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DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO OESTE PARANAENSE A PARTIR DO CAPITAL SOCIAL Moacir Piffer Doutorando em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Professor assistente do Colegiado de Economia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Agronegócio e Desenvolvimento Regional (GEPEC). Email: [email protected] Lucir Reinaldo Alves Economista pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Toledo. Mestrando do Programa de Pósgraduação em Desenvolvimento Regional da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Bolsista da CAPES. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Agronegócio e Desenvolvimento Regional (GEPEC). Email: [email protected] Jandir Ferrera de Lima Ph.D. em Desenvolvimento Regional pela Université du Québec à Chicoutimi (UQAC) Canadá. Professor adjunto do Colegiado de Economia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Agronegócio e Desenvolvimento Regional (GEPEC). Pesquisador Associado do GRIRUQAC. Email: [email protected] Maria Eloísa Cavalheiro Doutoranda em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Mestre em História pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Email: [email protected] Marizete Gonçalves da Silva Acadêmica do Curso de Biologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR)/Campus Toledo. Email: [email protected] Sessão/Área Temática: 3) Territórios revitalizados: Sinergia e Capital Social ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO OESTE PARANAENSE A PARTIR DO CAPITAL SOCIAL Resumo: O objetivo desse artigo é demonstrar os municípios da região Oeste do Paraná que de desenvolveram a partir do capital social e aqueles que demonstram um desenvolvimento mais exógeno. Essa região concentra 50 municípios e três microrregiões definidas pelo IBGE (Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu) e apresenta um desenvolvimento econômico baseado, no geral, em forças externas, ou seja, da alteridade em sua totalidade espacial. Assim, utilizarseá como metodologia uma análise bibliográfica sobre o conceito de capital social e alguns dados empíricos a partir do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, do Instituto Brasileiro de Geografia Econômica, e dos coeficientes de análise regional, especialmente o Quociente Locacional que demonstra o “peso” dos setores econômicos em cada um dos municípios. Neste contexto, o capital social e o capital humano serão tratados

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO OESTE PARANAENSE A PARTIR DO

CAPITAL SOCIAL

Moacir Piffer Doutorando em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Professor assistente do Colegiado de Economia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Agronegócio e

Desenvolvimento Regional (GEPEC). E­mail: [email protected]

Lucir Reinaldo Alves Economista pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Toledo.

Mestrando do Programa de Pós­graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Bolsista da CAPES. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em

Agronegócio e Desenvolvimento Regional (GEPEC). E­mail: [email protected]

Jandir Ferrera de Lima Ph.D. em Desenvolvimento Regional pela Université du Québec à Chicoutimi (UQAC)­ Canadá.

Professor adjunto do Colegiado de Economia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo. Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Agronegócio e

Desenvolvimento Regional (GEPEC). Pesquisador Associado do GRIR­UQAC. E­mail: [email protected]

Maria Eloísa Cavalheiro Doutoranda em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Mestre

em História pela Universidade de Passo Fundo (UPF). E­mail: [email protected]

Marizete Gonçalves da Silva Acadêmica do Curso de Biologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR)/Campus

Toledo. E­mail: [email protected]

Sessão/Área Temática: 3) Territórios revitalizados: Sinergia e Capital Social

ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO OESTE PARANAENSE A

PARTIR DO CAPITAL SOCIAL

Resumo: O objetivo desse artigo é demonstrar os municípios da região Oeste do Paraná que de desenvolveram a partir do capital social e aqueles que demonstram um desenvolvimento mais exógeno. Essa região concentra 50 municípios e três microrregiões definidas pelo IBGE (Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu) e apresenta um desenvolvimento econômico baseado, no geral, em forças externas, ou seja, da alteridade em sua totalidade espacial. Assim, utilizar­se­á como metodologia uma análise bibliográfica sobre o conceito de capital social e alguns dados empíricos a partir do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, do Instituto Brasileiro de Geografia Econômica, e dos coeficientes de análise regional, especialmente o Quociente Locacional que demonstra o “peso” dos setores econômicos em cada um dos municípios. Neste contexto, o capital social e o capital humano serão tratados

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como fatores fundamentais no desenvolvimento econômico e social dos municípios na região Oeste do Paraná. Um exemplo atual de desenvolvimento econômico a partir de iniciativas locais é o município de Terra Roxa. Nesse município, de base agrária, o poder público, os empresários e a sociedade civil implantaram a partir de 1994 os chamados Arranjos Produtivos Locais­APLs na cadeia produtiva têxtil, no segmento de tecidos para bordados. A partir dessa iniciativa esse município está apresentando melhoras significativas nos índices econômicos municipais e de qualidade de vida da população (IDH). Além desse município, o capital social possui uma matriz intensa de análise na região Oeste do Paraná e esse artigo explorará esse fato de forma mais detalhada. Todavia, ressalta­se a necessidade em despertar, ou melhor, educar, para mobilizar a comunidade civil e as instituições da importância do associativismo horizontal, da confiança, da solidariedade e das relações de cooperação entre os cidadãos dos municípios. A partir destas constatações, é importante valorizar, sobretudo a cultura cívica, o civismo, a cultura política, as tradições, a cooperação, pois são fatores fundamentais para a existência do capital social na região.

1. Introdução

O desenvolvimento econômico do Estado do Paraná, mais especificamente

da região Oeste do Paraná tem produzido um crescimento baseado, no geral, em

forças externas, ou seja, da sua base de exportação e da alteridade em sua

totalidade espacial (PIFFER, 1999).

Esta situação é percebida quando se analisam os coeficientes locacionais

nos ramos de atividades das regiões do Estado do Paraná. Nessas análises,

percebe­se que as atividades são mais fortes em algumas regiões ou municípios

que possuem maiores influências no espaço de competição. Por vezes, as causas

dessa dinâmica não são explicadas nas análises econômicas tradicionais,

aparecendo algumas insinuações sobre outras variáveis, como por exemplo, o

social, cultura cívica, o civismo, socioeconômico, cultura política e ambiental.

Embora seja uma região rica em recursos naturais (terras férteis, água), o

Oeste Paranaense tem seus contrastes internos na capacidade de estabelecer laços

de confiança e redes de cooperação inter­municipal. É neste sentido que a

microrregião de Foz de Iguaçu, mesmo sendo detentora de capital social, capital

humano, conhecimento, pesquisa e desenvolvimento, além de ter uma das maiores

indústrias de geração de energia hidroelétrica do mundo (ITAIPU), apresenta

coeficientes locacionais acima da economia brasileira no ramo de atividade da

indústria e do comércio (PIACENTI et al, 2002). No entanto, ela não apresenta bons

indicadores de desenvolvimento sócio­econômico, tanto que continua com

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problemas internos ligados ao narcotráfico, contrabando, violência e miséria, que se

alastra cada vez mais na sua periferia urbana.

A microrregião de Cascavel e Toledo, apesar de possuírem um estoque

representativo de capital social, não conseguem interagir por motivos de

desconfiança e de competição. Isso não traz benefícios para a população. Nas

palavras de Schmidt (2003) a expansão do capital social torna o perfil do

desenvolvimento capitalista mais social. Nesse caso, o processo de

desenvolvimento não é feito exclusivamente para o mercado, mas para a população

e suas comunidades. Por isso, na situação das cidades de Toledo e Cascavel, a

falta de interação entre seu capital social não é boa para ambas as cidades, pois

tentam transgredir ou delatar a cooperação que pode ocorrer entre elas. Com isso,

ambas saem perdendo, como foi no caso recente do projeto para a implantação do

aeroporto regional do Oeste do Paraná. A situação no extremo oeste da região,

onde se localizam os municípios lindeiros ao lago da hidroelétrica, não é muito

diferente por receberem royalties (compensação financeira pela parte alagada de suas terras para a formação do reservatório de ITAIPU), apresenta­se como uma

unidade territorial independente do restante da região Oeste. Essa sub­região

recebeu em torno de US$ 1,8 bilhões entre 1991 e 2004. Desse montante 75% ficou

com o governo do Paraná e o restante para os municípios lindeiros. Percebe­se

claramente que esta renda representa uma variável exógena e que sua aplicação

baseia­se nos interesses dos governos locais (ITAIPU, 2004). Embora possuam um

estoque de capital social, eles não estão mobilizando relações sociais e redes de

cooperação nem internas (relações entre os lindeiros) e nem externas (relações com

outros municípios do Oeste). A Associação dos Municípios do Oeste do Paraná ­

AMOP, Câmara de Comércio e Indústria do Oeste do Paraná ­ CACIOPAR e a

Associação da Câmara de Vereadores do Oeste do Paraná ­ ACAMOP, estão

trabalhando na tentativa de estabelecer uma relação mais interativa com o espaço

territorial do Oeste do Paraná. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é traçar

elementos que auxiliem na compreensão do desenvolvimento regional, a partir de

elementos do capital social, como é o caso do Oeste do Paraná, que concentra 50

municípios e três microrregiões (Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu) (Mapa 1).

Mapa 1 ­ Região Oeste do Paraná e seus municípios ­ 2000

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Fonte: Alves (2005)

Frente à problemática da concentração do desenvolvimento regional no

Oeste paranaense faz­se necessário estudos sobre o capital social e o avanço

dessa região. Essa necessidade é reforçada pelos estudos de Moraes (2003), que

aponta que o atual modelo de crescimento econômico apenas aumentou as

disparidades. Ele não se irradia de forma homogênea pelo espaço regional,

demandando novas alternativas que congreguem a comunidade para diminuir a

pobreza. Assim, o desenvolvimento é um processo endógeno alavancado pelo

capital social e suas interações.

2. Desenvolvimento Regional e Produção de Identidade Para o Capital Social.

O desenvolvimento regional de uma região ou local passa necessariamente

pela análise das questões suscitadas pelas narrativas identitárias regionais e suas

implicações com a chamada identidade cultural, naturalização da identidade frente à

globalização. A região é o último recurso de estabilidade e de reconhecimento no

desenvolvimento regional. Por isso, é importante a discussão e a análise da

0 43,30 km

Lago de Itaipu

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identidade regional sob a ótica da diferença, da alteridade (outro) o estranho em um

mundo globalizado e marcado pela ordem hegemônica.

A formação de uma região inicia­se pela produção da identidade e da

diferença. Em geral, o chamado multiculturalismo, segundo Silva (2000): “apóia­se em um vago e benevolente apelo à tolerância e ao respeito para a diversidade e a diferença. (...) Na perspectiva da diversidade, a diferença e a identidade tendem a ser naturalizadas, cristalizadas, essencializadas”. Ele aponta também que a causa da estranheza nessas discussões é a ausência de uma teoria da identidade e da

diferença. No entanto, ele tenta discutir na perspectiva que tenta desenvolver,

identidade e diferença são vistas como mutuamente determinadas.

Silva (2000), argumenta que a identidade e a diferença são resultados de um

processo de produção simbólica e discursiva. E que a afirmação da identidade e a

enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes grupos sociais,

assimetricamente situados, de garantir o acesso privilegiado aos bens sociais. Para

ele a identidade e a diferença estão, pois, em estreita conexão com relações de

poder. Também o autor diz que são outras tantas marcas da presença do poder:

incluir/excluir (estes pertencem, aqueles não); demarcar fronteiras (nós e eles);

classificar (bons e maus; puros e impuros; desenvolvidos e primitivos; racionais e

irracionais); normalizar (nós somos normais; eles são anormais). Assim, segundo ele

a afirmação da identidade e a marcação da diferença implicam, sempre, as

operações de incluir e de excluir. É nesta perspectiva que este ensaio parte do

capital social como mediador para a integração e cooperação das comunidades

municipais em prol da região Oeste do Paraná.

Neste sentido, a idéia de ordem e de fronteira nos move, e ao mesmo tempo

dá idéia de lugar, ou seja, as coisas no lugar e os estranhos são produzidos neste

lugar, regional ou local. E, por último remete­se à idéia de comunidade. A

comunidade é altamente definitiva, invisibilidade na “exorcização” do outro. A

naturalização da identidade, de toda comunidade híbrida é ver o outro diferenciado.

O “estranho” está caracterizado principalmente como o consumidor ou investidor

pioneiro na região ou local. Para Bauman (1998) a liberdade depende de quem é

mais forte, na distribuição das habilidades e recursos materiais requeridos pela ação

eficiente. Os “estranhos” se tornam normais ou são expulsos para fora da

comunidade, na forma de imigração ou migração.

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Neste contexto, Hall (2003) discutiu a questão do que se pensa e faz, que

para ele é multiculturalismo, que é doutrina política. O multicultural é um termo

qualificativo, que por definição é plural. O multiculturalismo comercial pressupõe que

a diversidade de comunidades distintas deve ser reconhecida. O multiculturalismo

coorporativo é administrar as diferenças culturais, visando os interesses das regiões

mais desenvolvidas. Nesta visão, pode­se argumentar que a região é definida por

contrastes e que é formada por inter­comunidades, que estabelecem um discurso

homogêneo de fronteira, espaço de organização, mantêm uma rede simbólica de

ordem e diferença. A comunidade não pode existir sem diferenças. A condição da

identidade é manter a diferença. Assim a identidade, a diferença e a alteridade

formam a região. E a narrativa se situa no valor trabalho da região.

A partir destas discussões feitas pelos autores acima, é possível estruturar e

analisar o desenvolvimento regional do Oeste do Paraná como resultado da

identidade regional e a diferença como marca predominante da alteridade (“o

estranho”) sob a ótica da imigração e migração populacional, ou seja, pela ação dos

elementos que formam seu capital social e o movimento do capital humano. O

resultado desse processo reflete­se no perfil da localização das atividades

produtivas (quociente locacional) e o montante de capital humano em valores

monetários.

Para Putnam (1996) o capital social são formas de cooperação e

associatividades nas comunidades locais, ou seja, os padrões de organização

sociocultural do desenvolvimento regional. Esses padrões estão assentados na

confiança, normas e sistemas, que contribuem para aumentar a eficiência da

sociedade, facilitando as ações coordenadas. Diferente de Putnam (1996), Boisier

(1999) prefere chamá­lo de capital sinergético. Indiferente à forma que for

chamando, na concepção de Becker (2003) o envolvimento social dá movimento

político ao desenvolvimento regional, porque ele tem como tarefa pôr em marcha os

desafios das massas, ou seja, fazer ver melhor, fazer desejar, envolvendo todos

num processo de interação/integração regional. Monastério (2003) classifica capital

social como as normas e relações que facilitam a ação coletiva. Assim, o capital

social surge como uma alternativa a ser trabalhada pelo desenvolvimento. Ele é o

elo que forma as sinergias locais. Nessa linha, Milani (2004) chama a atenção que

as sinergias locais pelo desenvolvimento não se regulam pelo sistema de mercado,

mas, ao contrário, elas ensejam o desenvolvimento intra­comunidade.

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3. O Perfil do Desenvolvimento Regional no Oeste do Paraná: Implicações com

o Capital Social.

No Oeste do Paraná, a formação socioeconômica foi construída pelos

movimentos migratórios e colonizadores do Sul do Brasil, após a segunda metade

da década de 1940, incentivada por companhias colonizadoras, estruturadas com

base na pequena propriedade familiar Assim, a forma ordenada de colonização fez

com que nesta a predominância étnica fosse européia, ou seja, descendentes de

ítalo­germânicos vindos do Sul do Brasil. A ocupação territorial baseou­se

inicialmente nas pequenas propriedades voltadas para a produção de subsistência e

seqüencialmente na produção mercantil a partir dos anos 1950. A partir da década

de 1960 houve intensa imigração populacional de outras regiões do País em busca

de terras, produção agrária, comércio, entre outros para a região Oeste do Paraná

(PIFFER, 1999). Nesse sentido, marca a presença do estranho que, possibilitou a

formação socioeconômica desigual no interior dessa região.

Nos anos 1970, com a utilização de insumos modernos e técnicas avançadas

de plantio e cultivo, a região passou a sofrer alterações em seu perfil produtivo,

voltando­se para a produção de culturas de exportação (soja, milho e trigo). De uma

economia agrícola tradicional passou, a partir dos anos setenta, por uma

transformação industrial no meio urbano e uma acelerada industrialização do campo

impulsionada por tecnologias avançadas A formação da renda agrária possibilitou, a

partir dos anos 80, a formação, organização e estruturação do setor urbano, mais

especificamente as atividades econômicas e sociais de urbanização, com destaque

para as cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Medianeira e Marechal

Cândido Rondon. A partir da década de 1990, a região difundiu e diversificou sua

base econômica (agricultura, indústria e serviços). Todavia, o que mais tem se

destacado foi a indústria, comércio e serviços. A região possui uma estrutura muito

forte com a indústria agro­alimentar com grande influência das cooperativas

(PIFFER, 1999 e RIPPEL e LIMA, 1999).

3.1 O Atual Perfil Locacional das Atividades Produtivas no Oeste Paranaense.

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Ao analisar o quociente locacional pode­se perceber o deslocamento de

pessoas de um setor ou atividade para outro de modo dinâmico e induzindo novas

atividades. Neste sentido, percebe­se também que o signo do estranho e da

diferença influenciou a formação regional. Esta situação pode ser verificada quando

se analisa o quociente locacional (QL) do período de 1970 a 2000, conforme mostra

a Tabela 1.

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Tabela 1 ­ Quociente Locacional Setorial dos Municípios da Região Oeste do Paraná ­ 1970/2000 1

Agricultura e agropecuária Atividades industriais Comércio Serviços Trnasporte e Comunicação Atividades Sociais Administração pública Outras atividades Municípios 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000

Anahy ­ ­ ­ 2,63 ­ ­ ­ 0,42 ­ ­ ­ 0,57 ­ ­ ­ 0,87 ­ ­ ­ 0,13 ­ ­ ­ 0,20 ­ ­ ­ 1,55 ­ ­ ­ 0,74 Assis Chateaubriand 1,36 1,38 1,53 1,46 0,34 0,43 0,47 0,66 0,60 1,08 1,11 0,98 0,36 0,76 0,90 0,82 0,40 0,76 0,82 0,68 0,27 0,87 0,86 0,80 0,23 0,63 0,63 1,10 0,44 1,05 0,81 1,39 Boa Vista da Aparecida ­ ­ 2,65 2,49 ­ ­ 0,16 0,54 ­ ­ 0,33 0,52 ­ ­ 0,39 0,55 ­ ­ 0,19 0,63 ­ ­ 0,63 0,31 ­ ­ 0,51 1,13 ­ ­ 0,19 1,16 Braganey ­ ­ 2,39 2,62 ­ ­ 0,28 0,32 ­ ­ 0,49 0,48 ­ ­ 0,48 0,60 ­ ­ 0,41 0,47 ­ ­ 0,48 0,47 ­ ­ 0,85 0,80 ­ ­ 0,24 1,60 Cafelândia ­ ­ 1,05 1,16 ­ ­ 0,94 0,94 ­ ­ 1,51 1,06 ­ ­ 0,72 0,69 ­ ­ 1,47 1,14 ­ ­ 0,82 0,59 ­ ­ 1,03 1,03 ­ ­ 0,25 1,27 Campo Bonito ­ ­ 2,50 3,24 ­ ­ 0,36 0,17 ­ ­ 0,34 0,42 ­ ­ 0,23 0,22 ­ ­ 0,54 0,08 ­ ­ 0,49 0,22 ­ ­ 1,28 2,09 ­ ­ 0,22 0,96 Capitão Leônidas Marques 1,47 1,72 2,15 1,56 0,13 0,38 0,41 1,11 0,29 0,67 0,41 0,80 0,16 0,45 0,71 0,59 0,24 0,84 0,61 0,56 0,25 0,54 0,56 0,87 0,17 0,25 0,76 0,75 0,19 0,29 0,20 0,95 Cascavel 0,89 0,60 0,33 0,38 1,38 1,09 1,01 0,94 1,25 1,76 1,78 1,33 1,29 1,41 1,33 1,02 0,97 1,33 1,25 1,22 0,66 0,93 1,10 1,17 0,81 1,01 1,05 1,05 1,33 1,44 1,32 1,48 Catanduvas 1,40 1,89 2,01 2,35 0,55 0,46 0,42 0,45 0,33 0,36 0,42 0,68 0,14 0,29 0,63 0,67 0,33 0,16 0,38 0,75 0,26 0,43 1,22 0,60 0,28 0,22 0,82 0,41 0,08 0,28 0,64 1,26 Céu Azul 1,37 1,52 1,49 1,35 0,54 0,71 0,74 0,89 0,33 0,61 0,68 0,79 0,30 0,63 0,84 0,54 0,30 0,62 1,29 1,83 0,21 0,61 0,94 0,74 0,22 0,31 0,73 1,67 0,32 0,42 0,51 0,97 Corbélia 1,29 1,50 1,74 1,37 0,57 0,60 0,52 0,89 0,50 0,68 0,85 0,96 0,48 0,64 0,78 0,66 0,75 0,63 0,70 1,02 0,45 0,64 0,79 0,59 0,14 0,53 0,66 1,24 0,42 0,84 0,53 1,17 Diamante do Sul ­ ­ ­ 3,77 ­ ­ ­ 0,24 ­ ­ ­ 0,31 ­ ­ ­ 0,36 ­ ­ ­ 0,22 ­ ­ ­ 0,10 ­ ­ ­ 1,34 ­ ­ ­ 0,02 Diamante D'Oeste ­ ­ 2,73 2,40 ­ ­ 0,18 0,34 ­ ­ 0,27 0,65 ­ ­ 0,29 0,45 ­ ­ 0,10 0,28 ­ ­ 0,68 0,45 ­ ­ 0,57 2,55 ­ ­ 0,11 1,07 Entre Rios do Oeste ­ ­ ­ 1,79 ­ ­ ­ 1,17 ­ ­ ­ 0,54 ­ ­ ­ 0,59 ­ ­ ­ 0,46 ­ ­ ­ 0,32 ­ ­ ­ 1,57 ­ ­ ­ 0,91 Formosa do Oeste 1,39 1,92 2,19 2,30 0,22 0,14 0,23 0,65 0,50 0,52 0,65 0,64 0,35 0,39 0,48 0,48 0,29 0,39 0,39 0,19 0,32 0,34 1,02 0,53 0,52 0,55 0,99 1,65 0,30 0,42 0,36 0,93 Foz do Iguaçu 0,73 0,18 0,10 0,11 1,07 1,97 1,07 0,68 1,53 1,52 1,87 1,79 1,84 1,73 1,75 0,90 1,28 1,41 1,12 2,25 0,86 0,92 0,82 1,19 3,09 1,04 0,93 1,13 1,43 0,93 1,09 1,18 Guairá 1,17 0,75 0,98 1,16 0,56 0,93 0,77 0,82 0,68 1,33 1,03 1,02 0,66 1,29 1,31 0,86 0,71 1,56 0,87 0,73 0,57 0,84 1,00 0,89 1,47 1,90 1,26 1,67 0,97 1,14 0,39 1,12 Guaraniaçu 1,33 1,84 2,42 2,55 0,50 0,34 0,28 0,47 0,37 0,48 0,40 0,73 0,28 0,38 0,49 0,62 0,38 0,45 0,38 0,54 0,66 0,42 0,66 0,33 0,33 0,49 0,47 1,13 0,57 0,24 0,41 0,66 Ibema ­ ­ 1,44 1,34 ­ ­ 1,18 1,54 ­ ­ 0,60 0,67 ­ ­ 0,72 0,55 ­ ­ 0,34 0,62 ­ ­ 0,96 0,38 ­ ­ 0,61 0,86 ­ ­ 0,44 1,00 Iguatu ­ ­ ­ 3,19 ­ ­ ­ 0,23 ­ ­ ­ 0,45 ­ ­ ­ 0,39 ­ ­ ­ 0,47 ­ ­ ­ 0,36 ­ ­ ­ 1,19 ­ ­ ­ 0,75 Iracema do Oeste ­ ­ ­ 2,65 ­ ­ ­ 0,46 ­ ­ ­ 0,66 ­ ­ ­ 0,42 ­ ­ ­ 0,22 ­ ­ ­ 0,27 ­ ­ ­ 1,24 ­ ­ ­ 1,03 Itaipulândia ­ ­ ­ 1,61 ­ ­ ­ 1,11 ­ ­ ­ 0,66 ­ ­ ­ 0,75 ­ ­ ­ 0,59 ­ ­ ­ 0,48 ­ ­ ­ 1,10 ­ ­ ­ 1,02 Jesuítas ­ ­ 2,38 3,01 ­ ­ 0,27 0,36 ­ ­ 0,57 0,63 ­ ­ 0,46 0,44 ­ ­ 0,47 0,29 ­ ­ 0,68 0,44 ­ ­ 0,43 0,64 ­ ­ 0,29 0,68 Lindoeste ­ ­ 2,55 3,08 ­ ­ 0,31 0,51 ­ ­ 0,42 0,40 ­ ­ 0,33 0,51 ­ ­ 0,05 0,38 ­ ­ 0,53 0,30 ­ ­ 0,82 0,91 ­ ­ 0,16 0,50 Marechal Cândido Rondon 1,28 1,07 1,29 1,52 0,62 0,66 0,73 0,92 0,54 1,19 1,21 0,87 0,57 1,19 0,90 0,77 0,47 0,97 0,78 0,75 0,51 0,80 0,90 1,11 0,21 0,66 0,71 0,58 0,43 1,42 0,70 0,92 Maripá ­ ­ ­ 2,54 ­ ­ ­ 0,60 ­ ­ ­ 0,53 ­ ­ ­ 0,62 ­ ­ ­ 0,83 ­ ­ ­ 0,51 ­ ­ ­ 0,76 ­ ­ ­ 0,71 Matelândia 1,38 1,68 1,61 1,30 0,42 0,50 0,52 1,02 0,20 0,58 0,97 1,01 0,36 0,51 0,94 0,71 0,54 0,56 0,92 1,09 0,34 0,50 0,72 0,75 0,15 0,44 0,51 1,10 0,39 0,31 0,33 0,71 Medianeira 1,33 1,26 1,04 0,61 0,50 0,84 0,98 1,26 0,69 1,15 1,00 1,22 0,39 0,73 1,10 0,78 0,47 0,84 1,18 1,32 0,32 0,63 0,82 0,95 0,09 0,44 0,73 0,85 0,24 0,71 0,67 0,93 Mercedes ­ ­ ­ 3,41 ­ ­ ­ 0,50 ­ ­ ­ 0,29 ­ ­ ­ 0,20 ­ ­ ­ 0,84 ­ ­ ­ 0,23 ­ ­ ­ 0,70 ­ ­ ­ 0,34 Missal ­ ­ 2,01 2,42 ­ ­ 0,47 0,52 ­ ­ 0,54 0,54 ­ ­ 0,60 0,49 ­ ­ 0,98 1,12 ­ ­ 0,76 0,73 ­ ­ 0,62 0,75 ­ ­ 0,55 1,01 Nova Aurora 1,43 1,65 1,94 2,07 0,19 0,24 0,33 0,58 0,42 0,91 1,05 0,89 0,30 0,54 0,60 0,62 0,37 0,66 0,60 0,62 0,15 0,74 0,80 0,61 0,13 0,51 0,69 1,07 0,26 0,51 0,38 0,88 Nova Santa Rosa ­ 1,49 1,67 2,63 ­ 0,70 0,70 0,66 ­ 0,69 0,65 0,57 ­ 0,62 0,67 0,52 ­ 0,56 0,60 0,47 ­ 0,63 0,67 0,50 ­ 0,73 1,57 0,67 ­ 0,33 0,88 0,64 Ouro Verde do Oeste ­ ­ 2,20 2,28 ­ ­ 0,30 0,70 ­ ­ 0,57 0,64 ­ ­ 0,68 0,58 ­ ­ 0,27 0,46 ­ ­ 0,68 0,44 ­ ­ 0,49 0,81 ­ ­ 0,49 1,08 Palotina 1,35 1,04 1,13 1,21 0,49 0,62 0,59 0,91 0,40 1,74 1,37 1,20 0,38 1,09 1,05 0,79 0,39 0,53 0,85 0,72 0,52 0,94 0,88 0,75 0,24 0,87 1,12 0,49 0,20 0,86 1,03 1,15 Pato Bragado ­ ­ ­ 2,47 ­ ­ ­ 0,79 ­ ­ ­ 0,46 ­ ­ ­ 0,47 ­ ­ ­ 0,47 ­ ­ ­ 0,67 ­ ­ ­ 1,30 ­ ­ ­ 0,56 Quatro Pontes ­ ­ ­ 2,50 ­ ­ ­ 0,74 ­ ­ ­ 0,65 ­ ­ ­ 0,30 ­ ­ ­ 0,59 ­ ­ ­ 0,51 ­ ­ ­ 0,58 ­ ­ ­ 0,81 Ramilândia ­ ­ ­ 3,21 ­ ­ ­ 0,41 ­ ­ ­ 0,44 ­ ­ ­ 0,38 ­ ­ ­ 0,24 ­ ­ ­ 0,45 ­ ­ ­ 0,94 ­ ­ ­ 0,48 Santa Helena 1,42 1,76 2,00 1,74 0,28 0,26 0,52 0,84 0,30 0,56 0,65 0,74 0,32 0,42 0,66 0,87 0,31 0,58 0,38 0,76 0,31 0,51 0,65 0,85 0,14 0,63 0,67 1,02 0,11 1,05 0,47 0,73 Santa Lúcia ­ ­ ­ 2,96 ­ ­ ­ 0,53 ­ ­ ­ 0,51 ­ ­ ­ 0,39 ­ ­ ­ 0,20 ­ ­ ­ 0,29 ­ ­ ­ 0,84 ­ ­ ­ 0,76 Santa Tereza do Oeste ­ ­ 1,69 1,09 ­ ­ 0,68 1,09 ­ ­ 0,64 1,11 ­ ­ 0,98 0,61 ­ ­ 0,65 0,77 ­ ­ 0,52 0,50 ­ ­ 0,49 1,11 ­ ­ 0,44 1,26 Santa Terezinha de Itaipu ­ ­ 0,57 0,56 ­ ­ 1,00 0,84 ­ ­ 1,33 1,36 ­ ­ 1,51 0,99 ­ ­ 1,12 1,55 ­ ­ 0,80 0,79 ­ ­ 0,91 1,69 ­ ­ 0,89 1,06 São José das Palmeiras ­ ­ 2,21 2,71 ­ ­ 0,25 0,37 ­ ­ 0,68 0,61 ­ ­ 0,59 0,63 ­ ­ 0,38 0,11 ­ ­ 0,76 0,40 ­ ­ 0,63 1,01 ­ ­ 0,41 1,08 São Miguel do Iguaçu 1,36 1,63 1,50 1,37 0,47 0,53 0,75 0,87 0,39 0,60 0,67 0,89 0,29 0,55 0,84 0,86 0,25 0,51 0,99 1,05 0,51 0,62 1,06 0,76 0,24 0,37 0,81 0,92 0,40 0,46 0,41 1,12 São Pedro do Iguaçu ­ ­ ­ 2,96 ­ ­ ­ 0,41 ­ ­ ­ 0,48 ­ ­ ­ 0,36 ­ ­ ­ 0,62 ­ ­ ­ 0,38 ­ ­ ­ 1,03 ­ ­ ­ 0,80 Serranópolis do Iguaçu ­ ­ ­ 3,15 ­ ­ ­ 0,53 ­ ­ ­ 0,35 ­ ­ ­ 0,48 ­ ­ ­ 0,56 ­ ­ ­ 0,43 ­ ­ ­ 0,66 ­ ­ ­ 0,40 Terra Roxa 1,31 1,52 1,87 1,82 0,36 0,30 0,40 1,13 0,54 0,98 0,72 0,70 0,41 0,74 0,73 0,48 0,52 0,80 0,89 0,73 0,37 0,65 0,81 0,35 0,66 0,71 0,44 1,10 0,73 0,62 1,02 0,78 Toledo 1,11 1,06 0,85 0,80 1,00 1,07 1,16 1,30 0,79 1,11 1,15 1,03 0,73 0,90 1,03 0,90 0,66 0,81 1,02 0,90 0,78 0,78 0,99 0,96 0,41 0,59 0,88 0,63 0,88 0,86 0,63 1,02 Três Barras do Paraná ­ ­ 2,50 2,81 ­ ­ 0,26 0,54 ­ ­ 0,50 0,59 ­ ­ 0,33 0,30 ­ ­ 0,37 0,59 ­ ­ 0,66 0,27 ­ ­ 0,68 1,00 ­ ­ 0,13 0,72 Tupãssi ­ ­ 1,79 1,87 ­ ­ 0,29 0,51 ­ ­ 0,64 0,64 ­ ­ 0,75 0,94 ­ ­ 0,63 1,36 ­ ­ 1,12 0,86 ­ ­ 1,87 0,74 ­ ­ 0,44 1,24 Vera Cruz do Oeste ­ ­ 1,82 1,74 ­ ­ 0,51 0,72 ­ ­ 0,75 0,80 ­ ­ 0,76 0,72 ­ ­ 0,52 0,97 ­ ­ 0,79 0,68 ­ ­ 0,76 0,51 ­ ­ 0,46 1,38 Fonte: Alves, 2005.

1 Para maiores detalhes metodológicos ver Alves (2005) e Lima et. al. (2005).

Page 10: Desenvolvimento regional do Oeste Paranaense a partir do capital ...

10

Pela Tabela 1 nota­se que o setor da agricultura e agropecuária é significativo

(localização forte) para a maioria dos municípios da região Oeste Paranaense.

Somente Cascavel e Foz do Iguaçu não possuíam um QL significativo no ano de

1970. Os demais municípios tinham esse setor muito forte em suas economias. Nos

demais anos essa característica se manteve, mas outros municípios apresentam

decréscimo no QL, sendo eles: Guaíra em 1980, Toledo e Santa Terezinha de Itaipu

em 1991, e Medianeira em 2000. Vale lembrar que o município de Guaíra voltou a

apresentar QL forte no ano de 2000. Essa tabela mostra que, no geral, a região

ainda possui, em quase a totalidade dos municípios, o setor da agricultura e

agropecuária com forte localização. Dessa forma, constata­se a grande afinidade

ainda exercida pelos municípios neste setor.

No entanto, nota­se que os municípios estão desenvolvendo os demais

setores e polarizando­se no dinamismo dos mesmos. Contudo, está havendo uma

concentração das atividades nas atividades urbanas, principalmente a indústria e os

serviços, em poucos municípios. Especificamente, a tendência à concentração é

maior na cidade de Cascavel. Para Alves (2005), isso ocorre devido esta cidade ser

privilegiada pela localização central regional estratégica, e por estar no

entroncamento das principais rodovias da região – principalmente pela BR­277 –

além da rede ferroviária que também passa pelo município. Os municípios que estão

no corredor da BR­277 passaram a apresentar crescimento dos coeficientes do setor

de transporte e comunicação.

Quanto ao setor das atividades sociais até o ano de 1980 nenhum município

apresentava QL significativo, mas, mesmo assim, notou­se uma evolução dos

coeficientes nesse período, ou seja, está havendo mais oferta de empregos nesta

atividade. Em 1991 houve um deslocamento do emprego para as atividades sociais,

o que tornou o QL significativo em alguns municípios.

Para o ano de 2000 apenas três municípios apresentam QL forte, sendo eles:

Cascavel, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon. Dos demais, vários

apresentaram decréscimos em seus respectivos QL para o setor social. Parte da

explicação para essa diminuição dos QL está no desmembramento que ocorreu em

vários municípios para a emancipação de novas cidades entre o período de 1990 a

2000. Dessa forma, quando há um desmembramento, esse tipo de atividade estará

concentrado não no novo município, mas sim, mais concentrado no município mais

antigo. Dessa forma os novos municípios são criados com uma infra­estrutura social

Page 11: Desenvolvimento regional do Oeste Paranaense a partir do capital ...

11

na fase de organização e construção. O setor da administração pública apresentou

uma evolução muito significativa para a maioria dos municípios da região Oeste

Paranaense. No ano de 1970, somente Foz do Iguaçu e Guaíra apresentavam

coeficientes fortes. Já no ano de 2000 a maioria dos municípios tinha esse setor

como representativo em suas economias.

O setor de outras atividades, que agrega as atividades não compreendidas

nos demais ramos (exemplos: inspetores/fiscais, domésticas, babás, trabalhadores

braçais, etc.), apresentou evolução do número de municípios com QL significativo.

Essa informação demonstra que esse tipo de atividade, muitas vezes informal, está

crescendo na região.

Em síntese observou­se pela evolução do Quociente Locacional setorial dos

municípios da região do Oeste do Paraná que os mesmos ainda estão dependentes

do setor agrícola. Em alguns municípios este é o único setor forte da economia

municipal. Em outros casos este setor é representativo juntamente com o setor da

administração pública, sendo este último cada vez mais representativo nos

municípios. No entanto, outros dados foram significativos, principalmente o fato de

estar, cada vez mais, havendo uma concentração dos municípios do corredor da

BR­277 em relação aos setores do comércio e serviços. Além disso, em alguns

casos, como do setor de serviços, o grande polarizador é a cidade de Cascavel, que

atingiu no ano de 2000 como o único município forte neste setor.

Toda essa análise feita pelo QL evidencia que a migração, deslocamento de

pessoas de uma atividade para outra, assim como a entrada de pessoas de outras

regiões, especializadas ou não, as quais são denominadas de estranhas (alteridade)

e que foram nomeadas como diferentes, foram quem desenvolveu os setores ou

atividades da região Oeste do Paraná. Por outro lado, também, a região ou a

comunidade não absorveu na sua fronteira as pessoas “estranhas”, quer no vínculo

social, comercial ou industrial, as quais tiveram que deslocar­se para outras regiões

do Estado ou do País. Mas, mesmo na diferença, a cooperação não pode ser

negada intracomunidade, pois as instituições e pessoas procuram interagir para a

solução dos problemas locais, principalmente nos pequenos municípios da região,

onde os laços afetivos, de confiança e de parceria são inerentes às próprias

pessoas.

Page 12: Desenvolvimento regional do Oeste Paranaense a partir do capital ...

12

Neste sentido, o período de 1940 a 2000 foi marcado pela evolução

significativa no contingente populacional na região Oeste do Paraná, como se pode

evidenciar pelo Gráfico 1.

Gráfico 1 ­ População Total da Região Oeste do Paraná ­ 1940/2000.

7.645 16.421

135.036

752.432

960.775 1.016.481

1.078.584 1.138.582

­

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

População Total

1940 1950 1960 1970 1980 1990 1996 2000

Ano

Fonte: Rippel, 2005.

O Gráfico 1 mostra que a população total no ano de 1940 era de 7.645, que

por sinal nesta década já havia os “estranhos” na região. A partir de 1960 houve um

movimento intenso de pessoas em busca de novas alternativas econômicas e

sociais no espaço regional do Oeste do Paraná. Esta identidade regional baseada

na diferença e em sua alteridade impulsionou o multiculturalismo econômico e social

a partir de 1970, que formou e diversificou a região. Precisamente a partir de 1980

com a grande movimentação de pessoas que se deslocaram de uma atividade para

outra foram absorvidas ou não em outros ramos de atividades ditas urbanas como

mostra a Tabela 2.

Tabela 2 ­ Evolução da Composição da População e Densidade Demográfica do Oeste Paraná. Por área urbana ou rural de residência ­ de 1970 a 2000.

População Urbana População Rural População Total Ano doCenso

Total Urbano.

% no total Da Pop. Regional

Densidade Demográfica (hab/Km2)

Total Rural

% no total Da Pop. Regional

Densidade Demográfica (hab/Km2)

Total Geral

Densidade Demográfica (hab/Km2)

1970 149.516 19,87 6,53 602.916 80,13 26,32 752.432 32,85 1980 484.504 50,43 21,15 476.225 49,57 20,79 960.729 41,94 1991 728.126 71,67 31,78 287.803 28,33 12,56 1.015.929 44,35 1996 832.691 77,20 36,35 245.893 22,80 10,73 1.078.584 47,08 2000 929.092 81,60 40,56 209.490 18,40 9,14 1.138.582 49,70

Fonte: Rippel, 2005.

Page 13: Desenvolvimento regional do Oeste Paranaense a partir do capital ...

13

Pela Tabela 2 verifica­se que houve um deslocamento maior da população

para as áreas urbanas o que acarretou um crescimento significativo da densidade

demográfica urbana (hab/km 2 ) a partir dos anos 1980, passando de 6,53 hab/km 2 no

ano de 1970 para 40,56 hab/km 2 no ano de 2000. Ao contrário, a população rural

sofreu decréscimo do seu contingente populacional e conseqüentemente da

densidade demográfica, reduzindo de 26,32 hab/km 2 no ano de 1970 para 9,14

hab/km 2 no ano de 2000.

Esse perfil demográfico faz contraste com o capital humano. As cidades mais

populosas são aquelas que possuem ainda um melhor perfil em termos de salários e

remuneração por ano de estudo. Essa informação pode ser verificada na tabela 3. O

capital humano se refere ao valor esperado presente nos rendimentos anuais

(descontados a 10% a.a.) associados à escolaridade e experiência (idade) da

população em idade ativa (15 a 65 anos). O estoque de capital humano é calculado

pela diferença entre o rendimento obtido no mercado de trabalho e a estimativa

daquele obtido por um trabalhador sem escolaridade e experiência. Para se estimar

os rendimentos futuros esperados utilizam­se os coeficientes de retorno à educação

e à experiência estimados pelos dados do Censo Demográfico.

Nesse caso, as cidades menores ainda têm uma remuneração em termos de

capital humano muito baixo. Essas cidades, além de sofrerem as forças de atração

dos grandes centros (Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu) não conseguem fazer uma

massa salarial que se reverta em consumo interno significativo (Tabela 3).

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Tabela 3 ­ Capital Humano em R$ (mil) de 2000 dos municípios da mesorregião Oeste do Paraná – 1980/2000 ­ Valores deflacionados pelo IPCA.

Município 1980 1991 2000 Cascavel 2.897.889,55 5.004.877,09 9.148.325,52 Foz do Iguaçu 2.354.110,33 4.625.403,27 8.701.632,05 Toledo 1.301.627,12 2.298.548,13 3.551.016,96 Marechal Cândido Rondon 972.874,64 1.249.470,00 1.486.100,91 Medianeira 770.168,92 958.567,12 1.261.137,84 Assis Chateaubriand 777.252,20 893.497,94 1.086.391,25 Guaíra 454.526,48 635.107,50 928.293,35 Palotina 494.680,88 799.107,93 913.417,09 São Miguel do Iguaçu 434.687,66 512.706,94 719.377,54 Santa Helena 428.863,04 394.625,51 656.944,67 Santa Terezinha de Itaipu ­ 294.183,59 565.592,51 Terra Roxa 340.741,81 433.831,19 470.457,47 Corbélia 469.289,49 462.552,56 441.432,12 Guaraniaçu 387.132,79 449.519,41 440.007,52 Matelândia 395.961,71 350.593,01 425.877,24 Nova Aurora 247.171,97 331.196,74 403.652,56 Capitão Leônidas Marques 467.253,92 319.507,57 398.178,42 Cafelândia ­ 176.956,27 366.879,59 Missal ­ 228.729,55 307.071,74 Céu Azul 328.952,03 221.866,29 304.585,58 Santa Tereza do Oeste ­ 111.183,62 291.932,45 Jesuítas ­ 283.801,06 277.663,82 Três Barras do Paraná ­ 256.361,97 271.500,42 Catanduvas 382.711,00 166.791,84 266.340,76 Vera Cruz do Oeste ­ 241.669,72 260.858,82 Formosa do Oeste 461.803,50 336.298,86 252.438,75 Tupãssi ­ 202.080,21 237.113,41 Nova Santa Rosa 105.720,94 150.102,53 208.630,81 Itaipulândia ­ ­ 203.745,67 Boa Vista da Aparecida ­ 165.543,33 191.553,14 Maripá ­ ­ 183.814,97 São Pedro do Iguaçu ­ ­ 176.716,05 Braganey ­ 135.975,45 164.673,61 Lindoeste ­ 112.435,90 155.132,17 Serranópolis do Iguaçu ­ ­ 144.382,59 Ouro Verde do Oeste ­ 118.353,32 143.399,26 Ibema ­ 106.862,02 128.109,55 Pato Bragado ­ ­ 123.003,90 Diamante D'Oeste ­ 135.515,18 121.199,06 Quatro Pontes ­ ­ 119.747,97 Entre Rios do Oeste ­ ­ 113.192,21 Mercedes ­ ­ 113.125,04 Campo Bonito ­ 83.616,63 108.776,98 São José das Palmeiras ­ 100.814,78 102.972,68 Santa Lúcia ­ ­ 102.290,07 Anahy ­ ­ 88.270,90 Ramilândia ­ ­ 79.470,91 Iracema do Oeste ­ ­ 75.740,40 Diamante do Sul ­ ­ 68.495,99 Iguatu ­ ­ 55.810,35 Mesorregião Oeste/PR 14.473.419,98 23.348.254,03 37.406.474,64 Fonte: IPEADATA, 2005, Censo Demográficos para os anos 1980, 1991 e 2000 e da PNAD nos demais anos do período 1981­99.

Frente ao perfil do capital humano exposto na Tabela 3 urge alternativas

para reverter essa situação. Nesse caso, ao invés do capital humano, o capital social

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torna­se uma referência fundamental de desenvolvimento regional, porque nas

comunidades menores há sinergia local entre os agentes econômicos e indivíduos,

são mais cooperativos, produzem mais ajuda mútua. Assim, para essas localidades,

as instituições locais situam­se como atores da busca do desenvolvimento. A

solução do problema parte da própria comunidade para ela mesma promovendo a

interação entre as pessoas e as famílias.

4. Desenvolvimento Regional e Capital Social no Oeste Paranaense: À Guisa

de Conclusão.

Atualmente, no Oeste do Paraná, a coordenação de projetos da Hidroelétrica

Itaipu Binacional vem desenvolvendo em conjunto com as municipalidades locais

vários programas na área do meio ambiente, como exemplo: reflorestamento, matas

ciliares, água boa, coleta solidária do lixo, treinamento de jovens no parque

tecnológico de ITAIPU, parcerias com as universidades da região e mesmo com

outras instituições. Assim, percebe­se uma vontade de contribuir com o estoque de

capital social de toda a região. Mas ainda falta mais afinidade nas relações sociais

de cooperação e de solidariedade, traduzida em associações, grupos e redes sociais

que são em boa parte responsáveis pelo êxito da economia de mercado regional e a

do desenvolvimento dos municípios do Oeste, quando se aplicam aspectos não

econômicos, produzindo valores econômicos que beneficiam a comunidade regional.

Neste sentido, o desenvolvimento socioeconômico da região Oeste do

Paraná necessita que os atores e os agentes econômicos reconheçam a relevância

que um alto estoque de capital social possui para o sucesso econômico regional. As

instituições da região devem assimilar a importância deste capital social através da

sinergia das forças do poder público local, da comunidade civil, das instituições

democráticas, das Organizações não Governamentais, dos Sindicatos, das Igrejas,

entre outros que, possibilitam o desenvolvimento econômico socialmente integrado.

O capital social passa a ser o “fermento” de superação dos interesses econômicos

sobre os interesses humanos, da qualidade de vida. Pode­se dizer que há

possibilidades de superar o dilema do prisioneiro, apostar na cooperação dos

indivíduos para o desenvolvimento regional. Nesse caso, Paiva (2004) chama a

atenção que o capital social consegue alavancar a estrutura produtiva e supera as

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saídas perversas, que na opinião do autor caracterizam a economia de mercado,

que ele denomina o dilema do prisioneiro.

Desta forma, as redes, as normas e os valores favorecem a cooperação e a

relação de confiança entre as pessoas com objetivos comuns. Pois, um elevado

grau de envolvimento da sociedade civil (associativismo horizontal), de voluntariado,

filantrópico, de compromisso cívico e da participação política dos cidadãos nas

decisões locais é entendido como um forte indicador de capital social que está

presente na região Oeste do Paraná.

Assim, o capital social e o capital humano são fatores fundamentais no

desenvolvimento econômico e social dos municípios na região Oeste do Paraná. Por

exemplo, no município de Terra Roxa, de base agrária, com uma população de

aproximadamente de 15 mil habitantes, o poder público, os empresários e a

sociedade civil implantaram a partir de 1994 os chamados Arranjos Produtivos

Locais­APLs na cadeia produtiva têxtil, no segmento de bordados infantis. Ao

estudar­se recentemente este caso, verificou­se que os coeficientes locacionais

apontaram uma grande melhora no ramo de atividade industrial, bem como o ramo

de comércio local. No outro extremo, o município de São José das Palmeiras, de

base totalmente agrária, chama a atenção pela força de mobilização da comunidade

civil para tornar­se de distrito para um município (FERRERA DE LIMA et. all., 2005).

Percebe­se então que o capital social possui uma matriz intensa de análise

na região Oeste do Paraná. Todavia é preciso despertar, ou melhor, educar, para

mobilizar a comunidade civil e as instituições da importância do associativismo

horizontal, da confiança, da solidariedade e das relações de cooperação entre os

cidadãos dos municípios. A partir destas constatações, é importante valorizar,

sobretudo, a cultura cívica, o civismo, a cultura política, as tradições, a cooperação,

pois são fatores fundamentais para a existência do capital social na região.

Assim, urge novas análises que sejam capazes de trabalhar com essas

variáveis indo além dos modelos econométricos e estáticos, tradicionais em alguns

ramos das ciências sociais e humanas.

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