITURA VILAMARIA/VILA GUILHERME
SP - MG - COMISSÃO DE LICITAÇÃOCOMUNICADO DE ABERTURA DE LICITAÇÃOPREGÃOELETRÔNICONº08/SMSP/SPMG/2014;PROCESSOnº2014-0.255.582-9CRITÉRIO DE JULGAMENTO: MENOR PREÇO UNITÁRIO MENSAL (VALORUNITÁRIO EQUIPE MÊS)A abertura da sessão ocorrerá no dia 12 DE NOVEMBRO DE 2014 às 10h00(OBS.:horário de Brasília)1. Acha-se aberta licitação, na modalidade acima, objetivando a Contratação deempresaparaaprestaçãodeserviçosdeMANEJOTÉCNICODEÁRVORESATRAVÉSDE EQUIPES, de acordo com a quantidade, especificações técnicas e condições deexecução indicados noTermo de Referência do ANEXO I do Edital.2. O Edital estará à disposição dos interessados a partir de 29/10/2014 e poderáser obtido por meio de consulta nos sites: www.comprasnet.gov.br e http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br - Subprefeitura deVila Maria/Vila Guilherme, ouainda,medianteorecolhimentodeemolumentosaoscofrespúblicos,da importânciadeR$ 0,15 (quinze centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida pela CAF/SPMG, na Rua General Mendes nº 111, 1º andar,Vila Maria - São Paulo/SP, até o últimodia que antecede a abertura, no horário das 10:00 às 16:00 horas.3. As propostas deverão ser entregues por meio do Sistema Eletrônico,www.comprasnet.gov.br - UASG 925091, nas condições descritas no Edital, devendoser observado o início da Sessão às 10:00 horas do dia 12/11/2014.
O Adhemar é uma figura muito rica. Tem uma personalidade muito multifacetada.Amilton Lovato, jornalista e escritor
Adhemar de Barros,mais atual do que nunca.
Livro de Amilton Lovatoretrata um Adhemarvisionário e oportunista,célebre por sua 'caixinha'e o roubo de seu cofre.
Victória Brotto
Nos tempos de guerri-
lheira, a presidente
Dilma Rousseff aju-
dou, por princípio e
ideologia, o seu grupo VAR Pal-
mares a roubar o cofre do ex-
governador de São Paulo,
Adhemar de Barros, em 1969,
durante o regime militar. Adhe-
mar, famoso por suas alianças
políticas grotescas e compra
de votos, acumulava milhões
pagos a ele por amigos e em-
presas para financiar campa-
nhas de apadrinhados seus – a
famosa "caixinha do Adhe-
mar". Dilma ajudou a preparar
o esquema e Carlos Araújo, ex-
marido da presidente, invadiu,
junto com o líder Carlos Lamar-
ca e outros três integrantes do
grupo, a casa do irmão de Ana
Capriglione, amante de Adhe-
mar , e levou o cof re com
R$ 2,18 milhões.
Quase 44 anos depois, Dil-
ma, ex-guerrilheira e atual
presidente da República, viu
outro roubo acontecer, mas
não mais de um cofre de um
político suspeito, mas um rou-
bo da maior estatal do País, a
Petrobras, pelo diretor indica-
do pelo seu partido e elogiado,
por ela mesma, pelos "bons
serviços prestados".
Hoje, o ex-diretor, Paulo Ro-
berto Costa, preso pela Polícia
Federal, delatou um esquema
dantesco de lavagem e desvio
de dinheiro para financiar
campanhas do PP e do PT. O
que Adhemar de Barros fazia,
e por isso Dilma e seu grupo
guerrilheiro o roubou, agora é
feito pelo governo da própria
g u e rr i l h e i r a .
"O que acontece hoje na Pe-
trobras é muito mais grave do
que acontecia na administra-
ção de Adhemar de Barros",
conta o jornalista Amilton Lo-
vato. Lovato acaba de lançar o
livro Adhemar de Barros – fé emDeus e pé na tábua, Geração
Editorial, R$ 34,90, 365 pági-
nas, e conversou com o DC so-
bre o roubo do cofre e sobre
um Adhemar visionário, opor-
tunista, pragmático que con-
seguiu sair da sombra de Ge-
túlio Vargas, bater de frente
com figuras como Juscelino
Kubitschek e Jânio Quadros,
criar seu próprio partido e vi-
rar ele mesmo a cabeça, as
pernas e os braços do extinto
PSP. O autor afirmou ainda que
hoje vê muitos "adhemares"
espalhados pelo Brasil, mas o
que mais encarna o ex-gover-
nador é o ex-deputado fede-
ral, Paulo Maluf (PP).
Leia abaixo a entrevista
completa:
Diário do Comércio – Por queo senhor escolheu escreversobre Adhemar?
Amilton Lovado – Eu sempre
achei uma figura mal explora-
da, temos livros escritos sobre
ele, teses acadêmicas, mas,
ao meu ver, faltava uma obra
definitiva, que falasse dele
com isenção abordando tan-
tos aspectos positivos quanto
negativos. O Adhemar é uma
figura muito rica em termos de
importância histórica. Tem
uma personalidade muito
multifacetada.
D.C – No livro, o senhor falada aliança grotesca entreAdhemar e o PartidoComunista, que inclusive foialvo de ataques logo depois desua posse. Hoje, essas alianças,no mínimo estranhas, não sãomais alvo de críticas, até
porque elas viraram regra.Adhemar inaugurava então umjeito contemporâneo de fazerpolítica?
A.L – Ele, que já tinha sido
muito visionário, não foi nes-
se aspecto, foi muito oportu-
nista, isso sim. A aliança que
ele fez é do mesmo tipo das
que são feitas hoje, oportu-
nistas e são firmadas por in-
teresses e não por questões
p ro g r a m á t i c a s .
D.C – Em que Adhemar foivisionário?
A.L– Na questão do trans-
porte, da infraestrutura. Ele
construiu a rodovia Anhan-
guera, a via Anchieta que foi a
primeira estrada com túnel do
Brasil, ele petrificou a Soroca-
bana, os trens eram movidos a
diesel, ele construiu o Hospital
das Clínicas. Era uma pessoa
bem à frente do seu tempo.
D.C – A "caixinha" deAdhemar é chamada, por umcolunista da época citado nolivro, de "caixa de pandora".Por quê?
A.L – Essa expressão "Caixa
de Pandora" foi de um colunis-
ta do jornal O Estado de S.Paulo,
um jornal bem resistente ao
Adhemar e que fazia muita
frente a ele e ao Getúlio Var-
gas. A caixinha do Adhemar ti-
nha contribuições diversas.
Eram feitas normalmente de
maneira espontânea com pes-
soas que firmavam contratos
com a administração que o
Adhemar estivesse à frente, e
ela também tinha contribui-
ções feitas por ocasiões da
campanha política. Só que co-
mo era uma coisa sem respal-
do legal ela deixava o Adhe-
mar vulnerável a processos e a
acusações toda vez que se in-
vestigava a procedência des-
sas contribuições. Por isso o
"caixa de pandora".
D.C – Essa caixinha delelembra muito o esquema decorrupção na Petrobrasdenunciado neste ano.
A.L – Eu acho que o caso da
Petrobras talvez seja algo mui-
to mais grave. No caso do
Adhemar, elas eram feitas por
particulares, por empresas
privadas e por pessoas físicas.
Não envolvia o aparelho esta-
tal. O aspecto ilegítimo da cai-
xinha era o fato do Adhemar fi-
nanciar de uma maneira que
não era prevista na lei.
D.C – Adhemar caiu noostracismo mesmo depois detoda a influência política queteve ao lado de Vargas e comogovernador de São Paulo. Noque, ao ver do senhor,Adhemar de Barros errou?
A.L– O Adhemar caiu no os-
tracismo principalmente de-
pois que foi cassado porque
desafiou o regime militar por-
que ele se considerava excluí-
do pelo regime militar. Depois
do golpe de 64, ele acreditava
que seriam convocadas elei-
ções livres e ele seria o grande
vencedor, mais ou menos co-
mo achavam Carlos Lacerda
(UDN) e Magalhães Pinto. Mas
depois, quando viu que não
seria assim, ele promoveu um
festival de contratações e
emissão de títulos com a in-
tenção deliberada de quebrar
o governo federal. Os minis-
tros responsáveis pela condu-
ção econômica do governo fe-
deral na época viram que o
que Adhemar estava fazendo
ia comprometer os esforços
de estabilização e acenderam
a luz vermelha. Depois de cas-
sado e exilado, Adhemar aca-
bou caindo no ostracismo e
também porque ficou cansa-
do da política –ele queria viver
o grande amor da vida dele
com a Ana Capriglione.
D.C – No livro, o senhor citaum artigo de Augusto FredericoSchmidt que diz que os homens"do demo liberalismo"deveriam acordar para ofenômeno adhemarista outeriam de entregar o País aAdhemar. Por que Adhemarcausava tanto medo até empessoas que não eram dapolítica, como o próprioShcmidt, poeta eempreendedor noRio de Janeiro?
A.L– O Augusto Frederico era
muito próximo do Juscelino Ku-
bitschek, e, ao invés de defen-
der Juscelino, preferia atacar
Adhemar. Mas o crescimento
da figura do Adhemar ameaça-
va os outros candidatos, como o
Juscelino, e outros que concor-
reram nas eleições presiden-
ciais. Ele era extremamente
carismático, capaz de reunir
uma parcela grande do eleito-
rado e isso causava descon-
forto. Mas ele também não ti-
nha controle do dinheiro públi-
co, ele era uma pessoa extre-
mamente descontrolada.
Pesavam sobre ele sérias acu-
sações de corrupção.
D.C – Jânio Quadrosinclusive usou esse calcanharde Aquiles para atacarAdhemar, quando eram rivaisem São Paulo.
A.L – Todas as críticas de Jâ-
nio eram hipócritas, ele não
era uma figura totalmente
limpa. O que Jânio queria era
atacar o Adhemar e criar um
antagonista. Criar um con-
traste como água e o vinho,
Deus e o diabo.
D.C – A seu ver, qual (ouquais) político se assemelhahoje a Adhemar de Barros?
A.L –É difícil traçar um para-
lelo, porque são épocas muito
diferentes, eu vejo caracterís-
ticas dele muito espalhadas
entre vários políticos. Talvez
em São Paulo, a figura que
mais se encaixe nas caracte-
rísticas dele seja o Paulo Maluf.
Ele é carismático e, mesmo
confrontado com inúmeras
acusações como ele enfren-
tou a vida toda, ele tem um
eleitorado fiel, além de ser o
que eu chamo de "bonachão".
Mas o Maluf não tem, por
exemplo, a caixinha e o parti-
do que tinha o Adhemar. O PSP
praticamente se confundia
com a figura do Adhemar.
Ficha criminal do DOPS da então assaltante de banco na época do regime militar e hoje presidente reeleita da República, Dilma Rousseff.
Reuters
Essa foto de Dilma é dos anos 70,época do regime militar, quandoela atuava na resistência armada
Ele eraextremamentecarismático, capaz dereunir uma parcelagrande do eleitoradoe isso causavadesconforto.AM I LTO N LO VATO
Divu
lgaç
ão
O jornalista AmiltonLovato acaba de lançar
o livro Adhemar deBarros – fé em Deus e
pé na tábua, pelaGeração Editorial, quecusta R$ 34,90, 365 e
tem 365 páginas.
Foto
s: R
epro
duçã
o
PMDB se rebela e derruba decreto 8.243A
penas dois dias de-
pois da vitória da
presidente Dilma
Rousseff, o PMDB da
Câmara liderou nova rebelião
da base aliada e derrubou na
noite de ontem, em votação
simbólica, com encaminha-
mento de lideranças, o decre-
to 8.243 de Dilma Rousseff
que criava os polêmicos Con-
selhos Populares.
PT, PSOL, PCdoB e PROS
tentaram obstruir a votação
do Decreto Legislativo 1.491,
que derrubava o de Dilma.
Sem sucesso.
O PMDB, junto com a oposi-
ção, provocou a primeira der-
rota do Palácio do Planalto
após a reeleição da petista.
Além do PMDB, siglas da base
como PSD, PR e PDT foram
contra o Planalto.
Editado no final de maio, o
decreto 8.243 institui a Polí-
cia Nacional de Participação
Social e o Sistema Nacional
de Participação.
O texto, apesar de não criar
novos conselhos populares,
estabelece que órgãos e enti-
dades da administração pú-
blica federal, direta e indire-
ta, deverão ouvir instâncias
de participação social para a
formulação de políticas públi-
cas. O mesmo vale para as
a g ê n c i a s re g u l a d o r a s .
Desde que foi publicada, a
medida é bombardeada pela
oposição e por integrantes da
própria base, que a acusam
de ferir prerrogativas do Con-
gresso Nacional e de ser "bo-
livarianista".
O líder do DEM, deputado
Mendonça Filho, classificou a
proposta da presidente de
"autoritária" e disse que está
"passando por cima do Parla-
mento": "Ele é espelhado na
Venezuela de Hugo Chávez. É
um projeto que verdadeira-
mente afronta o Legislativo".
O deputado Afonso Floren-
ce (PT-BA) rebateu as críticas
da oposição e alegou que o
texto só "organiza um siste-
ma de conselhos que já exis-
te". "Não há uma linha que
possa ser citada para dizer
que este decreto subtrai prer-
rogativas do Legislativo".
Preocupados com a pers-
pectiva de um revés pouco
depois da reeleição de Dilma,
o PT fez de tudo. Tentou até
votar um requerimento para
retirar o projeto de Mendonça
Filho da pauta.
O confronto entre governo
e oposição em torno da sus-
pensão do decreto de Dilma e
o baixo quórum registrado
nos meses que antecederam
as eleições inviabilizavam a
aprovação de qualquer ma-
téria pela Câmara.
R E TA L I A Ç Ã OMesmo com o impasse, o
presidente da Câmara, de-
putado Henrique Eduardo Al-
ves (PMDB-RN), bancou a vo-
tação ontem. Alves se ele-
geu deputado pela primeira
vez em 1971 e, este ano, con-
correu ao governo do Rio
Grande do Norte, mas per-
deu para o vice-governador
Robinson Faria (PSD). Ele
credita sua derrota a um ví-
deo de apoio a seu adversá-
rio gravado por Lula.
Alves nega que esteja "re-
taliando" o Planalto . De acor-
do com ele, o tema tem invia-
bilizado as discussões de
avançarem há pelo menos
três meses.
Henrique Alves também
anunciou que quer votar nos
próximos dias uma proposta
de emenda à Constituição
(PEC) que torna obrigatório o
pagamento de emendas par-
lamentares individuais. Cha-
mado de PEC do Orçamento
Impositivo, esse projeto é
uma promessa de campanha
de Alves, que quer vê-lo apro-
vado antes de deixar o Con-
g re s s o. (Estadão Conteúdo)
8 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
HONG KONGManifestantes abremseus guarda-chuvas paracelebrar um mês deprotestos pró-democracia
C U BACom 188 votos a favor, ONU pedefim de embargo dos EUA pela23ª vez. EUA e Israel votaramcontra e três países se abstiveram.
REFORÇOCURDORUMO AKO B A N I
Soldados de elite dasforças iraquianas sãoenviados para ajudar
companheiros curdos alutar contra o avanço dos
extremistas do EstadoIslâmico na cidade síria
Forças curdas iraquia-
nas partiram ontem
para a Síria a fim de re-
forçar a luta de compa-
nheiros curdos contra o grupo
extremista Estado Islâmico
(EI) na cidade síria de Kobani,
na fronteira coma a Turquia.
Será a primeira força estran-
geira em solo apoiada pelo
Ocidente desde o início do
conflito na Síria, em 2011.
O governo regional semi-
autônomo do Curdistão, no
norte do Iraque, enviou cerca
de 160 soldados de uma força
de elite do Exército iraquiano,
chamados de peshmergas,
através da Turquia para a Síria
ontem, de acordo com Fuad
Hussein, conselheiro-chefe
do presidente do Curdistão,
Massoud Barzani.
Aviões de guerra dos Esta-
dos Unidos têm bombardeado
posições do EI perto de Kobani
há semanas, mas o primeiro-
ministro turco, Ahmet Davuto-
glu, tem dito que somente os
ataques aéreos não seriam su-
ficientes para afastar os insur-
gentes do EI.
A Turquia tem relutado em
se juntar à coalizão liderada
pelos EUA contra o EI, um des-
membramento da Al-Qaeda.
Mas depois de ser pressionado
por seus aliados ocidentais, o
presidente Recep Tayyip Er-
dorgan disse na última quarta-
feira que alguns combatentes
peshmergas do Iraque teriam
permissão para transitar pela
Turquia rumo a Kobani.
A cidade está cercada por
militantes do EI há mais de um
mês e a batalha para salvá-la
tem se tornado um teste para
a estratégia da coalizão lide-
rada pelos EUA para deter o
avanço do grupo muçulmano
sunita radical.
Os conflitos na região já dei-
xaram mais de 800 mortos, de
acordo com ativistas, além de
levarem mais de 200 mil pes-
soas a deixarem o local.
O outro lado - O Estado Islâ-
mico divulgou outro vídeo
com imagens do refém britâ-
nico John Cantlie, suposta-
mente gravado em Kobani.
Na gravação, de cinco minu-
tos e 32 segundos, Cantlie,
vestido com uma camisa pre-
ta, interpreta um repórter que
apresenta a visão dos extre-
mistas sobre a batalha pelo
controle da cidade.
Ao longo do vídeo, o EI, atra-
vés de Cantlie, nega que tenha
recuado em Kobani e garante
que tem o controle dos setores
leste e sul da cidade.
"Agora a batalha por Kobani
está chegando a um fim", dis-
se Cantlie.
Durante a gravação, é pos-
sível escutar disparos à dis-
tância, que Cantlie classifica
como esporádicos, já que qua-
se não há mais confrontos em
Kobani porque "não há nem
peshmergas nem milicianos
das Unidades de Proteção do
Povo Curdo, só há mujahe-
dins" do EI.
O vídeo, divulgado na se-
gunda-feira, faz alusão a um
discurso feito pelo secretário
de Estado dos EUA, John Kerry,
em 20 de outubro, sugerindo
que as imagens foram grava-
das na semana passada.
Cantlie, um fotojornalista
britânico sequestrado há dois
anos, é um dos vários reféns
ocidentais mantidos pelo gru-
po extremista. (Agências)
Alaa Al-Shemaree/EFE
Iraquianoslutam contra
radicais ao sulde Bagdá(acima).
Na Turquia,curdos
enterramcombatentes
mortos nacidade síria deKobani (à dir.).
Para o papa, religião eciência não se excluem.
Teoria do 'Big Bang' e evolução são aceitas por Francisco
Teorias científicas como o
"Big Bang", a grande ex-
plosão que se acredita
ter dado origem ao Universo
13,7 bilhões de anos atrás, e a
ideia de que a vida se desen-
volveu através de um proces-
so evolutivo não entram em
conflito com o ensinamento
católico, declarou o papa Fran-
cisco ontem.
Em discurso durante um en-
contro da Pontifícia Academia
de Ciências, um organismo in-
dependente sediado no Vatica-
no e financiado em grande par-
te pela Santa Sé, ele declarou
que as explicações científicas
para o mundo não excluem o
papel de Deus na criação.
"O início do mundo não é tra-
balho do caos, que deve sua
origem a outra coisa, mas de-
riva diretamente de um princí-
pio supremo que cria a partir
do amor", disse. "O 'Big Bang',
que hoje é considerado a ori-
gem do mundo, não contradiz
a intervenção criat iva de
Deus, pelo contrário, a re-
quer", argumentou.
O papa criticou que, quando
as pessoas leem o livro do Gê-
nesis sobre como foi a origem
do mundo, pensam "que Deus
tenha agido como um mago,
com uma varinha mágica ca-
paz de criar todas as coisas.
Mas não é assim".
"A evolução na natureza
não contrasta com a noção de
criação (divina), porque a evo-
lução requer a criação de se-
res que evoluem", disse o pon-
tífice a um grupo de 80 pesqui-
sadores da academia.
No passado, a Igreja se opôs
às primeiras explicações cien-
tíficas do Universo, que con-
tradiziam o relato da criação
na Bíblia, condenando o astrô-
nomo Galileu Galilei, do século
XVII, que mostrou que a Terra
gira em torno do Sol.
Entretanto, ultimamente a
Igreja tem buscado descartar
sua imagem de inimiga da
ciência, e os comentários do
papa ecoaram declarações de
seus antecessores.
Nos anos 1950, o papa Pio
XII descreveu a evolução co-
mo uma abordagem científica
válida do desenvolvimento
dos humanos , e o pontífice
João Paulo II reiterou essa posi-
ção em 1996.
Em 2011, o papa Bento XVI
disse que as teorias científicas
da origem e do desenvolvi-
mento do Universo e dos hu-
manos, embora não entrem
em conflito com a fé, deixam
muitas perguntas sem respos-
tas. (Agências)
Península doSinai: terrade ninguém.
Autoridades egípcias
determinaram ontem
que moradores ao longo da
fronteira leste do país com
a Faixa de Gaza deixassem
o local. O objetivo é
demolir as residências e
construir uma zona
tampão para impedir o
tráfico de armas e de
combatentes entre o Egito
e o território palestino, de
acordo com o governo.
A medida foi adotada
quatro dias após militantes
atacarem um posto do
Exército, deixando ao
menos 31 soldados mortos
na região rebelde no norte
da Península do Sinai. Após
o ataque, o Egito declarou
estado de emergência e
toque de recolher. As
autoridades ainda
fecharam indefinidamente
a fronteira com Gaza, a
única passagem não
israelense para o enclave.
A zona tampão vai incluir
trincheiras cheias de água
para impedir a escavação
de túneis. Ela terá 500
metros de largura
estendidos ao longo de
13 quilômetros.
Oficiais egípcios
conversaram com
moradores e deram
inicialmente 48 horas para
que deixassem a área, mas
tiveram de rever o prazo
após protestos.
Forças egípcias
lançaram uma ofensiva no
norte do Sinai contra
militantes islâmicos que
transformaram várias
áreas em fortalezas nos
últimos três anos,
destruindo muitos dos
túneis que conectam a
região com Gaza.
A península se tornou
foco de instabilidade e
cenário de ataques contra
forças egípcias que se
intensificaram desde a
queda do presidente
islamita Mohamed Morsi
pelo Exército em julho de
2013. (Agências)
De caso com amáfia sicilianaPela primeira vez na história
da Itália, um chefe de Estado
ainda no cargo é colocado no
banco de testemunhas. O
presidente Giorgio Napolitano
prestou depoimento ontem
em um julgamento que acusa
o Estado de realizar conversas
secretas com a máfia siciliana
nos anos 1990. Ele não é
acusado de nenhum crime,
mas pode ter conhecimento de
fatos úteis ao caso. (Agências)
Alessandro Bianchi/Reuters
Pela primeira vez na história da Itália, um presidente depõe à Justiça.
EBOLAAustrália fecha as portas
Autoridades da Aus-
trália anunciaram o
cancelamento dos
vistos de pessoas vindas de
países da África Ocidental
afetados pelo ebola, tornan-
do-se a primeira nação rica a
fechar as portas à região.
A medida afeta possuido-
res de vistos temporários
que ainda não tenham via-
jado para a Austrália. Cida-
dãos com vistos permanen-
tes devem ser submetidos
a uma quarentena de 21
dias antes de viajarem ao
território australiano. A
emissão de novos vistos
também foi suspensa.
A Austrália não registrou
qualquer caso de ebola
apesar de uma série de ca-
sos suspeitos. O governo já
doou US$ 16 milhões para
combater o surto, mas se
recusa a enviar médicos
aos países afetados até que
haja garantias de que eles
receberão tratamento ade-
quado no caso de serem in-
fectados pelo vírus.
A decisão de proibir a en-
trada de qualquer pessoa de
Serra Leoa, Guiné e Libéria,
apontada pelo governo co-
mo uma precaução neces-
sária, foi considerada por es-
pecialistas como "míope".
"Esta é apenas uma deci-
são puramente política",
disse Adam Kamradt-Scott,
professor do Instituto de
Doenças Infecciosas e Bios-
segurança da Universidade
de Sydney. "Há pouca evi-
dência científica ou racio-
nalidade médica para você
fazer isso", afirmou.
O surto de ebola que co-
meçou em março já matou
cerca de 5 mil pessoas, a
maioria na África Ocidental.
EUA - A enfermeira Am-
ber Vinson que estava rece-
bendo tratamento contra
ebola recebeu alta do Hos-
pital Universitário Emory,
em Atlanta, ontem.
Ela foi uma das duas en-
fermeiras de um hospital de
Dallas infectadas após cui-
darem do primeiro paciente
diagnosticado com a doen-
ça nos EUA. (Agências)
Alex Hofford/EFE
Yannis Behrakis/Reuters
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9
Rodrigo Paiva/EC
10 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Ônibus bate e mata 11 no interior de SPGrupo de estudantes de Borborema voltava de uma programação cultural na Sala São Paulo, na Capital. Rodovia passa por obras e possui sinalização deficiente.
Onze pessoas morre-
ram e ao menos 16
ficaram gravemen-
te fe r idas , após
uma carreta se chocar com um
ônibus que voltava de uma ex-
cursão estudantil na Rodovia
Deputado Leônidas Pacheco
Ferreira (SP-304), na altura do
km 368, em Ibitinga, região de
Bauru, interior de São Paulo. O
acidente aconteceu anteon-
tem por volta das 23h30.
Segundo a Polícia Militar Ro-
doviária, a análise inicial é de
que o motorista da carreta per-
deu o controle da direção, atra-
vessou a pista simples da estra-
da e acabou batendo no ônibus
que levava alunos da Escola Es-
tadual Dom Gastão Liberal Pin-
to, da cidade de Borborema, a
30 quilômetros do local da coli-
são. Não há faixa de sinalização
na pista onde aconteceu o aci-
dente.
A lateral direita do ônibus foi
completamente arrancada.
Várias vítimas foram arremes-
sadas no asfalto e algumas fi-
caram presas nas ferragens.
Os estudantes assistiram a
um concerto da Orquestra Sin-
fônica do Estado (Osesp) na
Sala São Paulo, na capital pau-
lista. "Foi uma tragédia. Foram
ter contato com o que há de in-
teressante na cultura e aconte-
ce uma coisa dessas", lamen-
tou o prefeito de Borborema,
Virgilio do Amaral Filho (PSDB).
Secretários municipais e esta-
duais e o governador Geraldo
Alckmin (PSDB), pelo Twitter,
lamentaram o acidente. O mu-
nicípio decretou luto oficial e
suspendeu aulas.
Três professoras, uma dire-
tora de escola municipal – que
acompanhava os filhos – e se-
te adolescentes, entre 15 e 17
anos, morreram no local. De-
zesseis pessoas ficaram gra-
vemente feridas e 14 sofre-
ram ferimentos leves. Todas
foram encaminhados às San-
tas Casas de Borborema e de
Ibitinga, incluindo o motorista
do caminhão, que teve feri-
mentos graves. O condutor do
ônibus não ficou ferido.
Os corpos foram levados
para o Instituto Médico-Legal
de Araraquara e liberados à
tarde. O velório coletivo no gi-
násio municipal de Borbore-
ma reuniu 5 mil pessoas –2 mil
ficaram do lado de fora. A cida-
de tem 15 mil habitantes. Os
sepultamentos estão marca-
dos para hoje de manhã.
Investigação – Até a noite de
ontem, a Rodovia Deputado
Leônidas Pacheco Ferreira
permanecia interditada. Isso
porque a carreta transportava
óleo vegetal e houve incêndio
na pista. De acordo com o che-
fe de investigação da Delega-
cia Central de Ibitinga, Marcos
Vasconcelos, a polícia espera
o resultado da perícia para
avançar no inquérito. Outros
acidentes com vítimas fatais
foram registrados na estrada,
nos últimos meses.
A pista passa por reformas,
com pavimentação de acosta-
mento, melhorias de sinaliza-
ção e recapeamento, mas não
tem sinalização de solo, em-
bora o Departamento de Es-
tradas de Rodagem (DER) in-
forme que o trecho é bem sina-
lizado. "A rodovia se encontra
bem sinalizada, com placas in-
dicando obras em andamento
na pista a cada 5 quilômetros",
diz o DER, em nota oficial.
"Quando não há pintura (na
pista), tem de haver sinaliza-
ção dia e noite", explicou o
presidente da Comissão de
Trânsito da OAB-SP, Maurício
Januzzi. De acordo com ele, a
ausência das faixas pode ter
levado ao acidente. "Mas nun-
ca é por um fator só. É preciso
verificar excesso de velocida-
de, condições do veículo e ha-
bilitação do motorista, por
exemplo", afirmou.
Uma funcionária da empre-
sa de fretamento Jabotur, res-
ponsável pelo ônibus, afirmou
que a prioridade agora era
"atender às vítimas" e não co-
mentou o acidente. Procura-
da, a Agência Reguladora de
Transportes do Estado (Ar-
tesp) afirmou que a Jabotur es-
tá devidamente autorizada
para fazer fretamentos.
A secretária de Educação de
Borborema, Maria Ângela de
Martins, afirmou que a excur-
são contou com três ônibus e
que dois deles já haviam retor-
nado à cidade sem problemas.
O veículo acidentado teria feito
um caminho diferente. "A cida-
de está procurando dar maior
assistência aos familiares, mas
é um momento muito difícil" la-
mentou a secretária.
Tw i t t er – O governador Ge-
raldo Alckmin usou o Twitter
para lamentar a tragédia no
interior paulista. "Lamenta-
mos profundamente o aciden-
te de ônibus em Ibitinga na
noite de ontem", escreveu.
Em quatro postagens, o go-
vernador afirmou que está
"com os esforços concentra-
dos" no socorro às vítimas e
ajuda aos familiares.
De acordo com Alckmin, a
Secretaria de Segurança apu-
ra as causas do acidente e o
secretário de Educação, Her-
man Voorwald, esteve no lo-
cal. O governador aproveitou
ainda para expressar "senti-
mentos e orações" a todos.
(Agências)
Tiago da Mata/EC
Por causa da forte colisão com um caminhão, ônibus acidentado na região de Bauru perdeu completamente uma das laterais: tragédia no interior.
DIA DE SÃO JUDAS – Fiéis lotaram ontem, desde as primeiras horas da manhã, a igreja de SãoJudas Tadeu, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo. Diversas missas foram realizadas emhomenagem ao santo patrono das causas desesperadas e das causas perdidas na Igreja Católica.
Luis Claudio Barbosa/EC
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 11
A plástica do sucessoRicardo Osman
Aleitura de Viver Vale a Pena,
autobiografia do cirurgião
plástico Ivo Pitanguy
permite aos leitores o prazer de
saber como nascem e se formam
os gênios, pessoas capazes de
uma contribuição inquestionável
à sociedade e inigualáveis na
transmissão e doação deste
conhecimento às futuras
gerações. Pitanguy em nenhum
momento se refere a si como
gênio e nem fornece a receita de
seu sucesso em uma ordem clara
e direta. O propósito do livro não
é o autoelogio. Pitanguy conta
saborosas e bem-humoradas
histórias, aventuras
inacreditáveis que viveu ao redor
do mundo, em países como a
Índia (onde quase morreu por
causa de um elefante) e no Irã
(onde ficou hospedado em um
castelo de onde não podia sair).
Fica por conta do leitor
encontrar e unir as peças de um
quebra-cabeça, ora nos
primeiros capítulos, ora nos
últimos, que vai revelando aos
poucos como foi forjado seu
caráter e como a determinação, a
generosidade e a disciplina
transformaram um jovem médico
em um cirurgião reconhecido
mundialmente, dono de técnicas
próprias, professor consagrado e
membro da Academia Brasileira
de Letras (ABL).
Filho de médico, Ivo decidiu
aos 16 anos seguir a carreira do
pai e aprendeu com ele, no
consultório em Belo Horizonte, os
princípios básicos da cirurgia.
Seguiu depois para o Rio de
Janeiro onde concluiu o curso de
medicina iniciado em Minas
Gerais. O jovem foi dar plantão no
serviço de urgência da Santa
Casa de Misericórdia, onde
começou a se destacar em
cirurgias reparadoras de mãos e
narizes tanto que fundou ali a 38º
Enfermaria, a de Cirurgia
Plástica, na qual trabalhou por
décadas, mesmo depois de todo
o sucesso alcançado.
Em 1961, o destino resolve
provar-lhe a vocação. Na tarde de
17 de dezembro daquele ano, Ivo
Pitanguy ouviu no rádio do carro a
notícia de que um circo pegara
fogo em Niterói, do outro lado da
Baía de Guanabara. De imediato,
ele seguiu com seus alunos da
primeira turma de cirurgia
plástica da PUC, do Rio, de barca
para Niterói (naquela época não
existia ainda ponte). A tragédia
do Gran Circo Norte-Americano
foi terrível e marcou
profundamente a população do
Rio de Janeiro. A lona de algodão
pegou fogo e provocou 500
mortes entre o público – 70% de
crianças. Por mais de seis meses,
Ivo Pitanguy e sua equipe
ajudaram os queimados com
técnicas e fervorosa dedicação.
Nesta ocasião, ele demonstra
para a Academia de Medicina que
cirurgia plástica e reparadora não
era questão secundária, mas de
sobrevivência, de retorno à vida,
de salvação de membros e de
ampliação da autoestima de
queimados. Fundou sua famosa
clínica no bairro de Botafogo
onde recebeu celebridades,
empresários e políticos de todo o
mundo. Pitanguy estudou nos
Estados Unidos e na França com
renomados profissionais da
cirurgia plástica, mas nunca
aceitou trabalhos definitivos por
lá. Sempre voltava ao Rio. Sua
narrativa descreve um dos
capítulos importantes, se não o
mais importante, da cirurgia
plástica no Brasil.
Em vez de enumerar títulos e
diplomas conquistados, Ivo
Pitanguy reserva em sua
autobiografia um capítulo
especial “A Alegria do Convívio”,em que aparece em fotos, quase
sempre de bermuda e camiseta,
ao lado de macacos e antas,
deitado na grama com os bichos
que tinha em sua ilha em Angra
dos Reis. “O amor pela natureza e
pelos bichos perpassa todas as
épocas de minha vida”, diz ele.
“Não crio bichos; de fato, convivo
com eles.” É tocante seu amor
por seus cachorros, em especial
Bob, um dogue alemão, que foi
enterrado em lugar especial na
entrada da ilha. Pitanguy gostava
do mar e das florestas, era um
ecologista, quando isso ainda
não estava na moda. No livro, ele
descreve também o convívio com
a mulher Marilu e os filhos.
O mestre, aos 90 anos, tem
bom humor até ao descrever
acidentes e perigos enfrentados.
Em pelo menos quatro ocasiões a
natureza quase ceifou-lhe a vida.
Uma das mais dramáticas foi
quando a lancha em que seguia
com a família enfrentou mar
revolto em Angra dos Reis. No
último capítulo, ele diz: “Conheço
a morte. Durante toda a vida eu a
vi agir. Ela não me apavora.
Renunciar à alegria da vida será
mais difícil.” E avisa gentilmente
que não quer ser enterrado nos
mausoléus da Academia
Nacional de Medicina e nem no
da Academia Brasileira de Letras.
Mas onde? O leitor que encontre
mais esta peça e conclua o
quebra-cabeça do livro.
VIVER VALE A PENA
DE IVO PITANGUY
CASA DA PALAVRA
R$ 45,00
396 páginas
F O
TO G
R A
F I A
Retrospectiva deBlumenfeld.
Em fotos, claro.
Começa hoje, no MAB-FAAP, exposição com otrabalho de um dos fotógrafos mais influentes do
século XX, Erwin Blumenfeld (1897 – 1969). Amostra organizada pelo Museu Nicéphore Niépce,
localizado na França, já rodou o mundo – passoupela Alemanha, Inglaterra, Itália e China – e chega
por aqui com bastante material.São mais de noventa impressões, totalmente
restauradas em cores, recortes
LEITURA
Simone Marinho/Agência O Globo
de publicações originais e filmes de modararamente vistos. A exposição reúne obras daépoca pós-guerra: fotografia de moda, campanhaspublicitárias, retratos de personalidades, etrabalhos experimentais reconhecidos pelosavanços técnicos para a época. A curadoria é deNadia Blumenfeld, neta do artista.B l u m e n fe l dStudio: New York 1941 – 1960 MAB-FAAP. RuaAlagoas, 903. A partir de hoje. Entrada gratuita.
Div
ulga
ção
12 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
.F..OTOGRAFIA
Chacoalhadascaninas
A fotógrafa Carli
Davidson é especialista
em clicar pets. Na sua
mais recente série, ela
registrou 61 filhotes
naquele momento
especial de chacoalhar
o corpo todo.
w w w. c a r l i d a v i d s o n . c o m
.E..S PA Ç O
Foguete explodedurante lançamento
Um foguete Antares
da empresa privada
Orbital Sciences
Corporation, com mais
de duas toneladas de
carga para a Estação
Espacial Internacional
(ISS, na sigla em inglês),
explodiu ontem pouco
após decolar das
instalações da Nasa na
Ilha Wallops, na Virgínia.
"A Orbital Sciences está
avaliando o estado da
missão", informou a
Nasa, acrescentando
que não houve feridos.
O foguete, que tinha a
altura de um prédio de
14 andares, apresentou,
segundo a Orbital
Sciences, uma
"anomalia". A empresa é
uma das duas
companhias
contratadas pela Nasa
para enviar carga para a
ISS e tem um contrato
com a agência espacial
de US$ 1,9 bilhão.
.A..RTE DE RUA
Em São Paulo e em LondresA arte de rua foi destaque ontem em São
Paulo e em Londres. Na capital paulista, um
painel (acima) do artista João Paulo Cobra,
conhecido como NOVE, foi finalizado na
esquina da Rua Consolação com Avenida
Paulista, região central da cidade. Já na
capital britânica, o distrito de Shoreditch (ao
lado) ganhou novos roteiros de visitas
guiadas a suas ruas e seus becos cobertos de
obras de grafiteiros de todo o mundo.
.C..IÊNCIA
Google desenvolven a nop a r t í c u l a s
O Google anunciou
ontem estar trabalhando
no desenvolvimento de
nanopartículas para
identificar alterações
bioquímicas no organismo
que possam indicar
doenças. A empresa
informou que as
nanopartículas serão
ingeridas por uma cápsula
e transmitirão as
informações sobre as
células doentes para um
computador equipado com
sensores. A empresa
destacou que a
sobrevivência ao câncer
depende em grande parte
do diagnóstico precoce da
doença e lamentou que em
muitos casos, como os de
tumores no pâncreas,
esses diagnósticos ainda
não sejam viáveis. Os
especialistas estimam que
pode ser necessário de
cinco a sete anos até que
este projeto seja
f i n a l i z a d o.
.F..UTEBOL
Só um brasileiro podelevar a Bola de Ouro
O atacante Neymar é o
único brasileiro entre os
23 candidatos à Bola de
Ouro 2014, que deve
ser disputada entre o
português Cristiano
Ronaldo, vencedor do
prêmio em 2013 e principal
favorito, e o argentino
Lionel Messi. O brasileiro
do Barcelona figura pela
quarta vez consecutiva na
lista, que foi divulgada
ontem pela revista Fr a n c eFo o t b a l l e pela Fifa. O
atacante naturalizado
espanhol Diego Costa, do
Chelsea, foi indicado pela
primeira vez entre os
melhores do mundo,
segundo a lista divulgada
pela entidade máxima do
futebol. Da lista divulgada
ontem sairão os três
finalistas ao prêmio de
melhor jogador do mundo,
que será conhecido no dia
1º de dezembro. Confira a
lista dos indicados no link.
http://pt.fifa.com/ballon-dor
.L..OTERIAS
Concurso 1328 da DUPLA-SENA Segundo sorteio
08 18 42 44 46 49
Concurso 3625 da QUINA
29 42 53 75 77
.P..ALEONTOLOGIA
Yuka, o mamute de 39 mil anos.C
rianças e adultos se
reuniram ontem em
frente à Casa Central
dos Artistas, em Moscou, na
Rússia, para participar do pri-
meiro dia da exposição do ma-
mute Yuka. A exposição faz
parte do festival organizado
pela Sociedade de Geografia
Russa e permite aos visitantes
conhecer o fóssil inteiro do
mamute, que tinha entre oito
e onze anos quando morreu e
foi encontrado há quatro anos
por paleontólogos na Sibéria.
Yuka é o nome dado pelos
cientistas ao fóssil de fêmea
de mamute de 39 mil anos que
é considerado o mais bem pre-
servado de toda a história
mundial. A preservação do
fóssil em tão boas condições é
atribuída pelos cientistas ao
gelo que cobre o solo da Sibé-
ria na costa Yukagir, onde o
fóssil foi encontrado. Há um
projeto de clonar o mamute.
.C..ONCURSO
Barba campeãNo sábado passado, barbudos e
bigodudos de todo o mundo participaram
do World Beard and Moustache
Championship em Portland, Oregon.
O vencedor foi Madison Rowley (acima)
por sua barba farta e bem penteada.
O prêmio: participação com todas as
despesas pagas no concurso de 2015,
que acontecerá em Leogang, Áustria
Traços mínimosO desenhista e
estudante de arquitetura
indiano Raghuram
Venkatesan criou uma
série de pôsteres para
filmes como Tin Tin e
Procurando Nemo. Na série,
ele utiliza o menor número
de elementos possíveis
para caracterizar as
p ro d u ç õ e s .
http://goo.gl/OmkmUN
Primeiro sorteio
03 05 16 36 45 46
Max
im S
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rs
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13
O arquivo com oscálculos dos tributos
poderá ser baixado pelainternet e será
personalizado, levandoem conta as
peculiaridades de cadaempresa. Versão antiga
deve ser atualizada.
Sílvia Pimentel
As mudanças na Lei
12.741, conhecida
como Lei de Olho no
Imposto, estão con-
templadas num novo sistema
que poderá ser usado pelo co-
mércio sem custo. O Instituto
Brasileiro de Planejamento e
Tributação (IBPT) criou uma
solução simples que gera in-
formações sobre a carga de
impostos incidentes nos pro-
dutos e serviços, que devem
obrigatoriamente ser mostra-
das ao consumidor por meio
de cartazes ou cupom fiscal. O
arquivo com os cálculos dos
tributos poderá ser baixado
pela internet e será personali-
zado, levando em conta as pe-
culiaridades de cada empre-
sa. Pelas novas exigências da
lei, os incentivos fiscais, como
a desoneração da folha de sa-
lários, devem ser considera-
dos no cálculo da carga tribu-
tária. Além disso, a norma
obriga o comércio a mostrar
nas notas o valor dos tributos
de forma individual, separan-
do o montante que vai para os
cofres da União, dos Estados e
municípios, no caso de presta-
dores de serviços.
De acordo com o diretor de
Inovação e Inteligência Contá-
bil do IBPT, Othon de Andrade
Filho, o sistema consumiu dois
meses de trabalho e foi desen-
volvido a partir de uma base
de dados sobre os tributos in-
cidentes em cerca de 10.500
itens, agrupados de acordo
com a atividade. São 99 gru-
pos de produtos com os códi-
gos NCM (Nomenclatura Co-
mum do Mercosul) que pode-
rão ser selecionados pelo co-
merciante para que o cálculo
seja efetuado e a carga tribu-
tária seja exibida por meio de
um cartaz.
O uso de um painel como al-
ternativa para as empresas
que não possuem sistemas in-
formatizados está previsto na
Portaria Interministerial 85-
14. Para essa opção, o IBPT de-
senvolveu uma planilha do Ex-
cel, onde é preciso marcar o
grupo, ou grupos, correspon-
dente aos produtos comercia-
lizados. Feito isso, o sistema
vai gerar um cartaz com o re-
sumo da carga tributária mé-
dia do estabelecimento, sepa-
rada por Estados, municípios e
União. Essa separação não es-
tava prevista na primeira ver-
são da lei, daí a necessidade
de revisão do primeiro softwa-
re desenvolvido para atender
às exigências da norma. “E s-
tamos trabalhando para aper-
feiçoar o sistema e torná-lo
ainda mais claro e simples pa-
r a o u s u á r i o” , a d i a n t o u
Othon.
Para o comerciante que uti-
liza o cupom fiscal eletrônico,
o IBPT vai disponibilizar todas
as alíquotas num layout pa-
drão que poderá ser integrado
ao software de automação co-
mercial. Essa nova versão já
foi validada pela Associação
Brasileira de Automação Co-
mercial (Afrac), que também
participou no desenvolvimen-
to da solução. O arquivo com
os cálculos poderá ser baixa-
do a partir de dezembro. Por
ora, os comerciantes podem
preencher um cadastro no site
do IBPT (www.ibpt.org.br),
que pede informações como o
regime tributário usado pela
empresa, valor médio da folha
de salários e do faturamento,
variáveis que impactam o cál-
culo da carga tributária. Além
disso, caso a empresa seja tri-
butada pelo regime do lucro
presumido ou real, é preciso
informar os incentivos fiscais
concedidos. O arquivo será
gerado a partir das informa-
ções fornecidas pela empre-
sa. “O cadastro prévio é um re-
curso de segurança, sobretu-
do para o empresário, pois a
responsabilidade sobre as in-
formações geradas passa a
ser do IBPT”, explicou.
O modelo teve aprovação
unânime dos fabricantes de
emissores de cupom fiscal e
desenvolvedores de softwa-
res, de acordo com o vice-pre-
sidente de relações institucio-
nais da Afrac, Luis Garbelini.
“O desafio agora é atualizar
cerca de um milhão de PDVs
que usavam a versão antiga,
antes das alterações na lei,
que envolve perto de 300 mil
estabelecimentos comer-
ciais”, informou. Existe ainda
a preocupação com a proximi-
dade do final do ano, o que tor-
na inviável a troca do softwa-
re. Segundo Garbelini, a troca
do parque para a primeira ver-
são da Lei De Olho no Imposto
demorou seis meses, um pra-
zo que deverá se repetir com a
segunda versão. Para atender
à legislação de forma tempo-
rária, ele sugere o uso do car-
taz até que seja substituído o
software. O novo modelo será
apresentado em breve aos as-
sociados da Afrac. Sobre os
custos de atualização para o
comerciante, Garbelini infor-
mou que o valor cobrado será
analisado de forma individual.
O empresário que possui con-
trato de manutenção com um
desenvolvedor de software,
por exemplo, o custo deve ser
zero. Na primeira atualização,
lembrou, houve um esforço
das empresas para que o vare-
jo atendesse a legislação com
o menor custo possível.
Para o economista da Asso-
ciação Comercial de São Paulo
(ACSP), Marcel Solimeo, o car-
taz é uma alternativa válida
sobretudo para as empresas
de pequeno porte e para aque-
las que se preparam para
atualizar o software. “Tão logo
possam, acredito que as em-
presas maiores usarão o cu-
pom fiscal”, disse. O econo-
mista lembrou que a ACSP
acompanha de perto o proces-
so de regulamentação e adap-
tação à lei. A entidade é uma
das principais incentivadoras
da transparência tributária
por acreditar que, sabendo
quanto paga de impostos, o
consumidor poderá cobrar a
contrapartida em serviços pú-
blicos de qualidade.
Marcos Mendes / LUZ
Solimeo: transparência tributária na mira da ACSP.
FACILITANDO A VIDA, UM POUCO.Relatório "Doing Business", do Bird, afirma que Brasil subiu três
degraus, mas ainda está muito distante da líder Cingapura.
Fazer negócios no
Brasil ficou um pouco
mais fácil, mas o País
ainda está bem longe dos
melhores lugares do
mundo para a vida de um
empreendedor, mostra um
estudo divulgado ontem
em Washington, pelo Banco
Mundial sobre a facilidade
de se fazer negócios em
189 países. O Brasil ficou na
120ª posição no ranking
geral este ano. No relatório
do ano passado,
inicialmente o País havia
ficado em 116º, mas após
revisão divulgada junto
com o novo estudo, a
economia brasileira agora
aparece no 123º lugar em
2013. No ano anterior,
estava na posição 130º.
Começar um negócio no
Brasil demora 83,6 dias,
melhor que os 107,5 dias
do levantamento do ano
passado, mas ainda longe
dos líderes do ranking. Em
Cingapura, país que ocupa
a primeira posição no
levantamento deste ano,
são apenas dois dias e
meio. Nos EUA, o sétimo
lugar, são 5,6 dias. Na
América Latina, são 31,7
dias.
Em outros indicadores
isolados, usados no
conjunto para fazer o
ranking geral, o Brasil
também ocupa posições
ruins. Na abertura de uma
empresa, o país está na
posição 167º, com 11,6
procedimentos necessários -
em Cingapura são três e na
Nova Zelândia, apenas um.
Em conseguir permissão
para construção, o Brasil fica
em 174º lugar, demorando,
em média, 426 dias. Obter
eletricidade é um dos
poucos itens em que o Brasil
se destaca, ocupando a
posição 19 no ranking.
Cingapura, pelo nono ano
consecutivo na liderança, é o
lugar mais fácil para se fazer
negócios no mundo. Em
seguida, aparecem, nesta
ordem, Nova Zelândia, Hong
Kong, Dinamarca e Coreia do
Sul. O último lugar ficou com
a Eritreia, na África, e o
penúltimo com a Líbia.
Piores que o Brasil no
ranking geral estão países
como Haiti, Bolívia,
Paquistão, Sudão, Índia,
Venezuela e Argentina.
O relatório do Banco
Mundial conclui que houve
progressos na
regulamentação pelo mundo
com o objetivo de facilitar os
negócios para os
empresários. "Dos países
que nós medimos, em 80%
as regulamentações são
mais simples e fáceis para
e m p re e n d e d o re s
começarem uma empresa
nova ou transferirem
propriedade", destaca uma
das autoras do estudo, Rita
Ramalho, em um vídeo
disponibilizado aos
jornalistas, ressaltando que
a maioria das reformas
ocorreu na África. De junho
de 2013 a junho de 2014 o
relatório, que cobre 189
economias em todo o
mundo, documentou 230
reformas - não pôde incluir,
portanto, a facilitação para o
fechamento de empresas
posta em prática em outubro
pela Secretaria da Micro e
Pequena Empresa.
Na América Latina, o país
mais bem colocado no
ranking passou a ser a
Colômbia (34º lugar),
tomando a posição antes
ocupado pelo Chile (agora
em 41º). O Peru aparece em
35º e, graças a reformas e
outras medidas vem
conseguindo melhorar o
ambiente de negócios Por
exemplo, há dez anos, um
empresário peruano teria de
passar mais de 33 dias para
registrar uma transferência
de propriedade. Agora,
levaria 6,5 dias, menos
tempo do que nos Estados
Unidos. A Colômbia é citada
no relatório como o mercado
da região que mais fez
reformas para incentivar os
negócios das empresas
menores desde 2005,
somando 29 mudanças.
Esta é a décima segunda
edição do estudo, que este
ano recebeu o nome de
"Doing Business 2015: Indo
Além da Eficiência".
(Estadão Conteúdo)
Sebrae eSecr etariadas MPE têmcalculadora
Sobram
alternativas para
o cumprimento da
Lei 12.741/2012.
Além das soluções
desenvolvidas pelo
IBPT, mais voltadas
para as empresas
maiores, já está
disponível nos sites
do Sebrae e da
Secretaria da Micro e
Pequena Empresa
(SMPE) uma
calculadora capaz
de discriminar os
valores dos tributos
embutidos nos
preços cobrados
sobre produtos. A
ferramenta foi
desenvolvida para
facilitar a adequação
das micro e
pequenas empresas
à Lei de Olho no
Imposto. Por meio
dela, o
microempresário vai
contar com tabelas e
p a r â m e t ro s ,
podendo agregar
valores e
percentuais por
grupos de
mercadorias e
serviços. Depois de
preenchidos os
dados solicitados
sobre a empresa,
como faixa de
faturamento, será
um gerado um
cartaz com os
valores médios.
Os interessados
poderão obter o
arquivo, por
download, no site da
SMPE
( w w w. s m p e . g o. b r )
ou do Sebrae
( w w w. s e b r a e . c o m . b r )
que, em breve, vai
lançar aplicativo
para celular e outras
plataformas. “A nova
ferramenta é uma
alternativa que
facilita o
cumprimento da
lei”, destaca o
ministro da SMPE,
Guilherme Afif
Domingos.
14 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
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quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 15
Mercados em dia bem comportadoEstrangeiros voltam a aplicar e Bolsa sobe 3,6% - até que venha nova reviravolta. O dólar, por sua vez, cai 1,9%, mas continua batendo no teto de R$ 2,50.
ABovespa fechou on-
tem em forte alta de
3,62%, com o seu
principal índice ba-
tendo em 52.330 pontos, em
sessão influenciada por espe-
culações sobre o futuro minis-
tro da Fazenda e presença de
investidores estrangeiros na
ponta compradora. O volume
financeiro do pregão somou
R$ 9,3 bilhões. Sob o mesmo
clima, o dólar fechou em que-
da de 1,94%, cravando R$
2,4740 e corrigindo boa parte
da expressiva alta da véspera
que se seguiu à reeleição de
Dilma Rousseff
Dados sobre o capital exter-
no na Bovespa mostraram
que o saldo voltou a ficar posi-
tivo em outubro até o dia 24,
com sete pregões seguidos de
entradas líquidas. Os estran-
geiros também aumentaram
na véspera sua posição em
contratos em aberto do Ibo-
vespa futuro, em 14.941 con-
tratos, para 109.059 contra-
tos. O desempenho de ontem
colocou o Ibovespa novamen-
te no campo positivo no acu-
mulado do ano, com alta acu-
mulada de 1,6%. Em dólar, o
índice ainda registra queda
em 2014, de 2,8%.
Profissionais do mercado ci-
taram expectativas sobre no-
vas medidas para a economia,
particularmente após a presi-
dente reeleita Dilma Rousseff,
em entrevista à TV Globo na
segunda-feira, prometer fa-
zer anúncios neste sentido a
partir de novembro. "Ela sina-
lizou que pensa em mudar, o
mercado vai voltar e aguar-
dar", disse o operador de ren-
da variável de uma corretora
em São Paulo, que pediu para
não ter o nome citado.
Quanto à substituição de
Guido Mantega na Fazenda,
saíram na mídia nomes como
do presidente do Bradesco,
Luiz Trabuco, do ex-presiden-
te do Banco Central Henrique
Meirelles, do ex-secretário
executivo da Fazenda Nelson
Barbosa e do ex-presidente do
Banco do Brasil Rossano Mara-
nhão. "O mercado estava mui-
to pessimista com a chance de
reeleição de Dilma, com moti-
vos como o desempenho fraco
da economia, e quando apare-
ce a possibilidade de vir uma
inesperada notícia boa, como
Meirelles na Fazenda, o mer-
cado corrige", avaliou o gestor
Joaquim Kokudai, da Effectus
Investimentos.
As ações da Petrobras valo-
rizaram-se, após recuo supe-
rior a 10% na véspera, com as
preferenc ia is em a l ta de
5,18% e as ordinárias com ga-
nho de 4,24%. Também reper-
cutiu no início do pregão notí-
c ia do jornal O Estado de
S.Paulo de que o governo fede-
ral está perto de autorizar um
aumento nos preços de com-
bustíveis para a companhia. O
BTG Pactual acha que um rea-
juste é improvável neste mo-
mento. Ainda entre as esta-
tais, Eletrobras e Banco do
Brasil também terminaram
com fortes ganhos.
A queda do dólar frente ao
real, enquanto isso, amparou
uma correção de baixa em pa-
péis que ocuparam a ponta de
alta na véspera, com desta-
que para o setor de papel e ce-
lulose e outras exportadoras,
enquanto ajudou o papel Gol.
A ação da companhia aérea,
que fechou em alta superior a
15%, ainda teve sua recomen-
dação pela Raymond James
elevada para "outperform"
(acima da média do mercado),
ante "market perform" (na
média do mercado).
A Klabin, maior fabricante
de papel de embalagem do
Brasil, que tinha subido na
véspera impulsionada pela al-
ta do dólar, fechou em queda
nesta terça-feira. Nesta ma-
nhã, a empresa divulgou que-
da de 96% no lucro trimestral
na comparação anual, diante
de maiores perdas com varia-
ções cambiais. Também da sa-
fra de balanços, Duratex subiu
0,86%, após o lucro cair pela
metade no terceiro trimestre
ante igual período do ano pas-
sado, sob o peso de vendas
fracas e maiores despesas
operacionais e financeiras.
Viradinha no câmbio - A in-
versão do curso do câmbio já
era de certa forma esperada.
Investidores aguardam novos
sinais sobre como será a próxi-
ma equipe econômica e mui-
tos acreditam que a vitória da
petista já foi em grande parte
precificada. Segundo analis-
tas, até que haja mais defini-
ções sobre como se comporta-
rá o governo nos próximos
quatro anos, a perspectiva é
de volatilidade.
"Parece que boa parte do
mau humor com a reeleição de
Dilma já foi colocado no preço
nos últimos meses. Agora, in-
vestidores estão esperando
para saber mais detalhes so-
bre o próximo governo para
ajustar suas posições", afir-
mou o economista da 4Cast
Pedro Tuesta. A perspectiva de
que a petista poderia vencer a
corrida eleitoral já havia tirado
o dólar da casa dos R$ 2,20 pa-
ra perto de R$ 2,50 de setem-
bro para cá, com alguns ana-
listas argumentando que o
câmbio já tinha se ajustado ao
resultado eleitoral.
Agora, o mercado quer sa-
ber quem substituirá o atual
ministro da Fazenda, Guido
Mantega. "O dólar sem dúvida
vai escolher uma direção de-
pois da escolha do ministro. Se
for alguém que agrada, o dólar
pode cair mais. Se for alguém
de quem o mercado não gosta,
a pressão (de alta) volta", dis-
se o operador de uma correto-
ra internacional.
No exterior, uma série de in-
dicadores econômicos mistos
sobre os EUA levou alguns
operadores a apostar que o Fe-
deral Reserve, banco central
norte-americano, pode sinali-
Georgina Garcia/EC
zar em sua decisão de hoje
que só elevará os juros em
meados de 2015. O aperto
monetário nos EUA, quando
ocorrer, reduzirá a atrativida-
de de investimentos em paí-
ses emergentes, como o Bra-
sil. "O Brasil tem suas próprias
preocupações, mas o dólar es-
tá fraco globalmente hoje",
disse o estrategista sênior pa-
ra emergentes do Scotiabank,
Eduardo Suarez.
No exterior - As ações euro-
peias fecharam em alta on-
tem, revertendo a queda da
sessão anterior, uma vez que
resultados trimestrais melho-
res que o esperado de uma sé-
rie de empresas importantes.
O índice FTSEurofirst 300, que
reúne os principais papéis do
continente, subiu 0,92%, a
1.317 pontos. Os ganhos na
Europa foram estimulados pe-
lo índice alemão DAX que su-
biu 1,9%, e por mercados peri-
féricos da zona do euro, como
Espanha e Itália. As bolsas na
França e na Reino Unido, con-
tudo, tiveram altas menos ex-
p re s s i v a s .
Nos Estados Unidos, os prin-
cipais índices acionários subi-
ram mais de 1%, com o S&P
500 encerrando acima da mé-
dia móvel de 50 dias pela pri-
meira vez em quase um mês,
uma vez que fortes resultados
corporat ivos diminuíram
preocupações sobre as pers-
pectivas de empresas no país,
tal como aconteceu nos mer-
cados europeus. O índice Dow
Jones subiu 1,12%, a 17.005
pontos, enquanto o S&P 500
teve ganho de 1,19%, a 1.985
pontos. O índice de tecnologia
Nasdaq .IXIC subiu 1,75%, a
4.564 pontos.
(Reuters)
Estatais recuperam-se em parte do abalo dos últimos dias e Petrobras avança mais de 5%; mote continua a ser: aguardemos o novo ministro.
Médias seguem os passos dasgrandes na Bolsa
Empresas demandam capital de investidores financeiros para expansão
Empresas médias de
educação, tecnologia e
saúde estão à caça de
capital de investidores finan-
ceiros para acelerar planos de
expansão, trilhando o cami-
nho que levou à Bolsa de Valo-
res , Mercador ias e Futu-
ros(BM&FBovespa) nomes
como Kroton, Totvs e Odon-
t o p re v.
Com faturamento anual
médio de R$ 100 milhões a R$
200 milhões, elas têm em co-
mum a perspectiva de alto
crescimento nos próximos
anos, mesmo com a debilitada
confiança dos investidores na
economia do País. Apenas
uma companhia fez sua es-
treia na BM&FBovespa em
2014, que caminha para ser o
pior ano em IPOs no Brasil em
pelo menos uma década.
"Estamos prontos para a
economia em baixa ou em al-
ta", diz Marco Gregori, presi-
dente e fundador da Eduin-
vest, uma das cinco empresas
que se apresentaram ontem a
representantes de fundos de
pensão e de gestoras de fun-
dos de private equity, que fa-
zem dinheiro comprando e
vendendo participação em
empresas emergentes de alto
crescimento. Ela participou do
Fórum de Abertura de Capital
promovido por Bovespa e Fi-
nep (Financiadora de Estudos
e Projeto), órgão público cria-
do para estimular a inovação.
Focada no ensino funda-
mental, a companhia fundada
em 2012 tenta reproduzir o su-
cesso de grandes do ensino
superior, como Anhanguera
Educacional e Universidade
Anhembi, das quais Gregori foi
membro do conselho de admi-
nistração. A meta é estrear na
Bolsa em 2017. O apelo para
tentar convencer investidores
é: "Se a economia piorar, po-
demos ter mais alunos das
classes A e B. Se ficar melhor,
vamos receber matrículas de
famílias da classe C", diz.
Outra na vitrine da Finep
(também chamada deAgên-
cia Brasileira da Inovação) e
da BM&FBovespa, que promo-
vem esses encontros anual-
mente, é a Damásio Educacio-
nal. Ainda focada na prepara-
ção de candidatos para con-
cursos, a empresa espraiou
suas atividades para o ensino
superior e pós-graduação.
Tecnologia é outro alvo fre-
quente dos potenciais investi-
dores, à medida que cresce a
demanda por soluções para
aumento da produtividade,
especialmente em setores da
economia que estão passan-
do por um processo mais rápi-
do de consolidação.
Neste grupo aparecem no-
mes como a MXT, de conectivi-
dade sem fio e gestão inteli-
gente de residências e estabe-
lecimentos comerciais, e a Da-
t o r a , e s p e c i a l i z a d a e m
tecnologias que ligam siste-
mas com ou sem fio, parte do
que se convencionou chamar
de internet das coisas.
Em comum, essas empre-
sas têm o fato de serem jo-
vens, mais ligadas aos setores
dinâmicos da economia e já
preparadas desde o começo
para em algum momento
acessarem o mercado, diz o
sócio da Grant Thornton Lucia-
no Bordon, que vem acompa-
nhando várias dessas compa-
nhias médias rumo ao merca-
do acionário. "Elas já têm um
sistema de governança corpo-
rativa desenvolvido, o que fa-
cilita bastante a aproximação
com investidores", afirma.
Uma exceção à regra neste
sentido é a Plena Saúde. De
origem familiar, a compa-
nhia tem mais de 20 anos de
mercado. Mas a empresa tem
um discurso semelhante ao
das demais: foco num setor
que acompanha o aumento
do poder de compra das famí-
lias, que migram para o servi-
ço privado para fugir da baixa
qualidade do serviço público.
(Reuters)
16 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Edital Citação Prazo 30 dias expedido nos autos da Ação Usucapião Processo Nº 1002073.69.2014.8.26.0152 O Doutor. Diogénes Luiz de Almeida Fortoura Rodrigues Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Cotia/SP na forma da Lei.Faz Saber a ESCOLÁSTICA VAZ GODINHO também conhecida por ESCOLÁSTICA PIRES GODINHO JOAQUIM NUNES DE OLIVEIRA ALZIRA MADALENA DE OLIVEIRA AMÉRICO DOS SANTOS DA SILVA RAMOS MARIA HELENA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA RAMOS réus ausentes incertos desconhecidos eventuais interessados bem como seus cônjuges e/ou suces-sores que Adérito Junior Delgado e Outros ajuizaram Ação de Usucapião objetivando a declaração de domínio sobre o imóvel localizado na Rua do Cruzeiro 380 o qual inicia no marco 01 numa distância de 214,02m até o marco 02 numa distância de 28,53m confrontando com família Tomita ponto 03 na distância de 202,08m,confrontando com José Nunes Oliveira,marco 04,distância de 29,53m até marco 01 confrontando com Estrada do Cruzeiro com área total de 5.878,02m². Cadastrado na PM de Cotia/SP sob nº13444-11-06-0272-00-000 Alegando posse mansa e pacifi ca no prazo legal Estando em termos expede-se o presente edital para citação dos supramencionados para que no prazo de 15 dias a fluir após o prazo de 30 dias contestém o feito sob pena de presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelos autores.Será o edital por extrato afi xado e publicado na forma da lei.
Objetos de desejo, mas com IPI baixo.Salão do Automóvel abre exibindo multiplicidade de modelos. Mas, diante da queda nas vendas, as montadoras reivindicam a manutenção do imposto reduzido.
Aabertura do Salão do
Automóvel ontem,
em São Pau lo , fo i
marcada não apenas
pelos lançamentos das princi-
pais montadoras como tam-
bém por análises de seus exe-
cutivos, algumas nada otimis-
tas, sobre o atual cenário do
mercado brasileiro de auto-
móveis e suas previsões para
o encerramento deste ano e
2015. Entre os principais pon-
tos apontados para o desen-
volvimento do setor, está a re-
novação de incentivos tribu-
tários para o próximo ano, co-
m o o d o I m p o s t o s o b r e
Produtos Industrializados
(IPI), que teve a elevação de
sua alíquota sobre automó-
veis adiada de julho para o fim
deste ano, diante da queda
nas vendas de veículos.
"Sem dúvida, a Anfavea (as-
sociação de montadoras) vai
ter que levar (a discussão) ao
governo", disse o presidente
da General Motors (GM) para a
América do Sul, Jaime Ardila,
durante o Salão, que abre para
o público apenas amanhã. "O
IPI como está hoje faz parte da
indústria. Consumidor já se
acostumou com ele", afirmou
o executivo, enfatizando que a
indústria de veículos é uma
importante empregadora e
responsável por cerca de 25%
do Produto Interno Bruto (PIB)
industrial. "Historicamente, a
eficácia da redução do IPI já es-
tá comprovada."
Conforme o presidente da
Volkswagen do Brasil, Thomas
Schmall, não basta para o se-
tor apenas manter a redução
do IPI: é preciso um pacote de
medidas que possam aumen-
tar as vendas, entre elas o in-
centivo à exportação por meio
da redução do chamado Custo
Brasil. Ele destacou, contudo,
que a medida mais urgente
deve ser o incentivo à conces-
são de financiamentos, por
meio da redução dos custos
dos bancos. E citou também a
necessidade de um programa
de renovação de frota, como
aconteceu na Alemanha, Es-
tados Unidos e Itália.
O vice-presidente da Ford
América do Sul, Rogélio Gol-
farb, afirmou que a manuten-
ção do benefício é necessária
para um planejamento ade-
quado das montadoras no pró-
ximo ano, mas ele destacou
que o principal problema da in-
dústria automobilística hoje é
o excesso de capacidade. Na
América do Sul, pode crescer
para perto de 50% no próximo
ano e hoje a indústria já opera
com cerca de 45% de ociosida-
de, capacidade afetada pela
queda de vendas e exporta-
ções no Brasil e na Argentina,
os dois principais mercados da
região, ele ressaltou.
O vice-presidente executi-
vo da Toyota no Brasil, Luiz
Carlos Andrade Júnior, tam-
bém considera importante a
prorrogação do IPI para o setor
e afirmou que a Anfavea já es-
tá negociando com o governo
federal a postergação, sem
dar maiores detalhes. Andra-
de Júnior disse esperar que o
governo federal mantenha e
expanda o diálogo com a in-
dústria automobilística no se-
gundo mandato da presidente
Dilma Rousseff, para que o se-
tor possa passar por mudan-
ças e se tornar mais competi-
tivo. Ele avaliou que o governo
deve focar o investimento em
infraestrutura e logística e a
reforma tributária, a qual
"queremos fazer a quatro
mãos", enfatizou.
Fundo do poçoCom o alto nível de esto-
ques em várias montadoras,
Schmall projeta que o merca-
do automotivo brasileiro en-
cerrará 2014 com vendas
abaixo de 3,4 milhões de uni-
dades. Para 2015, estima que
cresçam entre
3% e no máxi-
mo 4%. Já Ar-
d i l a e s p e r a
vendas de 3,4
milhões a 3,5
m i l h õ e s d e
veículos leves
em 2014, no
País, uma que-
da próxima de
10%. "O mer-
cado atinge o
fundo do poço
nes te ano" ,
d i s se . A GM
deve encerrar
2 0 1 4 c o m
vendas de 600
mil carros no
Bras i l , após
630 mil em 2013, mesmo volu-
me estimado para o próximo
ano. Em termos de produção,
a estimativa dele é de que GM
produza 700 mil veículos no
Brasil neste ano, "o que é um
nível que tínhamos alcançado
6 anos atrás".
Para o presidente da Ford na
América Latina, Steven Arms-
trong, o poço pode ser ainda
mais fundo: ele prevê entre
3,2 milhões e 3,3 milhões de
unidades vendidas este ano,
sendo 10% de veículos da
marca. Armstrong atribui a
queda a uma série de fatores,
entre os quais a Copa do Mun-
do e as eleições, que impacta-
ram na economia brasileira
como um todo.
O presidente para a Améri-
ca Latina da montadora japo-
nesa Nissam, José Luis Valls,
também prevê queda de 5 a
10% do mercado nacional es-
te ano, que, na sua opinião,
atravessa dificuldades como
recuo da confiança de empre-
sários e consumidores, além
de crédito mais restrito. “E s-
peramos um mercado em
2015 similar ao de 2014”, ele
afirmou. A Nissan reduziu sua
produção no País em cerca de
5% há cerca de três meses.
Mas, segundo Valls, busca
vender mais de 100 mil carros
aqui em 2015 ante expectati-
va de vendas de 85 mil unida-
des este ano e após cerca de
74 mil em 2013.
Melhoras em 2015A Ford espera uma recupe-
ração a partir do segundo se-
mestre de 2015, afirmaram di-
rigentes da empresa. Eles dis-
seram esperar mudanças por
parte do governo que possibi-
litem uma retomada da eco-
nomia brasileira como um to-
do, mas ponderaram que
aguardam sinais mais claros
dessas modificações, como a
indicação da nova equipe eco-
nômica da presidente Dilma
Rousseff, para tomar decisões
em relação aos investimentos
futuros. "A primeira metade
de 2015 ainda vai ser ruim. So-
mente a partir do segundo se-
mestre do próximo ano deve-
mos começar a se recuperar",
afirmou Armstrong.
Para o executivo, uma reto-
mada mais robusta do setor
em 2016 dependerá da volta
de crescimento maior do PIB.
Apesar de não dar previsão, ele
garantiu que a Ford deve conti-
nuar investindo em novos pro-
dutos. De 2011 a 2015, o total
investido pela empresa deverá
ser de R$ 4,5 bilhões. Em mea-
dos de agosto, a GM também
anunciou um plano de investi-
mento de R$ 6,5 bilhões no
País, aplicados em renovação
de produtos, desenvolvimento
de novos modelos e nacionali-
zação de peças.
Na opinião de Andrade Jú-
nior, o setor automotivo em
geral deve ter desempenho
um pouco melhor em 2015,
embora a participação da
Toyota no mercado deva conti-
nuar a mesma, em torno de
Fotos: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press
6%. A estimativa da empresa é
de que o mercado termine
2015 com cerca de 3,5 mi-
lhões de unidades vendidas,
100 mil a mais do que a previ-
são para este ano. Para 2016,
ele pondera que uma possível
recuperação do setor vai de-
pender das mudanças a se-
rem anunciadas por Dilma.
(Agências)
Fora da curva, Audi estimacrescimento de 25%
Amontadora de carros
de luxo Audi espera
elevar suas vendas
no Brasil em 2015 em 25%
e investir na abertura de
lojas para mais que dobrar
sua presença no País,
afirmou o presidente
executivo da marca alemã
no Brasil, Jorg Hofmann. A
companhia, que investiu R$
500 milhões em produção
local no complexo fabril que
divide com sua
controladora Volkswagen
no Paraná, espera vendas
de 15 mil carros no Brasil no
próximo ano, disse o
exe c u t i v o.
A montadora começou o
ano com meta de vendas
de 10 mil unidades no
Brasil, mas ampliou para 12
mil. Até setembro, vendeu
9.665 unidades. O
crescimento acontece
apesar de um mercado
total de veículos no Brasil
caminhar para o segundo
ano consecutivo de queda
de vendas.
Hofmann afirmou que a
Audi tem meta de ampliar
as vendas no Brasil para 30
mil carros por ano em 2020.
A montadora vai expandir a
rede de concessionárias no
País de 28 lojas em 2013
para 40 lojas este ano e
para 60 até 2017, em
investimentos de R$ 300
milhões.
No Salão do Automóvel, o
executivo apresentou o
modelo elétrico A3
equipado com tecnologia
de carregamento em
tomada comum de 110
volts e afirmou que vai
iniciar a produção local do
SUV Q3 em 2016, além de
vender versão com motor
bicombustível do sedã A3
no final de 2015. (Reuters)
Automóveis modernos e bonitos, como estes da Ford e da Fiat, vão encher os olhos dos visitantes da feira, que começa amanhã para o público.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 17
18 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 19
EDITAL DE CITAÇÃOCitação � Prazo 15 dias � Proc. 0149896-08.2009.8.26.0001 � A Dra. Fernanda de Carva-lho Queiroz, Juíza de Direito da 4ª Vara Cível do Foro Regional I � Santana/ Comarca deSão Paulo � SP, faz saber que COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO / CET, jáqualicada nos autos, propôs em face de KEITI MORI, portador do RG n° 1.833.978-9 einscrito no CPF/MF sob o n° 631.598.998-53, AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOSPELO PROCEDIMENTO SUMÁRIO, objetivando o ressarcimento de danos sofridos emvirtude de acidente envolvendo veículo de sua propriedade, no importe original de R$5.698,70. Estando o Réu em lugar ignorado, foi deferida a citação por edital, para queem até 15 dias, a uir após a publicação do presente, o Requerido, querendo, apresentedefesa, sob pena de revelia, nos termos da lei. Será o edital axado e publicado.
São Paulo, 27 de outubro de 2014.
SERVIÇOAUTÔNOMO DE ÁGUAE ESGOTO DE SOROCABAO Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba, por sua Comissão Especialde Licitações, comunica aos interessados, que foi INABILITADA a licitante L.T.D.Engenharia Ltda. à Concorrência 04/2014 - Processo Administrativo nº 4.337/2014,destinada à contratação de empresa especializada em engenharia para execução deserviço de construção do Reservatório de Detenção de Cheias (RDC) Água Vermelha etravessias em galeria celular de concreto armado, neste município; e HABILITADAS aprosseguir no presente certame as licitantes A. Fernandez Engenharia e ConstruçãoLtda., Tecla Construções Ltda., DP Barros Pavimentação e Construção Ltda.,Equipav Engenharia Ltda., Stemag Engenharia e Construções Ltda., ETCEmpreendimentos e Tecnologia em Construções Ltda., Penascal Engenharia eConstrução Ltda., DRR Construções e Comércio Ltda. e Melhor Forma EngenhariaLtda. Informa também que, os autos do processo estão com vista franqueada aosinteressados e que o prazo para interposição de Recurso Administrativo é de 05 (cinco)dias úteis, contados a partir da presente data. Comissão Especial de Licitações -Jovelina Rodrigues Bueno - Presidente
Granja Viana Auto Posto Eireli, torna público que recebeu da CETESB a Renovação daLicença de Operação, 72001321, valida até 28/10/2016 para Combustíveis e Lubrif. paraveículos, com. varejista sito á Rua José Felix de Oliveira ,1153 - V. Sto Antonio - Cotia-SP
Auto Posto Minella e Minella I Ltda, torna público que requereu da CETESB a Renovação daLicença de Operação para Combustíveis e Lubrificantes para veículos, com. varejista sito áAvenida Maria Luiza Americano ,1475 - Cidade Lider - São Paulo-SP
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DO SUL/SP
A Prefeitura Municipal de Ribeirão do Sul, Estado de São Paulo, por sua Prefeita Municipala Senhora Eliana Maria Rorato Manso, Torna Público:
AVISO DE LICITAÇÃOProcesso Administrativo nº 074/2014. Encontra-se aberta no Departamento de Licitações da PrefeituraMunicipal de Ribeirão do Sul, Estado de São Paulo, a Licitação Pública na modalidade de CONCORRÊNCIAsob nº 02/2014 do tipo MENOR PREÇO GLOBAL, pelo regime de Empreitada Integral (materiais/equipamentos e mão de obra), destinado à contratação de empresa do ramo da construção civil para aexecução das obras necessárias a produção do empreendimento habitacional “Ribeirão do Sul – E” com43 (quarenta e três) unidades habitacionais, Tipologia – CDHU – TI33B-03, objeto do Convênio nº9.00.00.00/3.00.00.00/00 64/2014 celebrado entre a Companhia de Desenvolvimento Habitacional eUrbano do Estado de São Paulo – CDHU e o município de Ribeirão do Sul. O Edital completo e informaçõescomplementares estarão à disposição dos interessados, a partir do dia 05/11/2014 na Secretaria daPrefeitura Municipal de Ribeirão do Sul, situada à Rua Cel. Paulo Fares nº 329, nesta cidade, no horárionormal de expediente, mediante requerimento e pagamento de taxa no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais).ENTREGA DE ENVELOPES: até às 09h00min, do dia 24/12/2014. E para que chegue ao conhecimentode todos, foi lavrado este Edital, que vai publicado na forma da Lei. Ribeirão do Sul, 28 de outubro de 2014.Eliana Maria Rorato Manso - Prefeita.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO/SPAVISO DE LICITAÇÃO
Comunicamos que está aberta a Licitação relacionada abaixo: MODALIDADE: Pregão Presencial 060/2014. OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE DESINTETIZAÇÃO (COMBATE A INSETOS RASTEIROS), DESRATIZAÇÃO (COMBATE A ROEDORES) E MANEJO INTEGRADO DE POMBOS, MORCEGOS E PÁSSAROS NAS UNIDADES ESCOLARES E LIMPEZA DAS CAIXAS D’ÁGUA. INÍCIO DA SESSÃO PÚBLICA: 12/11/2014, às 09:00 horas, na sala de Licitações da Prefeitura do Município de São Pedro, sita à Rua Valentim Amaral, n° 748, Centro, São Pedro/SP. O edital completo encontra-se à disposição no Departamento de Compras e Licitações, sito à Rua Valentim Amaral 748, no horário das 08:00h às 17:00h. Fone: (19) 3481-9223 ou através do site: www.saopedro.sp.gov.br São Pedro, 24 de outubro de 2014.HELIO DONIZETE ZANATTA – Prefeito Municipal.
Destiny Incorporações Imobiliárias LtdaCNPJ Nº 05.574.820/0001-00
Extrato da Ata de Reunião dos Sócios realizada em 20/10/2014Às 10 horas, na sede da sociedade, sito à Avenida Prestes Maia, nº 241, 44º an-dar, sala 6, Centro, São Paulo/SP - CEP 01031-902, deliberaram os sócios represen-tando a totalidade do Capital Social, reduzir o Capital de R$ 9.964.500,00 para R$7.473.400,00. A presente redução é feita de conformidade com o artigo 1082, incisoII, da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002, cancelando-se parte das quotas sociais dasócia Luni Negócios Imobiliários Ltda.
Terra Nova Rodobens, Incorporadora Imobiliária - Gravataí II - SPE LtdaCNPJ Nº 09.252.878/0003-50 - NIRE 35.221.888.178
11ª ALTERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE CONTRATO SOCIALData 13.12.2013. Local São José do Rio Preto. A totalidade das sócias da TERRA NOVARODOBENS, INCORPORADORA IMOBILIÁRIA - GRAVATAÍ II- SPE LTDA, sede em São Josédo Rio Preto-SP, na Avenida Francisco das Chagas de Oliveira, nº 2500, sala 15A, CEP 15.085-485, DELIBERAM, reduzir o capital social, conforme artigo 1082, II do Código Civil, passandode R$2.602.332,00 para R$1.602.332,00, representando uma redução de R$1.000.000,00, queserão devolvidos até 30.12.2013, em moeda corrente nacional, correspondendo à proporção dequotas que cada sócia possui na sociedade, sendo R$500.000,00 à sócia Rodobens NegóciosImobiliários S/A e R$500.000,00 à sócia Capa Engenharia S/A. Sócias: Rodobens NegóciosImobiliários S/A e Capa Engenharia S/A.
Companhia Florestal do BrasilCNPJ 18.368.414/0001-33 - NIRE 3530045397-2
Data,Hora eLocal:Em25demarço de2014, às 17 horas, na sededaCompanhia, naAvenidaBrigadeiro Faria Lima, 3400, 15º andar, parte, SalaFlorestal do Brasil, Itaim Bibi, São Paulo/SP. Presenca: Totalidade dos membros do Conselho de Administração.Mesa: Enéas Garcia Diniz -Presidente e Claudia Maria Sarti - Secretária.Ordem do Dia: (i) Eleger um novo membro da Diretoria.Deliberações: Por unanimidade dospresentes, sem qualquer oposição, ressalva, restrição ou protesto, foram tomadas as seguintes deliberações: (i) Tendo em vista a renúnciaapresentada pelo Sr. Juarez Saliba de Avelar, ao cargo de Diretor Presidente da Companhia, em 03 de dezembro de 2013, o Conselho deAdministração,na formadoartigo17,parágrafo3º,doEstatutoSocialdaCompanhia,aprovouaeleiçãodoSr.DanieldosSantosJúnior,brasileiro,casado, engenheiro de minas, portador da carteira de identidade RG nº 18433818 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 130.696.428-88, comendereço comercial naAvenidaBrigadeiro Faria Lima nº 3400, 20º andar, emSãoPaulo, Estado deSãoPaulo, para o cargo deDiretor Presidente,commandatoaté24demaiode2016, estendendo-seatéa investiduradeseusucessor, nos termosdoartigo150, §4º daLei nº 6.404/76.ODiretorora eleito aceitou e tomou posse do cargo a ele conferido, declarando, sob as penas da lei, que não está impedido de exercer quaisquer atividadesde administração da Companhia, nos termos do artigo 147 da Lei nº 6.404/76. (ii) Tendo em vista a deliberação acima, a Diretoria passa a sercomposta pelosSrs.Daniel dosSantosJúnior,comoDiretor-Presidente eEnéasGarciaDiniz, comoDiretor semdesignaçãoespecífica, amboscom prazo de gestão até 24 demaio de 2016, estendendo-se seus respectivosmandatos até a investidura dos seus sucessores.Encerramento:Nadamaishavendoa tratar, foramencerradosos trabalhos, lavradae lidaapresenteata,queachadaconforme, foiassinadapor todosospresentes.Assinaturas: Enéas Garcia Diniz - Presidente; Claudia Maria Sarti - Secretária; Conselheiros: David Moise Salama, Enéas Garcia Diniz e LuisFernando Barbosa Martinez.Certifico que esta ata é cópia fiel da original lavrada no livro de registro de Reuniões do Conselho de Administraçãoarquivado na sede da Companhia. São Paulo, 25 de março de 2014.Claudia Maria Sarti - Secretária. JUCESP nº 350.359/14-3 em 08/09/2014.Flávia Regina Britto - Secretária Geral emExercício.
DECLARAÇÃO À PRAÇAA empresa J.P. STAR SERVICE S/C LTDA, inscrita no CNPJ n°. 04.319.138/0001-09 e no CCMnº. 2.997.166-7, com sede à Rua Simão Álvares, nº 92, Apto. 51, Pinheiros - São Paulo-SP, CEP: 05417-020, COMUNICA o extravio do Livro Modelo 57, registrado na Prefeitura do Estado de São Paulo, sobo nº 2340534, em 15/03/01.
SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO
FDE AVISA:PREGÃO ELETRÔNICO DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/01186/14/05
OBJETO: SERVIÇOS GRÁFICOS DE PUBLICAÇÕES LOMBADA GRAMPEADA - LOTE 03. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para: Serviços Gráfi cos de Publicações Lombada Grampeada - Lote 03. As empresas interessadas poderão obter informações e verifi car o Edital a partir de 29/10/2014, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verifi car o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 12/11/2014, às 09:30 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 29/10/2014, até o momento anterior ao início da sessão pública. BARJAS NEGRI - Presidente.
NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2014 NÃO HOUVE PEDIDO DE FALÊNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Refinarias à beira de um adiamentoA Petrobras estuda, segundo agência de notícias, empurrar para frente o plano de construir duas novas refinarias no Nordeste - Maranhão e Ceará.
APetrobras ava l ia
adiar o projeto de
construção das refi-
narias Premium I e II,
no Maranhão e no Ceará, em
meio a uma desaceleração no
crescimento da demanda por
combustíveis no país, disse à
Reuters uma fonte com co-
nhecimento direto do assun-
to. As duas novas unidades
constam no Plano de Negócios
e Gestão 2014-2018 da esta-
tal, que prevê investimentos
totais de US$ 220,6 bilhões
para o período. A Premium I, no
Maranhão, e a Premium II, no
Ceará, aparecem na carteira
de projetos em licitação, que
deveriam ter processos "con-
duzidos em 2014".
"Não quer dizer que não se-
rá feito. Essas refinarias conti-
nuam sendo necessárias, mas
não na velocidade inicial... A
decisão ainda não foi tomada,
mas há um sentimento nesse
sentido (de prorrogar o início
do projeto)", disse a fonte, sob
condição de anonimato. A fon-
te ressaltou que, nos últimos
dois anos, o mercado de com-
bustíveis no Brasil não vem
mais crescendo no mesmo rit-
mo de antes, o que altera os in-
dicadores que vão definir o rit-
mo de construção de novas
unidades de refino. Embora
ainda não se saiba o custo das
refinarias, a postergação po-
de dar fôlego financeiro à com-
panhia, num momento em
que lida com o crescimento de
sua dívida, que somou ao todo
cerca de US$ 140 bilhões ao fi-
nal do segundo trimestre.
A estratégia de adiamento
de projetos nesse segmento
ocorre após a área de refino ter
sido o foco de grandes polêmi-
cas na Petrobras no último
ano. Investigações de várias
instituições, como o Tribunal
de Contas da União, Polícia Fe-
deral e CPIs no Congresso Na-
cional, ocorrem sobre os gas-
tos bilionários na construção
da Ref inar ia do Nordeste
(Rnest) - também chamada de
Refinaria Abreu e Lima -, em
vias de ser inaugurada, e na
compra da refinaria de Pasa-
dena, no Texas.
Além disso, a Petrobras tem
reduzido investimentos em
refino enquanto foca em gran-
des projetos de exploração e
produção de petróleo. No últi-
mo Plano de Negócio, o inves-
timento na área de abasteci-
mento/refino caiu quase pela
metade, para US$ 38,7 bi-
lhões em cinco anos, na medi-
da em que alguns projetos es-
tão sendo concluídos.
"Há experiências na Rnest e
Comperj (Complexo Petroquí-
mico do Rio de Janeiro), onde
houve um dispêndio de recur-
sos acima do que era previsto.
Com a Premium, não se deve
repetir isso aí", afirmou a fon-
te, lembrando que os altos
custos da Rnest, que beiram
US$ 20 bilhões, trouxeram
muitas lições para a Petro-
bras. Além de as refinarias Pre-
mium serem mais simples, a
Petrobras agora já retomou o
expertise de construir uma re-
finaria, após ter ficado antes
30 anos sem construir uma
unidade, algo que impacta ho-
je nas grandes importações de
Eudes Regis/AE
derivados. "Essa é um ques-
tão de honra (custar menos).
Foi uma lição aprendida ali e
todo (o aprendizado) será apli-
cado", afirmou.
De sa ce ler aç ão - O uso de
combustíveis no país vinha
avançando muito acima do rit-
mo do Produto Interno Bruto
(PIB) em anos recentes. A par-
tir de agora, segundo especia-
listas ouvidos pela Reuters,
apesar da demanda ainda al-
ta, ela começa a alinhar-se ao
desempenho fraco da econo-
mia do país, que deverá cres-
cer apenas 0,27% em 2014,
segundo estimativas de eco-
nomistas na pesquisa Focus.
"Os estudos de viabilidade
econômica mostram que te-
mos que dar uma apertada
nos custos. Qualquer investi-
mento tem como mais impor-
tante a viabilidade econômi-
ca", acrescentou, destacando
que o objetivo é ter um custo
de barril unitário compatível
com os indicadores econômi-
cos. A redução no ritmo de
crescimento da demanda in-
terna de diesel e gasolina de-
ve colaborar por menores im-
portações de derivados pela
Petrobras, algo que pode ali-
viar um pouco as contas da di-
visão de Abastecimento. A
área sofreu nos últimos tem-
pos com vendas de gasolina e
diesel no Brasil a preços mais
baixos do que os de compra no
mercado internacional, em
função da política de limitar
reajustes do governo federal,
preocupado com a inflação.
(Reuters)
A Refinaria Abreu e Lima custa quase cinco vezes mais que o orçado: lição que pode levar à postergação de outras duas nordestinas.
Mistura passa no testeLucas Lacaz Ruiz/EC
Veículos a gasolina
movidos a combustí-
v e l c o m m i s t u r a
maior de etanol, de
27,5%, passaram em testes
de desempenho encomenda-
dos pelo governo, que aguar-
da agora a conclusão de novos
estudos sobre emissões de
gases para tomar uma deci-
são sobre a mudança no limite
superior do percentual utiliza-
do do biocombustível no Bra-
sil, disse ontem uma fonte go-
vernamental. O atual limite
superior da mistura, que está
em vigor, é de 25% de etanol
anidro na gasolina. O aumento
do limite da mistura para até
27,5% já foi sancionado pela
presidente Dilma Rousseff,
mas a efetiva decisão de au-
mentar a taxa de etanol na ga-
solina depende, segundo a lei,
da comprovação da viabilida-
de técnica.
Não houve problemas para
o funcionamento dos veículos
nos testes conduzidos pelo
Centro de Pesquisas da Petro-
bras (Cenpes), segundo essa
fonte do governo, que preferiu
não ser identificada. O único
problema constatado até ago-
ra, acrescentou a fonte, foi um
aumento da emissão de gases
à base de nitrogênio e oxigê-
nio (NOx), que poderiam ter
efeitos nocivos à saúde em
quantidades muito elevadas.
A indústria automobilística,
representada pela Anfavea, é
cont rár ia a uma mis tura
maior, segundo a agência
Reuters, argumentando ante-
riormente que boa parte da
frota ainda usa apenas gasoli-
na no Brasil, e não estaria tec-
nicamente preparada. A even-
tual mudança, contudo, é vis-
ta pela indústria sucroalcoo-
leira como forma de aliviar a
crise vivida pelo setor. O eta-
nol anidro é um dos produtos
com melhor remuneração das
usinas. Ao governo também
interessa a nova mistura pelo
potencial de reduzir as impor-
tações de combustíveis fós-
seis pela Petrobras.
Pesquisa fina - A fonte do go-
verno afirmou que o aumento
verificado nessas emissões foi
pequeno, ainda dentro dos li-
mites, mas, mesmo assim, ge-
rou preocupações, principal-
mente da área ambiental do
governo. "Estão sendo feitos
levantamentos sobre essas
emissões em áreas metropoli-
tanas, onde já há níveis de sa-
turação", disse a fonte. No ca-
so de outros gases, como o
CO2 e o monóxido de carbono,
o aumento da mistura causou
redução de emissões, ainda
segundo a fonte. Somente
após a conclusão dessa análi-
se mais detida sobre a emis-
são de NOx é que o governo to-
mará uma decisão.
Uma fonte do setor de eta-
nol ouvida pela Reuters acha
que já há elementos suficien-
tes para aumentar a mistura.
"E queremos que esse aumen-
to seja a partir de janeiro, e não
a partir de maio, mesmo que
tenhamos que contar com al-
guma eventual importação",
disse. Entretanto, uma segun-
da fonte do governo, que
acompanha o assunto, a ofer-
ta de etanol está relativamen-
te baixa, após uma quebra de
safra no centro-sul, e que isso
não permitiria uma mistura
maior já nos próximos meses.
"A safra já está dada e talvez
não haja oferta suficiente",
a f i rm o u .
(Reuters)
Problema é saber se haverá oferta suficiente de etanol
20 DIÁRIO DO COMÉRCIO quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Sistema
Jack Ewing e London Thomas Jr. /The New York Times
As d i f icu ldades do
mercado global são
um lembrete vívido
de que a crise euro-
peia ainda não acabou – só faz
uma pausa. Uma das princi-
pais razões é o fato de que as
autoridades nunca lidaram di-
retamente com um sistema
bancário disfuncional. E os in-
vestidores temem que ainda
existam problemas escondi-
dos nos registros contábeis
dos bancos.
O Banco Central Europeu
(BCE) tenta recuperar a con-
fiança ao mergulhar de cabe-
ça nos bancos para determi-
nar quais deles estão em boa
forma, quais precisam de aju-
da e quais precisam ser fecha-
dos. Mas os resultados dessa
seleção podem abalar ainda
mais o mercado.
As autoridades afirmam
que para a economia europeia
voltar aos trilhos alguma dor
imediata é inevitável. Os regu-
ladores dos Estados Unidos
realizaram um expurgo simi-
lar nos bancos americanos em
2009, o que ajudou a abrir ca-
minho para a recuperação da
moeda. Fragmentada, a zona
do euro adotou uma aborda-
gem mais tímida. Uma revisão
realizada em 2011 por outro
órgão regulador deu notas po-
sitivas a bancos belgas e por-
tugueses que faliram logo em
seguida, gerando dúvidas em
relação a todo o sistema finan-
ceiro europeu.
A Europa está pagando o
preço. A incerteza fez com que
os bancos tivessem mais difi-
culdades para levantar fun-
dos, gerando uma enorme fal-
ta de crédito em algumas re-
giões. Uma vez que as empre-
s a s n ã o c o n s e g u e m
empréstimos para investir em
equipamentos e na contrata-
ção de pessoal, o crescimento
foi interrompido e o desem-
prego continua em alta.
A melhor maneira de ga-
nhar confiança "é reconhecer
que os empréstimos são ruins
e eliminá-los", ensina William
White, ex-assessor econômi-
co do Banco de Compensa-
ções Internacionais, o banco
central dos bancos centrais. O
risco de não fazer isso, segun-
do ele, é sofrer um ciclo de es-
tagnação como o do Japão.
Além disso, ainda restam
dúvidas se o presidente do
Banco Central Europeu, Mario
Draghi, adotará medidas que
seriam necessárias para revi-
ver a economia moribunda e
combater a tendência defla-
cionária. Ao revelar um plano
agressivo de compra de títulos
para injetar dinheiro na eco-
nomia sem oferecer detalhes,
ele criou um vácuo que ali-
mentou ainda mais as preocu-
pações do mercado acerca da
fraqueza da economia global.
BATERIA DE TESTES"É possível argumentar que
a crise na zona do euro está no
epicentro disso tudo", afirma
James W. Paulsen, estrategis-
ta chefe de investimentos na
Wells Fargo Asset Manage-
ment. Com a atual fraqueza
econômica, os investidores
prestarão mais atenção no ve-
redito dessa revisão bancária.
"Há três ou quatro semanas,
ninguém nos EUA teria se im-
portado com isso", assegura.
A nova supervisora do siste-
ma bancário europeu, Danièle
Nouy, jura que os testes do
BCE serão difíceis. A revisão
faz parte de uma iniciativa
mais ampla para criar um sis-
tema uniforme de regulamen-
tação bancária, substituindo a
colcha de retalhos do sistema
de supervisão dos países da
União Europeia, que a crise fi-
nanceira demonstrou ser ex-
tremamente ineficaz. O novo
órgão regulador pan-europeu,
o Mecanismo Único de Super-
visão, que entrará oficialmen-
te em ação no próximo dia 4,
terá poderes amplos para evi-
tar comportamentos de risco
e aplicar penalidades.
Nouy passou toda sua car-
reira de funcionária pública li-
dando com regras bancárias
esotéricas e agora está con-
tratando novas pessoas para
expandir o pequeno exército
de funcionários e consultores
externos – 6.000 pessoas –
que analisará os registros con-
tábeis dos bancos. Em compa-
ração às iniciativas anterio-
res, o BCE está observando
mais a fundo, anal isando
135.000 arquivos de emprés-
timos em 130 dos maiores
bancos da zona do euro e da Li-
tuânia, que se tornará o 19º
país da união cambial. Isso
corresponde a 85% dos ban-
cos com empréstimos e outros
ativos em aberto.
Os bancos já passaram por
um teste de estresse (leia abai-xo, nesta página) que avalia se
seriam capazes de resistir a
uma recessão de maiores pro-
porções, ao pânico no merca-
do de títulos da dívida ou qual-
quer outra situação adversa.
Os investidores "saberão
tudo o que consta nos balan-
cetes dos bancos europeus",
prometeu Nouy em uma en-
trevista. O principal objetivo é
expor os "bancos zumbis" –
credores que esconderam
seus problemas emitindo
mais crédito para mutuários
em dificuldade, permitindo
que eles dessem calote. Cre-
dores na Itália, na Grécia e em
Portugal estão sendo espe-
cialmente analisados, em vis-
ta da fraqueza desses países.
Bancos que se concentram es-
pecialmente em determina-
dos setores, como o imobiliá-
rio, também enfrentarão a
mesma pressão.
Para realmente limpar o sis-
tema, Nouy e o BCE precisam
estar dispostos a forçar os
bancos a tomarem um remé-
dio amargo e chegar a um con-
senso em relação a essas deci-
sões. Isso nem sempre é uma
tarefa fácil, pelo menos quan-
do observamos o que ocorreu
no Chipre.
SEM EFEITO DOMINÓEm 2013, o BCE aprovou
mais de US$ 9 bilhões em em-
préstimos feitos pelo banco
central cipriota para a segun-
da maior instituição financei-
ra do país, o Banco Popular do
Chipre. O dinheiro foi para a
instituição (que mudou seu
nome para Laiki Bank) apesar
das objeções de uma autori-
dade do alto escalão, que
acreditava que o banco era in-
solvente, de acordo com mi-
nutas recém-publicadas de
encontros realizados no BCE.
As minutas, que cobrem as
reuniões do conselho diretivo
do BCE de maio de 2012 a ja-
neiro de 2013 e foram revisa-
das pelo The New York Times,
destacam divisões profundas
entre a Alemanha, a maior po-
tência econômica da Europa,
e os outros países. O diretor do
Banco Central do Chipre na
época, Panicos Demetriades,
afirmou que permitir que o Lai-
ki fosse à falência aumentaria
o pânico do mercado. Seus co-
legas – exceto Jens Weid-
mann, o agressivo diretor do
Bundesbank alemão –concor-
daram.
Weidmann dizia que o valor
J.Patrick Fischer/Wikimedia Commons
das garantias adicionais do
Laiki não era verdadeiro e que
a exposição ao risco deveria
ser reduzida, de acordo com
as minutas. Fornecer dinheiro
ao Laiki, afirmou, seria violar
um dos pilares básicos do BCE.
"Não deveria ser o trabalho do
conselho diretivo manter ban-
cos que esperam pela recapi-
talização e não são solven-
tes", afirmou Weidmann du-
rante uma reunião em dezem-
bro de 2012.
Dois meses mais tarde, o
Laiki abriu falência.
Em um comunicado, o BCE
destacou que a ajuda era de
responsabilidade dos bancos
centrais de cada país, embora
o conselho diretivo tivesse po-
der de veto. Afirmou também
que no caso não exercia a fun-
ção de órgão controlador e
"contava exclusivamente
com a avaliação feita pelo
Banco Central cipriota".
"Chegar a conclusões acer-
ca do papel de supervisor do
BCE no futuro" com base no
que aconteceu com o Chipre
"é tendencioso", afirmou o
banco central em um comuni-
c a d o.
Nouy, que começou a traba-
lhar no BCE no dia 2 de janeiro,
após o episódio no Chipre, afir-
ma que a instituição nunca te-
ve tantos recursos para lidar
com bancos problemáticos.
Seus novos poderes permiti-
rão intervir na gestão de tais
bancos de uma forma que não
seria possível durante a crise
no Chipre. O BCE poderá, por
exemplo, impedir que o banco
pague dividendos para acio-
nistas e utilize o dinheiro para
acumular capital. Uma nova
autoridade central, que entra-
rá em ação no ano que vem,
também será responsável por
um processo menos arriscado
para fechar bancos e vender
seus ativos.
"A diferença desta vez é que
estamos muito mais prepara-
dos. Quando ocorrerem cri-
ses, seremos capazes de orga-
nizar o fechamento de um
banco de forma tranquila, sem
criar um efeito dominó", diz
Danièle Nouy. "Estou certa de
que todas essas medidas es-
tão tornando o setor mais se-
guro. Mas não posso prometer
que novas crises bancárias
não voltarão a acontecer".
Sede do BCE em Frankfurt: um exército de seis mil funcionários e consultores analisa registros contábeis.
Barrados no teste
bancárioeuropeu
sob a lupa
Os resultados do teste de
estresse aplicado pelo BCE nos
130 maiores bancos da zona
do euro foram divulgados no último
domingo: 25 dos examinados não
passaram e encerraram o ano
passado com um déficit de capital
coletivo de 25 bilhões de euros.
O BCE passou o último ano revisando
os principais ativos das instituições –
com base nos balanços de 2013 – e
submetendo-as a simulações. A
principal exigência da autoridade
monetária é que cada banco prove
que tem capital suficiente – c o n f o rm e
parâmetros que estabeleceu– para
enfrentar eventuais crises.
Uma dúzia dos reprovados no teste
já se movimentaram para cobrir esse
buraco, levantando 15 bilhões de
euros ao longo deste ano. Segundo a
agência de risco Standard&Poors, se
forem levadas em conta medidas de
aumento de capital tomadas em 2014
e os planos de reestruturação, apenas
sete das 25 instituições ainda têm
déficits.
Os reprovados têm duas semanas
para informar ao BCE como
pretendem cobrir seu déficit. A partir
daí, têm prazo de até nove meses
para fazê-lo.
Tanto a Standard & Poor's quanto a
Moody’s, outra agência de
classificação de risco, disseram que o
teste de estresse foi positivo. No
entanto, ambas alertam que a
avaliação não elimina preocupações.
“Acreditamos que o objetivo
declarado do BCE de restaurar a
confiança no sistema bancário da
Europa vai levar tempo e pode ser
desafiado pela característica difícil do
ambiente operacional ainda
complicado que enfrentam os bancos
da região", disse a diretora-gerente
da Moody's, Carola Schuler.
(Agências)
Benjamin Kilb/The New York Times
Promessa da supervisora Danièle Nouyde: "investidores saberão tudo o que consta nos balancetes".
Magnus Manske/Wikimedia Commons
Weidmann, do Bundesbank: linha dura com os cipriotas.
O Banco Central Europeu começa a analisar em profundidade os130 maiores bancos da zona do euro, com o objetivo de lançar as
bases de criação de um sistema uniforme de regulamentação.