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DIALOGANDO A RESPEITO DE METODOLOGIAS DE
PESQUISA EM EDUCAO MATEMTICA
Prof. Dr. Gabriel Loureiro de Lima PUC/SP
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Apresentando-me brevemente
Bacharel (2001) e Licenciado (2005) em
Matemtica pela UNICAMP;
Mestre em Matemtica pela UNICAMP (2004)
Doutor em Educao Matemtica pela PUC/SP
(2012);
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Apresentando-me brevemente
Professor do departamento de Matemtica da
PUC/SP desde agosto de 2010;
Professor colaborador do Programa de Estudos Ps-
Graduados em Educao Matemtica da PUC/SP
desde fevereiro de 2016;
Coordenador do Curso de Matemtica
Licenciatura da PUC/SP desde agosto de 2013.
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Apresentando-me brevemente
Pesquisador do Grupo de Pesquisa em EducaoAlgbrica (GPEA) da PUC/SP;
Pesquisador e vice-lder do Grupo de Pesquisa AMatemtica na Formao Profissional da PUC/SP,atuando especificamente na linha de pesquisa AMatemtica como Componente Curricular deCursos de Graduao.
Vice-coordenador do GT4 (Educao Matemticano Ensino Superior) da SBEM.
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O doutorado: o incio das minhas investigaes em
Educao Matemtica
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Informaes gerais a respeito da tese
Ttulo da pesquisa: A Disciplina de Clculo I do Curso deMatemtica da Universidade de So Paulo: um estudo deseu desenvolvimento, de 1934 a 1994;
Orientao: Prof. Dr. Benedito Antonio da Silva
Defesa: abril de 2012 PUC/SP
Premiada com meno honrosa na rea de Ensino noPrmio Capes de Teses 2013.
Disponvel em: https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/10907/1/Gabriel%20Loureiro%20de%20Lima.pdf
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/10907/1/Gabriel Loureiro de Lima.pdf
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Informaes gerais a respeito da tese
Algumas escolhas:
- A USP
- O perodo 1934-1994
Questo de pesquisa: De que maneira a disciplina de
Clculo Diferencial e Integral foi implantada no curso
de Matemtica da Universidade de So Paulo, de que
forma se modificou, ao longo dos anos, em termos do
nvel de rigor e das preocupaes didticas e como se
transformou, de uma disciplina inicialmente de Anlise
Matemtica, em outra efetivamente de Clculo
Diferencial e Integral?
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Informaes gerais a respeito da tese
Embasamento terico: consideraes a respeito
da constituio do Clculo e da Anlise como
campos de conhecimento e como disciplinas
acadmicas universitrias, das diferentes
concepes de rigor e suas relaes com a
intuio e do surgimento de preocupaes
didticas na universidade, em especial no ensino
da Matemtica.
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Informaes gerais a respeito da tese
A coleta de dados se deu a partir das seguinte
fontes:
1. Textualizaes de entrevistas realizadas com
pessoas envolvidas no processo de ensino e
aprendizagem de Clculo no curso e
instituio de interesse na pesquisa.
2. Livros didticos utilizados pelos depoentes
(seja como alunos, seja como professores),
apostilas e notas de aula.
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Informaes gerais a respeito da tese
As entrevistas foram planejadas e realizadas
segundo os princpios da Histria Oral Temtica;
Anlises das textualizaes das entrevistas e dos
livros de Clculo:
Anlise Paradigmtica (BOLVAR, 2002)
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A Histria Oral como metodologia de pesquisa em Educao Matemtica
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A Histria Oral como metodologia de
pesquisa em Educao Matemtica
Concebe-se Histria Oral como a perspectiva de,face impossibilidade de construir a histria,(re)construir algumas de suas vrias verses, aosolhos dos atores sociais que vivenciaram certoscontextos e situaes, considerando comoelementos essenciais nesse processo as memriasdesses atores via de regra negligenciados pelaabordagem sejam oficiais ou mais clssicas semdesprestigiar, no entanto, os dados oficiais, semnegar a importncia das fontes primrias, dosarquivos, (...) os quais consideramos uma outraverso, outra face dos fatos. (GARNICA, 2004, p.155).
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A Histria Oral como metodologia de
pesquisa em Educao Matemtica
Segundo Silva e Souza (2007, p. 154), na Educao
Matemtica a Histria Oral no vista apenas
como um procedimento ou tcnica metodolgica,
mas como uma metodologia de pesquisa
qualitativa, o que implica, sim, um conjunto de
procedimentos, mas, para, alm disso, uma
fundamentao consistente desses
procedimentos.
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A Histria Oral como metodologia de
pesquisa em Educao Matemtica
Garnica (2003) afirma que optar pelo uso da HistriaOral, dentro da tendncia chamada de Histria daEducao Matemtica, significa optar por umaconcepo de Histria e distinguir suas implicaes.
O mesmo autor defende que a concepo de Histriaque deve ser tomada como padro a Histria comoverso; ou seja, no existe uma histria real, uma histriado que realmente aconteceu.
O pesquisador que utiliza a Histria Oral comometodologia de pesquisa qualitativa intencionalmentecria fontes histricas explicitando-as como tal.(GARNICA, 2007).
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A Histria Oral como metodologia de
pesquisa em Educao Matemtica
Por ser um criador intencional de fontes, aquele
que se vale da Histria Oral est envolto em todas
as circunstncias exigidas por essa criao:
o reconhecimento da inexistncia de uma
verdade slida, inquebrantvel, intransponvel,
definida e definitiva;
o choque existente entre os diversos pontos de
vista trazidos tona por estas fontes;
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A Histria Oral como metodologia de
pesquisa em Educao Matemtica
A responsabilidade ao costura tais fontes para sua
pesquisa;
a conscincia de que elas lhe do uma
percepo parcial, mas nem por isso pouco ntida,
da realidade estudada. O pesquisador precisa ter
em mente que as fontes que constitui so
lacunares e parciais.
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A Histria Oral como metodologia de
pesquisa em Educao Matemtica
A Histria Oral, pensada como metodologia depesquisa, exige, segundo Garnica (2007), algunsmomentos:
A pr-seleo dos depoentes;
A realizao e gravao das entrevistas;
A transformao do material gravado em um textoescrito;
O momento de legitimao quando o documentoescrito retorna ao depoente para conferncia eposterior cesso dos direitos de uso;
O momento de anlise.
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Os diferentes ramos segundo os quais se
agrupam os trabalhos em Histria Oral
Histria Oral de Vida
Histria Oral Temtica
Tradio Oral
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Potencialidade da Histria Oral como
metodologia de pesquisa
Para Garnica (2007, p. 40), o pesquisador que
acredita no enriquecimento que a multiplicidade
de pontos de vista recolhida a partir de
depoimentos pode trazer para a trama narrativa, j
tem estabelecida uma razo forte o bastante para
optar pela Histria Oral como metodologia para
dirigir sua investigao.
Segundo Thompson (1998), a narrao permite que
as experincias se manifestem de maneira mais
ntida.
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Potencialidade da Histria Oral como
metodologia de pesquisa
A narrativa constituda a partir de situaes deentrevista coloca-se como um importante meiode conhecer as histrias de professores e alunosque vivenciaram mudanas e propostas, talvez,inovadoras de certa poca (Silva e Souza, 2007,p. 151).
A Histria Oral aplicada educao podeiluminar os lugares ocultos da vida escolar, oprofessor ganha relevo (GUSMO, 2004, p. 31).Segundo Bolvar (2002, p. 46), dentro da narraoque se pode apreciar o sentido do trabalho doprofessor.
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Minha pesquisa de doutorado: um exemplo
de investigao utilizando a Histria Oral Temtica
como metodologia
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
O primeiro passo para iniciarmos uma pesquisautilizando a Histria Oral , segundo Garnica (2003),termos uma questo geradora, isto , a pergunta quedirige a procura;
Como a disciplina de Clculo Diferencial e Integral foiimplantada no curso de Matemtica da USP, de queforma se transformou, pouco a pouco, de uma disciplinainicialmente de Anlise Matemtica para outraefetivamente de Clculo e como se desenvolveu, aolongo dos anos, entre 1934 e 1994, em termos do nvel derigor e das preocupaes didticas dos docentesenvolvidos em seu processo de ensino e aprendizagem?
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
Busca pelos depoentes: o pesquisador deve buscar quea Histria Oral Temtica revele a verdade de quempresenciou um acontecimento ou que dele tenhaalguma verso discutvel ou contestatria (MEIHY,1996,p. 41). Busca frequentemente ocorre num processo derede.
No tinha como escolher, a priori, quem iria ouvir; osdepoentes foram surgindo entrevista a entrevista, porindicao explcita dos prprios entrevistados ou por meiode alguma indicao dada por eles em seusdepoimentos.
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
De acordo com Garnica (2007), embora possamocorrer entrevistas nas quais o depoente ensine ouexplique algo que o entrevistador ignore totalmente, assituaes mais ricas so aquelas nas quais aconteceuma interao entre o depoente e o pesquisador, comesse ltimo perguntando, complementando evalorizando - com conhecimento de causa, claro aquilo que lhe relatado.
Antes de realizar as entrevistas, procurei obter o maiornmero de informaes possvel a respeito daquilo que iriaperguntar; houve, portanto, uma preparao prvia paraa realizao de cada entrevista.
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
A arte essencial do historiador oral a arte de ouvir (...)E, se ouvirmos e mantivermos flexvel nossa pauta detrabalho, a fim de incluir no s aquilo que acreditamosquerer ouvir, mas tambm o que a outra pessoaconsidera importante dizer, nossas descobertas semprevo superar nossas expectativas. (PORTELLI, 1997, p. 22).
Optei por realizar entrevistas parcialmente estruturadas,mas me mantendo flexvel quanto retirada de algumasperguntas, ordem em que elas foram apresentadas e aoacrscimo de outras questes que parecessemnecessrias.
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
Aps a realizao das entrevistas, necessrio um
tratamento; uma passagem da gravao oral para
o escrito. Geralmente, esse processo composto
por duas fases: a transcrio e a textualizao;
Optei em tais procedimentos, apenas por excluir de
cada depoimento transcrito os vcios de linguagem
e preencher algumas lacunas visando tornar a leitura
de tal depoimento mais fluente.
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
Finalizada a textualizao, o pesquisador devesubmeter o seu texto aos depoentes para que estesfaam correes e complementaes. Essa fase chamada de legitimao ou conferncia.
Finalizadas as textualizaes, enviei os textos produzidosaos depoentes juntamente com a carta de cesso a serassinada por aqueles que se disponibilizassem a ceder otexto final da entrevista para que ser usado em meutrabalho. Dei um prazo para que cada entrevistado lesse atextualizao correspondente ao seu depoimento,alterasse ou suprimisse aquilo que achasse necessrio edecidisse se me cederia ou no os direitos de uso de suaentrevista.
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
No momento de anlise, o pesquisador deve estar
atento para no sobrepor suas vontades ao que foi
dito pelo depoente;
A anlise no um julgamento de valor a respeito
do outro partindo do que nos foi relatado e
tambm no a fixao de uma verso definitiva
do cenrio que [a] pesquisa pretendeu traar
(GARNICA, 2007, p. 61);
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
O pesquisador deve levar em considerao
durante suas anlises que tanto o entrevistador
(que ouve e interpreta os depoimentos) quanto o
depoente (que narra os acontecimentos)
compreendem a trama de existncias e
experincias atravs de um filtro: o presente.
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Procedimentos metodolgicos de uma
pesquisa utilizando a Histria Oral
Como nos alertam Gaertner e Baraldi (2008, p. 53),a memria seletiva tanto naquilo que lembradoquanto no que esquecido ou silenciado;
Portelli (1997) aponta outra limitao da memriaque devemos considerar: em muitos casos, osdepoentes podem agrupar acontecimentos que,embora para ele tenham significados parecidos,tenham ocorrido, do ponto de vista cronolgico,em pocas distintas.
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Exemplificando: a anlise realizada em minha
investigao de doutorado
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Os depoentesElza Furtado Gomide
Ubiratan DAmbrosio
Joo Zanetic
Ana Catarina Pontome Hellmeister
Snia Pitta Coelho
Zara Issa Abud
Eduardo do Nascimento Marcos
Maria Cristina Bonomi
Vera Helena Giusti de Souza
Cludia Cueva Cndido
Iole de Freitas Druck
Cristina Cerri
Alegria Gladys Chalom
Oswaldo Rio Branco Oliveira
Fernanda Soares Pinto Cardona
Nina Sumiko Tomita Hirata
Vitor de Oliveira Ferreira
Hamilton Luiz Guidorizzi
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Livros, apostilas e notas de aula analisados
Trait lementaire de Calcul Diffrentiel et de Calcul Integral de Sylvestre Lacroix;
Curso de Anlise Matemtica de Luigi Fantappi de autoria de Omar Catunda;
Curso de Anlise Matemtica - Partes I, II e III de Omar Catunda;
Curso de Anlise Matemtica Volume 1 de Omar Catunda;
A Course of Pure Mathematics de Godfrey Harold Hardy;
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Livros, apostilas e notas de aula analisados
Calculus with Analytic Geometry A First Course de Murray H. Protter e Charles B. Morrey Jr;
Calcul Diffrentiel et Integral de N. Piskunov;
Problems in Mathematical Analysis de Demidovitch;
Clculo: um curso universitrio de Edwin Moise;
Clculo com Geometria Analtica vol. 1 de Louis Leithold;
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Livros, apostilas e notas de aula analisados
Apostilas de Clculo do professor Hamilton Luiz Guidorizzi;
Um Curso de Clculo vol. 1 de Hamilton Luiz;
Calculus de Michael Spivak;
Caderno com as notas de aula produzidas por um dos
depoentes durante o curso de Clculo I que vivenciou como aluno em 1989.
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Organizao da anlise Adotei o tipo de anlise que Bolvar (2002)
denomina de Anlise Paradigmtica, bastantesemelhante Anlise de Contedo convencional;
Esse tipo de anlise, que produz umacategorizao dos dados obtidos, foi adotadotanto para analisar as textualizaes dasentrevistas, quanto para analisar os livros didticosde Clculo anteriormente citados;
Esses dois tipos de textos foram interrogados damesma forma.
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Organizao da anlise
As categorias de anlise foram decididas a priori, masno derivaram de uma teoria prvia; se originaram deminha inteno de analisar alguns elementosespecficos do ensino do Clculo, estabelecidos antesda coleta dos depoimentos e da anlise dos livros:
Se a orientao da disciplina estava mais prxima doClculo ou da Anlise;
Qual o nvel de rigor adotado nos diferentes cursos;
Quais as preocupaes de carter didticomanifestadas, ao longo de diferentes pocas, pelosprofessores e pelos autores de manuais empregadoscomo referncias nos cursos iniciais de Clculoinvestigados.
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Categorias de anlise1. Caractersticas gerais do curso ministrado;
2. Choque na transio da educao bsica para oensino superior;
3. Participao dos alunos durante as aulas;
4. Livros-didticos indicados e/ou adotados peloprofessor;
5. Nvel de rigor adotado;
6. Preocupao com conceitos tericos versusmanipulao de tcnicas;
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Categorias de anlise7. Preocupaes didticas: nesta categoria, tanto
nos livros didticos, quanto nas aulas de Clculo
vivenciadas pelos depoentes como alunos ou
como professores, observei os seguintes aspectos:
Contextualizao;
Introduo dos conceitos via noes intuitivas;
Apelo visualizao geomtrica;
Preocupao com os significados das notaes
utilizadas;
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Categorias de anlise
Alguns dos depoentes dissertaram tambm a
respeito das transformaes pelas quais passaram
os cursos de Licenciatura e Bacharelado em
Matemtica da USP desde sua fundao, em 1934,
at os dias de hoje e comentaram a respeito das
alteraes sofridas pela estrutura curricular,
programas e ementas da disciplina inicial de
Clculo e estes dados tambm foram utilizados nas
anlises feitas no decorrer do texto.
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Alguns resultados
Alteraes mais substanciais em relao a forma
como os contedos deveriam ser trabalhados e
no em relao quais contedos abordar;
Ao longo dos anos, percepo da necessidade
uma disciplina de Clculo (implantada em 1964)
precedendo a de Anlise;
O Clculo esteve sempre subordinado Anlise.
Em momento algum, ao menos explicitamente, as
discusses levaram em conta as especificidade e
as ideias fundamentais do Clculo.
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Alguns resultados
Demonstrao desta subordinao constante doClculo Anlise: a adoo, em praticamente todos osmomentos, da sequncia de Cauchy-Weierstrass para aapresentao dos contedos;
Mais recentemente tem sido acentuado aquilo queRezende (2003) denomina de conflito pedaggicoentre o que se faz e o que se pede;
Associao inadequada, por parte de alunos eprofessores, da intuio ao Clculo e do rigor Anlise;dos algoritmos ao Clculo e das demonstraes Anlise.
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Alguns resultados A disciplina inicial de Clculo do curso de
Matemtica enfrenta, atualmente, uma crise deidentidade causada principalmente por essasubordinao desta Anlise (REZENDE, 2003);
Tal crise, de fato, existe e favorecida pela formacomo o curso se encontra organizado. No entanto,a investigao realizada indica que ela no recente; suas origens se confundem com a prpriaimplantao e com o desenvolvimento dadisciplina no currculo do curso de graduao emMatemtica.
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Alguns resultados O que se passou na USP e nas demais instituies
brasileiras que adotaram seu modelo de organizao
no que diz respeito ao ensino de Clculo e de Anlise,
vai na contramo da histria da constituio destes
ramos da Matemtica como campos de
conhecimentos;
Ao contrrio do que alguns pensam e afirmam, a
maneira como o Clculo era ensinado antigamente
no era perfeita. Mesmo quando ainda nem se
ensinava efetivamente esta disciplina, e sim Anlise
Matemtica, os estudantes j enfrentavam problemas
no curso em que viam pela primeira vez os conceitos de
limite, derivada e integral.
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Os resultados da investigao de
doutorado apontam para a direo atual de
pesquisa
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Preocupao atual A construo, em cada um dos cursos nos quais
elas esto presentes, de uma identidade para asdisciplinas de Clculo Diferencial e Integral.
Necessidade de refletir a respeito de comoformatar um curso de Clculo voltado para simesmo, quais devem ser os objetivos dessadisciplina nas diversas graduaes, que contedosou situaes devem ser enfatizados e quais asestratgias didticas mais indicadas para seusprocessos de ensino e de aprendizagem (LIMA eSILVA, 2012).
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Primeiro Estudo
A partir dos dados obtidos por meio da
investigao de doutorado (LIMA, 2012), foi
realizada uma pesquisa, do tipo que Gil (2008)
classifica como explicativa, visando, a partir de
estudos bibliogrficos complementares, identificar
os fatores que determinaram ou que contriburam
para que o processo de implantao e
desenvolvimento da disciplina inicial de Clculo no
primeiro curso de graduao em Matemtica do
pas se desse da maneira observada.
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Primeiro Estudo
A maior parte das transformaes detectadas na
trajetria da disciplina de Clculo do curso de
graduao em Matemtica da USP foram reflexos de
transformaes que estavam ocorrendo em mbito
mundial, relacionadas, dentre outros fatores,
influncia exercida por livros didticos de diferentes
pases e s mudanas em relao s concepes
referentes aos processos de ensino e de aprendizagem
na universidade. Dentre essas transformaes,
destacamos, especialmente, a introduo, na dcada
de 1960, de uma disciplina de Clculo precedendo a
de Anlise Matemtica (LIMA, 2014).
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Segundo Estudo
A partir de pesquisas bibliogrficas e recorrendo-se
a alguns elementos referentes noo de limite de
uma funo para exemplificar, por meio de
preocupaes didticas detectadas em alguns
dos livros analisados na investigao de
doutorado, o tipo de abordagem que est sendo
proposta, foi realizada uma reflexo a respeito de
dois aspectos fundamentais a serem levados em
considerao no processo de construo de uma
identidade para as disciplinas de Clculo:
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Segundo Estudo
(i) A necessidade de favorecer aos alunos, no sentido
definido por Skemp (1976), no apenas uma
compreenso instrumental dos objetos
matemticos, mas tambm uma compreenso
relacional dos mesmos;
(ii) A importncia de promover uma abordagem
adequadamente contextualizada para os entes
matemticos (LIMA, 2015a).
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Segundo Estudo
Ao contextualizar adequadamente um contedomatemtico em sala de aula, relacionando-o a outrosobjetos que fazem parte do mesmo contexto, oprofessor possivelmente estar tambmproporcionando aos alunos uma compreensorelacional daquilo que est sendo discutido.
Nota-se, portanto, que, nos processos de ensino e deaprendizagem da Matemtica, tanto a busca por umacontextualizao adequada para aquilo com que seest trabalhando quanto preocupao por possibilitarao aluno uma compreenso relacional podem serpercebidos como aspectos interligados (LIMA, 2015a,p.7)
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Terceiro Estudo
Aps os dois estudos iniciais, foi realizado um
terceiro estudo sintetizando as concluses j
obtidas e ampliando, por meio de pesquisas
bibliogrficas, a discusso a respeito da
contextualizao no ensino de Clculo.
O tipo de contextualizao buscada para os
conceitos do Clculo depender dos objetivos do
curso de graduao no qual a disciplina est
inserida (LIMA, 2015b, p.7).
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Terceiro Estudo
Em um curso voltado formao de matemticos:
situaes por meio das quais se favorea a
construo do conhecimento a partir de
articulaes realizadas no mbito da prpria
Matemtica.
Nesse caso, dizer que um conceito foi trabalhado
de forma descontextualizada significa afirmar que
no foi dada condio para que esse fosse
compreendido em seu ambiente de ocorrncia,
que o ambiente matemtico (LIMA, 2015b, p. 8).
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Terceiro Estudo
Cursos voltados formao de professores deMatemtica para a Educao Bsica: selecionar eenfatizar, levando-se em considerao o pblico-alvo,dentre os assuntos que normalmente so trabalhados,aqueles que so mais adequados formao doprofessor da educao bsica.
Docentes e alunos, em parceria, devem discutir arelao existente entre a abordagem de conceitos,como funes e seus respectivos grficos, nmerosreais, clculos de medidas de reas e de volumes, etc.,que est sendo proposta na universidade e otratamento que os futuros professores daro a essesmesmos contedos nos ensinos fundamental e mdio.
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Terceiro Estudo
Para reflexes a respeito do ensino do Clculo em
cursos de graduao que possuem esse contedo
em seus currculos como disciplinas em servio
(HOWSON et al., 1988): teoria A Matemtica no
Contexto das Cincias (MCC), de Patricia
Camarena.
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Terceiro Estudo
Por meio de uma investigao cientfica, permitir ao professoruniversitrio contribuir, a partir de sua prtica docente, com
uma formao integral do futuro profissional, buscando, ao
invs de ministrar cursos de Matemtica pela prpria
Matemtica ou apenas porque aquele contedo faz parte
do currculo proposto para determinada graduao, refletir,
dentre outros aspectos, a respeito do objetivo de se ensinar
Matemtica para aquele pblico-alvo, quais contedos
ensinar, como ensina-los de forma significativa, queproporo deve haver entre algoritmos e questes
relacionadas ao formalismo matemtico, que habilidades
matemticas devem ser desenvolvidas e de que maneira o
ensino dessa cincia pode contribuir para o desenvolvimentodas competncias profissionais do estudante (CAMARENA,
2013).
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Terceiro Estudo
A MCC dividida em cinco fases: curricular, didtica,
cognitiva, epistemolgica e docente, que no so
isoladas uma das outras e nem independentes das
condies sociolgicas dos atores presentes no
processo educativo.
Na fase curricular, que tem como principal objetivo o
planejamento de programas de estudos para as
disciplinas matemticas em graduaes que no visam
formao de matemticos, est inserida a
metodologia Dipcing, desenvolvida especialmente paraesse fim.
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Investigao Atual
Paralelamente a estudos detalhados a respeito de cada umadas fases da teoria MCC e seus embasamentos tericos, no
mbito da linha de investigao A Matemtica como
Componente Curricular de Cursos de Graduao, do grupo
A Matemtica na Formao Profissional, demos incio areflexes a respeito da identidade do Clculo nas
Engenharias;
Por meio dos projetos de pesquisas atuais do grupo, estamos
realizando anlises que se inserem na fase curricular da MCC,
especificamente na etapa central da metodologia Dipcing.
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Investigao Atual A metodologia Dipcing (Diseo de programas de estdio de
matemticas em carreras de ingeniera) foi criada
inicialmente para o planejamento de programas curriculares
para as disciplinas de Matemtica em cursos de Engenharia e
posteriormente foi generalizada para o planejamento de
currculos para as disciplinas de Cincias Bsicas(Matemtica, Fsica e Qumica) em graduaes que no
visem formao de matemticos;
Se fundamenta no paradigma educativo de que as
disciplinas matemticas no podem ter como meta, apenas
a aprendizagem da Matemtica, pela Matemtica, mas,
tambm devero munir o graduando de conceitos e
ferramentas de apoio especficas sua formao e,
posteriormente, ao seu cotidiano profissional.
Se divide em trs etapas: Central, Precedente e Consequente.
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Investigao Atual
ETAPAS OBJETIVO
CENTRAL
Realizar uma anlise dos contedos matemticos
que, implicitamente ou explicitamente, so
mobilizados pelas disciplinas no matemticas da
modalidade de Engenharia em estudo.
PRECEDENTEDetectar o nvel de conhecimentos matemticos
que possuem os estudantes ingressantes.
CONSEQUENTE
Investigar, junto aos engenheiros em exerccio, o
uso efetivo da Matemtica em seu cotidiano
profissional.
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Investigao Atual
A etapa central tem como principal objetivo detectar
quais so os contedos matemticos necessrios paracada modalidade de Engenharia visando-se, desta
forma, refletir a respeito do motivo de se incluir cada um
dos temas que constituiro os programas das disciplinas
matemticas na graduao em questo. Tal objetivo
ser atingido, de acordo com Camarena (2002; 2004),
por meio de uma anlise dos contedos matemticos,
tanto explcitos quanto implcitos, mobilizados pelas
disciplinas no matemticas presentes na gradecurricular da Engenharia em estudo (LIMA, BIANCHINI e
GOMES, 2016).
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Investigao Atual
Essa investigao ser realizada a partir dos livros
didticos ou referncias bibliogrficas mais utilizadas
nas disciplinas no matemticas. Deve-se buscar, por
meio da anlise de tais materiais, quais os contedos
matemticos requeridos, observando o enfoque, a
profundidade e notao com que cada um deles
descrito e suas aplicaes.
Ser estabelecida ento uma vinculao curricular
entre as disciplinas as demais disciplinas que compem
a matriz curricular da Engenharia em questo (LIMA,
BIANCHINI e GOMES, 2016).
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Investigao Atual Temos adotado a Dipcing tambm como metodologia
de pesquisa, voltando nossa ateno, nesse primeiro
momento, especialmente para a etapa central,
buscando, por meio da anlise de livros didticos de
diferentes modalidades de Engenharia (Eltrica, Civil e
Produo), verificar, em cada um desses cursos, como
as disciplinas de Clculo esto vinculadas s demais
disciplinas no matemticas que compem as matrizes
curriculares desses cursos de graduao;
um primeiro passo (que ser seguido, posteriormente,
pelas aplicaes das demais etapas da Dipcing) em
busca da construo de uma identidade para o
Clculo em cada uma dessas modalidades de
Engenharia.
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Referncias da apresentao BOLVAR, A. De nobis ipsis silemus?: Epistemologia de al investigacin biogrfico-
narrativa em educacin. Revista Electrnica de Investigacin Educativa, 4(1). Disponvel em http://redie.ens.uabc.mx/vol4no1/contenido-bolivar.html. ltimo acesso em 16/11/2011.
CAMARENA, P. Metodologa curricular para las ciencias bsicas en ingeniera. Revista Innovacin Educativa, vol. 2, n. 10 e n. 11, pp. 22-28 e 4-12, 2002.
______. Constructos Tericos de la Metodologa Dipcing en el rea de laMatemtica. Memorias: 3 Congreso Internacional de Ingeniera Electromecnicay de Sistemas. Ciudad de Mxico: IPN - ESIME SEPI, 2004.
______. A treinta aos de la teora educativa Matemtica en el Contexto de lasCiencias. Innovacin Educativa, vol. 13, n. 62, 2013.
GAERTNER, R. e BARALDI, I. M. Um Ensaio Sobre Histria Oral e Educao Matemtica: pontuando princpios e procedimentos. In: Bolema, Rio Claro (SP), Ano 21, no 30, 2008, pp. 47 a 61.
http://redie.ens.uabc.mx/vol4no1/contenido-bolivar.html. ltimo acesso em 16/11/2011
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Referncias da apresentao
GARNICA, A. V. M. Histria Oral e Educao Matemtica: de um inventrio a uma regulao. In: Zetetik, vol. 11, n. 19, pp. 9-55, Jan./Jun. 2003 CEMPEM/FE/UNICAMP Campinas SP.
______. (Re)Traando Trajetrias. (Re)Coletando Influncias e Perspectivas: Uma Proposta em Histria Oral e Educao Matemtica. In: Educao Matemtica: pesquisa em movimento. In: (Org.) BICUDO, M. A. ; BORBA, M. C.; So Paulo: Cortez Editora, 151-163, 2004.
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