Educação não Formal na Tapada das Mercês

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2012 Ana Carina Larsen Programa K’CIDADE – Tapada das Mercês Sistematização sobre as Práticas de Educação não Formal

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O modelo de educação não formal na Tapada das Mercês

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2012

Ana Carina Larsen

Programa K’CIDADE – Tapada das Mercês

Sistematização sobre as Práticas

de Educação não Formal

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ÍNDICE

1. Objetivos

2. Enquadramento

3. Pressupostos de Educação não Formal

4. O Modelo

5. A organização dos processos de Educação não Formal i. Quem organiza

ii. Temáticas

iii. Facilitadores / Formadores

6. Dificuldades

7. As mais-valias do trabalho em rede

8. Avaliação

9. Número das ações

10. Recomendações

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1. Objetivos

Objetivo Geral

Elaborar um documento que sistematize as práticas de educação não formal na Tapada das Mercês.

Objetivo específico

Documento orientador para os promotores de espaços de aprendizagem não formal. Criar condições para que as pessoas promotoras dos espaços de aprendizagem não formal articulem nestas respostas de forma a potenciar ainda mais estes momentos a nível da: participação, qualidade e metodologia.

Enquadramento concetual

2. Enquadramento

Porquê a Educação não Formal

Na Tapada das Mercês, os espaços de aprendizagem não formal têm vindo a assumir uma relevância cada vez maior na comunidade. Por um lado as respostas

Criar oportunidades de Aprendizagem ao Longo da Vida

Promover a articulação entre os promotores dos espaços de

Criar condições para uma qualidade dos espaços de aprendizagem não

Divulgação em rede

Mobilização em rede

Criar momentos conjuntos de partilha de práticas e

Objetivo Geral

Objetivos Específicos

O que estamos a fazer

para ir de encontro

aos objetivos

específicos

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formais têm vindo a ser cada vez mais parcas e as necessidades têm vindo a assumir uma maior especificidade dada a dinâmica que se vem desenvolvendo nos grupos informais e formais.

Ao K’CIDADE é importante ter um olhar mais próximo sobre estes momentos de aprendizagem não formal sobretudo porque são organizados pela sociedade civil e para a sociedade civil para criar uma articulação entre os processos que são desencadeados de forma a criar qualidade e sustentabilidade nos mesmos.

Para a Tapada das Mercês poderá vir a ser uma ferramenta importante em que se aprendem lições e melhoram as metodologias dos processos a vários níveis.

Foi realizado um encontro com os parceiros que desenvolvem espaços de aprendizagem não formal . Neste primeiro encontro era que houvesse um consenso sobre o conceito de educação não formal.

O consenso foi geral e para o grupo o conceito de educação não formal assenta no seguinte:

� Partilha de saberes

� Passagem de saberes

� Encontros e formações

� Momentos organizados e estruturados

� Momentos planificados de forma a ir de encontro aos objetivos

3. Pressupostos de ENF

Foram igualmente identificadas as questões-chave num processo de educação não formal

� Transparência e intencionalidade

Comunicar claramente ao público o que se pretende com ação. Traçar os objetivos que se pretende atingir com a ação

� Flexibilidade de adaptação do formador/facilitador ao grupo

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O facilitador/ formador deve ter a capacidade de adaptar o seu discurso, a sua forma de estar, de comunicar de acordo com o grupo

� Aprendizagem centrada no participante

Os saberes do individuo devem ser valorizados e deve ser respeitado o contexto de cada pessoa.

� Ser voluntário

O facilitador/formador deve dinamizar estes espaços de educação não formal por motivação própria.

� Espaços estruturados

Espaços que são planeados com uma estrutura.

4. O modelo

O modelo atual

Comunidade

Grupos, Organizações e

Moradores Ações de Educação

não Formal

Interesses e Necessidades

Facilitadores

Plano

Espaço Físico

Voluntário

Pagos

Internos ou

externos ao

território

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5. A organização dos processos

Quem organiza

Os espaços de aprendizagem não formal que consideramos momentos de partilha de saberes da comunidade e para a comunidade em espaço que não a escola, decorrem em formato de workshops.

Estes espaços surgem sempre da necessidade especifica de um grupo de pessoas que podem ou não fazer parte de um grupo informal, formal e/ou de uma organização local.

No ano de 2012 os grupos e/ou organizações que promoveram estes espaços de aprendizagem foram:

� Associação de Pais Bandeirinhas em parceria com a Associação de Pais Castelinhos e Grupo de Pais Girassol

� Ponto de troca

� Grupo de Pais Girassol em parceria com Associação Guineense

� Grupo de Pais Girassol em parceria com a Junta de Freguesia de Algueirão Mem Martins

� Associação Juvenil Dínamo

� Grupo Tapada

� Sub-grupo Inova

� Sub-grupo Trilhos

Que temas?

Ao longo de 2012 os temas abordados nestes espaços de aprendizagem não formal foram identificados pelos grupos informais e organizações locais que viram como necessidade para as suas dinâmicas para reforço das suas competências.

Os temas foram:

Na área das Famílias

� Parentalidade Positiva

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� Formação a voluntários

� Formação Numeracia

� Como Contribuir para o Sucesso Escolar dos meus Filhos

Na área da Igualdade de Género

� Violência Doméstica

� Igualdade de Género

Na área da Coesão Social e Cidadania

� Organização de Eventos

� Trabalho em Equipa

� Aprendizagem Intercultural

� Desconstruindo a Discriminação Étnica

� O Valor da Diversidade

Na área da Empregabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida

� Como Criar o Meu Negócio

� Como Melhorar o Meu Negócio

� Como Financiar o Meu Negócio

� A Minha Atitude Positiva na Empresa

� A Minha Imagem

Na área de Juventude e Participação

� Projeto de Jovens e Democracia

� Rede Participativa Juvenil

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Facilitadores / Formadores

Estes espaços são na sua grande maioria realizados por facilitadores/formadores, voluntários ou não que por vezes são pessoas e/ou moradores da Tapada e por outras são recursos externos que são mobilizados pela comunidade.

Aos facilitadores / formadores consideramos pessoas que podem ou não residir na Tapada que de forma voluntária ou não participam nos processos e facilitam estes espaços de educação não formal de forma estruturada. Estes facilitadores possuem saberes que por vezes não estão ligados à graduação e/ou qualificação. O que é valorizado nesta participação dos facilitadores são o respeito pelos saberes do grupo tornando desta forma um enriquecimento das competências de cada individuo transformando a sua auto-estima.

6. Dificuldades

Que dificuldades

No encontro realizado com os parceiros que desenvolvem espaços de aprendizagem não formal a principal dificuldade identificada foi a Mobilização.

Segundo o grupo participante do encontro, a mobilização está associada a:

� Adesão das pessoas

� Pouca abertura das pessoas, mesmo quando se trata de ouvir a proposta

� Dificuldade das pessoas darem o primeiro passo para participarem, pois uma vez nos processos demonstram motivação

� Motivação em participarem em processos que são mais longos

7. Mais-valias do trabalho em rede

As mais-valias no trabalho em rede

Considerando que foi identificada uma dificuldade comum a todos os parceiros que desenvolvem espaços de aprendizagem não formal e tendo como uma oportunidade

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o trabalhão em rede foi proposta para que de forma conjunta se consiga ultrapassar a dificuldade da Mobilização.

Este trabalhão em rede foi visto com as seguintes mais-valias:

� Divulgação mais centralizada

� Formas diversas de divulgação

� Identificação de canais comuns de divulgação

� Imagem comum de comunicação

� Partilha de saberes a nível das temáticas

� Partilha das dificuldades identificadas (ex: como organizar / estruturar um espaço de aprendizagem não formal)

8. Avaliação

Avaliação

Os processos de educação não formal podem ou não obedecer à aplicação de uma avaliação. Contudo, na maioria dos casos houve sempre uma preocupação em saber se os objetivos que levam ao participante a este espaço é ou não atingido, e por outro lado se o papel do formador/ facilitador é validados pelos participantes, sendo que esta última foi aplicada de forma mais pontual.

O gráfico abaixo revela alguns dados que foram recolhidos de 26 questionários de avaliação de diversos espaços de aprendizagem e com diversas temáticas.

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9. Número de ações

Número de ações

De acordo com os participantes do encontro sobre educação não formal, em 2012 foram realizados 17 ações. Destas 17 ações 15 foram desenvolvidas em parceria entre grupos informais e organizações, abrangendo aproximadamente 160 pessoas.

Contudo, convém referir que de acordo com o que estabelecemos serem espaços de educação não formal, algumas ações não foram aqui contabilizadas por ausência do promotor destas ações no encontro realizado.

No ano de 2012 o número de ações formais tem vindo a diminuir significativamente por diversos motivos. Os espaços de educação não formal têm vindo assumir uma maior relevância pois não dependem de medidas estatais para realizarem-se. O gráfico abaixo demonstra o fluxo anual.

Nota: De considerar que 11 das ações de educação formal são desenvolvidas fora do espaço escola, por formadores voluntários.

10. Recomendações

Recomendações e Pistas para o futuro

No encontro realizado convidamos os parceiros que desenvolvem espaços de aprendizagem não formal.

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Neste encontro, participaram:

� Associação de Pais das Bandeirinhas � Associação Juvenil Dínamo � AESintra � Grupo de Pais Girassol � Inova � Ponto de Troca

Sendo a mobilização identificada como uma dificuldade comum entre todos os participantes, as recomendações do encontro foram direcionadas para um trabalho em rede em que pudéssemos criar mecanismos conjuntos de ultrapassar esta dificuldade. Outros aspetos podem igualmente vir a ser refletidos na articulação:

� Divulgação e mobilização conjunta � Partilha das aprendizagens ao dinamizar-se estes processos como forma de

melhorar � Maior rentabilização tanto dos formadores / facilitadores em temáticas

que podem por vezes serem repetidas � Etc…

Contudo, para o K’CIDADE este será um ponto de partida para que na Tapada das Mercês se desenvolva uma reflexão e articulação conjunta sobre estes processos não formais. Para o Programa num todo seria interessante acompanhar estes processos uma vez que têm assumido uma maior relevância e que o seu desenvolvimento não implica custos financeiros e humanos muito pesados face às respostas formais.

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