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C ENTRO E STADUAL DE E DUCAÇÃO T ECNOLÓGICA P AULA S OUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA DENISE DOS SANTOS DIAS TEODORO MICHELE APARECIDA GOMES CARDOSO LOGÍSTICA E PRODUÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O SISTEMA JUST IN TIME. LINS/SP 2º SEMESTRE/2014

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA

DENISE DOS SANTOS DIAS TEODORO MICHELE APARECIDA GOMES CARDOSO

LOGÍSTICA E PRODUÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O SISTEMA JUST IN TIME.

LINS/SP 2º SEMESTRE/2014

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA

DENISE DOS SANTOS DIAS TEODORO MICHELE APARECIDA GOMES CARDOSO

LOGÍSTICA E PRODUÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O SISTEMA JUST IN TIME.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra, para obtenção do Título de Tecnólogo(a) em Logística. Orientadora Profª. Dra. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello

LINS/SP 2º SEMESTRE/2014

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Teodoro, Denise dos Santos Dias

T314L Logística e produção: uma revisão bibliográfica sobre o sistema just

in time / Denise dos Santos Dias Teodoro e Michele Aparecida Gomes

Cardoso. – Lins, 2014. 20 f. : il. Artigo (Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em

Logística) – Faculdade de Tecnologia de Lins Professor Antônio Seabra, 2014.

Orientador: Prof. Dra. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello 1.Logística. 2.Desperdícios. 3.Just in time. I.Cardoso,

Michele Aparecida Gomes. II.Mello, Fabiana Ortiz Tanoue de. III.Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra. IV.Título.

CDD

658.78

Ficha elaboradora pela Biblioteca da Faculdade de Tecnologia de Lins

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DENISE DOS SANTOS DIAS TEODORO MICHELE APARECIDA GOMES CARDOSO

LOGÍSTICA E PRODUÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O SISTEMA JUST IN TIME.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo(a) em Logística sob orientação da Profª. Dra. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello.

Data de aprovação: 24/11/2014

____________________________ Dra. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello

Orientadora

______________________________ Me. Sandro da Silva Pinto

Examinador 1

______________________________ Me. Silvio Ribeiro

Examinador 2

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LOGÍSTICA E PRODUÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O SISTEMA JUST IN TIME

Denise dos Santos Dias Teodoro¹, Michele Aparecida Gomes Cardoso².

Dra. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello³.

¹,²Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Fatec, Lins-SP, Brasil.

³Docente do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Fatec, Lins-SP, Brasil.

RESUMO Em um mundo globalizado como o de hoje, tem-se uma necessidade por parte das empresas em aumentar sua lucratividade, tornarem-se competitivas e, de forma simultânea, diminuir seus custos nas atividades logísticas e demais atividades produtivas da empresa. Uma das técnicas muito utilizadas pelas empresas nessa busca por diminuição de custos é o Just In Time, que tem como objetivo a diminuição dos estoques, a redução dos desperdícios e, consequentemente, a redução dos custos. O Just In Time visa produzir bens/serviços no tempo certo, na hora certa, ou seja, fazendo com que o pedido só seja processado e, consequentemente, o produto seja produzido quando há a necessidade do mesmo. O presente artigo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre o Sistema Just In Time, identificando seus objetivos, as principais técnicas empregadas e sua aplicação no Brasil. Palavras-chave: Logística. Desperdícios. Just In Time.

ABSTRACT In a globalized world like today, there is a need by companies to increase their profitability, competitive become and, simultaneously, reduce their costs in logistics activities and other productive activities of the company. One technique widely used by companies in this quest for cost savings is the Just In Time, which aims to decrease inventory, reducing waste and therefore reducing costs. Just in Time aims to produce goods / services at the right time at the right time, ie making the request is not processed and therefore the product is produced when there is a need thereof. This article aims to review existing literature on the Just In Time system, identifying your goals, the main techniques used and its application in Brazil. Keywords: Logistics. Waste. Just In Time.

1 INTRODUÇÃO

Através do planejamento logístico podem-se explorar diversas estratégias para alcançar a redução dos custos nas empresas, seja no transporte, na atividade de compras, na movimentação ou na armazenagem dos materiais. Porém, é necessário um estudo cauteloso para a redução não afetar a qualidade do produto, afinal, a competitividade das empresas tem aumentado constantemente, assim como a exigência do consumidor. A busca por maior qualidade nos produtos / serviços, acompanhada da redução de custos, são fatores primordiais para as empresas quando se trata de

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fidelização dos clientes e, por consequência, aumento dos lucros. O leque de opções de produtos oferecidos no mercado tem se tornado maior com o passar do tempo, então, se determinada empresa não oferece o que o cliente espera, este procurará alternativas, até que sua vontade seja atendida.

Através da redução de custos durante o processo de produção, pode-se encontrar um bom método para reduzir os estoques e eliminar as atividades que não agregam valor ao produto, por meio de ações que visam o aumento da eficiência dos processos com a eliminação ou redução dos gargalos e reorganização das atividades produtivas.

O Just in Time, conhecido também como JIT, é um método que vem ganhando força e têm sido cada vez mais implementado nas fábricas, tanto de grande porte como de pequeno e médio porte, e é excelente para aliar esses dois itens: qualidade e redução de custos. Proporciona ainda mais benefícios para as empresas, como por exemplo: redução do tempo de preparação, envolvimento das pessoas (atividades em pequenos grupos), eliminação de defeitos para evitar o retrabalho, aumento nos lucros, dentre outros fatores. O JIT desempenha um papel extremamente vantajoso e de grande importância para a logística, através da redução de desperdícios que ocorrem nas compras, na produção, distribuição e nas atividades de apoio à produção.

Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerado um desperdício. Dessa forma, estoques, que custam dinheiro e ocupam espaço, transporte interno e retrabalhos são formas de desperdício e consequentemente devem ser eliminados ou reduzidos ao máximo. O Just In Time é um sistema que envolve todo o processo de produção da fábrica e alcança outros setores. Ele vai desde o setor de planejamento, passa pelas compras, interfere no layout de produção e acaba no estoque. Aliás, o estoque é o ponto-chave. Controlando o estoque, são evitados desperdícios, tanto de tempo quanto de espaço, e consequentemente o custo das empresas que aplicam as técnicas do Sistema Just In Time será menor e o lucro maior.

O presente artigo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre o Sistema Just In Time, identificando seus objetivos, as principais técnicas empregadas e sua aplicação no Brasil. O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: o próximo item apresenta o referencial teórico sobre Logística (conceito, importância, atividades logísticas e logística na produção), seguido pelo item de Sistemas de Produção, com a Tipologia dos Sistemas (sendo exposto três sistemas utilizados no planejamento e controle da produção, sendo eles o Sistema de Estoque Reserva, Sistema Empurrado e por fim Sistema Puxado), o próximo item é sobre o Sistema Just In Time (conceito, importância, objetivos, filosofia, técnicas e o JIT no Brasil). Em seguida, é apresentada a metodologia do trabalho e como encerramento é apresentado às considerações finais e referências bibliográficas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 LOGÍSTICA

Fernandes (2008) define a logística como uma atividade que está presente, tanto

em momentos profissionais como pessoais, sendo aplicado no armazenamento, transporte, recursos, distribuição, informações, suprimentos, produtos acabados ou não, matérias primas ou até mesmo em um telefonema ou e-mail. Ressalta também que a logística permite o desenvolvimento das metas de todas as áreas da empresa, mesmo que às vezes não seja notada a sua presença. A Logística é um dos conceitos gerenciais mais modernos, é de extrema importância uma boa administração da Logística para que as empresas tenham um lucro maior, obtenham destaque e vantagem competitiva, como descrevem Fleury; Wanke e Figueiredo:

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O que vem fazendo da Logística um dos conceitos gerenciais mais modernos são os dois conjuntos de mudanças, o primeiro de ordem econômica, e o segundo de ordem tecnológica. As mudanças econômicas criam novas exigências competitivas, enquanto as mudanças tecnológicas cada dia mais complexas e demandantes (FLEURY; WANKE e FIGUEIREDO, 2009, P. 27).

2.1.1 Conceito e importância

Devido ao valor elevado relacionado aos custos logísticos, às empresas estão se atentando cada vez mais para o aprimoramento dos processos logísticos. Podemos perceber mudanças em sua definição, pois a busca pela satisfação do cliente e redução de custos exige estudo para a otimização dos processos, por isso, desde o seu conceito inicial, a logística passou a sofrer mudanças em sua definição.

De acordo com Ferreira e Anjos (2010, p. 1283), a palavra Logística é: “Parte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos)”.

“Logística é a arte de administrar os negócios de forma integrada, otimizando os recursos disponíveis, visando o ganho global no processo” (TECNOLOGÍSTICA, 2014).

De acordo com Fleury; Wanke e Figueiredo (2009), entre 1940 até o início da década de 60, a logística sofreu grande influência militar, passando a serem fatores primordiais a eficiência no fluxo de materiais, principalmente ao se tratar do armazenamento e transporte. Segundo Faria e Costa (2005), a partir da década de 80, a logística passou a ser caracterizada como um elemento diferenciador, desde então a preocupação das empresas em integrar todas as áreas só vem aumentando para atingir um objetivo comum. Para alcançar a redução de custos, aproveitamento de tempo e espaço, e por conseqüência a satisfação do cliente, é necessário ter uma estrutura de armazenagem e distribuição eficiente.

Do ponto de vista de Fleury; Wanke e Figueiredo (2009), da década de 80 até a atualidade, além da preocupação das empresas com o nível de planejamento estratégico, eles reforçam que outro elemento que tem sido decisivo na vantagem competitiva das organizações é a inclusão da responsabilidade social, quando são feitos novos projetos logísticos.

As empresas buscam reunir todos os aspectos, tal como a redução de custos e a melhoria contínua da qualidade para a satisfação e conquista dos clientes, que são atraídos também pelos fatores ecológicos. Faria e Costa (2005) mencionaram que para ter eficiência nas operações militares, no dia-a-dia atual ou nas organizações, é preciso gerenciar os objetivos, coordenar e integrar as suas atividades logísticas.

Através do planejamento logístico podemos explorar diversas estratégias para alcançar a redução dos custos das empresas e aumentar a qualidade dos produtos/serviços, seja com transporte, compras, movimentação ou armazenagem dos materiais. 2.1.2 Atividades Logísticas

As atividades logísticas são de extrema importância para as empresas obterem maior aproveitamento dos recursos, para alcançar melhores resultados operacionais e, é claro, alcançar o objetivo principal: a redução de custos operacionais e a lucratividade.

De acordo com Ballou (2006), as atividades logísticas variam conforme a estrutura das empresas, das diferentes conceituações, da importância das atividades específicas, entre outros fatores. Todas as atividades são importantes para a redução de custos,

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porém, aquelas que mais contribuem para os custos das empresas são as atividades primárias.

2.1.2.1 Atividades Primárias

Definição por Ballou (2010 p. 24) “Essas atividades são consideradas primárias ou elas contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou elas são essenciais para a coordenação e o cumprimento d tarefa logística”. As atividades primárias são:

Transporte: esta é considerada pelas empresas a atividade mais importante, por ser a atividade em que se geram mais custos. Segundo Ballou (2010):

“Transporte” refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodoviário, ferroviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e á utilização da capacidade dos veículos (BALLOU, 2010 p. 24).

As principais atividades envolvidas no gerenciamento do Transporte são: a. Seleção do modal e serviço de transporte: é de extrema importância tomar a

decisão certa sobre a escolha do modal, de acordo com as características operacionais na qual cada modalidade apresenta;

b. Consolidação dos fretes: negociação dos custos do frete; c. Determinar roteiros: melhor trajeto com o mínimo de custo; d. Programar veículos: os veículos possuem diferentes características e devem ser

escolhidos de acordo com o tipo de carga; e. Selecionar equipamentos: cada tipo de produto exige diferentes tipos de

equipamentos; f. Processamento de reclamações: ajuda a melhorar o sistema logístico; g. Auditoria do frete: o gerente de transportes deve ficar atento para que sua empresa

não seja cobrada acima do combinado, no caso de serviços terceirizados.

Gestão de Estoques: “para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como ‘amortecedores’ entre a oferta e demanda” (BALLOU, 2010, p. 24).

Deve se manter um olhar atento a essa atividade, pois sua má gestão pode refletir ainda mais, nos altos níveis de custos das empresas, considerando o elevado custo de manutenção. As principais atividades envolvidas na Gestão de Estoques são: a. Estocagem de produtos acabados e matérias – primas: gera alto custo e deve ser

bem administrado; b. Previsão de vendas em curto prazo: as previsões de vendas são necessárias para

gerenciar estoques, administrar o tempo de ressuprimento; c. Variedade de produtos: maior vantagem competitiva; d. Número, tamanho e localização do estoque: para uma boa flexibilidade e redução

de custos; e. Estratégia Just In Time: garantir a eliminação de desperdício na gestão dos

estoques.

Processamento de pedidos: nessa atividade os pedidos são processados para que se possa ser dado à ordem de produção dos mesmos. Responsável pelo procedimento de interface entre pedidos de compra e a transmissão de informações sobre o pedido do cliente.

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Essas três atividades são as principais para cumprir o objetivo de levar o produto acabado ao seu consumidor final (Fig. 2.1). Essas atividades são consideradas primárias por ter um alto custo de execução e manutenção.

Figura 2.1 Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender clientes – o “ciclo crítico”. Fonte: Ballou (2010, p. 25).

2.1.2.2 Atividades Secundárias (ou de apoio)

As atividades secundárias dão apoio indispensável às atividades primárias da logística, essas atividades devem estar integradas umas as outras para o bom desempenho da excelência do trabalho logístico.

São consideradas secundarias pelo seu custo ser de menor proporção comparado as atividades primárias. As atividades de apoio são:

Compras: essa atividade consiste na execução das rotinas operacionais, desenvolvimento de fornecedores, pesquisas e comparações de preços e qualidade dos processos envolvidos na produção da matéria-prima por parte de seus fornecedores. De acordo com Dias:

Um sistema adequado de compras tem variações em função a estrutura da empresa e de sua política adotada. [...] De tempos em tempos esse sistema vem sendo aperfeiçoado, acompanhando a evolução e o processo do mundo dos negócios [...] (DIAS, 2009, p. 240).

Armazenagem: é a atividade que envolve o acondicionamento e movimentação de bens (produtos) e a administração do espaço necessário para manter esses produtos estocados. Essa atividade também é um componente importante e essencial no sistema logístico devido à sua participação no custo total da empresa.

Manuseio de materiais: segundo Ballou (2010, p. 27), “É uma atividade que diz respeito á movimentação do produto no local estocagem – por exemplo, a transferência de mercadorias do ponto de recebimento do deposito até o local de armazenagem e deste ate o ponto de despacho”.

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Embalagem: as embalagens devem ser projetadas e desenvolvidas com a finalidade de proteger o produto acabado das avarias que possam ocorrer durante o manuseio e transporte do produto, como também deve facilitar essas mesmas atividades.

Obtenção: “é a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pelo qual o produto é comprado” (BALLOU, 2010, p. 27). Essa atividade não deve ser confundida com a atividade de compras, pois ela não exige os detalhes da negociação como, por exemplo, a avaliação dos fornecedores e os preços das matérias.

Programação de Produção: para o início da produção deve-se fazer o planejamento das quantidades que serão produzidas, como das que estão estocadas. Para isso, as empresas utilizam o PCP- Planejamento e Controle da Produção. O PCP fica responsável por analisar as previsões de demanda de mercado, a capacidade produtiva da empresa, os níveis disponíveis para estoque (produção e compra), com base nessas variáveis consegue-se chegar ao objetivo proposto.

Manutenção de informação: atividade que reúne as informações (preferencialmente em base de dados integradas) sobre clientes, concorrentes, volumes de vendas, níveis de estoque e custos relacionados às demais atividades. Independe de serem primárias ou secundárias (de apoio) as atividades devem

estar relacionadas umas a outras. Essas atividades contribuem com uma grande parcela dos custos logísticos, é preciso um bom gerenciamento de todos os processos da cadeia logística para obter o resultado esperado.

Devido ao aumento constante da competitividade entre as organizações, os elevados custos relacionados aos estoques e a busca pela fidelização dos clientes, as empresas trabalham para se adequar a essas condições. Com a redução de custos, as empresas podem oferecer ao cliente um produto com o preço mais acessível. Porém, a exigência do consumidor têm sido crescente e na atualidade já não é suficiente ter um produto com preço menor do que o da concorrência, as empresas precisam de bem mais para sobressair-se.

Nasce então à necessidade de fabricar produtos com qualidade superior e com redução dos custos. Por isso, a busca por maior qualidade nos produtos / serviços, acompanhado da redução de custos são fatores primordiais para as empresas quando se trata de fidelização dos clientes e lucratividade.

Tratando-se de estoque, quanto maior o nível, maior será o custo das empresas, por isso existe a necessidade da diminuição dos produtos estocados para, assim, diminuir os seus custos. Quando as empresas controlam os seus estoques, evitando assim desperdícios, fabrica-se produtos de qualidade e conquista-se a fidelização dos seus clientes, a mesma agrega valor ao seu produto e alcança um lugar privilegiado no mercado competitivo. Existem ferramentas que facilitam o controle de estoques, porém cada gestor precisa identificar os métodos adequados para implementar em sua empresa. 2.1.3 Logística na Produção

Um sistema logístico deve se adaptar às necessidades de cada organização, utilizando sua realidade de vendas e disposição de bens e serviços, como também seus recursos financeiros. Assim, auxiliará a organização em seu planejamento, pois serão levadas em conta suas necessidades de materiais, como também sua colocação do produto acabado para seu cliente final. Logística e Produção tem uma grande integração, por terem os mesmos conceitos básicos, como o controle, planejamento e organização,

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conceitos direcionados a produção como também a prestação de serviços. Moreira (2008, p. 03) destaca que [...] “os conceitos e técnicas aplicam-se a tomadas de decisão quanto aos recursos produtivos ou, mais diretamente, às formas de utilizá-los, do ponto de vista administrativo, de forma a conseguir melhores resultados”. Esse controle torna-se vital para a empresa, pois agrega competitividade à organização e a levará, no futuro, a frente dos concorrentes. As empresas, segundo Slack; Chambers e Johnston (2009, p. 36) “deveriam ser capazes de, em diferentes etapas, dominar as habilidades de primeiro ‘implementar’, depois ‘apoiar’ e por fim ‘impulsionar’ a estratégia das operações”.

Sendo assim, qualquer operação produtiva requer planos e controle, isso contribuirá significativamente para o sucesso de qualquer organização, trará vantagens como reduzir o montante do investimento em estoques, utilizando o capital de forma eficaz. É fundamental otimizar esse investimento, aumentando a eficiência de planejamento e controle, assim aumentará a receita e contribuirá para a construção de um sólido conjunto de habilidades operacionais e conhecimento da organização como um todo. 2.2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO 2.2.1 Tipologia dos sistemas

De acordo com Gaither e Frazier (2002), visando atender as necessidades dos clientes e produzir produtos com qualidade, o planejamento da produção tem como objetivo planejar e controlar a compra de materiais para que o produto seja entregue no prazo estabelecido. Porém, é preciso saber o tipo de sistema de planejamento e controle da produção utilizado. Entre eles serão destacados: estoque reserva, sistema empurrar e sistema puxar. 2.2.2 Sistema de Estoque Reserva

Nesse tipo de sistema de planejamento e controle da produção, o abastecimento de materiais é feito para sustentar a produção e os produtos são fabricados antecipadamente á demanda e armazenados no estoque de produtos acabados.

Quando são feitos embarques para os clientes, o tanque “estoque de produtos acabados” tem seu produto drenado, e a montagem final faz mais unidades deles drenando as peças e submontagens que foram feitas antecipadamente e guardadas no estoque de produtos em processo. À medida que o estoque de produtos em processo se exaure, mais peças e submontagens são produzidas drenando-se o estoque de matérias-primas. À medida que o estoque de matérias-primas se esvazia pedidos de mais matérias-primas são feitos aos fornecedores (GAITHER e FRAZIER, 2002, p. 259).

No sistema de estoque reserva existe o risco de não atender as necessidades dos clientes, além da possibilidade de gerar nível de estoque elevado. 2.2.3 Sistema Empurrado

O sistema empurrado faz com que o planejamento seja estipulado, de acordo com a necessidade do mercado e disponibilidade de material. Os operadores recebem uma lista do que deve ser produzido durante o dia, realizam a produção e “empurram” as peças para a etapa seguinte do processo.

O MRP controla o que, quanto e quando deve ser produzido é o planejamento de produção.

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Gaither e Frazier (2002) ressaltam ainda que o sistema que empurra a produção faz as peças e logo são enviadas para onde é necessária ou para o estoque.

Conforme Moreira (2008):

Os produtos são empurrados por meio do sistema e são estocados em antecipação à demanda, o que resulta frequentemente em superprodução porque a demanda antecipada não pode se materializar. Também existem custos associados em se ter estoques de produtos esperando pelo consumo (MOREIRA, 2008, p. 507).

2.2.4 Sistema Puxado

O planejamento e o controle JIT estão baseados no princípio de um sistema puxado, que produz apenas o que lhe foi requisitado, isto é, abastece cada processo exatamente com os itens necessários, na quantidade necessária, e no momento necessário.

De acordo com Arnold (1999, p.461) a produção no sistema puxado “começa no fim da linha e puxa os produtos da operação precedente conforme necessário. A operação anterior não produz nada a não ser que um sinal seja enviado pela operação seguinte para que o faça”. As características do sistema puxado são: produzir o que o cliente pedir, reduzir a quantidade de material em processo; fazer manutenção preventiva de equipamentos; garantir a qualidade do produto, afinal, os estoques devem ser mínimos.

A implementação do sistema puxado necessita de uma boa comunicação entre cliente e fornecedor. Em cada parte do processo, produz-se somente o necessário, evitando assim estoques elevados. O tempo de setup também deve ser mínimo, para ter flexibilidade; um sistema de puxar a necessidade de peças é necessário para um melhor planejamento e da produção e os estoques são reduzidos justamente para facilitar e resolver os problemas.

A lógica do sistema puxado é simples: a comunicação no JIT começa ou com a última estação de trabalho na linha de produção ou com o cliente – e depois trabalha para trás por meio do sistema. Cada estação requisita da estação de trabalho prévia quantidade precisa de produtos que é necessária. Se os produtos não são requisitados, não são produzidos. Dessa forma, os estoques em processo não são gerados (MOREIRA, 2008, p. 507).

2.3 JUST IN TIME (JIT)

Utilizando uma simples tradução, o Just In Time tem por seu objetivo produzir bens/serviços no tempo certo, na hora certa, ou seja, fazendo com que o pedido só seja processado e, consequentemente, o produto seja produzido quando há a necessidade do mesmo, visando à diminuição dos estoques como também a redução dos desperdícios e dos custos.

O sistema JIT teve seu desenvolvimento há algum tempo, pela necessidade da diminuição dos desperdícios, como descreve Corrêa e Corrêa:

O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, em meados da década de 70, sendo sua ideia básica e seu desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, que buscava um sistema de administração que pudesse coordenar, precisamente, a produção com a demanda especifica de diferentes modelos e cores de veículos com o mínimo atraso (CORRÊA E CORRÊA, 2009, p. 418).

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JIT não se trata somente de uma técnica, mais de uma completa filosofia de trabalho que visa à eliminação de desperdício, fazendo com que a produção seja executada no momento necessário.

De acordo com Corrêa e Corrêa (2009), o objetivo da filosofia JIT é reduzir os estoques, de modo que os problemas fiquem visíveis e possam ser eliminados através de esforços concentrados e priorizados. Sendo assim, a filosofia Just In Time tem o foco de aumentar a eficiência reduzindo o desperdício, em linhas gerais o que se pode traduzir esta filosofia são: os esforços contínuos; produção sem estoques, produção enxuta, manufatura de fluxo contínuo, eliminação de desperdícios. 2.3.1 Conceito e importância

Just In Time refere-se a “uma das tentativas básicas de eliminar o desperdício, produzindo a peça (ou produto geral) certa, no lugar certo, na hora certa” (MOREIRA, 2008, p. 505). Ainda de acordo com Moreira (2008, p. 505), a base dessa filosofia é a eliminação planejada e sistemática do desperdício, levando a um melhoramento continuo da produtividade.

Basicamente o conceito mais utilizado pelos conhecedores dessa filosofia é entregar o produto ao cliente final com a maior rentabilidade e o menor custo, para reduzir este custo o JIT visa à diminuição constante do desperdício, pois desperdício não agrega valor ao produto final, consequentemente, esse desperdício apenas é um custo a mais para a empresa.

Dias (2009, p. 132) trata como “O conceito de melhoria contínua dos processos” e acrescenta que o JIT “estimula o reconhecimento dos erros e trabalha no sentido de eliminá-los por completo”.

Dentro da filosofia JIT, falhas são utilizadas como uma proveitosa fonte de informações para evitar sua repetição. O Just In Time vai além de uma simples técnica de eliminação de desperdícios, o JIT é considerado uma filosofia, como descrevem Corrêa e Corrêa:

[...] o JIT é muito mais do que uma técnica ou um conjunto de técnicas de administração da produção, sendo considerado como uma completa filosofia que inclui aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos, entre outros (CORRÊA e CORRÊA, 2009, p. 418).

Sendo assim, o JIT caracteriza-se como a filosofia que tem a responsabilidade de reorganizar o processo produtivo, acentuando que a eliminação do desperdício traz a empresa à otimização dos processos, levando a mesma à lucratividade total, e a colocando dentro de uma melhor posição de competitividade dentro do mercado consumidor.

Gonçalves faz uma breve comparação da abordagem dos sistemas comum e JIT:

Situação na abordagem Tradicional: Foco da utilização da capacidade; Mais produção a cada estágio; Produção forma estoques devido ás paradas nos diversos estágios; Altos estoques escondem problemas nas linhas de produção e na qualidade dos materiais; Mais paradas devido aos problemas. Situação na abordagem JIT: Foco na produção quando necessária; Produção enxuta, sem estoques; Menor utilização das capacidades; Baixos estoques expõem problemas; Menos paradas na produção (GONÇALVES, 2010, p. 226).

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Um dos principais fundamentos do JIT é a produção puxada, seu conceito é que apenas quando o cliente solicita o produto é que se deve iniciar a produção. Para um bom funcionamento da produção puxada, deve haver um bom diálogo com o fornecedor para ser possível o envio de materiais na quantidade necessária e no momento necessário. 2.3.2 Filosofia Just In Time

Essa filosofia foi desenvolvida e implantada primeiramente no Japão, em meados da década de 70, devido ao desenvolvimento do sistema de produção da Toyota Motor Company, estando inicialmente voltada a indústria automobilística. Segundo Dias:

O sucesso dos produtos japoneses ocorreu devido à associação entre a alta qualidade e preços competitivos, obtidos através dos sistemas de manufatura que tem como base os conceitos do JIT, ou seja, trabalhar com estoque “zero”. O estoque “zero” caracteriza-se na produção enxuta, pelo processo que “puxa” a produção, ou seja, a empresa fabrica a partir do momento que o cliente solicita o produto, evitando níveis elevados de estoques (DIAS, 2009, p. 131).

O JIT tem uma abordagem diferente dos sistemas produtivos tradicionais, esses sistemas trabalham de forma a “empurrar” os produtos no mercado consumidor, fazendo, assim, com que se tenha que manter estoques ativos e elevados muitas das vezes. Por sua vez, o Just In Time caracteriza-se pelo seu sistema contrário, o de “puxar” a produção, ou seja, apenas fabricar quando se há efetivamente a demanda, quando se há o pedido propriamente dito.

Na filosofia Just In Time o estoque é considerado um problema, por ocupar espaço e consequentemente gerar custos elevados para sua manutenção. Por maior que seja o esforço para eliminar os problemas no processo produtivo, a existência de estoque estará sempre inibindo ações efetivas no enfrentamento da questão.

Porém, a presença do estoque na empresa justifica-se devido às possíveis falhas nos processos de fabricação, como também no processo de compras, o estoque pode ser mantido por segurança para que a produção possa permanecer ininterrupta em caso de atraso dos fornecedores.

A filosofia Just In Time tem, por sua vez, outra característica peculiar, a de práticas básicas de trabalho. Este método de operacionalização tem como objetivo envolver de forma terminante todos da empresa, esse método baseasse em algumas práticas como:

Disciplina – Os padrões de trabalho que são críticos para a segurança dos membros da empresa e do ambiente, assim como para a qualidade do produto, devem ser seguidos por todos e todo o tempo. Flexibilidade – Deve ser possível expandir as responsabilidades ao limite da qualificação das pessoas [...]. Igualdade – [...] Muitas organizações implementam a mensagem igualitária por meio de uniformes da empresa, estrutura de salário consistentes, as quais não fazem diferença entre os funcionários mensalistas e horístas, além de escritórios abertos. Autonomia – Delegar cada vez mais responsabilidade às pessoas envolvidas nas atividades diretas do negócio, de tal forma que a tarefa da gerencia seja a de dar suporte ao chão de fabrica [...]. Desenvolvimento de pessoal – Ao longo do tempo, o objetivo é criar mais membros da empresa que possam apoiar os rigores de ser competitivo. Qualidade de vida no trabalho – Inclui, por exemplo, envolvimento no processo de decisão [...]. Criatividade – [...] Muitos de nós não apreciam só fazer ser trabalho com sucesso, mas também aprimora-lo para a próxima vez que for feito. Envolvimento total de pessoal – [...] Espera-se que participe das atividades como a seleção de novos funcionários, que lide diretamente com fornecedores e clientes [...] (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 461).

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Outra característica importante da filosofia JIT é a limpeza do local de trabalho, assim descrito por Corrêa e Corrêa (2009, p. 422): “na filosofia JIT, a organização e a limpeza são itens fundamentais para o sucesso de aspectos como a confiabilidade dos equipamentos, a redução de desperdícios, o controle da qualidade, a condição moral dos trabalhadores, entre outros”. Os autores também acreditam que “a sujeira e a poeira prejudicam os equipamentos, desgastam componentes mecânicos e prejudicam o funcionamento dos comandos eletrônicos”. Esse é o princípio da visibilidade, tão importante na filosofia JIT: “um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar’”. E acrescentam que “quando o piso da fábrica esta limpo, qualquer coisa que caia no chão é imediatamente identificada e recolhida. Os desperdícios ficam facilmente visíveis, assim como tudo que esta fora do lugar”. Deste modo, os desperdícios se mantêm baixos e os custos também. 2.3.3 Objetivos

Do ponto de vista de Dias (2009), o método Just In time tem por objetivo atender ao cliente interno ou externo no momento exato de sua necessidade, com as quantidades necessárias para a operação/produção, evitando-se assim a manutenção de maiores estoques. Os objetivos citados pelo autor são:

Minimização dos prazos de fabricação dos produtos finais; redução contínua dos níveis de inventário através do enfrentamento dos problemas de manufatura; redução dos tempos de preparação de máquina, a fim de flexibilizar a produção; redução ao mínimo do tamanho dos lotes fabricados, buscando sempre o lote igual à unidade; liberação para produção através do conceito de “puxar” ao invés de “empurrar”, em antecipação à demanda; flexibilidade da manufatura pela redução dos tamanhos dos lotes, tempos de preparação e tempo de processo (DIAS, 2009, p. 338).

Esses objetivos são utilizados para a eliminação dos desperdícios. Dias completa que o conceito JIT não possui metodologia específica no sentido de se alcançarem os objetivos descritos. Entretanto, podemos relacionar alguns elementos importantes. Estes elementos são citados abaixo:

Eliminação de defeitos; evita o retrabalho. Aproveitamento máximo nos processos produtivos. Retorno imediato de informações e métodos de autocontrole. Tamanho do lote igual à unidade. Redução dos tempos de preparação. Redução da movimentação através das plantas compactas. Manufatura celular: métodos de produção por fluxo unitário. Manutenção preventiva. Diversificação da capacidade: operários polivalentes. Envolvimento do operário: atividades de pequenos grupos. Desenvolvimento de fornecedores com as mesmas ideias (DIAS, 2009, p. 133).

Dias ressalta que a dificuldade da administração em sincronizar a operação e as restrições de capacidade de procedimento e flexibilidade é uma das barreiras na implantação do JIT. 2.3.4 Técnicas Just In Time

O Just In Time busca a eliminação dos desperdícios, para que isso ocorra com êxito, compreendemos algumas técnicas que as empresas aplicam para seu melhoramento. Segundo Gonçalves:

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O sistema JIT busca a eliminação dos desperdícios e do retrabalho por ter como meta a qualidade total; procurando eliminar todos os estoques desnecessários, otimiza o processo de produção reduzindo os lotes de fabricação; envolve os empregados e os fornecedores neste processo (GONÇALVES, 2010, p. 227).

Existem dois mecanismos que podem ser utilizados para o aprimoramento da aplicação da filosofia JIT, um mecanismo visa identificar os desperdícios e eliminá-los, listados como “os sete tipos de desperdícios”, outro mecanismo denominado “os 5 S”, que tem por função reduzir os desperdícios. Esta função é disposta em forma de regras para que os colaboradores da empresa sigam no dia-a-dia no local de trabalho.

Os Sete desperdícios que o sistema visa a eliminar são:

Superprodução: o JIT considera desnecessária a produção antecipada para suprir demandas futuras, essa é a maior fonte de desperdício.

Tempo de espera: refere-se a materiais que aguardam em filas para serem processados.

Desperdício de Transporte: Segundo Corrêa e Corrêa (2009):

A atividade de transporte e movimentação de material não agrega valor ao produto produzido e é necessária devido a restrições do processo e das instalações, que impõem grandes distancias a serem percorridas pelo material ao longo do

processamento (CORRÊA e CORRÊA, 2009, p. 423).

Desperdício de Processamento: “no próprio processo, pode haver fontes de desperdícios. Algumas operações existem apenas em função do projeto ruim de componentes ou manutenção ruim, podendo, portanto, ser eliminadas” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 456).

Desperdício de Movimentação: diversas operações de movimentação são executadas em qualquer fábrica por inúmeros motivos, seja de materiais ou de produto acabado, para eliminar este desperdício deve-se simplificar o processo para a diminuição desta movimentação.

Produtos com Defeitos: produzir produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, mão de obra, movimentação de materiais já em desuso por serem defeituosos.

Desperdício de Estoques: o estoque gera custo e exige espaço, trazendo um desperdício a mais. Slack; Chambers e Johnston (2009) dizem que todo estoque deve tornar-se um alvo para a eliminação. Entretanto, somente podem-se reduzir os estoques pela eliminação das suas causas. Outro mecanismo muito utilizado é nomeado de “Os 5 S”, de acordo com

Krajewski; Ritzman e Malhotra (2009, p. 293) “Cinco S (5S) é uma metodologia para organizar, limpar, desenvolver e sustentar um ambiente de trabalho produtivo.” Slack; Chambers e Johnston (2009, p. 456) simplifica e descreve como “um simples método de arrumação de casa para organizar áreas de trabalho que enfatizem ordem visual, organização, limpeza e padronização”.

A terminologia “5S” originou-se no Japão são elas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke.

Seiri: é traduzida por Slack; Chambers e Johnston (2009, p. 456) como Separe “elimine o que não é necessário e mantenha o que é necessário.” Krajewski; Ritzman e Malhotra (2009, p. 293) a traduzem como “Senso de utilização” ou seja,

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“separar itens necessários dos desnecessários (inclusive ferramentas, peças, materiais e documentos) e descartar os desnecessários”.

Seiton: organize, “posicione as coisas de tal forma que sejam facilmente alcançadas sempre que necessário” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 456).

Seiso: limpe, “mantenha tudo limpo e arrumado; nenhum lixo ou sujeira na área de trabalho” definição por Slack; Chambers e Johnston (2009, p. 456).

Seiketsu: padronize, Krajewski; Ritzman e Malhotra (2009, p. 293) descreve que deve-se “estabelecer programação e métodos para executar a limpeza e separação. Formalizar a limpeza que resulta da pratica dos três primeiros S, de modo que a limpeza permanente e o estado de prontidão sejam mantidos”.

Shitsuke: sustente, “desenvolva o compromisso e o orgulho em manter os padrões” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 456), os autores Krajewski; Ritzman e Malhotra (2009, p. 293) complementam esta definição dizendo que se deve “implementar mecanismos para sustentar os ganhos envolvendo as pessoas e as reconhecendo por meio de um sistema de medida de desempenho” criando assim uma “disciplina para executar as primeiras quatro práticas, por meio das quais todos compreendem, obedecem e praticam as regras quando estão na fábrica”. Executando essas técnicas os processos são otimizados, os desperdícios

relacionados à incerteza, estoque, busca por informações, espera, entre outras atividades de desperdícios, serão eliminados a qualidade do serviço será melhorada e, consequentemente, a lucratividade da empresa será alcançada. 2.3.5 Perdas e desperdícios nos processos

Podemos perceber diversas definições em relação à aplicação do JIT, mas todas se resumem na redução contínua de desperdícios, com o objetivo de otimizar os processos, e por consequência, o aumento nos lucros. Segundo Corrêa e Corrêa (2009, p. 422), “Eliminar desperdícios significa analisar todas as atividades realizadas na fabrica e descontinuar as que não agregam valor à produção”.

Moreira expõe sua opinião da seguinte forma:

O desperdício pode ser encontrado no próprio processo de produção e o JIT requer perfeita sincronização de forma a eliminar a espera e o estoque em excesso. Desperdício é também encontrado em layouts impróprios que obrigam o transporte de bens de uma parte da instalação para outra. O desperdício também toma a forma de má qualidade, dado que refugo e retrabalhos custam dinheiro e não acrescentam valor. Os programas de Gerencia da Qualidade Total devem então ser considerados como uma parte integral do JIT (MOREIRA, 2008, p. 506).

Sem dúvidas, o foco da filosofia Just In Time é a eliminação de qualquer tipo de desperdício, Slack; Chambers e Johnston (2009, p. 456) definiram desperdício como “qualquer atividade que não agrega valor”, sendo assim, a empresa para ter seu objetivo alcançado, como a lucratividade, deve eliminar os mesmo. Porém, antes de implantar a filosofia JIT, a empresa deve primeiramente identificar as causas dos desperdícios.

Para chegar ate as causas do desperdício faz parte da filosofia JIT tornar todo o desperdício visível, pois o desperdício pode ser eliminado somente quando é visto e identificado. Assim, por exemplo, no tocante ao ambiente de trabalho, a filosofia JIT acredita que um ambiente confuso e sujo cria certo desrespeito pelo local de trabalho, enquanto um ambiente organizado, limpo e em ordem torna os trabalhos

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mais calmos e seus pensamentos mais claros. No ambiente de trabalho, não se deve preencher o espaço apenas porque está disponível (MOREIRA, 2008, p. 506).

Depois que a empresa identifica a origem dos desperdícios, a mesma deve identificar os métodos adequados, com as ferramentas certas de controle, para a sua implantação efetiva, e, consequentemente, para a chegada com êxito ao seu objetivo. Os desperdícios identificados comumente nas empresas são: desperdício de superprodução, desperdício de tempo de espera, desperdício de tempo de transporte, de tempo de processamento, de movimentação interna, de produção sem qualidade e de excesso de estoques, sendo estes desperdícios já citados e definidos neste artigo. 2.3.6 Planejamento e controle Just In Time

O Just In Time utiliza algumas técnicas para uma boa aplicação do mesmo, técnicas estas denominadas como Kanban e Kaizen, que trataremos uma a uma neste artigo.

A primeira técnica é o Kanban, que segundo Dias (2009, p. 137), “é uma das técnicas usadas para atingir a meta do JIT. Não se trata de um sinônimo. Kanban é um instrumento que utiliza como filosofia os conceitos do JIT”. Há algumas outras definições como: “Técnica japonesa com cartões, que proporciona uma redução de estoque, otimização do fluxo de produção, redução das perdas e aumento da flexibilidade” (DIAS, 2009, p.338), o autor ainda complementa:

A palavra Kanban é de origem japonesa e significa cartão. A orientação da técnica do Kanban é no sentido de se reduzir os tempos de partida da máquina e os tamanhos dos lotes e produzir apenas as quantidades necessárias à alimentação da demanda (DIAS, 2009, p. 137).

As duas formas mais comuns do Kanban, são Kanban de produção e Kanban de transporte. Onde se aplica o Kanban de produção “nenhuma operação de produção é executada, exceto na linha de montagem, sem que haja um kanban de produção autorizando” (CORRÊA E CORRÊA, 2009, p. 425). Slack; Chambers e Johnston (2009) ressaltam que:

A informação contida nesse tipo de kanban normalmente inclui número e descrição do componente particular, descrição do próprio processo, materiais necessários para a produção do componente, além da destinação para a qual o componente ou componentes devem ser enviados depois de produzidos SLACK; CHAMBERS E JOHNSTON (2009).

Kanban de transporte: “um kanban de transporte é usado para avisar o estagio anterior que o material pode ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 466). Do mesmo modo que no kanban de produção há algumas especificações da descrição dos componentes, sua origem e destino isto também no kanban de transporte também se tem essas informações descritas.

A segunda técnica muito utilizada nas empresas é o Kaizen, de acordo com Imai (1994).

A essência do kaizen é simples e direta: kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen significa contínuo melhoramento, envolvendo todos, inclusive

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gerentes e operários. A filosofia do kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em casa – merece ser constantemente melhorado IMAI (1994, p. 3).

O autor complementa sua definição, utilizando como foco o método de

administração japonesa, que contribui para a melhor aplicação desta técnica, dizendo que:

A administração japonesa geralmente acredita que o gerente deve dedicar pelo menos 50 por cento do seu tempo ao melhoramento. Os tipos de projetos de kaizen, estudados pela administração, exigem experiência sofisticada em resolução de problemas, bem como conhecimento profissional e de engenharia (...) (IMAI, 1994, p. 73).

A técnica Kaizen na prática das empresas que aplicam esse sistema de controle significa que nenhum dia deve passar sem que sejam feitas melhorias. Segundo Dias (2009, p. 338), Kaizen é uma “Palavra japonesa que significa processo de melhorias contínuas, com bom senso e baixos investimentos”.

De acordo com Moreira, Kaizen é:

Redução nos estoques tem de serem precedidas por melhoria na qualidade, mudanças no layout, reduções nos setups e treinamento do empregado. Na medida em que melhorias são feitas, o estoque pode ser diminuído. Na medida em que novos problemas se tornam visíveis, devem ser resolvidos antes que novas reduções no estoque possam ser feitas. Este é um processo contínuo e gradual, e a implementação nunca estará completa (MOREIRA, 2008, p. 514).

Todos os trabalhadores envolvidos no processo, desde a alta gerência até os operadores, focam no objetivo de melhorar continuamente, assim é possível a diminuição dos estoques, efetivando assim um dos conceitos da filosofia Just In Time.

Slack; Chambers e Johnston (2009) complementam afirmando que:

No melhoramento continuo, não é a taxa de melhoramento que é importante, é o momentum de melhoramento. Não importa se melhoramentos sucessivos são pequenos, o que de fato importa é que a cada mês (ou semana, ou trimestre, ou qualquer que seja o período adequado) algum melhoramento tenha de fato ocorrido (SLACK; CHAMBERS e JOHNSTON, 2009, p. 575).

Ou seja, o importante não é o “tamanho” da melhora, o importante é que haja este melhoramento, mesmo que seja um processo lento e gradual o beneficio para a empresa será alcançado da mesma forma.

2.3.7 Just In Time no Brasil

Embora o Sistema Just In Time seja uma ferramenta que proporciona diversos

benefícios para as empresas que o aplica, ele ainda não tem se desenvolvido da forma correta aqui na América. As empresas que adquirem o uso da ferramenta ainda não compreenderam realmente a importância e a finalidade desta filosofia, já que a ferramenta é utilizada apenas para reduzir custos e aumentar lucros, sendo que a real finalidade é eliminar desperdício, reduzir perdas no estoque e a melhorar a qualidade dos produtos, aumentar a qualidade de trabalho viabilizando uma satisfação de todos os envolvidos, afinal, é o trabalho em equipe que faz ser possível ter uma aplicação bem sucedida do

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Just In Time na empresa. No Brasil, a filosofia enfrenta algumas barreiras para ser implantada, principalmente pela dificuldade de adaptação devido ao fato do Brasil ter sofrido pouca influência e transformação ao longo dos anos, diferentemente do Japão que é onde se deu origem ao Just In Time.

O Japão teve que enfrentar grandes mudanças e dificuldades que mudaram a história do país após a Segunda Guerra Mundial, assim surgiu à necessidade cultural de adaptar-se ao novo ambiente repleto de escassez de matérias, onde a partir daí se fez necessário se manter no foco principal que era o da sobrevivência da população.

De acordo com Moreira (2008, p. 505) “a Toyota também não tinha os mesmos recursos de capital que as empresas norte-americanas, pois, depois da guerra, as empresas japonesas não poderiam basear seus sistemas na última tecnologia eletrônica”.

Para que isso ocorresse, houve uma busca pela qualidade, organização e diminuição ao máximo dos desperdícios, já que se tratava de um país cujo número de habitantes era alto, com sérios problemas e com poucos recursos para seu desenvolvimento. Esta necessidade despertou a busca por meios de aproveitar espaço, reduzir custos e desperdícios, sendo estes os fatores chaves para a aplicação efetiva do Sistema Just In Time. Diante desta necessidade de mudar os conceitos e cultura o JIT acaba por se tornar um sucesso, quase um método essencial para a sobrevivência das empresas japonesas, pois “o rigor da competição internacional, que também dirigiu a Toyota para o sistema JIT, forçou as empresas japonesas a competirem internacionalmente em termos de custo e produtividade” (MOREIRA, 2008, p. 505).

Esses fatores de mudanças são apenas uma pequena parte da barreira que impede que o Sistema Just In Time possa ter total sucesso na sua implantação no Brasil, um fato que está ligado a essa barreira é por o Brasil ser um país jovem e por ter dito poucas transformações ao longo dos anos. Além disso, outro problema é o aspecto cultural, pois o Brasil é um país rico em vários setores, como por exemplo, por sua geografia e seus aspectos naturais vantajosos, com isso se há a cultura de extravagâncias dos recursos existentes, as empresas, em sua maioria, possuem um excesso de investimento em capital fixo como também uma péssima utilização dos recursos existentes. Ou seja, nas empresas há grandes índices de desperdícios, ocasionados por layout inadequado, excesso de transporte, de estoques e tempo mal gerenciado, indo completamente na contramão do Sistema Just In Time, que visa a diminuição dos desperdícios.

Algumas empresas brasileiras, por começarem a conhecer melhor o JIT, estão começando aos poucos introduzir técnicas desta filosofia. Espera-se que daqui mais algum tempo no Brasil sua adaptação seja maior, pois as poucas empresas que empregam algumas de suas técnicas estão percebendo seus benefícios e vantagens, como a otimização dos processos produtivos, a redução dos desperdícios, consequentemente, a redução dos custos alcançando, assim a lucratividade e vantagens competitivas no mercado.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo, o presente artigo tem como metodologia empregada a uma revisão bibliográfica, ou pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (2002) é a etapa "desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos". Severino (2007) explica que:

A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos

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temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos (SEVERINO, 2007, p. 122).

A pesquisa foi elaborada com o intuito de reunir informações sobre o assunto pesquisado formando, assim, a matéria-prima da pesquisa bibliográfica. De acordo com Lakatos e Marconi (2012, p. 57), a finalidade da pesquisa bibliográfica “é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debate que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicada quer gravada”.

Martins e Lintz (2007) expõem que a pesquisa bibliográfica busca explicar e discutir um assunto com base em referências teóricas, conhecendo e analisando os conhecimentos científicos, sendo assim será possível atingir o objetivo proposto.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para uma implantação adequada do Sistema Just In Time e aprimoramento de sua filosofia, é preciso adotar algumas técnicas que devem ser seguidas rigorosamente desde a alta gerência até o departamento operacional, para essa implantação é preciso que todos se envolvam com as mudanças.

Considerando as principais técnicas do JIT, como “Os Sete tipos de desperdícios”, é fundamental esse envolvimento, pois essa técnica tem como objetivo identificar e eliminar vários tipos de desperdícios que venham ocorrer durante as etapas de fabricação e que não agregam valor ao produto. Além deste há o método denominado como os “5s”, que visa a padronização, organização e limpeza da fábrica, este é também uma das principais técnicas utilizadas para alcançar sucesso na aplicação do JIT, já que proporciona redução de custos para as empresas que o aplica.

O Sistema Just In Time conta com o Kanban e o Kaizen são instrumentos usados para atingir suas metas, afinal, com eles é possível reduzir os estoques e as perdas, otimizando o fluxo de produção, além de obter melhoramento contínuo entre as etapas do processo produtivo.

De acordo com os objetivos propostos neste artigo, a partir da implantação de algumas técnicas, tal como, “os sete tipos de desperdícios”, “5s”, Kanban ou Kaizen, a aplicação do Sistema Just In Time se torna bem sucedida, pois sua implantação de forma correta traz as empresas que os aplicam diversas vantagens e benefíciosos seus objetivos são rapidamente alcançados, trazendo inúmeros benefícios.

No Brasil o JIT ainda é um método novo e enfrenta resistência por parte das empresas para implanta-lo, por fatores culturais que dificultam essa adaptação, onde todos no processo produtivo devem estar envolvidos. Porém devido ao aumento da competitividade, é possível que futuramente haja uma maior participação das empresas brasileiras, na aplicação do Sistema Just In Time. Atualmente os segmentos que mais utilizam esta filosofia são os setores automobilísticos e as indústrias de computadores.

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