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Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasil desde 1921 nº279 jan/fev 2013 Desafios energéticos Entrevista eduarda la Rocque: empenho à frente do instituto pereira passos Secas e reservatórios baixos fazem Brasil discutir os caminhos para o sistema elétrico Brasil Urgente o empreendedorismo feminino Perfil fmC technologies

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Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasildesde 1921 nº279 jan/fev 2013

Desafios energéticos

Entrevista eduarda la Rocque: empenho à frente do instituto pereira passos

Secas e reservatórios baixos fazem Brasil discutir os caminhos para o sistema elétrico

Brasil Urgente o empreendedorismo feminino Perfil fmC technologies

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O ano de 2013 promete ser de grandes realizações para a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, que, após dois anos, terá um novo presidente à frente da instituição, a partir de abril,

quando termina o meu mandato. Faço um balanço positivo do trabalho empenhado na Amcham Rio neste biênio, pois foi um período de, com o apoio entusiástico do staff da câmara, promover os ajustes e a reestruturação na entidade. Mudanças que certamente a ajudarão a deslanchar como território de novos negócios e articulações com as diferentes lideranças e poderes que compõem o ambiente de negócios propício ao desenvolvimento do município, Estado e das empresas aqui representadas.

De fato, 2012 entra para a história da Amcham Rio como um período de muitas transformações estruturais, tanto nas instalações, que foram completamente modernizadas, como na criação de novos serviços, e a estreia, agora em março, de plataformas digitais. Acabamos de lançar um novo site da instituição, mais moderno, dinâmico e interativo, que dá a largada ao avanço de territórios inovadores de fomento a novos negócios para os associados, como uma rede corporativa exclusiva aos membros e um aplicativo para mobile, além de um amplo portfólio de produtos capazes de serem customizados pelas empresas para se ajustar às necessidades de cada uma. E, naturalmente, conteúdos atualizados para incrementar as informações capazes de contribuir na tomada de decisões do empresariado.

O Amcham Rio Digital inaugura uma nova fase desta câmara, em que a dinâmica entre os associados ganha uma perspectiva inédita a partir de novas possibilidades de interações em meio digital, intensificando o networking. Estamos trilhando o caminho que culminará nas comemorações do centenário desta instituição, em 2016, celebração de grande porte que contará não só com eventos de negócios, como também de atividades culturais, esportivas e de responsabilidade social corporativa, fixando a marca da Amcham Rio como a mais antiga Câmara de Comércio Americana na América Latina. Nada mais harmônico, tendo em vista a história que a própria cidade está prestes a escrever nos anos vindouros.

Estamos muito satisfeitos em poder dividir as nossas realizações deste ano e as inovações que virão e reforçarão a presença da Amcham Rio como uma das mais relevantes entidades empresariais do Rio. Com a sensação do dever cumprido, mas entendendo que há muito ainda a se construir para o crescimento constante, me despeço do cargo de presidente, mas continuarei a participar do Comitê Executivo na qualidade de ex-presidente empenhado em dar meu suporte e contribuição para o sucesso da nossa Amcham Rio. Boa leitura!

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Conselho editorialHelio Blak

Henrique Rzezinski João César Lima

Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco

Robson Barreto

Editora-chefe e jornalista responsávelAndréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected]

Colaboraram nesta edição:Fábio Matxado (edição de arte), Cecília Acioli

(fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Cláudio Rodrigues, Isabel Correia

e Sol Mendonça (texto)

Canal do [email protected]

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando,

necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

PublicidadeLiliane Dippolito

[email protected]

A tiragem desta edição, de 6 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco

Impressão: Walprint

Uma publicação da Câmara de Comércio americana do rio de Janeiro

Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ

Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected]

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editorial

Ponto de VistaHospital Pró-Cardíaco inova com tecnologia pioneira na América Latina. É o que nos conta o diretor-executivo do hospital, Marcus Vinícius J. dos Santos

radarO presidente da Rio Film Comission, Steve Solot, mostra a evolução na criação de incentivos e promoção das film commissions na América Latina, progresso este que não foi vivido pelo Brasil

Em Foco Notícias sobre as empresas associadas e a agenda de eventos da Amcham Rio para 2013

EntrevistaEduarda La Rocque, ex-secretária de Fazenda do Rio, assume a presidência do Instituto Pereira Passos pela transformação social e econômica da cidade e de sua população

PerfilA premiada FMC Technologies fornece soluções tecnológicas para a indústria de energia ao redor do mundo. No Brasil, seus equipamentos estão em metade das operações de óleo e gás

Empreendedorismo Mulheres brasileiras recebem pela primeira vez o programa de coaching empresarial da Ernst & Young Terco, o Winning Women

Brasil UrgenteA ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e o trabalho de uma década da pasta pelo incremento de oportunidades e políticas para as lideranças femininas também nos negócios

Comitês amcham rioAs novidades para 2013 e as propostas de trabalho do Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura

Especial – os desafios para o setor energético em 2013

Ponto de VistaNem todo mundo concorda com o gap de mão de obra na área de óleo e gás. O diretor-presidente da Radix, Luiz Eduardo Rubião, e o case de sucesso da empresa na contramão do mercado

Henrique rzezinski, presidente da Câmara

de ComérCio ameriCana do rio de Janeiro

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38 a opinião do especialista e professor da Coppe/UFrJ roberto schaeffer sobre a situação atual do país e como desatar o nó vivido pelo setor energético

44 o diretor de energia e desenvolvimento de novos negócios da Light, evandro Vasconcelos, discute a atual situação do sistema com empresários no Comitê de energia da Câmara de Comércio americana do rio

6_Edição 279_jan/fev 2013

A terceira edição do RioContentMarket, evento de referência do mercado de audiovisual na América Latina, foi realizada entre os dias 19 e 22 de fevereiro, no Rio de Janeiro, e recebeu cerca de 3 mil participantes. O evento, que teve o apoio da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, contou com a presença de profissio-nais de TV e mídias digitais que estiveram no hotel Windsor Barra para discutir sobre o setor.

Foram realizados 93 painéis, com a presença de 290 palestrantes e players, 16 keynote speakers brasileiros e internacionais e 38 canais expondo demandas e modelos de negócios no “30 Minutos com...”. As rodadas de negócios do evento proporcionaram mais de mil reu-niões, sendo 820 pré-agendadas e cerca de 300 encontros organiza-dos entre 74 players brasileiros e 54 estrangeiros.

Durante o evento, foram firmados importantes acordos insti-tucionais e de mercado para o setor audiovisual, a exemplo da as-sinatura do Termo de Convênio de Cooperação Audiovisual pela ABPITV e Sicav. Já a Spirit of Football (SOF) anunciou sua primeira parceria com a produtora brasileira DGT Filmes, que renderá negó-cios da ordem de US$ 5 milhões.

O potencial internacional, marca registrada do RioContentMarket desde sua criação, esteve traduzido na presença de delegações internacionais e representantes de 29 países.

Rio recebe maior evento de audiovisual da América Latina

em foco

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Light RecicLa O projeto socioambien-

tal de geração de renda Li-ght Recicla, que consiste na troca de material reciclável por desconto na conta de energia elétrica, recolheu 842 toneladas de material e 3.945 litros de óleo entre junho de 2011 e janeiro de 2013. O foco do programa são as comunidades pacifi-cadas do Rio de Janeiro, as chamadas UPPs. O projeto é destinado a clientes resi-denciais da Light que mo-ram nesses locais. No pe-ríodo mencionado, foram cadastrados 3.585 domicí-lios. A energia economiza-da chegou a 2.989 MWh, o equivalente ao consumo de 14.945 casas por mês, ou 1.245 casas por ano.

O presidente da aBPitV, Marco altberg

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chOcOLate OficiaLO chocolate e sorvete oficiais da Copa do Mundo de 2014 e da Copa das Confederações de 2013 são da Chocolates Garoto. Este é o maior investimento em marketing da história da empresa. Serão cerca de R$ 200 milhões em desenvolvimento de novos produtos, ações de mídia e redes sociais, além da exclusividade da venda dos produtos da marca nos estádios.

FUsãO NO ARA Embraer Defesa e segurança e sua associada AEL sis-temas, subsidiária da empresa israelense Elbit systems, anunciaram em fevereiro a entrada da Avibras Divisão Aé-rea e Naval no capital social da Harpia sistemas, a fim de desenvolver de forma conjunta o mercado de aeronaves re-motamente pilotadas (ARP) no Brasil. Assim, a Avibras pas-sará a deter uma participação de 9% das ações da empresa enquanto a AEL sistemas responde por 40% da composi-ção acionária. A Embraer Defesa e segurança permanece como acionista majoritária, com 51% das ações.

educaçãO cORPORatiVaO gerente-executivo da Escola de Negócios da PUC-

Rio (IAG), Marco Oliveira, e a sócia-diretora da empresa ID Projetos Educacionais, Andrea Ramal, coordenam o curso de extensão “Educação corporativa – fundamentos e ges-tão”, que começa em abril. O programa terá duração de 80 horas, com aulas presenciais aos sábados no Campus Gávea da PUC-Rio, além de interações a distância.

PERENIDADEA Xerox apresentará na ExpoPrint Digital 2013, que

acontece de 13 a 16 de março em são Paulo, a nova im-pressora iGen 150. O equipamento promete simplificar as rotinas de setup, acelerar o ciclo de produção e manter a precisão e confiabilidade da imagem impressa por muito mais tempo, o que torna a iGen 150 a impressora de produ-ção gráfica em cores de maior produtividade do segmento trabalhando com folhas soltas.

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em foco

A Vale fechou um acordo inédito com a empresa silver Wheaton (sLW), do Cana-dá. O contrato dá direto à sLW de adquirir 25% de todo o ouro a ser produzido nas unidades de cobre da Vale em salobo, no Pará, durante toda a vida das minas, cal-culada em 50 anos. No caso do ouro extraído de sete minas de níquel, em sudbury, no Canadá, a empresa comprará 70% do metal precioso por um período de 20 anos. A Vale receberá um pagamento inicial em dinheiro no valor de Us$ 1,9 bilhão, mais 10 milhões de warrants (título que confere ao detentor o direito de compra de ativos por um preço predeterminado).

Compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do país

A BG Brasil é parte do BG Group, companhia integrada de gás natural que atua na exploração e produção de hidrocarbonetos em mais de 20 países. Presente no Brasil desde 1994, a BG Brasil tem compromisso de longo prazo com o país e conta com um programa multibilionário para o pré-sal.

A companhia apresenta alta taxa de sucesso no programa de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, tendo já investido mais de US$ 5 bilhões no país.

A educação e o desenvolvimento de capital humano voltado à economia do conhecimento estão entre as prioridades da BG Brasil. A estratégia de sustentabilidade da companhia tem foco em tecnologia, investimento social, conteúdo local, meio ambiente e segurança – pilares que guardam estreita sintonia com os interesses nacionais.

www.bg-group.com/brasil

Vale ouro

COCA-COLA INVEstE R$ 2,6 BI NO BRAsIL EstE ANO

O sistema Coca-Cola Brasil, for-mado pela Coca-Cola Brasil e 16 fabricantes autorizados, avançou 5% no volume de vendas em 2012, com 11,3 bilhões de litros vendidos. A companhia registra nove anos de crescimento consecutivos da opera-ção brasileira e, em 2013, investirá R$ 2,6 bilhões no Brasil. De 2012 a 2016, o total investido será de R$ 14,1 bilhões. O valor é compatível com o planejamento que engloba ações relevantes nos eventos de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, dos quais a Coca-Cola é patrocinadora oficial.

O desempenho positivo e o cresci-mento da empresa no Brasil são ba-seados em sustentabilidade. O índice de uso de água na operação brasilei-ra, por exemplo, é um dos melhores do mundo: 1,91 litro de água para cada litro de bebida produzido – me-nos da metade do volume utilizado 13 anos atrás.

PRêMIO EXCELêNCIAA Petrobras recebeu o Prêmio Ex-

celência Profissional em Convergên-cia Contábil, que está em sua primeira edição, na categoria Empresa Estatal, Óleo e Gás, que reconhece os melhores profissionais contábeis. Durante a pre-miação, organizada pela Federação dos Contabilistas do Estado de são Paulo (Fecontesp), foram destacados os me-lhores trabalhos voltados à contabilida-de de 2011 visando incentivar o aprimo-ramento profissional dos trabalhadores do setor.

O gerente-executivo de Contabilidade, Marcos Menezes, recebeu o troféu pela companhia. “A Petrobras está muito con-tente em participar desta primeira pre-miação idealizada pela Fecontesp. É uma oportunidade de conhecer trabalhos de outras entidades e todo trabalho em tor-no da convergência do IFRs (Normas In-ternacionais de Contabilidade), que vem sendo produzido no âmbito das empresas brasileiras, das entidades acadêmicas e de classe”, afirmou Menezes.

Programa Trainee da DPcA Domingues e Pinho Contadores, associada à GBrasil no Rio de Janeiro e em São Paulo, registrou um marco histórico em 2012. As duas unidades da empresa admitiram 109 trainees, a partir de um concorrido processo de seleção, do qual participaram 1.193 candidatos graduados em ciências contábeis, administração, economia, tecnologia da informação e recursos humanos. O programa Trainee DPC é realizado duas vezes por ano, e praticamente todas as universidades canalizam alunos para o recrutamento. A empresa possui hoje 593 colaboradores, e 65% dos gerentes da organização contábil tiveram origem nos programas de trainee.

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em foco

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

Real-Estate Law

Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

Intellectual Property

International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

Direito Internacional

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Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar

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AgenDA 2013 Amcham RiomARço 8/3 Tax Friday | Multas e Penalidades Administrativas Tributárias

12/3 Curso “Inglês para óleo e gás” | Parceria Amcham Rio e BridgeBrazil – Início: 12/3 e término: 2/5 (terças e quintas, na parte da manhã)

AbRiL 1/4 Seminário “Eficiência energética: projetos, determinações e investimentos”

5/4 Posse da Diretoria da Amcham Rio

10/4 Ideas Exchange – “Importação e exportação de executivos: novo panorama em recursos humanos e seus aspectos jurídicos”

12/4 Tax Friday | Transfer Pricing - As novas exigências da Instrução Normativa nº 1.312/12

auditORia e iMPOstOsA KPMG no Brasil está lançando

uma publicação que traz as principais alterações contábeis e tributárias ocor-ridas no País em 2012. trata-se da 12ª edição de sinopse Contábil & tributá-ria, publicação que aborda importantes mudanças ocorridas ao longo do último ano e cujo objetivo é contribuir para que as empresas brasileiras se adaptem às novas normas e padrões de contabilida-de, bem como atentem para as princi-pais novidades tributárias.

Na atual edição, são enfatizados na seção “Highlights” alguns dos as-pectos mais relevantes e críticos de certas normas contábeis brasileiras e internacionais. A primeira parte da publicação inclui um resumo das nor-mas e regulamentos mais importantes relacionados à elaboração e apresen-tação de demonstrações financeiras para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2012. Já o segundo tre-

cho do trabalho apresenta uma síntese das principais alterações da legislação tributária no Brasil.

A publicação terá uma versão im-pressa, mas pode ser acessada gratui-tamente no site da KPMG.

PREMIAçãOO Citibank foi nomeado o Melhor Provedor Global de

tesouraria e Gestão de Caixa na América Latina pela re-vista Global Finance. Pelo quinto ano consecutivo, o banco foi classificado como o principal fornecedor regional na in-dústria, sendo reconhecido por sua contínua liderança re-gional na categoria. O Citibank também ficou em primeiro lugar nas categorias Melhor Banco para Gestão de Liqui-dez, Melhor Banco de Gerenciamento de Riscos e Melhor Banco para Pagamentos e Cobrança.

NOVOs POçOsApós pouco mais de um mês desde sua chegada ao lo-

cal definitivo de produção, no pós-sal da Bacia de santos, nos campos de Baúna e Piracaba, o FPsO Cidade de Itajaí, da Odebrecht Óleo & Gás, produziu seu primeiro óleo. Esta é a primeira unidade de produção da empresa a operar no Brasil. A unidade, operada pelo Consórcio OOG tK FPsO, está afretada para a Petrobras por nove anos, com opção de extensão por até mais seis anos.

No momento, o FPsO está conectado a um poço cujo potencial de produção é de 12 mil barris de óleo por dia, sendo que sua capacidade de processamento é de até 80 mil barris. Os próximos passos associados ao desenvolvi-mento da produção incluem a interligação da unidade a mais cinco poços produtores e cinco injetores, sendo qua-tro de água e um de gás.

14_Edição 279_jan/fev 2013 Edição 279 Brazilian Business_15

entrevista

A economista que conseguiu atrair investimentos inéditos do BIRD para o Rio de Janeiro e implantar a Nota Fiscal Carioca sequer pestanejou ao aceitar o convite do prefeito Eduardo Paes para liderar o Instituto Pereira Passos (IPP). Eduarda La Rocque está empenhada em reduzir as diferenças e incluir as favelas no mapa da cidade

Por Andréa Blum e Cláudio RodriguesFotos Cecília Acioli

Para um economista, praticamente tudo na vida tem preço. Para a presidente do Instituto Pereira Passos (IPP) não é mui-to diferente. No entanto, em vez de observar apenas o saldo

de sua própria conta bancária, Eduarda La Rocque busca o lucro que vem em outra moeda. Ao apostar na união das ferramentas de mercado com as questões socioambientais da cidade, investindo em programas como o UPP Social, ela espera colher os rendimentos da vida com qualidade numa cidade mais inclusiva e amigável.

Pouco antes de ela aceitar a proposta do prefeito Eduardo Paes de trocar o rentável mercado financeiro pela titularidade da Secreta-ria Municipal de Fazenda, o carro de Eduarda havia levado um tiro. Em vez de se blindar, apostando na proteção individual, ela perce-beu que era o momento de partir para a vida pública, trabalhar pela cidade, por todos os cariocas.

Sua gestão na Fazenda foi marcada por vários sucessos. Eduarda obteve empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco Mundial (Bird) – fato inédito para municípios –, implantou o projeto Nota Fiscal Carioca, que ajudou a reduzir a evasão fiscal, e saneou as finanças públicas. Durante sua administração, o Rio recebeu grau de investimento por três agências internacionais de rating.

Mesmo assim, voltou a apostar em mudanças. Trocou a secre-taria – uma das pastas mais importantes do primeiro escalão do governo municipal – pelo IPP. Para muitos, isso poderia significar um rebaixamento na estrutura do Governo. Para Eduarda, não. É o grande desafio de estar mais perto das causas sociais, carregando a eficiência que ela já provou ter no mundo financeiro, no qual atuou em bancos e fundou um sistema de gestão de risco. Ao costurar dois mundos tão distintos, economia e social, ela quer cerzir a cidade partida. Tanto que comprou um apartamento de frente para uma fa-vela da Zona Sul. Uma mostra de sua confiança no trabalho de uni-ficação do Rio. E de sua paixão pela praia, pelo esporte (foi jogadora de vôlei) e pela própria Cidade Maravilhosa. Leia a seguir a íntegra da entrevista concedida por Eduarda La Rocque com exclusividade à Brazilian Business, na sede do IPP, na Zona Sul da cidade.

Eduarda La Rocque, presidente do Instituto Pereira Passos

Uma cidade inclusiva e a conta

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BB: E como o setor privado deve participar, qual é a importância das empresas neste momento que o Rio está vivendo?ELR: O setor privado é fundamental. O pro-jeto de revitalização do Porto é um exemplo. A maior PPP do Brasil. A contribuição não é apenas o investimento, mas o nível de efi-ciência para complementar o setor público, que deve atuar como um coordenador, defi-nidor das políticas públicas e de incentivos. O setor privado é inevitavelmente mais ágil para operacionalizar esses projetos de gran-de escala. Precisamos das parcerias público-privadas e com o terceiro setor. O PPP3 é o caminho natural. Um exemplo é a BVRio, que é a Bolsa Verde do Rio de Janeiro: uma parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Economia Verde, querendo estimular o desenvolvimento da economia verde no Estado do Rio, com a participação da prefeitura, desde a época em que eu era a secretária de Fazenda. Tendo esse projeto de revitalização do setor financeiro, eu criei o Grupo Financeiro Carioca, pois perdemos boa parte do movimento, os bancos foram para São Paulo, mas temos certamente um lugar muito importante ao sol nessa área fi-nanceira. Toda essa cadeia de óleo e gás exige uma série de instrumentos e inovações finan-ceiras. Agora, trouxe para o IPP essa iniciati-va, de estímulo ao desenvolvimento do setor financeiro local, que é um setor que alavanca muito o crescimento.

BB: Também há projetos ambientais previstos?ELR: Um projeto que a gente não abando-nou ainda, que é o projeto dos meus sonhos, que é finalmente conseguir limpar a Baía de Guanabara. A gente tem aqui no IPP uma das áreas fundamentais, a avaliação dos impactos e o monitoramento de políticas públicas. Te-nho certeza de que a despoluição da Baía de Guanabara seria um dos projetos mais caros, não só pelo ponto de vista financeiro, de or-çamento, que é muito alto, mas também por causa dessa questão de governança, muito di-fícil. São sete municípios limítrofes despejan-do esgoto na baía. Para coordenar isso não é fácil. Mas traria grandes benefícios, como as áreas de lazer ao redor da Baía de Guanabara, o que evitaria muito o fluxo de pessoas para as praias da Zona Sul. Neste processo, estou trabalhando em inovação de finanças, nos mecanismos que possam promover o desen-volvimento sustentável.

entrevista EduArdA LA roCquE

Brazilian Business: Qual o principal papel e o maior desafio do IPP?Eduarda La Rocque: Eu costumo dizer que o coração do IPP é a base de informações da cidade. São informações para subsidiar planejamento estratégico. Há uma brinca-deira que diz que IPP significa Instituto de Políticas Públicas. Na verdade, é um pou-co disso sim. Reflexo de sua criação como Instituto Municipal de Urbanismo, inspira-do na experiência de Curitiba, do prefeito Jaime Lerner. O IPP foi criado para ser um moderno instituto de urbanismo. Histori-camente, organizou o Favela-Bairro, um grande projeto urbanístico de transformar favelas em bairros. Ao longo do tempo, foi ganhando outra configuração: o planeja-mento da candidatura olímpica, a concep-ção da Cedurp (Companhia de Desenvol-vimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro), que gerou o Porto Maravilha. Então, na gestão do prefeito Eduardo Paes, esse papel inicial de urbanismo do IPP foi para a Secretaria de Urbanismo. O IPP se transformou num órgão de desenvolvi-mento econômico. Neste sentido, foi cria-da a Rio Negócios, por exemplo. Depois, veio o programa UPP Social, de desenvol-vimento social. Ou seja, o IPP é um misto de IBGE com Ipea, mas com foco muni-cipal. Aqui, temos informação, pesquisa, planejamento e prática. E integração de política pública, que é o que a minha ex-periência na Secretaria de Fazenda mos-tra, é a coisa que mais falta para a gente conseguir efetividade na gestão pública. Queremos transformar o IPP num grande integrador de política pública.

BB: Como fazer essa integração?ELR: Com uma agenda muito forte de articulação entre as várias secretarias municipais, com o setor privado e o terceiro setor. Eu tenho trabalhado muito na ideia de que para a gente conseguir avançar esse tema de sustentabilidade, precisamos desenvolver estruturas de governança e transparência adequadas para um con-ceito que eu chamo de PPP3: Parcerias Público-Privadas com o Terceiro Setor. A gente tem um caminho longo pela frente. Precisa criar estruturas de governança apropriadas. A nossa nova missão é gestão de conhecimento, integração de política pública com o setor privado, que é uma missão muito importante. O Rio precisa promover um desenvolvimento sustentável, aproveitar a oportu-nidade da Olimpíada para efetivamente construir um legado de longo prazo. A gente precisa de muito planejamento para con-seguir o sucesso dessa virada histórica que a gente deu com essa nova administração. O Rio estava no fundo do poço. Então a gente conseguiu promover uma virada, um círculo vicioso que virou um círculo virtuoso. O Rio deixou de afugentar o investimento pri-vado para atraí-lo. São investimentos em infraestrutura urbana. Há um ambiente propício para negócios, muito investimento em curso. Queria citar o livro Rio: A Hora da Virada, de André Urani e Fabio Giambiagi. Eles citam três grandes motivos. O primeiro é uma mobilização da sociedade muito grande, uma consciência coletiva de que todo mundo precisa fazer alguma coisa. Pessoas que, como eu, saem do setor privado para dar sua contribuição para o setor público local. O segundo é o boom de petróleo e gás, que realmente dá um dinamismo para a economia. O terceiro é o nível de seriedade da gestão pública. Desde a política de segurança de Sérgio Cabral até a aliança política importante dos três níveis de governo. Com prefeitura, Estado e Governo Federal alinhados, é possível ser mais eficiente no setor público, em que as coisas são muito enroladas. Ainda mais com um sistema tributário tão com-plexo, com transferências entre os entes federativos. Sem um ali-nhamento muito forte, as coisas não acontecem. A revitalização do Porto, por exemplo, estava no papel há 20 anos. O prefeito, que é um grande gestor, conseguiu tirá-la do papel. Um desafio gigan-tesco, até porque aqui no Rio, que já foi capital, Estado, a questão fundiária é muito difícil.

BB: Por que trocar o setor privado pelo público?ELR: Deixar o setor privado para virar a secretária de Fazenda foi um processo estranho. Eu estava em um momento de vida no qual realmente queria contribuir mais com a sociedade, principalmente com o Rio. Tenho um caso de amor com esta cidade. Fiz doutorado aqui, na PUC-Rio. Não quis ir para o exterior estudar. Trabalhei 11 anos no mercado financeiro, também no Rio. Fui uma das poucas que conseguiu ficar aqui. Eu estava pensando em montar um projeto social, criar uma ONG, tentar contribuir mais com a sociedade. Fico muito indignada com a desigualdade de oportunidades no Brasil, em particular. Quando surgiu a oportunidade, o convite para ser secre-tária de Fazenda, pensei: “Grande oportunidade, se eu estou queren-do ir para o terceiro setor, o setor público aumentaria muito a minha experiência”. De fato, foi uma experiência muito enriquecedora para justamente poder conseguir no futuro articular o privado com o pú-blico e com o terceiro setor. Já tinha falado com o prefeito que gosta-ria de trabalhar mais perto da área social. Quando surgiu o convite para o IPP, que é um cargo de segundo escalão, uma autarquia vin-culada à Secretaria de Casa Civil, quando a Fazenda está entre as três secretarias mais importantes, penso que poucas pessoas aceitariam o downgrade do ponto de vista político. Eu aceitei na hora. Assumi o IPP e estou participando muito ativamente. Vamos ter muita notícia boa num futuro próximo em relação ao fundo de desenvolvimento das favelas e integração das favelas da cidade. O BNDES é parceiro, já está entrando com o dinheiro e já temos R$ 30 milhões garantidos para esse fundo. O IPP foi escolhido para criar a estrutura adequada, o arcabouço para a gestão e definição de critérios para a escolha dos projetos e toda a parte de avaliação de desempenho, de impacto. É muita coisa boa que vai acontecer num futuro próximo.

BB: Qual o desafio do Rio, a vocação da cidade?ELR: Serviços e turismo. Uma cidade que apresenta qualidade de vida. Toda essa beleza estupenda, a praia, a qualidade de vida, esti-mula setores mais flexíveis, a economia criativa. Setor de TI, audio-visual, e a vocação natural óbvia é turismo. Não tem porque depois da Olimpíada não se tornar um dos principais destinos turísticos do mundo. Mas, para isso, a gente tem que mudar muito a nossa cultura de serviços. O Rio acabou de comemorar que no ano pas-sado recebeu 2 milhões de turistas estrangeiros, o Brasil, 5 milhões. Cidades como Paris e Nova York recebem 15 milhões por ano. En-tão aí você vê nosso potencial. O carioca é um guia turístico em potencial. Gosto muito de praia. Tem até a questão de que carioca trabalha pouco. No meu caso, é mentira. Mas concordo que o custo de oportunidade de trabalhar é alto.

BB: Como lidar com as diferenças entre favela e asfalto?ELR: Acho que a gente vai passar por um processo de revitaliza-ção urbana e reintegração, acredito no Rio como cidade flexível, de braços abertos para o turista, para as pessoas, muito amigável, in-tegrada. A minha principal missão é integrar as favelas. Como es-tava falando, gosto muito da praia. Quis comprar um apartamento perto do mar, mas os preços estão muito altos. E devem aumentar ainda mais. Então, comprei de frente para a favela. Vou trabalhar por isso, pela integração. Acredito que seja uma política que vai dar certo. Sou compradora de imóveis de regiões tidas como mais vulneráveis. Espero uma Zona Sul muito integrada.

“QUando sUrgiU o convite para o ipp, QUe é Um cargo

de segUndo escalão, penso QUe poUcas pessoas aceitariam o downgrade

do ponto de vista político. eU aceitei na hora”

18_Edição 279_jan/fev 2013

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entrevista EduArdA LA roCquE

BB: Em relação aos grandes eventos, como fazer com que o carioca aproveite as oportunidades que estão surgindo?ELR: O foco é legado para dentro. A gente precisa gerar um número enorme de empregos nesses novos hotéis. Camareiras, garçons, re-cepcionistas. E precisamos capacitar a população e buscar mão de obra nas favelas para promover a interação. É importante um plane-jamento integrado para superar todos os desafios até a Olimpíada, essa é minha missão. Ensinar idiomas, falar inglês.

BB: As empresas podem participar desse processo de capacitação?ELR: Percebo isso muito claramente. Todas as iniciativas mais so-ciais do setor privado também têm que ser integradas. Estava no consulado e eles falando do projeto de levar inglês para as favelas, e temos que aumentar essa escala.

BB: Como fazer com que esse crescimento seja sustentável?ELR: A Secretaria Municipal de Obras faz o BRT (corredor exclusivo de ônibus) com a obrigação de criar ciclovias. Este é um tema estra-tégico para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A Cedurp faz ciclovias no Porto. Este é um dos exemplos, mas teremos novidades boas num futuro próximo. Posso citar aqui a preocupação de fazer com que a Secretaria de Transportes seja a Secretaria da Mobilidade Urbana, diminuindo o número de ônibus em circulação. A Avenida Rio Branco deverá ser fechada aos coletivos. A Comlurb terá grande foco em coleta seletiva de lixo. Vamos avançar muito.

BB: Mas ainda há os passivos ambientais?ELR: É um desafio enorme, a despoluição da Baía de Guanabara é o maior deles. Mas conseguimos fechar (o aterro sanitário contro-lado de) Gramacho, que foi um dos grandes avanços do primeiro mandato. E agora temos projeto de uma concessão privada para o saneamento da Zona Oeste, que é absolutamente fundamental. Os desafios são enormes, precisamos trazer o setor privado junto.

BB: O IPP lida com dados. O que falta colocar no mapa da cidade?ELR: Estamos incluindo a favela no mapa. O projeto é lindo. A UPP Social está sendo ampliada com outros agentes públicos. Em breve teremos notícias sobre esse novo planejamento integrado de gestão territorial com vários parceiros: BNDES, arquidiocese, rede de co-munidades, ONGs e trabalho voluntário. Muita gente é reticente com a cultura de voluntariado carioca, mas acredito que, daqui a quatro anos, teremos uma cidade mais integrada e com o capital social.

BB: Pode explicar melhor a atuação da UPP Social?ELR: Atualizamos a cartografia da cidade com moradores de comu-nidades que a gente recruta com a ONU-Habitat (agência das Nações Unidas). A primeira atividade foi ir pessoalmente às ruelas para colo-car a favela no mapa. Assim, o jovem da comunidade vai ter um en-dereço para colocar no seu currículo, fazer a carta chegar à sua casa. Meu foco é menos de assistência social e mais de desenvolvimento econômico inclusivo. São três grandes eixos: empreendedorismo e capacitação; esporte para o desenvolvimento; cultura. Nesse senti-do, há os projetos de capacitação profissional, com vários parceiros. Também identificamos as quadras de esporte, as vilas olímpicas e fa-zemos um projeto de melhor utilização de equipamentos públicos. Mapeamos as quadras que precisam de melhorias e viabilizamos o dinheiro para a reforma. Vamos criar o comitê da orla. As comuni-dades da Zona Sul podem ter moradores capacitados para dar aulas na areia, fazendo da praia um playground para turista o ano todo, ge-rando trabalho e oportunidade para os moradores de comunidades.

BB: O esporte é uma ferramenta de transformação?ELR: Sou fã do esporte. Faz a gente crescer como ser humano. Traz noção de limite, de garra, espírito coletivo. A Adriana e a Shelda (jo-gadoras de vôlei de praia) são nossas parceiras. Elas podem passar noções de superação de autoestima. A Shelda, por exemplo, veio de uma família pobre do Ceará. As pessoas assim percebem que podem avançar. A mobilidade social precisa ser trabalhada.

BB: É possível ser otimista?ELR: Sou otimista com o mundo. A gente viveu um período capi-talista muito concentrador de renda, mas esse modelo se exauriu. Acho que vamos ter um capitalismo mais inclusivo. O modelo con-centrador gera baixo bem-estar para o 1% que tem a renda, mas não está feliz. O processo de enriquecimento permite acumular riquezas, bens, exige mais contratação de empregados, e as pessoas ficam sem qualidade no tempo com os filhos, que têm tudo e não dão valor para nada. O que me fez aceitar o convite para ser secretária de Fazenda foi um tiro no meu carro. Em vez de blindar meu carro, não queria fazer isso de jeito nenhum, quero poder viver na cidade, ir à praia. Se pegar o dinheiro de blindagem e investir em causas socioambientais, em projetos inclusivos, podemos acabar com a cidade partida.

BB: A clara prestação de contas ajuda nesse processo com a sociedade?ELR: Projeto de comunicação é fundamental. Um dos desafios da UPP Social é o marketing. Descobri um diamante, que precisa ser la-pidado e virar produto. Há muita informação, mas esse conteúdo não chega. Não está direcionado para o público certo. Mas faz toda a dife-rença comunicar o que estamos fazendo aqui para a população.

“Fico mUito indignada com a desigUaldade de

oportUnidades no Brasil, em particUlar”

20_Edição 279_jan/fev 2013 Edição 279_Brazilian Business_21

perfil

No Brasil, cerca de 50% de todo o petróleo e gás produzido em alto-mar passa por algum equipamento da FMC Technologies

Por Cláudio Rodrigues

A compAnhiA é detentorA do recorde mundiAl de

instAlAção em mAior profundidAde

Um borrifador de origem agrícola, criado por John Bean, fundador da FMC, em 1884, foi o primeiro

passo. Desde então, a companhia se diver-sificou. Até que, em 2000, a divisão de Siste-mas de Energia saiu da FMC, surgindo as-sim a FMC Technologies, que se consolida como uma fornecedora global de soluções tecnológicas para a indústria de energia. Hoje, são aproximadamente 18.400 colabo-radores em 30 unidades de produção de 16 países. Ano passado, a corporação foi mais uma vez nomeada pela revista Fortune a empresa de equipamentos e serviços de óleo e gás mais admirada do mundo. E, pela Forbes, a mais inovadora do mundo no ranking das empresas de óleo e gás. No Brasil, cerca de 50% de todo o petróleo e gás produzido em alto-mar passa por al-gum equipamento da FMC Technologies.

Da herança de Bean, a aposta na inova-ção e pesquisa, desde sempre. A FMC Tech-nologies quer estar à frente da demanda do mercado, seja na capacidade de atendimento, seja no desenvolvimento de novas tecnolo-gias e soluções para seus clientes. Localizada no Rio de Janeiro, onde desenvolve, projeta e qualifica seus sistemas e equipamentos, a companhia tem ainda duas unidades de fa-bricação e uma base de serviços em Macaé. Possui um quadro de funcionários compos-to por brasileiros e investe constantemente no desenvolvimento de produtos nacionais, com alto índice de conteúdo local. São cen-tenas de equipamentos submarinos em ope-ração na costa brasileira. A companhia é detentora do recorde mundial de instalação em maior profundidade.

Nos sistemas de produção submari-nos, isso significa desenvolver engenharia intensiva para projetar equipamentos com as características adequadas para atender requisitos operacionais dos campos em que serão instalados. Falando em oceano profundo, muitas vezes é necessário su-perar altas pressões e corrosividade dos fluidos. Adversidades que requerem no-vos padrões de equipamentos, o que exige engenharia de desenvolvimento e simula-ções operacionais.

A companhia busca identificar novas so-luções para a produção de campos maduros ou novos, como sistemas de separação óleo, água e gás submarinas e bombeio. Inovações que se traduzem em soluções econômicas para a extensão da vida do campo.

inovação em alta profundidade

divulgação

O Separador Submarino Água-Óleo SSAO, o sistema de processamento

submarino mais sofisticado do mundo, desenvolvido pela FMC Technologies

No Brasil, a FMC Technologies contribuiu para a quebra de sucessivos recordes mundiais de profundidade. Em 1978, a companhia fa-bricou a primeira árvore de Natal no Brasil e, desde então, já forneceu mais de 350 árvores de Natal submarinas (ANMs) e mais de 30 mani-folds submarinos, todos com engenharia e fa-bricação locais.

Em 2011, a empresa desenvolveu o sis-tema de processamento submarino mais so-fisticado do mundo, que visa a separação de óleo pesado em águas profundas, instalado no campo de Marlim. O projeto levou o prê-mio Spotlight on New Technology, da OTC – Offshore Technology Conference de 2012, conhecido como SSAO (Separador Submari-no Água-Óleo).

Soluções nascidas no País são fundamen-tais para o sucesso da FMC Technologies. Em janeiro de 2012, o Centro de Tecnologia do Brasil, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi inaugu-rado. Ele ocupa uma das maiores áreas úteis do local (22 mil metros quadrados), concentrando a engenharia de desenvolvimento, laboratórios de qualificação de produtos e hangar para testes e integração de protótipos em escala real, além de sistemas de grande porte, e tem um centro de treinamento para os novos engenheiros. É o centro mais moderno da empresa.

Atualmente, o desafio é desenvolver uma nova geração de ANMs. Elas serão fornecidas para o pré-sal. A companhia também realiza estudos de novas tecnologias para a Petrobras e para a Shell. É tempo de executar os projetos contratados com ambas as petrolíferas para en-tregas nos próximos anos. O maior deles prevê a entrega de 78 ANMs para o pré-sal, com iní-cio em 2014.

A história da empresa no Brasil começou com a CBV Indústria Mecânica, fundada em 1956, no Rio de Janeiro, que produzia peças para a indústria automobilística e ferroviária e, posteriormente, expandiu suas atividades para a indústria do petróleo. Em 1961, a CBV firmou contrato de licenciamento tecnológico com a FMC para fabricar equipamentos para produ-ção de petróleo, tais como válvulas, cabeças de poço e árvores de Natal, na época, para os cam-pos em terra. Em 1997, a abertura do mercado de óleo e gás no Brasil para outros operadores motivou a FMC a ter maior presença local e dar suporte diretamente para seus clientes inter-nacionais e, em 1998, a FMC veio a adquirir o controle da CBV, tornando-se a FMC Techno-logies do Brasil Ltda.

22_Edição 279_jan/fev 2013 Edição 279_Brazilian Business_23

Cada vez mais presentes no merca-do de trabalho, as mulheres são determinantes para o crescimento

da economia mundial. Com elas, aumen-ta o contingente de população economi-camente ativo e a renda se distribui de modo mais uniforme. Hoje, não oferecer trabalho e renda às mulheres é perder oportunidades de negócio, circulação de riquezas e produtividade.

No entanto, segundo o Banco Mundial, há desperdício de, pelo menos, 25% de produtividade nos países em desenvolvi-mento em virtude da desigualdade de gê-nero. Concentrando as mulheres em pro-fissões ligadas a cuidados, o mercado ainda reserva aos homens vagas estratégicas e de projeção nas grandes corporações.

Embora sejam 51% da população, as brasileiras respondem por 44% da Popu-lação Economicamente Ativa (PEA) e 43% da ocupada. Segundo pesquisa do Insti-tuto Ethos, em 2010, as mulheres ocupa-vam 14% dos cargos executivos, 22% dos de gerência, 27% da supervisão e 33% do quadro funcional das 500 maiores empre-sas do País que responderam às questões do levantamento sobre o perfil de gênero e raça das corporações.

brasil urgente

Brasil é o terceiro país no mundo em empreendedorismo, sendo as mulheres responsáveis por 46% dos negócios. “Não oferecer

trabalho e renda às mulheres é perder oportunidades de negócio, circulação de riquezas e produtividade”, defende a ministra

a vez das mulheres nos negócios

“segundo o banco Mundial, há desperdício de, pelo Menos, 25% de produtividade

nos países eM desenvolviMento eM virtude da desigualdade de gênero”

Para a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a autonomia econômica é catalisadora para o empo-deramento feminino. A mulher assegura o sustento próprio e de suas famílias, sua valorização no mundo do trabalho e a relação de independência com a sociedade, fazendo escolhas e tomando suas próprias decisões. Ou seja, toma as rédeas da própria vida.

Liderada pelos movimentos feministas e de mulheres, a auto-nomia econômica começa a se intensificar no mundo corporativo. Faz parte da agenda do Governo Federal, e a SPM tem, no Progra-ma Pró-Equidade de Gênero e Raça, uma das iniciativas importan-tes direcionada ao empresariado. Ele busca promover a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres nas organizações por meio do desenvolvimento de novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional. A meta é eliminar todas as formas de discriminação, assumindo o compromisso com a equidade de gênero e etnicorracial na promoção da cidadania e a difusão de práticas exemplares no mundo do trabalho. O progra-ma já alcançou mais de 800 mil pessoas.

A partir dessas ações que objetivam o aproveitamento de ta-lentos profissionais a despeito das diversas formas de discrimi-nação, poderemos concretizar o cenário favorável à inserção e à valorização das mulheres no mundo do trabalho. Poderemos enfrentar a histórica e perversa desigualdade de gênero que mar-ca trajetórias femininas.

Não é à toa que, hoje, o Brasil é o terceiro país no mundo em empreendedorismo, sendo as mulheres responsáveis por 46% dos negócios. Tenho certeza de que chegou a hora das mulheres no mundo dos negócios. E todos, mulheres e homens, fazemos parte dessa história.

Eleonora Menicucci_ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR)

24_Edição 279_jan/fev 2013

empreendedorismo

O Winning Women, programa internacional de coaching de mulheres empreendedoras, chega ao Brasil com a tarimba da Ernst & Young Terco. Estudo da multinacional prevê que rendimentos globais de empresas com mulheres em cargos executivos devem saltar de US$ 13 trilhões para US$ 18 trilhões em apenas cinco anos Por Andréa Blum e Isabel Correia

Mulheres empreendedoras no co-mando de empresas brasileiras de pequeno e médio porte estão

na mira da consultoria internacional Ernst & Young Terco, que está selecionando 15 líderes femininas para participar da versão nacional de seu programa Winning Wo-men, uma espécie de coaching empresarial. Ao lado do time de novatas, uma equipe de influentes e bem-sucedidas mulheres vai trabalhar, ao longo de um ano, para prepará-las para prosperar e se consolidar no mundo dos negócios. A iniciativa prevê reconhecer, inspirar e aconselhar mulheres com visão inovadora e, preferencialmente, que estejam desbravando setores em que costumam ter mais dificuldades para se estabelecer.

De acordo com Andrea Weichert, sócia da Ernst & Young Terco e responsável pelo programa no Brasil, a empresa pretende buscar empreendedoras dos mais diversos setores e regiões. “Para ir ao encontro da di-versidade, gostaríamos de sair um pouco do eixo Rio de Janeiro-São Paulo e ter mulheres do Nordeste, Sul, Centro-Oeste para poder vislumbrar essas empreendedoras que estão fazendo grandes coisas”, explica. “O funda-mental mesmo para participar é ter o tal do espírito empreendedor”, reforça.

Para Andrea, o foco do programa são mulheres que tenham paixão por seu negó-cio e que queiram crescer. Os critérios es-pecíficos para participar do programa são inovação, métricas de crescimento, integri-dade pessoal e da empresa, visão estratégica e espírito empreendedor. “Também vamos usar como critério a influência dessas mu-lheres dentro da sociedade e da comunida-de em que atuam”, ressalta Andrea. O pro-grama será regular e terá outras edições.

O Winning Women Brasil ainda pre-tende conectar as empreendedoras com outras organizações e indivíduos rele-vantes, que possam apoiar suas empresas, organizações ou comunidades na jornada para o crescimento.

A hora das mulheres brasileiras

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Andrea Weichert, sócia da Ernst & Young Terco e responsável pelo programa no Brasil

Mulheres no comandoSegundo estudo recente da multinacional, os rendimentos glo-

bais de empresas com mulheres em cargos executivos devem saltar de US$ 13 trilhões para US$ 18 trilhões em apenas cinco anos – o que corresponde a quase duas vezes o PIB da China e Índia juntas. “Mulheres notáveis estão no centro das recentes conquistas brasilei-ras, como na política, cultura e economia. A Ernst & Young Terco acredita que as mulheres têm um papel vital a desempenhar no cres-cimento e na transformação dos mercados mundiais”, afirma Jorge Menegassi, CEO da empresa.

A responsável pelo projeto espera que a iniciativa ajude a au-mentar o número de mulheres em cargos de liderança. “Esperamos que daqui a um tempo não consigamos mais enumerar as histórias das empreendedoras como hoje, não por serem poucas e quase ex-ceções, mas porque serão muitas”, disse a executiva.

A voz da experiênciaEntre os membros já escolhidos para o conselho mentor estão

Sônia Hess (Dudalina); Esther Schattan (Ornare); Ana Paula Padrão (Tempo de Mulher); Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza); Be-atriz Galloni (Mastercard); Deborah Wright (conselheira Renner); Rebecca Tavares (ONU); Sylvia Coutinho (HSBC); Anna Paula Da-car (Dow Brasil).

O programa no mundoNos Estados Unidos, onde o Winning Women já está na quinta

edição, as empreendedoras participantes tiveram, nos últimos cinco anos, uma média anual de crescimento da receita das empresas de 49%. Já a média anual de aumento da geração de empregos ficou em 26% no mesmo período. Outros países também promovem o programa: Indonésia, que está em sua terceira edição, Reino Unido e África do Sul, que estão recebendo a iniciativa pela primeira vez.

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para o desenvolvimento de petróleo e gás,

introduzimos novas formas de energia

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Nosso futuro depende de inovação

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ponto de vista

tecnologia pioneira na américa Latina chega ao pró-Cardíaco

Marcus Vinícius J. dos santosdirEtor-ExEcutivo do Hospital pró-cardíaco

O Brasil tem, agora, uma solução antes encontrada apenas em poucos hospitais

da Europa e dos Estados Unidos. Como centro altamente capacitado para o tratamento de pacientes com doenças de alta complexidade, acreditado com a nacional ONA-3 e com a internacional Accreditation Canada, o Pró-Cardíaco acaba de inaugurar uma sala híbrida pioneira no Brasil, com tecnologia única na América Latina.

A sala híbrida do Pró-Cardíaco é um novo conceito para o desenvolvimento de soluções não apenas na área cardiovascular, mas também neurovascular, urológica e ortopédica. Este é seu maior diferencial. Tecnologia, processos assis-tenciais e pessoas são agrupados numa área física especial no centro cirúrgico, capacitada tanto para a realização de cirurgias e cateteris-mo cardíaco como para uma grande variedade de procedimentos combinados ou híbridos de alta complexidade.

O objetivo é minimizar os riscos das inter-venções e possibilitar uma abordagem mais precisa e segura, particularmente útil para pacientes idosos, parcela cada vez maior da população e mais vulnerável às complicações advindas de procedimentos invasivos e cirur-gias. Por exemplo, a cirurgia cardíaca combi-nada (cirurgia convencional, aberta, com colo-cação de endoprótese) com a angioplastia coronária vem sendo progressivamente incor-porada pelos centros de excelência. Com isso, há a redução do tamanho das incisões e do tempo de recuperação após a cirurgia.

Ocupando um espaço de 77 metros quadrados, a sala híbri-da do Pró-Cardíaco une o aparato de um centro cirúrgico ao uso de um equipamento de ponta: a mesa cirúrgica telecoman-dada da Maquet, um dos principais fornecedores de produtos e serviços de tecnologia médica para salas cirúrgicas e unidades de terapia intensiva em todo o mundo. A mesa é acoplada a um aparelho robótico da Siemens, uma inovação no Brasil, que per-mite a combinação de duas tecnologias de ponta para realização de procedimentos complexos, tais como colocação de endopró-teses de aorta, fechamento de vazamentos (ou leaks) de próteses de válvulas cardíacas, cirurgia híbrida coronária, colocação de prótese valvar por cateter e correção de aneurisma cerebral.

Além de ser uma sala de uso híbrido, ela tem um sistema inteligente de gravação e aquisição de imagens com dez moni-tores móveis, um fixo e sistemas de suporte de fácil movimento, com melhor ergonomia para os cirurgiões. Toda a sala é proje-tada conforme as necessidades dos usuários, para garantir melhores resultados nos procedimentos.

A mesa cirúrgica faz movimentos extremos, tem tampos translúcidos e executa mais de 200 posições para movimentação de membros inferiores, região pélvica e dorso; já o braço robó-tico realiza 58 posições, diminuindo o grau de invasão de pro-cedimentos cirúrgicos, ao mesmo tempo que proporciona maior amplitude terapêutica à equipe médica. O novo serviço permite, ainda, que exames feitos com imagens de alta resolução e em 3D ajudem a planejar e executar cirurgias mais difíceis e facilitem o procedimento, minimizando riscos e otimizando o tempo cirúrgico.

Esse novo conceito agrega, ainda, um grande valor, que é a atuação de uma equipe multidisciplinar formada por médicos intervencionistas, clínicos, cirurgiões, anestesistas, especialistas em tomografia, em ecografia, enfermeiros e técnicos de enfer-magem: o trabalho de um time com habilidades complementa-res colaborando em benefício do paciente.

“o pró-CardíaCo aCaba de inaugurar uma saLa

híbrida pioneira no brasiL, Com teCnoLogia úniCa

na amériCa Latina”

Edição 279_Brazilian Business_29

O ano de 2012 foi marcado por grandes avanços na estruturação, criação de incentivos e promoção

de film commissions – escritórios de apoio a produções audiovisuais estrangeiras em determinado país – na América Latina. O mesmo progresso, contudo, não foi com-partilhado pelo Brasil.

No México, por exemplo, o Institu-to Mexicano de Cinematografia (Imcine) anunciou que o Programa de Apoio de Alto Impacto à Indústria Audiovisual (Fundo ProAV) reduziu o gasto mínimo exigido para que projetos audiovisuais sejam habili-tados para um reembolso. Nas fases de pré-produção e produção, o mínimo exigido caiu de 70 milhões de pesos mexicanos para 40 milhões. Já na pós-produção, o mínimo caiu de 20 milhões de pesos mexicanos para 10 milhões, o que também se aplica a jogos eletrônicos e projetos de animação. A mu-dança tem como objetivo ampliar o leque de projetos beneficiados pelo incentivo, particularmente os independentes de baixo e médio orçamentos da Europa e dos Esta-dos Unidos, além dos projetos mexicanos de financiamento privado. O benefício pre-vê ainda a possibilidade de “agrupamento” (bundling) de vários projetos, para que estes possam se beneficiar do reembolso. O Fundo ProAV, que oferece um reembolso de 17,5% dos gastos de produção, foi anunciado pelo presidente Felipe Calderón, em março de 2010, como um mecanismo para ampliar as vantagens de desenvolver e filmar projetos audiovisuais no México e, consequentemen-te, promover o crescimento econômico e a criação de empregos no país.

Outro exemplo bem-sucedido é o da República Dominicana, que, após a promul-gação de uma lei do audiovisual e a criação de incentivos em 2011, atraiu diversas pro-duções internacionais em 2012. O estímulo veio por meio do estabelecimento de um crédito tributário transferível de 25% sobre todos os gastos de produção habilitados. Ele pode ser usado em produções para cinema e televisão, tanto nacionais quanto internacio-nais, que tenham um gasto mínimo de US$ 500 mil em custos de produção, tais como equipamentos, serviços e mão de obra, bem como qualquer despesa que possa ser clas-sificada como above-the-line. Além disso, todos os gastos de produção estão isentos do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) e da tributação alfandegária.

radar

Contudo, a grande notícia vinda desse pequeno país caribenho é a instalação do novo complexo de estúdios da Pinewood Indomina. A primeira fase dessa gigantesca estrutura cinematográfica de última geração, situada numa área de 140 mil metros qua-drados e que inclui um reservatório de água de frente para o mar de 5.100 metros qua-drados, será inaugurada no início de 2013. O investimento também tem estimulado a produção cinematográfica do país. Cerca de dez filmes dominicanos tiveram as filmagens iniciadas em 2012, um crescimento signifi-cativo, já que a média anual nos últimos 28 anos não passava de três a quatro filmes.

Já o governo do Chile, por meio do Conselho Nacional de Artes e Cultura, con-tratou, no início de 2012, uma agência de consultoria internacional a fim de criar um plano operacional de uma nova film com-mission nacional, uma estrutura administra-tiva interna, além de um programa nacional unificado para afiliação, treinamento e cer-tificação de film commissions locais e regio-nais. Sem poupar esforços, o objetivo dessa iniciativa é promover o Chile como destino internacional para a produção de cinema, televisão, publicidade e projetos de novas mídias, por meio de uma estratégia nacional e regional integrada e, ainda, potencializar o impacto positivo, tanto econômico quanto cultural, da indústria audiovisual.

Mas, seguramente, a mais importante notícia sobre incentivos concedidos por film commissions às produções audiovisuais na região vem da Colômbia, o primeiro país na América do Sul a criar um sistema de incen-tivos agregado a um fundo para atrair pro-duções cinematográficas. A lei nº 1.556 irá beneficiar as produções com investimento no país superior a 1 bilhão de pesos colom-bianos (US$ 500 mil) ao oferecer um reem-bolso de 40% sobre serviços relacionados à indústria cinematográfica e um reembolso adicional de 20% sobre despesas de hospe-dagem, alimentação e transporte. O fundo e o incentivo foram anunciados em julho de 2012 e entraram em vigor em 1º de janeiro de 2013, com US$ 14 milhões em recursos disponíveis para o primeiro ano, com a pos-sibilidade de aumento a cada ano. →

Grandes avanços das film commissions e seus incentivos

à produção na américa Latina

Steve Solot_presidente da Filme Rio – Rio Film Commission e chairman do Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura,

da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

sxc

Crescimento vivido pelos demais países da AL não foi notado no Brasil, e País perde mais um ano

“Não ter um sistema de fiLm commissioNs

eficaz Gera perdas reais para o BrasiL”

30_Edição 279_jan/fev 2013

Apesar do expressivo progresso das film commissions e dos incentivos às produções na América Latina, um dos modelos mais bem-sucedidos do mundo continua sendo o da França. A célebre Film France é composta de uma rede de 40 film commissions locais espalhadas por todo o país. Essa rede oferece informações gratuitas sobre locações, equipes, custos de mão de obra, procedimentos administrativos, incentivos, assim como um guia de produção e assistência na obtenção de autorizações de filmagem. A Film France é uma associação de natureza híbrida, com membros do setor público e privado. Ela é financiada por subsídios do governo e de taxas pagas pelos afiliados. Sua organização interna inclui um código de conduta, estatutos formais, um formulário de afiliação de film commission e regulamentos internos.

No Brasil, o interesse por film commis-sions e o seu potencial para atrair produções audiovisuais nacionais e internacionais, promover o crescimento econômico e a criação de empregos, assim como beneficiar produções de cinema e televisão locais e ge-rar maior visibilidade para a região, cresce a cada ano. Desde 2008, ao menos 15 entida-des que se intitulam film commissions surgi-ram para promover suas respectivas jurisdi-ções como locais ideais para produções de conteúdo audiovisual. Entretanto, apenas quatro oriundas de São Paulo, do Amazo-nas, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro constam como membros da Association of Film Commissioners International (AFCI).

Em 2009, a proliferação de film commissions no Brasil levou o Governo Federal a criar um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para analisar o fenômeno e recomendar ações para organizar a atividade e garantir um patamar mínimo de profissionalismo e apoio capacitado às produções no País. Até hoje, porém, nada concreto foi feito nesse sentido, nem pelo Ministério da Cultura nem pela Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Por outro lado, pela primeira vez, as film commissions es-tão incluídas no Plano de Diretrizes e Metas para o Audio-visual, que a Ancine colocou em consulta pública de 22 de agosto de 2012 a 22 de dezembro de 2012, com prorrogação até o dia 8 de março de 2013. O documento traz um conjunto de objetivos que nortearão as políticas e as ações regulatórias para o setor audiovisual até 2020. O plano foi aprovado pelo Conselho Superior de Cinema (CSC), ao qual cabe estabelecer as diretrizes políticas do trabalho da Ancine, ainda que o do-cumento tenha sido elaborado pela própria agência. De fato, as film commissions no Brasil aparecem em dois momentos do plano: no item 8.12, página 128, e no item 234, página 164, que têm como meta geral “ampliar o número de escritórios de apoio a produções audiovisuais estrangeiras no Brasil”, embo-ra não haja referência à sua qualificação e certificação.

Embora o texto não represente nenhum compromis-so ou ação formais, ele serve, nas palavras do próprio do-cumento, como “referência e orientação para esses planos”, estabelecendo “responsabilidades para todos os agentes eco-nômicos”. Em outra recente consulta pública publicada pela Ancine sobre a Agenda Regulatória para 2013-2014, não há sequer uma referência sobre a regulamentação do setor de film commissions no Brasil.

Não ter um sistema de film commissions eficaz gera per-das reais para o Brasil. Segundo as estimativas da AFCI, a produção de um longa-metragem tem um gasto médio de US$ 200 mil por dia em locação. Serviços oferecidos a pro-dutores internacionais por film commissions não qualifica-das e certificadas não só provocarão perdas econômicas e menor geração de empregos, como poderão trazer outros riscos. Por exemplo, um produtor deparar-se com profis-sionais não qualificados, tanto nas grandes cidades quan-to nas locações rurais, poderá resultar na transferência da produção para outra jurisdição, tal como a Colômbia ou o Chile. E uma vez que um país se torna conhecido como uma má escolha para filmagens em virtude da falta de in-fraestrutura ou profissionais qualificados, é extremamente difícil reverter essa imagem negativa.

Com o advento dos grandes eventos internacionais, tais como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, os holofotes estão voltados para o Brasil. Portanto, nada mais natural que o País esteja se tornando um dos locais favoritos entre produtores internacionais que buscam locações para longas-metragens, séries de televisão, documentários e comerciais. Certamente, o Brasil estará pronto para receber a entrada maciça de fãs de esportes e turistas. Mas estarão as film commissions do País preparadas e devidamente capacitadas para receber os produtores e as equipes de filmagem?

*Texto publicado originalmente na Revista de Cinema on-line, em 10 de janeiro de 2013“peLa primeira vez, as fiLm commissioNs

estão iNcLuídas No pLaNo de diretrizes e metas para o audiovisuaL, que a aNciNe coLocou

em coNsuLta púBLica de 22 de aGosto de 2012 a 22 de dezemBro de 2012, com prorroGação

até o dia 8 de março de 2013”

radar

32_Edição 279_jan/fev 2013

comitês amcham rio

Além das atividades ligadas ao mercado de entretenimento, grupo quer priorizar movimentos que destaquem os debates centrais do País nas áreas esportiva e cultural

O ano de 2013 começou cheio de novidades para o Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura, da Câmara de Comércio Americana no Rio de Janeiro. Acompanhan-

do o momento atual, em que a cidade e o Estado do Rio estão sendo observados por todo o mundo por conta dos eventos es-portivos e culturais, o grupo adequou sua missão e, por isso, mu-dou o nome para Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura. Liderado pelo presidente da Filme Rio – Rio Film Commission, Steve Solot, o comitê pretende debater questões como incentivos à cultura, megaeventos esportivos e oportunidades de negócios no mercado de entretenimento. Confira a entrevista concedida por Steve Solot à Brazilian Business e saiba mais sobre os planos do comitê para este ano.

Quais os planos para o comitê neste ano?O comitê tem uma série de planos ambiciosos para 2013.

Além de promover reuniões, debates e eventos sobre temas cul-turais, de entretenimento e de interesse para os associados da Amcham Rio, em linha com a mudança do nome do comitê, es-peramos expandir nossas atividades para incluir eventos espor-tivos e de toda a gama de ações que estão inseridas na área de economia criativa.

O que motivou a alteração do nome do comitê?Neste momento, esses setores oferecem inúmeras possibi-

lidades para a câmara, as empresas e os associados. Decidimos mudar o nome do comitê para garantir que a câmara represente adequadamente os interesses dos associados em relação aos me-gaeventos esportivos previstos para os próximos anos no Rio de Janeiro. Nosso comitê está perfeitamente posicionado para dar suporte à Amcham Rio em seu relacionamento com as organiza-ções que coordenam esses eventos.

Novo comitê de Entretenimento ancora também ações ligadas a esportes e à cultura

Steve Solot, chairman do Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura

Quais os principais focos e eventos previstos para 2013?Estamos trabalhando na realização de uma série de projetos, re-

lacionados a todos os segmentos do comitê. Um de nossos objetivos é fechar uma parceria com a Rio Negócios para criar a publicação How to do Audiovisual Business in Rio de Janeiro, voltada para o mer-cado audiovisual. Outro objetivo é conhecer profundamente a polí-tica estadual e municipal para a área cultural e discutir como investir em projetos culturais por meio das leis de incentivo. Estamos pla-nejando um encontro com o Instituto Gênesis, da PUC-Rio, e suas start-ups que deverá ser realizado em março. Também queremos debater questões relativas à Propriedade Intelectual, como direitos autorais, patentes, marcas, entre outros, em parceria com o comitê de PI da própria Amcham Rio. Pretendemos promover eventos rela-cionados à indústria da moda e debater os impactos da lei que exige uma cota de conteúdo nacional em todos os canais de TV paga. Va-mos acompanhar ainda o impacto dos grandes eventos esportivos no Rio, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Qual o perfil de associados que vão encontrar sinergia nos encontros propostos pelo grupo?

O comitê está aberto à participação de todos os associados da Amcham Rio, de qualquer setor de negócios. No entanto, imagi-namos que haja um interesse natural no comitê por escritórios de advocacia, empresas de mídia, hotéis, empresas de promoção de eventos, de seguros, serviços financeiros e turismo.

De que forma o comitê pode ajudar os associados nos negócios?Claramente, o comitê será diretamente útil para associados,

abrindo portas para novas oportunidades de negócios. Acreditamos que os investidores estrangeiros, assim como os nacionais que estão fora do Rio, também poderão se beneficiar do atual momento do Es-tado e do País, que estão recebendo muita atenção internacional.

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Durante os Jogos Olímpicos de Inverno, parece que o brasilei-ro se torna especialista em esportes nem sempre populares, como o curling (praticado em pistas de gelo bem liso, sobre

as quais são lançadas pedras de granito que deslizam até chegar per-to de um alvo demarcado). Já nos de verão, até mesmo o pentatlo moderno, com suas cinco modalidades (esgrima, natação, hipismo, corrida e tiro), pode ser o centro das atenções. Temas econômicos não ficam de fora de debates acirrados. Quando as chuvas demoram para cair e grande parte do País enfrenta secas severas, passamos a discutir o risco de apagão e o nível dos reservatórios. Falar em ma-triz energética nacional já não causa estranheza. E sim preocupação: nosso sistema é seguro?

Enquanto as discussões esportivas ficam restritas aos encontros de amigos, dos cafés às mesas de bar, rumores econômicos são ca-pazes de derrubar ações nas bolsas, afetam os bolsos dos brasileiros. E podem levar a presidente da República à televisão, para, em ca-deia nacional, acalmar os ânimos e enfrentar especulações. Foi o que aconteceu no dia 23 de janeiro. Dilma Rousseff declarou: “O Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumen-tando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e os serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em ope-ração de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% a nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos”.

secas e reservatórios baixos fazem país discutir a segurança do sistema elétrico

Categoricamente, Dilma afastou qual-quer risco de apagão: “O Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata; significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo”.

De acordo com a presidente, só em 2012 o Brasil colocou em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão. Para 2013, estão previstos mais 8.500 mega-watts de energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. Com um punhado de outras obras, já previstas ou em andamento, será possível do-brar, em 15 anos, a capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil mega-watts. “Ou seja, temos contratada toda a ener-gia de que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos”, garantiu Dilma.

A firmeza da presidente – além das chu-vas, que fizeram com que os reservatórios subissem mais um pouco – fez minguar as especulações sobre o risco de um apagão, mas não cessou o debate sobre a segurança do sistema brasileiro.

Por um lado, o Governo Federal sustenta que o Brasil está entre as nações cuja matriz energética é uma das mais seguras do mun-do, porque, além da enorme capacidade hi-drelétrica, há fontes diversas de produção de energia (nucleares, eólicas e, principalmen-te, térmicas, que usam gás, diesel, carvão e biomassa). As termoelétricas podem ser ra-pidamente instaladas, ficam perto dos cen-tros consumidores (proporcionando menos perdas na transmissão) e dão a alternativa de apenas serem acionadas quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas for con-siderado baixo.

Já os pesquisadores, por sua vez, ressal-tam que as usinas térmicas têm preço de pro-dução mais alto. Além disso, as emissões de dióxido de carbono disparam. Em 2012, pela primeira vez, a geração de energia causou mais emissões de gases de efeito estufa do que os desmatamentos. →

Enquanto o Governo afasta qualquer risco de apagão, especialistas focam o debate na capacidade do País de diversificar o uso de fontes e garantir um equilíbrio também nas contas

Por Cláudio Rodrigues, do Rio

36_Edição 279_jan/fev 2013

especial

Mesmo assim, os especialistas são praticamente unânimes em afastar o risco de apagão. Mas não sem fazer muitas ressalvas. Por exemplo, Guilherme de Azevedo Dantas, pesquisador sênior do Grupo de Estudos do Setor Elétrico, do Instituto de Economia da UFRJ, pondera: “Cada vez mais será difícil atender a demanda por energia elétrica com base apenas na geração hídrica, pois as novas usinas hidrelétricas não possuem grandes reservatórios de acumula-ção. Logo, geram um grande montante de energia no período úmido do ano, mas no período seco produzem muito pouco. No entanto, é preciso enfatizar que é absolutamente pertinente que o Brasil conti-nue explorando o seu potencial hídrico, pois se trata de uma ener-gia extremamente competitiva e com reduzida emissão de gases do efeito estufa em relação às outras fontes de geração. A questão é que a operação de um sistema baseado essencialmente na hidroeletrici-dade requer um dimensionamento adequado do sistema, incluindo a existência de um parque térmico de backup, pois, no limite, a ge-ração hídrica é função das afluências verificadas. E esta dependência tende a se acentuar com a redução da capacidade de regularização da oferta ao longo do ano”.

O entendimento geral é que as hidrelétricas continuarão domi-nando a matriz de produção de eletricidade brasileira. O coorde-nador dos cursos de pós-graduação em gestão ambiental da UFRJ, Haroldo Mattos de Lemos, resume: “A matriz é segura, desde que não tenhamos secas muito prolongadas, como a deste ano”.

Além da abundância de águas, a experiência brasileira também é fundamental para o gerenciamento das hidrelétricas. Edgardo Oli-vares Gómez, pesquisador do Programa de Avaliação Tecnológica (PAT), do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioe-tanol, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, São Paulo – pertencente ao Ministério da Ciência, Tec-nologia e Inovação –, acredita que “a energia hidrelétrica no Brasil é uma fonte já bastante consolidada e madura. Isso, em termos técni-cos, se traduz em menores custos de geração considerando a curva de aprendizado”.

A produção hidrelétrica responde por 74% da oferta de energia elétrica no Brasil. A previsão para os próximos anos é de crescimen-to, sobretudo com a instalação das chamadas pequenas centrais hi-drelétricas (PCHs). “As PCHs operam de maneira descentralizada. Esta tendência se deve a fatores como aceitação pública da tecnolo-gia, principalmente no que diz respeito à segurança das barragens, a impactos ambientais, impactos sociais, à disponibilidade geográfica, além dos custos de capital. As PCHs têm vantagens: custo de capital viável, curto ciclo de construção e utilizam tecnologias modernas totalmente automatizadas, reduzindo os custos operacionais. Além disso, há novas pesquisas voltadas principalmente para as novas tecnologias de geração, novos métodos operacionais e redução dos impactos socioambientais”, prevê Gómez.

Conciliar a necessidade de geração de energia com a preservação ambiental é um enorme desafio, que nem sempre consegue atender ambas as partes. Ambientalistas res-saltam os impactos dos barramentos, mes-mo nas PCHs. Albano Araújo, coordenador de Conservação de Água Doce da ONG The Nature Conservancy – uma das maio-res organizações não governamentais do mundo, atuando na área ambiental em mais de 35 países –, diz que é fundamental, para qualquer país, ter uma matriz diversificada. “Ainda que o Brasil mantenha uma matriz com predominância de hidroeletricidade, este percentual deveria ser menor que o atu-al. Uma matriz pouco diversificada sempre traz riscos, como pudemos ver recentemente quando surgiu novamente a discussão sobre a possibilidade de racionamento em função do baixo nível dos reservatórios”.

O baixo aproveitamento de fontes alter-nativas, como a solar e a eólica, também é alvo de muitas críticas. Os especialistas ale-gam que o custo de geração, que em alguns casos ainda é muito alto (exemplo: a energia solar fotovoltaica), poderia ser reduzido com incentivos do Governo. Mesmo diante deste cenário, em alguns casos, há vantagem com-petitiva, quando os preços são comparados. Nem isso, porém, garante o investimento em outras fontes de energia. “Nas eólicas, o cus-to de geração caiu muito, chegando a ficar abaixo das hidrelétricas”, revela Araújo.

Além disso, as usinas eólicas são comple-mentares ao regime hídrico, podendo forne-cer mais energia quando os reservatórios de hidrelétricas enfrentam baixa. “No caso es-pecífico das eólicas, ocorreu uma expressiva contratação nos últimos anos, entretanto, o ritmo de inserção da fonte tem sido mais moroso que o previsto em razão de atrasos nas linhas de transmissão”, ressalva o pes-quisador Dantas, que também destaca o po-tencial energético brasileiro para aproveitar a biomassa, sobretudo a partir do bagaço da cana-de-açúcar e da palha.

“cada vez será mais difícil atender a demanda por energia elétrica com base

apenas na geração hídrica, pois as novas usinas hidroelétricas não possuem grandes

reservatórios de acumulação”

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especial entrevista

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Recentemente, o Governo Federal lançou a Medida Provisó-ria 579, que prevê a renovação das concessões de geração e transmissão de energia elétrica, além da redução de até

32% nas tarifas para a indústria e de 18% para a população. Em contrapartida, a Petrobras anunciou, no fim de janeiro, aumento de 6,6% no valor da gasolina e de 5,4% no do diesel. Os preços dos combustíveis fósseis comercializados pela companhia estavam de-fasados há alguns anos em relação aos valores internacionais. Com essa diferença, a Petrobras teve seus resultados prejudicados em 2012, quando a empresa enfrentou o primeiro prejuízo trimestral em 13 anos.

Os assuntos geram controvérsia. Para Roberto Schaeffer, pro-fessor associado da Coppe/UFRJ que atua no Programa de Pla-nejamento Energético da instituição, a discussão sobre o custo da energia elétrica no Brasil ultrapassa as medidas de redução das tarifas anunciadas recentemente pelo Governo. Ele acredita que o Brasil precisa consumir energia de forma mais consciente, buscan-do sempre maior eficiência, o que, segundo ele, não ocorre no País. Schaeffer crê que a redução das tarifas de energia elétrica pode es-timular o consumo, o que, a médio prazo, tende a aumentar os cus-tos da geração. “Esta política é equivocada. Pode haver um ganho a curto prazo, mas vai forçar a tarifa lá na frente a subir, porque estão gastando mais energia do que o necessário”, alertou.

Sobre o preço dos combustíveis, Schaeffer teme os impactos sofridos pela Petrobras. O professor afirma que a manutenção arti-ficial dos valores da gasolina e do diesel pode ter prejudicado o en-dividamento da petroleira e comprometido os investimentos. “O certo seria que tudo fosse cobrado pelo preço que vale”, afirma. Es-sas e outras opiniões do acadêmico você acompanha na entrevista a seguir, concedida com exclusividade à revista Brazilian Business, no prédio da Coppe, na Ilha do Fundão.

Anúncio de redução da tarifa de energia elétrica e prejuízo inédito da Petrobras. Temas sensíveis ao Brasil. Para Roberto Schaeffer, acadêmico com mais de 20 anos de experiência no setor energético, a redução na tarifa de energia vai custar caro tanto ao País como ao consumidor. Apesar de o Brasil ter um sistema excepcional, é preciso investir em planejamento e na conscientização do usuário, defende o professor. Paga-se mais caro, pois o brasileiro, segundo ele, não sabe o valor da energia. A solução seria buscar eficiência na complexa matriz energética e educar a usar, com parcimônia, a valiosa fonte

Por Isabel Correia, do Rio Fotos Cecília acioli

Roberto Schaeffer, professor associado

da UFRJ, com atuação no

Programa de Planejamento

Energético da Coppe

Roberto Schaeffer

Brazilian Business: Como o senhor avalia a medida provisória 579, proposta pelo Governo Federal, que prevê a redução das tarifas de energia elétrica?Roberto Schaeffer: No Brasil, há uma esti-mativa de tarifa que varia muito em função de como as térmicas são acionadas. Quando se faz um cenário em que a tarifa pode ser reduzida em um determinado percentual, é algo que pode ou não se realizar, muito em função de como as térmicas serão utiliza-das ao longo do tempo.

Atualmente, o Brasil está passando por um mau momento hídrico. Já está melho-rando um pouco, mas está muito pior do que em anos anteriores recentes. É natural esperar que a tarifa brasileira, por conta dos despachos de térmicas, vá subir com o tempo. Assim, dizer por decreto que a ta-

“A tendência do mundo é cada vez mais se eletrificar”

rifa será reduzida no fundo significa que o desconto será em relação ao que ocorreria na ausência da Medida Provisória. Em va-lor absoluto, não há como dizer o quanto essa tarifa vai ser mais cara ou mais barata em relação ao que ela foi no ano passado.

Qualquer política que reduza o preço de tarifas – e isso vale para gasolina e álcool também –, a médio e longo prazos, não é produtiva porque estimula o mau uso do equipamento. Sou contra qualquer tipo de subsídio, acredito que as pessoas têm que saber que as coisas têm um preço. É pre-ciso haver uma conscientização do uso da energia, o que não há no Brasil. Dificilmen-te alguém de classe média, quando troca de carro, escolhe um veículo pelo nível de consumo. E são as mesmas pessoas que re-clamam do preço da gasolina. →

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BB: Haveria uma alternativa mais adequada às necessidades do País?RS: Gerar energia é caro e, no caso do Brasil, vai ser cada vez mais caro porque os melhores aproveitamentos já foram embora. À medida que está mais difícil se fazer uma hidrelétrica, em razão dos impactos ambientais, é preciso usar alternativas mais caras. Hoje, quando se faz uma hidrelétrica a fio d’água, é necessário mais investimento do que o praticado em um reservatório, como é o caso de Belo Monte. Se for preciso uma térmica, fica ainda mais caro. Se a geração é cada vez mais dispendiosa, a única forma de evitar que se pague caro é usar energia de maneira eficiente.

Quando a tarifa é muito barata, a popu-lação acaba comprando qualquer geladeira, qualquer ar-condicionado, porque sabe que vai poder pagar. Se a tarifa é cara, o consumi-dor começa a optar por equipamentos mais eficientes, que não obrigatoriamente vão levar a uma conta de luz maior. Já há estudos com-provando essa mudança de comportamento em vários países em que as tarifas já subiram. Em resumo, baixar o custo da energia estimula o uso do recurso, o que naturalmente vai enca-recer, a longo prazo, a energia.

BB: Então uma melhor alternativa seria uma conscientização do uso da energia?RS: É preciso sinalizar que energia é cara, sim. Já estamos começando a ter no Brasil, mas isso ainda é muito lento, equipamentos com índi-ces mínimos de eficiência energética. Com os carros, já existe o Inovar-Auto, que é uma meta de aumento de eficiência dos carros no País. O fabricante que não conseguir cumprir a meta terá que começar a pagar um IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) mais alto. E aquele fabricante que for além da meta terá um desconto. Assim, estão jogando com o merca-do para aumentar a produção de veículos mais eficientes. Isso vale também para o setor elétri-co. É preciso ter uma política de equipamentos mais eficientes e dar desconto de IPI. Mas se a tarifa de energia é baixa, isso não pega. O Go-verno pode ajudar a aquecer a economia e defi-nir suas diretrizes, mas é preciso algum critério – me parece que eficiência energética é um dos critérios esquecidos no Brasil.

BB: Essas questões sobre o sistema elétrico brasileiro deveriam ter sido conversadas há mais tempo?RS: Também é uma tradição nossa falar mal das coisas. O sistema elétrico brasileiro é excepcional, não há país em desenvolvimento com um sistema elétrico tão confiável como o brasileiro. Somos um país em desenvolvimento, diferentemente dos países da Eu-ropa e dos Estados Unidos, em que o consumo de energia elétrica quase não cresce mais. O Brasil está em um momento de cresci-mento econômico, o que faz com que o consumo de energia tam-bém cresça. Mas é preciso aumentar a geração de forma diferente da que foi feita nos EUA e na Europa.

Estamos fazendo isso em outro contexto, já que a questão am-biental hoje é muito presente. Cerca de 70% dos rios da Europa e dos EUA já estão explorados por hidrelétricas. No Brasil, não che-ga a 30%. E talvez não cheguemos a 70% porque a pressão ambien-tal presente hoje não existia quando os EUA e a Europa fizeram sua parte. E ela é um impeditivo. Mesmo assim, temos uma matriz energética bastante limpa. Diferentemente das matrizes europeia e americana, em que a maior parte da geração é por combustíveis fósseis, no Brasil temos energia renovável.

BB: Então o Brasil só tem a ganhar com sua farta oferta de matrizes energéticas?RS: O problema é que uma energia 100% renovável não é tão con-fiável. Se, por alguma razão, tivermos secas prolongadas, a hidrelé-trica não dá conta. No passado, tínhamos, no Brasil, hidrelétricas com reservatórios capazes de armazenar água por até três anos porque eram reservatórios enormes. Hoje, o Brasil tem reserva-tórios que duram três ou quatro meses, e períodos prolongados de estiagem de fato comprometem o sistema elétrico brasileiro. Por isso, estamos começando a precisar de mais térmicas, para dar mais segurança ao sistema.

Também estamos investindo, e é correto investir, em energia eóli-ca. Mas essa fonte de energia é intermitente. E se parar de ventar? É preciso ter uma reserva. Este seria o caso de usar térmicas a gás, que, 30 segundos após serem ligadas, já começam a gerar. Há essa contradição, de que quanto mais energia eólica o Brasil tiver mais térmicas a gás teremos que ter, para “não usar” e por garantia. Mas se temos uma coisa que nunca é usada, isso custa dinheiro. A so-lução mais barata, talvez, seja ter térmicas a carvão, mas também não defendo isso. O mundo hoje é mais complicado. Se quisermos ter tudo direitinho, segurança energética e proteção ambiental, te-remos um sistema elétrico mais caro. Por outro lado, temos um Governo que quer reduzir as tarifas de energia elétrica.

BB: Mas essa questão da tarifa está muito em voga...RS: Isso é modismo. Tem a ver com esse momento meio compli-cado da economia brasileira. A inflação começou a sair da meta. Segurar tarifa pública é uma política populista. Por outro lado, já temos há alguns anos um preço totalmente artificial dos derivados de petróleo no Brasil. O Governo segura artificialmente os preços dos derivados, o que é um absurdo. Hoje é difícil imaginar alguém de classe média que não use o carro porque a gasolina é cara. Estão ajudando a classe média a andar mais de carro, poluindo mais, e acabam prejudicando a maior empresa brasileira. O certo, na mi-nha visão, seria a gasolina ser mais cara e a Petrobras receber mais dinheiro. Seguraram por tanto tempo o preço da gasolina, que a Petrobras agora está com problemas. E se liberar o preço da gasoli-na agora, isso terá impacto na inflação. Trazer as tarifas da energia elétrica para baixo é uma maneira de equilibrar esse impacto.O certo era que tudo fosse cobrado pelo preço que vale. Se o preço do petróleo está caríssimo, a gasolina tem que ser caríssima, e as pessoas têm que parar de usar carro ou teriam que andar mais de bicicleta e comprar o próximo carro mais eficiente. Hoje a gaso-

lina é tão barata que ninguém compra carro por esse critério. Isso quase aca-bou também com o programa do álco-ol no Brasil. Seguraram tanto o preço da gasolina no Brasil, que o álcool não consegue mais competir. Os usineiros agora estão preferindo fazer açúcar e não estão investindo em canavial. Estão acabando com o Proálcool. Um progra-ma de mais de 20 anos, que foi exemplo mundial, está sendo jogado no lixo. O Brasil sempre foi exportador de etanol e agora está precisando importar.

BB: A Petrobras acabou sendo prejudicada com a questão do preço da gasolina?RS: Violentamente. As empresas de petróleo fazem investimentos muito grandes. Elas têm que ir ao mercado captar dinheiro. Há um limite de endividamento que uma empresa pode ter. Quanto mais endividada a empresa, mais caro é o dinheiro que ela capta. O nível de endividamento da empresa é calculado por quanto ela capta no mercado, em função de seu valor de mercado. Se os pre-ços das ações da Petrobras caírem pela metade, o endividamento dela dobra. Com isso, a Petrobras está chegando ao teto do en-dividamento. Se o Brasil quer expandir a produção do pré-sal, a Petrobras não vai poder investir, porque ela bateu no teto, o preço da ação caiu e assim ela parece uma empresa que vale pouco. E vale pouco porque o Governo segurou o preço da gasolina. É uma maluquice completa.

BB: E as empresas do setor elétrico? Qual o impacto sofrido por elas com a redução das tarifas?RS: O setor elétrico é um pouco diferente. Claro que sofrem tam-bém, mas é diferente do setor de petróleo, em que o risco é muito alto e é preciso ter um grande retorno, porque estão sempre lidan-do com riscos. O setor elétrico é um mercado cativo e, por isso, a taxa de retorno é relativamente baixa. Mas é baixa porque é um investimento sem risco. Quem é dono de uma usina de geração elétrica sabe que terá clientes para o seu produto pelos próximos cem anos. Empresas do setor petroleiro têm que ser muito lucra-tivas a curto prazo, porque o tempo todo corre-se o risco de dar tudo errado. Já o setor elétrico está sempre numa boa. Pode ganhar menos, mas não tem risco nenhum, muito pelo contrário. A ten-dência do mundo é cada vez mais se eletrificar.

BB: Falando de transmissão de energia elétrica, como podemos justificar os pequenos blecautes que têm ocorrido no Brasil?RS: O Brasil tem um sistema de transmissão único no mundo, por ser interligado. É uma característica de um sistema fortemen-te baseado em hidroeletricidade. Podemos ter usinas em diferen-tes partes do País. A transmissão tem um papel fundamental no funcionamento do sistema elétrico brasileiro. Se não tivéssemos o sistema de transmissão todo interligado, a capacidade instala-da brasileira teria que ser da ordem de 20% maior do que é hoje. Mas esse modelo exige investimentos em transmissão. Em alguns momentos, negligenciamos uma dessas etapas. Aparentemente, a transmissão brasileira não está avançando ou incorporando os avanços tecnológicos na velocidade em que deveria. É difícil falar porque o sistema é muito complexo. Isso pode ser um sinal de que o sistema está com problemas. De fato, estão ocorrendo mais falhas na transmissão do que o esperado. Isso acende um sinal amarelo. Mas é certo que a transmissão no Brasil é mais importante do que em quase qualquer país do mundo.→

“Gerar enerGia é caro sim e, no caso do Brasil, vai ser cada vez mais caro, porque os melhores

aproveitamentos já foram emBora”

Roberto Schaeffer

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BB: Falamos da possibilidade de falha humana nessas ocasiões. Será que falta especialização?RS: No setor elétrico, há pessoas muito jovens, começando a car-reira, e pessoas muito velhas. Não há um meio-termo. O quadro técnico atual do Brasil é mais fraco do que no passado. A questão da falha humana talvez seja hoje a mais possível de ocorrer por-que há pessoas não tão bem treinadas neste momento. Na parte de transmissão, também há essa dificuldade. Isso pode ser uma das razões para os problemas que têm ocorrido.

BB: O Brasil é um dos países em que a energia eólica mais cresceu nos últimos anos. Que fatores impulsionam esse crescimento?RS: A eólica está crescendo muito no Brasil porque parte de uma base muito baixa. Ano passado, o Brasil teve instalado cerca de 1 GW de eólica. Hoje, o potencial instalado brasileiro seria da ordem de 2,5 GW. Em um ano, a capacidade de eólica foi quase duplicada. Mas é pouco, porque a base é muito pequena. Para ter uma ideia, hoje a potência elétrica instalada no Brasil é de 120 mil MW. Ou seja, 2% da nossa potência elétrica é eólica. Isso é muito pouco. Mas temos que relativizar. Em alguns países, como a China e os EUA, que têm forte base térmica, há espaço para a energia reno-vável entrar de maneira pesada. O Brasil já parte de mais de 80% hidrelétrica. O País está investindo bem em eólica, e acho que tem um futuro brilhante por aqui. Tudo tem certa velocidade. Aparen-temente, a energia eólica está entrando numa velocidade boa, na velocidade em que é econômica.

BB: E ganhou espaço porque é muito competitiva?RS: Neste momento, a fonte eólica é a mais competitiva que existe. O Brasil está com uma política inteligente. A geração eólica está entrando com a velocidade que tem que entrar e vai se tornar cada vez mais importante. O problema é que a energia eólica casa bem com hidrelétrica com reservatório. Hidrelétrica a fio d’água com eólica não dá muito certo. A eólica tem certa previsibilidade do vento, mas há momentos em que não venta. É preciso ter outra coi-sa que entre naquele período. Tem que casar com térmicas a gás, que iniciam a geração em pouco tempo. Mas para a eólica entrar no Brasil, é preciso preparar o sistema para isso. Aparentemente, a eólica e a solar podem responder por até 20% da capacidade ins-talada de um país. Mais que 20%, é preciso ter cuidado. Há um espaço grande para a eólica no Brasil ainda.

BB: E a energia solar?RS: Estamos começando a engatinhar na solar. A energia solar tem que entrar em doses homeopáticas, porque o investimento é caríssi-mo. O Brasil demorou a investir em energia eólica, e parece que ela se tornou competitiva. Agora, é o momento de deixar a eólica entrar. A energia solar não está pronta ainda. O que vale a pena fazer são usinas piloto, programas parcimoniosos, de pré-condições, para dar chance de a energia solar entrar e começar a ficar competitiva. Há situações em que a energia solar já é interessante, como em comuni-dades da Amazônia. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou uma legislação para incentivar a geração distribuída. É a possi-bilidade de usar o telhado da sua casa. Uma coisa é a geração solar de grande porte. Esta é muito cara. Já a geração solar localizada começa a ser competitiva. Mas, para isso, é preciso criar pré-condições.

“o sistema elétrico Brasileiro é excepcional, não há país em desenvolvimento

com um sistema elétrico tão confiável como o Brasileiro”

Roberto Schaeffer_Professor associado da UFrJ, com atuação no Programa de Planejamento energético da Coppe, além de pesquisador do Conselho nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico (CnPq). realizou pós-doutorado na University of Pennsylvania, nos estados Unidos (Center for energy and environment), e trabalhou como professor visitante nesta mesma universidade. Mantém colaboração estreita com o LBnL – Lawrence Berkeley national Laboratory, da University of California, e tem atuado regularmente como consultor externo da international atomic energy agency (iaea), em viena. tem mais de 20 anos de atuação em ensino, pesquisa e extensão, nas áreas de planejamento energético e de mudanças climáticas, com pesquisas e trabalhos apoiados por organismos internacionais, como BiD e Bird, órgãos nacionais de fomento e órgãos do Governo, como Ministério de Minas e energia, Ministério do Meio ambiente, aneel e anP, além de empresas públicas e privadas nacionais e estrangeiras.

Roberto Schaeffer

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“estamos sempre associados a esta incerteza que estamos vivendo agora. a capacidade de

produção das hidrelétricas depende mais da chuva do que das máquinas”

“Em 1993, estávamos estudando a utilização dos sistemas hidráu-licos e fomos visitar um dos

maiores complexos do mundo, que fica na costa oeste dos Estados Unidos, em Colum-bia. Lá, eles têm um sistema de aproveita-mento de grandes reservatórios, uma insta-lação complexa, com uma operação que se situa nos estados de Oregon e Washington e que, sozinha, tinha uma capacidade de reserva hidráulica maior do que a do Brasil inteiro. Um dos diretores nos perguntou o que pretendíamos ver por lá e, quando dis-semos que queríamos entender como eles utilizavam esse potencial, ele respondeu: ‘Acho que vocês perderam a viagem. Nós, aqui, estamos estudando como vocês a uti-lizam no Brasil. Vocês são mais avançados do que a gente’.”

Foi com essa história que o diretor de Energia e Desenvolvimento de Novos Negó-cios da Light, Evandro Vasconcelos, iniciou sua apresentação, como palestrante convi-dado, na primeira reunião do ano realizada pelo Comitê de Energia, em 31 de janeiro de 2013, para membros da Câmara de Co-mércio Americana do Rio de Janeiro. O en-contro contou com a presença de mais de 40 representantes de diversas empresas ligadas ao setor de energia elétrica no Brasil.

Com expertise de quem tem mais de 30 anos de serviços prestados como engenheiro do setor de energia elétrica, primeiro na Ce-mig, por onde se aposentou e, há três anos atuando como dirigente do setor na Light, Vasconcelos fala com otimismo do panora-ma do País: “O setor de energia elétrica no Brasil é extremamente organizado, embora seja complexo. É um setor de infraestrutura fundamental do qual nós, brasileiros, temos orgulho por ser um dos mais bem estrutura-dos do País e do mundo. Somos referência global, até mesmo em países com sistemas hidráulicos com capacidade de produção maior do que a nossa”, revelou.

comitê de energia da amcham rio recebe a visita de diretor da light

Vasconcelos lembrou que o Brasil tem uma matriz de energia predominantemente hídrica: limpa, renovável, barata. Além dis-so, o País está à frente de muitos outros em matéria de exploração de fontes de energia renováveis. Além de água (74,30%), temos derivados da cana-de-açúcar (5,10%) e já avançamos no aproveitamento de energia eólica. Quanto à oferta de energia no Brasil, em comparação com o mundo, dispomos de 42,3% de energia renovável (boa parte graças à biomassa) contra 12,2% do resto do mundo. Boas notícias também no que se refere à emissão de gases de efeito estufa em razão do consumo de energia elétrica. Ain-da comparando, o carvão, não renovável e altamente poluente, concentra-se em alguns países. Estamos também muito à frente na discussão da emissão de gases de efeito es-tufa. Vasconcelos lembrou ainda que há um potencial imenso a ser explorado, como é o caso da Região Norte do Brasil, com apenas 10% do potencial hidrelétrico utilizado. Já em termos de extensão, o Brasil desenvol-veu um megassistema de transmissão, in-terligado do Chuí ao norte da Amazônia, que exigiu altíssimo investimento e, ainda em comparação com as dimensões da Eu-ropa, por exemplo, é como se houvesse um sistema interligando Lisboa ao interior da Rússia. “Isso não ocorre em nenhum outro país”, ressaltou.→

Divulgação light / Paula Kossatz

Condições estruturais de hoje minimizam risco de racionamento Por Sol Mendonça

O diretor de Energia e Desenvolvimento de Novos Negócios da Light, Evandro Vasconcelos

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Para o engenheiro, que trabalha na implementação de usinas hidrelétricas há três décadas, um dos grandes impasses para o de-senvolvimento do setor, senão o maior problema institucional, é a questão do licenciamento ambiental. Nos últimos dez anos, avan-çamos muito pouco na exploração do potencial hidráulico do País por conta de barreiras ambientais que ele considera equivocadas. Ele afirma que não é contra tais discussões e restrições, mas es-clarece que a legislação brasileira sobre o assentamento ambiental foi toda elaborada com base em licenciamentos ambientais para empreendimentos da iniciativa privada que visam benefícios eco-nômicos apenas para quem explora aquela atividade econômica, como um posto de gasolina. O setor licencia um empreendimento essencial, que traz benefícios para uma nação inteira, sob os mes-mos princípios. “É preciso pensar o impacto local sob o ponto de vista do benefício global”, ressaltou.

A situação hojeSobre a atual situação brasileira no setor energético, o especialis-

ta enfatizou que, do ponto de vista estrutural, temos usinas hidrelé-tricas e capacidade de atender ao mercado brasileiro, hoje, amanhã e nos próximos anos. Por outro lado, o País vive, no momento, um problema conjuntural pela falta de chuvas nos meses de dezembro e janeiro. No caso das hidrelétricas, não somos capazes de garantir a produção de energia a partir da potência instalada o tempo todo porque dependemos de um insumo natural, a água. “Estamos sem-pre associados a esta incerteza que estamos vivendo agora. A capa-cidade de produção das hidrelétricas depende mais da chuva do que das máquinas”, lembrou, enfatizando que é preciso estudar e avaliar o que se consegue garantir em períodos críticos. Na maior parte do tempo, contamos com um excedente hidráulico, o que faz com que seja possível evitar que as térmicas sejam despachadas.

Vasconcelos alertou para a importância da tomada de decisão para a geração de energia elétrica, quando se tem uma série de hi-drelétricas e de térmicas, e disse que este é um conceito funda-mental para entender a situação do Brasil. O operador do sistema tem duas alternativas, que só podem ser avaliadas levando-se em conta análises probabilísticas, mas sempre contando com um grau de incerteza. Ele pode parar a térmica e gerar com a hidrelétrica e, nesse caso, se chover, essa terá sido uma boa decisão. Ou gerar com a térmica e, se chover, provavelmente haverá desperdício de insumo, caso os reservatórios transbordem e não haja tempo hábil para produção. “O custo de geração não é um custo momentâneo, mas de longo prazo, e uma decisão pode ser, em um primeiro mo-mento, boa financeiramente, mas péssima no futuro.”

Hoje o Brasil tem uma potência instalada de 121 mil MW e uma demanda máxima de 76 mil MW. Embora estejamos muito bem, do ponto de vista de atendimento, temos um problema conjuntural justamente porque estamos vivendo um momento muito próximo do período crítico, ou seja, de poucas chuvas. Segundo Vasconcelos, o mês de dezembro e a primeira quinzena de janeiro foram muito ruins, o que fez acender o sinal de alerta. O preço do mercado de curto prazo subiu muito, assim como o custo da geração hidráulica a partir do momento que o risco do futuro aumentou. Outra con-sequência é o aumento do custo das térmicas. Quanto à capacidade de gerar, temos aproximadamente 67 mil MW, em média, para um mercado de cerca de 64 mil MW. Ou seja, temos uma folga de 5%.

As condições estruturais, hoje, são mui-to diferentes das que o setor tinha no pas-sado, tanto em capacidade térmica, quanto em capacidade de reserva, com uma parti-cipação maior de usinas termoelétricas na matriz energética. Ele alerta, no entanto, que o preço da energia pode subir para o consumidor final, caso as chuvas se man-tenham escassas nos meses de fevereiro e março, principalmente na Região Sudeste, que tem a maior capacidade de armaze-namento. Neste pior cenário, pode ser que chegue uma conta de R$ 15 bilhões no ano que vem para as empresas de distribuição, que já estão sinalizando que não têm como bancar isso. Esta é a principal crítica do en-genheiro ao setor. “O sinal econômico para o consumidor só chega um ano depois. Sa-bemos que é complicado, mas é necessário pensar uma forma de alertá-lo de maneira racional, como é feito em outros países, por exemplo, com campanhas de uso racional de energia”, sinaliza.

Na abertura do encontro, o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, lembrou a vocação natural do Estado para a questão energética e afirmou que o comitê procura tratar não só da questão do óleo e gás, mas de todas as questões liga-das à energia que nos afetam. O chairman do Comitê de Energia, Manuel Fernandes, mencionou a importância de se ter uma agenda de debates acerca de temas que impactam o setor. “Nos últimos três, qua-tro meses, a energia elétrica e os próximos leilões de blocos para óleo e gás foram os assuntos em destaque”, disse.

“o sinal econômico para o consumidor só chega um ano depois. é necessário pensar uma forma de alertá-lo de maneira racional, como é

feito em outros países, por exemplo, com campanhas de

uso racional de energia”

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ponto de vista

Comecei meu curso de engenharia em 1983, no Instituto Militar de

Engenharia, o IME, no Rio de Janeiro. Naquele início dos anos 1980, o Brasil estava encerrando um ciclo de projetos e de partidas de grandes unidades. A Revap (última refinaria construída no País no século 20), a hidrelétrica de Itaipu, a Usina Nuclear de Angra dos Reis, os polos petro-químicos de Camaçari e de Triunfo e mui-tas outras unidades industriais e obras de infraestrutura. Minha geração pegou jus-tamente esse momento de mudança do governo militar para a chamada Nova República. Foram 20 anos que eu arrisco qualificar como uma grande maratona no deserto da engenharia.

Empresas exuberantes até a década de 1980, como a Natron, simplesmente sumi-ram do mapa. E, com ela, várias outras organizações que reuniam equipes de cen-tenas de engenheiros e projetistas. Não havia mais trabalho para tanta gente depois que todos aqueles projetos se foram. E as equipes foram sendo desmontadas. Mesmo uma empresa sobrevivente como a Promon teve que se reinventar para fazer a transição entre aquele período e os tempos atuais.

Foram anos em que só os teimosos real-mente continuaram na engenharia. E, mesmo assim, tendo que buscar formas alternativas de trabalho que se adaptassem à realidade de um país sem grandes obras, sem grandes empreendimentos. Eu e dois companheiros de engenharia química do IME e da Coppe decidimos, em 1989, mon-tar uma empresa de engenharia, a Chemtech, e vivemos pelo menos dez anos tendo que matar um leão a cada dia.

o mantra do “gap da mão de obra”

Luiz Eduardo rubiãodirEtor-prEsidEntE da radix

Como nação, nós não deveríamos estranhar o fato de hoje estarmos sentindo falta de profissionais brasileiros especialis-tas em determinadas áreas ou em certos tipos de equipamentos ou serviços. O mercado praticamente ficou zerado para eles e não havia como manter uma massa crítica de pessoas atuando de forma consistente no nosso País.

A retomada dos grandes projetos chegou a assustar muita gente. Eu me lembro de ter vivido o início dos projetos da Rnest (Refinaria do Nordeste) e do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Naquela época, nossa empre-sa, então com 17 anos, tinha uma equipe de 500 pessoas e tivemos que recrutar mais 700 engenheiros em todo o País para poder conduzir os dois projetos. Fomos a diversas uni-versidades de todo o Brasil em busca desses profissionais e, enquanto muitos falavam que talvez fosse necessário contratar boa parte dos serviços de engenharia no exterior, conseguimos montar uma equipe com jovens brasileiros e com os remanes-centes da década de 1980 resgatados no mercado. Contratamos e treinamos essas equipes com afinco e foi, sim, possível fazer os projetos com esse time. Aproveitamos para equipar o grupo recém-reunido com ferramentas mais modernas de automa-ção de projetos. O objetivo era potencializar o pessoal e fazer o projeto andar de uma maneira nova desde o seu início. Com isso, as pranchetas da década de 1980 estavam sendo definiti-vamente trocadas pelas maquetes 3D desenvolvidas em micro-computadores. Chegamos a reunir um grupo de quase 1.500 profissionais e estagiários ligados à engenharia.

O Governo Federal percebeu que uma nova e mais intensa demanda por engenheiros aconteceria. E foi até veloz em pro-mover algumas mudanças nas universidades brasileiras, crian-do novos cursos e aumentando o número de vagas em univer-sidades existentes. Cansei de visitar universidades (desde Santa Maria até Campina Grande), em que era possível ver, na segunda metade da década passada, diversos investimentos nessa direção, de formar mais jovens engenheiros em todo o País. A tarefa não é simples. Exigiria mudanças desde a edu-cação fundamental, e estas são mudanças bem mais comple-xas. Mas o fato é que pelo menos a camada superior do ensino levou uma chacoalhada.

A verdade é que foi só aumentar um pouco o número de proje-tos e a demanda por engenheiros para começar a imperar o mantra do “gap da mão de obra”. A situação era absolutamente previsível. Seria necessário, no entanto, que as empresas investissem também. E procurassem formas de lidar com um período não tão longo de dificuldades inerentes a um país de altos e baixos econômicos. Esperar que o Governo resolvesse esse problema sozinho e criasse magicamente formas de compensar os gaps numéricos de pessoas mais experientes era certamente uma estratégia ingênua e sem chances de êxito. E olha que a Petrobras e o Governo até tentaram. Com o Prominp, por exemplo.

Eu vivi esse momento de intensificação do mantra do “gap da mão de obra” já em minha segunda empresa, a Radix. Fundamos a companhia no fim de março de 2010 e, menos de três anos depois, já reunimos uma equipe de mais de 300 profissionais das áreas de engenharia e software. E, mesmo sendo uma jovem empresa, nós conseguimos recrutar as pessoas necessárias estreitando os laços com as principais universidades do Brasil.

Uma alternativa a essa estratégia de aproximação das universi-dades é a importação de profissionais. Honestamente, eu não tenho nenhum problema com o trabalho com estrangeiros, mas não con-sigo enxergar esta como uma solução sustentável a longo prazo. Com certeza, em alguns postos de trabalho, esse pode, ainda hoje, ser o único caminho viável. E que pode até se tornar sustentável se houver um investimento de parte das empresas de transferir o conhecimento e a experiência desses profissionais importados e seniores para jovens profissionais brasileiros. Mas o fato é que a importação indiscriminada e afobada de mão de obra não se mos-trou benéfica nem mesmo para as empresas que optaram por ela. Afinal de contas, o que fazer com todos os expatriados quando, por exemplo, a Petrobras demora a tomar algumas decisões sobre seus próximos passos?

Neste exato momento, o País vive uma fase de questionamentos sobre o futuro e de dúvidas se seremos realmente capazes de levar adiante os planos sonhados nos últimos anos.

Até por já ter passado pela experiência de montar grandes equi-pes brasileiras de engenharia em pouquíssimo tempo, tenho a mais absoluta convicção de que “o gap da mão de obra” é, como dizia o Cazuza, “pretensão de quem fica escondido, fazendo fita”. O Brasil tem uma população estudantil do mais alto nível. Esta turma pode fazer milagres se o País conseguir ter uma verdadeira visão do que quer daqui pra frente.

A interação com profissionais estrangeiros pode ser bem inte-ressante e proveitosa para o Brasil e para os países com os quais temos parceria comercial e de negócios. Um programa como o Ciência Sem Fronteiras pode operar mudanças de base na menta-lidade dos jovens e das famílias brasileiras. Mas, acima de tudo, precisamos todos, brasileiros e parceiros do Brasil, entender que um país como o nosso precisa de uma visão de futuro e precisa ir cons-truindo algo diferente para que possamos ser realmente capazes de ajudar não apenas o Brasil, mas o mundo todo nos grandes desafios globais que teremos pela frente. E o mantra do “gap da mão de obra” é algo incompatível com a grandeza que o Brasil precisa ter.

Case de suCesso Radix

Na Radix, todos nós notamos que, para sensibilizar os novos universitários e trazê-los para o nosso time, precisaríamos usar uma estratégia muito mais agressiva do que a que tínhamos desenvolvido anteriormente. Decidimos nos lançar de corpo e alma nessa empreitada e começamos, entre outras coisas, a patrocinar diversas equipes de competição acadêmica.

Nos mais diferentes cursos e nas mais diferentes universidades, começaram a ganhar força os movimentos de empresas juniores, de educação tutorial, de equipes de competição acadêmica, de organização de semanas acadêmicas (sempre com muitos minicursos) e outros eventos técnicos.

A equipe de barcos solares da UFSC, a equipe de robótica de combate da PUC-RJ, as equipes de carros elétricos da UFRJ e da USP, a equipe de minibajas da Univasf, as equipes de aeromodelismo da UFU e da UFRJ, a equipe de fórmula SAE da UFRJ, as equipes de robótica da UFU, do ITA e da UnB.

Quando começamos a mexer nessa área, começamos logo a ser procurados também por estudantes do ensino médio altamente motivados e interessados pelo tema da robótica e de outras artes tecnológicas. Em pouco tempo, estávamos patrocinando duas equipes de robótica do Colégio Franco-Brasileiro e uma do Colégio Liessin, ambos no Rio de Janeiro.

Edição 279_Brazilian Business_49

Ana Lucia Poças Zambelli Presidente Transocean Brasil Ltda.Ciro Jorge Appi Gerente de Exploração e Representante Legal Hess Brasil Petróleo Ltda.José Luiz Florippes Lima Júnior Gerente Regional Omint Serviços de Saúde Ltda.Patricia Leandro de Oliveira Correa Gerente Financeira e Representante Legal Hess Brasil Petróleo Ltda.Robledo Gioia Diretor-Geral Libra Terminal Rio S.A.FiLiAL EsPíRitO sAntOLiberato Milo Diretor-Geral Chocolates Garoto S.A.

AlterAção no QuAdro de AssociAdos

salas-amchamrio.indd 1 06/02/13 23:26

inBrazil Consultoria de Empresas Ltda. - ME (inBrazil!)Adiane Miranda Mitidiero - DiretoraRua José de Figueiredo, 320, Bl. 1, unidade 2 - Barra da Tijuca22793-170 Rio de Janeiro, RJ - Tel.: (21) 2137-1841/1843 [email protected] - www.inbrazili.com

telmart tecnologias da informação e Comunicação Ltda.Adriana Lima Abreu dos santos - Diretora Executiva/CEORua Primeiro de Março, 23/ 2.101 – Centro - 20010-000 Rio de Janeiro, RJ - Tel.: (21) 2111-8320/ 8309 Fax: (21) [email protected] - www.telmart.com.br

transamerica Visas serviços de Despachos Ltda. (transVisas)Christian Von Lachmann - DiretorAv. Rio Branco, 25/ 5º (parte) - Centro20090-003 Rio de Janeiro, RJ - Tel.: (21) 3504-4418 Fax: (21) [email protected] - www.wilsonsons.com.br

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MacaéRua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302 Centro - Macaé - RJCEP: 27.910-110Tel. 5522 2773 3318

Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade.

Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua. Accounting and business management based on transparency and mutual trust.

Result: solid partnerships and excellence in productivity.

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52_Edição 279_jan/fev 2013

COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil

3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy

PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil

DIRETORES Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Mercado Internacional, Totvs Rio de Janeiro

Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretor-presidente, Odebrecht Infraestrutura

Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid

Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel

Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda.

David Zylbersztajn_Diretor-geral, Agência Rio 360 Comunicação Ltda.

Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A.

Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Fernando José Cunha_Gerente-executivo para América, África e Eurásia - Diretoria internacional, Petrobras

Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda.

Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu

Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, CEO, Brookfield Brasil

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG

Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente Auto/RE, Bradesco Seguros S.A.

Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda.

Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil

Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda.

Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda.

Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A.

Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretor-presidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A.

Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado

Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli

Energia – Manuel Fernandes

Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot

Logística e Infraestrutura - Álvaro Palma de Jorge

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Kárim Ozon

Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi

Relações Governamentais - João César Lima

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - André Bertrand

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda.

VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A.

DIRETORES

Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta

João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna

Liberato Milo_Diretor-geral, Chocolates Garoto

Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose

Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado

Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Diretor-superintendente: Helio Blak (21) 3213-9205 |[email protected]

Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected]

Produtos e Serviços: Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected]

Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected]

Conteúdo Institucional: Andréa Blum (21) 8105-9338 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor-executivo: Clóvis Vieira (27) 3235-2242 | [email protected]

Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected]

expediente

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