Desenvolvimento de ligas de zinco com propriedade de ... · suam maior fluidez que as ligas de...

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··4.t'~;;;"';'-.! .•-~:z· 20 - FUNDiÇÃO e SERViÇOS - JUN. 2010 novas ligas de fundição sob pressão de zinco (Zn) estão sendo desenvolvidas no pro- grama de pesquisa apoiado pelo Department of Energy Cast MetaIs Consortium (Consórcio de Metais Fundidos do Departamen- to de Energia) e pela North American Die Casting Association (Associação Norte-americana de Fundição sob Pressão - NADCA) O objetivo do programa e desen- volver ligas de zinco que pos- suam maior fluidez que as ligas de zamac e que sejam fáceis de se produzir, manter a produção sem problemas e reciclar (reutilizar), Fig 1- Matriz com quatro cavidades, utilizada no ensaio de fundiçdo sob pressdo (cortesia da CSIR) As ligas de zamac foram utilizadas para a fundição de componentes tanto pequenos como grandes com espessura de parede menor que I mm, mais finas do que muitos outros materiais e processos de fundi- ção competidores podem atingir. Entre as ligas deste tipo, a zamac 7 tem a fluidez mais alta!?] e demonstrou a capacidade de fundir peças com espessura de pa- rede tão fina quanto 0,3 mm!4,8J Em um esforço para desen- volver uma tecnologia viável para as peças fundidas com espessura de seção ultrafina, Desenvolvimento de ligas de zinco com propriedade de fluidez melhorada Este artigo fala sobre os progressos na tecnologia de fundição sob pressão de peças de zinco com espessura de parede fina, traçando uma comparação entre a liga zamac 7 e uma nova liga, com melhor fluidez e resistência à tração, e valores mais baixos do alongamento à ruptura. Frank E. Goodwin é da International Lead Zine Researeh Organization, Ine. (EUA),Ke Zhang e Arthur B. File são da Teek Cominco Metais Ltd. ICanadá), Ronald L. Holland, William R Dalter e Tom M. Jennings são da Brílleast, !nc. IEUA).O artigo Entwicklung von Zinkdruckgusslegierungen mit verbesserten FlieBeigenschaften - Fortschritte im dünnwandigen Zinkdruckguss foi originalmente publicado na revista alemã Druckguss, de 1/2009, pp. 14-19 Reprodução autorizada pelo editor Tradução de Themistocles Rodrigues Júnior

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20 - FUNDiÇÃO e SERViÇOS - JUN. 2010

novas ligas de fundição sobpressão de zinco (Zn) estãosendo desenvolvidas no pro­grama de pesquisa apoiado peloDepartment of Energy CastMetaIs Consortium (Consórcio deMetais Fundidos do Departamen­to de Energia) e pela NorthAmerican Die Casting Association(Associação Norte-americana deFundição sob Pressão - NADCA)O objetivo do programa e desen­volver ligas de zinco que pos­suam maior fluidez que as ligasde zamac e que sejam fáceis dese produzir, manter a produção semproblemas e reciclar (reutilizar),

Fig 1 - Matriz com quatro cavidades, utilizada no ensaio de fundiçdo sobpressdo (cortesia da CSIR)

As ligas de zamac foramutilizadas para a fundição decomponentes tanto pequenoscomo grandes com espessura deparede menor que I mm, maisfinas do que muitos outrosmateriais e processos de fundi­ção competidores podem atingir.

Entre as ligas deste tipo, azamac 7 tem a fluidez mais alta!?]e demonstrou a capacidade defundir peças com espessura de pa­rede tão fina quanto 0,3 mm!4,8J

Em um esforço para desen­volver uma tecnologia viávelpara as peças fundidas comespessura de seção ultrafina,

Desenvolvimentode ligas de zincocom propriedadede fluidezmelhorada

Este artigo fala sobreos progressos natecnologia defundição sob pressãode peças de zincocom espessura deparede fina, traçandouma comparaçãoentre a liga zamac 7 euma nova liga, commelhor fluidez e

resistência à tração, evalores mais baixos

do alongamento àruptura.

Frank E. Goodwin é da International

Lead Zine Researeh Organization, Ine.(EUA),Ke Zhang e Arthur B. File sãoda TeekCominco Metais Ltd. ICanadá),Ronald L. Holland, William R Daltere Tom M. Jennings são da Brílleast,!nc. IEUA).O artigo Entwicklung vonZinkdruckgusslegierungen mitverbesserten FlieBeigenschaften ­Fortschritte im dünnwandigenZinkdruckguss foi originalmentepublicado na revista alemã Druckguss,de 1/2009, pp. 14-19 Reproduçãoautorizada pelo editor Tradução deThemistocles Rodrigues Júnior

21 - FUNDiÇÃO e SERViÇOS - JUN. 2010

na avaliação da fluidez.Os efeitos das condiçõesde enchimento da matrizsobre as propriedadesmecânicas das ligas sãodiscutidos em um esforçopara avaliar as proprie­dades da nova liga.

A nova liga defundição sobpressão

"

Entre os elementos daliga de zinco, o alumínioe o magnésio têm uma

influência significativa na fluidez.Dentro da faixa de 3% a 5%, é am­plamente conhecido que o aumento

80

~Io

1]_'80~__ '11

para possibilitar um estudo com­parativo entre a liga zamac 7 e anova liga. As propriedades me-

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~~_. 4_0 ~'o

Fig. 2 - Representação esquemática da amostra de fluidezescalonada

J ~ocotem sido modificar"'-composição das ligas~xistentes, aumentando::;teor de alumínio (AI)ou::-8duzindoo teor de mag­=ésio (Mg).

Na análise de labo­::-atário, uma nova liga:lesenvolvida, com apro­Iimadamente 4,5% de:=l:umínio e 0,006% de='1agnésio (porcentagemõ;ffi peso, salvo se for:;~tado de outra forma),:::!}ostrouum aumento de~O% da fluidez quando:;omparada com a liga zamac 7[41.

Para avaliar a praticabilidade da=ova liga e, de maneira mais

Tab. 1 - Composição química das ligas utilizadas.

Ni

0,005

0,006

0,003

(0,0031

Liga

Zamac 711

Zamac 721

Nova liga 11

Nova liga21

Composição química (Ofo em peso)

AI Mg Cu Fe Pb Cd Sn4,09 0,018 0,18 0,002 0,0018 <0,001 <0,001

4,11 0,016 0,204 0,005 0,002 0,0003 <0,001

4,5 0,01 0,071 0,009 0,0015 <0,001 <0,001

(4,55) (0,009) (0,06) (0,0051 (0,0016) «0,001) «0,001)

4,52 0,009 0,066 0,015 0,001 0,0002 <0,001

(4,68) (0,0091 (0,057) 10,005) (0,001) (0,0002) «0,0011

JlResultados da OES (Optical Emission Spectroscopy ou espectroscopia de emissão óptica; 21Resultadosdo lep (Inductive/y Coupled Plasma ou

plasma acoplado por induçãol. As indicações entre parênteses são resultados de amostras coletadas no fim do ensaio.

~mportante, validar a sua fluidez nascondições de produção industriaLilill ensaio de fundição sob pressão~oi conduzido na empresa norte­americana Brillcast Incorporation,

cânicas de ambas foram avaliadasutilizando amostras fundidas noensaio.

Neste artigo, os resultados doensaio são apresentados com ênfase

do teor de alumínio melhora a flui­dez das ligas de zinco e alumínio[31.

A fluidez das ligas de zinco­alumínio (Zn-AI) alcança ° valormáximo quando o teor de alumínio

:'"lg 3 - Injeções completas da liga Zamac 7 fundida; a)!Ilotriz com temperatura de 200°C e tempo de enchimento de25 ms, b) matriz com temperatura de 200°C e tempo deenchimento de 15 ms

Fig. 4 - Injeções completas da liga nova fundida; a) matrizcom temperatura de 200°C e tempo de enchimento de 25

ms, b) matriz com temperatura de 200°C e tempo deenchimento de 15 ms [d

Fig. 6 - Vista da seção transversal das amostras de fluidez fundidas, na temperaturada matriz de 200°C e tempo de enchimento de 15 ms a} liga Zamac 7 e b} nova liga

Fig. 5 - Comparação da fluidez dasamostras fundidas, com temperatura damatriz de 177°C e tempo de enchimentode 25 ms

está próximo da composição euté­tica (5%), como resultado do pontode fusão menor e do intervalo defusão mais estreito.

Em princípio, teoricamente a ligaeutética Zn-AI tem a fluidez mais

alta. Ela, entretanto, não temutilização prática, pois possui umvalor muito baixo para a resistênciaao impactoll] Por outro lado, a adiçãode magnésio influencia nega­tivamente a fluidez da liga, emboraseja necessária para melhorar aresistência à corrosão intergranularda liga

As especificações para as ligas dezamac definem o teor de alumínioentre 3,9% e 4,3% e o teor demagnésio entre 0,01 % e 0,06%[21. É

evidente que há ainda um espaçopara a otimização das composiçõesdas ligas. Uma possibilidade éaumentar ainda mais o teor de

alumínio nas ligas de zamac ereduzir o magnésio, com a finalida­de de melhorar a fluidez das ligas.

A partir de estudos de laboratório,foi verificado que um aumento no teorde alumínio na liga zamac 7 pareceter um impacto muito maior na suafluidez. Uma modificação desta ligacom teor maior de alumínio e menorde magnésio resultou em um aumen­to significativo na fluidez[4]Esta ligafoi selecionada para o ensaio defundição sob pressão.

A tabela I apresenta as análisesquímicas das ligas preparadas pelaempresa Eastem Alloys, Inc. Asanálises químicas da nova liga foramfeitas em duas amostras, uma coletadano início do ensaio e a outra no final.A experiência feita na fábrica indicouque o teor de alumínio foi facilmenteintroduzido na liga, assim como umteor um pouco mais alto de magnésio.

Fig 7 - Microestrutura das amostras de fluidez fundidas, na temperatura da matriz de200°C e com tempo de enchimento de 15 ms. a) liga Zamac 7 e b) nova liga

Projeto experimental defundição sob pressão

Uma matriz com cavidades que~Jram especificamente projetadas:,ara examinar a fluidez das ligas foiJutra vez utilizada neste ensaio de~Jndição sob pressão. Como mos­=ado na figura 1. na matriz comJ:uatro cavidades, uma delas é-isada para preparar as amostras_ara o ensaio de tração ou fluência,juas são destinadas à preparaçãojas amostras de impacto e uma:avidade serve para preparar as~mostras de fluidez.

A cavidade para as amostras de~~uidez foi projetada para ter a3spessura gradualmente diminuída,je 0,75 mm para 0,5 mm, e final­~ente para 0,25 mm, como mostra­jo esquematicamente na figura 2.

A matriz é montada com aque­:;edores de cartucho elétrico e:ermopares para controlar e mo-

nitorar a sua temperatura. Umamáquina de fundição sob pressãoFrech 63 foi utilizada para esteensaio. Ela estava equipada com umsistema que pode monitorar eregistrar a velocidade de injeção eno canal de ataque, a pressão dometal e o tempo de enchimento.

Quatro condições diferentes defundição, com uma combinação deduas temperaturas da matriz (lTrCe 200°C) e dois tempos de enchi-

mento (15 e 25 milissegundos),foram selecionadas para o ensaio,tanto da liga zamac 7 como da novaliga, como apresentado na tabela 2.Os ajustes típicos na máquina defundição sob pressão incluíram apressão do acumulador de 5,79 MPa[840 psi), pressão hidráulica de8,27 MPa (1200 psi), diâmetro docilindro de injeção de 95 mm(3,74 polegadas), diâmetro dopistão de 60 mm (2,36 polegadas) [3

26 II I I I I I I I I I II,III I,II -j 180-- Pesodasamostrasda ligaZamac7

j-0- Pesodasamostrasdanovaliga~ -3 160

24 f- __ DistânciadofluxodasamostrasPr ligaZamac7

: 22 ~ Di~~ dofl= d~,m_bl~ ',,"

~ 140Êg

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~ 120lilc •"O

.2 ,'""1':;..,

ttl 20 o O o J 100

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-f 18 Jw~jk~~"O

~ 80

ttl'(3C<ttl"'::J

o...J

16 ::j 60

14

40o

1020304050

Número da amostra

Fig 8 - Comparação do peso e da distância da fluidez da liga Zamac 7 e da novaliga. fundida com a temperatura da matriz de i77°C e tempo de enchimento de 25 ms

e velocidade de injeção a seco de2.540 mm/s (100 pol/s)

Quando as condições de fundiçãoda máquina se estabilizaram. espe­cialmente a temperatura da matriz,

foram produzidos 40 fundidos comoamostra para cada condição de fun­dição sob pressão. As amostras para oensaio de fluidez e o ensaio mecânicoforam coletadas para análise.

Tab. 2 - Parâmetros de ensaio utilizados.

Número Temperatura Tempo de

do ensaio da matriz (DC) enchimento (ms)1 177 25

2 177 15

3 200 25

4 200 15

Resultados

Capacidade defluidez das ligas

A fluidez das ligasfoi avaliada pelo exa­me do enchimento da

0,030 140

Ul

~ 130N .;:: 0,0281ií ÊE 120ttl g"O .9

N(])c 0,026 110

"O(])

'SE

<;::i: ttl<:l

"OC 100ttl

(]) '(3(]) 0,024c

"O go --Tempo de'"o- enchimentoda matriz90OE (])I-0,022 [ I

II IIIIIIIIII IIIIIIIIII I j 80

O

1020304050

Número da injeção

Fig. 9 - A variação da distância de fluidez corresponde à variação do tempo deenchimento para a liga Zamac 7 fundida na temperatura de i7TC e com tempo deW~~WW~~~ ~

Tab. 3 - Comparação das distâncias de Ouidez médias e pesos dasamostras de Ouidez fundidas com diferentes parâmetros de fundição.

Temperatura Tempo de Peso da peça Distância de

da matriz [0C] enchimento [ms] fundida [g] fluidez [mm]Zamac 7 I 200 15 28,19 180

200 25 18,21 125,4

177 15 27,51 180

177 25 16,87 117,8

Nova Liga I 200 15 32,53 180,9200 25 18,88 125,5

177 15- 29,42 180

177 25 18,52 118,8

cavidade em condições selecio­nadas de fundição. O tempo deenchimento da matriz foi defini­do com o ajuste da pressão doacumulador.

Para alcançar uma temperaturaespecífica, a matriz foi aquecidautilizando aquecedores de car­tucho, e injeções de ensaio foramfeitas até que a temperatura damatriz, medida em quatro locais, seestabilizasse no valor desejado.Então, as injeções efetivas foramfeitas e coletadas.

Como nos ensaios anteriores, osefeitos das condições de fundiçãosob pressão no enchimento dacavidade foram claramente obser­

vados. A figura 3 mostra duas

injeções completas de fundidos naliga zamac 7 em duas condiçõesdiferentes de fundição. Em com­paração, a figura 4 mostra duasinjeções completas feitas com osfundidos da nova liga em condiçõessimilares.

Observa-se que as amostras defluidez não foram preenchidascompletamente na temperatura damatriz de 200°C e em um tempode enchimento de 25 milisse­gundos para ambas as ligas. A novaliga, entretanto, mostrou aumentona capabilidade de enchimento dacavidade, o que é ainda maisevidenciado na figura 5. Com umtempo de enchimento menor que15 milissegundos, as amostras de

fluidez de ambas as ligas foramplenamente enchidas, embora anova liga tivesse gerado maisrebarbas.

O valor da espessura reaL naseção mais fina das amostras defluidez, foi de aproximadamente0,41 mm (0,016 polegada), umpouco maior do que o valor proje­tado de 0,25 mm (0,010 polegada),provavelmente devido ao desgasteda matriz ou à distorção.

As análises metalográficas dasseções transversais das amostras defluidez revelaram boa qualidade dosfundidos com alguma porosidadeinterna de gás, como mostrado na'figura 6. A microestrutura típica defundição sob pressão pode ser vistaapós o ataque da amostra com Nital,que apresenta a zona de resfria­mento brusco de grãos finos nasuperfície, a camada fina de den­dritas e depois a estrutura interna,como mostrado na figura 7.

A distância da fluidez e o pesodas amostras de fluidez, que foramfundidas em diferentes condições e,então, medidas, e os valores mé­dios, estão apresentados na tabela3. Em condições similares, a novaliga alcançou melhor enchimento dacavidade de fluidez, o que foi

Propriedades mecânicas

em ambas as temperaturasda matriz, para a liga zamac 7e para a nova liga

Nos ensaios de fundiçãosob pressão, as amostras detração e impacto foramcoleta das para avaliaçãodas propriedades mecâ­nicas da liga zamac 7 e danova liga As amostras detração no estado bruto defundição foram levementeencurvadas durante a ex-tração da matriz e com os

nós de medição pré-fundidos, comomostrado na figura 10

As amostras de tração selecio­nadas foram envelhecidas na tem­

peratura de 95°C por 10 dias, paraavaliar o efeito do envelhecimento.Como a nova liga é voltada paraa produção de fundidos com rã

ser atribuída à variação do tempode enchimento, como mostrado nafigura 8. A distância de fluidezmaior é associada tipicamente aotempo de enchimento mais curto.

A amostra de fluidez foi comple­tamente enchida pela fundição, porémnum tempo menor (15milissegundos).

Fig. 10 - Amostras de tração (o esquerda) e de resistência aoimpacto (o direita)

::;:nprovado por amostras=ais pesadas e mais::;:npridas, conforme mos­=3.do na figura 7.

?ara as amostras total­="'nte preenchidas, o==,-chimento completo do:::>nal de subida e das:sbarbas salientes das~ostras da liga nova as:J_naram mais pesadas do:::-Jeas amostras corres­_ondentes da liga zamac 7:otalmente cheias.

Tanto a temperaturaia matriz como o tempoie enchimento influen-::::am o enchimento da cavidade.:::ntretanto, o tempo de enchimento:em um impacto muito mais pro­~ ndo na distância de fluidez do que3. temperatura da matriz. A variaçãojas distâncias de fluidez entre asamostras que foram fundidas nas::!lesmas condições também pode

damente 4,5% de alumínio e 0,006%de magnésio foi avaliada em umensaio de fundição sob pressão. Apreparação e a subsequente fusãosem problemas da liga indica queela é relativamente fácil de ma­nufaturar e não é problemática. Elatambém pode ser refundida juntocom as ligas zamac 3 e zamac 7,desde que a sua composição quí­mica não se desvie significativa­mente das demais ligas de zamac.

Os resultados a partir dos ensaiosfeitos na Brillcast demonstraramque a nova liga apresentou acapabilidade de enchimento dacavidade aumentada, nas condiçõesde fundição sob pressão, quandocomparadas com a liga zamac 7.

É difícil quantificar a melhoria nafluidez, que é menos pronunciadado que os resultados obtidos a partirdos ensaios de fluidez de um outro

laboratório, os quais mostraram que

,.....16~ ~

ctl

14L.. 2 12c..::J 10L..

'ctl 8o .•..• 6c

Q)E 4ctl C'l 2c o O~ T1T2T3T4T5T6T7T8

Número da amostra

Tab. 4 - Propriedades mecãnicas das amostras no estado de bruto defundição.Liga

NúmeroResistência àAlongamento àResistência

do ensaiotração [MPa]ruptura [%]ao impacto [1]

Zamac 7

1321,93,77

Zamac 7

2312,44,3527,8

Zamac 7

33l2,43,561,4

Zamac 7

43269,2638,8

Nova Liga

5305,53,3255,4

Nova Liga

6310,112,6

Nova Liga

7288,53,07

Nova Liga

83088,23I30,3

ensaio. Os resultados da resistência

à tração foram reproduzidos paraamostras fundidas nas mesmascondições, enquanto que os valoresdo alongamento à ruptura mos­traram mais flutuação.

Para as amostras envelhecidas à

temperatura de 95°C durante 10 dias,a resistência à tração e a energia deimpacto diminuíram, conforme oesperado. Entretanto, não houve umaumento óbvio no alongamento àruptura, como pode ser visto na tabela5 Por outro lado, os resultados a partirdas amostras de fluidez usinadasmostram um aumento significativo noalongamento à ruptura e um aumentomodesto na resistência à tração,conforme mostrado na tabela 6.

Uma nova liga de fundição sobpressão de zinco com aproxima-

Discussão

Número da amostra

-

I-I--I--I--

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8

ro 340o.. 330:2i:'õ' 320'~ 310.ê 300'ctl 290.~ 280<a5 270Êi 260lfl 250o::

Fig. 11 - Resistência à tração e alongamento à ruptura das amostras no estado de bruto de fundição.· amostras na liga Zamac 7, deTI a T4, amostras na nova liga, de T5 a T8

espessura de parede ultrafina, se­ria interessante avaliar as amos­tras com espessuras de seçãotransversal fina.

As amostras de tração, tanto dazamac 7 como da nova liga, foramusinadas a partir das seções maisfinas de amostras de fluidez ple­namente enchidas, usando uma fresarotativa. Os ensaios de tração uniaxialforam conduzidos na temperaturaambiente, utilizando-se uma má­quina universal Schenck, enquanto osensaios de impacto foram conduzidosusando-se uma máquina de ensaiode impacto Riehle.

Os resultados dos ensaios me­cânicos de amostras, no estado brutode fundição, estão apresentados natabela 4. Tipicamente, três ensaiosforam repetidos para amostrasfundidas em condições específicas.Os valores na tabela representam asmédias de ensaios repetidos.

Em condições similares, a ligazamac 7 apresentou valores maisaltos da resistência à tração do queos valores da liga nova. Condiçõesfavoráveis de enchimento da cavi­

dade, temperatura mais alta damatriz ou tempo de enchimentomais curto resultaram em valoresmais altos de resistência à tração,alongamento à ruptura e energia deimpacto, para ambas as ligas.

A figura 11 descreve grafica­mente os resultados de ensaio detração das amostras a partir de cada

cinética mais alta do metaL represen­tada pela maior velocidade do fluxode metal ou pelo tempo de enchi­mento menor, são essenciais parasatisfazer os requisitos da fundiçãode espessuras de paredes finas.

Na condição de peça fundida brutade fundição,as amostras manufaturadasde ambas as ligas mostraram umaresistência à tração mais alta e ummenor alongamento à ruptura, emcomparação com os valores relatados daliga zamac 7 (282,7 MPa e 13%,respectivamente) Contudo,estes valoressão comparáveis aos resultados deoutros estudos, em que amostrassimilares foram testadas[5.6]

Como as amostras utilizadas nesteestudo tinham espessuras de seçãorelativamente finas e entalhes paramediçãopré-fundidos,as microestruturasmais finas e, possivelmente, o efeito doentalhe, ocasionaram maiores re­sistências e menores alongamentos à

ruptura.Para as amostras de

tração, que foram usinadasa partir de seções mais finasdas amostras de fluidez,uma parte significativa dasseções transversais apre­sentou camadas superficiaiscom grão fino.

Resistência

ao impacto [1]24,926,4

37,5

29,9

Foi observado que tanto a tem­peratura da matriz como o tempo deenchimento influenciaramo enchimentoda cavidade. No entanto, o tempo deenchimento teve um impacto muitomaior sobre o enchimento da cavidade,em contraste com a conclusão anteriorde que uma maior temperatura damatriz e o seu bom equilíbrio térmicosão pontos críticos na satisfação dosrequisitos da fundição de peças comespessuras de parede ultrafinas[6]

Os resultados a partir dos ensaiosatuais, juntamente com os resultadosprévios, sugerem que a energia

Zamac 7

Zamac 7

Nova Liga

Nova Liga

Tab. 6 - Propriedades mecânicas de amostras usinadas.

Liga I Número Resistência Alongamentodo ensaio à tração [MPa] à ruptura [%]

2 370,3 11,78

4 328,4 8,45

6 374,3 9,77

8 384,3 10,89

Zamac 7

Zamac 7

Nova Liga

Nova Liga

Tab. 5 - Propriedades mecânicas de amostras envelhecidas.

Liga I Número Resistência Alongamentodo ensaio à tração [MPa] à ruptura [%]

1 273,4 4,324 282,3 8,38

5 269,9 3,5

8 273,3 5,35

um aumento de 40% na fluidez foi

registrado para a nova liga.A diferença entre os resultados dos

ensaios de fundição sob pressão feitosem laboratório e os resultados dosensaios feitos na fábrica podem de­rivar do fato de que a fusão expe­rimentou uma velocidade de resfria­mento muito mais alta na fundição sobpressão do que no ensaio sob vácuo abaixa pressão, o que é amplificadoainda mais devido a espessuras deseção finas. Entretanto, a nova ligaalcançou claramente uma melhorfluidez do que a zamac 7 em condiçõessimilares de fundição sobpressão, suportada pelofato de que as amostras defluidez manufaturadas coma nova liga foram consi­deravelmente mais pesa­das do que aquelas da ligazamac 7 fundidas em con­dições similares.

I] Anderson, E. A. and Werley, G. L. The Effect of Variations in Aluminium Content onlhe StIength and Permanence of ASTM No. XXIII Zinc Die-Casting Alloy, Proceedin­gs of the American Society for Testing Materials, Philadelphia, PA, 1934.

2] ASTM B240: Specification fOI Zinc and Zinc-Aluminium (ZA) Alloys in Ingot Form fOIFoundry and Die Castings, ASTM International 2004.

3J FriebeL V R and Roe, W P Fluidity af Zinc-Aluminium Allay, Modern Castings,September 1962, pp 117-120.

4] Goodwin, F E., et aI.: Progress in Develapment of Thin Section Zinc Die CastingTechn%gy, Transactions of the I 10th Metal Casting Congress, Columbus, ORApril 2006

5J Hope, D., ILZRO Research Final Report for Program ZCA-9, ILZRO, Research TrianglePark, NC, February 2003

6] Rollez, D, Gilles, M. and Erhard, N. [fltTa Thin Wall Zinc Die Castings, Die CastingEngineer, March 220, pp 32-35.

7] Sauerwine, F R, Groeneveld, T P and Bennett F C.: Evaluatian af lhe Fluidity of DieCasting Allays - Zinc Alloys W 3, 5 and 7, Unpublished manuscript Project ZM­132A, 1981, available from ILZRO

8] Zhang, K. ILZRO Research Report No. I for Program ZCA-17, ILZRO, ResearchTriangle Park, NC, April 2006.

Nessas amostras, foram registradas;Jwpriedades muito melhores de:-8sistência à tração e alongamento à::-Jptura,indicando que os fundidos com:::spessuras de seção finas possuem=elhores propriedades mecânicas.

Geralmente, condições melhores de:::llchimento da matriz, uma matriz~ais quente e um tempo de enchi­=ento menor resultam em um aumento='3. resistência à tração e no alonga­=ento à ruptura. Em condições simi­-:oresde fundição sob pressão, as amos­=:-asmanufaturadas na liga zamac 7,=,presentaram marginalmente maior:-8sistência à tração do que as da nova~ga. No globaL entretanto, as pro­:;:jedades mecânicas da nova liga são=omparáveis com as da liga zamac 7.

Conclusão

Ensaios de fundição sob pressão~Jram conduzidos com sucesso para;:.--aliaruma liga de zinco para fundição

sob pressão recentemente desenvol­vida. A nova liga mostrou melhoriasignificativa na fluidez, em condiçõesde produção industriaL quandocomparadas com a liga zamac 7. Ela éfácil de manufaturar e não apresentaproblemas, além de ter microes-

truturas e propriedades mecânicascomparáveis às da zamac 7.

Foi demonstrado novamente quea fundição sob pressão de peças comespessura de parede ultrafina é umatecnologia bastante viável para afundição sob pressão de zinco. 4:i:l