DepartamentodeMatemática-UEL -2010 UlyssesSodré · Seção1 Retasnoplanoesuasinclinações 2 1...
Transcript of DepartamentodeMatemática-UEL -2010 UlyssesSodré · Seção1 Retasnoplanoesuasinclinações 2 1...
Matemática EssencialDerivadas de Funções Reais
Departamento de Matemática - UEL - 2010
Ulysses Sodréhttp://www.mat.uel.br/matessencial/
Conteúdo
1 Retas no plano e suas inclinações 2
2 Circunferências e algumas relações 8
3 Tangentes e secantes em gráficos de funções 10
4 Derivadas de funções reais 12
5 Derivadas laterais 14
6 Regras gerais de derivação 16
7 Regra da cadeia 16
8 Fórmulas para derivadas de algumas funções 17
9 Exercícios especiais aplicados 17
‘O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatosdesprezam a sabedoria e a instrução.’ A Bíblia Sagrada, Provérbios 1:7
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Arquivo: derivadas.tex - Londrina-PR,9 de Junho de 2010.
Seção 1 Retas no plano e suas inclinações 2
1 Retas no plano e suas inclinações
1. Uma reta no plano cartesiano possui a equação reduzida na forma
y = ax +b
se ela não é uma reta vertical e
(a) a é o coeficiente angular (ou declividade, ou inclinação), e
(b) b é o coeficiente linear (ou intercepto) da reta.
2. O coeficiente angular a é a tangente do ângulo α formado entre a retae o eixo OX orientado positivamente, isto é, a = tan(α).
Figura 1: Uma reta e os seus coeficientes
3. O coeficiente linear b (ou intercepto) é a distância marcada no eixo OYdesde a origem do sistema até o ponto da reta que corta o eixo OY .
4. A reta horizontal que passa por P = (a,b) é denotada por y = b.
Figura 2: Uma reta vertical e outra reta horizontal
5. A reta vertical que passa pelo ponto P = (a,b) é denotada por x = a.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 1 Retas no plano e suas inclinações 3
6. A reta com equação reduzida y = x representa a função identidade.
7. As três retas definidas por y = 2x − 3, y = 2x e y = 2x + 3, possuemo mesmo coeficiente angular a = 2, o que significa que elas são retasparalelas, pois possuem coeficientes lineares diferentes.
Figura 3: Três retas paralelas com coeficiente angular a=2
8. As três retas definidas por y =−2x −3, y =−2x e y =−2x +3, possuemo mesmo coeficiente angular a = −2, significando que elas são retasparalelas, pois possuem coeficientes lineares diferentes.
Figura 4: Três retas paralelas com coeficiente angular a=-2
9. Quando uma reta tem equação y = kx onde k ∈ R, esta reta passapela origem do sistema, representando um tipo muito importante defunção denominada função linear.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 1 Retas no plano e suas inclinações 4
10. Seja uma família de retas da forma y = kx. Usando os valores reais dek =−3,−2,−1,−1
2 ,0, 12 ,1,2,3 podemos observar as suas formas gráficas.
Figura 5: Retas passando pela origem com coeficientes angulares diferentes
11. Dada uma variável x, que assume dois valores x0 (x inicial) e x1 (x final),definimos a diferença entre estes dois valores por
∆x = x1 −x0 = xfinal −xinicial
A diferença entre x0 = 5 e x1 = 12 é igual a
∆x = x1 −x0 = 12−5 = 7
e a diferença entre x0 =−5 e x1 = 12 é igual a
∆x = x1 −x0 = 12− (−5) = 17
12. Se y = g (x) e y0 = g (x0) e y1 = g (x1), definimos a diferença entre estesdois valores y0 (y inicial) e y1 (y final) por
∆y = y1 − y0 = yfinal − yinicial = g (x1)− g (x0)
Se y = g (x) = x3, x0 = 5 e x1 = 7, a diferença entre y0 = g (5) = 125 ey1 = g (7) = 343 é igual a
∆y = y1 − y0 = g (x1)− g (x0) = g (7)− g (5) = 343−125 = 218
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 1 Retas no plano e suas inclinações 5
Se y = g (x) = x3, x0 =−3 e x1 = 7, a diferença entre y0 = g (−3) =−27 ey1 = g (7) = 343 é igual a
∆y = y1 − y0 = g (x1)− g (x0) = g (7)− g (−3) = 343− (−27) = 370
13. Para determinar o coeficiente angular de uma reta, devemos ter doispontos A = (x1, y1) e B = (x2, y2) da reta e construir a razão:
a = ∆y
∆x= y2 − y1
x2 −x1
Figura 6: Coeficiente angular de uma reta
14. Cuidado: Mantenha a mesma ordem dos índices tanto no numeradorcomo no denominador.
15. Se A = (−2,3) e B = (5,8) são pontos de uma reta, então ∆y = 8−3 = 5,∆x = 5− (−2) = 7, e o coeficiente angular da reta é obtido por:
a = ∆y
∆x= 5
7
16. Se A = (5,8) e B = (−2,3) são pontos de uma reta, então∆y = 3−8 =−5,∆x = (−2)−5 =−7, e o coeficiente angular da reta é obtido por:
a = ∆y
∆x= −5
−7= 5
7
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 1 Retas no plano e suas inclinações 6
17. Calcular os coeficientes angulares das retas y = 2x+3 e y =−2x+3 quepassam pelo ponto P = (0,3) e têm o mesmo coeficiente linear b = 3.Dica: Usar as medidas da grade quadriculada no desenho:
Figura 7: Retas com coeficientes lineares iguais
18. Com o coeficiente angular a calculado e com as informações do pontoA = (x1, y1) podemos obter a equação reduzida da reta:
y − y1 = a(x −x1)
19. A equação geral da reta possui a forma geral
px +q y + r = 0
onde p, q e r são números reais.
20. Temos duas retas paralelas, quando as duas: (a) são horizontais, ou (b)são verticais, ou (c) possuem o mesmo coeficiente angular.
21. Se o coeficiente angular de uma reta é a, então o coeficiente angular
da reta perpendicular é igual a k =−1
a.
22. Se uma reta passa pelos pontos A = (1,3) e B = (4,7), então a = 4
3e a
sua equação reduzida é dada por
y −3 = 4
3(x −1)
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 1 Retas no plano e suas inclinações 7
O coeficiente angular da reta perpendicular é k = −3
4e a equação
reduzida da reta perpendicular que passa por A = (1,3) é dada por
y −3 =−3
4(x −1)
23. Temos duas retas perpendiculares (ou ortogonais), quando, (a) uma éhorizontal e a outra é vertical, ou, (b) se uma tem coeficiente angular
k1 = a, a outra tem coeficiente angular k2 =−1
a. Tais retas formam um
ângulo de 90 graus.
Figura 8: Retas perpendiculares
24. Alternativamente, duas retas px + q y + r = 0 e p ′x + q ′y + r ′ = 0 sãoperpendiculares se
p ·p ′+q ·q ′ = 0
25. As retas y = 2x + 3 e y = −1
2x + 5 são perpendiculares. Escrever estas
retas formando um sistema com 2 equações e 2 incógnitas.
2x −1y =−3
1x +2y = 10
Resolvendo este sistema, podemos obter o ponto P = (x0, y0) que estána interseção destas retas perpendiculares.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 2 Circunferências e algumas relações 8
Exercícios: Com as propriedades indicadas em cada item, obter a equaçãoda reta que passa por:
1. A = (6,−2) e B = (9,4)
2. A = (2,3) e B = (2,5)
3. A = (2,3) e B = (5,3)
4. A = (−1,2) e declividade a = 3
5. (5,3) e é paralela à reta y = 2x+7
6. (5,3) e é paralela ao eixo OX
7. (5,3) e é paralela ao eixo OY
8. (0,0) e (1,1)
9. (5,3) e é ortogonal ao eixo OX
10. (5,3) e é ortogonal ao eixo OY
11. (1,2) e é perpendicular à retay = 1
2 x +5
12. (1,2) e é paralela à retay = 1
2 x +5
2 Circunferências e algumas relações
1. A equação da circunferência centrada no ponto C = (0,0) e raio r > 0 é:
x2 + y2 = r 2
Se o raio r = 1 então a equação é x2 + y2 = 1.
Figura 9: Circunferência com raio unitário
Se r = 0, a equação fica na forma x2 + y2 = 0 e esta equação representao ponto C = (0,0), que é uma circunferência degenerada.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 2 Circunferências e algumas relações 9
2. A circunferência centrada em C = (a,b) e tendo raio r > 0 tem equação
(x −a)2 + (y −b)2 = r 2
Se C = (3,4) e o raio r = 7 a equação é (x −3)2 + (y −4)2 = 49.
3. Se P = (x0, y0) é um ponto da circunferência com equação x2 + y2 = r 2
onde (r > 0), então a equação da reta tangente a esta circunferência eque passa pelo ponto P = (x0, y0) é dada por
x0x + y0y = r 2
Por exemplo, a reta tangente à circunferência x2+ y2 = 100 e que passapelo ponto P = (6,8) tem equação
6x +8y = 100
Figura 10: Circunferência e reta tangente em um ponto
Exercícios:
1. Obter a interseção da circunferência x2 + y2 = 9 com a reta y = 2x +3.
2. Obter valores de b para que a reta y = 2x +b tenha interseção com acircunferência x2 + y2 = 9 em dois pontos.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 3 Tangentes e secantes em gráficos de funções 10
3. Obter valor de b de modo que a reta y = 2x + b seja tangente àcircunferência x2 + y2 = 9.
4. Obter valores de b de modo que a reta y = 2x +b não tenha interseçãocom a circunferência x2 + y2 = 9. Exibir um de tais valores.
5. Obter a equação da circunferência centrada no ponto C = (3,3) e que étangente aos eixos OX e OY .
3 Tangentes e secantes em gráficos de funções
1. O quociente das diferenças (de Newton) de uma função y = f (x) noponto x0 é definido como
QN = ∆y
∆x= f (x)− f (x0)
x −x0
sendo que x deve ser um número próximo de x0.
2. Seja a função f : R → R definida por f (x) = 5x2, cujo gráfico é umaparábola dada por y = 5x2.
Figura 11: Gráfico da função f (x) = 5x2
3. Ligando dois pontos da parábola, obtemos uma reta secante à parábola.
4. A equação da reta que passa pelos pontos P = (1,5) e Q = (2,20) temcoeficiente angular:
a = ∆y
∆x= 20−5
2−1= 15
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 3 Tangentes e secantes em gráficos de funções 11
e a equação desta reta é da forma y = 15(x−1)+5, ou seja, y = 15x−10.
5. A equação da reta que passa pelos pontos P = (1,5) e Q = (1.8,16.2)tem coeficiente angular:
a = ∆y
∆x= 16.2−5
1.8−1= 11.2
0.8= 14
e a equação desta reta é da forma y = 14(x −1)+5, ou seja, y = 14x −9.
6. A equação da reta que passa pelos pontos P = (1,5) e Q = (1.6,12.8)tem coeficiente angular:
a = ∆y
∆x= 12.8−5
1.6−1= 7.8
0.6= 13
e a equação desta reta é da forma y = 13(x −1)+5, ou seja, y = 13x −8.
7. Podemos montar uma tabela com estas informações e muitas outras:
P Q ∆x ∆y a Reta secante(1,5) (2.0,20.00) 1.00 15.00 15.0 y = 15.0x −10(1,5) (1.9,18.05) 0.90 13.05 14.5 y = 14.5x −9.5(1,5) (1.8,16.20) 0.80 11.20 14.0 y = 14.0x −9(1,5) (1.7,14.45) 0.70 9.45 13.5 y = 13.5x −8.5(1,5) (1.6,12.80) 0.60 7.80 13.0 y = 13.0x −8(1,5) (1.5,11.25) 0.50 6.25 12.5 y = 12.5x −7.5(1,5) (1.4,9.80) 0.40 4.80 12.0 y = 12.0x −7(1,5) (1.3,8.45) 0.30 3.45 11.5 y = 11.5x −6.5(1,5) (1.2,7.20) 0.20 2.20 11.0 y = 11.0x −6(1,5) (1.1,6.05) 0.10 1.05 10.5 y = 10.5x −5.5(1,5) (1.01,5.1005) 0.01 0.1005 10.05 y = 10.05x −5.05(1,5) (1.001,5.010005) 0.001 0.010005 10.005 y = 10.005x −5.005
↓ ↓ ↓ ↓ ↓(1,5) (1,5) 0 0 10 y = 10x −5
8. Em geral, quando há mudança de x0 = 1 para x1 = 1+h, ocorre umavariação ∆x = x1 − x0 = h e o valor de f (x) muda de y0 = f (1) paray1 = f (1+h), sendo que a variação de y é dada por:
∆y = y1−y0 = f (1+h)− f (1) = 5(1+h)2−5 = 5(1+2h+h2)−5 = 10h+5h2
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 4 Derivadas de funções reais 12
Assim, o coeficiente angular da reta secante é o quociente de Newton:
ah = ∆y
∆x= 10h +h2
h= 10+5h
9. Desse modo, calculamos o quociente de Newton da função f (x) = 5x2
no ponto x = 1 e depois calculamos o limite
limh→0
∆y
∆x= lim
h→0
10h +h2
h= lim
h→0(10+5h) = 10
10. Quando o limite do quociente de Newton existe em um dado ponto,dizemos que o limite é a derivada de f = f (x) neste ponto.
4 Derivadas de funções reais
1. Se y = f (x) é uma função contínua sendo x a variável independente ey a variável dependente de x e x0 é um ponto pertencente ao domíniode f = f (x) e x é um ponto móvel próximo a x0, podemos tomar asdiferenças ∆x = x −x0 e ∆y = y1 − y0, onde y0 = f (x0) e y = f (x).
2. O quociente das diferenças (de Newton) é definido por
∆y
∆x= y − y0
x −x0= f (x)− f (x0)
x −x0
3. Derivada de uma função: Se existe o limite do quociente de Newtonquando x se aproxima de x0, este limite recebe o nome de derivada dafunção f = f (x) em x0 e indicado por qualquer uma das formas abaixo:
f ′(x0) = limx→x0
∆y
∆x= lim
x→x0
f (x)− f (x0)
x −x0= lim
h→0
f (x0 +h)− f (x0)
h
4. Notações para a derivada de uma função y = f (x) no ponto x0, são:
f ′(x0) D f (x0)d f
d x(x0)
d y
d x(x0)
•f (x0)
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 4 Derivadas de funções reais 13
5. Obtemos a derivada de y = f (x) = x2 em x0 = 3, com o limite:
f ′(3) = limh→0
f (3+h)− f (3)
h= lim
h→0
(3+h)2 −32
h
= limh→0
(9+6h +h2)−9
h= lim
h→0
6h +h2
h= lim
h→0(6+h) = 6
6. Interpretação geométrica: Ver Figura 12. O valor f ′(3) = 6 significaque a reta tangente à curva y = x2 no ponto P = (3,9) tem coeficienteangular a = 6 e a reta tangente é y = 6(x −3)+9, isto é, y = 6x −9.
Figura 12: Circunferência e reta tangente em um ponto
7. Função derivada: Podemos derivar uma função f = f (x) em um pontoarbitrário x do seu domínio, construindo uma outra função f ′ = f ′(x)que é a função derivada da função f = f (x). Por exemplo, se f (x) = x3,então a função derivada é f ′(x) = 3x2, pois:
f ′(x) = limh→0
f (x +h)− f (x)
h= lim
h→0
(x +h)3 −x3
h
= limh→0
(x3 +3x2h +3xh2 +h3)−x3
h
= limh→0
3x2h +3xh2 +h3
h= lim
h→0(3x2 +3xh +h2) = 3x2
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 5 Derivadas laterais 14
8. Com a notação da derivadad y
d x= f ′(x), semelhante a uma fração
com numerador d y e denominador d x, definimos a diferencial d y dafunção y = f (x) por
d y = f ′(x)d x = y ′(x)d x
onde d x =∆x, isto é a expressão∆x é definida como sendo d x, quando∆x é muito pequeno (próximo de zero).
Por exemplo, se y = x3 então d y = y ′(x)d x = 3x2d x.
9. Taxa média de variação: A taxa média de variação ym da variável ycom respeito à variável x, é obtida pelo quociente de Newton:
ym = ∆y
∆x
Exemplo: Se uma pessoa viaja 140 km em 2 horas, segue que ∆e = 140e ∆t = 2, logo a velocidade média na viagem foi de
vm = ∆e
∆t= 140
2= 70km/h
10. Taxa de variação instantânea: A derivada de uma função y = f (x)pode ser pensada como uma taxa de variação instantânea da variávely com respeito à variável x, de modo que
f ′(x) = lim∆x→0
∆y
∆x
Exemplo: Se um carro viaja em uma estrada satisfazendo a equaçãohorária e = f (t ) = 100 + 156t − 4t 2, a sua velocidade instantânea noinstante t = 10, denotada por v(10) é dada pela derivada de e = f (t )calculada no ponto t = 10, isto é,
v(10) = f ′(10) = [ f ′(t )]t=10 = [156−8t ]t=10 = 156−80 = 76
5 Derivadas laterais
1. Para analisar se uma função possui derivada em x = a, devemosestudar dois tipos de derivadas laterais: pela esquerda do ponto x = a(x < a) e pela direita do ponto x = a (x > a).
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 5 Derivadas laterais 15
2. A derivada lateral pela esquerda é o coeficiente angular da reta tan-gente à curva y = f (x) no ponto x = a analisando apenas a parte dacurva à esquerda do ponto x = a, isto é, quando x < a
3. A derivada lateral pela direita é o coeficiente angular da reta tangenteà curva y = f (x) no ponto x = a analisando apenas a parte da curva àdireita do ponto x = a, isto é, quando x > a
4. Devemos calcular estas derivadas laterais, pois a função pode ter umcomportamento quando os valores de x são menores do que a e outrocomportamento quando os valores de x são maiores do que a.
5. Seja a função modular f (x) = |x|, com o gráfico mostrado na Figura 13.A tangente à curva y = |x| à esquerda de x = 0 tem inclinação a =−1, ea tangente à curva y = |x| à direita de x = 0 tem inclinação a =+1, logo,esta função contínua não possui derivada em x = 0.
Figura 13: Função modular e as derivadas laterais em x=0
6. Uma função f = f (x) tem derivada lateral pela esquerda em x = a, seexiste o limite
f ′(a−) = limh→0h<0
f (a +h)− f (ax)
h
e tem derivada lateral pela direita em x = a, se existe o limite
f ′(a+) = limh→0h>0
f (a +h)− f (ax)
h
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 6 Regras gerais de derivação 16
7. Se as duas derivadas laterais de f = f (x) no ponto x = a são iguais,dizemos que a função f = f (x) tem derivada em x = a.
8. Se as duas derivadas laterais de f = f (x) no ponto x = a são diferentes,dizemos que a função f = f (x) não tem derivada em x = a.
6 Regras gerais de derivação
Se u = u(x) e v = v(x) são funções contínuas reais que possuem derivadasem um ponto x e α ∈R é uma constante, então:
1. (α)′ = 0
2. (u + v)′(x) = u′(x)+ v ′(x)
3. (u − v)′(x) = u′(x)− v ′(x)
4. (αv)′(x) =αv ′(x)
5. (u.v)′(x) = u′(x).v(x)+u(x).v ′(x)
6.(u
v
)′(x) = v(x).u′(x)−u(x).v ′(x)
v2(x)
7. (α)′ = 0
8. (u + v)′ = u′+ v ′
9. (u − v)′ = u′− v ′
10. (αv)′ =αv ′
11. (u.v)′ = u′.v +u.v ′
12.(u
v
)′= v.u′−u.v ′
v2
7 Regra da cadeia
É usual definirmos uma função y = g (x) e depois definirmos x = f (t ).Assim, temos uma composição das funções g e f , que é denotada pory = g ( f (t )). A derivada da função composta g ◦ f é dada por
(g ◦ f )′(t ) = g ′( f (t )) · f ′(t )
Exemplo: Se g (x) = x4 e x = 1+ t 7, então (g ◦ f )(t ) = g ( f (t )) = g (1+ t 7) =(1+ t 7)4 e desse modo a derivada é dada por
(g ◦ f )′(t ) = g ′( f (t )) · f ′(t ) = (4x3)(7t 6) = 4(1+ t 7)3(7t 6) = 28t 6(1+ t 7)3
Exemplo: Se g (x) = sin(x) e x = 1+2t , então (g ◦ f )(t ) = g ( f (t )) = g (1+2t ) =sin(1+2t ) e assim a derivada é dada por
(g ◦ f )′(t ) = g ′( f (t )) · f ′(t ) = cos(x)(2t ) = cos(1+2t ) ·2t = 2t cos(1+2t )
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 8 Fórmulas para derivadas de algumas funções 17
8 Fórmulas para derivadas de algumas funções
1. (α)′ = 0
2. (x)′ = 1
3. (x2)′ = 2x
4. (x3)′ = 3x2
5. (xn)′ = nxn−1
6. (αxn)′ =αnxn−1
7. (sin(x))′ = cos(x)
8. (cos(x))′ =−sin(x)
9. (ex)′ = ex
10. (ln(x))′ = 1
x
11. (ax)′ = ln(a)ax
12. (tan(x))′ = sec2(x)
13. (sin(2x))′=2cos(x)
14. (cos(5x))′ = −5sin(5x)
15. (ekx)′ = kekx
16. (ln(ax))′ = 1
x
17. (52x)′ = 2ln(5)52x
18. (tan(3x))′ = 3sec2(3x)
9 Exercícios especiais aplicados
1. Extraído de Risebrough,R.W. “Effects of environmental pollutants uponanimals other tham man” Proceedings of the 6th Berkeley Symposiumon Mathematics and Statistics, VI, p.443-463. (Berkeley, University ofCalifornia Press, 1972).
Altos níveis de PCB (Bifenil Policlorado), no ambiente afetam peli-canos. Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Bifenilpoliclorado ehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ascarel.
A tabela abaixo mostra que o aumento da concentração (ppm)1 de PCBnas cascas dos ovos, diminui a espessura da casca (mm)2, provavel-mente causando a quebra de ovos.
Concentração c (ppm) 87 147 204 289 356 452Espessura h (mm) 0,44 0,39 0,28 0,23 0,22 0,14
Obter a taxa média de variação na espessura da casca quando aconcentração de PCB varia de 87 ppm para 452 ppm. Não deixe deindicar o resultado nas unidades apropriadas.Solução:
∆h
∆c= .
.1ppm = partes por milhão2mm = milímetros
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 9 Exercícios especiais aplicados 18
2. Extraído de “Investigating the next ‘Silent Spring’.” US News e WorldReport, p.50-52. (11 de março de 1996).Alguns cientistas suspeitam que certos produtos químicos sintéticosinterferem no sistema hormonal humano. Em estudo controversofeito na Dinamarca em 1992, foi relatado que a contagem média deesperma masculino humano tinha decrescido de 113 milhões pormililitro em 1940 para 66 milhões por mililitro em 1990.
(a) Obter a taxa média de variação da contagem de esperma.
(b) Sabe-se que a fertilidade de um homem é afetada se a sua con-tagem de esperma cai abaixo de 20 milhões por mililitro. Se ataxa média de variação continuar igual à obtida no estudo daDinamarca, em que ano a contagem média de esperma masculinocairá abaixo de 20 milhões por mililitro?
3. Nas montanhas dos Andes, no Perú, o número de espécies de morce-gos decresce quando a elevação3 aumenta. Seja a figura: Zoólogos
Figura 14: Número de morcegos em função da elevação
afirmam que o número N de espécies de morcegos em uma dadaelevação é uma função da elevação h (metros), tal que N = f (h).
(a) Interpretar a afirmação f (150) = 100 em função do número deespécies de morcegos.
(b) Quais são os significados de k no intercepto vertical e de c na linhahorizontal.
3elevação = altura do local em relação ao nível do mar.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 9 Exercícios especiais aplicados 19
4. O número S de sons emitidos a cada minuto por um grilo de árvoreé uma função da temperatura T medida em graus Fahrenheit, pelaequação S = f (T ) = 4T −160. Obter a taxa média de variação de sonspor minuto S quando a temperatura muda de 600 F para 700 F.
5. Em geral, quanto mais fertilizante se usa, melhor é o rendimento dacolheita, mas, se for aplicado muito fertilizante o rendimento da col-heita cai rapidamente. Esboçar um gráfico que mostra o rendimentoda colheita em função da quantidade de fertilizante aplicado.
6. Extraído de “Average Weight of Americans by Height and Age” TheWorld Almanac (New Jersey) Funk and Wagnalls, p.956., 1979.Segundo o estudo sobre Figuras e Pressão sanguínea, realizado pelaSociedade dos Atuários, que fornece o peso médio w (libras) parahomens americanos de 60 a 70 anos, para várias alturas h (polegadas).
Altura h 68 69 70 71 72 73 74 75Peso w 167 172 176 181 186 191 196 200
De acordo com a tabela acima:
(a) Obter uma função linear que fornece uma boa aproximação dopeso médio em função da altura para homens nesta faixa etária.
(b) Indicar a inclinação desta reta obtida no item anterior.
(c) Indicar as unidades para esta inclinação.
(d) Interpretar esta inclinação em função da altura e do peso.
7. O gráfico da temperatura em graus Fahrenheit 0F em função da tem-peratura em graus Celcius 0C é uma reta. Temos que 2120F corre-sponde a 1000C 4 e 320F corresponde a 00C 5.
(a) Obter a inclinação e a equação da reta F = F (C ).
(b) Usar a equação da reta F = F (C ) para obter a temperatura emgraus Fahrenheit que corresponde a 200C.
(c) obter o valor numérico em que a temperatura em graus Celsiuscoincide com a temperatura em graus Fahrenheit.
4ponto de ebulição da água5ponto de congelamento da água
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 9 Exercícios especiais aplicados 20
8. Uma empresa de fotocópias possui duas tabelas de preços. A primeiratabela indica um preço fixo de $100 mais $0,03 por cópia, mas asegunda tabela indica um preço fixo de $200 mais $0,02 por cópia.
(a) Para cada tabela, obter a função que indica o custo total em funçãodo número de cópias.
(b) Construir os gráficos das duas retas.
(c) Determinar qual tabela é mais barata para obter 5000 cópias.
(d) Indicar o número de cópias cujo preço é igual nas duas tabelas.
9. Extraído de K. Schmidt-Nielson: Scaling-Why is Animal Size is Impor-tant? (Cambridge: CUP, 1984).A massa do coração de um mamífero é linearmente proporcional àmassa do seu corpo.
(a) Obter uma fórmula para a massa H do coração em função damassa B do corpo do mamífero.
(b) Um ser humano com massa B = 70 kg tem um coração com massaH = 0,42 kg. Use esta informação para obter a constante deproporcionalidade.
(c) Avaliar a massa do coração de um cavalo, cuja massa corporal éB = 650 kg.
10. Extraído de Scientific American, p.112, (September, 1989).Se N é o número médio de espécies em uma ilha com área A, obser-vações mostram que N é aproximadamente proporcional à raiz cúbicade A. Escrever uma fórmula para N em função da área A e construir ográfico desta função. A constante de k de proporcionalidade dependeda região do mundo onde você faz a observação.
11. A área S da superfície de um mamífero satisfaz à equação S = kM 2/3
onde M é a massa do corpo e a constante k de proporcionalidadedepende da forma do corpo do mamífero. Um ser humano de massaM = 70 kg possui uma área superficial S = 18600 cm2. Obter aconstante k para seres humanos. Obter a área da superfície de um serhumano com 60 kg.
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010
Seção 9 Exercícios especiais aplicados 21
12. Extraído de US News & World Report, August 18, 1997, p.79.Biólogos estimam que o número N de espécies animais com um certocomprimento de corpo é inversamente proporcional ao quadrado docomprimento L do corpo. Escrever uma fórmula para o número Nem função do comprimento L. Pergunta: Existem mais espécies comgrande comprimento ou com pequeno comprimento?
13. O tempo T de circulação de um mamífero6 é proporcional à raiz quartada massa B do mamífero.
(a) Escrever uma fórmula para o tempo T de circulação em função damassa B do corpo.
(b) Se um elefante tem B = 5230 kg com um tempo de circulação deT = 148 s, obter a constante de proporcionalidade.
(c) Determinar o tempo de circulação de um ser humano que possuia massa B = 70 kg.
14. A massa S de sangue de um mamífero é proporcional à massa B docorpo. Um rinoceronte com massa B = 3000 kg tem massa de sangueS = 150 kg. Obter uma fórmula para a massa S de sangue de ummamífero em função da massa do corpo B e avaliar a massa de sangueS de um ser humano cuja massa corporal é B = 70 kg.
15. Extraído de Problems of Relative Growth, J.S.Huxley: (Dover,1972) e de“On the Dynamics of Exploited Fish Populations” por R.J.Beverton andS.J.Holt, Fischery Investigations, Series II, 19, 1957.Alometria estuda o tamanho relativo de diferentes partes do corpo emfunção do crescimento. Aqui analisamos a equação alométrica: “amassa de um peixe é proporcional ao cubo do seu comprimento”.
x(cm) 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43m(g) 332 363 391 419 455 500 538 574 623 674 724
A tabela associa a massa m de um tipo de peixe ao seu comprimentox. Os dados se ajustam à curva m = kx3 de modo aproximado? Seé verdade, obtenha a constante k de proporcionalidade, explicandocada resposta.
6circulação = tempo médio que leva todo o sangue no corpo para circular uma vez e voltar ao coração
Matemática Essencial - Derivadas de Funções Reais - Ulysses Sodré - Matemática - UEL - 2010