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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.19, n.3, p.231-240, 2017 231 ISSN 1517-8595
DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE DE MEL COMERCIALIZADAS EM FEIRAS
LIVRES DE SALVADOR E PETROLINA
Josileide Gonçalves Borges1, Joao Victor Rodrigues Pinheiro
2, Roxana Braga de Andrade
Telles3, Cedenir Pereira de Quadros
4
RESUMO
Análises de amostras de mel da abelha Apis melífera comercializadas em feiras livres de
Petrolina- PE e Salvador- BA foram analisadas objetivando avaliar as propriedades físico-químicas e presença de adulterantes. Dezesseis amostras de méis de Petrolina e Salvador foram
analisadas nos parâmetros: cor, teor de cinzas, Umidade, Brix, Hidroximetilfurfural (HMF),
Açúcares Redutores, Sacarose, Viscosidade, pH, Acidez livre, Índice de Formol, Reação de
Lugol, Reação de Fiehe e Reação de Lund. Os resultados das análises foram comparados aos limites propostos pela da Instrução Normativa nº11, de 20 de outubro de 2000 do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os resultados de análise de cor mostraram que
50% das amostras eram âmbar escuro (AE) e 31% eram âmbar extra claro (AEC). Os resultados das análises dos méis indicam que algumas amostras estão com inconformidade: umidade (44%
das amostras), reação de Lund (38% das amostras), açúcar redutor (19%), HMF (19%), acidez
(13%) e reação de Lugol (19%). Não foram detectadas fraudes para a reação de Fiehe e nos demais testes as amostras apresentaram resultados dentro dos parâmetros legais. Oito das
amostras analisadas, seis de Petrolina e duas de Salvador apresentaram resultados satisfatórios
para todas as análises realizadas. Nota-se a necessidade de uma fiscalização efetiva para coibir
fraudes e evitar que os consumidores adquiram méis em condições impróprias de consumo.
Palavras-chave: méis, Apis melífera, adulterantes, feiras livres.
DETERMINING THE QUALITY OF HONEY MARKETED IN FAIRS FREE OF
SALVADOR AND PETROLINA
ABSTRACT
Analyses of samples of honey bee Apis melifera sold in fairs free of Petrolina-PE and Salvador-
BA were analyzed in order to evaluate the physical and chemical properties and the presence of adulterants. Sixteen samples of honeys of Petrolina and Salvador were analyzed in the
parameters: color, ash, moisture content, Brix, Hydroxymethylfurfural (HMF), reducing sugars,
sucrose, viscosity, pH, free acidity, Formol index, Lugol's iodine Reaction, Fiehe reaction and reaction of Lund The results were compared to the limits proposed by the Normative nº 11, of
20 October 2000 of the Ministry of agriculture, livestock and supply (MALS). The color
analysis results showed that 50% of the samples were dark amber (AE) and 31% were extra
clear amber (AEC). The results of analysis of honeys indicate that some samples were out of compliance: humidity (44% of the samples), reaction of Lund (38% of the samples), reducing
sugar (19%), HMF (19%), acidity (13%) and Lugol's iodine reaction (19%). Not been detected
frauds for the reaction of Fiehe and tests the samples presented results within the legal
Protocolo 18 2016-15 de 4/12/2016 1Professora assitente, Doutoranda, Universidade Federal do Vale de São Francisco, Avenida José de Sa Maniçoba, S/N, Centro, Petrolina-PE, 56304-917, Brasil, e-mail: [email protected] 2 Farmacêutico, Universidade Federal do Vale de São Francisco, Avenida José de Sá Maniçoba, S/N, Centro, Petrolina-PE ,
56304-917,Brasil. E-mail: [email protected] 3 Enfermeira, Doutoranda, Universidade Federal do Vale de São Francisco, Avenida José de Sá Maniçoba, S/N, 56304-917, Petrolina-PE ,Centro, Brasil, e-mail: [email protected] 4 Professor Adjunto, Universidade Federal do Vale de São Francisco, Avenida José de Sá Maniçoba, S/N, Centro, 56304-917, Petrolina-PE, Brasil, e-mail: [email protected]
232 Determinação da qualidade de mel comercializadas em feiras livres de Salvador e Petrolina Borges et al.
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.19, n.3, p.231-240, 2017
parameters. Eight of the samples analysed, six of Petrolina and two of Salvador presented
satisfactory results for all analyses. Note the need for an effective supervision to curb fraud and prevent consumers from acquiring honeys in improper conditions.
Keywords: honeys, Apis melifera, adulterants free fairs.
INTRODUÇÃO
O mel é considerado um produto natural
complexo utilizado desde os tempos antigos até
o presente, tanto por seu alto valor nutritivo quanto medicinal e atrai a atenção das pessoas
principalmente por suas características
adoçantes, acrescido do sabor doce, cor clara e viscosidade, podendo ser utilizado como
substituto do açúcar (Čanadanović-Brunet et al.,
2014). A Legislação Brasileira define o mel
como “produto alimentício produzido pelasabelhas melíferas, a partir do néctar das flores
ou das secreções procedentes de partes vivas
das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes
vivas de plantas, que as abelhas recolhem,
transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam
maturar nos favos da colmeia”(Brasil, 2000).
Rico em compostos nutritivos para o
corpo humano, o mel é solução concentrada de açúcares com predominância de glicose e
frutose e em menor proporção (mistura
complexa) estão presentes valiosos nutrientes como compostos fenólicos, proteínas, sais
minerais, ácidos orgânicos (ácido glucónico,
ácido acético, entre outros), aminoácidos livres, enzimas (invertases, glicose-oxidase, catalase,
fosfatase) e vitaminas (ácido ascórbico, niacina,
piridoxina, entre outras) (Brasil, 2000; Yilmaz
et al., 2014). Estudos têm mostrado que o mel possui propriedades anti-inflamatórias, anti-
oxidantes e anti-bacterianas úteis na cura ou
tratamento de feridas, queimaduras e úlceras gástricas reforçando características do seu
potencial terapêutico e profilático na medicina
popular (Ribeiro et al., 2014).
Em nível nacional a produção de mel de abelha cresceu 9,4% em 2011. Com
relação à região Nordeste, sempre em ascenção
desde 2005, houve um crescimento de 28,9% no mesmo período, que foi atribuido ao
incentivo de aquisições governamentais,
principalmente a inclusão do produto na merenda escolar, as condições ambientais e da
vegetação melitófilas, tornando-a uma atividade
de destaque no Estado e no Brasil. Os estados
da Bahia e Pernambuco ocupam respectivamente o terceiro e quarto lugar,
totalizando 29,54% da produção de mel do estado, o Piauí está como o pioneiro do grupo.
O mel e seus subprodutos também são
destinados ao mercado extreno (Ibge, 2011).
De acordo com a regulamentação brasileira não poderá ser adicionado ao mel
açúcares e/ou outras substâncias que alterem a
sua composição original (Brasil, 2000). No comércio o custo do mel de abelhas natural é
muito maior do que a de quaisquer outros
adoçantes, devido ao seu elevado valor
nutricional e características originais do sabor. A comercialização do produto está sujeita a
fraudes, adulterações e contaminação por
manipulação ou acondicionamento inadequado (Pires, 2011).
Neste sentido, alguns produtores tendem
a adulterar o mel com substâncias menos dispendiosas, a fim de diminuir o custo de mel
e aumentar a produção. Os métodos de
adulteração mais comuns incluem o excesso de
alimentação das abelhas com açúcar e outros tipos de sacarose ou pela adição de sacarose
usando alguns dos açúcares simples e
complexos, tais como xaropes de milho com alto teor de frutose e xaropes invertidos, essas
práticas resultam na importância do
desenvolvimento de métodos de detecção de adulteração e controle de qualidade (Yilmaz et
al., 2014).
Os parâmetros de qualidade são
considerados úteis na detecção de adulteração do produto durante a fabricação (água e adição
de açúcar ou xarope) e bem como para ratificar
a higiene na produção e armazenamento eficiente de mel (Alves et al., 2013). Os padrões
físico-químicos preconizados para a qualidade
do mel foram estabelecidos pelo MAPA
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), na Instrução Normativa n° 11,
de 20 de outubro de 2000, a qual constitui o
Regulamento de Identidade e Qualidade do Mel. Segundo essa legislação, para o critério de
maturidade (completa maturação do mel nos
favos), os parâmetros a serem avaliados se referem às análises de áçucares redutores, mel
floral, mel de melato e sacarose; os parâmetros
de impurezas são sólidos insolúveis, minerais
(cinzas) e polén; as análises de deterioração são fermentação, acidez, atividade diastásica e
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hidroximetilfurfural. As referências
metodológicas preconizadas para esses testes são elaboradas a partir de Regulamentos
Técnicos do respectivo parâmetro a ser
avaliado. O principal objetivo deste trabalho foi
avaliar as propriedades físico-químicas e presença de adulterantes em méis
comercializados nas feiras livres dos
municípios de Salvador-BA e Petrolina-PE, totalizando 16 amostras.
MATERIAL E MÉTODOS
Material
Foram utilizadas 16 amostras de mel de
Apis mellifera, comercializadas em feiras livres das cidades de Petrolina, PE e Salvador, BA.
Sendo 09 amostras da feira de Areia Branca de
Petrolina, PE e 07 amostras da Feira das 7 portas em Salvador, BA durante os períodos de
julho (2015) a dezembro (2015).
Métodos
Cor
Para a determinação da cor do mel foi
utilizado o espectrofotômetro (NOVA 1600
UV), com medição em 635 nm, solução a 50% usando a glicerina como o branco. Os valores
de absorbância encontrados serão comparados
aos da tabela de Pfund para classificação da cor das amostras conforme metodologia de Bianchi,
1986.
Teor de Cinzas
Usou-se o método gravimétrico para
determinação das cinzas nos méis, com incineração das amostras em mufla aquecida a
550ºC. Após cinco horas de incineração, as
amostras foram resfriadas em dessecador,
pesadas e os resultados calculados em g% (Ial, 2008).
Teor de água e Brix
O teor de água e o Brix do mel foram
encontrados através de leituras em refratômetro manual modelo RT-280 da Instrutherm. A
leitura do Brix é realizada diretamente no
refratômetro com correção da temperatura e o
teor de água consiste na determinação do índice de refração do mel a 20 ºC, que é convertido
para o teor de água através de uma tabela de
Chataway (Brasil, 2000).
Açúcares redutores e Sacarose aparente
Os açúcares redutores e a sacarose
aparente foram determinados a partir da
titulação à quente da solução de Fehling com as
soluções de méis previamente tratadas, usando azul de metileno como indicador. Os resultados
foram expressos em g% de glicose e sacarose
conforme Ial (2008).
Acidez livre e pH
A acidez livre se baseou na titulação da
amostra de mel com solução de NaOH 0,01N,
até atingir o pH 8,5. (Brasil, 2000). O pH foi
realizado pela leitura direta das amostras diluídas em água utilizando o pHmetro (modelo
mPA-210, marca MS Tecnopon).
Reação de Lugol
O teste de Lugol é um indicador de adulteração, pois quando ocorre adição de
glicose comercial ou amido, provoca uma
reação. O iodo e iodeto de potássio reagem na
presença de glicose, resultando uma solução de coloração, de vermelho-violeta a azul. A
intensidade de cor depende da quantidade das
dextrinas presentes na glicose (Ial, 2008).
Teor de Hidroximetilfurfural (HMF)
Foi determinado através do método quantitativo, que consiste na verificação do
HMF, pelo método espectrofotométrico a 284 e
336 nm, conforme recomendado pela legislação Brasileira (Brasil, 2000).
Índice de Formol
O Índice de Formol (IF) permite a
avaliação dos aminoácidos livres e da pequena
proporção de proteínas e baseia-se na titulação de amostras de mel, misturadas com solução de
formol a 35% com NaOH 0,01 N até atingir pH
8,0, (Brasil, 2000).
Reação de Lund
Essa reação baseia-se na precipitação de
proteínas naturais do mel pelo ácido tânico, a
leitura foi realizada após 24 horas, também indicando se houve adição de diluidor,
observando-se o precipitado no fundo da
proveta. A reação é considerada positiva, indicando a presença de mel puro quando variar
de 0,6 a 3,0 mL no fundo da proveta (Ial, 2008).
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Reação de Fiehe
A reação qualitativa de Fiehe indica a
presença de açúcar comum, uma adulteração do
mel. Na presença do açúcar, aparecerá uma
coloração vermelho-cereja no fundo do tubo de ensaio (Ial, 2008).
Viscosidade
Determinado em viscosímetro rotativo
Microprocessado (Modelo Q86M21, QUIMIS), acoplado a banho termostático, à temperatura
de 25ºC ± 1ºC a 1,5 rpm .
Análise estatística
Os resultados dos testes foram tratados
por Tukey para identificar diferenças
significativas entre os resultados dos testes, com nível de significância de 95 % para cada
parâmetro avaliado, utilizando-se o programa
Statistica 7.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cor
O percentual de variações de cor de todas
as amostras de méis de Petrolina e Salvador é
retratado na Tabela 1 e Figura1. Conforme os dados apresentados foram
observados que as amostras de mel de Petrolina
apresentaram cores variando de âmbar escuro a âmbar extra claro, já as amostras de Salvador
variaram entre âmbar, âmbar claro e âmbar
escuro baseado na escala de Pfund. Tanto nas
amostras de Salvador (72%) quanto de Petrolina (45%) predominou a cor de Âmbar
escuro (Figura 1).
Todas as amostras analisadas estão dentro dos padrões exigidos pela legislação
brasileira, que classifica o mel do incolor ao
âmbar escuro (Brasil, 2000). A cor do mel está
associada ao tipo de flor ou planta utilizada pelas abelhas na produção e ao teor de minerais
presentes. Mais outros fatores podem interferir
na coloração como exposição à luz, reações enzimáticas, aquecimento e cristalização e o
processo de colheita podem escurecer o mel
(Alves et al., 2005).
Tabela 1. Médias dos resultados de cor, Brix,
cinzas e Umidade das amostras de mel de Apis
melífera comercializada em feiras livres de
Petrolina e Salvador.
Parâmetros Cor Brix Cinzas
(%)
Teor de
água
(%)
Legislação Incolor
a pardo-
escuro
NE 0,6 Máx 20
PNZ1 AE 79,0 0,85 19,2
PNZ2 AEC 78,5 0,22 20,0
PNZ3 AEC 71,5 0,04 >25,0
PNZ4 AEC 80,5 0,12 17,8 PNZ5 AEC 79,2 0,16 19,2
PNZ6 AC 79,5 0,24 19,0
PNZ7 AEC 79,0 0,20 19,4 PNZ8 AE 80,0 0,88 18,4
PNZ9 AE 78,0 0,19 20,4
SSA1 AE 76,0 0,10 22,4
SSA2 AC 78,5 0,02 19,8 SSA3 AE 64,0 0,10 >25
SSA4 AE 80,5 0,17 17,8
SSA5 AE 76,5 0,14 22,0 SSA6 A 80,0 0,03 18,4
SSA7 AE 74,5 0,14 24,0 *As cores foram classificadas como: Âmbar (A), Âmbar Escuro (AE), Âmbar Extra Claro (AEC), Âmbar Claro (AC). Todos os valores da análise estatística variaram de 0 a 0,01 não apresentando diferença significativa entre as amostras.
Figura 1: Análise de cor de amostras de mel
comercializadas em Petrolina e Salvador.
Teor de Cinzas
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De acordo com a legislação, o limite
máximo de cinzas permitido para mel floral é de 0,6%, já para mel de melato e suas misturas
com mel floral tolera-se até 1,2%. Sendo que a
legislação define como floral, o mel obtido dos
néctares das flores e é o mel obtido principalmente a partir de secreções das partes
vivas das plantas ou de excreções de insetos
sugadores de plantas que se encontram sobre elas (Brasil, 2000).
As amostras de Petrolina apresentaram
valores de cinzas variando entre 0,04% e 0,88%, onde as amostras M1 e M8
apresentaram valores de 0,86% e 0,88%
respectivamente (Tabela 1). Estes méis devido à
coloração muito escura, o elevado teor de cinzas e devido ao teor de açúcares redutores
pode ser indicativo de que são méis de melato.
As amostras de Salvador apresentaram valores variando entre 0,02% a 0,1% encontrando-se
todas as amostras dentro dos limites aceitáveis
para méis florais. Alguns escritores encontraram resultados
intermediários aos obtidos nesses estudos.
Silva e colaboradores (2009) nas suas análises
de méis de Portugal variaram de 0,09% a 0,53%, os encontrados por Kahraman et al
(2010) encontraram teores entre 0,28 e 0,29%.
Segundo Viuda-Martos et al. (2010), a variação do valor de cinzas também é influenciada pela
de diferenças no solo, condições atmosféricas e
tipo e fisiologia de cada planta.
Brix e Teor de água
Conforme a Tabela 1 as amostras de Petrolina apresentaram Brix de 71,5% a 80,5%
e as amostras de Salvador apresentaram valores
de 64,0% a 80,5%. Anupama et al. (2002) analisando amostras comerciais de méis de
76,5% a 81,0%, valores semelhantes aos
encontrados nas amostras de Salvador.
Os principais açúcares encontrados no mel são a glicose e a frutose, em proporções
quase iguais, sendo importantes para o
estabelecimento de uma série de características deste produto. Méis com altas taxas de frutose
podem permanecer líquidos por longos períodos
ou nunca cristalizar (Alves et al., 2005). O mel é um material complexo composto
de vários produtos químicos, sendo os
principais constituintes como hidratos de
carbono, incluindo glicose, sacarose, frutose e maltose, que constituem aproximadamente 77%
do mel (Frew et al., 2013). O alto conteúdo de
frutose pode adiar os processos de cristalização do mel.
Os valores do teor de água em mel estão
diretamente relacionados aos valores do grau Brix, sendo obtidos pelo índice de refração da
luz, com o auxílio do refratômetro. A legislação
brasileira estabelece o limite máximo de 20%
de teor de água para amostras de mel (Brasil, 2000). Os teores de água encontrados nas
amostras de Petrolina variaram entre 18,2% e
18,4%, somente a amostra M3 apresentou valor superior a 25% estando fora dos limites
permitidos pela legislação brasileira. As
amostras de Salvador apresentaram variação entre 17,8% e acima de 25%, sendo que quatro
das amostras de Salvador (M1, M3, M5 e M7)
apresentaram valores em desacordo com a
legislação (Tabela 1). Estudos sobre as características físico-
químicas dos méis monoflorais provenientes de
Portugal apresentaram valores do teor de água da ordem de 15,4% a 20,6% (Alves et al.,
2013). Tornuk et al. (2013) estudando méis da
Turquia encontrou valores do teor de água variando de 7,99% a 17,40%. Teor de água e
teor de açúcares são estritamente
correlacionados como valores de Brix e podem
servir como indicativo de qualidade ou adulteração do mel (Terrabi et al., 2004; Conti
et al., 2000). Teor de água acima de 20% pode
ser indicativo de “mel verde”, ou seja, mel colhido antes de pronto para o consumo ou
adulteração por adição de água.
Açúcares redutores e Sacarose aparente
De acordo com a legislação brasileira de
identidade e qualidade, o mel é classificado quanto ao teor de açúcar redutor como sendo
mel floral, com mínimo de 65% e mel de
melato, com teor mínimo de 60% (Brasil, 2000). O conteúdo de açúcares redutores obtido
nas amostras analisadas de Petrolina variou de
57,6% a 78,8% e sendo que a amostra PNZ3
apresentou valor de 57,6% estando em desacordo com a legislação (Tabela 2). As
amostras de Salvador variaram de 48,3% a
75,8% sendo que as amostras SSA3 e SSA5 apresentaram valores de 48,3% e 49,2%
respectivamente estando fora dos valores
mínimos preconizados pela legislação Ouchemoukn et al. (2007) analisando amostras
de méis da abelhas na Argélia obtiveram, para
os açúcares redutores e sacarose, valores entre
67,8-80,3% e 0,08-5,31%, respectivamente. Cantareli et al. (2008) analisando méis da
Argentina encontraram 68, 1% para açúcares
redutores e 4,05% para sacarose. Os principais açúcares encontrados no mel são a glicose e a
236 Determinação da qualidade de mel comercializadas em feiras livres de Salvador e Petrolina Borges et al.
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.19, n.3, p.231-240, 2017
frutose, em proporções quase iguais, sendo
importantes para o estabelecimento de uma série de características deste produto (Alves et
al., 2005).
A legislação brasileira estabelece um
valor máximo de 6%, com exceção do mel de melato cujo valor máximo pode atingir até 15%
(Brasil, 2000). A porcentagem de sacarose das
16 amostras analisadas varia de 1,7% a 13,8% para as amostras de Petrolina, sendo que em
duas amostras (M3 e M7) não foi identificado
esse açúcar e duas amostras (M4 e M5) apresentaram valores superiores ao permitido
pela legislação para méis florais com
percentuais de 13,8% e 7,4%, respectivamente.
As amostras de Salvador variaram de 2,0% a 20,1%, sendo que somente uma (SSA7) das seis
amostras analisadas encontrava-se dentro da
legislação para os méis florais com teor de 2,0% de sacarose.
Tabela 2. Análises físico-químicas das amostras de mel de Apis melífera
comercializada em feiras livres de Petrolina e
Salvador.
Parâme
tros
Sacar
ose
(%)
Açúca
r
redut
or
(%)
Acidez
(meq.kg-
1)
pH
Legislaç
ão
Máx
6,0
Mín
65
Máx 50 NE
PNZ1 2,8 73,1 20,9 4,0
PNZ2 n.d.* 78,6 14,9 3,8
PNZ3 13,8 57,6 23,9 4,0 PNZ4 7,4 67,5 25,8 3,9
PNZ5 3,4 70,9 14,1 3,9
PNZ6 n.d.* 78,8 36,2 4,1
PNZ7 3,0 77,7 27,5 3,6 PNZ8 4,3 69,3 45,5 4,2
PNZ9 1,7 73,0 28,3 3,7
SSA1 12,1 68,0 65,6 3,2 SSA2 14,2 64,7 30,1 3,9
SSA3 20,1 48,3 51,2 4,0
SSA4 13,0 70,0 69,9 3,9
SSA5 19,1 49,2 34,4 3,9 SSA6 9,4 70,2 34,5 4,0
SSA7 2,0 75,8 30,4 3,2 * nd: não identificado; **NE Não estabelecido na legislação. Todos os valores da análise estatística variaram de 0 a 0,01 não apresentando diferença significativa entre as amostras.
Não se pode inferir que as demais
amostras são méis de melato ou essa substância
foi adicionada ao mel floral, pois o teor de cinzas reduzido não corrobora com essa
conclusão visto que méis de melato apresentam
elevado teor de minerais. Segundo Azeredo e colaboradores (1999) o teor elevado deste
açúcar significa na maioria das vezes uma
colheita prematura do mel, isto é, um produto
em que a sacarose ainda não foi totalmente transformada em glicose e frutose pela ação da
invertase ou pode ser indicativo também de
fraudes pela adição de açúcar comercial. Logo, espera-se que o teor desse açúcar seja
diminuído gradativamente durante o
armazenamento devido à ação enzimática.
Acidez livre e pH
A acidez do mel é decorrente da presença de diversos ácidos como o glicônico, succínico,
málico, acético, cítrico, fórmico, lático, fólico e
ácido butírico. Sendo que o ácido glicônico é produzido pela ação da glicose-oxidase sobre a
glicose. No Codex Alimentarius a acidez
máxima é de 50 meq.kg-1, embora existam alguns tipos de méis nas regiões tropicais que
apresentam um teor natural de acidez mais
elevado (Alves et al., 2005). Os valores da
acidez das amostras analisadas de Petrolina variaram entre 14,1 e 45,5 meq.kg
-1 e
encontram-se dentro dos parâmetros para
legislação vigente (Tabela 2). Já as amostras de Salvador apresentarem valores variando de 30,1
a 69,9 meq.kg-1
, sendo que duas amostras (M1
e M4) ultrapassaram os parâmetros legais com
acidez de 65,6 e 69,9 meq.kg-1
, respectivamente.
Na legislação brasileira não há indicação
dos valores de pH, porém essa medida é considerada importante pois pode ser indicativo
de fraudes ou contaminação microbiana. Os
méis brasileiros de Apis têm o valor de pH variando de 3,20 a 4,60, enquanto os de
meliponíneos variam de 3,20 a 4,80
(Cortopassi-Laurino; Gelli, 1991). Os valores
encontrados para o pH variaram de 3,6 a 4,1 para as amostras de Petrolina e de 3,2 a 4,0 para
as amostras de Salvador, estando todas as
amostras dentro dos limites estabelecidos para alimentos ácidos. Viuda-Matos (2010)
encontraram em méis do México valores entre
3,25 a 3,97. Abadia Finco, Moura e Silva (2010) encontraram valores de pH que variaram
entre 3,35 e 4,5.
Na Tabela 3 encontram-se os resultados
dos testes para detectar adulterantes em méis de Petrolina e Salvador.
Reação de lugol
Determinação da qualidade de mel comercializadas em feiras livres de Salvador e Petrolina Borges et al. 237
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A reação do Lugol pesquisa a presença
de amido e dextrinas no mel. Esta reação colorimétrica é qualitativa para detectar a
presença de glicose comercial ou xaropes de
açúcar, deixando a solução após a adição da
solução de Lugol, com coloração marrom avermelhada a azul. A intensidade da cor
depende da qualidade e da quantidade das
dextrinas ou amido, presentes na amostra fraudada.
Todas as amostras de Petrolina
apresentaram resultado negativo para adulteração com adição de glicose comercial ou
xaropes de açúcar. Três das amostras de
Salvador, (SSA3, SSA5 e SSA7) apresentaram
resultado positivo para essa adulteração (Tabela 3). Wiese (2000) constata que ao utilizar o iodo
e iodeto de potássio (lugol), o mel adulterado
apresenta reação colorida característica em função da presença de amido e dextrina, o que
não ocorre no mel puro.
Tabela 3. Presença de adulterantes no mel nas
amostras de mel de Apis melífera
comercializada em feiras livres de Petrolina e
Salvador.
Parâmetros Reação
de lugol
HMF
(mL.kg-1
)
Índice de
formol
(meq.g-1)
Legislação Ausência
(-)
Máx 60 NE
PNZ1 - 42,90 0,49 PNZ2 - 14,91 0,12
PNZ3 - 50,92 0,22
PNZ4 - 13,98 0,18 PNZ5 - 29,50 0,26
PNZ6 - 31,44 0,26
PNZ7 - 33,87 0,20
PNZ8 - 37,04 0,45 PNZ9 - 24,01 0,21
SSA1 - 41,21 0,57
SSA2 - 45,14 0,23 SSA3 + 52,69 0,50
SSA4 - 60,78 0,55
SSA5 + 64,60 0,33
SSA6 - 37,21 0,28 SSA7 + 62,06 0,24
*O PNZ = /PE e SSA=Salvador/Ba ** Ausência (-) Presença (+) NE não estabelecido na legislação.
Teor de Hidroximetilfurfural (HMF)
Existem várias adulterações no mel que
podem ser realizadas empregando xarope de milho, de beterraba e também pelo xarope
invertido, que é obtido por hidrólise ácida do
xarope de milho que contém altos teores de hidroximetilfurfural.
As amostras de Petrolina apresentaram
valores médios de HMF entre 13,98 e 50,92 mL.kg
-1 (Tabela 3) estando dentro dos limites
estabelecidos pela legislação nacional para méis
de Apis melífera. As amostras de Salvador
apresentaram valores entre 37,21 e 64,60 mL.kg
-1 . Três das sete amostras, SSA4, SSA5 e
SSA7 apresentaram valores respetivamente de
60,78, 64,60 e 62,06 mL.kg-1
estando em desacordo com a legislação nacional.
Alves e colaboradores (2005) em análises
de 20 amostras de mel de M. mandacaia extraídas no interior da Bahia encontraram o
resultado médio de 5,79 ± 5,33 mg.kg-1 para
HMF, indicando que 100% das amostras
estavam abaixo do valor máximo permitido. Alguns pesquisadores relataram valores de 14,8
mg.kg-1
(Finola et al., 2007) e 74,5 mg.kg-1
(Unal; Kuplulu, 2006) . O mel de abelha possui pequena quantidade de HMF, mas com o
armazenamento prolongado associado à
temperatura ambiente elevada, como nas cidades analisadas, esse teor pode se elevar.
Níveis elevados de hidroximetilfurfural (HMF)
podem indicar também adulteração com açúcar
comercial e aquecimento elevado e baixos níveis de hidroximetilfurfural podem ser
encontrados em méis recém-colhidos, sendo
dependente também da espécie.
Índice de Formol
Este índice não consta das características de avaliação da qualidade do mel pelas
legislações vigentes. Porém, constitui um
parâmetro muito importante no mel por re-presentar uma medida global dos compostos
aminados, o que permite avaliar o conteúdo de
proteínas e aminoácidos. Em geral, a maior importância dos aminoácidos é que eles podem
fornecer caracteres que distinguem os tipos de
méis entre si e de méis falsificados (Crane,
1985: Alves et al., 2005). O resultado médio obtido a partir das
amostras de méis de A.mellifera de Petrolina
variou de 0,12 a 0,451 meq.g-1
e das amostras de Salvador de 0,23 a 0,55 meq.g
-1 (Tabela 3).
Estudos sobre teor de índice de formol dos méis
de A. mellíferas encontraram valores que variavam de 9,22 mL.kg
-1 (Sodre et al., 2003).
Reação de Lund
A Reação de Lund indica a presença de albuminóides, substâncias naturalmente
presentes no mel. Na presença de mel natural
esse precipitado forma um depósito de 0,6 a 3,0mL no fundo da proveta (Tabela 4). As
238 Determinação da qualidade de mel comercializadas em feiras livres de Salvador e Petrolina Borges et al.
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.19, n.3, p.231-240, 2017
amostras de Petrolina apresentaram teores entre
0,2 e 2,0 mL sem do que a amostra PNZ3 mostrou ausência dessas substâncias.
Tabela 4. Reação de Lund, Fiehe e viscosidade
mel nas amostras de mel de Apis melífera comercializada em feiras livres de Petrolina e
Salvador. Parâmetros Reação
de Lund
(mL)
Reação
de Fiehe
Viscosidade
(mPa.s)
Legislação 0,6-3,0 Negativo NE PNZ1 0,6-3,0 Negativo NE
PNZ2 2,0 Negativo 5332
PNZ3 0,2 Negativo 4286
PNZ4 - Negativo 5536
PNZ5 1,5 Negativo 1051
PNZ6 1,0 Negativo 6440
PNZ7 0,9 Negativo 6840
PNZ8 1,0 Negativo 6330
PNZ9 1,5 Negativo 13680
SSA1 1,5 Negativo 2964
SSA2 0,2 Negativo 2341 SSA3 0,9 Negativo 1087
SSA4 - Negativo 5440
SSA5 1,0 Negativo 3720
SSA6 0,2 Negativo 1196
SSA7 2,0 Negativo 1077
As amostras de Salvador apresentaram
valores entre 0,2 e 2,0 mL e duas das amostras analisadas, SSA3 e SSA7 mostrou ausência
dessas substâncias. Bera e Muradian (2007)
analisando amostras de mel com própolis do estado de São Paulo encontraram valores entre
0,5 e 2,0 mL, semelhantes aos encontrados
nesse estudo estando dentro dos valores esperados para o mel puro. Este resultado
indica não ter havido adição de substâncias
proteicas, diluição do mel ou perdas durante o
processamento do produto. Mais está análise como não faz parte das análises obrigatórias
pela legislação não pode ser um único
parâmetro para considerar as amostras de mel improprias para o consumo.
Reação de Fiehe
A reação de Fiehe é uma análise
qualitativa que indica a presença de substâncias
produzidas durante o superaquecimento do mel ou a adição de xaropes de açúcares (Ial, 2008).
Esse teste se baseia em uma reação
colorimétrica cujo resultado positivo exibe uma coloração vermelha, após reação com solução
clorídrica de resorcina. Na presença de glicose
comercial ou de mel superaquecido, aparecerá
uma coloração vermelha intensa, indicando a fraude.
Todas as amostras analisadas de Petrolina
e Salvador apresentaram resultado negativo no teste de Fiehe indicando que não houve
alteração e/ou adulteração do produto (Tabela
4). Leal et al. (2001) avaliaram a
alteração/adulteração por reação de Fiehe em 54 amostras de méis comercializados a cidade de
Salvador/BA, e os resultados mostraram
alteração/adulteração em 27 das amostras. A legislação vigente não menciona esta análise
como obrigatória logo esse parâmetro isolado
de outras análises não é suficiente para analisar a qualidade de amostras de mel.
Viscosidade
A legislação brasileira não estabelece
valores de viscosidade para identificar a
qualidade do mel, entretanto esse valor é importante, pois indica a quantidade de água
presentes nas amostras. As amostras de méis de
Petrolina apresentaram a média de viscosidade de 1051 a 6840 mPa.s e as amostras de
Salvador tiveram uma média variando entre 630
a 5440 mPa.s (Tabela 4).
A viscosidade e as outras propriedades físico-químicas do mel dependem de muitos
fatores, incluindo a composição e a
temperatura, sendo que um dos fatores de maior importância para a viscosidade é o conteúdo de
água. Geralmente esta viscosidade decresce
com o aumento do conteúdo de água (Abu-
Jdayil et al., 2002). Logo, méis muito viscosos possuem um menor conteúdo de água e méis
mais fluidos possuem um maior teor de água.
Excesso de água em méis pode ser indicativo de fraudes com adição de constituintes sólidos
com açúcar comercial e a água é utilizada para
obter uma melhor homogeneização do conteúdo. Apesar da sua importância na
caracterização, a viscosidade dos méis não
constitui critério de avaliação nas legislações
vigentes (Brasil, 2000).
CONCLUSÃO
A maioria dos parâmetros físico-
químicos obtidos nas amostras de mel de Apis mellifera apresentou valores adequados para o
consumo humano exceto a umidade onde foram
encontrados ao maior teor de irregularidades. Várias amostras mostraram fraudes quando
foram submetidas a reação de Lund (38% das
amostras), açúcar redutor (19%), HMF (19%),
acidez (13%) e reação de Lugol (19%). Duas das amostras apresentaram teores elevados de
cinzas mais as análises de sacarose e açúcar
Determinação da qualidade de mel comercializadas em feiras livres de Salvador e Petrolina Borges et al. 239
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.19, n.3, p.231-240, 2017
redutor serviram para caracterizar as amostras
como mel de melato. Oito das amostras analisadas, seis de Petrolina e duas de Salvador
apresentou resultados satisfatórios para todas
análises realizadas.
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