Design no desenvolvimento de lojas conceito

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Page 1: Design no desenvolvimento de lojas conceito

Escola Superior de Propaganda e Marketing

Artigo: Design no desenvolvimento de lojas conceito.

Rodrigo Augusto Vassari

São Paulo

2012

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Design no desenvolvimento de lojas conceito

O design possui diversos significados e interpretações, mas dentre eles está o de compreender

como o comportamento de compra (busca, transação, posse e uso) de produtos e serviços

suprem os desejos e necessidades biológicas, psicológicas e sócio-econômicas do indivíduo no

seu papel de consumidor.

“Design é tudo que está ao nosso redor.

Ele insinua sempre o objeto no mundo material e dá forma para o processo não material tanto

na produção industrial como para serviços.” MARGOLIN

Partindo desse pressuposto e de que as marcas tentam sempre prever o futuro do consumo

para antecipar tendências e ao mesmo tentar materializar os seus conceitos e visões de

mercado, a utilização do design no desenvolvimento de lojas conceito é fundamental.

Quando se trata de mercado, contato com o cliente e tradução de valores de uma marca, os 5

sentidos devem ser trabalhados.

Com a junção dos valores objetivos da marca e com os valores subjetivos dos consumidores é

possível se formar um conceito, daí então a necessidade das marcas experimentarem sempre

novos estímulos, abordagens e experiências em lojas conceito.

A ordem dos estímulos deve ser seguida, pela ordem de importância ao ser humano.

A visão que é o sentido primordial que promove uma ação. Exige uma adequação da iluminação

ao ponto onde se quer chamar atenção e onde se buscauma maior interação com o ponto de

venda.

Além de chamar a atenção para um determinado ponto do pdv ou algum produto, os nuances

entre pontos iluminados e sombra auxiliam na formação do circuito interno, o que ajuda no

posicionamento dos produtos e na diferenciação de ambientes.

Após a determinação espacial da loja através da visão, estímlos sonoros que são os

responsáveis por tomarmos uma ação pode transformar uma simples ida ao pdv em uma

experiência única, trazendo a lembrança (através das músicas) de momentos já vividos e

auxiliando no vínculo entre a marca e o produto.

Consecutivamente devem ser analisados os estímulos baseados no tato e olfato. Esses sentidos

possuem prioridades subjetivas e individuais, o que pode segmentar um público que antes era

visto como homogêneo por outras características, físicas e de personalidade.

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O tato transforma o momento em algo factível e real, portanto deixar que o consumidor toque

o produto traz a materialização de uma experiência, muitas vezes de um sonho.

O olfato relaciona-se diretamente as lembranças e auxilia a reconstrução de uma situação e o

vínculo entre marca, produto e consumidor.

O paladar ocorre quando todas as fases anteriores já tiverem sido percorridas e serve para

distinguir e para trazer gosto às experiências.

Todos possuímos esses sentidos para serem estimulados e darem “sentido” às nossas

experiências e aquisições.

Através do design, assumindo que tudo é design é possível perceber o mundo e dar significado

às nossas ações.

Exemplos de aplicações e percepções do autor do texto:

Nokia Store – Oscar Freire São Paulo

Caideras iguais às produzidas por Alvar Aalto, que trazem a ideia de inovação ao ambiente pelo

formato, quantidade de itens para a produção, versatilidade na curvatura da madeira.

Divisão clara de ambientes pela iluminação e pelos materiais de revestimento, o que traz uma

ideia de portal, transição entre um ambiente rústico para um ambiente altamente tecnológico.

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Adidas Store

Direcionamento da luz central (sendo ela composta de 3 faixas o que reforça a lembrança do

logo) por toda a extensão da loja, trazendo a ideia que ao adentrar no ambiente o cliente esteja

realmente em um mundo adidas. A ambientação por tipos de esportes e manequins todos

paramentados para a prática do mesmo esporte trazem a lembrança da experiência. Este fato

faz com que todos os produtos tenham destaque na hora da escolha e não somente o calçado

como seria de se prever.

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Havainas Stores – Oscar Freire – São Paulo

A Alpargatas trouxe à sua loja conceito toda a “simplicidade” que o seu principal produto, a

havaianas, sempre teve com o brasileiro.

Através de uma praça fechada e de um espaço com paredes brancas, o que reduz a necessidade

de iluminação artificial, o consumidor é remetido aos momentos de descontração vividos

quando se está de havaianas. A organização dos pares por cor auxilia na formação do ambiente

alegre e descontraído da loja. A exposição dos pares também sob uma barraca de feira, traz a

ideia de que os produtos são acessíveis, podem ser tocados e lembram o momento onde há a

interação entre as pessoas, no caso da feira livre, a relação de confiança no produto trazido

pelo produtor direto para o consumidor e a linguagem descontraída.

Na área de customização o desnível do ambiente, a iluminação e a cor dos balcões em azul

tentar trazer a lembrança de verão e piscina para incentivar o uso e a customização do produto.

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