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Page 1: DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: Uma · PDF fileDESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: Uma contribuição dos acadêmicos que atuam na empresa júnior da FADEP Alaxendro Rodrigo Dal Piva (FADEP

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL:

Uma contribuição dos acadêmicos que atuam na empresa júnior da FADEP

Alaxendro Rodrigo Dal Piva (FADEP – UTFPR) Especialista - [email protected] Luiz Alberto Pilatti (UTFPR) Doutor - [email protected]

João Luiz Kovaleski (UTFPR) Doutor - [email protected]

Resumo Este estudo apresenta como os acadêmicos participantes da FAEJ – Empresa Junior da Fadep estão desenvolvendo atividades junto às organizações, detalhando a importância desse envolvimento para a apresentação de ferramentas de gestão organizacional e a melhoria dos processos produtivos, utilizando os recursos financeiros existentes nas empresas. Fundamentada no objetivo principal que é o desenvolvimento do conhecimento e melhoria das habilidades e na vocação para servir à comunidade empresarial, a FAEJ busca integrar o espaço acadêmico e as organizações para melhoria do conhecimento e dos processos produtivos. Este trabalho foi desenvolvido a partir da técnica de pesquisa que envolve o procedimento de abordagem qualitativa, utilizando um estudo de caso. Conclui-se que as atividades executadas na interação de acadêmicos, professores e empresários, facilitam a inovação dos processos e a troca de conhecimentos científicos (IES) e técnico (organizações), possibilitando transformações comportamentais de processos, de estudos e de aprendizados, integrando os egressos ao mundo dos negócios com uma vitalidade empresarial, crítica e construtiva para o desenvolvimento social e econômico da micro região envolvida nesta ação promissora, onde possam encontrar um equilíbrio entre aspectos conceituais e abordagens práticas. Palavras-Chave: Desenvolvimento de habilidades; Empresa júnior; Aprendizagem técnica. INTRODUÇÃO

As instituições de ensino superior estão se defrontando com inúmeras mudanças e estão inseridas num espaço caracterizado como um ambiente de construção do conhecimento e da busca de como facilitar a integração entre a academia e o mundo empresarial. Neste ambiente está inserido o acadêmico, que pertencente a este mundo globalizado e estimulado cada vez mais pelas novas tecnologias, deve preparar-se para uma nova forma de aprendizagem que consiste em aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a compreender o outro. Nesse contexto, insere-se a FAEJ – Fadep Empresa Júnior da FADEP - Faculdade de Pato Branco, caracterizada pelo objetivo principal de propiciar aos estudantes a oportunidade de aplicar e aprimorar os conhecimentos teóricos adquiridos durante seu curso.

Faz-se indispensável que as instituições de ensino superior ultrapassem seus muros e processem a ação educativa estendendo-a, efetivamente, em direção às necessidades do mundo empresarial, buscando diminuir a distância entre a realidade vivida pelas empresas e os conhecimentos adquiridos em sala de aula relacionando teoria à prática.

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Aproximando o acadêmico da realidade dos processos produtivos das organizações, a Empresa Júnior passa a beneficiar os acadêmicos atuantes em seus projetos multidisciplinares, aonde aprimora sua visão da teoria adquirida através da aplicação da prática, e as empresas que participam nesse processo de aprendizagem técnica na melhoria dos seus arranjos produtivos. Neste contexto, entende-se que é possível propiciar uma maior empregabilidade dos alunos envolvidos nas atividades junto às organizações.

Fundamentado no objetivo principal que é o desenvolvimento do conhecimento e melhoria das habilidades e na vocação para servir à comunidade empresarial, a Empresa Júnior busca integrar o espaço acadêmico e as organizações para melhoria do conhecimento e dos processos produtivos. Procurando focar a realização de projetos multidisciplinares no desenvolvimento dos setores produtivos, proporciona integração às micro e pequenas empresas na micro região.

visão da teoria à prática o acadêmico terá, a curto prazo, acesso às últimas tendências tecnológicas estudadas em sua graduação, observando as micro e pequenas empresas da micro região e melhorando suas capacidades técnicas. Com isso as organizações participam da formação prática dos alunos, permitindo assim o aumento do nível de competência dos acadêmicos envolvidos no laboratório de aprendizagem.

Este estudo apresenta como vêm sendo realizadas as atividades junto às organizações, executadas pelos acadêmicos participantes na FAEJ, detalhando a importância desse envolvimento para apresentação de ferramentas de gestão organizacional e na melhoria dos processos produtivos utilizando os recursos financeiros, existentes nas empresas. Bem como, melhorando a interação universidade e empresas, e contribuindo para a formação técnica do acadêmico pelo desenvolvimento de suas habilidades em entender e compreender o mundo dos negócios.

INTERAÇÃO DA UNIVERSIDADE COM AS ORGANIZAÇÕES

A realização de atividades e o desenvolvimento de projetos são realizados a partir de um contato prévio efetuado entre a coordenação da FAEJ e empresário, agendando-se uma reunião inicial onde participam o empresário interessado na execução do projeto, os acadêmicos atuantes na Empresa Júnior e um professor que orientará os procedimentos da atividade. Nesta reunião é definida a abrangência do projeto no setor produtivo da organização, obtendo-se então a base para as pesquisas bibliográficas e encaminhamento para execução das tarefas. Firmado o acordo de cooperação entre as parte envolvidas inicia-se os procedimentos de coleta de dados fundamentais para a execução dos serviços e da aplicação dos conhecimentos técnicos. Dependendo da necessidade, durante a execução dos trabalhos, envolvem-se outros professores para orientação dos acadêmicos.

No planejamento dos processos produtivos na e gestão de recursos financeiros o que se busca é fornecer instrumentos para que o empresário possa gerir de maneira mais eficiente estes recursos. Considerando que para Herfert, (2000, p. 17) “qualquer negócio, grande ou pequeno, poder ser descrito como um sistema de relações financeiras e de movimentos de caixa acionados por decisões administrativas”, trabalha-se mostrando o inter-relacionamento das decisões. Nesta atividade evidencia-se também a importância da interação entre universidade e empresa, para repasse teórico e execução na prática de um processo estruturado para a análise das informações geradas por este sistema produtivo ou

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de controle.

Na busca da melhoria sócio-econômica regional as organizações e as universidades vêm conciliar seus objetivos utilizando práticas realizadas cotidianamente nas empresas e a produção científica das IES, descrita por Reis (2004, p. 114): “universidades e empresas, dois atores com missões aparentemente distintas, tem sofrido, nos últimos anos um processo de aproximação que vem crescendo rapidamente”. Nota-se, assim, um dinamismo crescente na aplicação de ferramentas de gestão administrativa e de planejamento estratégico junto aos negócios de cada empresa.

As organizações enfrentam inúmeras dificuldades para realizar seus controles e organizar seu processo produtivo ao mesmo tempo. Com o mesmo dilema encontram-se as universidades que se deparam na formação profissional de seus acadêmicos, pois procuram proporcionar características empreendedoras e desenvolver suas habilidades, através da investigação, gerando competências capazes de contribuir no desenvolvimento organizacional e na melhoria social e econômica da micro região, descrita por Minayo:

Além do recorte espacial, em se tratando de pesquisa social, o lugar primordial é ocupado pelas pessoas e grupos convivendo numa dinâmica de interação social. Essas pessoas e esses grupos são sujeitos de uma determinada história a ser investigada, sendo necessária uma construção teórica para transformá-lo em objetos de estudo. Partindo da construção teórica do objeto de estudo, o campo torna-se um palco de manifestações de intersubjetividades e interações entre pesquisador e grupos estudados, propiciando a criação de novos conhecimentos. MINAYO (1998, p. 54).

Nesta interação o desempenho positivo em um processo produtivo de uma

organização depende das decisões e dos resultados das competências obtidos na realização de projetos pelos acadêmicos junto a Empresa Junior. Estas decisões tomadas na realização dos projetos podem ser de investimento, operacionais e de financiamento. As decisões de investimento abordam como a empresa alocará seus recursos, distribuindo-os em capital de giro (caixa, estoque, valores a receber, e outros), imobilizado (prédios, veículos, equipamentos, e outros) e programas futuros (como desenvolvimento de novos produtos, promoções, e outros). As decisões operacionais compreendem a estratégia de atuação na empresa (como definição de linha de produtos, preços, e outros). As decisões de financiamento dizem respeito à origem dos recursos para que a empresa possa realizar suas operações (próprio acionista, fornecedores, instituições financeiras, e outros).

Esse estudo foi desenvolvido baseado na técnica de pesquisa que envolve o procedimento de abordagem qualitativa através de um estudo de caso, pois de acordo com Minayo (1998, p. 21), “a pesquisa qualitativa responde questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado”, e na busca das informações que embasaram as análises utilizou-se a técnica de observação direta intensiva. Descrevendo-se ao critério de realidade e busca de objetivação, Minayo relata:

A realidade social é o próprio dinamismo da vida individual e coletiva com toda a riqueza de significados dela transbordante. Essa mesma realidade é mais rica que qualquer teoria, qualquer pensamento e qualquer discurso que possamos elaborar sobre ela. Portanto, os códigos das ciências que por sua natureza são sempre referidos e recordados são incapazes de a conter. As Ciências Sociais, no entanto, possuem instrumentos e teorias capazes de fazer uma aproximação da suntuosidade que é a vida dos seres humanos em sociedades, ainda que de forma incompleta, imperfeita e insatisfatória. Para isso ela aborda o conjunto de

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expressões humanas constantes nas estruturas, nos processos, nos sujeitos, nos significados e nas representações MINAYO (1998, p. 15).

Nesse contexto de exigências e novos desafios, se evidenciado o surgimento de um novo comportamento mais coerente das instituições de ensino superior e das organizações em relação às exigências sociais, aplicando teoria à prática para soluções e aos desafios de melhorias nos processos gerados pelas próprias empresas.

Na busca constante de superar os desafios do mercado competitivo, aproximam-se os objetivos das organizações e IES que passam a se preocupar com o cenário regional, desenvolvendo estratégias e ações propícias para este novo cenário. Pode-se descrever estas ações e estratégias por Zaccarelli:

Não é necessário se preocupar com a definição do objetivo da empresa, pois, para efeito de estratégia, ele já está definido; é o mesmo para todas as empresas de mercados competitivos – obter ou aumentar a vantagem competitiva da empresa -, e todo restante é decorrência disso. Relacionada com a fixação de objetivos da empresa vinha a pergunta: qual é o nosso negócio? Essa pergunta foi substituída por outra mais simples e pragmática: com quem disputamos o sucesso? Essa mudança trouxe outra simplificação: não é necessário definir quais são as unidades estratégicas de negócio (UENs) pois, se a empresa tiver mais de uma UEN, terá mais um conjunto de concorrentes. ZACCARELLI (2003, p. 224)

Por outro lado, as IES criadas com o objetivo quase exclusivo de gerar conhecimento científico, hoje buscam interação com outros segmentos sociais, propiciando uma participação constante junto a sociedade na melhoria do uso de ferramentas nas organizações gerando um retorno econômico e social para toda a sociedade. (REIS, 2004, p. 115)

Através da vivência prática os acadêmicos se defrontam com o ambiente de trabalho, portanto, percebem as contribuições apresentadas na execução de trabalhos e projetos junto as organizações, ocorrendo a melhoria nas habilidades técnicas e a construção do conhecimento, incrementando a sua formação acadêmica.

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM TÉCNICA

A partir da geração de informações confiáveis e no desenvolvimento de aprendizagem, a equipe da Empresa Júnior atuando junto ao empresário tem possibilidade mostrar e analisar os principais índices financeiros (por exemplo, retorno de investimento, prazo de pagamento versus prazo de recebimento, lucratividade por produto) e auxiliar na estruturação dos processos produtivos da organização contribuindo no planejamento da empresa.

Atualmente as decisões operacionais, de investimento e de financiamento estão entrelaçadas em um sistema único, que gera impacto no fluxo das atividades da empresa. Daí a importância da interação do acadêmico com atividades reais na gestão de qualquer organização. A base para realizar-se uma aprendizagem técnica e eficiente está nas informações decorrentes de suas pesquisas e estudos realizados sobre as operações da empresa. Para que estas informações sejam confiáveis é necessário um mínimo de controles que assegurem o correto reconhecimento e registro dos eventos econômicos das

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operações que envolvam a empresa (compra, venda, obtenção de financiamentos, concessão e obtenção de prazos de pagamento, etc.). A implantação destes controles requer que a assessoria empresarial atue, motivando o empresário para que este entenda sua importância e relativa facilidade de implantação, conforme Silva:

O tamanho de uma organização tem implicações óbvias para o desenho de sua estrutura. Em toda e qualquer pequena organização existe pouca necessidade de uma estrutura forma; mas com o aumento do tamanho e dos problemas associados com a execução de atividades administrativas, a organização pode ser dividida em departamentos ou em subunidades semi-autônomas, ou em organizações de negócios de diferentes tipos de atividades. SILVA (2002, p. 378).

Pelo exposto acima, percebe-se que com a geração de informações confiáveis, para interpretação e compreensão dos processos produtivos existentes na organização torna-se possível uma maior capacitação técnica aos acadêmicos, pois vivemos em tempos em que encontrar as informações e soluções adequadas para um desenvolvimento equilibrado nos campos econômicos e sociais é fundamental para a melhoria das habilidades técnicas de sua formação.

O desenvolvimento de mudanças nas estruturas organizacionais e das competências influencia o perfil profissional do acadêmico, assim, o processo de ensino aprendizagem torna-se fundamental na descoberta dos processos produtivos das empresas em que se relaciona o desempenho da ampliação das habilidades técnica do acadêmico e a contribuição de repasse do conhecimento para os empresários. De acordo com Silva (2002, p. 389) “estágio de crescimento que as empresas começam quando se deslocam para outras e novas atividades, empregando os recursos que possuem”, neste contexto percebe-se o envolvimento entre universidade e organização nos estágios no crescimento da estrutura organizacional, conforme a demonstração da figura 1, descrita por Silva.

Fonte: Silva (2002, p. 390)

FIGURA 1 – ESTÁGIOS DE CRESCIMENTO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, DE CHANDLER.

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No mundo produtivo o acadêmico (estagiário) e empresário (empreendedor) são duas figuras que se completam entre si e se diferenciam das demais pessoas pelo fato de terem optado por um tipo de atividade com valores bem determinados, no caso, os negócios. O mundo dos negócios tem valores e traços de atuação bem específicos, os quais nem todo mundo tem motivação e competência para prática e esta interação entre as universidades e as organizações, exige de ambas as partes um enorme esforço, muita dedicação, hábitos identificados com os valores do mundo dos negócios.

Percebe-se que é necessário, desenvolver as habilidades do acadêmico para intervir no processo produtivo da empresa, levando ele a refletir, trabalhar e construir, no seu dia-a-dia, as conseqüências de seu aprendizado para sua formação e no incremento do seu perfil profissional, assim, envolvido apresentará resultados ou reflexões junto às organizações em que desenvolveu as atividades técnicas.

ANÁLISE DA REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

Observou-se que as organizações que participam deste processo de aprendizagem estão realizando mudanças e apresentando novos comportamentos em sua cultura, pois, com a interação dos acadêmicos, as empresas passam a ser capazes de captar e processar melhor as inovações tecnológicas adquiridas, facilitando seus processos produtivos e seu desempenho competitivo através da utilização das ferramentas de gestão organizacional.

Parece ser metodologicamente recomendável iniciar e implementar a gestão do conhecimento a partir de um problema organizacional concreto, devidamente priorizado dentre os existentes, que se encontra relacionado com o conhecimento e, a partir dele, estender um modelo de gestão que possa abranger aspectos técnicos, organizacionais e culturais.

A interação desenvolvida neste processo de aprendizagem demonstra a efetiva integração dos grupos de trabalho, gerando uma troca rápida e confiável de informações necessárias para a realização do projeto, facilitando a aprendizagem técnica do acadêmico e a sintonia com os processos produtivos da organização, conforme a demonstração da figura 2, descrita por Angeloni.

Fonte: Angeloni (1999)

FIGURA 2 – O CONCEITO DE GRUPOS DE TRABALHO.

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Observa-se que distribuir e processar as informações pertinentes ao ambiente produtivo, observando-se a realização de atividades envolvendo acadêmicos, professores e empresários e utilizando-se com maior eficiência as informações e conhecimentos aplicados nesta interação, torna-se possível atingir a velocidade requerida pelo contexto em que as organizações encontram-se inseridas. Neste enfoque, os recursos disponibilizados incrementam a habilidade técnica dos acadêmicos junto às tarefas da gestão da organização.

A velocidade de transferência do conhecimento neste processo de interação, proporciona a melhoria sócio-econômica da micro região de Pato Branco, citada por Silva:

Os administradores precisam desenvolver suas habilidades de comunicação, uma das três mais exigidas no desempenho das suas atividades. Os papéis interpessoais, informacionais e decisionais e as funções de planejamento, organização, direção e controle, dos administradores, todos requerem habilidades eficazes de comunicação. A missão organizacional, as estratégias, as metas, a cultura, todas devem ser comunicadas eficazmente, par a que sejam realizadas e concluídas com sucesso. A comunicação interpessoal é um processo transacional, em que as pessoas constroem o significado e desenvolvem expectativas sobre suas experiências, através da troca de símbolos. Estes símbolos podem ser verbais, ou não, e são influenciadas por fatores intencionais, ou não. SILVA (2202, p. 33).

Contudo, ao imaginar-se o conhecimento transportado pelo envolvimento e associado à troca de conhecimento e informações acontecerá quando todos os envolvidos no processo puderem utilizá-la de forma interativa, transformando o meio em que vivem. O contato a realidade dos processos produtivos é uma maneira eficaz de se compartilhar os conhecimentos técnicos e melhorar a visão na gestão produtiva do empreendimento.

Tendo em vista tal importância da interação humana, torna-se necessário proporcionar um canal de comunicação direta entre academia e organizações. Possibilitando ainda, e também, o acesso a informações operacionais essenciais da organização, conforme menciona Silva (2002. p. 33) “a comunicação é o processo de transmissão de informações e o respectivo entendimento do significado pelos envolvidos”, no processo de aprendizagem.

A relação entre os indivíduos integrados nesse processo tem o papel de sensibilizar para a pesquisa constante, contribuindo, assim, para a criação de novos conhecimentos e inovações em seu meio. A Empresa Junior que atua junto às organizações desenvolvendo novas redes de contatos para disseminação do conhecimento, embasados na afirmação de Minayo (1998, p.67) “às vezes, nossos dados não são suficientes para estabelecermos conclusões e, em decorrência disso retornar à fase de coleta de dados para suplementarmos as informações que nos faltam”.

As organizações estão em busca de inovações tecnológicas e a Empresa Junior passa ser um facilitador no processo de criação do conhecimento, na interação direta do acadêmico a realidade das culturas organizacionais, assim, contribuindo na construção de novos processos e na disseminação do conhecimento na micro região que esta inserida a instituição de ensino.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As transformações no ambiente produtivo indicam claramente um rumo em

direção do envolvimento da Empresa Júnior como uma fonte de vantagem na aprendizagem técnica do acadêmico e na construção do o conhecimento, Assim, a estrutura organizacional ganha relevância no ambiente produtivo ou contexto apropriado com a presença do conhecimento representado pelas pessoas que são artífices ou agentes dos processos de criação, professores e acadêmicos envolvidos na busca da inovação e nas melhorias dos processos da organização, disseminação do conhecimento e, também, apresentando inúmeras ferramentas ainda não conhecidas ou não aplicadas nas empresas, que são viabilizadoras dos processos produtivos da organização.

Contudo, existe a troca de conhecimentos nas organizações sobre a realidade operacional e cotidiana das organizações. A gestão dos processos depende de sua eficácia com aplicação das diversas fontes de conhecimento existentes no capital humano das universidades, tais recursos humanos, marketing, vendas, produção e finanças, encontram-se presentes neste contexto, é o modo de contribuir para o desenvolvimento organizacional e da micro região de Pato Branco. Vivendo, também, uma nova fase na integração do conhecimento no intuito de melhorar as competências individuais.

Com esta preocupação busca-se o desenvolvimento de projetos para o desenvolvimento organizacional através da Empresa Junior e dos acadêmicos envolvidos, fortalecendo, desta forma, suas habilidades técnicas nas relações práticas da teoria adquirida, visando um exercício profissional mais efetivo.

Como as atividades executadas pelo encaminhamento deste processo de aprendizagem junto às organizações também interessam ao mercado, na medida em que este depende unicamente da integração da Empresa Júnior e as organizações, dos acadêmicos e o acompanhamento de seus professores. Portanto, percebe-se que esse contexto beneficia o desenvolvimento sócio econômico da região, por isso existe a necessidade de conduzir e envolver todos no processo, preparando as partes envolvidas para competir melhor em um mercado globalizado.

Conclui-se que as atividades realizadas nesta interação facilitam a inovação dos processos e a troca de conhecimentos científicos (universidade) e técnico (organizações), possibilitando transformações comportamentais de processos, de estudos e de aprendizados, integrando os egressos ao mundo dos negócios com uma vitalidade empresarial, crítica e construtiva para o desenvolvimento social e econômico da micro região envolvida nesta ação promissora, onde possam encontrar um equilíbrio entre aspectos conceituais e abordagens práticas.

ORGANIZACIONAL DEVELOPMENT: A CONTRIBUTION FROM ACADEMICS WHO ACT IN THE JUNIOR COMPANY OF THE FADEP

Abstract This study presents how the participant academics of the FAEJ - Junior Company of the Fadep is developing activities into the organizations, detailing the importance of this envolvement for the

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presentation of tools of organizacional management and the improvement of the productive processes, using the existing financial resources in the companies. Based on the main objective that is the development of the knowledge and improvement of the abilities and in the vocation to serve the enterprise community, the FAEJ searchs to integrate the academic space and the organizations for improvement of the knowledge and the productive processes. This work was developed from the research technique that involves the procedure of qualitative boarding, using a case study. It concludes that the activities executed in the interaction of academics, professors and entrepreneurs, facilitate the innovation of the processes and the exchange of scientific knowledge (IES) and technician (organizations), making possible mannering transformations of processes, of studies and learnings, integrating the egresses to the world of the businesses with vitality on an enterprise, critical and constructive for the social and economic development of the micro region involved in this promising action, where they can find a balance between conceptual aspects and practical boardings.

Key Words: Development of abilities; Junior Company; Learning Technique.

REFERÊNCIAS

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HELFERT, E. A. Técnicas de análise financeira. Tradução André Olimpio Du Chenoy Castro. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000.

LUCKESI, C. C. et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

MATOS, F. A empresa júnior no Brasil e no mundo. São Paulo: Martin Claret, 1997.

MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

REIS, D. R. Gestão da Inovação tecnológica. Barueri – SP: Manole, 2004. 204 p.

SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

ZACCARELLI, S. B. Estratégia e sucesso nas empresas. São Paulo: Saraiva, 2003. 244p.