Departamento De CiêNcias Da EducaçãO

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Departamento de Ciências da Educação Curso de 1.º Ciclo em Ciências da Educação Unidade Curricular: Educação Comparada Ano lectivo -2009/2010 –2ºAno –1.º Semestre Docente Nuno Fraga Sucesso Escolar Portugal vs Grécia 0 Funchal, 23 de Janeiro 2010

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Departamento de Ciências da Educação

Curso de 1.º Ciclo em Ciências da Educação

Unidade Curricular: Educação Comparada

Ano lectivo -2009/2010 –2ºAno –1.º Semestre

Docente Nuno Fraga

Sucesso EscolarPortugal vs Grécia

Ana Freitas - 2058908

Lisandra Spínola - 2075008

Maria Pestana - 2038508

0Funchal, 23 de Janeiro 2010

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“Muito do que o aluno é resulta do que a escola faz com ele.”

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Índice

Introdução……………………………………………………………………..……………...p.3

Sucesso escolar……………………………………………………………………………….p.4

Variáveis que influenciam o sucesso escolar…………………………………………………p.5

Países em confronto:

Grécia…………………………………………………………………………………p.6-8

Portugal…………………………………………………………………………….....p.9-12

Tabela justaposição – George Bereday……………………………………………………….p.13

Considerações finais………………………………………………………………………….p.14-15

Referências bibliográficas…………………………………………………………………….p.16

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Introdução

O presente trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Educação Comparada

do curso de Ciências da Educação sob a orientação do docente Nuno Fraga.

O objectivo deste trabalho é a comparação de dois sistemas educativos dos estados-membros

da União Europeia, Portugal vs Grécia, este último escolhido por nós, debruçando-nos

principalmente na variável do sucesso escolar com o intuito de confrontar as assimetrias entre os

países anteriormente mencionados.

Ao longo do nosso trabalho vamos apresentar variáveis que influenciam positivamente ou não

o sucesso escolar, sendo estas a importância do meio familiar, a influência do poder económico e a

interferência da distribuição geográfica de Portugal e Grécia.

Mostramos também algumas estatísticas do abandono escolar que nos remete para os

resultados da taxa de sucesso escolar.

No final do trabalho fazemos um confronto entre os países em estudo e colocamos lado a lado

todos os valores, informações mais relevantes que foram encontrados no decorrer da pesquisa e,

posteriormente, comparamos os dados.

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Antes de principiar o trabalho, importa esclarecer que quando falamos em sucesso escolar este

está geralmente associado ao índice de aprovações no ensino, mas convém ter em conta que a taxa de

sucesso escolar nem sempre é sinónimo de qualidade, pois existem vários níveis de aproveitamento

escolar.

O sucesso escolar significa uma das maiores e mais importantes conquistas na história de vida de

todas as crianças. Todavia, sabe-se que uma percentagem elevada de alunos experiencia, ao longo do

seu percurso escolar, momentos de insucesso, de desânimo e até de abandono precoce da escola

(Corte - Real, 2004).

Segundo (Eurydice, 1994), o sucesso ou insucesso escolar não tem relação directa com as

classificações, contudo estas são, em última análise, o modo como aqueles são analisados em grande

parte dos países europeus. Contudo, são as classificações que vão ter uma influência determinante no

futuro escolar, ou na ausência de um futuro escolar, da maior parte dos alunos. É com base nas

“notas”que uns continuam no sistema de ensino e outros são excluídos.

Esta questão está automaticamente relacionada com o abandono escolar nos vários ciclos de

instrução.

A comunidade escolar deve apostar na redução das situações que conduzem ao abandono

escolar promovendo projectos de intervenção a fim de minimizar este fenómeno. Neste sentido a

escola deverá motivar, despertar o interesse e orientar os jovens para uma vida profissional futura de

acordo com as suas vocações e aptidões.

O objectivo principal é organizar a educação e aprendizagem de tal forma a levar a uma

participação activa na sociedade, uma transição suave para o mercado de trabalho, e para reduzir as

taxas de abandono escolar, especialmente entre os membros dos grupos vulneráveis.

Contudo, este não é um assunto de fácil resolução, mesmo assim, todos devem trabalhar e

contribuir de uma forma ou de outra para atenuar ou eliminar este problema.

Durante o trabalho verificamos que o sucesso escolar não é atingido através de facilitismos

mas sim de uma adequada aplicação do currículo e do empenho da comunidade educativa.

Para um aluno alcançar o sucesso na escola este tem que frequentar o ensino pré-escolar, pois

quanto mais cedo as crianças forem integradas em contextos educativos estruturados e formais

possivelmente o seu percurso escolar será bem conseguido, uma boa qualidade da aquisição de

competências básicas particularmente no campo da leitura, da escrita, da fala da língua materna, na

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matemática, nos primeiros anos de escolaridade e um eficaz domínio das tecnologias da informação

e comunicação.

É de salientar que aquilo que parece por vezes referido como desinteresse pela escola por

parte dos alunos é, de facto, em grande parte, o resultado do modo como a escola aborda o

desenvolvimento de competências, num contexto de massificação da frequência e, portanto, de

presença de alunos sem o apoio familiar facilitador da adaptação.

O sucesso escolar, como já referimos, abarca uma complexidade de variáveis que influenciam

o percurso escolar do aluno, devido à sua diversidade de factores é-nos inalcançável detalhá-los a

todos, assim sendo seleccionamos as mais pertinentes para esta abordagem:

- Meio familiar;

- Distribuição geográfica; (mudar se necessário)

- Poder económico.

Para abordar este assunto fazemos um confronto entre os sistemas educativos de Portugal e

Grécia com o propósito de encontrar diferenças nos distintos contextos educativos.

Na Grécia a taxa de sucesso escolar não é muito elevada devido ao factor de pobreza que

contribui significativamente para a diminuição do sucesso na escola. As crianças das aldeias, as

crianças de pais analfabetos, os filhos de imigrantes, refugiados, ciganos tendem a nunca terminar a

escolaridade obrigatória. Na cidade grega o Estado valoriza mais o mercado turístico pois existe uma

grande afluência de turistas, daí o pouco reconhecimento da educação1.

1 http://katsikas.8k.com/articles/artro3.html - Traduzido

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Percentagem da população com idade entre os 18 e 24 anos apenas com o ensino básico e que não prossegue estudos

nem qualquer formação (2002)

Segundo uma das estatísticas do Jornal Oficial da União Europeia2 verifica-se que o sucesso

escolar é ultrapassado em grande escala pelos níveis do insucesso. A Grécia foi, no ano de 2002, o

terceiro país com mais baixo registo de sucesso no ensino básico. Contudo em alguns países, a

percentagem do abandono escolar tem vindo a baixar regularmente desde o princípio dos anos 90,

sendo este o caso da Grécia.

Citando Vladimír Špidla, Comissário para o Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de

Oportunidades "A Comissão está empenhada em ajudar os Estados-Membros a atingir a meta de

redução da taxa de abandono escolar, em menos de 10% até 2010, conforme acordado pelo Conselho

em 2002. Atribuo igualmente grande importância para a prevenção da pobreza e da exclusão social

de crianças e jovens e alunos que abandonam precocemente a escola. Essa posição é coerente com o

espírito do apelo lançado pelo Conselho Europeu de Estados-Membros em Março de 2006 para

tomar as medidas necessárias para reduzir a pobreza infantil, dando a todas as crianças oportunidades

iguais, independentemente do seu estrato social.

A Comissão está preocupada com a elevada taxa de abandono escolar precoce na Grécia

(15,9% em 2006) e também sublinha a importância de abordar o abandono escolar e o reforço das

capacidades e habilidades dos jovens para reduzir o risco de exclusão social, a melhoria das

perspectivas do mercado de trabalho e eliminar a transmissão da pobreza de geração em geração.

2Fonte de dados: Eurostat, inquérito às Forças de Trabalho

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A Comissão Europeia considera que os Estados-Membros devem desenvolver estratégias

globais neste domínio para aumentar a eficiência global de acções diferentes.

Sob o Trabalho, Educação e Formação para 2010, um grupo de Estados-Membros, incluindo

a Grécia, aplicam a partilha de conhecimentos e métodos das melhores práticas de acesso e inclusão

na educação, com especial ênfase nas estratégias para aumentar o sucesso escolar.

O grupo da Comissão Europeia reúne-se periodicamente em Bruxelas e organiza actividades

de aprendizagem em intercâmbios sobre estas questões, na Bélgica, Irlanda, Hungria e França. Isto

poderá ajudar os Estados Membros na elaboração e implementação de novas políticas para

minimizar o insucesso escolar3.

O Relatório Conjunto de 2007 sobre a protecção social e inclusão social mostra que a grande

maioria dos Estados-Membros reconhecem a necessidade de desenvolver uma abordagem

abrangente e a longo prazo para prevenção e combate à pobreza e à exclusão das crianças. As

medidas tomadas pelos Estados-Membros incluem o aumento da renda familiar, promovendo o

acesso das crianças à educação e ao acesso dos pais na educação de adultos, a melhoria do acesso

aos serviços e à habitação digna e serviços de saúde a fim de proteger os direitos das crianças.

Número de adolescentes e os jovens que abandonaram

ENSINO BÁSICO DO PERÍODO DE

1980 -1990

Idade Nº de alunos

15-19 119.384

19-24 149.240

Total 268.624

Através dos dados do último Censo Demográfico (1991) foi observado um número

significativo de jovens que não concluíram a escolaridade obrigatória, o que nos levou a constatar

que o sucesso escolar nesses anos não teve grande relevância na sociedade grega.

Fonte: NSSG, censo populacional de 1991, Atenas 1995

3 http://www.104fm.gr/all-news/1-general-news/3058--159------.html

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Segundo o último Censo Demográfico (2001) a Grécia revelou que cerca de um em cada dez

habitantes não concluíram o ensino obrigatório. As causas detectadas podem debruçar-se na situação

económica familiar, do desemprego, a migração juntamente com o padrão de vida de todo o país.

O Ministério da Educação grego depara-se com grandes desigualdades educacionais daí

existir uma falta de qualidade política educacional, com o intuito de diminuir estas desigualdades o

Estado tenta dar respostas.

Com base numa pesquisa feita pelo Centro de Desenvolvimento de Políticas Educacionais de

GSEE o Ministério da Educação promove planos de educação ao longo da vida, isto significa que é

necessário prestar especial atenção aos alunos que por razões culturais, sociais, psicológicas e outras

razões que encaminham os jovens a abandonar a escola assegurando assim a criação de ambientes

educacionais em diferentes “velocidades”4.

4 http://www.enet.gr/?i=news.el.ellada&id=121924

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Portugal é dos países que apresenta piores resultados no que diz respeito à eficiência do

sistema educativo. Os estudos internacionais sobre a literacia e aprendizagem de Matemática voltam

a colocar Portugal entre os piores da OCDE. 45% das crianças portuguesas não sabem utilizar os

conhecimentos matemáticos. Em Portugal, 20% das crianças com menos de 15 anos são incapazes de

efectuar uma leitura corrente. Este cenário repete-se na Grécia, na Alemanha e na Suíça. Por outro

lado, Portugal surge como um dos países com melhores índices no que diz respeito à igualdade na

aprendizagem, já que, em conjunto com a Finlândia, Espanha e Canadá, consegue fazer com que os

resultados dos melhores alunos não sejam muito desiguais dos piores5.

Fonte: Eurostat – 2006

Este gráfico mostra a evolução do abandono escolar em Portugal entre 1996 e 2006, neste período de dez anos Portugal manteve-se praticamente no mesmo nível pois diminuiu apenas 0,1 pontos percentuais passando de 40,1% para 40%.

Segundo o Eurostat, Portugal passou de 38,6% para 40%, ou seja, aumento em 1,4 pontos percentuais o que significou um crescimento de 3,6% entre os anos de 2005 e 2006.

Perante estes dados estatísticos constata-se que o nosso país não teve melhorias no campo educacional nomeadamente no sucesso.

5 http://www.mundoportugues.com/artman/publish/index.shtml

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Confrontando estes valores com a notícia que foi lançada a 24 de Agosto de 2009 no DN

Portugal onde a antiga Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues afirma que os resultados

escolares do ano lectivo 2008/2009 revelam uma "redução para metade do abandono e insucesso

escolar" nos últimos três anos.

Maria de Lurdes Rodrigues justifica esta evolução a "um conjunto de medidas que permitiram

às escolas e aos professores dispor dos meios para combater as dificuldades de aprendizagem e o

insucesso escolar".

"Atribuo a medidas como os planos de recuperação, os cursos de educação e formação,

generalização de currículos alternativos, o maior tempo de trabalho dos professores com os alunos,

mas também a estratégias que foram desenvolvidas pelas escolas de ir buscar os alunos ao

abandono", argumentou a ministra.

Acrescentando que "tivemos nestes dois últimos anos, mais de 60 mil alunos que estavam

fora da escolaridade obrigatória e que as escolas acolheram e procuraram criar condições para que

concluíssem o nono ano".

Inserindo as variáveis já mencionadas no trabalho destacamos a relação aluno/família e o

quanto esta influencia o percurso escolar do aluno. O meio familiar interfere significativamente no

trajecto académico, pois as famílias têm diferentes atitudes de distanciamento/aproximação face à

escola consoante a proximidade entre os seus valores e os que a escola veicula, logo o aluno que é

proveniente de uma família desfavorecida poderá ter menos apoio e poucos incentivos para

prosseguir os estudos. Inversamente, nas famílias favorecidas, os pais seguem a escolaridade dos

filhos, motivando-os com o seu conhecimento na área da educação.

Na perspectiva de Vygotsky: "A educação (recebida na família, na escola, e na sociedade de

um modo geral) cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos. A atitude dos pais e suas

práticas de criação e educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e,

consequentemente, influenciam o comportamento da criança na escola". (1984, P.87).

É importante existir um maior acompanhamento minucioso dos pais com o objectivo de estes

acompanharem mais de perto a educação dos filhos. Com os estudos de Sipavicius (1992), Bueno e

Garcia (1996) Valentes (1993), Szymanski (1995), Coelho (1994) chamam a atenção para que os

pais sejam mais bem orientados sobre as actividades e obrigações escolares dos filhos, isso

permitiria um compromisso maior com o sucesso escolar.

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Formosinho dá ênfase ao papel da família no aproveitamento escolar dos alunos ao afirmar

que “os factores extra-escolares têm bastante mais influencia no sucesso escolar que os factores

escolares”6.

Segundo Ferrão (1995) é importante uma educação orientada para o saber-fazer, de modo a

qualificar os jovens para a sua futura vida laboral. A orientação escolar dos jovens é importante e,

para que tal aconteça, o papel dos pais, professores e psicólogos é decisiva nas escolhas do percurso

escolar e nas opções a seguir pelos alunos no final do ensino obrigatório. É necessário encorajá-los a

prosseguir a sua vida académica, até concluírem os seus eternos objectivos.

Os indicadores nacionais do (in) sucesso escolar a nível da escolaridade básica e secundária

continuam a ser preocupantes. Especialmente nas regiões e nos grupos sociais mais desfavorecidos,

o problema agrava-se comprometendo o desenvolvimento das pessoas, das comunidades e do

próprio País. Reportando-nos à escolaridade básica, os relatórios internacionais sobre a

aprendizagem dos nossos alunos7 classificam os alunos portugueses em níveis baixos de

competências académicas quer na leitura ou língua materna quer na matemática, quando comparados

com colegas dos demais países europeus. Outros indicadores nacionais apontam no mesmo sentido.

Por exemplo, em 2001, 24.6% dos jovens entre os 18 e os 24 anos haviam saído da escola sem

concluir a escolaridade obrigatória (Ministério da Educação, 2003). Por outro lado, e embora as

taxas de retenção cresçam à medida que os mesmos alunos avançam no seu nível de escolaridade, já

nos 2º e 3º ciclo do Ensino Básico encontram-se taxas consideráveis de alunos retidos, por exemplo

cerca de 12% no 2º Ciclo do Ensino Básico ou cerca de 18% junto dos alunos do 7º ano.

6João Formosinho, “A educação de adultos como factor de correcção das desigualdades de oportunidades educacionais” in Educação de Adultos, Universidade do Minho, Braga, 1978 in João Formosinho, “A igualdade em Educação”, ob. cit., p.108.

7 OCDE, 2006; PISA, 2000, 2003; http://www.oecd.org/pages/0,3417,en_32252351_32235731_1_1_1_1_1,00.html

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A fim de promover o sucesso escolar, ou seja, para efectivar a frequência escolar durante os anos que integram a escolaridade obrigatória é recomendável a adopção das seguintes medidas8:

- Obrigatoriedade da frequência de Ensino Pré – Escolar;

- Funcionamento das escolas do primeiro ciclo em regime de tempo inteiro;

- Funcionamento de mais turmas com currículos alternativos;

-Aquisição de competências para a integração no mundo laboral durante a escolaridade obrigatória;

- Redução do número de alunos por turma, até o máximo de 18;

- Diminuição do volume de conteúdos programáticos a leccionar em cada ano curricular;

- Adopção de manuais e programas por ciclo de escolaridade;

- Acompanhamento de cada turma pelos mesmos professores, em cada ciclo de estudo;

- Estabilização do corpo docente no mesmo estabelecimento de ensino, para acompanhamento dos mesmos alunos, durante um número determinado de anos lectivos;

- Articulação dos conteúdos programáticos das diferentes disciplinas;

- Aproximação entre as escolas e os contextos em que se inserem, mediante a flexibilização de alguns conteúdos curriculares;

- Aplicação de formas de avaliação diversificadas, sem que se valorize quase exclusivamente as provas escritas;

- Criação de um área disciplinar do estudo acompanhado, com carácter diário;

- Redução do volume de trabalhos de casa;

- Desenvolvimento de actividades culturais e desportivas nas escolas;

- Desenvolvimento de valores cívicos e da cidadania;

- Existência de um professor - tutor

Perante estas medidas o sucesso escolar poderá ser atingido com maior facilidade, visto que estas procuram cativar e captar a atenção dos alunos com objectivo de estes obterem melhores resultados.

8MENDONÇA, Alice; Edições Pedago. O Insucesso Escolar: Políticas Educativas e Práticas Sociais – Um estudo de caso do Arquipélago da Madeira. Consultado (p. 260)

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Meio familiar Poder económico Distribuição geográficaPortugal - “uns têm pais que

esperam deles bons resultados escolares (…) outros têm pais desinteressados9”.

“(…) quer como fenómeno que afecta sobretudo as crianças das famílias mais desfavorecidas, como sintoma e afirmação de situações de exclusão económica, social e cultural, que a escola não conseguiu atenuar10”.

“(…) as longas distâncias obrigam os alunos a um esforço suplementar, visto que implicam trajectos morosos e/ou situações de espera pelos transportes. (…) a morosidade do trajecto, que implicam fadiga e limitação de tempo para o estudo e para o descanso”.

Grécia “(…) alunos não frequentam a escola porque o posicionamento da família face ao papel da escola é desvalorizado, não dado importância aos seus benefícios e conhecimentos facultados11”.

“Na cidade grega o Estado valoriza mais o mercado turístico pois existe uma grande afluência de turistas, daí o pouco reconhecimento da educação”.“As medidas tomadas pelos Estados-Membros incluem o aumento da renda familiar, promovendo o acesso das crianças à educação e ao acesso dos pais na educação de adultos, a melhoria do acesso aos serviços e à habitação digna e serviços de saúde a fim de proteger os direitos das crianças”.

“os 4,1% de alunos que estudam na escola, acabam deixando os estudos sem concluir a escolaridade obrigatória equivalente ao diploma do ensino médio. Estas crianças são provenientes de áreas com baixo nível de prosperidade e desenvolvimento geográfico11”.

9 João Formosinho, “A educação de adultos como factor de correcção das desigualdades de oportunidades educacionais” in Educação de Adultos, Universidade do Minho, Braga, 1978 in João Formosinho, “A igualdade em Educação”, ob. cit., p.108.

10 MENDONÇA, Alice; Edições Pedago. O Insucesso Escolar: Políticas Educativas e Práticas Sociais – Um estudo de caso do Arquipélago da Madeira. Consultado (p. 260)

11 http://katsikas.8k.com/articles/artro3.html - Traduzido

Considerações finais

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A escola é assim responsável por muitos casos de sucesso escolar, uma vez que tem de

manter os jovens inseridos no sistema de ensino e tem de motivar os alunos para os estudos.

O nosso país exige que não exista exclusão e abandono escolar, o que só é possível numa

escola onde cada aluno possa aprender ao seu ritmo tendo em especial atenção o contexto social,

cultural e familiar.

O actual sistema de ensino não tem uma relação linear entre as classificações dos alunos e as

aprendizagens isto porque a noção de escola inclusiva implicada que os objectivos da avaliação

variem de turma para turma e até mesmo de aluno para aluno, portanto uma turma ou aluno que não

tenha os pré-requisitos para cumprir o programa estabelecido pelo currículo beneficiará de fracos

resultados, pois não consegue atingir os objectivos propostos.

A escola não deverá ser confundida como um “armazém” de alunos porque esta exige meios

complementares de apoios relevantes para atingir o sucesso escolar.

Com a elaboração deste trabalho constatamos que “muito do que o aluno é resulta do que a

escola faz com ele”.

Na Grécia o sistema educativo é semelhante ao português pois os níveis quantitativos e

qualitativos, que recolhemos ao longo da nossa pesquisa, são idênticos pois, em Portugal, 20% das

crianças com menos de 15 anos são incapazes de efectuar uma leitura corrente e este cenário repete-

se na Grécia.

Na tabela de justaposição feita com base no método comparativo de George Bereday

podemos colocar em confronto os dois países da União Europeia que escolhemos para a realização

do nosso trabalho e analisamos que no contexto familiar as crianças em Portugal têm maior apoio e

motivação para os estudos por parte dos pais mas na Grécia o panorama já não se repete pois o papel

da família não é valorizado.

Quanto ao poder económico os dois países encontram-se com um nível semelhante quanto às

ajudas do Estado, visto que ambos dispõem de algumas facilidades para ingressar no ensino.

No que diz respeito à distribuição geográfica é notável que Portugal e Grécia apresentam

níveis semelhantes de dificuldades ao acesso a escola.

Em suma, concluímos que não existe grande disparidade entre estes dois países, dado que os

níveis de sucesso escolar são relativamente baixos. Portugal e Grécia são dos países que apresentam

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piores resultados no que diz respeito à eficiência do sistema educativo, segundo a Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Referências Bibliográficas

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Livros Consultados:

o João Formosinho, “A educação de adultos como factor de correcção das desigualdades de

oportunidades educacionais” in Educação de Adultos, Universidade do Minho, Braga, 1978

in João Formosinho, “A igualdade em Educação”.

o MENDONÇA, Alice; Edições Pedago. O Insucesso Escolar: Políticas Educativas e Práticas

Sociais – Um estudo de caso do Arquipélago da Madeira. Consultado

Sites Consultados:

o http://katsikas.8k.com/articles/artro3.html

o http://www.oecd.org/pages/0,3417,en_32252351_32235731_1_1_1_1_1,00.html

o http://www.mundoportugues.com/artman/publish/index.shtml

o http://www.enet.gr/?i=news.el.ellada&id=121924

o http://www.104fm.gr/all-news/1-general-news/3058--159------.html

o http://translate.google.pt/#el|pt|

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