de Outubro de 2012, o dia da visita à Tapada Nacional de Mafra · mais alto que eu e com a minha...

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25 de Outubro de 2012, o dia da visita à Tapada Nacional de Mafra Quando acordei por volta das 6:30, chovia que Deus a dava, pensei “isto hoje promete”. Toca de pegar nas galochas e nos impermeáveis e juntálos ao resto da tralha do costume quando vou para estas lides. Carrego a carrinha e quando eram já as 7:00 coloqueime em marcha em direção a casa do Paulo Vilela. Apanho o Paulo por volta das 7:40 e lá fomos nós em direção a Mafra. Ao passar pelo Gradil paramos e foi tomar o cafezinho da ordem para arrebitar. 9:00, estávamos a entrar a na Tapada, estacionamos a carrinha em frente á casa do desmanche e começaram os rituais do costume, vestir o impermeável e respectivo fato camuflado 3D da DeerHunter que comprei na PROFLECHA (deu um jeitão, resulta muito bem e barato!!!) montagem do arco e os testes da ordem tudo isto na pura da galhofa com o Paulo Vilela.

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25 de Outubro de 2012, o dia da visita à Tapada Nacional de Mafra 

Quando  acordei  por  volta  das  6:30,  chovia  que  Deus  a  dava,  pensei  “isto  hoje promete”. 

Toca  de  pegar  nas  galochas  e  nos  impermeáveis  e  juntá‐los  ao  resto  da  tralha  do costume quando  vou para estas  lides. Carrego a  carrinha e quando eram  já as 7:00 coloquei‐me em marcha em direção a casa do Paulo Vilela. Apanho o Paulo por volta das 7:40 e lá fomos nós em direção a Mafra. Ao passar pelo Gradil paramos e foi tomar o cafezinho da ordem para arrebitar. 

9:00, estávamos a entrar a na Tapada, estacionamos a carrinha em  frente á casa do desmanche e começaram os rituais do costume, vestir o impermeável e respectivo fato camuflado  3D  da  DeerHunter  que  comprei  na  PROFLECHA  (deu  um  jeitão,  resulta muito bem e barato!!!) montagem do arco e os testes da ordem tudo isto na pura da galhofa com o Paulo Vilela.  

 

  

 

 

  Entretanto o Max  já tinha  ido dar a volta da ordem nos terrenos circulantes. Chega o guarda, Sr.  Ivo, os cumprimentos que as  regras da boa educação ditam, chama‐se o Max para dentro do carro e aqui vamos nós, a “butes”, começar a nossa jornada. 

1ª aproximação – Antes do cercão dos veados, aproximo‐me de um grupo de gamos e fico a uns 15m de um macho que estava na comezaina como se nada fosse. As fêmeas, que  se  encontravam  depois  dele  uns  5m  ficam  alertas  e  topam  que  estava  ali  “um arbusto” entre as árvores que espreitava de vez em quando, á falta de certeza do que seria começam a afastar‐se lentamente subindo a encosta. 

Mais  á  frente, no  local dos exames práticos,  aproximei‐me mais uma  vez e  fiquei  a cerca  de  10m  de  3 machos.  Deixei‐me  estar  a  ver  a  reação  deles,  como  não me toparam  comecei  a brincadeira das pedrinhas. Atirei pedras para  a  esquerda  e eles olharam  e  desconfiados  começaram  a  andar  para  a  direita,  esperei  um  bocadito  e atirei pedras para a direita, mais desconfiados e com o motor a aquecer começaram a andar para a esquerda desconfiadíssima. Assobiei para dar sinal ao guarda e ao Paulo e eles arrancam em 4ª a fundo em direção às Taipas. 

Juntei‐me ao Guarda e ao Paulo, o Guarda deu‐me indicações para seguir pelas Taipas e assim  fiz. Aqui é que deu para ver que o  fato camuflado 3D é mesmo muito bom, vejam nas fotos.  

 

  

 

Comecei a subir as Taipas e vejo ao lá ao fundo na curva umas fêmeas a deslocarem‐se para o cimo do monte, entram na parte suja, sem hipótese de aproximação e muito menos de tiro. Consciente disso, alargo o passo até ao cruzamento. Durante o trajecto começo a ouvir a “ronca” e pensei: “eles roncam tão bem e tão alto que elas não estão lá para os ouvir de certeza” mas segui na mesma para ver o espetáculo ao vivo. 

Para meu  espanto,  em  pleno  concerto,  entre  contraltos  sopranos  e  tenores  vejo  3 fêmeas novinhas a “bater as palmas” aí a uns 150m de mim. Comecei a aproximar‐me calmamente e quando estou aí a uns 40m começo a pensar “é agora”, sorte a minha passa  o  “técnico  de  som”  (um  belo macho  1ª  cabeça)  por  trás  de mim  em  passo acelerado  que  acaba  com  o  espetáculo  e  manda  toda  a  gente  embora,  ficando somente eu. Pensei “onde é que tu estavas bacano, que eu não te vi!? Caíste do céu!?” Ora bolas mais uma, não há‐de ser nada, siga a marcha… 

Desço as Taipas em direção á estrada á procura de algo, mas voltei a subir porque não havia viv’alma. Volto a encontrar‐me com o Guarda e o Paulo e em tom de brincadeira digo‐lhes  “elas  foram  na  excursão  a  Fátima,  só  pode!!!  Ou  estão  na  reunião  de condomínio!!!” o Guarda ri e sugere que subamos em direção á Tojeira, pois o vento que se fazia sentir indicava que elas estariam por lá a fim de se resguardar. Subimos o serrado e já lá no alto vimos ao longe umas fêmeas a dar uns saltos em passo de fuga. 

  Caminhamos  em  direção  ao  cercão  da  Tojeira  e  aí  avistamos  logo  uma  série  de machos,  o  terreno  é  limpo  e  por  incrível  que  pareça,  apesar  da  distância  a  que estávamos que era muita, os machos toparam‐nos logo desde inicio. 

O Paulo pega nos binóculos e bate a  zona e diz‐me  “Micoli  tens umas  fêmeas  lá ao fundo junto ao sobreiro, vai com calma”. Enquadrei‐me com o cenário e comecei mais uma vez o  ritual,  segui  calmamente em direção ao objetivo que estava muito  longe mesmo.  Percebi  desde  o  inicio  que  um macho me  controlava  com  o  olhar  atento, perante isto optei por descer o monte para que ele me deixasse de seguir e lá fui passo a passo,  avançando. Após meia hora de  caminho,  consigo  chegar‐me  a uns 10m de uma  fêmea e de dois machos 2ª cabeça. O que nos separava era um arbusto pouco mais  alto  que  eu  e  com  a minha  largura.  Deixei‐me  estar  sossegado  pois  a  fêmea estava ali mesmo de frente para mim na comezaina. Esperei com a esperança que ela se virasse para eu me poder desviar e dar o tiro mas nada… ela não dava o  flanco e continuava a comer. Um dos machos começa a caminhar em direção a mim a fim de provar do  arbusto e  topa que  alguma  coisa não está bem e pára, esse parar deu o alerta aos outros dois que se afastaram um pouco aí até uns 25m mas sempre a olhar na minha direção. Tomei consciência que  já não conseguia  fazer nada pois dar o tiro através do arbusto era arriscar a que o tiro desviasse, colocar‐me de  lado para dar o tiro era mostrar‐me e isso também não podia fazer. Deixei‐me estar e esperei que eles abalassem. 

Entretanto  demos mais  umas  voltas,  em  vão  porque  não  vimos  nada.  Começou  a chover torrencialmente oque nos levou a abrigar no palanque das esperas aos Javalis, um belíssimo T5 num 4º andar. O Guarda ligou aos companheiros para que nos viesse buscar de carro para irmos almoçar. 

Chegados à casa de desmanche, dirigi‐me à secretaria a fim de “tratar da boleia para a sessão da tarde” (a desculpa é sempre a mesma – A crise). Já tinha uns quilómetros nas pernas e estas, doridas, queriam era almoço e a certeza da boleia para a sessão da tarde. 

Depois de almoço,  já na carrinha  iniciamos a atividade por uns minutos pois  tive de voltar á carrinha buscar o disparador que me havia esquecido! 

A  chuva não parou, o  cenário era muito húmido, mas  lá  fui  tentando aproximar‐me mas sem muito sucesso, elas estavam muito alerta e raramente me consegui chegar a menos  de  50m.  Esta  situação  repetiu‐se  várias  vezes  o  que me  deixou  um  pouco ansioso  e  cada  vez  a  coisa  fica  pior,  parecia  que  elas  sabiam  o  que  eu  tinha  para oferecer! 

  Já no fim da faina e sem esperanças vínhamos nós em direção aos edifícios quando aí uns 100m antes, avisto 2 machos e uma fêmea na encosta do lado de cima da estrada. 

Peço ao Guarda para parar, saio da carrinha, pego no range‐finder e preparo‐me para dar o  tiro. Diz‐me o Guarda  sorrateiramente  “está um bocadito  longe”  eu  respondi “está  quase  no  limite…  27m”  responde  ele  “atire,  pode  atirar”  abro  o  arco  e  no momento  antes  do  disparo  a  fêmea  vira‐se  e  recua meio metro,  respiro  fundo  e disparo. Apôs o disparo oiço o Max a  ladrar e o Paulo a dizer “fo#$%&  foi por cima Micoli… oh que ca#$%&/ho” e abre a porta da carrinha. O Max sai, ganha velocidade pela encosta a cima e desata à porrada á fêmea. O tecto da carrinha tinha enganado o Paulo,  o  tiro  foi  perfeito  e  a  fêmea  deu  um  salto  quando  a  flecha  entrou  e  caiu redonda no sítio. 

Afastamos  o  Max  e  carregamos  o  bicho.  Já  em  frente  a  casa  do  desmanche preparamos  o  Bicho  para  a  fotografia  da  praxe.  Começou  a  sessão  fotográfica  e  o respeito que  tenho pelo Max aumentou  consideravelmente, pois entre  fotografias o canito dá uma dentada no rabo da dita cuja que o arrancou redondo!!! 

Pensei cá para mim “ainda bem que a nossa relação já está bem melhor e tu (Max) até já  me  dás  beijinhos!!!  (é  que  o  Max,  nos  seus  tempos  de  juventude,  deu‐me  3 dentadas em Monsanto)  

 

  

 

O dia foi bastante húmido, cansativo mas muito bom e no fim bastante compensador. 

Filipe Augusto 

Material: 

Bowtech Tribute  64lbs, com 28 polegadas de abertura. 

Flechas  Axis (com blazer vanes tiger) e na ponta uma Thunderhead 125gr.