Descobrimento do brasil

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Intencional ou fruto do acaso? Prof. Gabriel da Silva

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Intencional ou fruto do acaso?

Prof. Gabriel da Silva

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Turma: 1º Ano do Ensino Médio, Ensino de Jovens e Adultos.

Assunto: Descobrimento do Brasil.

Tema: Descobrimento do Brasil (1500) -intencional ou fruto do acaso?

Palavras-chave: “Descobrimento/Achamento”, etnocentrismo, encantamento/estranhamento, mercantilismo.

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Analisar o “Descobrimento/Achamento” do Brasil, reconstruindo-o como um evento intencional, a despeito da idéia de que fora obra do acaso. Diante dessa perspectiva, compreender o encantamento/estranhamento do português em relação ao índio.

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Demonstrar que as viagens ultramarinas portuguesas tiveram um contexto claro e definido, pois a relação dos portugueses com o mar remonta desde o séc. XIII, fruto da pesca e da extração do sal. Durante o séc. XIV, Portugal tornou-se passagem obrigatória para embarcações que comercializavam com dois importantes portos italianos: Genova e Veneza. O motivo: rebeliões de servos contra a exploração que sofriam dos nobres, Guerra dos Cem Anos, peste negra.

Mostrar que a conquista portuguesa de Ceuta (1415), Madeira (1419) e dos Açores (1432) tem sentido em adquirir uma experiência colonizadora, que visava sair da condição de intermediário, tornando-se efetivamente protagonista no monopólio comercial de produtos e especiarias.

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Analisar, dentro deste contexto, o progresso da ciência (caravela, mapas, cartas náuticas, bussola, astrolábio) e do pensamento (teocentrismo versus humanismo -Renascimento).

Refletir sobre o conceito de “Descobrimento” ou “Achamento”, empregado por Pero Vaz de Caminha. Será que seu emprego é correto? Será que as naus lideradas por Pedro Álvares Cabral chegaram à região que se tornaria Brasil por acaso?

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Demonstrar que antes de Pedro Álvares Cabral, chegou aqui em 1498, na região do Maranhão e foz do rio Amazonas, o navegador Duarte Pacheco Pereira, com o intuito de calcular a localização do meridiano de Tordesilhas, assinado em 1494. Além disto, há o relato do escrivão Álvaro Velho que, durante a expedição de Vasco da Gama às Índias, navegando a quilômetros a costa africana, dizia ver aves que “seguiam contra o su-suestemuito rijas, como aves que iam para a terra”, ou seja, seguiam em direção ao sudoeste do Atlântico Sul.

Compreender que possivelmente D. Manuel já estava informado a respeito da viagem de Duarte Pacheco e da chegada de Colombo ao Caribe, bem como recebera informações da viagem de Vasco da Gama, que observara indícios de terra firme ao passar ao largo da costa brasileira a caminho da Índia.

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Analisar trechos selecionados da Carta de Caminha, ilustrando como o português encantou/estranhou essa região “descoberta” e seus nativos. A partir deste encantamento/estranhamento, ponderar sobre a questão do corpo.

Explicar os objetivos da Carta escrita por Caminha: texto informativo que traz uma descrição detalhada das condições da terra e dos seus habitantes, em um esforço no sentido de definir alteridades à medida que os navegantes entravam em contato com diversas terras e povos, os contatos entre os portugueses e os nativos (índios), e as possibilidades de exploração de riquezas e de expansão da fé católica.

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Exposição oral com a tentativa de participação dos alunos com o auxílio do data-show para a compreensão dos conceitos propostos.

Análise crítica de trechos da Carta de Caminha.

Divulgação de mapas com temáticas históricas, imagens ilustrando documentos históricos, trechos de documentos, equipamentos utilizados na navegação da época, visando uma melhor discussão e apreensão do conteúdo proposto.

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Esmeraldo de situ orbisEscrito por Duarte Pacheco. Nela, Duarte Pacheco Pereira refere, embora não muito claramente, que o rei D. Manuel o tinha mandado descobrir “uma tão grande terra firme” a ocidente do Oceano Atlântico. Segundo Jorge Couto (A construção do Brasil), Duarte Pacheco a realizou efetivamente.

Fonte: http://purl.pt/162/1/brasil/12_pacheco_esmeraldo.html

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O Tratado estabelecia a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e à Espanha as terras que ficassem além dessa linha.

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Imagem de uma CaravelaAstrolábio

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Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos — terra que nos parecia muito extensa.

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A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência (...) seus corpos são tão limpos e tão gordos e tão formosos que não pode ser mais! E isto me faz presumir que não tem casas nem moradias em que se recolham; e o ar em que se criam os faz tais.

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E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro. Então lançamos fora os batéis e esquifes. E logo vieram todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor. E ali falaram. E o Capitão mandou em terra a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou a ir-se para lá, acudiram pela praia homens aos dois e aos três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, já lá estavam dezoito ou vinte.

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Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram.

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Em seguida o Capitão foi subindo ao longo do rio, que corre rente à praia. E ali esperou por um velho que trazia na mão uma pá de almadia. Falou, enquanto o Capitão estava com ele, na presença de todos nós; mas ninguém o entendia, nem ele a nós, por mais coisas que a gente lhe perguntava com respeito a ouro, porque desejávamos saber se o havia na terra (...) Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos