DEPOIS DE ANOS, VOLTAMOS À TAXA EXTRA -...

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ACADEMICUS PRAECLARUS O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XX Setembro/Outubro de 2014 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] CATORZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 046 - Paulo Dias Neme - Patrono: Oscar Neme 244 DEPOIS DE ANOS, VOLTAMOS À TAXA EXTRA

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ACADEMICUSPRAECLARUS

O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XX Setembro/Outubro de 2014

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

CATORZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 046 - Paulo Dias Neme - Patrono: Oscar Neme

244DEPOIS DE ANOS, VOLTAMOS À TAXA EXTRA

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final, Admi-nistração e Publicidade: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, Rua Jacob Diehl, 77, BairroMorumbi, Cep 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos números atrasados. Matérias assi-nadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03.Correspondência: Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP, Fonefax:(0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail:[email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

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Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

DEPOIS DE ANOS, VOLTAMOS À TAXA EXTRA

A Sessão Magna está chegando, mas temos dificuldades, poisnão podemos contar com os mais de 4 mil reais, que ainda estão na mão dos inadimplentes,sem esperança que cheguem ao nosso Caixa. Essa situação já se tornou costume e não sesabe se vai piorar daqui para frente. O Clube dos Escritores Piracicaba completa 25 anos defundação, mas não consegue resolver a inadimplência, que a cada ano escangalha com aprevisão que a Academia faz para seus gastos, transformando-a numa entidade, que tem delutar muito para sobreviver.

E logicamente os resultados vêm sendo sentidos nestes últimosseis anos. Tanto que o Clube não tem Caixa para pagar contador, para pagar registro deAtas de Eleição e até para a finalização dos preparativos da nossa Sessão Magna. Sabemosmuito bem que a vida não está fácil pra ninguém, e tentamos nos adaptar a essa novarealidade e para isso mexemos na estrutura e buscamos criatividade na realização deCampanhas das “Vinte Cadeiras” e voltamos a oferecer as Medalhas para aqueles queainda não haviam recebido. Aguardamos os interessados entrarem em contato e ficamos àdisposição para que o retorno fosse positivo.

Pelo menos para tentar salvar nossa Sessão Magna denovembro, não tivemos alternativa, a não ser cair outra vez na mesmice antiga da “Campanhada Taxa Extra”, que salvou o dia, mas não conseguiu regularizar a revista, que poderá voltarsomente em Janeiro na forma impressa, mas sairá todos os meses pela Internet, mas commuito atraso, pelo qual pedimos as desculpas necessárias e a compreensão de todos osnossos amigos. A Revista deveria ser publicada de dois em dois meses, de acordo com umasugestão muito lógica da Acadêmica Hazel de São Francisco, de São Paulo/SP, deveriaaumentar o interesse de todos em escrever, porque os escritores teriam mais tempo paraenviar seus novos trabalhos, já que muita gente não tem uma vasta produção.

Mas, no final, por absoluta falta de dinheiro, não conseguimosseguir a idéia adiante. Voltamos a pedir muitas desculpas aos amigosescritores que valorizam e respeitam o nosso esforço e nossa dedicação,nestes breves momentos de crise!

ACIDENTE NA ESQUINA.

Do apartamento ouvi um arrastar de rodas freadasabruptamente seguido de um estrondo. Como um tropel. Sons de passos apressadosassinalavam que houve uma batida bem ali na esquina. Fui à janela e vi no meio de umgrande ajuntamento de curiosos, um ônibus que colidira com uma caminhonete, que delonge parecia ser azul. Logo chegaram os bombeiros, a ambulância e uma viatura comsirene ligada que fez os curiosos se aproximarem mais. Com todo aparato, colocaram omotorista do ônibus numa maca, e incrivelmente, em volta, davam opinião aos paramédicosde como atuar num caso desses. Alguns se ofereceram para levar o motorista dacaminhonete para tomar uma água na sua casa para passar o susto.

Um vozerio se instalou em volta do acidente, uns dando palpitede quem seria a culpa, se do motorista do ônibus ou da caminhonete. E assim, cada umia discorrendo sua experiência sobre como ser assistente de acidentes.

Um chegou correndo e veio saber se deram um tiro porque ouviu um estampido,e se o homem da maca fora baleado por um assaltante. Outro chegou e disse olhandopara a maca: “Está morto?”

A conversa foi diversificando com o passar das horas, muitosaté sentaram na sarjeta para discorrerem melhor sobre o assunto. Uns começaram a falarsobre futebol. O tema, do momento, ser contra ou a favor do gasto exagerado com aconstrução das arenas para a Copa do Mundo do Brasil.

Mulheres com sacolas nas mãos, talvez vindo do mercado,pararam para observar, e a conversa entre elas era de como tudo está tão caro, que nãotinham esperanças que os altos preços melhorassem. Logo as receitas tomaram conta daconversa: o que iriam cozinhar com certos conteúdos da sacola, tamanho da forma parafazer torta. Uma delas não fazia pudim uma delas não fazia pudim no forno, só na boca dofogão em banho-maria. Outra, queria ensinar mais que todo mundo e as outras ficaramsem poder falar, por causa da verborragia da mulher loira e magra. Daí partiram para falardos netos e todos eram para elas, lógico, lindos e inteligentes demais.

Cada uma contava as gracinhas dos netinhos e chegavamaté a falar de modo infantil, como se fosse um deles. Uma moça bonita disse que preferiamorar sozinha no apartamento, daí já viu, os olhares entre elas foram bem suspeitos.Muitos homens levaram a conversa para a pescaria e até se organizaram para uma próximalá pelos lados do Coxim no Mato Grosso. Combinaram como iriam, que apetrechos depesca levar, se a pesca seria de sondá, porque com a rede, por lei era proibido. O maisanimado dizia “Vamos no meu rancho. Tem muitas camas, bom fogão, motor de rio eajuda de um pirangueiro, mas cada dia um vai ter que cozinhar!”

As conversas iam surgindo as mais diversas possíveis. Foiuma oportunidade dos vizinhos se encontrarem e todos estavam gostando desse ensejosocial, cordial e inusitado no bairro, pois esticavam esse momento, porque ali nada eravirtual, mas sim real, cara-a-cara.

Na manhã seguinte saiu no jornal a notícia do acidente e nãose falou nem de tiro, nem de assalto nem de morte, mas que os dois motoristas passavambem quando deram entrada no hospital. A ocorrência que se dava naquela rua era mera

vontade de conversar. Eram vizinhos que não se encontravam amiúde.

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Homero AnefalosPraeclarus/Piracicaba/SP

Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

O HOMEM É IMORTAL

O medo da morte sempre acompanha todo homem.Mas não sedeve temer a morte, porque com certeza absoluta, a certeza dela, é uma realidade que trazelevado alívio a todo ser humano, quando se descobre que o ser humano não morre.

O homem é filho de Deus e por causa disso é imortal, porquecontinua vivendo após a morte corporal. O homem, como espírito encarnado, nasce e sedesenvolve, podendo alcançar a evolução material e espiritual, através de toda a suaexistência, inclusive depois da morte, como espírito desencarnado.

O homem após a morte, leva consigo para o plano espiritualtoda a sua experiência, adquirida aqui no planeta Terra, a sua inteligência, seusconhecimentos e qualidades morais. Convém destacar que a alma é um ser moral distinto,independente da matéria, que conserva a individualidade da pessoa após a morte.

Os espíritos são incorpóreos, de inteligência que preexiste esobrevive a tudo. Em outras palavras, se o mundo corporal não mais existe, o mundoespiritual não pode ser alterado. Todos os ensinamentos espirituais são devidos a HippolyteLéon Denizard Rivail, (1804-1869), conhecido popularmente pelo codinome de Allan Kardec,que foi quem codificou a Doutrina Espírita transformando-a em verdadeira filosofia, quandoapresentou ao mundo “O Livro dos Espíritos”(1857) e o “O que é o Espiritismo?”(1859).Escreveu ainda “O Livro dos Médiuns”(1861), “O Evangelho Segundo o Espiritismo”(1864),“O Céu e o Inferno”(1865) e “A Gênese”(1868). Mesmo desencarnado, em 1890, escreveuo livro “Obras Póstumas”, também mundialmente conhecido.

As principais obras de Allan Kardec, foram escritas com a ajudade espíritos superiores, da verdade, espíritos puros, e trazem esclarecimentosimportantíssimos. Espalhado hoje por todo o planeta, o Espiritismo é de Deus e cuida dosensinamentos cristãos e científicos, que ensinam que o homem é imortal. Professar o

Espiritismo não afasta ninguém de suas convicções religiosas.

GILBERTO POMPERMAYER LANÇA NOVO LIVRO

Foi lançado no último dia 29 de setembro, durante jantar realizado noRestaurante Cais, na Rua do Porto, em Piracicaba, o novo livro,“Ativando o Diálogo com Deus”de autoria do Dr. João GilbertoPompermayer Pereira, Cadeira Luiz Henrique Fernandes da Silva, daÁrea de Ciências, do Colegiado Acadêmico do Clube dos EscritoresPiracicaba. Contato: [email protected]

VIAGEM DE CALDAS NOVAS

Caldas novas e suas águas quentes,Embala e agrada a toda gente!O hotel Morada do Sol com águas quentesÉ a alegria de todos ali presentes!

O hotel com suas piscinas quentesÉ alegre com seus hóspedes presentesA comida é bem sortidaFaz bem a nossa vida!

Os locais de pedra com águas de furôQuentes e ferventes e nosso corpo untôAs piscinas quentes e flutuantesNos embalam com suas ondas ondulantes!

Assim é a vida nessa pousada:Onde os hospedes em suas estadasCom suas aguas quentesBanham o corpo de toda a gente!

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

Cores englobam a terrana mais profunda harmonia!Quando os sol se põe na serrao céu é pura magias...

PIADA DE MAU GOSTO

O povo sorri, e da ignorâncianão se acanha,ver experiência tamanha,jogada a própria sorte,esperando que a morte,lhe traga o consolo final.

Ao olhar praças e jardins,vejo pessoas ainda joviais,se perdendo em estóriasbanais, no desemprego.Porque a sociedade nega apego,pela idade avançada

Será que alguém nesse país,pode se dar ao luxo de extrair ,da sociedade pobres almas.

Será que sem acarretar clemência.Pode desprezar tamanha experiência,Ignorar e jogar fora assim ao leu.

Acho que deveríamospensar mais nesse reduto,pois não temos a consciênciado tamanho fruto,quesua experiênciapodem nos propriciar.

Olhemos com olhos sem preconceito,não procurando qualquer defeitoe com os aposentados vamosreconciliar.

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

ENSAIO

Eu escrevo um longo ensaiosobre as mazelas da vida:as ciladas em que caio- que trajetória sofrida!

O ensaio bem realizadoantecede o grande feitogarante o que foi treinadoe uma medalha no peito.

Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

[email protected]

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6 7CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio Claro/SP [email protected]

REFLEXÕES SOBRE A MORTE

O grande Sócrates disseQue a vida é um erro. Um contemporâneo nos diz:“A morte é a própria vida”.Em versos candentes, diz o poeta.

Sua presençaProduz ausência,Causa tristeza e dor.Para os pensadores,É, porém,Do Criador,Um ato de amor!

MADRUGADAS MORTAIS

Inchadas de desejos insatisfeitos.Obesas de pensamentos desconexos.

Atulhadas de idéias confusas,desencontradas...

Carregadas de solidão.Vazias de emoção tão esperadas...Prenhes de ruídos intermitentes

- abafados –evocando, tristemente, os movimentos,

os muitos movimentos de um corpo amadoque busca alguém, se debatendo,

no quarto ao lado...Tão pequena a distância física entre os dois!Mas não é ela que pesa. Pesa é a imposição

da estrutura social-moral-religiosade uma realidade que é tão escrupulosa

que é capaz de matar os dois- escravos seus, sedentos de amor –de uma irreversível morte honrosa.

Sem delongas e sem prosa!Madrugada gelada!Abortou afetos...E não partiu nada!

Arlette Octaviano RodriguesPraeclarus/Óleo/SP

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/AM

POR UM MUNDO AZUL

O céu é azul;a terra é azul;a alma humana é negra,raramente branca.Por que não é azul?

LUA MINGUANTE

Lua Minguante e pequenina no céu,Que procuras brincar com as estrelas,Dize-me se é pecado para um incréuBeijar as estrelas e querer vê-las.

Lua tão tímida branca e radiante,Quero ser o teu cantor e o teu ser,Para mim serás sempre cativante,Nas sete noites em que aparecer.

Tristonho por não ter o teu brilhar,Também na terra me sinto minguanteQuando não posso o meu amor exaltar.

Minha doce e querida Lua Minguante,Deixa-me ser feliz por um instante,Com teu triste luar a me abraçar.

MOTIVO DE COMEMORAÇÃO?

Recentemente, os órgãos de imprensa noticiaram os resultadosde uma avaliação à nível nacional, do IDEB. Foi um resultado decepcionante, em umaescala de zero a dez,a maior nota foi de 3,8 pontos. E acham que esta vergonhosa médiadeixou alguém pre- ocupado, constrangido? Não, muito pelo contrário, o governante doEstado que obteve esta “excepcional e fantástica” média, está comemorando ruidosamenteo feito, atribu- indo a si e aos seus secretários os méritos por tão “significativo” feito.Para que não fi-casse tão explícito o vexame, resolveram dividir os lauréis com os estudantes,enalte-cendo-os pela grande conquista.

Os políticos locais, estão destacando este feito, como umasupremacia sobre os demais estados da federação. Notadamente os chamados degrandescentros. O que era para ser motivo de silêncio de todos, sem distinção deste oude outroestado. Que se fizesse uma reflexão, para que se explorasse seriamente a real situaçãoalarmante em que se encontra o nosso ensino, (não só o básico) mas, em todos os níveis.Pois em vez de identificar e melhorar a nossa educação, em um todo.

Eis que os políticos deste Estado fazem desta vergonha, umaverdadeira festa, quando na realidade este fato se constitui uma vergonha nacional. Queo futuro governante deste país, tome para sí a responsabilidade de moralizaro nosso ensino, para que não venhamos a comemorar médias ridículascomo a que foi registrada e alardeada como grande vitória. Vergonha, é oque devemos sentir. Chega de ufanismo político, respeitem nosso Brasil.

DESPEDIDAEm cada ser humano existe a criança que sempre fez parte do

seu eu, mas que, pelas circunstâncias da própria existência longeva, aos poucos vaidespedindo-se... Iniciando nas atitudes, enfraquecidas dia a dia, sem ânimo de compartilharcom receio da intolerância dos que, consideram-se muito atualizados, sem paciência paraoferecer atenção que mais voltada em avivar o ego, tropeça no olvido de respeitar eaprender com a experiência.

Seguindo as atitudes, vai esvanecendo-se a criatividade,abatida pela sensação de declínio. Os ombros vão curvando-se, e o sorriso que sempreornamentou a expressão do rosto mesmo marcado pelo tempo, aos poucos desiste deestar presente. A despedida prossegue... Levando consigo o colorido, acompanhado dotalento de se deixar levar pela vida, que transforma cada instante de pequenosacontecimentos em oportunidade de realizar simultaneamente, estimulando o bem estar.Uma despedida lenta e imperceptível...

Convertendo a ausência numa vacuidade desanimadora, queentorpece o encanto e altera o estado natural, para seguir na insegurança de não atingir

objetivos. Assim... Vai perdendo a capacidade de sonhar... O que é umdesperdício e desolador, por estar aceitando encerrar, antes de saber oquando do fim.

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

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Américo da Silva TeixeiraColegiado/Rio Verde/GO

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8 9POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL----------------------------------------- -----------------------------------------

Beatriz Chicanelli SanchesAssinante/Cuiabá/MT

[email protected]]

Benedita Silva Azevedo Conselho/Magé/RJ

[email protected]

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

GOL FEITO

bem em baixo da trave do goladversário, sozinho,o jogador aprende com a emoçãode perder um gol feito!..

O MUNDO ATUAL

Amanheceu todo mundo acordouEntristeceuo sol não chegou Muito movimento começouAs crianças vendo televisãoTodo mundo falando :alou ?Tecnologia de alta definição As crianças em casa Só carros na ruaTodos na nave da NASAImaginando o mundo da lua Então e assim o mundo atualFaça sua partenão faça igual

CHEIRINHO DE CAFÉ

Cheiro da lenha queimandomisturado ao do cafée da neblina do rio.Ai, meu Deus que triste éficar tão longe de tudo...Mas, mesmo assim eu saúdominha Arca de Noé.

Casa de Itapecuru,com pai, mãe e onze irmãos,no quintal a bicharadapreenchendo muitos vãos...Pomar cheio de goiabasna porta velhas aldrabas,na despensa muitos grãos.

Hoje naquele terrenorestam ainda alguns traçosda vida que borbulhavae da família os abraços,agora, em outras paragens...Mas, lá estão as imagensque hoje seguem meus passos.

PARA APRENDER

Para Aprenderalfabetoou qualquer outrodialeto ou objetonão basta estar alertanão basta o concreto

Para Aprendere transformarconhecer em sabernão basta decretomuito menos resolveficar quietoem atitude correta

Para Aprenderqualquer coisaque lhe afetemarque, transformee se construa projetohá que circularo afeto

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

MEU AMIGO AMÉRICO

Ontem vium homem morto,sorrindoem seu caixão.

Triste ironia,todos choravam,ele sorria.

Sorria talvezpela jornada finda, a missão cumprida.

Sorria talvezpor estar livredas penas impostas,das dores sofridas.

E,por todos os outros motivosque alegassem seras razões de seu sorriso,a paz e o aliviocertamente que seriam.

Por isso que ontem viou imaginei ter vistomeu amigo Américo,sorrindoem seu caixão.

MUNDO

Vivemosno mundo físico.Num planetaque se auto-equilibrano espaço.Mas desejamosestabilidadee eternidade.

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10 11 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- ---------------- OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO

À PROCURA DE ELOS?

Algum suspense, um pouco de expectativa, talvez sejam, emalto grau, os ingredientes estimuladores e provocadores, que uma menina-moça precisapara iniciar seu romance. Porém, para aquela garota em particular, era preciso uma coisa amais, colocada bem no topo da lista, em grau de importância: os elos de ligação!...Sem entender ainda muito desse assunto, ela perguntou:

— Mãe, traduza isso para mim. Como compreender esses elos,se pouco entendo da vida amorosa de sentimentos e de sexo?!

Perplexa, parou, enquanto observava os olhos maternosarregalados, cravados numa expressão de espantos mil! Atenta, a mãe conseguiu respondertartamudeando as palavras:

— Elos são ligações, aproximações que surgem, fé formanatural, entre pessoas que freqüentam o mesmo ambiente e têm alguma afinidade emcomum.

— Mãe, não precisa terminar!Neste momento, a menina, demonstrando uma sabedoria que

não tinha e um enfado devastador, ficou calada e pensativa e fingiu estar observandoalguma coisa pela fresta da janela. Aproveitando o silencio das duas, o vento forte zunia,derrubando as folhas das árvores e espantando os pássaros, que para fugir de seu assédio,voavam para longe, à procura de um lugar seguro...

Após algum tempo, sem alternativa, porque nem mesmo deixaraque a mãe explicasse claramente, quais seriam os elos necessários para se levar em frenteuma relação, se afastou da janela, e sem olhar para trás, saiu e desapareceu no silêncionoturno, talvez traçando um plano para procurar seu amor.

Foi assim que, nesta noite quente de verão, sem o ventoimpertinente para atrapalhar, com a presença das cintilantes estrelas, inclusive das trêsmarias, ela começou a procurar por ele.

O encontro amoroso se iniciou no entardecer do outro dia,quando os raios do sol, ainda fortes, se misturavam com as nuvens que passavam,ziguezagueando e ornamentando o espaço. Não pensava, de maneira nenhuma, em ferir os

princípio arraigados de sua mãe, pois ela havia mandado os tais elos para oespaço, de preferência para bem longe dela!

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

ACADÊMICA RECEBE TÍTULO NO CÍRCULO MILITAR

No próximo 19 de Novembro, em Cerimônia realizada no Círculo Militarem São Paulo, será a outorga do “Premio Excelência e Qualidade Brasil2014”, que dará o Titulo de Comendadeira à Acadêmica Dra. CéliaGevartoski, Cadeira João do Couto, da Área de Ciências, da Galeria dosAcademicus Praeclarus do Clube dos Escritores Piracicaba. À destacadaos nossos parabéns.

Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

[email protected]

ENVELHECER(aos meus setenta anos)

Quando somos jovens, entre os dezoito e vinte e cinco anos enos deparamos com alguém com cinqüenta anos, achamo-lo “velho”. Hoje, porém, aossessenta e nove, quando sei que morreu alguém com setenta e cinco ou mais, digoespantado: nossa, ele ainda era tão novo não? Pois é, depois do Einstein, tudo ficourelativo. Mas o que é na realidade o “envelhecer”? Pode-se ser velho aos trinta anos e, aocontrário, jovem aos sessenta e nove, aos setenta e por aí afora. Envelhecer não é teralgumas dezenas de anos. Envelhecer é deixar de viver, é sentir-se cansado e inútil, étornar-se amargo, marginalizar-se, emudecer, encolher e outras tantas atitudes semelhantes.

É, enfim, deixar de fazer. O homem não pode parar, apesar dosanos. “Ferramenta que não se usa, enferruja”, já dizia meu avô. A vida é movimento, omundo é movimento. “Não pare de mexer a polenta que ela encaroça”, dizia minha velhae saudosa mãe, quando nos punha de castigo, à beira do fogão de lenha, mexendo a talpolenta nossa de cada dia. Assim, o tal envelhecimento precisa ser encarado como é feitonas fábricas de vinho ou de whisky, onde, para ser de boa qualidade, a bebida precisa ser“envelhecida”. É tornar-se mais doce e ameno, mais calmo e depurado, mais tolerável esaudável com os passar dos anos.

Envelhecer, é substituir o arrojo das atitudes impensadas, típicasdos adolescentes, por ações cautelosas e seguras ditadas pela experiência acumulada. É,tornar-se, pouco a pouco, sábio o bastante para entender que o tempo tem seu tempo, quea vida tem seu ritmo e que a natureza faz uma coisa de cada vez, no seu devido momento.Envelhecer é ter o acúmulo de conhecimento, manipulado com sapiência e utilizado sem aarrogância de quem sabe mais, mas de forma que as pessoas que nos cercam possamabsorver alguma coisa produtiva sem que a sua individualidade seja afetada.

Envelhecer é aplicar a teoria do amor incondicional, da nãocobrança exacerbada, da paciência em dar oportunidades sem impor condições. É não termedo de amar e de ser amado, é não ter medo de ensinar o que sabe mas estar sempredisposto a aprender mais. Envelhecer é como o trabalho dos editores, principalmente doseditores eletrônicos, onde você tira o excesso de imagens e cenas capturadas e coloca naseqüência apenas o necessário para dar sentido ao filme e passar a mensagem desejada.

Envelhecer é encarar com naturalidade a irreversibilidade dotempo mas manter a mente plena de vontades, a alma aberta às mudanças, o exercícioconstante da humildade, expulsar de vez a arrogância e permitir que o coração funcioneenquanto houver circulação de sangue pelas artérias. Assim, o envelhecimento torna-seindolor e agradável e o final da estrada chegará sem cansaço ou arrependimentos e aimagem que ficará é a de alguém que soube conduzir a vida na sua plenitude, respeitando

seus limites mas não deixando que as linhas do tempo se transformassemem barreiras à sua caminhada.

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12 13POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

A MULHER QUE FICOU

Ela ficou me esperandoDebaixo daquela paineira,Mas eu não pude ir.Ela ficou me esperandoDebaixo daquele Ipê,Mas eu não pude ir por quêA chuva caia forte,Chovia barbaridade.Que pena, morena,Não chore tanto assim,Tenha pena de mim,Perdoa-mePor favor,Meu único,Meu eternoE inesquecível amor!

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected] Carceles Tavares

Titular/Mogi das Cruzes/[email protected]

Carmen Elza Straub de AbreuDecana/Itapetininga/SP

NOSSA ÁRVORE DE NATAL

Quando eu era pequeninafoi plantada em meu quintal nossa linda arvorezinhaum pinheirinho de Natal.

A arvorezinha ia crescendocom seus galhos, bem esguia.Eu também ia crescendo,sempre, sempre, todo dia.

Hoje as duas já crescidasela já chega aos telhadosA família enternecidae os nossos Natais bem enfeitados!

O MISTÉRIO

Tenho um sonhoE uma estrela para alcançar!Que me ajudam a lidar com a vidaE com a imaginação e a fantasiaTenho o divinoPara lidar com os mistériosE a adversidadeSe enxergar o mistérioPosso aceitar o futuroMesmo que seja incertoSei que é a hora certa para mimAcreditar no mistério divinoE ver algo de bom em tudo na vidaTenho uma estrela para alcançar!

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

ESPAÇO ESQUECIDO

Quanto sofrimento.No reencontro de lamento.amento do afastamento.Serviu-nos como exemplo.

Quanta saudade de você.Que o tempo quase apagouQuanta lágrima minha derramadaQue meu travesseiro sugou

Quantos dos nossos ideais.Que só Deus guardouQuanto sonho nosso esperado.Que no passado ficou.

Quanta fantasia nossa desejada.De nada adiantou.Quantos dos nossos sentimentos.Que no abstrato ficou

Quanta imaginação criada do nada,Com o vento voouDias e noites lentos passaram.Enfim, o tão esperado chegou

Anos e anos repartidas.Nossa afeição à vida provou

Sem vingança no coração.Reeducada pelo Criador.E no amor nos preparou,E pra Ele nos separou

O VERDADEIRO POETA

Nos poemas eu mostro minha vida,Minha dor, meu prazer, minha paixão,Meu sucesso, fracasso, desventura...Pois eu tenho uma imensa inspiração.

Inspirado empunhando uma canetaEu me sinto com força de corcel.Cada verso trazido por meu estroFaz-me ser cada vez mais menestrel.

Não plagio trabalho de ninguémPorque tenho também sabedoria,E não fico somente copiando.Quem apenas faz cópia nada cria.

É melhor eu ser sempre um pobre vateDo que na poesia ser copista.Por mais fraco que seja o meu poemaCom certeza também sou um artista.

Não importa que alguém desvalorizeMeus poemas que faço com carinho.Não me abalo e da arte não desisto.Sigo firme trilhando meu caminho.

Semelhante a uma terra produtivaQue abastece as nações em todo o mundo,Os poemas que venho produzindoTêm provado que sou também fecundo.

A VOZ DO TEMPO

Sou o ser mais antigo do Universo.O não criado, o eterno, o soberano.Era já velho quando o pré-cambrianoViu a primeira vida. Eu ví o berço.

Deixei marcas no fóssil submerso.E, com paciência, um ano após outro anoSegui a evolução pelo cambriano:Tu passarás e eu guardarei teu verso.

Ví raças anteriores aos sumérios.Ví a ascensão e a queda dos impérios.Sou testemunha do dilúvio, o mito.

Ví a ascensão e queda de mil deusesE de nações os últimos adeuses.E ví Moisés tirando o hebreu do Egito.

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14 15POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

[email protected]

EU TE ESPERO!

Coração saltando da boca...Ainda retenho na memória,O sorriso, a alegria,Dos momentos derradeiros...Ainda tenho na boca,O gosto da boca,No derradeiro beijo!A força do abraço,Que me apertando feito laço,Dizia-me:- Tenho de ir embora... E agora?Ainda estas longe de mim...Só tenho lembranças como alento...E só elas restam...Mas não bastam!Pois não me consolam...

FOI ONTEM

Foi ontem, o sonho era realOntem?Sim, todos os dias foram ontemAssim é a vida, um diaSó um dia bem rápidoUm dia só é a vidaOntem só ontemHoje é apenas o ontemDe amanhãQue amanhã não o seráA vida é só um soproUm sonho irreal...

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

VIDA EM ARCO-ÍRIS

Ah! Se os sentimentos tivessem cores...O amarelo expressaria alegrias;

Vermelho, paixão; e a rosa, os amoresReais ou do mundo das fantasias.

Verde, a esperança a envolver nossos dias;Enquanto o roxo fluiria das dores.

Um arco-íris toda a vida seriaComo um jardim colorido de flores.

Seria tão fácil saber se alguémEstaria mais ou menos feliz

Pelas cores que em seus olhos tivesse.

Não aquelas cores que os olhos têm,Mas as que fluiriam qual chafariz

Dos sentimentos que em seu peito houvesse

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

CENTELHAS DE ILUSÃO

Meu coração agora incandescente,que se aproxima de ser pó, ser cinza,enquanto arde e é ainda quentemantém um velho chato e ranzinza.Enquanto o fogo existe, há esperançana ilusão fingida e na centelha,onde guardei com fé desde criançanão só o amor, também a minha ovelha.Hoje já sei que a paz nunca existiu,que a vida é tempo que escoa fácile o sentimento foi mais um ardilpara enganar-me de uma forma grácil.Por que será que a fé ainda persiste,entre os escombros desse corpo frágil,se no amanhã, por certo, nada existee até a mente já será volátil?Mas, no ocaso desta vida incertatalvez a paz se chegue e me consagre.Seguro a fé e fico bem alertapra ser o exemplo... Se existir milagre.São as centelhas de uma ilusãocomo esta fé que tanto me fascina,que indeléveis logo apagarão,tal qual a luz do dia... Que ilumina?

METÁSTASES

Abro a portaPego o trapoRapto rápido uma tâmaraE partoAtrás da tropa

O climaTenro e ternoDesnorteia e desorientaOs ponteiros

No meio do caminho De obsoleto basaltoEntre Creta e o Crato Uma carta caretaDe um senadorQue desonraO certo e o acertoQue troca o trecoCom reteco e sem recatoAbusando do podre poder

A poesia em metástaseA honra em metástaseFaço o contornoE a casa torno

HAZEL HOMENAGEADA COM MEDALHA DE MÉRITO A Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias outorgou aMedalhade Mérito Acadêmico e Diploma, na categoria Ouro, àAcadêmica Hazel de São Francisco, Cadeira Damázio Cardoso Monteiro,da Área de Letras, da Galeria dos Academicus Praeclarus do Clube dosEscritores Piracicaba, pela efetiva participação na cultura do País. Àdestacada os nossos parabéns.

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

[email protected]

CONQUISTAS

A vida é umexercício quenecessita de muitoesforço para venceros testes dodia a dia comdignidade ealegria.

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16 17POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

[email protected] Piaia

Conselho/Campinas/[email protected]

EM SI BEMOL

Tal águaMeu caminho é somente de idaNão voltarei para onde não me esperamRetalhos do passado não me detémO futuro, peças de um quebra-cabeça.

Tal ventoMeus passos são todos incertosLevo na boca um gosto de pavorHoje tenho apenas o vento a meu favorMas posso morrer na próxima esquina.

Tal fogoMeu destino se apaga com a chuvaE se altera com os saboresFaz clarão em mentes opacasPode estar sob meus sapatos sujos

Tal terraminha vida se molda com a águamovimenta-se com o ventoseca-se exposta ao fogo do sol.Se isto um dia for cantado,Que seja em si bemol.

NOITE ETERNA

Desejoque esta noite seja eterna,

que meus braços se transformemem elos mágicos

para retê-lo junto á mim sem que percebas as horas passarem...

Desejoque a natureza se apiede de nós dois,

que a lua nos contemple comovida e que o sol não tenha pressa

em iluminar a terra...

Desejoque adormeças ao meu lado

sem pensares no amanhã que se aproxima...

Desejoque teu coração esteja livre

de apreensões e de temores...

Desejoque esqueça a vida, se puderes.

e faças de mim, nesta noite eternaa mais feliz das mulheres!

ORGANIZADOR DO “POESIA SEM FRONTEIRAS “ É PREMIADO

O Acadêmico Marcelo de Oliveira Souza, de Salvador/BA, Cadeira MiguelGonzales, da Área de Letras, do Conselho Acadêmico do Clube dosescritores piracicaba, foi premiado no IV Concurso Literário da “Rede deFarmácias Pague Menos”, com o trabalho “Frasco”. Ao destacados osnossos parabéns.

Edielson José GroppoTitular/Iguape/SP

[email protected] Oro

Colegiado/Descanso/SC

QUADRO PUTREFATO

Tratores montados descalçosna garupa de um veloz cordelNada canta, mas repete o mesmo somRepercute em fome astralBombas em rachadurasFamigerada contínua composiçãoDestrói, fermenta, consome, feroz

Devasto horizonteDebaixo da pontePequeno montePedinte sem nome

Queria ver minhas estrelasCada qual com seu nomeQueria entender minhas sereiasCada qual com seu cantoHoje sento e contemplo ingratidãoHoje deito e medito a respeitodaquilo que queria, caio na solidão.

Garganta cortada pela máquinaSerra, serralharia, serrador, esquartejador.Muito embriagado pela força do trator.Vejo-o, passando por cima, matandoSai da frente, do lado, sob subsabe socorreLá vai mas um sororoque.

Aí daqui... barulho!!!Coisa chata pra burro.Bruuuuummmmmm!!!Infinitesimal torturaInfinitesimal moldura.

SER UTIL...

Convém ser útilAos irmãos da caminhadaQue trabalham de sol a solEm uma difícil jornada...

Convém ser útilAs pessoas do larQue lutam em harmoniaE labutam quase sem cessar...

Convém serútilA nossa mãe natureza.Respeitando suas leis,Pois o bem traz, com certeza...

Convém ser útilNa defesa dos animais,Os quais nos auxiliamE na preservação dos vegetais...

Convém ser útilTambém a nossa Pátria.Cultivando o patriotismoSem crimes de lesa-pátria...

Convém ser útilNa propagação da esperança,Da fé e do amor ao CriadorCom perseverança e confiança...

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18 19MEU VELHO CASACO

O meu casaco preferido envelheceu... Degringolou... Sim, omeu velho casaco está no fim... Foi meu fiel companheiro em dias frios, em noites emanhãs outonais e, principalmente em dias em que a geada, associada ao vento, obrigava-me a levantar sua generosa gola até à altura do nariz...

Teimo em vesti-lo e olho-me no espelho: está desbotado, echeio de pontas irregulares... Extremidades caídas e tortas, parecendo mais curto atrás emurcho nos ombros... Será?... Foi o casaco ou fui eu quem degringolou?... Tento consolar-me ao alimentar a suposição que tanto eu quanto ele apenas perdemos a antiga forma...Pudera! Meu velho casaco já tem 15 anos, o que significa dizer que, comprá-lo, eu tinha 15anos a menos... Sob essa ótica, ambos envelhecemos, inapelavelmente: ele se desgastoucom o uso (nem sempre cuidadoso) que fiz dele, e eu me desgastei frente labores e lutas,nem sempre bem-sucedidas, em andanças por invernias que ambos enfrentamos, sendoque nessas andanças ele sofreu bem mais do que eu.

Despontado?... Surrado? Deformado? Sim... Mas continuavaa ser o meu casaco preferido, embora eu tivesse de desistir de usá-lo em ocasiões em queo “olhômetro” da vizinhança tendia a provocar gestos de estranheza e a ensejarcomentários desabonadores, provavelmente pondo em dúvida a minha sanidade mental.Mas acabei dando um jeitinho: em torno das sete horas, ocasião em que chegava oprimeiro jornal que eu recebia, desfrutava a liberdade de usar o meu velho companheiropara realizar o breve percurso entre a porta do prédio e a caixa de correspondência...

Com essa aventura, meu dia ganhava algum alento e, aocomeçar a leitura do primeiro jornal, eu me sentia confortável e disposta a ativar a minharotina, cumprir minha agenda e para deslocar-me a lugares onde os dias de frio são umpalco para a exibição de novidades em matéria de moda, particularmente dos casacos deinverno, geralmente reinventados a cada ano...

Sim. Trocava o casaco velho por outro, não muito usado.Contudo, não podia eliminar as rugas que começavam a surgir e a multiplicar-se emmultiplicar-se em minha face, sem que eu pudesse detê-las, ou ao menos disfarçá-las, umavez que “já tendiam a passar do ponto” para sofrer algum tipo de intervenção à guisa dedisfarce... Mas... e o casaco? Que poderia fazer com ele? Ah! Sim. Doá-lo à Campanha do

Agasalho, iniciativa que se impunha frente à dura realidade de pessoascarentes (principalmente de agasalho...). No entanto, ao relutar, eu meperguntava:

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MICHAEL JACKSON

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/[email protected]

Quem eu amava há muito tempo me contou, e depois os fatosme convenceram: o Michael Jackson adotou a máxima do “falem mal mais falem de mim,”e ficou em cena, e todo mundo comprou e ainda compra os seus discos. Para se ter umaidéia, o Rod Stewart, vendeu 2 milhões de cópias do seu novo disco no mundo inteiro, oLeonardo vendeu muito mais somente no Brasil. Enquanto isso, o Michael não estápreocupado com a venda de discos, mas com o marketing pessoal. Tanto é verdade quepagou 3 milhões de dólares de indenização, num tribunal, porque achava que ninguém selembrava dele, e no final, a mídia fala mais dele do que de outros artistas, em todos oscanais de televisão, inclusive do exterior.

Quem eu amava há muito tempo me falou que: quem gosta ougostou do Michael Jackson, nunca percebeu que ele não se enquadra no grupo doshomossexuais. Dizem que ele tem “Complexo de Peter Pan”, que é uma síndrome que faz apessoa desejar ficar jovem a vida inteira. Essa versão, é mais verdadeira do que a dahomossexualidade, porque ele tem atitudes de criança: subir em árvores ou dormir combonecos, por exemplo, ou ainda porque tem um mini-zoológico no seu rancho. Dizem queé muito difícil uma criança não dazer uma dessas tres coisaas, ou todas elas jubtas.Como está preocupado mais com a imagem do que com a carreira, Michael, gasta fortunascom coisas que muita gente acha supérfluas: comprar os direitos autorais dos Beatles e teruma mini-Disneylândia, a “Never Land”.

Suas preferências pessoais, ele encobria com falsasorganizações que lutam contra a poluição, por exemplo, mas que todo mundo sabe quesão de fachada. Masa ele não se importa e continua sustentando essa farsa toda, nãoimpedindo, por exemplo, que as rádios fizessem um boicote para não tocar suas músicas.O resultado disso, é que muito pouca gente conhece as músicas do seu último disco,sendo as mais conhecidas aquelas que fizeram enorme sucesso, antes que a imprensa e oFBI caíssem no pé dele, querendo provar que ele estava envovido com pedofilia. Nãoestava! O genial intérprete do hit “Ben” apenas não tinha crescido, somente isso.

Nunca tinha sido homossexual, nem muito menos pedófilo,embora afirme que todas as polêmicas que rondaram a sua vida contribuíram para quealcançasse fama e gloria, mesmo vivida de maneira estranhamente particular.particular.Assim sendo, deixou o mundo ver o seu rancho, que logo foi invadido por policiais,mostrou a terra do nunca pagou a multa, foi maltratado por policiais, e de resto, quem nãosabe de toda essa estória? Na verdade sua vaidade chegou a tal ponto que, não podeconcretizar o amor de sua vida, pois a Diana Ross era mais velha do que ele, versão minha,como a da polícia também. Na verdade, ele gostaria de ser um personagem de desenho

animado ou em quadrinhos. Pobre e incompreendido Michael.

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João Gilberto PompermayerColegiado/Piracicaba/SP

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Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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O ESQUECIMENTO DE SUA NATUREZA ESPIRITUAL

Quanto mais apego humano se pratica, mais se esquece danatureza espiritual. É no agora que vamos tocar estrelas com as mãos escrevendo novaslinhas do Destino com privilégios de construir um novo caminho a ser vivido nesta atualexistência. Estamos em graus diversos de evolução e intenção. Vamos zelar por atitudesque constroem a inteligência emocional, luz para o momento vivido.

Não permita que o esquecimento de sua natureza espiritualtome conta da sua vida. essência existencial a mais nobre das virtudes e decidir entre ir ouficar, desistir ou lutar, porque no caminho incerto da vida, o mais importante é o de decidir,é o poder de decisão em ação. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas.. Nestalógica é que devemos reavaliar decisões para evoluir. Aparentemente, ninguém é o mesmopara sempre. Mudam as vestes, mas, a essência continua.

Construir uma relação harmoniosa entre deixar a vida apenasnos levar ou conduzi-la é um dos grandes desafios da atual existência. Quando os seusmaiores objetivos parecem muito distantes nada pode impedir de ir à busca do que realmentedeseja, a não ser você mesmo entre limites e possibilidades. Se você quer alcançar novosobjetivos, os pequenos passos são o mais importantes. E é assim que as avalanchescomeçam. Foque em um pequeno passo de cada vez. Não há nenhuma tarefa complexaque não possa ser dividida em pequenas ações, passos simples de completar.

Não subestime as pessoas, pois aprendemos com tudo e comtodos e nos pequenos passos, porque eles são tudo que nos fortalece. O mar calmo nãofaz um bom marinheiro. Então, após alimentar a sua mente inconsciente com esta harmonia,comece a dar pequenos passos e antes que você se dê conta, você estará harmoniosamentena direção certa, guiado pela sua mente inconsciente.

Reflita por um instante, sobre o gasto de energia e sobre aperda de tempo que algumas pessoas ainda insistem em manter. Calcule o imenso erro eperceba o quanto esta hora, este minuto escoado inutilmente por pensamentos,sentimentos e ações não podem ser recuperados e poderia ser utilizados apenas ao própriobem futuro. Devemos ter a capacidade de perceber o que pode nos auxiliar em nossamissão pessoal e o que pode nos distrair dela.

Mas, para isso, é de fundamental importância ampliar aconsciência que a missão existencial gradativamente abre-se para a realidade espiritual.Em tempo, e se Deus vos pedir contas da existência que vos concedeu, da missão quehaveria de cumprir, o que havereis de responder? Em que responsabilidade incorreria àsua volta? Se todos nós somos enviados e células do corpo de Deus, é evidente de queteremos que prestar contas do nosso tempo passado, presente e futuro.

Qualquer que sejas o instrumento de sua fé dará resultados.Pequenas porções de atenção consciente intensamente focada no bem e na harmoniapodem mudar qualquer coisa em sua vida. Quando estiver pronto para grandes mudançasa começar pela forma como encara a prosperidade, o poder milagroso dealcançar riquezas infinitas tocará sua estrela maior, sua existência. Bomdia e boas energias. Eu acredito em você.

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“ORA, DIREIS, OUVIR ESTRELAS?!”

Sim. E também o vento, a chuva, a lua, tudo isso é bem melhordo que ouvir gente que fala demais e não diz nada! Minha vida é cíclica. No momento,cumpro um ritual cansativo e delicioso de ver desabrochar as novas gerações. Parece queestou “de retiro”, enclausurada, com o ritmo normal em compasso de espera, adiando tudo,pisando leve, cantarolando, dando plantão na cadeira de balanço, relembrando histórias,trejeitos, falas e sentindo o coração se derreter qual chocolate no sol diante de sorrisos,beijos lambuzados e declarações de amor. Só não quero ficar piegas demais para escrever.

Porque sempre detestei textos autobiográficos e auto-elogiosos. As palavras têm que ter vida própria e, muitas vezes, chocar, surpreender, desafiar.Cansei de falar nas minhas rugas, que, a bem da verdade, nem são tantas assim. Cansei deme queixar de desamor, até porque sou muito amada, sempre fui, mais até do que mereço.Então, deixem-me contar das estrelas que acabei de ver. Elas sim são interessantes! Aquiestá um vento sul de dobrar figueiras. Assovia, bate portas e janelas, assusta. Depois detantos dias de chuva e umidade, hoje o céu ficou azulzinho e a roupa secou na hora.

O preço disso foi este vento demoníaco, com o qual não consigome acostumar. Agora a pouco, depois do banho, do chimarrão, do turno de babá encerrado,fui fechar a casa e, antes de puxar as cortinas, enxerguei o céu! Que maravilha! Vou ter queusar um chavão de letra de música, mas parecia realmente um manto escuro todo bordadode estrelas! Pra variar, fiquei matutando... Vou agora para o computador, depois para atelevisão e meu dia acabou. Quantas pessoas estarão assistindo este espetáculo de noitede dentro dos bares, dos restaurantes, dos shoppings, dos motéis, dos carros?! Será queessas pessoas vivem mais? Será que dormir, ficar em casa recluso não é desperdiçar estabreve vida?Quantas vidas, neste momento, estão fazendo coisas tão diferentes?

Quem vive melhor? O que cansa, ou o que descansa? O quetoma actíviapara ir ao banheiro regularmente, ou o que dá gargalhadas nos botequins,ouvindo piadas, bebendo e fumando? O que madruga, ou o que curte a noite acordado? Oque caminha de manhã cedinho, ou o que dança a noite inteira?Bem, vou passar a reflexãopara vocês já que neste ciclo da minha vida, a novela das nove faz parte.Ah, mas não deixem de espiar o céu. E ouvir as estrelas!

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22 23 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

AH! ESSA DIFÍCIL INSPIRAÇÃO!Esta semana pensei não conseguir fazer minha crônica. Muita

tristeza! Como conseguir inspiração? O mundo parecendo desmoronar no Brasil (e lá foraesses fenômenos destruidores também não andam nada fáceis, não).

A chuva inclemente querendo arrasar tudo, a natureza sevingando de uma maneira cruel e devastadora, e as perguntas e explicações que nãoencontram respostas nem sentido se, são as desobediências dos homens perante ela, ounas costas viradas de Deus parecendo estar descrente e enjoado das incoerências eagressões desses, tão desrespeitosos, desumanos e violentos... Colheita terrível de umplantio desregrado e inconseqüente.

E, daí, a dor estampada em rostos e corpos mutilados emdesamparo e sofrimento incalculáveis dos que perderam não somente seus bens materiais,mas, parentes, amigos e entes amados! A estupefação toma conta de tudo, pois apenaspresenciar pela tevê aquele horror, já dói demais. Apesar dos atos oferecidos desolidariedade e acolhimento comoventes, a alma da gente parece ficar pequena, nãosabendo o que fazer para ajudar, a não ser orar muito elevando os olhos aos céus,insistindo e implorando Àquela misericórdia divina que não pode faltar nesses momentosprincipalmente, único recurso para fatos que atingem o ápice de qualquer entendimento!

Uma aberração para uma tragédia tão grande e um desafionos sentimentos, principalmente para a fé tão difícil nessas horas fantasmagóricas, até!Depois, esperar daqui a pouco, para começar tudo de novo!

Raça, força e coragem para enxugar as lágrimas e dominar oestupor e a saudade tão dolorosos! Arregaçar as mangas então, será a única maneiraimprescindível, e partir para a luta, a fim de transformar os novos sonhos em novasrealidades, mesmo porque a vida caminha para frente, sem trégua e sem parar. Muitodifícil, e não são todos os que conseguem agir assim.

Desistir, porém, seria alimentar o sufoco e o tamanho dessadesgraça, o que atrapalharia sobremaneira a solução para o andamento dessa situaçãodeplorável! Tomara haja muita cooperação e interferência urgente nos órgãosgovernamentais apropriados, e, que as promessas saiam dos papéis cumprindo suasobrigações para com tantos cidadãos brasileiros, tão duramente atingidos pela tragédiadesses dias. No mais é aprender e se conscientizar, que a Vida possui normas e leis aserem seguidas, cumpridas e respeitadas, pois, seu descumprimento tanto físico, comomoral e espiritual demonstram ser os maiores responsáveis pelos descontroles querespondem dantescamente, como tem se manifestado em tantas catástrofes, e que o serhumano despreza, finge não ver, ou não quer tomar conhecimento, mas, que asconseqüências jamais deixarão de se manifestar. Humilde e insistentemente peçamos que

Deus Pai se apiede do nosso planeta tão sofrido!

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

SUCESSO

O que de fato é sucesso na vida?Vale a pena a galeria da fama?Ou será embuste à pessoa tolhidaNas malhas rijas de sua própria trama?

Ter na vida como alvo o sucessoAliás, como único alvo, é obsessãoÉ palmilhar a vereda do excessoÉ equívoco ter tamanha ambição.

Sucesso a qualquer preço, a qualquer custoEis aí de alguns, o perigoso lemaIgnorar o direito social não é justoA consideração é virtude suprema.

Nessa ânsia, resvalam à imoralidadeColidindo suas vidas com a desgraçaSe não se revestirem de humildadeSerá vida inútil, contínua ameaça.

Sucesso é ter a serena consciênciaDe ter feito de Deus, a Sua vontadeEle que nos deu percepção, inteligênciaPara tratar o próximo com dignidade.

A BRISA DO MAR

A brisa do marvem leve e soltacomo se fosseuma nuvem no céu.Sem cor ou sentimento,vem à brisa do mar.

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

[email protected]

Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

[email protected]

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

PRIMAVERA

O manto negro da noiteenvolve a NaturezaO pássaro despertaemite seu canto novosaudando a Aurora.Um Novo Dia.A passarada miúda desperta em Coro Matinal.Uma Prece para que a Luz Divina abençoe o dia que vai nascer.O sabiá emite seu canto fortedesafiando a todos a brindaro primeiro raio de Luz.O dia nascebanhado de Luz douradaé a Auroraé o nascer num raio de Sol.O sabiá emite seu canto a passarada se aquietaSilêncio.

Ao raiar o diaA cidade despertaCanta! Oh! Sabiá!

TAPERA

VazioAbandonoResta apenasSolidãoEspectrosVagam retalhosDaquilo que foiLembrançasAngustia pezaresAo ver tão inútilAquilo tão útilUm dia já foi

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Maria Gertrudes Horta GrecoConselho/Guaratinguetá/SP

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

ENCONTRO

Eu te vejo simcomo um sentimento]uma luz que invento]pra tentar sobreviver

Eu te encaro assimcomo um caso sériocomo um mistérioque envolve o meu ser

Eu te sinto em mimcomo a dor latenteestrela cadentena constelação do mar

Eu te encontro enfimcomo um sol distantecomo um viajanteque partiu pra não voltar

PARAÍSO

Fechou-se por inteiro, se calou...Deixou passar o tempo, bom remédio...Mas depois que todo este passou,Sua vida no final tornou-se um tédio...

Quanta mágoa... Quanto arrependimento,Em deixar a vida assim passar...Valeria todo este sofrimentoJustamente por não saber amar?...

Foi-se o tempo, este que não volta mais...E nem traz de volta o que é preciso,Para quem realmente quer viver...

Mas, se soubesse, buscaria a paz,Saberia viver neste paraíso,Conseguindo nesta vida, alguém ser!!

PENSAMENTO CONFUSO

Palavras agitadíssimas e desorganizadasgiram enlouquecidas e impetuosamente.Tento acalmá-las e tranqüilizá-las,mas ficam indiferentes aos meus pedidos.Ignoram-me ou fingem não me ouvir.Do que fogem? Não sei!...Possivelmente de problemase da triste realidadeque a sociedade está enfrentando.Chamo-as, suplico-as... Nada!...A balburdia é intensa!Cansada, triste e decepcionada,busco concentrar-me na belezados olhos de uma garotinha,que é toda amor;no entanto, não tenho sucesso,pois meu pensamento continua confuso.Desisto e vou dormir na expectativaque, após, uma noite de sono,tudo se normalizee eu possa a voltar à minha leitura.

Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

[email protected]

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

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José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

[email protected]

CENA

Fico ansioso,Doido para revê-la,Doido parta encontrá-la.Então, procuro-a,E, quando a encontro,A cena se repete:

A amada, com suas emoções,Aperta-me em fortes abraços,Fazendo com que nossos coraçõesSe unam em amorosos laços!

AMOR

Amor que move montanhasAmor puro tem que ser assimÉ o que sustenta o mundoAmor que não pode ter fim

Amor, que dizem os poetasÉ o preferido por mimPorque ele só traz alegriaE faz com que sempre diga sim

Amor, que a vida nos revelaAmor que vem de Deus, enfimE nunca acaba sozinho

Amor, é o que sinto por tiQue um dia, por caprichoDeixou vazio o meu caminho.

NOSSOS OLHOS

Nossos olhos não se cruzamE os meus guardamUm desejo imensode se cruzar com os seus.Seus olhos têm alma de artistaE os meus, veneram a sua arte.

Seus olhos são o marQue os meus querem mergulhar..São o céuAzulLímpido...E os meus olhos queremVirar um pássaroPara neles poder voar...

Meus olhos procuramDesesperados os seusMas os seus olhos nãoAcham os meus...

Nossos olhos, juntosPoderiam encontrarO êxito completo.Seriam céu e mar...

Mas nossos olhosNão se cruzam.E os meus, guardamUm desejo imenso a .De se cruzar com os seus

AS PEDRAS

Com pedras dápara fazer uma ruaque tem pessoas;que tem harmonia;que forma uma família.Na família háverdadeiro amorcom respeito e alegria.As pedras constroemcaminhos;a família mostrao caminho.

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

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Maria de Lourdes S. Rossi MachadoPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

Maria Carolina AmaralTitular Emérita/Minas Novas/MG

[email protected]

O MILAGRE DO AMANHÃ

Hoje só tristezaQuem sabe amanhã...Hoje só incertezaQuem sabe amanhã...Hoje meu mundo caiuQuem sabe amanhã...Hoje a terraAos meus pés ruiuQuem sabe amanhã...Hoje as lágrimasInundaram minha almaQuem sabe amanhã...Hoje minhasConvicções desabaramQuem sabe amanhã...Hoje o abandono me embalouQuem sabe amanhã...Hoje a solidão foi meu refúgioQuem sabe amanhã...Hoje sou órfã do mundoQuem sabe amanhã...Hoje sufoquei meus sentimentosQuem sabe amanhã...Hoje... quem sabe... apenas hojeHoje... penso que não haverá...

... amanhã...

A flor orvalhadaEntre lençóis, pós-prazerAcordei sozinha.

DIFERENTE

Neste momento, debruçada na janela,aprecio um fascinante amanhecer.Meu olhar é um acordar,em que me vejo aconchegadapelos braços de meu amor.Ao seu lado, tudo é diferente;belo como este nascer do dia.Nada é capaz de quebrartamanha beleza e encanto.Sinto-me cantar dos pássaros,sinto-me perfume das flores;sinto-me natureza;sinto-me amada e querida;sinto-me feliz e realizada;sinto-me diferente...

REDESCOBRINDO

Do crepúsculobrumoso, esfumado,como se fossem estrelas cadentes,surgiram promessasde mudanças,de doces loucuras,de sortes, de riscos,que acenderam no meu sero desejo de redescobriro sentido da vida.

DECLARAÇÃO

Não! Eu não amo São Paulo!Não amo por ser apenasA terra hospitaleira ondeNasceram meus paisAonde vim a nascer eAonde firmei o meu lar.Amo este Estado colosso,Este gigante amigoQue abre os imensos braçosPara todos que o procuram.

Bandeirantes e emigrantes,Índios e negros escravosO seu solo desbravaramAqui deixaram heranças,Seus hábitos, suas culturasAlém de marcas deixaramLaços de irmandade.Babel de sons e idiomas,De sonhos, de ideaisDe bucólicas cidades,De campos, de lindas praiasE centros industriais.Terra onde tudo se encontra,Terra onde todos se encontramAmo São Paulo porqueRetrata o próprio Brasil

Mara Sílvia Munhoz BerniniConselho/Jaú/SP

[email protected]

Maria Antonina de Lima SoldáConselho/São Paulo/[email protected]

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

Parece que sempre o vejoa exibir um bilhetinho,que saudade do realejodo verde periquitinho!

CHEIRO DE MATO

Ruas da minha infância,Maquiadas, se distanciam.Não as reconheço, senãoEm minha memória.

Entre avenidas sinuosas,Sob o brilho dos néons,a cidade se transforma,Adquire outros tons.

Dentro do novo, tolhidoFicou o passado.Reescreveu-se a história.

No porta-retratos, a saudadeQue trago comigo.Jaú com cheirinho de mato eSabor de tempo antigo.

RACIONALIDADE

As Grandes Empresas Privadasestão transformando, subliminamente,Estado de Direito em Estado de Mérito.Isso parece muito justo e produtivomas, será bompara nós,Pessoas Privadaspublicamente?

Ou tudo não passa apenas de Ilusão,ou uma grande escravidão?Que devo tragar, com os pés no chão!

Renato Afonso MoreiraConselho/Montes Claros/[email protected]

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A ESCOLINHA DA FAZENDA

A vassoura de piaçava levantava nuvens de poeira enquantobailava pelo terreno ao redor da escola. Terra batida onde algumas galinhas insistiam emciscar. Vez ou outra ouvia-se o grunhir dos porcos e o mugido sonoro de uma vaca. Nós,as crianças, corríamos inquietas por todos os cantos com criatividade e contentamentoinvejáveis. Esconde-esconde, pega-pega, cabra-cega ou um simples corre-corre que paraos adultos não tinha sentido algum. O tempo passara e já haviam esquecido a alegria desimplesmente explorar o mundo e desafiar as próprias capacidades.

Crianças haviam muitas. Filhas do Coronel, dos empregados egente que vinha de longe para aprender alguma coisa naquela escolinha, modesta egrandiosa, que se erguia solitária em um canto da fazenda.Eram muitas crianças. Maria da Guia, Joana, Carminha, Tereza, Clarinha, José – o Zé,Sebastião – o Tião, Marçal – o Chicote, Vanderlei – o Delei. Esses eram alguns, maispróximos, brincávamos juntos, mas na hora da escola surgiam outros, mais tímidos oudonos de si, valentões e namoradeiras. Dalva era a mais namoradeira. Vangloriava-se porter beijado todos os meninos e para entrar no clã dos meninos havia a regra de já terbeijado Dalva, com o risco de ser excluído do grupo.

Mas se tinha escola, tinha professora. Era uma. Uma que valiapor muitas, por dimensão e conhecimento. Era Dona Lode. Atenciosa, avantajada e severa.Conseguia ser tudo. Ela era a escola. Se alguma criança não aparecia, ela aparecia na casada criança e no dia seguinte lá estava, em geral com lágrimas nos olhos. A distância entrea casa e a escola era grande. Ia-se a pé. Algumas descobriam coisas interessantes pelocaminho e se esqueciam das obrigações. Mas Dona Lode não se esquecia de nenhuma.Ensinava todos juntos, o que começava a aprender, o que gaguejava na leitura e o que jália livros. Ao redor da escola aconteciam as festas. Duas no ano. A festa de Santo Antonio,com fogueira, balões coloridos, batata doce assada e uma mesa repleta de doces.

Depois a quermesse de Nossa Senhora Aparecida. Em ambascomeçava-se com o terço, as aclamações, a benção do Padre Godofredo e muita diversão.Dona Lode cuidava de todos os detalhes. Ela era a festa. A escola também servia paraalgumas coisas que amedrontavam as crianças. Lá eram dadas as vacinas e o médico, detempos em tempos, ficava lá para atender a todos. O Dr. Célio, dentista, também se postavaali, sereno e sorridente, mas não enganava as crianças com aquele brilho no olhar. Sabíamossuas reais intenções. Na escola se faziam reuniões. Mas aí as crianças não participavam.Às vezes saía até briga. Aí víamos Dona Lode escorraçar com eles. Ela era a ordem.

Na nossa sala de aula também acontecia missa, batizado e atécasamento. A escola era o ponto de encontro de todos. Maria da Guia era franzina, decabelos avermelhados escorridos, grandes óculos, meiga e divertida. Os meninos não seencantavam por ela. Era a preferida de Dona Lode. Estudiosa, comportada, dedicada.Encantei-me. À princípio conversávamos muito. Depois veio o namoro. Outros namorostambém se iniciaram ali, em nossa escola da fazenda. A Carminha e o Chicote, a Tereza e oTião. Da Carminha nada sei, a família mudou. Tinham voltado para o norte. É o que diziamtodos. Não sabíamos exatamente o que isso significava.

O Zé enrabichou com uma sirigaita da cidade chamada Adelina.Clarinha, muito tempo depois, soube que havia sido internada em um hospício. Louca. O

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Odila PlacênciaTitular/Barueri/SP

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Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

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Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

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PARABÉNS

O Clube dos EscritoresDa linda PiracicabaConserva os seuspendores,Senão a poesia acaba.

Carlos Morais, amigo,É enorme o seu talento,E conte sempre comigoA toda hora e momento.

Temos um papel singular,Que é divulgar a culturaEm todo e qualquer lugar,Só com mensagem pura.

Quero parabenizá-loPelo seu alto valor,De longe quero abraçá-loComo um simples Trovador.

PRIMAVERA OUTONAL

Na semente que germinaNa planta que cresceDesenvolve e energizaVejo a força motriz da vida

E na internet vejo irmãosBuscando coisas, zapeando,Procurando, quiçá, o conhecimentoQue jaz a seus pés

Busca insana de quemProcura longe, longeO que está bem perto,Bem perto mesmo, de si mesmo!

O REFLORESCER DO AMOR

Quem é você que assim,de repente, se infiltrou em minha vida?De onde surgiu você que de improvisoatravessou meu caminhodesviando meu destino.

Eu estava enclausurada.Nada mais me importava.Agora você vem querendo me amar,e eu, sem saber o que fazer.Não sei se posso acreditar no teu carinho;se meu coração vai de novo se apaixonar.

Quisera poder esquecer para me entregartotalmente nesse amor, que de repentetomou conta do meu ser.Quisera poder esquecer para te ofertarum carinho que julgava não mais ter.

Mas, você surgiu no meu destino,fez-me sentir que ainda poderei ser feliz.E o amor que guardei dentro de mim, sem remorsos, poder te oferecer,

para depois chegarmos,onde o destino traçado,dos caminhos, antes, caminhados;daquelas lembranças e guardados,que estavam num passado apagado,reflorir num novo amanhecer!

LUZES

Que a tristeza pereça...Que a alegria aconteça...E que o amor sempre vença!

Mirian CurryColegiado/São Carlos/[email protected]

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30 31 ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ------------------ ------------------Delei caiu na bebida. Perdeu-se. Já havíamos deixado a escola quando soubemos que elaseria fechada. Dona Lode tinha momentos de fúria e de lágrimas. Ao que parece seriadesativada, pois todos deveriam ir estudar na cidade e haveria um ônibus para levar ascrianças até lá. Sentíamos estar em uma Sexta-feira Santa.

O clima era de luto. Lembro de Dona Lode comentando comminha mãe “os sonhos são como bolinhas de sabão”. Tinha os olhos encharcados.Todos achavam que ela não iria aguentar. Se a escola fechasse, Dona Lode morreria.

Agora estou na cidade. Tenho um comércio de fertilizantes.Casado com Maria da Guia. Pai de Gustavo e Denise. Sempre levo as crianças até osescombros da antiga escola. Lugar de sonhos. Bolinhas de sabão que começam a flutuarrepletas de pequenas estórias. Um laço que meus filhos nunca poderão entender. Hojevão à escola. Uma boa escola. Vejo que surge em algum momento uma Dona Lode, mas aescola é um prédio. Diferente da escola da fazenda. A escola era cada um de nós.

Outro dia vi a Dalva no mercado. Preferiu continuar beijandooutros garotos. Conversamos alegremente rememorando nossa antiga escola. Nas ruínasda escola não há crianças brincando. Estão em casa explorando redes sociais, jogandoWarCraft e navegando por outros ambientes virtuais.

Uma outra relação entre as pessoas e a escola se constrói ealimentado por minhas lembranças ainda não sei precisar se são relações boas ou ruins,contudo diferentes das que pudemos viver em nossa infância e adolescência.

Soube que Dona Lode havia sido convidada para trabalharna escola da cidade, mas não pode. Lá se exigiam vários títulos que Dona Lode não tinha.Então ela não servia. Ao que parece abriu um comércio na cidade e passou a realizar afesta junina na praça e uma grande quermesse no dia de Nossa Senhora. Ela era a força.Em alguns momentos penso em reerguer a escolinha, mas os tempos são outros. Ela nãoteria o mesmo significado. Não teria Dona Lode, nem as crianças daquele tempo, nem oPadre Godofredo ou o Dr. Célio. Ela foi um momento precioso e hoje uma relíquia quecada um acalenta a seu modo, mas sempre de uma maneira feliz, algo que foi bom e nos

marcou para toda a vida.

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

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GANHADOR DO “PRÊMIO DRUMOND DE ANDRADE” LANÇA LIVRO

O Acadêmico Benedito Carceles Tavares, de Mogi das Cruzes/SP,Cadeira Neide Carceles Tavares, da Área de Letras, do Quadro deMembros Titulares do Clube dos Escritores Piracicaba, autografará oseu novo livro “Amor de um Excepcional”, no dia 11 de novembro nCasarão do Carmo, em Mogi das Cruzes/SP. Lançamento do GrupoEntremeio Literário. O autor recebeu em agosto, em Itabira/MG, o TroféuCarlos Drummond de Andrade.Contato: [email protected]

O ASSÉDIO MORAL

Nesta semana esteve amplamente divulgado pela imprensa oAssédio Moral, principalmente na área educacional, onde coordenadores, diretores e atéos próprios professores, usam contra os colegas esse famigerado ato, que denigre e atingeintimamente o ser humano.O assédio moral ultrapassa as fronteiras do ambiente escolar, deoutra forma, atinge o nosso sistema social, onde somente são valorizadas as profissõessem a importância devida(jogadores de futebol, modelos, etc.) em relação ao que ganha.

Onde o povo esfomeado aplaude o seu ídolo, que representaum paradigma para toda a sua camada. Amoral está todo o nosso país, onde as chagas seabrem cada vez mais e a nossa longa paciência espera até o amanhã, diante de todo essecaos de roubo e corrupção, que se encontra a nossa nação.

Num poço sem fundo, o assédio moral permanece em todos oscantos, devido ao nosso comodismo, que acorrenta a nossa classe (professores) e escraviza

a nosso povo, na senzala do cotidiano.

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

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MORADORES DE RUA

Deus tenha piedade desses pobres seres humanos , semfamília, sem documentos e sem um teto como moradia. Já não chega tanta dificuldades ,falta de emprego, sem dinheiro, sem saúde, até sem dignidade, não tendo o que comer ouvestir. Sofrendo todo tipo de humilhação, sendo ignorado, não sendo respeitado comoser humano, sendo tratado pior que um animal, pois o animal tem que ser tratado comcarinho e respeito.Como um ser pode ter a coragem ou melhor dizendo a covardia, de na calada da noiteatacam esses seres humildes e desamparados , atacá-los até a morte

É inacreditável, tamanha a maldade humana, a violência dasnoites escuras é dramática, pobres criaturas, não tem em quem se apoiar . O mundo écruel! Onde estavam as ONGS dos Direitos Humanos, que só protegem os bandidos? Eos políticos onde estão? As associações religiosas? O voluntariado? A polícia, onde estáa polícia? E nós, o que estamos fazendo? Andamos com os vidros dos carros fechados evirando o rosto, não querendo enxergar a miséria humana.

A que ponto chegou. É muito mais prático, promover chazinhospara as associações, enviar um quilo de alimento para alguma entidade eestamos quites, com a alma lavada. É isso ai! Mundo cruel!

Jamile AssefTitular/São Bernardo/SP

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Luiz Haroldo G. de SoutelloColegiado/Jundiaí/[email protected]

RUY AFFONSORuy Affonso, por extenso Ruy Affonso Machado (1920-2003), é o

Patrono da Cadeira nº 100 do Clube dos Escritores, ocupada por mim. Preparei alguns apontamentosa respeito dele, para que os futuros ocupantes dessa Cadeira saibam quem foi seu patrono. RuyAffonso não nasceu em Piracicaba e nem morou nela, mas era primo do renomado escritor BrasílioMachado, um dos fundadores da Academia Paulista de Letras, ao qual Piracicaba deve o cognomepoético de “Noiva da Colina”. José de Alcântara Machado, filho do primo Brasílio, nascido emPiracicaba, sucedeu o pai na Cadeira nº 1 da Academia Paulista e também ocupou cadeira naAcademia Brasileira. Outros primos de Ruy Affonso são dois renomados professores da ESALQ,José Otávio Machado Menten e José Fernando Machado Menten, ambos com prole nascida emPiracicaba, Marianna Moreira (Machado) Menten e Marcella Moreira (Machado) Menten, filhasde José Otávio, e Fábio Machado Menten, filho de José Fernando.

Robustas, portanto, as ligações genealógicas de Ruy Affonso com aNoiva da Colina. Embora mais conhecido do grande público como ator e diretor de teatro, cinemae televisão (foi um dos fundadores do TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, em 1948, bem como ocriador e primeiro Diretor do Teatro da USP, em 1955), Ruy Affonso também se destacou nocampo das letras, como jornalista, crítico de teatro e de música, dramaturgo, ensaísta, polemista,prefaciador e poeta. Como linguista, escreveu um ensaio intitulado “Padronização da ProsódiaBrasileira”, publicado nos “Anais do Primeiro Congresso Brasileiro da Língua Falada no Teatro”(Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro, 1958). Como poeta, pertenceu à chamada“geração de 48” (ano da fundação do Clube de Poesia de São Paulo). Publicou oito livros de poesia,a saber: “Rumo Enxuto” (1950), “Cinco Canções para Elisabeth” (1957), “Epigramas” (1959),“Romance da Rosa” (1962), “Sombra e Vento” (1966), “Contraponto Paulistano” (1969), “BurlasBurlescas” (1972) e “Cancioneiro de um Jogral de São Paulo” (1985). Este último reúne os setelivros anteriores e duas coleções de inéditos, “De Vário Tempo” e “Poemas Concretos”, além detraduções e versões de poemas próprios e alheios.

Os poemas de Ruy Affonso foram muito elogiados por gente queentendia do assunto, como Cecília Meireles, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, ManoelBandeira, Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo e, em Portugal, Miguel Torga e AlmadaNegreiros. Para Guilherme de Almeida, o “Romance da Rosa” é um dos mais belos poemas emlíngua portuguesa, e Miguel Torga disse que “Rumo Enxuto” é um verdadeiro achado. Emboragrande poeta ele próprio, Ruy Affonso é mais lembrado, nos meios literários, como o criador ediretor de “Os Jograis de São Paulo”, um grupo de quatro atores que diziam poesia em “coralfalado” (alternância e sobreposição de vozes).

Osoutros componentes do grupo variaram ao longo do tempo, masRuy Affonso participou de todos os mais de mil e duzentos recitais dos Jograis, em seus quarentae oito anos de atividade, com trinta e cinco programas diferentes. O primeiro recital dos Jograisaconteceu em São Paulo, em 1955, com um programa inteiramente dedicado a Fernando Pessoa, atéentão praticamente desconhecido no Brasil. Inversamente, em 1957 eles levaram a Portugal umprograma de poesia brasileira, que estreou no Teatro de Dona Maria II, com a presença do PresidenteCraveiro Lopes, ministros de estado, corpo diplomático e numerosos escritores de renome. Duranteos aplausos, Almada Negreiros saltou para o palco e, abrindo os braços, gritou: “Obrigado porvocês existirem”. O mesmo Almada Negreiros organizou uma recepção aos Jograis na casa de umairmã de Fernando Pessoa. Nessa oportunidade, Ruy Affonso foi um dos primeiros a ter acesso à

célebre arca de manuscritos inéditos do grande poeta português, que até hoje vemsendo editados aos poucos.

O MURMÚRIO DAS FLORES

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Manhã de sábado primaveril. Há um silêncio profundo inundandoeste recanto tatuiense que recebeu na pia batismal o belo nome de “Colina das Estrelas”... Umsilêncio tão profundo que nos permite ouvir, com o bulício do vento, o murmúrio das floresdesabrochando. Vou caminhando sem pressa, pisando o asfalto de suas ruas largas; vou lendo nasplacas de cada esquina o nome de professores e professoras que identificam essas alamedasencantadoras. Não conheço homenagem mais feliz.

Tenho certeza absoluta que tais mestres e mestras continuam nosensinando na quietude de cada sala de aula da imensa escola sideral, com a mesma paciência eperseverança de antigamente, quando mourejavam aqui na terra. Vou caminhando sem parar,perambulando pelas sombras dos arvoredos, e ouço na frondosa copa das sibipirunas a maviosasinfonia dos coleirinhas e tico-ticos; lá mais distante, destaca-se o canto monótono de um anusolitário e a algazarra dos indiscretos bem-te-vis; de repente, ao ingressar na avenida, uma surpresachega ao meu ouvido: os galos intrometem-se na sinfonia com a estridência de seus cantos milenarese vão cantando, um aqui, outro ali, outro acolá, num diálogo sem pausa. Sempre se comunicaramassim, mesmo antes do celular. Minha caminhada vai chegando ao fim. Uma pomba, “pombinha doar”, como diziam meus amigos de infância, alça voo pertinho de mim. Assustadinha, talvez tenha idochamar os quero-queros que hoje se atrasaram ou viajaram, pois o campo de futebol está vazio.Agora, as andorinhas velozes recortam o espaço em vôos elegantes e vão pousar na antena espetadana cumeeira da casa do meu vizinho.

Cheguei, finalmente, a minha varanda. Vou esperar o entardecer.Debruçar-me na janela do mistério e contemplar o pôr-do-sol. Aquele sol vermelho, moedaincandescente, escondendo-se, vagarosamente, na fímbria do horizonte, lá no céu de Tatuí. Depois,serei um sonhador mirando a cidade a luzir na imensa cortina da escuridão e entãodormirei tranquilo, sono de menino, ouvindo, santamente, o inefável murmúrio das

flores.

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

[email protected]

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

CONDUTOR DO PECADO

O automóvel cinza-prateado importado, bonito, confortável, com o“Coroa” assoviando, antevendo a “curtição” do amor doido de logo mais.Ela chega. Ele abre a porta e a jovem entra. Sorridentes seguem no carro na avenidapouco transitada. Para trás vai ficando as residências conjugadas, as escadarias, com osmoradores pobres, castigados pelo destino impiedoso.

-- Vamos para aonde, Otávio?-- Vamos para um Restaurante recém-inaugurado, em Boa Viagem...

Você vai adorar!-- Tudo bem.Novos sorrisos. E a mão esquerda dele lhe procura a coxa morena

dourada, exposta pela minissaia e que devagar a acaricia, no prenúnciodo pecado noturno... O carro-prateado macio, confortável, condutor dopecado se distancia na noite da cidade de Recife.

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3534 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

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Pedro Luiz Dias GaluchiDecano/São Paulo/[email protected]

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

[email protected]

Regina Mércia Sene SoaresColegiado/Novo Horizonte/SP

[email protected]

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

TESOURO MAIOR

Eu saí pelo mundo a procuraro tesouro maiore mais importante.

Procurei...Procurei...Procurei...em todo canto e não achei!

Então desistiPorque nessa procuraAlguém me fez ver e acreditarQue neste mundo, a verdade lapidare o tesouro de maior valor

E ter amor!Viver com amor!Para o amor!Pelo amor!...

PONTO FINAL

Nunca procureinem procuro.Mas, deve existir um lugar,onde eu possa descalçar as botas.

Onde talvez encontrejunto ao muroruínas de um antigo portal,onde sombras convidam.

Onde desconhecidas vozesmurmuram mantras:“buscai e achareis”,“pedi e recebereis”.Batei e lhes serão abertas portas.

Tolas esperanças,se a morte não sobrevierantes da descoberta,será o ponto final.

A DIREÇÃO DO VENTO

Corta os pés pelas mãos retiraa direção do vento altera a altitudeda montanha e se desfaz em geloliquefeito bebe o entardecerNada ergue em honras descobertasCata o pão amassado e ao demôniodeseja boa sorte Esfacela a conversaem retorno e emudece a paredea caricatura desce do pedestale se enfurna em sossegoAntecipa o feriado esqueceno presente o lamento Caçaas mãos pelos pés e se endireitaao chamado do sexo em razõesdesenfreadas Avança no estupordo disparo e acomoda o corpoao espaço.

INSPIRAÇÃO E AS MUSAS

Me dê um temaPego e quebro a cabeçaNeurônios em cambalhotaE após algum dilemaPode sair um poemaUma piada, uma chacotaHomenagem a quem mereça

Me dê um assuntoSe precisar eu me reviroFalo tudo o que queroDo vivo e do defuntoSe eu digo não retiroNão fujo de ser sinceroElogio a quem eu admiro

Me dê um moteQuase tudo se dá jeitoAgiganto um baixoteDo vendaval crio uma brisaSe a rima der defeitoAbro livro, faço pesquisaVerso torto, endireito

Me peça um sonhoQue eu invento uma mentiraPras moças uma mesuraBaixa o santo em ziquiziraClareia noite escuraDeixo o triste risonhoPonho na vida ternura

E se fizer um desafioDe deixar mente confusaDizer do amor e da paixãoPeço socorro a uma MusaPelo corpo sinto arrepioAbro de pronto o coração

Vem-me toda inspiração

MÁGOA DE POETA

Homem da terra, ó ser vaidoso e pobreQue os olhos, ergues à mansão divinaE que te julgas sabiamente nobreAtravés desta sorte peregrina:

Quem és tu sob a esfera que te cobre?Sob esse eterno azul que te domina?E no qual tua idéia não descobreOs segredos cruéis da tua sina!

Homem da terra, ó ser feito de lama,Quem és tu que interrogas essa chamaQue esparge ao longe o seu clarão bendito?

Vaidoso ser, pobre animal terreno,Como és horrível e como és pequenoDebaixo da grandeza do infinito!

ARTIMANHAS... Muito perigosasempre ardilosaocupando o seu posto,e quando acha uma brechaencontra a facilidadepara colocar a fatalidade. Objetivando a conquistasempre tendo em vistaa tal e danada vantagem,onde tudo vira lavagem,porque ela é sujeiraque enreda a nojeira,de maus pensamentose temos que ficarmos atentos. Para não ficarmos perdidosneste mundo onde tudo é escondido,temos que escolher o lado,para não sermos enganados,porque só assim podemos lutar,e ficarmos no bem estar,de viver bem, e a nossa vidasem armadilhas, e não entrarmos em fria.

48 HORAS

Já são dois diasQue voltaste, estás aqui!São 48 horasQue me arrumo, que me aprumo Que tento mudar o rumo...Será que vou agüentar?São 48 horasIndo e vindo o pensamentoNo momento de te verSe eu resolver ceder...

Zeila Fátima GiangiácomoDecana/Sorocaba/SP

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36 37POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

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POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Sigrid Spolzino Porto PontesColegiado/Brasília/DF

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Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

[email protected]

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

[email protected]

José Roberto PanaiaColegiado/Piraci9caba/SP

SABIÁ

Com a noite ainda num roupão violetaele esperta de algum sinal de mata...Trêmulo, eriça as penas em cascatainversa, engrandecendo-lhe a silhueta.

Ao longe a lua é um sonho na gaveta...Rola o orvalho em gotículas de pratae o Orfeu da madrugada então desatasua maviosa voz sobre o planeta.

Certos rumores cessam para ouvi-lonesse momento... os passos do gatuno,um cão que ladra, o persistente grilo...

No horizonte o último astro já desmaiae, em pouco, um coro inquebrantável, uno,de sabiás pelos quintais se espraia...

ESTRADA

Estrada fria,deserta,fechada,difícil.

Estrada de entradassó de entradas,de muitas entradas,sem saídas.

Estrada de curvas,fechadas,bruscas,malignas.

De encruzilhadas,confusas,escuras,incertas.

Estrada andada,batida.Surpresa,emoção!

Estrada rodada,longa estrada,longa jornada,amada estrada!

Sou feliz!Estou na estrada!E a estrada está em mim!Viva a estrada!

MULHERES

Eu gosto de mulheresQue sejam femininasQue usem vestidosE mostrem sua sensualidadeNum corpo de menina

Menina mulherMulher meninaÉ o querer dos meus olhosQue te domina

As curvas do seu corpoMe fascinaVocê fica mais lindaTudo em você combina

Menina mulherMulher meninaVocê estas de vestidoComo eu gostoE não de calça cumprida

P de PORVENTURA

Possivelmente permito à pele permanecerpois paciência parceira pré-planospode paginar porvir pairado de pretextosPândegas permito-me palavras plenasPoemasPorque parece próprio pós-poetas paisagens: pôr do sol, praias, pontes... pérolas para pensamentos pulsarem persistentes piruetasPintando à parte, porções ou pingos profundosPasmem...!Perfeição perpassou, passatempo...Porventura passaporte p’ras pessoas passarinhospaixão passeia... Pronto, paz perceptívelpermanente pro papelpremiado peito, pura paixãoprenome próprio Poesia!

No seu dedo uma oração,na aliança coloquei.Mas foi o meu coração,que na verdade algemei.

A CONFISSÃO DE UM JOVEM

Deixe-o ser feliz;deixe-o ser quem quer ser;deixe-o falar,deixe-o ser um jovem.

Valentina Kroeff SperbPraeclarus/Porto Alegre/RS

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A COR DOS OLHOS

Há nos olhos azuis de uma criançaalgo indescritível, mas que se sente:- Algo não contaminado pelosventos impuros do oriente,do ocidente; pelas mazelas da vida,pelas dores havidas, ou pelos sonhosdesfeitos...

Há nos olhos negros de uma criançaalgo tão profundo, mas que se alcança:- Algo não deteriorado pela luz ofuscante do medo,pela visão obscena que a Bíblia condena,pelos feitos maléficos das mãos humanas...

Há nos olhos verdes de uma criançaAlgo tão misterioso, mas que pode ser:- Algo ainda não descoberto:- O ardil da serpente,o perverso meandro da sociedade,que injuria e mata...

Há nos olhos castanhos, azuis, negros enos verdes olhos das criançasa mesma expressão latente:Nada de estranho, somente, Inocência!

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/MG

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NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS -----------------------------

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

Therezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

AS CERCANIAS

No canto dos anjos que me cercam ,sombreio em meu caminho,o verde da mata virgem...E vou desfolhandoas pétalas mortasinebriadas da saudade coloridaque deixam... pelo caminhoo talvez dos nossos encontros!

Canto na cantoria dos pássarosa ansiedadeque meu coraçãocintila na luzluzeiro das almasou harmonizam-sena mesma sintonia...

Bebo da água purados rios escarpantesdo sol , luzeiro primeiro,breco das grandes idadeshistoricidade do mundoque sempre foi... será!Ah! mundos...quando levantarão a bandeirada realidade... daquela que venceque preconiza as que regemo arsenal inebriante dos sentimentosaflorados em sonhos juvenis...Sim dos sonhos !

A DAMA DE VERMELHO

Dentro da noite iluminada de neon,Sentado à mesa, refletindo num espelho,A Dama de Vermelho com seu brilho,Contrasta com o tango de um bandoneon.

Traga uísque, garçom pra minha mesa,Hoje a despesa será paga por mim...Quero dançar pra esquecer minha tristeza,Nada perguntes, pois a vida é assim!

A bebida que o garçom traz para a mesa,Entre a fumaça de um cigarro vai sorvendo,Em cada copo afogando suas mágoas...De par em par, com todos vai dançando.

Entre um tango, uma bebida rola lágrimas,Desta Dama de Vermelho, solitária...Que faz da noite, a nefasta companheira,Para esquecer todo seu drama e desgraça.

Quando chega a madrugada vai-se embora,Um lindo carro conversível lhe espera,Ninguém sabe o seu nome e o seu destino,Nem se Dama de Vermelho, um dia volte.

Teu sorriso eterno encanto,a mais linda obra de Deus,doce e suave acalanto,que hoje embala os dias meus!

Wilson Rosa da FonsecaColegiado/Rio Grande/RS

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Comunicamos o falecimento do Acadêmico Sebastião Adail Ribeiro, deSanta Bárbara d’Oeste/SP, agora Patrono da Cadeira 085, da Área deLetras, do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba. Àfamília enlutada as nossas condolências,

A MULHER E O SEU SALÁRIOEsta é uma questão que deve ser revista, pois as estatísticas

afirmam que a mulher tem um salário menor que o salário do homem. Qual afundamentação? Pois quando abre um concurso não se especifica a diferenciação desalário por gênero, feminino ou masculino, o mesmo acontece ao contratar o funcionário.Não tem diferenciação.

Os profissionais são contratados pela função a ser realizada e pordeterminado salário combinado, independente de ser homem ou mulher. O professor, overeador, o médico, o advogado e todas as outras profissões recebem pelos serviçosprestados. A hora aula ministrada pela mulher e pelo homem tem o mesmo preço, variandoapenas por sua graduação, a consulta da médica ou do médico tem também o mesmopreço, dependendo de sua especialidade e local de trabalho, os honorários de umaadvogada são os mesmos de seu colega homem. Assim sucessivamente. Não tem essa deque o homem ganha mais e que a mulher ganha menos.

Não encontro resposta para as estatísticas. Exemplo atual, informa queo salário da mulher é 28% inferior ao do homem. Pelo exposto e a realidade em quevivemos não é real. A não ser por algumas mulheres não cumprirem horas extras como ohomem, por questões pessoais. Ou por ter direito à licença maternidade. Não é que elaganhe menos, aí também trabalha menos, nestes casos. Estas estatísticas são coisasinexplicáveis, incógnitas. Será que a nossa presidente tem o seu salário menor que o deseus antecessores? As deputadas, ministras, juízas e demais trabalhadoras recebem deacordo com o sexo ou de acordo com o cargo que ocupam?

Sabemos que pela Constituição Brasileira não se pode priorizar oemprego por sexo, mas por outro lado, temos conhecimento de algumas empresas quedificultam a contratação de mulheres na idade fértil, mesmo sendo bastante discretas,pois é proibido por lei. Mas isto não quer dizer que o salário da mulher é inferior ao dohomem. A meu ver isto é estereótipo do século antepassado. O homem e a mulher estãono mesmo patamar de competição, realização e de salários. Depende da competência decada um. O mercado está cada dia mais competitivo, vale cada qual com a sua habilidade,instrução, desempenho e produtividade, não importa para o proprietário da empresa se oresultado obtido foi alcançado por um homem ou por uma mulher. Às vezes o proprietárioou mesmo o diretor geral é uma mulher.

Mesmo após o exposto, continuo intrigada com este assunto nas pautasde revistas, jornais e entrevistas, que argumentam com toda convicção sobre a

desigualdade salarial entre o homem e a mulher. O que conta é aprodutividade, competência. O resto é apenas resto, invenção de quemnão tem o que fazer!

Zilda Pires TeixeiraColegiado/Rio de Janeiro/RJ

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