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DESIGUALDADES OCUPACIONAIS E ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE OPORTUNIDADES DE EMPREGO: NADYA ARAUJO GUIMARÃES (DS/USP E CEM/CEBRAP) Seminário “Inclusão produtiva urbana. Experiências, resultados, desafios”, MDS/Unicamp, 09.05.2013

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DESIGUALDADES OCUPACIONAIS E ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE OPORTUNIDADES DE

EMPREGO:

NADYA ARAUJO GUIMARÃES (DS/USP E CEM/CEBRAP)

Seminário “Inclusão produtiva urbana. Experiências, resultados, desafios”,

MDS/Unicamp, 09.05.2013

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São múltiplas as formas de acesso a oportunidades de trabalho e de rendimento

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Por que observar o modo como circula a informação ocupacional quando queremos entender as formas de inserção produtiva dos indivíduos?

A circulação da informação ocupacional pode ter efeito sobre os resultados logrados pelos indivíduos no mercado de trabalho e, nesse sentido, sobre a produção (ou superação) de desigualdades no acesso a posições ocupacionais

Vale dizer: há mecanismos de produção de desigualdades ocupacionais que operam antes mesmo da obtenção da ocupação

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Pista inicial

Survey CEM/Datafolha com demandantes em agências de emprego (RMSP, 2004)

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Qual a qualidade da ocupação obtida, (quando controlamos o meio como se chegou até ela)?

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Moral da história

O recurso a redes pessoais, mecanismo mais recorrentemente utilizado para ter acesso à informação sobre o trabalho – e que se mostrou também o mais eficaz para obter trabalho, do ponto de vista da maioria dos paulistanos -, é também aquele que produz acesso a trabalhos de pior qualidade!

Pergunta que não quer calar: se isso se passa num mercado regional fortemente estruturado em torno da norma do assalariamento e onde mais se expandiram as formas mercantis de intermediação, que dizer de outros mercados regionais?

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Isto é, como o Brasil não é só São Paulo... Variando mercados regionais, varia também o modo pelo qual se tem acesso à informação ocupacional? (Novas análises metropolitanas - Dieese, pesquisa especial Módulo Suplementar à PED, 2008)

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Meios usados para obter trabalho: assalariados setor privado, 14 e + , Brasil-RM’s, 2008 (Fonte: PED/Dieese)

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... E no setor público? Redes ainda.... Mas, onde?

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Outra moral da história ...

Contatos pessoais pareciam importar mais nos mercados das RM’s mais pobres e que são também os menos estruturados por uma norma de assalariamento formal e duradouroNelas, até mesmo o mundo do assalariamento do setor público parecia significativamente marcado pela força dos contatos pessoais

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Passos que nos desafiavam...Que dizer dessa tendência se

deixamos o mundo dos mercados metropolitanos (investigados pela PED e também por surveys especiais) e avançamos em direção a uma análise de âmbito nacional?

Será que os contatos pessoais produzem acesso a ocupações de baixa qualidade, tanto quanto visto em SP?

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Novas perguntasQue dizer dessa tendência se deixarmos o mundo

dos mercados metropolitanos (investigados até aqui pela PED, PME, e também por surveys especiais) e avançarmos em direção a uma análise de âmbito nacional?

É possível identificar padrões característicos que se associam a cada um dos modos pelos quais se teve acesso à informação ocupacional?

Variando esses modos, pesam mais as características da origem social do indivíduo? atributos do indivíduo no momento em que

buscava trabalho? ou o tipo de ocupação obtida?

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Os dadosA Pesquisa das Dimensões Sociais das

Desigualdades (PDSD) e suas grandes vantagens comparativas:

Pesquisa com dados que permitem a reconstrução dos modos de obtenção do emprego,

Possibilidade de abordar as dimensões de posição socioeconômica, “contemporâneas” e de origem

Amostragem probabilística nacional, representativa das macro-regiões. Realizada em 2008 em 8048 domicílios, quando foram entrevistados chefes e cônjuges. Total de 12.326 entrevistas

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Descrição da variável dependente: Formas pelas quais os indivíduos chegaram à ocupação atual.

Ocupados. Brasil, 2008.

N %%

Acumulada

II.1 - Acesso ao trabalho e renda se faz sem venda de trabalho 1311 24,5 24,5

II.2 - Relação direta com mercado por meio de prospecção 417 7,8 32,3

II.3 - Relação direta com mercado por meios anônimos 681 12,7 45

III.1 - Relação com o mercado mediada por redes familiares 591 11,1 56,1

III.2/a - Relação com o mercado mediada por redes de amigos próximos 1194 22,3 78,4III.2/b - Relação com o mercado mediada por redes de conhecidos 740 13,8 92,2

IV - Relação com o mercado mediada por instituições mercantis 235 4,4 96,6

Outras 182 3,4 100

Total 5351 100,0  

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Estratégia de análise

Modelos de regressões logísticas multinomiais (por ser a variável dependente categórica com múltiplas alternativas de resposta)

Passos:1) Variáveis de origem,2) Variáveis de origem + controles individuais

sociodemográficos,3) Variáveis de origem + controles sociodemográficos +

EGPRaciocínio empregado na apresentação: partindo das

freqüências observadas em média para cada modo de obtenção de trabalho, quais seriam as freqüências preditas, variando uma a uma as variáveis independentes e mantendo as demais sob controle?

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Resultados(tomando modelo final)

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Qual o efeito das desigualdades de origem?

Escolaridade maternaAuto-percepção sobre a situação socioeconômicaSituação de moradia aos 15 anosStatus da família medido por bens de consumo no domicílio quando indivíduo tinha 15 anosRiqueza da família (imóveis, ativos...) quando indivíduo tinha 15 anos

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Probabilidades preditas para cada modo de

procura segundo níveis de educação materna

Legenda:II.1: Sem venda II.2: ProspecçãoII.3: Meios anônimosIII.1: Redes familiaresIII.2/a: AmigosIII.2/b: ConhecidosIV: Meios mercantisOutras

Achados:-Mães não educadas, pesam o auto-emprego e as redes de amigos próximos- Quanto maior a educação das mães, mais diversos os mecanismos, maior o leque de alternativas selecionadas- Entre os filhos de mães com curso superior, prevalece a montagem do negócio próprio (extremos convergem?), ao lado de meios anônimos

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Probabilidades preditas para cada modo de procura segundo a auto percepção da situação socioeconômica de origem

Frase que melhor descreve as condições da família aos 15 anos

Vivíamos com

muita folga

Tínhamos umasituação

econômicatranqüila

Dinheiro era justo, uma fonte de

preocupações

A situação era muito

difícil

II.1 - Acesso ao trabalho e renda se faz sem venda de trabalho (24,5%)

35,9% 29,5% 26,1% 26,8%

II.2 - Relação direta com o mercado por meio de prospecção (7,8%)

3,2% 6,4% 7,4% 6,7%

II.3 - Relação direta com o mercado por meios anônimos (12,7%)

8,8% 11,3% 10,9% 11,6%

IV - Relação com o mercado mediada por instituições mercantis (4,4%)

0,9% 2,6% 4,2% 3,0%

III.1 - Relação com o mercado mediada por redes familiares (11,1%)

11,1% 11,0% 11,2% 10,7%

III.2/a - Relação com o mercado mediada por redes de amigos (22,3%)

24,4% 21,1% 23,1% 23,8%

III.2/b - Relação com o mercado mediada por redes de conhecidos (13,8%)

14,5% 14,4% 13,7% 14,4%

Outras (3,4%) 1,2% 3,6% 3,5% 3,0%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

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Probabilidades preditas para cada modo de procura segundo o local de residência na adolescência

Situação de moradia

Urbano Rural Ambos

II.1 - Acesso ao trabalho e renda se faz sem venda de trabalho (24,5%)

27,7% 28,0% 27,4%

II.2 - Relação direta com o mercado por meio de prospecção (7,8%)

6,3% 6,9% 11,4%

II.3 - Relação direta com o mercado por meios anônimos (12,7%) 11,2% 11,3% 11,9%

IV - Relação com o mercado mediada por instituições mercantis (4,4%)

3,3% 2,4% 4,9%

III.1 - Relação com o mercado mediada por redes de familiares (11,1%)

10,9% 9,9% 8,5%

III.2/a - Relação com o mercado mediada por redes de amigos próximos (22,3%)

23,5% 22,9% 19,3%

III.2/b - Relação com o mercado mediada por redes de conhecidos (13,8%)

14,1% 15,0% 14,1%

Outras (3,4%) 3,1% 3,5% 2,4%

100,0% 100,0% 100,0%

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Qual o efeito de atributos do indivíduo?Idade: auto-emprego cresce com idade (domínio sobre o mercado que só a senioridade provê?) e prospecção cai com idade / Já redes e instituições são meios que crescem em importância entre os jovensSexo: auto-emprego é um mundo de homens, que têm também mais chances de prospecção / Já redes importam mais para as mulheresCor: redes de amigos importam mais entre pretos e amarelosRegião: auto-emprego se destaca no NE e S (natureza?) / Redes importam menos no S e mais no N (conhecidos) / SE e CO redes e prospecção direta

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Probabilidades preditas para cada modo de procura segundo a idade

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Probabilidades preditas para cada modo de procura segundo o sexo

Sexo

Mulheres Homens

II.1 - Acesso ao trabalho e renda se faz sem venda de trabalho (24,5%)

25,0% 30,0%

II.2 - Relação direta com o mercado por meio de prospecção (7.8%)

5,3% 8,0%

II.3 - Relação direta com o mercado por meios anônimos (12,7%)

13,4% 9,7%

IV - Relação com o mercado mediada por instituições mercantis (4,4%)

2,8% 3,1%

III.1 - Relação com o mercado mediada por redes familiares (11,1%)

11,5% 9,6%

III.2/a - Relação com o mercado mediada por redes de amigos (22,3%)

22,6% 23,4%

III.2/b - Relação com o mercado mediada por redes de conhecidos (13,8%)

16,3% 12,8%

Outras (3,4%) 3,0% 3,3%

100,0% 100,0%

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Probabilidades preditas para cada modo de procura por cor

Cor/Raça

Brancos Pretos Pardos Amarelos Indígenas

II.1 - Acesso ao trabalho e renda se faz sem venda de trabalho (24,5%)

30,1% 22,2% 26,3% 18,3% 43,1%

II.2 - Relação direta com o mercado por meio de prospecção (7,8%)

7,0% 7,0% 6,1% 11,0% 5,1%

II.3 - Relação direta com o mercado por meios anônimos (12,7%)

12,2% 12,4% 10,6% 5,0% 3,3%

IV - Relação com o mercado mediada por instituições mercantis (4,4%)

2,9% 2,9% 3,3% 1,5% 1,5%

III.1 - Relação com o mercado mediada por redes familiares (11,1%)

10,8% 12,2% 9,5% 15,6% 7,7%

III.2/a - Relação com o mercado mediada por redes de amigos (22,3%)

20,2% 26,1% 26,1% 24,2% 18,6%

III.2/b - Relação com o mercado mediada por redes de conhecidos (13,8%)

13,6% 14,4% 15,0% 19,0% 14,1%

Outras (3,4%) 3,1% 2,9% 3,2% 5,4% 6,6%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

v

v

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Há um efeito da natureza (status) da ocupação?EGP: natureza da ocupação se mostrou o principal definidor dos modos de procura (atividades específicas => modos específicos de gerir RH => formas específicas de recrutar => modos específicos de circular informação sobre ocupação

Trab. Rurais: auto-emprego e redes familiares/ escasso peso dos modos mercantis de obtenção de trabalho

Conta-própria: redes de amigos e conhecidos (iniciativa econômica individual depende de redes sociais)

Trab. Manuais: reflete o perfil da média

Trab. Não-manuais: importância de meios anônimos, auto-emprego (PJ’s?) e escassa importância de redes de laços fortes

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Probabilidades preditas para cada modo de procura segundo a ocupação

EGP

Não manual Conta-própria

Manuais Rurais

II.1 - Acesso ao trabalho e renda se faz sem venda de trabalho (24,5%)

34,3% 4,9% 25,0% 39,0%

II.2 - Relação direta com mercado por meio de prospecção (7,8%)

5,6% 6,0% 7,6% 3,7%

II.3 - Relação direta com mercado por meios anônimos (12,7%) 19,2% 3,2% 9,8% 2,6%

IV - Relação com o mercado mediada por instituições mercantis (4,4%)

3,2% 3,1% 3,2% 0,7%

III.1 - Relação com o mercado mediada por redes familiares (11,1%)

6,5% 19,2% 10,3% 23,9%

III.2/a - Relação com o mercado mediada por redes de amigos (22.3%)

17,3% 41,0% 24,7% 15,9%

III.2/b - Relação com o mercado mediada por redes de conhecidos (13,8%)

10,4% 21,3% 15,2% 13,8%

Outras (3,4%) 3,4% 1,3% 4,2% 0,6%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

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Considerações finaisA nova maneira de perguntar nos coloca frente a novas (e

interessantes) formas de retratar o mercado de trabalho brasileiro e sua dinâmica: a porta de entrada, i.e, o entrecruzamento entre oferta e dinâmica como um problema relevante de analise

Modo de acesso ao trabalho e ao rendimento é diverso mas produto de condições desiguais que se expressam nos três blocos de características analisadas: desigualdades de origem, desigualdades nas características atuais, desigualdades na natureza da ocupação alcançada

Destaque para papel de variáveis como escolaridade da mãe, idade, status da ocupação (mas achados também interessantes foram obtidos com respeito a sexo, raça e região onde se exerce a ocupação)

Novos desafios: elos entre mecanismos de procura e natureza da ocupação sugerem caminhos segregados? + papel da posição social dos contatos acionados (e não apenas dos atributos de ego) na estruturação das desigualdades no trabalho