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COPPE/UFRJCOPPE/UFRJ
A UTILIZAO DE JOGOS DE EMPRESA COMO INSTRUMENTO PEDAGGICO DE
APOIO FORMAO PROFISSIONAL DA REA PORTURIA
Suellem Deodoro Silva
Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de
Ps-Graduao em Engenharia de Transportes,
COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessrios obteno do
ttulo de Mestre em Engenharia de Transportes.
Orientador: Raul de Bonis Almeida Simes
Mrcio de Almeida DAgosto
Rio de Janeiro
Abril de 2010
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A UTILIZAO DE JOGOS DE EMPRESA COMO INSTRUMENTO PEDAGGICO DE
APOIO FORMAO PROFISSIONAL DA REA PORTURIA
Suellem Deodoro Silva
DISSERTAO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ
COIMBRA DE PS-GRADUAO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM CINCIAS EMENGENHARIA DE TRANSPORTES.
Examinada por:
__________________________________________Prof. Marcio de Almeida DAgosto, D. Sc.
__________________________________________Prof.Amaranto Lopes Pereira, D. Sc.
__________________________________________Prof. Jos Carlos Cesar Amorim, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
ABRIL DE 2010
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Silva, Suellem Deodoro
A utilizao de jogos de empresa como instrumento
pedaggico de apoio formao profissional da rea porturia /
Suellem Deodoro SilvaRio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2010.XIII, 175p.: il. ; 29,7 cm.
Orientador: Raul de Bonis Almeida Simes
Mrcio de Almeida DAgosto.
Dissertao (mestrado) UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia de Transportes, 2010.
Referncias Bibliogrficas: p. 147 - 151.
1. Metodologias de ensino-aprendizagem 2. Terminias decontineres 3. Jogos de empresa I. Simes, Raul de Bonis Almeida
et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia de Transportes. III. Titulo.
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Sempre me pareceuestranho que todos aqueles
que estudam seriamente a Matemtica acabam
tomados de uma espcie de paixo pela mesma.
Em verdade, o que proporciona o mximo prazer
no o conhecimento e sim a aprendizagem,no a posse mas a aquisio,
no a presena mas o ato de atingir a meta.
Carl Friedrich Gauss
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeo a Deus pela vida e pela famlia maravilhosa que ele me deu.
Aos meus pais, por serem a minha base, por dispensarem todos os minutos dos seus dias
para zelar por mim, por serem exemplos de dedicao e honestidade, e por terem
comemorado cada uma das minhas conquistas.
minha irm, indispensvel na minha vida, que me proporcionou duas das minhas
maiores alegrias: a Victria e o Guilherme.
As minhas crianas: Victria, Guilherme, Clara e Manuella que me consedem um sorriso
nos momentos que mais preciso, sem me pedir nada em troca.
Ao meu cunhado, Marcus Mendona, que no mede esforos para me ajudar. minha famlia, em especial as minhas tias Carla e Katia e a minha v, pela preocupao
e pelo carinho.
Aos meus amigos, que estiveram sempre torcendo por mim: Erika Victorina, Bruna
Sernoud, Daniele Cozentino, Suelen Vieira, Marcos Souza, Rodrigo Oliveira, Agnaldo
Esquincalha, Alessandro Schmidt, Thiago Miranda, Juliana Soares, Rafael Paes Leme, Stella
Rocha, Rodrigo Gomes Rodrigues e Luiz Afonso.
Aos amigos que eu ganhei durante o mestrado : Pedro Furtado por ter acreditado na minha capacidade e me aconselhado tanto em
questes profissionais quanto em questes pessoais.
minha amiga, Emmanuela Jordo, por ter compartilhado simplesmente TUDO que
ocorreu na minha vida durante o perodo do mestrado, por ter me apoiado e dividido comigo
os momentos tensos e alegres.
Aos meus Doutores, Ricardo Guabiroba e Andr Maia, por serem exemplos de dedicao
e companheirismo. Cristiane Duarte por ter dispensado o seu tempo revisando esta dissertao, por
procurar sempre ajudar as pessoas que esto ao seu redor e por ter me ensinado que em um
formigueiro todas as formigas tem que trabalhar juntas, seno o negcio desanda.
Marcelo Vilella por sempre lembrar do tema do meu trabalho no momento de suas
pesquisas na internet.
Ao professor Mrcio de Almeida DAgosto que no mediu esforos para me ajudar a
tornar este trabalho possvel, que acreditou na minha capacidade e me proporciou uma
evoluo pessoal e profissional, a partir de suas orientaes.
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Famlia DAgosto que sempre me acolheu carinhosamente em todos os momentos que
tivemos a oportunidade de estarmos juntos.
Ao professor Raul de Bonis por ter acreditado neste trabalho.
Ao professor Gilberto Fialho, pelo apoio para a elaborao e aplicao deste trabalho.
Ao professor Jos Carlos Amorim, que gentilmente aceito fazer parte da banca deste
trabalho.
Ao superintendente de DOCAS/RJ, Adcio de Carvalho, por ter atendido todas as minhas
solicitaes.
Ao professor Amaranto Pereira por ter aceitado o convite de participar da minha banca.
Ao INPH, em especial a Domnico Accetta e Jos Luiz, por terem dado todo o suporte
necessrio para a realizao deste sonho.Ao CIAGA por ter cedido a sua biblioteca, para que eu realizasse as minhas pesquisas.
Multiterminais Multirio e a Libra terminais terminal 1, em especial a Daniel
Dominguez e Guilherme Loyola, que tiveram a rdua tarefa de me ensinar tudo sobre
terminais de contineres.
Ao Cnpq, pela bolsa consedida, sem a qual, este trabalho no teria sido realizado.
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Resumo da Dissertao apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios
para a obteno do grau de Mestre em Cincias (M.Sc.).
A UTILIZAO DE JOGOS DE EMPRESA COMO INSTRUMENTO PEDAGGICO
DE APOIO FORMAO PROFISSIONAL DA REA PORTURIA
Suellem Deodoro Silva
Abril/2010
Orientadores: Raul de Bonis Almeida Simes
Mrcio de Almeida DAgosto
Programa: Engenharia de Transportes
Esta dissertao apresenta a elaborao e a aplicao de um modelo de jogo de empresa -
o jogo do TECON. Esse jogo simula os processos de tomada de deciso, em nvel
operacional, que ocorrem em um terminal de contineres. Sendo assim, este trabalho trata da
viabilidade de utilizar o jogo do TECON como uma ferramenta de ensino para a formao
profissional em terminais de contineres. Para subsidiar a elaborao do jogo, foram
realizadas pesquisas bibliogrfica e documental com o intuito de traar o panorama de ensinoem transportes no Brasil e consolidar os conhecimentos tericos sobre jogos de empresa,
teoria dos jogos e o setor porturio (especificamente sobre terminais de contineres). A partir
da aplicao do jogo em diversos nveis de ensino (tcnico, graduao e ps-graduao), foi
possvel concluir que o jogo pode ser utilizado como ferramenta de ensino auxiliar no
processo de ensino-aprendizagem de cursos que enfocam o planejamento de terminais de
contineres.
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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Master of Science (M.Sc.).
BUSINESS GAME USED AS A PEDAGOGICAL TOOL TO SUPPORT EDUCATIONAL
TRAINING AT PORT AREA
Suellem Deodoro Silva
April/2010
Advisor: Raul de Bonis Almeida Simes
Mrcio de Almeida DAgosto
Departament: Transportation Engineering
This dissertation presents the development and implementation of a business game model
the TECON game. This game simulates the decision-making processes in operational level
that they occur within a container terminal. To this end, this work is concerned with feasibility
of using the TECON game as a teaching tool for vocational training in container terminals. To
subsidize the development of the game, bibliographic and documentary searches were held to
define the transports teaching panorama in Brazil and to consolidate the theoreticalknowledge about business games, theory of games and port sector (specifically about
container terminals). From the application of the game at many educational levels (technical,
undergraduate and graduate), it was possible to conclude that the game can be used as
auxiliary teaching tool in the process of teaching-learning courses that it has focus on the
container terminals planning.
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NDICE DO TEXTO
1. INTRODUO ...................................................... ................................................................. .................. 11.1.HIPTESE E PREMISSAS DA DISSERTAO................................................................................................. 21.2.OBJETO DE ESTUDO E OBJETIVOS DA DISSERTAO........................................................................ .......... 21.3.ESTRUTURA DA DISSERTAO.................................................................................................................. 32. O ENSINO EM TRANSPORTES NO BRASIL ........................................................ ............................. 52.1.OPROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.................................................................................................. 52.2.METODOLOGIAS DE ENSINO UTILIZADAS NO BRASIL................................................................................ 82.3.PANORAMA DO ENSINO EM TRANSPORTES NO BRASIL............................................................. ................ 113. O SETOR PORTURIO........................................................................................................................ 183.1.OSETOR PORTURIO........................................................ ................................................................. ..... 183.1.1. A relao entre o transporte aquavirio (setor porturio) e a economia nacional ............................ 203.2.TERMINAIS DE CONTINERES................................................................. ................................................. 213.3.TIPOS DENAVIOS PORTA -CONTINER............................................................. ...................................... 223.4.TIPOS DE CONTINERES.......................................................................................................................... 243.5.TIPOS DE EQUIPAMENTOS PORTURIOS............................................................. ...................................... 273.6.OPERAO PORTURIA.......................................................................................................................... 293.6.1. Operao de carga e descarga de contineres ........................................................................... ........ 323.7.
INDICADORES
PORTURIOS
.......................................................... ........................................................... 33
3.8.CONSIDERAES FINAIS............................................................... ........................................................... 354. JOGOS DE EMPRESA ..................................................................................................................... ..... 374.1.DEFINIES DE JOGOS DE EMPRESA....................................................................................................... 374.2.PRINCIPAIS OBJETIVOS DOS JOGOS DE EMPRESA.................................................................................... 404.3.CARACTERSTICAS BSICAS DOS JOGOS DE EMPRESA............................................................................ 434.4.CLASSIFICAES DE JOGOS DE EMPRESA........................................................... ...................................... 434.5.AESTRUTURA DOS JOGOS DE EMPRESA............................................................ ...................................... 474.6.PROCEDIMENTOS E ETAPAS PARA A ELABORAO DE JOGOS DE EMPRESA.............................................. 47
4.7.ETAPAS DA APLICAO DOS JOGOS DE EMPRESA......................................................... ........................... 494.8.JOGOS DE EMPRESA COMO METODOLOGIA DE ENSINO -APRENDIZAGEM................................................. 504.9.CONSIDERAES FINAIS............................................................... ........................................................... 525. O JOGO DE EMPRESA PARA TERMINAIS DE CONTINERES - O JOGO DO TECON ...... 545.1.OJOGO DO TECON .......................................................... ................................................................. ..... 555.2.MODELO CONCEITUAL DO JOGO DO TECON-OCENRIO SIMULADO.......................................... ........ 565.3.MODELO LGICO E MATEMTICO DO JOGO DO TECON ........................................................................ 565.3.1. Modelo lgico do Jogo do TECON ............................................................... ...................................... 575.3.2 - Modelo Matemtico do Jogo do TECON ................................................................ ........................... 66
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5.4.IMPLEMENTAO DO MODELO LGICO E MATEMTICO DO JOGO DO TECON ...................................... 915.4.1. Os tipos de layout de terminais de contineres (LTi) .......................................................... ................ 915.4.2. Gerao de Navios (GNj) ......................................................... ........................................................... 945.4.3. Tipos de Contineres (C
k) ........................................................ ........................................................... 95
5.4.4. Equipamentos de Cais/Ptio ....................................................................................................... ........ 975.4.5. Pr- configuraes de equipamentos para o terminal ........................................................ ................ 985.4.6. Clculo da capacidade de atendimento do terminal e do indicador de atratividade..................... ... 1015.5.IMPLEMENTAO DO JOGO DO TECONEM VBA................................................................................. 1025.5.1Implementao do mdulo das equipes .......................................................................................... 1025.5.2. Implementao do mdulo do instrutor ............................................................................................ 1125.6.CONSIDERAES FINAIS....................................................................................................................... 1146. APLICAO DO JOGO DO TECON .......................................................... .................................... 1156.1.DESCRIES DAS APLICAES............................................................................................................. 1156.2.ANLISE DOS RESULTADOS DAS APLICAES DO JOGO DO TECON ...................................................... 1206.2.1. Percepo da equipe sobre a aplicao do jogo do TECON ......................................................... ... 1216.3.CONSIDERAES FINAIS....................................................................................................................... 1437. CONCLUSES E RECOMENDAES ....................................................... .................................... 144REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................ .................................... 147APNDICE I: MODELO DA MENSAGEM ELETRNICA UTILIZADA PARA A PESQUISA
DOS TIPOS DE METODOLOGIAS DE ENSINO APLICADAS EM CURSOS NA REA DE
TRANSPORTES NO BRASIL ................................................................................................ ................ 152APNDICE II : RELAO DAS INSTITUIES DE ENSINO QUE POSSUEM CURSOS NA
REA DE TRANSPORTES, RECONHECIDOS PELO MEC, INEP E PORTAL CAPES ............ 153APNDICE III: RELAO DOS CURSOS DE GRADUAO/TECNLOGO NA REA DE
TRANSPORTES (SETOR PORTURIO) ......................................................... .................................... 155APNDICE IV: RELATRIO DA COMUNICAO PESSOAL COM O SUPERINTENDENTE
DE DOCAS/RJ ........................................................... ................................................................. .............. 157APNDICE V: EXEMPLO DE UM MODELO FSICO DE TERMINAL DE CONTINERES. ... 164APNDICE VI: CARACTERSTICA DOS TERMINAIS DE CONTINERES ASSOCIADOS
ABRATEC. ...................................................... ................................................................. ......................... 166APNDICE VII: RELATRIO DE VISITA MULTITERMINAISMULTIRIO. ...................... 170APNDICE VIII: RELATRIO DE VISITA LIBRA TERMINAISTERMINAL T1. .............. 172APNDICE IX: QUESTIONRIO UTILIZADO DURANTE AS APLICAES DO JOGO DO
TECON ...................................................................................................................................................... 174
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NDICE DE FIGURAS
Figura 2.1:Ciclo de aprendizagem. .......................................................................................... 6
Figura 2.2: Processo de ensino do aluno. .................................................................................. 7
Figura 2.3: Interao entre o ciclo de aprendizagem e o processo de ensino. ........................... 8
Figura 2.4: Instituies de ensino em transportes por regio geogrfica. ............................... 12
Figura 3.1: ndice de Continerizao no Brasil de 2002 at 2007......................................... 21
Figura 3.2:Operao porturia por uma via direta. ................................................................ 29
Figura 3.3:Operao porturia por uma via semidireta. ....................................................... 30
Figura 3.4:Operao porturia por uma via indireta. ............................................................. 30
Figura 3.5: Ciclo da carga. ...................................................................................................... 31Figura 3.6: Ciclo do veculo. ................................................................................................... 32
Figura 4.1:Classificao para os jogos de empresa. ............................................................... 46
Figura 4.2: Procedimentos e etapas para a elaborao de jogos de empresa. ......................... 48
Figura 4.3: Fases de aplicao dos jogos de empresa. ............................................................ 49
Figura 4.4: Fases de aprendizagem vivencial ......................................................................... 51
Figura 5.1:Modelo lgico do jogo do TECON. ..................................................................... 58
Figura 5.2:Tela Inicial do mdulo das equipes. ................................................................... 103Figura 5.3:Tela inicial do manual. ....................................................................................... 104
Figura 5.4:Tela de simulao da chegada de navios. ........................................................... 105
Figura 5.5:Tela de simulao da Armazenagem. ................................................................. 105
Figura 5.6:Tela de arrendamento do terminal. ..................................................................... 106
Figura 5.7:Tela de configurao do terminal. ...................................................................... 107
Figura 5.8:Tela de simulao da capacidade de atendimento do terminal. .......................... 108
Figura 5.9:Tela de investir em equipamentos. ..................................................................... 109Figura 5.10:Tela dos indicadores de desempenho. .............................................................. 110
Figura 5.11:Exemplo do arquivo gerado pela equipe/participante para o instrutor. ............ 111
Figura 5.12:Tela do jogo do TECON a partir da 2 rodada. ................................................ 111
Figura 5.13:Tela do mdulo do instrutor. ............................................................................ 112
Figura 5.14:Tela de demonstrao do resultado da rodada. ................................................. 113
Figura 6.1:Aplicao do jogo do TECON durante a XXIII ANPET. .................................. 117
Figura 6.2:Aplicao do jogo do TECON no CEFET/ITAGUA: Primeiro grupo. ............ 119
Figura 6.3: Aplicao do jogo do TECON no CEFET/ITAGUA: Segundo grupo. ............ 119
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Figura 6.4: Aplicao do jogo do TECON na UFF/VR. ....................................................... 120
Figura 6.5:Nvel de formao acadmica. ............................................................................ 123
Figura 6.6:rea de atuao................................................................................................... 124
Figura 6.7:Identificao do nvel de conhecimento dos participantes sobre a tcnica jogos
de empresa......................................................................................................... 125
Figura 6.8:Tempo que os participantes conhecem a tcnica jogos de empresa................ 126
Figura 6.9:Base de conhecimento dos participantes no que diz respeito a jogos de empresa
. ............................................................................................................................ 127
Figura 6.10:rea de conhecimento prtico da tcnica jogos de empresa. ........................... 128
Figura 6.11: Percentual de participantes com conhecimento sobre o setor porturio. .......... 129
Figura 6.12:Nvel de conhecimento dos participantes acerca do setor porturio................. 130Figura 6.13:Tempo de conhecimento/experincia do participante. ..................................... 130
Figura 6.14:Variveis consideradas para a escolha da altura de empilhamentos do terminal
. ............................................................................................................................ 132
Figura 6.15:Variveis consideradas para a escolha do terminal para ser arrendado. ........... 133
Figura 6.16:Variveis consideradas ao escolher as configuraes do terminal por bero. .. 135
Figura 6.17:Configuraes escolhidas para os beros. ........................................................ 136
Figura 6.18:Percentagem de participantes que realizaram investimentos em equipamentos. ............................................................................................................................ 137
Figura 6.19: Variveis consideradas para a realizao de investimentos em equipamentos
. ............................................................................................................................ 139
Figura 6.20: Opinio dos participantes sobre modelo de planejamento de um terminal de
contineres apresentado no jogo do TECON....................................................... 141
Figura 6.21:Opinio dos participantes com relao a contribuio do jogo do TECON. .... 142
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NDICE DE TABELAS
Tabela 2.1: Metodologia de ensino. ........................................................................................ 10
Tabela 2.2:Nvel de PsGraduao. ................................................................................... 14
Tabela 2.3:Nvel de Graduao/Tecnlogo. ........................................................................... 15
Tabela 2.4:Nvel Tcnico. ...................................................................................................... 15
Tabela 3.1:Geraes de navios portacontineres................................................................ 23
Tabela 3.2:Tipos de Contineres. ........................................................................................... 25
Tabela 3.3:Tipos de ContineresContinuao. ................................................................... 26
Tabela 3.4:Equipamentos utilizados na faixa do cais. ............................................................ 28
Tabela 3.5:Equipamentos utilizados entre a faixa do cais e a rea de armazenagem. ........... 28Tabela 4.1:Abordagens selecionadas relacionadas metodologia de jogos de empresa. ...... 39
Tabela 4.2: Abordagens selecionadas relacionadas metodologia de jogos de empresa
(Continuao). ....................................................................................................... 40
Tabela 4.3:Objetivos dos jogos de empresa. .......................................................................... 42
Tabela 4.4:Objetivos educacionais de acordo com o nvel de ensino. ................................... 52
Tabela 5.1:Processos modelados matematicamente no jogo do TECON: Mdulo das equipes
. .............................................................................................................................. 67Tabela 5.2: Processos modelados matematicamente no jogo do TECON: Mdulo do
instrutor. ................................................................................................................. 84
Tabela 5.3:Layouts de Terminais de contineres. .................................................................. 92
Tabela 5.4:Geraes de navios que compem o jogo do TECON. ........................................ 95
Tabela 5.5:Caracterizao do terminal LIBRAT1 por tipo de movimento. ....................... 95
Tabela 5.6:Caracterizao do terminal LIBRAT1 por tipo de continer. .......................... 96
Tabela 5.7:Tipos de contineres. ............................................................................................ 96Tabela 5.8:Percentagem de contineres por tipo de movimento e estado. ............................. 97
Tabela 5.9:Tipos de equipamentos de cais. ............................................................................ 98
Tabela 5.10:Tipos de equipamentos de ptio. ........................................................................ 98
Tabela 5.11:Pr-configuraes para os beros. .................................................................... 100
Tabela 5.12:Indicadores de desempenho. ............................................................................. 101
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1. INTRODUO
Tem-se verificado carncia na formao de recursos humanos com capacidade para
atuar em reas que exijam o conhecimento das especificidades do transporte intermodal,
como, por exemplo, no caso dos terminais porturios ou retro-porturios que movimentam
contineres com enfoque para exportao. Observa-se que neste caso, o reconhecimento das
limitaes de formao de recursos humanos levou inclusive ao lanamento de edital
especfico pela CAPES (Edital CAPES/MEC e SECEX/MDIC no19/2009) para estimular a
criao, o fortalecimento e a ampliao de reas de concentrao em comrcio exterior, tendo
como uma das reas temticas prioritrias a de aperfeioamento da logstica de comrcio
exterior com enfoque porturio.
Neste contexto, esta dissertao prope a elaborao e a aplicao de um modelo de
jogo de empresa para o setor porturio, mais especificamente para terminais de contineres
o jogo do TECON, que seja capaz de ser utilizado como uma ferramenta de ensino-
aprendizagem em cursos que apresentam disciplinas relacionadas ao transportes de cargas e
logstica. O modelo de jogo de empresa elaborado envolve o desempenho operacional dos
terminais e a capacidade de oferecer melhores servios e deslocar a demanda de transporte
por meio de variveis do tipo volume de investimentos em equipamentos, recursos humanos e
perfil de operao.
O presente trabalho est vinculado ao projeto LABSIM (Laboratrio de Simulao e
Jogos de Empresas Aplicados ao Transporte) desenvolvido pelo Programa de Engenharia de
Transporte (PET) do Instituto Aberto Luiz Coimbra de Ps-Graduao e Pesquisa em
Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo como agente
financiador o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico).
Como parte deste projeto foram desenvolvidos quatro aplicativos de jogos de empresavoltados ao ensino na rea de transportes de cargas, dos quais o jogo do TECON faz parte.
Segundo KEYS E WOLF (1997), OLIVER E ROSAS(2004), BERNARD (2006), A
utilizao de um jogo permite a criao de um ambiente dinmico de aprendizagem sem
muita complexidade, onde os participantes tem a oportunidade de unir a teoria aprendida em
sala de aula com a prtica que ser proporcionada pela utilizao do jogo.
O jogo propicia a chance de se vivenciar situaes-problemas e resolv-las com os
recursos disponveis, verificando os resultados de suas decises sem que haja conseqncias
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indesejadas, principalmente de cunho financeiro, em virtude das decises que foram
escolhidas pelos participantes Isto possvel, visto que, todo o processo se passa em um
ambiente simulado (no caso desta dissertao, um porto fictcio).
Sendo assim, o participante aprende as principais operaes de um terminal de
contineres vivenciando-as atravs das rodadas realizadas no jogo, ou seja, o participante tem
a possibilidade de aprender fazendo.
Segundo GRAMIGMA (2007) este aprender fazendo tem sido a forma mais efetiva de
ensino, pois quando se aprende fazendo, a internalizao do aprendido duradoura.
1.1. Hiptese e premissas da dissertao
Este trabalho tem como hiptese a possibilidade de aprimorar o processo de ensino-aprendizagem de profissionais que atuam no setor porturio, mais especificamente em
terminais de contineres, por meio da aplicao de um jogo de empresa especfico para o setor
Como premissas podem ser destacadas a importante contribuio j reconhecida dos jogos
de empresa por diversos autores como KNABBEN E FERRARI (1996), LOPES E
WILHELM (1996), YOZO (1996); WILHELM (1997); NIVEIROS et al. (1999). Tais autores
reconhecem os jogos de empresa como uma ferramenta que proporciona a interao da teoria
com prtica, nas reas de administrao e logstica.
Segundo FIANI (2006) a Teoria dos Jogos ajuda a entender teoricamente o processo de
deciso dos agentes que interagem, sendo assim como premissa pode-se destacar ainda a
aplicabilidade da Teoria dos Jogos na elaborao do jogo de empresa que compe esta
dissertao.
1.2. Objeto de estudo e objetivos da dissertao
O objeto de estudo desta dissertao so os terminais de contineres, destacando o
planejamento operacional destes terminais.
Esta dissertao apresenta dois objetivos: um dito principal e um dito secundrio.
Como objetivo principal desta dissertao tem-se a elaborao e a aplicao de um
modelo de jogo de empresa, o jogo do TECON, que representa um modelo das operaes de
planejamento operacional de um terminal de contineres.
Como objetivo secundrio tem-se a aplicao deste jogo para alunos de diversos nveis de
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ensino (tcnico, graduao e ps-graduao) de cursos relacionados com a rea de transportes.
Estas aplicaes visam utilizar o jogo com uma finalidade pedaggica, representando um
mtodo pouco praticado de ensino.
Para a concretizao dos objetivos desta dissertao fez-se necessrio alguns esforos:
1) Realizou-se um panorama do ensino em transportes no Brasil. Este panorama permitiua identificao das metodologias de ensino utilizadas em cursos relacionados com a
rea de transportes, e a anlise da viabilidade da utilizao da metodologia de jogos de
empresa no processo de ensino-aprendizagem.
2) Estudou-se a metodologia aplicada aos jogos de empresas e os jogos de empresaexistentes com a finalidade de que as experincias proporcionadas pela utilizao dos
jogos de empresa em reas distintas transporte servissem de base para a elaboraodo modelo de jogo de empresa para o terminal de contineres. Alm deste estudo,
buscou-se conceitos sobre a teoria dos jogos para que se conseguisse desenvolver um
jogo que contivesse uma base de conhecimento slida e com regras bem definidas;
3) Buscou-se entender as variveis envolvidas no jogo elaborado para que fosse possvel,durante a sua aplicao, realizar uma avaliao dos participantes de uma maneira
condizente com o que o uso da ferramenta pode proporcionar.
1.3. Estrutura da dissertao
Para que fosse possvel a realizao deste trabalho, definiu-se uma estrutura composta
por 7(sete) Captulos. O presente e primeiro Captulo aborda os aspectos introdutrios deste
trabalho. O Captulo seguinte, 2 (dois), traa o panorama do ensino em transportes no Brasil
com o intuito de verificar as metodologias de ensino adotadas.
Na sequencia tem-se o Captulo 3 (trs), que resume uma pesquisa bibliogrfica e
documental sobre o setor porturio, mais especificamente sobre os terminais de contineres.
Seu objetivo de caracterizar os terminais de contineres. Este Captulo compe a base
terica sobre o objeto de estudo.
No Captulo seguinte, 4 (quatro), apresenta-se a metodologia adotada nos jogos de
empresa, assim como conceitos de Teoria dos Jogos, por meio de pesquisa bibliogrfica.
J no Captulo 5 (cinco) apresentado o jogo de empresa para terminais de contineres
o jogo do TECON. Este jogo foi elaborado a partir de conceitos de jogos de empresa e
Teoria dos Jogos (Captulo 4), combinados com a caracterizao do setor porturio, mais
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especificamente dos terminais de contineres, apresentada no Captulo 3.
No Captulo 6 (seis) tem-se a descrio e a analise dos resultados das aplicaes do
jogo do TECON. O jogo do TECON contou com 5 (cinco) aplicaes que foram realizadas
durante o ms de novembro de 2009 no XXIII ANPET (Congresso da Associao Nacional
de Pesquisa e Ensino em Transportes) e em instituies de ensinos que possuem cursos
relacionados com o setor porturio e/ou de logstica.
No ltimo Captulo, 7(sete), so apresentadas as consideraes finais e sugestes para
trabalhos futuros.
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2. O ENSINO EM TRANSPORTES NO BRASIL
O objetivo deste Captulo traar o panorama do ensino em transportes no Brasil1.
Isso ser feito por meio de pesquisa bibliogrfica do referencial terico e consulta a
instituies de ensino selecionadas, no Brasil, que possuem linha de pesquisa em
engenharia/gesto de transportes e logstica, nos nveis tcnicos, graduao/tecnlogo,
especializao e ps-graduao. Esta pesquisa permitir que sejam identificadas as
metodologias utilizadas no processo de ensino-aprendizagem e o perfil destas instituies.
Inicialmente, ser abordado de uma maneira geral o processo de ensino-aprendizagem,
em seguida sero apresentadas as principais metodologias utilizadas, enfatizando aspectos
relacionados com o ensino na rea de engenharia.
2.1. O processo de ensino-aprendizagem
Segundo FERREIRA (1999), o ensino uma forma sistemtica de transmisso de
conhecimentos utilizada pelos seres humanos para instruir e educar seus semelhantes. J a
aprendizagem pode ser definida como sendo o modo pelo qual os seres humanos adquirem
novos conhecimentos, desenvolvem competncias e mudam o seu comportamento.
Desta maneira, o processo de ensino-aprendizagem pode ser considerado como um
processo complexo, aonde se busca constantemente uma sincronia entre o conhecimento
repassado pelo professor e a aprendizagem do aluno.
De acordo com BORDENAVE E PEREIRA (2008), a aprendizagem um processo
qualitativo e no quantitativo, pelo qual a pessoa fica melhor preparada para adquirir novos
conhecimentos, permitindo uma transformao estrutural de sua inteligncia.Segundo STICE apudBELHOT (1997), o ciclo de aprendizagem poder ser considerado
como um ponto de referncia para o processo de aprendizagem realizado pelo aluno, sendo
formado por 4 (quatro) etapas principais e 6 (seis) subetapas, conforme pode ser observado na
1 A elaborao deste captulo faz parte do escopo do projeto LABSIM realizado pelo PET/COPPE/UFERJ e tendo como agente
financiador o CNPq. Seu contedo foi desenvolvdo em parceria pelas pesquisadoras Suellem Deodoro Silva e Emmanuela de Almeida
Jordo e compe o Captulo 2 de suas respectivas dissertaes.
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Figura 2.1.
Contextualizar
Resolver
Conceitualizar
Novas
situaes
Justificar
Testar
P O R
Q U E
OQUE
COMO
E-SE
Fonte: BELHOT (1997)
Figura 2.1: Ciclo de aprendizagem.
Na etapa POR QUE, do ciclo de aprendizagem, esto inseridas as subetapas
contextualizar e justificar, nesta etapa que o aluno obtm o conhecimento do que ser
ensinado, justificando a importncia do que ser aprendido.
J a etapa O QUE, relacionada com a conceitualizao, considerada uma
complementao da etapa POR QUE, medida que, aps ser contextualizado se faz
necessrio, que os principais conceitos referentes ao que ser aprendido, sejam transmitidos
ao aluno.
A etapa COMO, esta inserida no contexto de resoluo e teste dos conhecimentos
obtidos pelo aluno. o momento de verificar o quanto das etapas POR QUE e O QUE,
foram assimiladas pelo aluno.Na etapa E-SE, o aluno dever ser exposto a novas situaes, que o au xiliaro na
finalizao do processo de aprendizagem, fechando desta forma, o denominado ciclo de
aprendizagem.
Em relao ao processo de ensino, para BELHOT (1997), este pode ser comparado a
um livro de receitas, medida que se baseia na soluo de proble mas escolhidos, por meio
da aplicao de uma seqncia de passos pr-estabelecidos.
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Segundo BORDENAVE e PEREIRA (2008), o processo de ensino um processo
pragmtico, isto , um mecanismo pelo qual se pretende alcanar certos objetivos e para isso
se mobilizam meios, organizando-se em uma estratgia seqencial e combinatria.
Desta forma, o processo de ensino pode ser estruturado em 3 (trs) etapas, conforme
apresentado na Figura 2.2.
Controlar
Planejar
Orientar
Fonte: Elaborao prpria, adaptado de BORDENAVE E PEREIRA (2008)
Figura 2.2: Processo de ensino do aluno.
Analisando o ciclo de aprendizagem e o processo de ensino, estes podem ser
comparandos a uma engrenagem, na qual trabalha-se conjuntamente e de forma harmoniosa,
para que se obtenha um processo uniforme. A Figura 2.3 apresenta a interao entre o ciclo de
aprendizagem e o processo de ensino.
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Controlar
Planejar
Orientar
Contextualizar
Resolver
Conceitualizar
Novas
situaes
Justificar
Testar
POR
QUE?
OQUE?
COMO
E-SE
Fonte: Elaborao prpria, adaptado de BORDENAVE e PEREIRA (2008)e BELHOT (1997).
Figura 2.3: Interao entre o ciclo de aprendizagem e o processo de ensino.
Segundo MASETTO (2003), devido diversidade existente entre os processos de
ensino e aprendizagem a nfase dada a um ou a outro far com que os resultados daintegrao ou correlao dos dois processos sejam diferentes.
A partir do pensamento de que pessoas diferentes podem vir a aprender de modos
diferentes que surgem algumas metodologias de ensino que buscam utilizar canais de
aprendizagem distintos, como por exemplo, metodologias que utilizam a aprendizagem
centrada na visualizao, na audio, em textos e/ou no fazer.
2.2. Metodologias de ensino utilizadas no Brasil
A metodologia de ensino pode ser definida como o caminho utilizado pelos
professores para ensinar determinado(s) assunto(s) para os alunos, sendo assim, a escolha
da(s) metodologia(s) a ser (em) empregada(s) deve(m) aliar-se ao processo de ensino-
aprendizagem, almejado pelo professor em seu plano de disciplina.
De acordo com MASETTO (2003), no Brasil, tem-se procurado formar profissionais
mediante um processo de ensino em que conhecimentos e experincias profissionais so
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transmitidos de um professor que sabe e conhece sobre o assunto, para um aluno que,
provavelmente, no sabe e no conhece. Posteriormente, submete-se o aluno a uma avaliao
que indica se este enconta-se apto ou no para exercer determinada profisso.
Desta forma, as metodologias em sua quase totalidade esto centradas em transmisso
ou comunicao oral de temas pr-determinados mediante a um programa de disciplina que
deve ser cumprido.
De acordo com LUNA (2006), embora exista um amplo leque de metodologias
disposio dos professores, muitos dominam uma nica metodologia, que geralmente a de
aulas expositivas. Tambm h muitos professores que, embora conhecendo outras
metodologias, no as aplicam por no se sentirem seguros para aplic-las e h ainda
professores que mesclam as metodologias unicamente pelo desejo de diversificar, sem saber
se so ou no adequadas ao processo de ensino proposto.
A partir de pesquisa bibliogrfica nacional, foi possvel a elaborao da Tabela 2.1,
identificando as principais vantagens e desvantagens de 7 (sete) tipos de metodologias de
ensino, que podem ser utilizadas pelos professores com a finalidade de proporcionar meios
diversificados de transmitir conhecimentos aos alunos.
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Tabela 2.1: Metodologia de ensino.
Metodologia Conceito Vantagens Desvantagens
Aula expositiva a forma mais tradicional de ensino econsiste em apresentar um assunto aoaluno por meio da exposio.
- Apresenta um assunto ao aluno de formaorganizada;- Transmite as experincias do professor;- Sintetizao a unidade de ensino.
- A Inici ativa de exposi o cabe ao professo r;- A motivao dos aluno pode ser interrompida aqualquer momento.
Resoluo de
exerccios
usado na complementao e reforo saulas expositivas, sendo uma ferramenta
de auxlio para a fixao ecompreendeeno do ensino terico.
- Aplicao dos conceitos vistos em sala deaula; -
Auxilio na fixao do contedo.
- Seq unc ias de exe rcc ios rep etidos, po dem
desmotivar o aluno a desenvolver o raciocnio.
Estudo de casos
A idia principal de motivar o processode ensino, desenvo lver a capacidadeanaltica do aluno e pr epar-lo paraenfrentar situaes consideradascomplexas.
- Ajuda o aluno a formar seu prprio "esquema"de resoluo de problemas;- Promove a interao.
- O tempo utilizado para a execuo da tarefa podeser longo.
Seminrios
um procedimento didtico que consisteem levar o aluno a pesquisar sobredeterminado tema, apresent-lo e discut-lo cientificamente.
- Est imula no aluno o esprito de pesquisador.- Necessidade de acompanhamento do professor no
processo de confeco do seminrio.
Softwares eSimulao
Softwares e simulao podem ser definidos como ferramentas educacionais,que permitem aos alunos diversas opes
para reviso constante de suas decises.
- Tempo de resposta rpido;- Entusiamo nos alunos para aprender;- Integrao do conhecimento.
- Necessidade de anlise da resposta pelo aluno;- Muitos softwares no so livres e sua aquisio paraa instituio cara, fazendo com que a licena sejadisponibilizada para poucos computadores.
Jogos de Empresa
um mtodo que consiste em levar oaluno a tomar d eci ses em empresas
virtuais, negociando umas com as outrasdentro da mesma classe ou de outrasclasses e cursos.
- um mtodo dinmico e abrangente;
- Desenvolve nos alunos habillidades e atitudesque auxiliam no processo de tomada de deciso.
- O despreparo do aluno pode virar uma limitao,dificultando assim o aprendizado na tentativa de e rros
e acertos;- A efetivao da tcnica depende do professor(instrutor).
Visitas tcnicas uma forma prtica de despertar ointeresse dos alunos, para aspectos atento conhecidos somente na teoria.
- Possibilidade de vivncia prtica da teoria. - Limitaes relacionadas a horrios, disponibilidadede recursos, entre outros aspectos.
Fonte: Elaborao prpria a partir de LUNA (2006), MOREIRA (1997), MORIN (2003) e NRICI (1981).
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Independente do(s) mtodo(s) de ensino utilizado(s) pelo professor no processo
de ensino-aprendizagem, este deve ser o facilitador do processo, tendo sempre em
mente que o seu principal objetivo transmitir conhecimentos para seus alunos, ou seja,
importante que o professor identifique as metodologias disponveis e perceba queexiste um leque de estratgias (combinaes de metodologias) possveis, com vantagens
e desvantagens, e utilize a que considerar mais adequadas ao processo de ensino-
aprendizagem do aluno.
2.3. Panorama do ensino em transportes no Brasil
O ensino na rea de transportes composto por instituies denominadas
componentes e instituies sistmicas. As instituies componentes podem ser definidas
como sendo aquelas que que enfatisam o ensino dos componentes dos sistemas de
transportes (via, veculo, terminais e controle). J as instituies sistmicas so aquelas
que enfatisam o ensino dos sistemas de transportes propriamente dito, enfatizando
aspectos relacionados com o planejamento, operao, infra-estrutura etc.
Neste trabalho ser abordado os aspectos relacionados com o ensino de
transporte nas instituies sistmicas. Estas podem ser divididas em nveis de ensino
tcnico, de graduao/tecnlogo, de especializao e de ps-graduao.
Os cursos de nvel tcnico na rea de transportes possuem nfase na rea
operacional.
Em nvel de graduao, o ensino de transportes corresponde a uma linha de
pesquisa encontrada nos cursos de engenharia civil e de engenharia de produo. Na
maioria dos casos, no curso de engenharia civil, a linha de pesquisa em transportes est
relacionada com estudos sobre infra-estrutura dos sistemas de transportes, enquanto noscursos de engenharia de produo e no nvel tecnlogo, tal linha de pesquisa assume a
caracterstica de estudos voltados para a logstica e que envolvem estes sistemas.
J no nvel de ps-graduao, a nfase dada ao curso depender da instituio de
ensino, podendo abranger aspectos relacionados com o planejamento e/ou a operao
e/ou a infra-estrutura dos sistemas de transportes.
Desta forma, para se traar o panorama atual do ensino em transportes no Brasil,
foi realizada pesquisa documental no exaustiva, por meio de consulta e levantamento
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de dados nos portais do Ministrio da Educao e Cultura MEC (2008),
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES (2008),
Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa Educacionais Ansio Teixeira INEP (2008),
permitindo desse modo a elaborao do mapeamento das instituies de ensino que
figuram nestes portais e que possuem cursos na rea de transportes, identificando a
quantidade de instituies e a forma como esto distribudas geograficamente por nvel
de ensino.
Foram identificadas 43 (quarenta e trs) instituies de ensino na presente
pesquisa, sendo distribudas por regies geogrficas, conforme pode ser observado na
Figura 2.4.
Fontes: Elaborao prpria, com base em CAPES (2008), INEP (2008) e MEC (2008).Figura 2.4: Instituies de ensino em transportes por regio geogrfica.
Por meio do mapa da Figura 2.4, possvel analisar que do total das instituies
identificadas na pesquisa 62,8% das instituies esto localizadas na regio Sudeste,
seguida da regio Sul com 25,6%, enquanto as regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste
apresentam somente 11,6% das instituies com ensino em transporte.
Aps realizado o levantamento das instituies de ensino, buscou-se identificar
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as metodologias utilizadas no processo de ensino-aprendizagem.
As informaes referentes metodologia de ensino das instituies foram
obtidas em consulta aos websites das instituies, por meio de entrevista em contato
telefnico ou contato pessoal e envio de questionrio por meio de mensagem eletrnicaaos coordenadores ou pedagogos das instituies. As diversas formas de contato
utilizadas, se justificam a medida que muitas instituies no disponibilizam em seus
websites a metodologia de ensino utilizada, mas somente a grade curricular. O
APNDICE I apresenta o modelo da mensagem eletrnica utilizada para a pesquisa.
Desta maneira, das 43 (quarenta e trs) instituies identificadas, somente foram
obtidas informaes referentes metodologia de ensino de 22 (vinte e duas), conforme
apresentado nas Tabelas 2.2, 2.3 e 2.4. A relao geral das instituies de ensinoencontra-se no APNDICE II.
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Tabela 2.2:Nvel de PsGraduao.
Mestrado Doutorado
Universidade Federal do CearEngenharia de transportes
CE 9 - 13 105 1 1 1 0 0 0
Universidade de BrasliaEngenharia de transportes
DF 21 4 11 47 1 1 1 1 0 1
Universidade Federal do Esprito SantoEngenharia civil / transportes
ES 8 - 18 82 1 1 1 1 0 1
Universidade Federal de Minas Gerais Engenharia de t ransportes e geotecnia MG 4 - 15 235 1 1 1 1 1 1
Instituto Militar de E ngenhariaEngenharia de transportes
RJ 15 - 12 35 1 1 1 1 0 1
Pontifcia Universidade Catlica do Rio deJaneiro
Engenharia de produo / transportesRJ 33 33 15 99 1 1 1 1 0 0
Universidade Federal do Rio de JaneiroEngenharia de transportes
RJ 30 18 16 137 1 1 1 1 0 1
Instituto Tecnolgico da AeronuticaEngenharia de infra - estrutura aeronutica
SP 17 - 14 59 1 1 1 0 0 1
Universidade de So PauloEngenharia de sis temas logsticos
SP 6 - 6 17 1 1 1 1 0 1
Universidade de So Paulo (EPUSP)Engenharia de transportes
SP 33 26 17 77 1 1 1 1 1 1
Universidade de So Paulo/ So CarlosEngenharia de transportes
SP 36 33 14 73 1 1 1 0 0 1
UnicampEngenharia civil / transportes
SP 9 9 89 155 1 1 1 1 1 0
Universidade Federal de Santa CatarinaLogstica e transporte de carga
SC 36 33 14 73 1 1 1 1 1 1
Universidade Federal do Rio Grande do SulEngenharia de produo / transportes
RS 18 10 13 185 1 1 1 1 0 1
14 14 14 11 4 11
Visitastcnicas
DADOS INSTITUCIONAIS METODOLOGIA UTILIZADA
SeminriosAnos de curso N de
docentesN de
dicentesJogos deempresa
InsituioSoftwares
esimula o
rea UF Aulasexpositivas
Estudo decasos
TOTAL Fonte: Elaborao prpria.
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Tabela 2.3:Nvel de Graduao/Tecnlogo.
Graduao Tecnlogo
Centro Federal de Educao Tecnolgica Tecnologia em Transportes Urbanos GO - 4 1 1 1 0 0 1
Universidade Estadual do Rio de Janeiro Engenharia Civil - Tranportes RJ 33 - 1 1 1 0 0 1
Faculdade de Tecnologia Americana Logstica com nfase em transportes SP - 1 1 1 1 1 0 1
Universidade de Uberaba Tecnologia em Gesto de Transporte Areo MG - 3 1 1 1 1 0 1
Universidade Luterana do Brasil Tecnologia em Transporte Terrestre RS - 5 1 1 1 0 0 0
Universidade Tuiut do Paran Tecnologia em Transporte Areo PR - 3 1 1 1 0 0 0
6 6 6 2 0 4TOTAL
Jogos deEmpresa
VisitasTcnicas
DADOS INSTITUCIONAIS METODOLOGIA UTILIZADA
Insituio rea UFAnos de curso Aulas
Expositivas
Estudo deCasos
Seminrios Softwares e
Simulao
Fonte: Elaborao Prpria.
Tabela 2.4:Nvel Tcnico.
Escola Tcnica Estadual de Transportes Eng. Silva Freire Transportes RJ 111 1 1 1 0 1 1
Centro Federal de Educao Tecnolgica Transportes ES - 1 1 1 0 0 1
2 2 2 0 1 2TOTAL
DADOS INSTITUCIONAIS METODOLOGIA UTILIZADA
Insituio rea UFAulas
ExpositivasEstudo de
CasosSeminrios
Softwares eSimulao
Jogos deEmpresa
VisitasTcnicas
Anos de curso T cnico
Fonte: Elaborao Prpria.
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A amostra das 22 (vinte e duas) instituies, apresentadas nas Tabelas 2.2, 2.3 e
2.4, podem ser consideradas significativas medida que so instituies renomadas, que
possuem em mdia mais de 10 anos de cursos reconhecidos pelos rgos oficiais da rea
de ensino.
Pode se verificar que na amostra obtida, h predominncia da utilizao de
metodologias ditas tradicionais, tanto nos cursos tcnico, de graduao e de ps-
graduao, com 100% das instituies utilizando aulas expositivas, estudo de casos e
seminrios.
Em relao as metodologias relacionadas com a utilizao de softwares e
simulao, nos cursos de ps-graduao verifica-se que 78,6 % das instituies utilizam
esta metodologia, enquanto nos cursos de graduao e tcnico somente 25% dasinstituies.
Os jogos de empresa, como ferramenta metodolgica, vem sendo aplicado
apenas em cursos de ps-graduao, mesmo assim somente 28,6% das instituies
identificadas na amostra o utilizam. A exceo que se encontra, a Escola Tcnica
Estadual de Transportes Engenheiro Silva Freire, que em nvel tcnico, vem aplicando
um jogo de logstica. O Captulo 4, desta dissertao, abordar de forma mais ampla
esta metodologia de ensino.
Os percentuais apresentados sobre a utilizao dos tipos de metodologias pelas
instituies corroboram o que foi apresentando tanto nos itens 2.1 quanto 2.2 deste
Captulo, aonde se verificou que muita das vezes o processo de ensino, no insere o
aluno no contexto de novas situaes, utilizando somente metodologias ditas
tradicionais, que nem sempre permitirem que o processo de ensino e aprendizagem seja
realizado de forma harmoniosa.
De acordo com STICE apud BELHOT (1997), as atividade de ensino esto
baseadas nas etapas O QUE e COMO, apresentadas no ciclo de aprendizagem, e
inseridas na etapa CONTROLAR do processo de ensino. Desta maneira, o ensinoem
sua grande maioria, restringi-se a aulas tericas (com excessivo e, as vezes,
desnecessrio, grau de detalhe) ou a aulas prticas (onde o problema j foi isolado de
seu contexto e dos outros problemas com os quais tem relao de dependncia e
interao).
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Segundo BELLONI (2002), os alunos s aprendem se estiverem diretamente
envolvidos na construo do conhecimento, e suas oportunidades de aprender so to
melhores quanto maior for o seu acesso a todos os meios tcnicos disponveis na
sociedade.
Desta forma, pode se concluir que o ensino de engenharia de transportes no
Brasil realizado predominantemente na regio Sudeste, sendo utilizadas metodologias
ditas tradicionais, com uma tendncia a utilizao de metodologias inovadoras em
cursos de nveis mais avanados, que tem potencial de agregar mais valor ao processo
de ensino-aprendizagem dos alunos.
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3. O SETOR PORTURIO
O objetivo deste Captulo caracterizar o setor porturio, mais especificamente
no que tange aos terminais de contineres brasileiros. Uma parte desta caracterizao foi
feita por meio de pesquisa bibliogrfica relacionada com a identificao dos elementos
porturios e os tipos de configuraes dos terminais porturios brasileiros. Alm da
pesquisa bibliogrfica, foram realizadas visitas tcnicas ao terminal de contineres das
empresas MULTITERMINAIS (Multirio) e LIBRA TERMINAIS (Terminal 1) e
entrevistas com especialistas da rea. As visitas tcnicas ocorreram nos terminais de
contineres da MULTITERMINAIS e da LIBRA TERMINAIS por estes se localizarem
no estado do Rio de Janeiro e estarem disponveis para a realizao das visitas, j que
ambos possuem convnio com o Instituto Nacional de Pesquisas Hidrovirias INPH,
local onde a autora atua como pesquisadora.
Desta forma, esta pesquisa permitiu a identificao das principais configuraes
porturias existentes no Brasil, servindo de base para o modelo lgico e matemtico do
setor porturio a ser desenvolvido no Captulo 5 desta dissertao. Para a elaborao
deste modelo, cuja aplicao est voltada para o processo de ensino-aprendizagem,
considerou-se tambm tpicos existentes nas ementas dos cursos de graduao e/ou de
formao tecnolgica (tecnlogo) na rea de transportes, a fim de caracterizar os
elementos porturios que so apresentados aos alunos.
Sendo assim, este Captulo encontra-se estruturado em 7 (sete) itens. No item 3.1
apresenta-se uma viso geral do setor porturio tendo como base o nvel de
conhecimento a ser adquirido por alunos dos cursos de graduao/tecnlogo na rea de
transportes, e nos itens 3.2 a 3.6 uma viso especfica sobre terminais de contineres
(caractersticas, tipo de navios, tipo de contineres, tipo de equipamentos, tipo de
operao etc). O item 3.7 apresenta os indicadores porturios. Finalmente, o item 3.8
apresenta as consideraes finais deste Captulo.
3.1.O Setor Porturio
O levantamento dos elementos porturios presentes nas disciplinas oferecidas
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para alunos dos cursos de graduao/tecnlogo na rea de transportes, permitiu a
identificao dos conceitos tericos que devem ser adquiridos pelos alunos no processo
de ensino-aprendizagem. Os principais conceitos repassados pelo professor para os
alunos esto relacionados com a caracterizao da administrao e do planejamento
porturio, a importncia da atividade porturia na economia nacional, as caractersticas
e funes das instalaes porturias e aspectos organizacionais e operacionais dessas
instalaes.
O APNDICE III apresenta a relao dos cursos de graduao/tecnlogo na rea
de transportes (setor porturio) pesquisados, assim como sua respectiva grade curricular
ou seus respectivos objetivos para o curso. Listaram-se os objetivos do curso em casos
onde no se conseguiu obter informaes sobre a grade curricular.Desta forma, as definies apresentadas neste Captulo esto relacionadas com a
base terica presente nas disciplinas oferecidas pelos cursos pesquisados.
Segundo PORTO GENTE (2000), o porto pode ser definido como o elo entre os
modos de transportes terrestres e aquavirios, onde se encontram todas as instalaes
suficientes para apoiar a navegao e realizar as operaes de embarque e desembarque
de passageiros, carga e descarga de mercadorias e armazenagem.
De acordo com CRUZ (1997) e CARVALHO (2009) as principais funes dos
portos so:
- Prover facilidades adequadas e eficientes para o escoamento das cargas do
comrcio martimo;
- Promover acesso martimo adequado aos navios visando atender ao mais
eficiente ciclo operacional dos mesmos;
- Garantir a segurana dos navios no acesso e na sada, no interior da baciaporturia bem como a segurana da vida dentro dos limites do porto;
- Garantir adequada e eficiente proteo ao meio ambiente.
De acordo com CARVALHO (2009), o porto uma unidade complexa cujo
funcionamento depende fundamentalmente de 3 (trs) fatores bsicos: (1) seu processo
aduaneiro, (2) sua infraestrutura porturia e (3) sua infraestrutura fsica e de
equipamentos. A eficincia operacional do porto est diretamente relacionada com a
qualidade destes 3 (trs) fatores bsicos.
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Como o objetivo deste Captulo caracterizar os terminais de contineres, o foco
ser dado infraestrutura fsica e aos equipamentos existentes nesses terminais, tendo
como premissa que todos os terminais pesquisados possussem semelhanas no seu
processo aduaneiro e na sua infraestrutura porturia (canal de acesso, bacia de evoluo
etc), sendo diferenciados apenas pela infraestrutura fsica e por seus de equipamentos.
Com o intuito de absorver um maior entendimento sobre o setor em estudo
durante as visitas tcnicas e no processo de pesquisa bibliogrfica, optou-se por
elaborar, a partir de comunicao pessoal com o superintendente da companhia Docas
do Rio de Janeiro, um glossrio dos termos e conceitos tcnicos referentes ao setor
porturio. Tal glossrio foi dividido por setores de interesses como, por exemplo,
termos referentes ao porto fsico (infraestrutura fsica e equipamentos), documentao(processo aduaneiro), ao transporte martimo e aos tipos de cargas. O relatrio da
comunicao pessoal, assim como, o glossrio elaborado a partir de um conjunto de
referncias bibliogrficas adicionais comunicao pessoal encontram-se no
APNDICE IV desta dissertao.
3.1.1. A relao entre o transporte aquavirio (setor porturio) e a economia nacional
De acordo com BORGO FILHO (2008), 80% do comrcio entre as naes
ocorrem atravs do transporte aquavirio.
No ano de 2008 o panorama aquavirio brasileiro apresentava 65% de sua
movimentao representada por cargas continerizadas. (ANTAQ, 2009).
Desta forma, os terminais de contineres desempenham um papel importante na
globalizao dos mercados e no desenvolvimento econmico dos pases e por esse
motivo justifica-se a importncia de elaborar um modelo que auxilie na compreenso do
funcionamento do setor porturio, mais especificamente, de terminais de contineres.
Para auxiliar na elaborao deste modelo faz-se necessrio a caracterizao das
principais variveis de um terminal de contineres para que seja possvel, no Captulo 5
desta dissertao, a elaborao de um modelo lgico e matemtico que represente a
sistemtica de um terminal de contineres.
Esta dissertao entende como variveis do setor porturio, mais especificamente
do terminal de contineres, o modelo de infraestrutura de um terminal de contineres, os
tipos de navios porta-contineres, os tipos de contineres, os tipos de equipamentos
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especficos de um terminal de contineres, os tipos de operaes porturias que podem
ocorrer em um terminal de contineres e os indicadores de desempenho do setor. Tais
variveis sero apresentadas nos itens 3.2 a 3.6 deste Captulo.
3.2. Terminais de Contineres
Os terminais de contineres so terminais especializados em movimentar cargas
continerizadas. Para tanto, toda a infraestrutura do terminal planejada de modo a
oferecer equipamentos especficos para a movimentao dos contineres, alm de
planejamento da rea necessria para moviment-los/armazen-los.
No ano de 2008, 65,10% das mercadorias de carga geral foram transportadas
dentro de contineres, Alm disso, nos ltimos 8 anos a movimentao de contineres
aumentou 10,1%, conforme pode ser observado pela Figura 3.1.
55%
57,38%59,70% 59,23%
62,36%
66,27%65,10%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ndice de continerizao
Fonte: Elaborao prpria a partir de ANTAQ (2008) e ANTAQ (2009).
Figura 3.1: ndice de Continerizao no Brasil de 2002 at 2007.
De acordo com GOES FILHO (2008) e FERNANDES (2001), os terminais de
contineres necessitam de 5 (cinco) reas especficas para a sua operao: o bero de
atracao, a faixa do cais, a rea de armazenagem, a rea de consolidao e as chamadas
outras reas.
O bero de atracao o espao destinado ao navio, que se localiza junto ao cais,
e no qual o navio pode realizar as operaes de carga/descarga com segurana. As
dimenses do bero influenciam no tipo de navio que o terminal poder atender, ou seja,
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o bero funciona como uma restrio de demanda quanto ao porte do navio para o
terminal.
A faixa do cais a distncia existente entre o paramento do cais e a rea de
armazenagem na qual so instalados equipamentos encarregados de carregar edescarregar os contineres dos navios.
A rea de armazenagem, segundo GOES FILHO (2008), a rea mais importante
do terminal, pois recebe os contineres que foram descarregados dos navios ou aqueles
contineres que vo ser carregados nos navios.
A rea de consolidao/desconsolidao uma rea utilizada para a ova/desova 2
dos contineres ou para a armazenagem de contineres que ainda no tem previso
imediata de embarque.
As outras reas existentes em um terminal de contineres so as reas utilizadas
para apoio ao terminal, sendo reas destinadas para as oficinas, escritrios
(administrao do terminal), estacionamento de veculos que demandam o terminal,
alfndega etc.
O APNDICE V apresenta um exemplo de um modelo fsico de terminal de
contineres, dividido em parte martima e parte terrestre, assim como os respectivos
movimentos de contineres para importao3e exportao4
No APNDICE VI possvel verificar as principais caractersticas de 14
(quatorze) terminais de contineres associados ABRATEC (Associao Brasileira dos
Terminais de Contineres de Uso Pblico).
3.3. Tipos de Navios Porta - Continer
Os navios so tipos de veculos5apropriados para a navegao em mares, rios e
lagos.
Desta forma, os navios podem apresentar finalidades distintas como por
2Ato de carregar/descarregar cargas no continer.3Ato de receber uma carga de um pas estrangeiro.4Ato de enviar uma carga para um pas estrangeiro.5Embarcaes
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exemplo, navios de passageiros, de cargas, de lazer, de pesca, de servios (reboques,
bombeiros, salvamento etc) e militares (navios de guerra e patrulha costeira).
Segundo ABRETI (2008), o transporte martimo apresenta 3 (trs) categorias de
navios relacionadas com o transporte de cargas. Dentre as categorias tem-se: a categoriade graneleiros (petroleiros, graneleiros slidos, qumicos, gases liquefeitos e combos), a
categoria de carga unitizada (porta-contineres, ro-ro e porta barcaas) e a categoria
de carga geral ( multipurpose, box type, heavy lift, e reefer).
Os navios portacontineres so navios especialmente preparados para realizar
o transporte de contineres. A capacidade destes navios medida em TEUs (Twenty
Foot Equivalent Units) ou em FEUs (Forty Foot Equivalent Units). Tais capacidades
representam respectivamente contineres de 20 e 40(GUIA MARTIMO, 2008).
Segundo ABRATEC (2008), existem 6 (seis) geraes de navios porta-
contineres, como pode ser visto na Tabela 3.1.
Tabela 3.1:Geraes de navios portacontineres.
Navio Gerao poca Tipo de Navio Capacidade (TEU)Comprimento (m)Calado (m)
6 Gerao 2006 Super Size 15.000 397,7 16
14,65 Gerao 2000 - 2005Super Post -
Panamax8.600 322,7
11,6
4 Gerao 1986 - 2000Post -
Panamax4.848 287,6 13,2
3 Gerao 1985 Panamax 3.220 249,4
10
2 Gerao 1970 - 1980 Full Cellular 2.305 220,6 12,1
1 GeraoPr - 1960 -
1970Ideal X 1.700 180,1
Fonte: Elaborao prpria a partir de ABRATEC (2008).
As geraes de navios presentes na Tabela 3.1 serviro de modelos para os tipos
de navios a serem considerados no modelo do jogo de empresa a ser elaborado para o
setor porturio.
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Os tipos de navios que os terminais podem atender esto diretamente
relacionados com o layout6 de cada terminal, pois o bero do terminal deve possuir
dimenses que atendam ao calado e ao comprimento do navio, assim como a rea
destinada armazenagem deve ser suficiente para movimentar (carregar/descarregar) e
armazenar a demanda de contineres para o terminal
3.4. Tipos de Contineres
O fenmeno de continerizao de cargas comeou na dcada de 60
(STOPFORD, 1988), e desde ento, a movimentao porturia mundial apresenta um
crescimento contnuo no ndice de continerizao de cargas na exportao e na
importao.
Segundo UNCTAD (1994) este crescimento foi impulsionado pelos 4 (quatro)
principais fatores relacionados a seguir.
1 - A globalizao das companhias de navegao;
2 - A competio introduzida no setor porturio;
3 - A logstica integrada propiciada pelo transporte intermodal e pela utilizao
do continer;
4 - A lei de modernizao dos portos.
O continer um equipamento utilizado para o transporte unitizado de
mercadorias. Atualmente, existem diversos tipos de contineres: contineres fechados
que podem ou no apresentar equipamento que controlem a temperatura interna;
contineres total ou parcialmente abertos e contineres tanques. As Tabelas 3.2 e 3.3
abordam as caractersticas dos tipos de contineres pesquisados.
6 Modelos de terminais que contemplam as dimenses do terminal (reas fsicas, cais, total), a
quantidade de beros existentes no terminal, as dimenses destes beros e a sua capacidade de
movimentao de contineres.
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Tabela 3.2:Tipos de Contineres.
Cubagem
(m)Tara (Kg)
Carga
(payload)
(Kg)
Comprimento
(mm)
Largura
(mm)
Altura
(mm)
40'
Capacidade Medidas Internas
ContinerTipo de
continerIndicao de uso
2.294 2.276
Standard
20' 33,2 2.230 28.250 5.900 2.350 2.393
28.600 12.032 2.352 2.698
2.392Standard
40' HC 67,7 3.900
67,7 3.720 28.750 12.032 2.350
Com equipamento prpriopara gerao de frio, destina-
se transportar cargas querequerem temperaturas
constantes abaixo de zero outemperaturas controladas.Exemplos: Carnes, peixes,
frutas etc.
Insulado
11.561
11.561
2.268
2.268
2.249
2.249
Qualquer carga seca normal.Exemplos: Bolsas,pallets ,
caixas etc.
Reefer40'
40' HC
59,3
67,9
4.800
4.265
27.700
27.700
Reefer
20' 28,4 2.920 27.400 5.444
20' 29,8 2.650 21.350 5.444
Sem equipamento gerador defrio, destina-se ao transporte
de cargas que requeremtemperaturas constantes .
Exemplo: frutas
2.2502.300
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Tabela 3.3:Tipos de ContineresContinuao.
- 4.150 34.000
- 3.970 34.000- 4.200 36.000- 3.800 30.480- 3.000 30.480
Indicao de uso
Sem equipamento gerador de
frio, destina-se ao transportede cargas que requeremtemperaturas constantes .
Exemplo: frutas
Capacidade Medidas Internas
ContinerTipo de
continer Cubagem
(m)Tara (Kg)
Carga
(payload)
(Kg)
Comprimento
(mm)
2.300 2.250
Plataforma/ Flat Pack
20' 29,3 2.750 31.260 - 6.038
Insulado
40' 29,8 2.780 24.220 5.444
Largura
(mm)
Altura
(mm)
11.984
Transporte de cargas degrandes dimenses e com peso
extra. Exemplo: mquinas
Graneleiro - Dry
20' HC 37,5 2.900 35.000
5.850
Flat Rack
40' 56,7 5.000 45.000 - 11.981
Tanque
20' Transporte de produtosqumicos ou cargas cidas evinhos
6.058 2.438 2.591
5.857 2.380 2.688
Por possuir um revestimentoespecial, permite o transporte
de gros. Exemplos: malte,sementes etc.
Fonte: Elaborao prpria a partir de CBC (2008), GUIA MARTIMO (2009) e OLIVEIRA (2009). High Cube: contineres usados para cargas de alto-volume, baixo peso e pode aumentar a rea cbica
Payload: capacidade mxima
.
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As Tabelas 3.2 e 3.3 apresentam os contineres de 20 e 40 que so utilizados
pelos terminais de contineres da Multirio e do Terminal 1. Tais tabelas foram
elaboradas com base em referncias bibliogrficas como CBC (2008) e GUIA
MARTIMO (2009) e nas informaes obtidas durante as visitas tcnicas realizadas noterminal da Multirio e no Terminal 1. Os APNDICES VII e VIII apresentam,
respectivamente, os relatrios destas visitas.
As dimenses e especificaes de carga mxima de um determinado tipo de
continer influenciam o tipo de equipamento que o terminal deve possuir e a altura
permitida para empilhamento destes contineres.
Desta forma, os gestores dos terminais devem possuir conhecimentos a respeito
das dimenses dos contineres que estes devem carregar/descarregar do navio, para que
assim ele possa planejar a sua armazenagem, movimentao/transferncia para o
transporte terrestre ou martimo.
3.5. Tipos de equipamentos porturios
Segundo CRUZ (1997), os equipamentos porturios podem ser divididos por
dois tipos de reas para atuao. Uma parte dos equipamentos especfica para autilizao na faixa do cais (naviofaixa do caisnavio) e uma parte dos equipamentos
especfica para a utilizao na rea de armazenagem. H ainda equipamentos que so
utilizados entre a faixa do cais e a rea de armazenagem (faixa do caisarmazenagem
faixa do cais).
As Tabelas 3.4 e 3.5 apresentam os equipamentos utilizados na faixa do cais e
entre a faixa do cais e as reas de armazenagem, respectivamente.
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Tabela 3.4:Equipamentos utilizados na faixa do cais.
Equipamento CaractersticasGuindaste o u p au-de-carga
Guindaste sobre pneus
Guindaste prtico s obretrilhos (Portainer)
- Equipamento utilizado geralmente pararetirar a carg a d o p oro e co lo c-la n oconvs do navio;- Apresenta baixa capacidade demovimentao.
- Equipamento com funo semelhante do pau-de-carga, porm com umamaior capac idade de movimentao;- Apresenta alto cus to de manuteno .
- Equipamento res pons vel pelodes locamento vert ical e horizontal deco ntin eres n as o pera es d e carg a edescarga dos navios;- Apresenta alta capacidade demovimentao de contineres (suportaat 45 toneladas e realiazam em mdia 25movimentos).
Fonte: Elaborao prpria a partir de CRUZ (1997), CARVALHO (2003), DATZ (2004) e
GOES FILHO (2008) e OLIVEIRA (2009).
Tabela 3.5:Equipamentos utilizados entre a faixa do cais e a rea de armazenagem.Equipamento
Straddle Carrier ( Aranha)
- Equipamento que possui a mesma funodo reachstackers, porm apresenta um sitema
prtico sob trilhos com capacidade de 35toneladas, podendo deslocar-se sob pilhas deat 6 contineres, dispostos em filas.
- Equipamento semelhante ao transtainer,porm pode se deslocar sob pilhas de at 4
contineres dispostos em fila nica.
CaractersticasReachstackers
- Equipamento utilizado para empilhar edesempilhar os contineres na rea deestocagem/armazenagem.
Cavalo mecnico +implemento (reboque ou
semi - reboque) - Utilizado para transportar (movimentar) ocontiner da rea de estocagem/armazenagem
para a rea da faixa do cais e vice-versa.
Transtainer
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Fonte: Elaborao prpria a partir de CRUZ (1997), CARVALHO (2003), DATZ (2004) E
GOES FILHO (2008).
Cabe destacar que os equipamentos utilizados entre a faixa do cais e a rea de
armazenagem representam os mesmo conjunto de equipamentos que podem ser usados,
exclusivamente, na rea de armazenagem.
Aps adquirir conhecimento sobre a infraestrutura fsica dos terminais de
contineres, os tipos de navios porta-contineres, tipos de contineres e tipo de
equipamentos para terminais de contineres, se faz necessrio o entendimento do
processo de movimentao dos contineres que ser apresentado no item 3.6 deste
Captulo.
3.6. Operao Porturia
Segundo CRUZ (1997) e CARVALHO (2003), os procedimentos de operao
porturia envolvem o movimento prprio da carga e podem ocorre por uma via direta,
uma via semi-direta ou uma via indireta.
As Figuras 3.2, 3.3 e 3.4 mostram como funcionam as vias diretas, semidiretas
e indiretas, respectivamente no caso de um terminal de continer.
Veculo
rodovirio
Vago
ferrovirio
Transbordo
Fonte: Elaborao prpria, a partir de Cruz (2007)
Figura 3.2 :Operao porturia por uma via direta.
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Semi-direta
terra
Semi-direta
mar
Fonte: Elaborao prpria, a partir de CRUZ (2007).
Figura 3.3 : Operao porturia por uma via semidireta.
Via terrestre
Fonte: Elaborao prpria, a partir de CRUZ (2007)
Figura 3.4 :Operao porturia por uma via indireta.
De acordo com a UNCTAD (1973), as operaes porturias se subdividem em
dois ciclos operacionais: o ciclo da carga que segue 3 (trs) etapas, e o ciclo do veculo.
O ciclo da carga pode ser entendido como todo o processo que ocorre com a
carga desde sua transferncia do navio para o terminal at o processo de expedio para
o transporte terrestre. O ciclo composto pelas transferncias sejam elas verticais e/ou
horizontais, sua armazenagem e sua expedio/recepo do transporte interior7.
A transferncia vertical consiste nas operaes de manuseio de carga entre o
navio e o cais, incluindo as operaes de bordo, a estivagem/desestivagem e o
transbordo (carga/descarga). J a transferncia horizontal, no caso do procedimento
indireto, consiste nas operaes de manuseio/movimentao da carga na faixa do cais, e
7Veculos (caminho trator e semi - reboque) pertencentes ao porto, que realizam o transporte da
carga da faixa do cais para a rea de estocagem/armazenagem.
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no transporte entre a faixa do cais e a rea de estocagem/armazenagem. Para os
procedimentos direto e semi-direto, este transporte se d entre a faixa do cais e a rea de
expedio/recepo pelo transporte interior.
A armazenagem consiste em absorver as disfunes entre as capacidades decargas dos modos de transportes utilizados na operao porturia.
Desta forma, a rea de armazenagem possui uma funo importante no contexto
dos terminais de contineres visto que ela responsvel por compensar as diferenas de
capacidade entre os modos de transportes envolvidos no contexto do setor, permitindo
assim que a transferncia de carga se processe de maneira contnua e uniforme, desde
que exista um planejamento.
A expedio/recepo do transporte interior consiste nas operaes de
carga/descarga dos modos de transporte interior.
A Figura 3.5 demonstra todo o processo do ciclo da carga no caso de um
terminal de contineres.
Rodovirio
Ferrovirio
Hidrovirio
3 Etapa
Atracao/Desatracao
Transfernciavertical
1 Etapa 2 Etapa
Transfernciahorizontal
Transferncia horizontal
ArmazenagemTransferncia
horizontal
Transfernciavertical
via direta
via semi-direta
via indireta
Legenda:
Fonte:Elaborao prpria a partir de CRUZ (2007).
Figura 3.5 : Ciclo da carga.
O ciclo do veculo tem incio no momento da solicitao de transferncia da carga
do navio para o transporte terrestre ou da recepo da carga do transporte terrestre para
o navio e termina no momento onde o veculo recebe a autorizao para sair da rea do
porto. Na figura 3.6 possvel visualizar o ciclo do veculo no porto.
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Chegada
Movimento/
Espera
Descarga
Movimento/Espera
SIM
NO
Carregamento
Movimento/Espera
SIM
Sada
NO
Fonte: Elaborao prpria a partir de CRUZ (2007) e FERNANDES (2001)
Figura 3.6 : Ciclo do veculo.
Na Figura 3.6 os processos de movimento/espera esto relacionados
disponibilidade de equipamentos para a realizao dos procedimentos de carregamento
e descarregamento dos veculos.
3.6.1. Operao de carga e descarga de contineres
Segundo FERNANDES (2001), para que as operaes de carga e descargaaconteam com eficincia, se faz necessrio que o terminal possua equipamentos que
sejam adequados ao seu layout.
De acordo com ROBINSON (1986), a operao de descarga de contineres
engloba as atividades de desembarque da carga, armazenagem da carga e sua retirada do
terminal pelo responsvel pela carga.
Segundo OLIVEIRA (2009), no terminal de contineres da Multirio a requisio
de descarregamento gera uma solicitao do conjunto cavalo mecnico - semi-reboque
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junto ao cais. Caso exista o conjunto disponvel, o mesmo agregado ao processo e
ento feita uma solicitao de movimentao junto ao portainer. Quando o conjunto
(cavalo mecnicosemi-reboque) se aproxima do portainer, o operador do portainer faz
a transferncia do continer do navio para o conjunto, que segue at a rea de
armazenagem.
Chegando a rea de armazenagem, requerida uma empilhadeira do tipo
reachstackers, que descarrega o continer do conjunto. A descarga do conjunto s
ocorre caso exista espao na rea de armazenagem. Aps a descarga o conjunto ser
liberado e envia-se um comunicado para o responsvel pela carga informando o prazo
para retirada da carga do terminal.
Para ROBINSON (1986), a operao de carregamento de contineres englobaalm do carregamento (embarque do continer no navio) propriamente dito, as
atividades de recebimento da carga e armazenagem.
Segundo OLIVEIRA (2009), a requisio de carregamento, assim como a de
descarregamento gera uma srie de documentos para o terminal. Inicialmente, recebe-se
por meio eletrnico os lines-up dos navios, a fim de identificar a localizao de
embarque dos contineres.
No processo de embarque leva-se ainda em considerao um documento que
indica a localizao, na rea de armazenagem do terminal, do continer a ser
embarcado.
Aps a conferncia de toda a documentao, requerido o conjunto cavalo
mecnicosemi-reboque e empilhadeira do tipo reachstackers,que transfere (carrega)
o continer da rea de armazenagem para o conjunto (cavalo mecnicosemi-reboque).
Posteriomente, o mesmo se desloca para a faixa do cais, onde feita uma solicitao de
movimentao junto ao portainer, que carrega o continer no navio em sua respectiva
localizao de embarque.
3.7. Indicadores Porturios
Os indicadores porturios so parmetros utilizados para classificar o nvel de
servio dos terminais.
De acordo com CARVALHO (2003), os indicadores porturios podem estar
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relacionados com trs categorias de medidas de desempenho: a produo, a
produtividade e a utilizao do terminal. Tais medidas de desempenho formam um
quadro bsico do desempenho de um terminal porturio, dando nfase eficincia
tcnica das instalaes.
Os 14 (quatorze) terminais de contineres listados no APNDICE VI recebem
da ANTAQ anualmente uma nota relativa ao seu desempenho operacional. Tal nota
conhecida como indicador de atratividade do terminal e funciona como um parmetro
capaz de avaliar a eficincia operacional dos terminais, criando assim um ranking.
Os indicadores porturios que sero considerados nesta dissertao esto
baseados em ANTAQ (2009a) e so compostos por 4(quatro) indicadores de
desempenho: (1) a quantidade de contineres movimentada; (2) o tempo mdio deespera dos navios para atracao; (3) a prancha mdia; e (4) o preo mdio de
movimentao por unidade de contineres.
A Equao 3.1 apresenta a obteno da quantidade total de contineres
movimentados
CM = CE + CI (3.1)
Onde:
CM = quantidade total de contineres movimentados
CE = quantidade de contineres exportados (descarga)
CI = quantidade de contineres importados (carga)
A Equao 3.2 apresenta a prancha mdia de um terminal de contineres
P =
TA
CM (3.2)
Onde:
P = prancha mdia
TA = tempo em horas que o navio ficou atracado para movimentar a sua
demanda de contineres
A Equao 3.3 apresenta o preo mdio de movimentao por unidade de
continer
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PM =2
PVPC (3.3)
Onde:
PM = preo mdio de movimentao por unidade de continer
PC = preo de movimentao do continer cheio
PV = preo de movimentao do continer vazio
Para cada um destes 4 (quatro) indicadores se atribui notas de cinco a dez que
so multiplicadas por pesos que refletem a importncia relativa de cada indicador em
funo da carga movimentada.
No caso do terminal de contineres, se atribui o peso 3 (trs) para os indicadoresquantidade movimentada e preo mdio, peso 2,5 (dois e meio) para o indicador
tempo de espera e peso 1,5 (um e meio) para o indicador prancha mdia.
A composio dos indicadores de desempenho dos terminais, determinados pela
ANTAQ, gera um indicador nico chamado indicador de atratividade do terminal que
o indicador que traduz a opo do armador entre um porto mais eficiente e de tarifa
mais alta a outro porto que apresenta tarifas baixas, porm operao (carga/descarga)
lenta. A equao (3.4) apresenta o indicador de atratividade.
10
1,5P+2,5T+3PM+3CMIa (3.4)
Onde:
Ia : Indicador de atratividade.
3.8. Consideraes finais
Tendo estruturado as principais caractersticas de um terminal de contineres
(Figura 3.8), podese concluir que um terminal de contineres alm oferecer uma
infraestrutura fsica, seja ela definida como rea destinada para armazenagem ou como
equipamentos disponveis para a realizao das operaes de carga e/ou descarga dos
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contineres, deve oferecer uma infraestrutura martima (canal de acesso, quantidade de
beros, e calado operacional8 etc). Essa infraestrutura martima combinada com a
infraestrutura terrestre definir a demanda a ser atendida, a qual est diretamente
relacionada com o nvel de servio proporcionado pelo terminal.
O SetorPorturio
Terminais decontineres
Infraestruturados terminais
Tipos de naviosPorta
contineres
Tipos decontineres
Tipos deequipamentos
Tipos deoperao
(carga/descarga)
Indicadores:Desempenho eAtratividade
Fonte: Elaborao prpria.
Figura 3.8 - Caracterizao dos elementos que compem um terminal de contineres.
A descrio dos indicadores de desempenho (atratividade) do terminal porturio,
assim como a caracterizao do setor porturio, mais especificamente, no que tange ao
terminal de co