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Desenvolvimento e Aprendizagem na
etapa de 0 a 6 anos
Profa. Dra. Gilza Maria
Zauhy Garms
Qual é o papel e a influência das pessoas
adultas que rodeiam as crianças?
• Qual é o papel da herança nas
capacidades que uma criança de seis anos
manifesta?
• Objetivo: introdução aos fatores que
intervém no desenvolvimento, a partir de
uma perspectiva construtivista.
• 1a. Parte: questões - desenvolvimento e
aprendizagem nos primeiros anos de vida;
• 2a. Parte: grandes marcos do
desenvolvimento nas diversas áreas
(cognitiva,afetiva, motora).
1 - Como se desenvolvem e aprendem as
crianças da etapa de educação infantil?
• Maturação, Desenvolvimento e
Aprendizagem.
Maturação
• Mudanças que ocorrem ao longo da
evolução dos indivíduos, as quais se
fundamentam na variação da estrutura e
da função das células. Ex.: maturação do
sistema nervoso.
• Maturação: ligada - aspectos biológicos,
físicos, evolutivos das pessoas.
Desenvolvimento: formação progressiva das
funções propriamente humanas (linguagem,
raciocínio, memória, atenção, estima)
• Processo interminável - saltos qualitativos
que levam de um estado de < capacidade,
para um de > capacidade.
• Aprendizagem - processos de
aprendizagem - incorporamos novos
conhecimentos, valores, habilidades que
são próprias da cultura e da sociedade em
que vivemos.
Como se desenvolvem as crianças e qual o
papel da escola na potencialização desse
desenvolvimento?
Como ocorre o processo de
desenvolvimento? Em que consiste?
Caracteriza-se:
• caráter único - único ser vivo que pode
planejar suas ações, realizar ações
criativas;
• caráter diversificado - todas as pessoas
são diferentes em suas particularidades
físicas e psíquicas.
Isso exige-nos a necessidade de falar
simultaneamente das características de:
• unicidade e de diversidade do ser humano!
Qual é o papel da herança no decorrer do
desenvolvimento?
• Espécie humana: traços morfológicos, um
sexo, algumas capacidades de
desenvolvimento que estão inscritas em
determinada constituição do cérebro e um
calendário de maturação.
Cérebro
• contém todas as informações para que
uma criança possa falar, contudo:
• não determina a língua - nem o grau de
aquisição - ambos dependem - contexto
lingüístico!
Calendário maturativo -
• Indicativo das possibilidades e da
seqüência de desenvolvimento nos dois
primeiros anos de vida e, após
• As aquisições marcadas pelo contexto
social!
Influência hereditária: parte fechada e
aberta do código genético
• Parte fechada: impõe uma determinada
função genética, que será cumprida;
• Parte aberta: estabelece potencialidades
que não se desenvolvem total/e sem
influência do meio. Ex.: Linguagem.
1.º ano de vida: capacidade de estabelecer
vínculos com as pessoas - dependerá das
características das relações...
Desenvolvimento da espécie humana
• Os aspectos psicológicos do
desenvolvimento não estão
predeterminados, mas são adquiridos -
interação: meio físico e social.
Que relações podemos estabelecer entre o
desenvolvimento e a aprendizagem?
Subordinar a aprendizagem ao
desenvolvimento? (uso indevido da teoria
piagetiana)
Vygotsky - promover o desenvolvimento -
produza aprendizagens: condição prévia!
• Condição prévia: é necessária uma série
de aprendizagens em relação a situações
de contar, de lembrar, recordar a situação
numérica etc... Para quê?
• A criança chegar a conceituar a noção de
número, como a inclusão de todos os
outros (5 inclui o 4, o 3, o 2, o 1),
independente/e de questões perspectivas
(a disposição espacial dos objetos não
influencia a quantidade).
Maturação: por si só não seria capaz de
produzir as funções psicológicas.
• É a aprendizagem na interação com o
outro que possibilita o estabelecimento
das funções psicológicas superiores.
Uso da Linguagem:
• inicial/e veiculo de comunicação, controle
e regulação das ações das outras pessoas,
e somente depois de tê-la utilizado
interagindo com as outras pessoas é que a
Linguagem transforma-se em pensamento.
• Importância: pessoas + capazes no
processo de desenvolvimento das
crianças. Exemplos - p.24.
Nível de desenvolvimento potencial: tudo o
que a criança é capaz de fazer com ajuda...
• Nível de desenvolvimento efetivo: aquilo
que a criança é capaz de fazer sozinha.
Conceitos vygotskianos
• A aprendizagem facilita e promove o
desenvolvimento através da criação de
zonas de desenvolvimento potencial:
• Distância entre o nível de desenvolvimento,
determinado pela capacidade de resolver independente/e
um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema sob a
orientação de uma pessoa adulta ou com a colaboração
de um companheiro + capaz. (Vygotsky, apud Rivière,
1984).
Em atuação conjunta; pais e professores
ajudam a criança em seu avanço pessoal.
Desenvolvimento
• construção que exige o envolvimento das
crianças como daqueles que se inter-
relacionam com elas, tratando-se de
processos modulados pelo contexto
cultural em que vivem.
Psicologia evolutiva e a Educação:
“ acordo construtivista ”
fundamentos teóricos sustentam várias
explicações dadas sobre o
desenvolvimento do ser humano!
Como as crianças aprendem?
Palacios: diversos caminhos / diversos
referentes teóricos / diferentes maneiras
de aprender:
• Experiência com objetos;
• Experiência em determinadas situações;
• Através do prêmio e do castigo;
• Por imitação e a
• Aprendizagem da formação de “andaimes”
por parte da pessoa adulta ou outra pessoa
mais capaz.
A Experiência com objetos
• Piaget (1969): a criança conhece quando
atua, pratica ações sobre os objetos.
• Exploração e experimentação constantes
que a criança faz sobre os objetos, no
decorrer dos dois primeiros anos de vida,
proporcionam-lhe um conhecimento do
mundo que a envolve:
• as características dos objetos e as
relações que podem ser estabelecidas
sobre os objetos e as situações (p.26).
Processos: assimilação e
acomodação!
• Assimilação: aplicação do mesmo
esquema a diferentes objetos e situações;
• Acomodação: pequenas mudanças que a
criança introduz nos esquemas para
adaptar-se a situações diferentes.
Situações de aprendizagem básicas na
educação infantil:
• situações de jogo, experiência e
manipulação de objetos diversos -
individual, em grupo ou com uma pessoa
adulta - adequadas ao nível de
compreensão das crianças.
A Experiência com as situações da
vida cotidiana
• A criança aprende a identificar os objetos
que são previsíveis de encontrarem-se em
determinados lugares, a maneira como as
coisas estão situadas no espaço e também
a sucessão temporal de determinadas
situações. Exemplo: (p.26)
• Experiências variadas e reiterativas
(repetir) - ajudam no estabelecimento
desses esquemas de conhecimento que
vão dar-lhe: segurança e uma certa
sensação de controle sobre os
acontecimentos cotidianos.
Experiências com situações também ajudam
a criança a ter:
• Alguns marcos claros e constantes de
referência em relação às normas e
conduta que necessita seguir e que
situações precisa evitar.
Destacar
• para que as crianças aprendam uma série
de hábitos, normas de conduta e atitudes,
é importante a estabilidade!
• Deverá aprender o que lhe é permitido
fazer em uma situação ou outra/como se
espera que ela se comporte/ qual a atitude
que deverá adotar em determinadas
situações.
Os Prêmios e os Castigos
• As crianças defrontam-se com muitas
situações em que suas condutas são
premiadas, ou castigadas:
• Aprender quais são os limites permitidos!
Em todas as situações em que se faz uma
aprendizagem das normas de conduta, são
úteis os prêmios e os castigos que sejam
pertinentes para reforçar ou evitar uma
determinada conduta.
Contudo, é importante que as pessoas
adultas saibam:
• Ser coerente com as normas que escolheram;
• Saibam mostrar-se flexíveis em certos momentos
com relação aos limites estabelecidos
(negociação);
• Evitar situações de inflexibilidade muito grande.
Mesmo assim, é preciso evitar:
• Castigos - que repercutem de maneira negativa na
auto-estima e na própria segurança
(ridicularização; retirada do afeto), as quais
provocam:
• insegurança e sofrimento na criança.
A Imitação
• As crianças imitam as expressões, a
maneira de agir, as atitudes, os
comportamentos das pessoas que lhes são
significativas.
• Imitação de situações transforma-se em
momentos de jogos simbólicos -
representar - experiências prazerosas, bem
como situações que lhes fizeram sofrer.
• Imitação: crs. aprendem com as pessoas
significativas, a controlar e a representar
situações vividas, bem como vivê-las.
A Aprendizagem por meio da criação de
andaimes e a aprendizagem compartilhada
• As interações que se estabelecem nas
situações da vida cotidiana entre o adulto
e a criança - em geral:
Aprendizagem compartilhada
• criança e adulto: papel diversificado na
interação.
• Ex.: adulto permite que a criança participe
das situações, sabendo que será capaz de
obter sucesso com a sua atuação -
estimular o desenvolvimento.
Adulto: atua na zona de desenvolvimento
potencial da criança - contexto
compartilhado
• Fazer coisas sozinha - avançar nas suas
capacidades, partindo daquilo que ela já
sabe e,
• Experiência emocional - atuação conjunta
com uma pessoa com a qual mantém
vínculos afetivos - segurança e auto-
estima.
• O avanço tem lugar no desenvolvimento
globalmente entendido e não somente em
algumas de suas capacidades.
Interação - (Bruner, 1985) / metáfora do
“andaime” = construção de edifícios!
• Um edifício não é construído sobre o nada: os
materiais utilizados podem apoiar-se em estruturas
sólidas, já construídas anteriormente. São
montados andaimes que permitem adaptar-se e
subir até o ponto que já está construído; ao mesmo
tempo, apoiados nos andaimes, pode-se continuar
levantando por suas alçadas e, também, avançar
no desenvolvimento da edificação.
• Quando a construção acabar, os andaimes serão
todos retirados, mas o edifício não poderia ter sido
construído sem o seu apoio.
• Ex.: pai explicando um conto à sua filha de um ano
e meio (p.29).
Não é qualquer tipo de interação que
provoca o desenvolvimento pessoal: três
condições são necessárias:
• 1.º - criança - grau de maturação - base
para conseguir novos níveis de
desenvolvimento;
• 2.º - partir de onde está a criança para
levá-la a dar passos que signifiquem
aprendizagem e incorporação de coisas
novas - conseguir uma prática autônoma;
• 3.º - situações de interação sejam
motivadoras - crs. confiantes - decorrer -
estabeleça-se uma relação positiva e
gratificante.
Aprendizagem significativa!
Aprendizagem significativa: processo em que
se pode fazer ligações entre uma informação
nova e algum aspecto já existente na
estrutura cognitiva.
• Aprendizagem significativa - contrapõe-se
à aprendizagem repetitiva.
• Aprendizagem significativa: permite
desenvolver as capacidades cognitivas dos
seres humanos.
• Relação positiva, construtiva entre o
adulto e a criança - um dos elementos
imprescindíveis para a obtenção de novas
aprendizagens.
• Situações globais - permitem - incrementar
a aprendizagem e progredir no caminho
para chegar a tornar-se adulto!
Características evolutivas
Qual é o processo geral de desenvolvimento
das capacidades dos seres humanos?
Processo envolve:
• capacidades reguladas pela parte fechada
do código genético, como na relação com
as outras pessoas;
• Desenvolvimento humano é social e
culturalmente mediado.
Em termos gerais
Capacidades atuais - estão definidas pela:
• interação entre a maturação psicofisica e
as possibilidades que foram oferecidas à
criança pelo contexto nesse momento.
Etapas ou estágios de
desenvolvimento
• Saltos qualitativos: representa a passagem
para a outra etapa;
• São cumulativos: o 1.º estágio - domínio
inferior - 2.º estágio.
• São universais: todos passam pelas
mesmos estágios - variação idade.
• Destaca-se aqui - importância do contexto!
• Os meios ricos em estimulação permitem
uma evolução mais rápida no
desenvolvimento das capacidades do que
outros contextos menos ricos em
estímulos.
Traços gerais da evolução da criança -
educação Infantil - três áreas de
desenvolvimento
• Área motora: inclui tudo o que se relaciona
com a capacidade de movimento do corpo;
• Área cognitiva: inclui as capacidades que
permitem compreender o mundo -
linguagens (verbal, artística etc.) ou
situações problemas.
• Área afetiva: possibilidades de sentir-se
bem consigo mesmo - o que permite -
• confrontar-se com situações e pessoas
novas e ir estabelecendo relações cada
vez + distanciadas - atuar no mundo.
As Capacidades Motoras
Primeiros seis anos de vida
• total dependência das pessoas que a
cuidam a uma autonomia completa;
• movimento desordenado e incontrolado ao
controle e à coordenação quase total.
Dois subestágios
• Marcam diferentes momentos de níveis de
aquisição e, portanto, de capacidades.
• O 1.º ano de vida e do 2.º ao 6.º ano de
vida.
O Primeiro Ano de Vida
• Passa-se de alguns movimentos iniciais
involuntários a um controle de
movimentos;
• modifica-se a posição do corpo e começa a
ser possível movimentar-se caminhando;
• inicia-se apreensão com os dedos da mão;
• as primeiras aquisições perceptivo-
motoras.
Ao nascer, o bebê está provido de reflexos -
respostas a estímulos externos que não
passam pela zona do córtex cerebral.
Desenvolvimento neuromotor: leis
cefalocaudal e proximodistal - ocorre o
processo de mielinização.
• Inicia na cabeça e gradual/e vai passando
para as partes distanciadas (pés) e,
também, começa nas partes + próximas ao
eixo da coluna vertebral e vai para as
zonas + distantes desse eixo (os dedos das
mãos e dos pés).
Bebê nasce com reflexos (sucção, preensão,
movimentos automáticos etc.) e com um
sistema nervoso, que permite:
• passar desse movimento involuntário
(reflexos) - movimento consciente e
voluntário que é a base do movimento
humano.
Movimentos reflexos
desaparecem + ou - 2 /4 meses - indicador :
maturação do sistema nervoso
Outro aspecto importante
Usar as mãos para agarrar e explorar os
objetos:
• + ou - 5 mês: agarra voluntaria/e, com toda
a mão os objetos;
• movimentos + precisos - 4 dedos e o
polegar : “domínio da pinça fina”;
• + ou - 8 mês; as mãos e o corpo - úteis para
representar situações e comunicar-se.
• No 1.º ano - bebê - pode coordenar as mãos
e desassociar delas os movimentos.
Nessa evolução, intervém a maturação do sistema nervoso
central, todo o crescimento ósseo e muscular e também as
experiências afetivas que o bebê vive com as outras
pessoas e os objetos à sua volta.
Tônus muscular
• varia no decorrer do 1.º ano - hipotonia total (pouca
tensão muscular) - até tensão ajustada à situação.
• 1.º mês: não pode controlar a cabeça;
• final do 3.º mês: pode segurar a cabeça quando a
levantamos (começa a querer levantar a cabeça);
• + ou - 5.º mês: já ajuda quando tentamos levantá-la;
• 7.º / 8.º mês: consegue permanecer sentado
sozinho, bem como mudar de postura - inicia
locomoção (arrasta-se, engatinha etc.);
• 10.º mês: tem interesse de agarrar-se aos objetos
para parar e apoiar-se e, até o 1.º anos, começa a
dar os primeiros passos com ou sem ajuda.
Do segundo ao sexto ano de vida
A Construção Do Esquema Corporal
• Graças ao movimento e às ações que
realiza, chega a um conhecimento do seu
próprio corpo e de suas possibilidades.
• No decorrer dessa etapa da educação
infantil, há um ajuste progressivo das
habilidades motrizes básicas.
Classificação das habilidades
• Locomoção e de deslocamento;
• Estabilidade e equilíbrio;
• Projeção-recepção e manipulação.
Habilidades de locomoção e de
deslocamento: caminhar, correr, saltar, rodar
etc...
• Um certo automatismo é adquirido em
torno dos 2 ou 3 anos e, a partir daí, há um
progresso + harmônico até os 4 ou 5 anos;
• Habilidades de locomoção que
desenvolvem capacidades de equilíbrio e
de estabilidade - deslocamento em relação
ao eixo corporal.
Ex. balançar-se, inclinar-se, girar, dobrar-se
• O domínio deste tipo de movimento exige
controle do tônus muscular e do equilíbrio
do corpo.
Habilidades de projeção-recepção e
manipulação:
• Representam um esforço de coordenação
entre a percepção visual do movimento e o
próprio movimento.
• Ex.: bola - fazer lançamentos e recepções
(rolando, agarrando com uma ou duas
mãos).
Em um âmbito de manipulação + preciso:
• Habilidades visomotoras: costurar,
recortar, perfurar, pintar etc.
• Prática de tais habilidades - construção
progressiva do esquema corporal -
construção da própria identidade!
Um dos aspectos que estão presentes na
construção do esquema corporal é o
conhecimento das partes do corpo.
• 2 anos +ou - domínio da linguagem:
começa a dizer o nome da cada uma das
partes do corpo;
• 6 anos: já conhecem todas as partes
externas e a interessar-se por algumas
partes internas;
• final da etapa de educação infantil:
conhecer o nome da cada uma das partes
do seu corpo - direita e esquerda.
• Lateralização: em relação às suas mãos -
3/4 anos - indistintamente a mão
esquerda/direita (recortar e pintar).
Outro elemento que ajuda a desenvolver o
esquema corporal é o exercício:
• Aptidões básicas de resistência, força,
flexibilidade, agilidade e velocidade.
• O exercício dessas aptidões em um
ambiente lúdico e não-competitivo
proporciona elementos que permitem
construir uma representação ajustada às
capacidades da criança e estimular a
descoberta de suas próprias possibilidades
e as do ambiente.
• Todo o trabalho com o corpo será muito
importante para configurar a maneira de
ver-se, de ser e de relacionar-se com
outras pessoas.
A orientação no espaço e no tempo
• Experiências do corpo em movimento - a
criança vai vivenciando uma série de
noções fundamentais nessa etapa de
escolaridade:
sobre, até aqui, perto, em seguida, depressa,
cedo, amanhã, depois etc.
• Noções de situação e direção espacial que
as crianças de 2 a 6 anos vão entendendo
e utilizando: no alto/embaixo, em
frente/atrás; de um lado/ de outro;
direita/esquerda; em cima/em baixo...
Construção das noções de duração, de
sucessão, de ritmos
As crianças incorporam as noções temporais
quando:
• Se exige que elas sigam um ritmo;
• Precisam esperar um pouco até a hora de
comer;
• se pede que ordenem uma história em sua
sucessão lógica etc.
• Processo de construção dos processos
temporais - vivência no decorrer do dia a
dia...utilização que as pessoas adultas
fazem dessas noções: caminhar devagar,
cantar todos juntos, ao mesmo tempo etc.
As Capacidades Cognitivas
Do nascimento até um ano e meio ou dois
anos
• 1a.etapa - começa com o nascimento e
termina com o domínio da linguagem
verbal - utilização dos símbolos -
comunicação.
• Bebê nasce com algumas capacidades
perceptivas - visão, audição, tato, olfato e
gustação - base para o desenvolvimento
posterior de todas as outras capacidades e
• permite ter contato com o mundo e com as
pessoas que o rodeiam.
Percepção visual
• Bebês vêem desde o momento em que
nascem;
• interessam-se especial/e por algumas
partes do rosto humano: boca - olhos!
Percepção auditiva
• Parece começar antes do nascimento;
• Nasce - capaz de perceber ruídos e sons à
sua volta;
• interessa-se especial/e - voz humana e
identifica diferentes vozes.
• Percepções: gustativa, tátil e olfativa -
iniciam bem depois... + precisas...
Percepções introspectivas: sensações
internas - bem-estar ou mal-estar -
relacionam-se - aparelho digestivo (p.37).
Inteligência sensório-motora
Outra fonte de conhecimento:
A ação que o bebê exerce sobre os objetos
• 4m: aprende a estabelecer relações entre:
chocalho e o movimento, para provocá-lo.
• Seis a sete meses - sabe aproximar-se do
trenzinho que o agrada.
• Contato - objetos e pessoas - relacionar
meios e fins - estabelecer progressiva/e
uma conduta intencional.
Situações de comunicação entre o bebê e o
adulto
Formatos
• Situações rotineiras e repetidas que
permitem que o adulto e a criança pequena
cooperem para fazer evoluir a linguagem;
• Adulto e criança fazem coisas conjunta/e
que se transformam no contexto adequado
para aprender sobre o funcionamento da
linguagem:
• Ex.: quando se está vestindo e arrumando
uma menina de 10 meses (p.38):
Formatos de ação conjunta!
Formatos de atenção conjunta: quando 2
pessoas olham e falam em relação ao
mesmo objeto - conto infantil...
• Formatos mistos de atenção e de ação
conjunta - canções, jogos de colo, fazer
caretas etc.
• Situações de comunicação -contexto -
encadeamento da ações que representam
a chegada de uma situação esperada(p.38)
• Todas essas situações de comunicação -
preparam - função simbólica - evocar /
representar na ausência do objeto!
Dezoito meses de vida: desenvolvem-se as
capacidades de pensamento e de
raciocínio
Durante todo o processo de aprendizagem da
linguagem...
• Adulto - função de “andaime” para as
realizações da criança.
Nesse contexto ocorre
• Evolução das produções lingüisticas (dois
primeiros anos de vida).
• Nas situações de comunicação entre o
adulto e a criança:
• Criança se comunica - produção de
vocalizações (choro, sorriso e
gesticulações).
Entre o 1.º e o 8.º mês - balbucios (produção
de sons vocálicos e consonantais);
• 9 aos 12 meses: imita sons - faz uma
entonação similar à da fala “jargão
expressivo” - não tem caráter
representativo;
• São meras repetições de silabas - ma, ta...
• 1a. Palavra - ligada a um contexto
experencial - final de almoço “tá” / uma
saudação “oi” etc.
• 12 aos 18 meses - palavra frase (holofrase)
O significado é atribuído em função do
contexto “água” = “eu quero água”!
18 aos 24 meses - verbos, os primeiros
pronomes, os artigos e proposições e amplia-
se o vocabulário.
• Por volta do 2.º e 3.º ano - linguagem
apresenta alguns “erros” ?
Hiper-regularizações!
• Utilização incorreta ou escassa de
pronomes pessoais, pronúncia deficiente
etc.
• Exemplos: “sofases” (sofá) / “ouvo”
(ouço)...
Importante destacar
• Idades são sempre indicativas!
Dos Dois Aos Seis Anos
O acesso à função simbólica permitiu:
• evoluir em relação à aquisição da
linguagem;
• representação constante de um mundo que
é complexo e que, aos poucos poderá ser
compreendido, contudo:
• Raciocínio é bastante diferente do adulto.
Ex.: poderá dizer que o carrinho que tem
irá crescer com ela; reclamar que o irmão
ganhou + suco do que ela, porque seu copo
é + alto e fino etc...
Egocentrismo
dificuldade de ver o ponto de vista do outro!
Características
• Artificialismo: fenômenos naturais são
provocados por vontade humana;
• Finalismo: fenômenos naturais são
provocados com uma finalidade - intenção;
• Animismo: mundo animado - vida - não
distingue entre o que é vivo e o que não é.
Outras características
• Centração: dificuldades para levar em
conta todos os elementos presentes em
uma situação - centrar-se em apenas um.
Irreversibilidade
• Dificuldades para representar a seqüência
da ações contrárias, a fim de resolver
corretamente mudanças na matéria.
• Ex.: dificuldade em aceitar que se corte a
carne em pedaços pequenos, porque ela
acredita que então não haverá + carne.
Essas características não lhe impedirão de
começar a compreender a organização e o
funcionamento da realidade que a envolve.
“Esquemas de conhecimento”?
• Seqüências que a criança vivenciou, que
lhe permitem prever o que virá depois ou
assumir as mudanças ou antecipar
acontecimentos.
• Esquemas - porções da realidade que as
crianças conhecem e que vão
enriquecendo... “conhecem a função dos
diferentes carros com sirene, porque
próximo à sua casa passam vários tipos”...
Meio de comunicação preferido
• Linguagem verbal / ampliam seu léxico.
A partir dos 2 anos - interiorizando a
linguagem: instrumento de pensamento e
ferramenta de comunicação.
• Esforço em melhorar a pronúncia -
incorporar todo um repertório fonético;
• capazes de formar frases - 3/4 elementos
lingüisticos.
• Final dos 4 anos: orações simples.
• Incorporação de leis que regem a
linguagem verbal, do ponto de vista
gramatical e sintático: verbos regulares e
irregulares. Ex.: “eu fazi” por “eu fiz” /
• Progressiva utilização dos pronomes. Ex.:
“ esta boneca é de mim” por “esta boneca é
minha”
Final da educação infantil:
• É comum que a linguagem das crianças
seja total/ compreensível, com um domínio
completo do repertório fonético, com o uso
correto de todas as flexões -
(concordâncias, tempos verbais etc.) e
• utilização de muitas frases compostas:
Elas ampliam os diferentes usos da
linguagem e vão adequando, aos poucos, a
linguagem às diferentes funções
lingüisticas.
As capacidades de relação com as
outras pessoas e de equilíbrio pessoal
Substrato que possibilita um bom
desenvolvimento psicomotor, cognitivo e
lingüistico:
• Progressiva construção da identidade
pessoal (personalidade) juntamente com a
capacidade de relacionar-se e comunicar-
se com as outras pessoas.
O EU e a Personalidade infantil
• Estrutura-se a partir da relação com outras
pessoas e, nessa interação, vai sendo
interiorizada - possibilita a construção da
identidade pessoal e do desenvolvimento
de todas as capacidades.
Do Nascimento Até Os Dois Anos de
Idade
• Inicia-se o processo de socialização!
• Necessidades que a criança tem ao nascer
- proteção, alimentação, cuidados
higiênicos básicos, interesse na
exploração do meio - somente são
resolvidas através da relação com as
outras pessoas.
• Relações: Inicio do estabelecimento de
vínculos afetivos que são essenciais
durante todo o processo de socialização
das pessoas.
Como a vinculação afetiva desenvolve-
se?
Repetição das situações
• De cuidado dispensados ao bebê e nas
situações repetitivas de sua alimentação.
• 3meses de vida: já começa a conhecer as
pessoas com as quais tem uma relação +
constante;
• vinculo de afeição - 1 ano e meio ou 2 anos
- sente-se protegida somente com pessoas
com quem tem uma relação + constante.
• Segurança - dada - figuras de apego à cr.
de 1 ano - base - tranqüilidade para
explorar o mundo e estabelecer relações
com pessoas que lhe são estranhas.
2.º ano de vida
Instrumentos - autonomia (andar, comunicar-
se através de gestos e palavras).
• Tais instrumentos lhe permite fazer uma
exploração dos limites do que pode e do
que não pode fazer.
Estabelecimento dos limites do afeto
• importante - base para marcar a relação
entre o pai, a mãe e a criança ou entre a
educadora e aluno.
Dos Dois Aos Seis Anos
• Situações de oposição - maneira de
fortalecer a própria personalidade e a
capacidade de autonomia.
• A maneira como as pessoas reagem a
esses negativismos contribuirá para fazer
evoluir os traços da personalidade, de uma
forma ou de outra. Por exemplo:
• Condescendência de todos: cria crianças
onipotentes!
• Rigidez excessiva: forma crianças
inseguras, tímidas e que não se atrevem a
mostrar como são
As experiências que as crianças vivenciam
no decorrer dos anos, em todos os contextos
(família, escola, entre amigos)
• Fazem com que elas interiorizem uma
imagem e um conhecimento de si mesmas:
• “Sou uma menina que se chama Catarina”
“sou um menino bonito” e, ao mesmo
tempo,
• Adquiram uma valorização do próprio
conceito que é transmitido por pessoas
significativas em sua relação diária.
• Isso representa a auto-estima.
Qual a importância da auto-estima adequada
(valorização positiva, confiança nas próprias
possibilidades etc?)
• Essa dimensão da identidade pessoal
facilita a saúde mental, o êxito escolar e a
possibilidade de estabelecer relações
socioconstrutivas.
Atitudes e práticas educativas de pais e
educadores que facilitam a aquisição de
uma auto-estima nas crianças:
• Demonstrar afeto freqüentemente;
• Cumprem acordos e as normas
estabelecidas a partir de raciocínios feitos
com a criança com firmeza, mas também
com uma certa flexibilidade;
Preferem utilizar medidas não-coercitivas de
disciplina:
• Não usando o castigo corporal, corrigindo
os erros pela eliminação de privilégios.
• Geralmente, as medidas disciplinares são
raciocinadas com as crianças e tenta-se
fazê-la entender por que se considera
inapropriada a conduta;
• Estimulam as crianças a emitirem a sua
própria opinião e levá-la em conta quando,
as situações possibilitarem - trata-se de
uma relação de respeito-mútuo.
Outros aspectos importantes na aquisição da
autonomia: Controle das necessidades fisiológicas e
hábitos alimentares.
• A partir dos 2 anos: está preparada física e
psiquicamente para poder controlar suas
necessidades;
• entre os 2 e os 4 anos: criança conquista o
nível de autonomia necessário nessa ação;
• Nessa idade podem ser totalmente
autônomas nas situações de alimentação;
As idades de aquisição da autonomia
dependem - exigência do contexto!
• Outra característica: companheiras de
jogos (p.46/47).
Algumas idéias que é preciso guardar:
• A - conceituar as relações entre
desenvolvimento e aprendizagem como
processos indissociáveis e entender que é
precisamente a aprendizagem, em algumas
condições determinadas que permitirá o
desenvolvimento.
Implicações Educativas
• Não esperar que a criança amadureça para
introduzir aprendizagens;
• Confiar no papel dos educadores como
promotores do desenvolvimento.
B - Importância do papel da pessoa adulta
como mediadora entre o mundo cultural e a
criança.
• Implicações educativas
• Aprender a observar qual é o nível da
criança em relação aos jogos e às
aprendizagens e dar-lhe ajuda justa;
• Diversificar o tipo de material oferecido
para as crianças;
• Não se preocupar em dar + informações do
que os pequenos possam assimilar;
• Falar com as crianças de uma maneira
adequada, porém sem deturpar as
informações da realidade.
C - A importância das informações vividas pelas
crianças em relação aos objetos e às situações
diversas que são a base para fazer novas construções
e ampliar o campo de conhecimento
Implicações educativas
• Apresentar na sala: problemas, situações,
cenas, materiais que “falem” da vida
cotidiana, solicitando que as crianças os
identifiquem e analisem;
• Considerar o contexto sociocultural em
que vivem as crianças e planejar
experiências diferentes do seu ambiente
familiar e cultural.
D - As mudanças ocorridas no decorrer da
evolução são devidas:
• ao processo de construção que partem
sempre das possibilidades atuais do
indivíduo e que conduzem à capacidade de
chegar a estágios + avançados que
integrem os conhecimentos anteriores.
Implicações educativas
• partir sempre do que a criança sabe;
• não desvalorizar o que as criança sabem;
• aceitar as respostas das crianças, mesmo
que sejam menos convencionais do que se
espera, e valorizá-las adequadamente.
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