De encontro com as estrelas · te, e não a cheia ( tem muita luz). A min-guante é indicada; o...

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VIAJAR É POSSÍVEL Admirar em detalhes as crateras da lua, os anéis de Saturno, as luas de Júpiter e as constelações com um telescópio en- canta crianças e adultos nas sessões de observação noturna, especialmente no interior de São Paulo, longe das luzes paulistanas. O curioso é que planejar o passeio depende da própria lua. A fase ideal para observá-la é o quarto crescen- te, e não a cheia ( tem muita luz). A min- guante é indicada; o problema é que ela nasce a partir da meia-noite, quando os observatórios estão fechados. A lua no- va é perfeita para ver muitas estrelas, galáxias e até mesmo nebulosas. Amparo. Quem visita o Polo Astronô- mico tem a chance de usar o maior teles- cópio do Estado. É também o maior aberto para visitação pública no País. Além do planetário, tem as sessões a olho nu e com os telescópios menores, em espaço aberto. Distante 15 km de Amparo, oferece condições ideais para observação por estar longe do Centro. As sessões (R$ 40) são aos sábados. A recomendação do astrônomo responsá- vel, Carlos Mariano, é que os interessa- dos entrem em contato pelo WhatsApp (19-99295-9586) para se informar sobre a expectativa de céu aberto na visita. Campinas. O Museu Aberto de Astro- nomia (Maas) fica no Parque Pico das Cabras, com trilhas e lugares ideais para acompanhar o pôr do sol na região. Tam- bém tem sessão no planetário e observa- ção a olho nu e com telescópio. A visita inclui ainda a sala do radiotelescópio, que monitora frequências do universo, como sons de planetas e pulsos de estre- las por meio das antenas. O ingresso (R$ 85) inclui observação do sol com filtros especiais – não faça a observação do sol a olho nu com telescópio simples em casa – e noturna na mesma visita. São Carlos. No observatório Dietrich Schiel, da USP, o telescópio principal é o que foi usado para ver o cometa Hal- ley em 1986. Por estar no centro urbano, é indicado para ver grandes corpos ce- lestes. Abre no fim de semana e é grátis. Brotas. Além da cúpula com telescó- pio, a Fundação Centro de Estudos do Universo (CEU) tem um planetário di- gital. A entrada custa R$ 70 – o lugar tem outras atrações. A sessão de obser- vação deve ser agendada. Veja mais detalhes em bit.ly/viagemastros De encontro com as estrelas Papo de mulher Adriana Moreira Observatórios astronômicos no interior do Estado são uma boa opção de passeio em família Talita Marchao ESPECIAL PARA O ESTADO Hotéis Parque. Em Campinas, museu de astronomia também faz sessão ao ar livre CESAR NEGREIROS J á vou logo avisando que a co- luna de hoje é voltada exclusi- vamente para as mulheres viajan- tes. Portanto, se você é homem e quer continuar lendo, não diga que eu não avisei. Porque o papo de hoje é sobre menstruação. Toda mulher conhece a chatice de ficar menstruada durante uma viagem. É a cólica que tira a dispo- sição, é a necessidade de encontrar um banheiro minimamente decente para trocar o absorvente, é a insegu- rança de usar uma roupa clara e man- char. Não dá para se livrar completa- mente do desconforto, mas uma mu- dança de hábito simples melhorou absurdamente minha vida em via- gens: o coletor menstrual (vulgo co- pinho). O produto não é uma novida- de, mas vem ganhando cada vez mais adeptas pela praticidade. Listei aqui algumas das vantagens que percebi ao usá-lo nas minhas úl- timas viagens – e dúvidas que eu tam- bém tive antes de me tornar adepta. Contei com a consultoria de algu- mas amigas e de Pâmela Freitas, do canal do YouTube Papo de Copinho. 1. Você não precisa sair desesperada atrás de uma farmácia na viagem quando tem um imprevisto. Leve o coletor e um potinho exclusi- vo para ele – Pâmela recomenda o copo sanfonado, que não ocupa lu- gar na bagagem. Assim você pode fervê-lo em qualquer micro-ondas para higienizá-lo antes do primeiro uso. Adeus ao sacrifício de buscar uma farmácia que ainda por cima tenha a marca do absorvente que você costuma usar. 2. É mais confortável em voos longos. Essa, a meu ver, é a maior vantagem de todas. A recomendação dos fabri- cantes é usar o copinho por no máxi- mo 12 horas ininterruptas. Não se preocupe: não há nenhum problema em usá-lo no avião (assim como dor- mir com ele). “Como no avião não dá para ficar levantando toda hora para ir ao banheiro, o coletor acaba sendo mais prático”, diz Pâmela. Não consigo nem descrever a feli- cidade de não precisar adicionar o uso do absorvente aos desconfor- tos clássicos do aperto na classe econômica em dez horas de voo. 3. Sem perrengues na trilha ou na praia. Um absorvente interno exige tro- ca, em média, a cada quatro horas. O coletor representa uma liberda- de infinita quando se está em um lugar com pouca infraestrutura. 4. É ecológico. Por ser reutilizável, o copinho gera uma quantidade de lixo infi- nitamente menor do que o absor- vente. Em viagens para lugares com problemas de coleta, é uma vantagem extra. SÃO LOURENÇO 42 O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA 31.1.2020 viagem

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VIAJAR É POSSÍVEL

Admirar em detalhes as crateras da lua, os anéis de Saturno, as luas de Júpiter e as constelações com um telescópio en-canta crianças e adultos nas sessões de observação noturna, especialmente no interior de São Paulo, longe das luzes paulistanas. O curioso é que planejar o passeio depende da própria lua. A fase ideal para observá-la é o quarto crescen-te, e não a cheia ( tem muita luz). A min-guante é indicada; o problema é que ela nasce a partir da meia-noite, quando os

observatórios estão fechados. A lua no-va é perfeita para ver muitas estrelas, galáxias e até mesmo nebulosas.

Amparo. Quem visita o Polo Astronô-mico tem a chance de usar o maior teles-cópio do Estado. É também o maior aberto para visitação pública no País. Além do planetário, tem as sessões a olho nu e com os telescópios menores, em espaço aberto. Distante 15 km de Amparo, oferece condições ideais para observação por estar longe do Centro. As sessões (R$ 40) são aos sábados. A recomendação do astrônomo responsá-vel, Carlos Mariano, é que os interessa-dos entrem em contato pelo WhatsApp (19-99295-9586) para se informar sobre a expectativa de céu aberto na visita.

Campinas. O Museu Aberto de Astro-nomia (Maas) fica no Parque Pico das Cabras, com trilhas e lugares ideais para acompanhar o pôr do sol na região. Tam-bém tem sessão no planetário e observa-ção a olho nu e com telescópio. A visita inclui ainda a sala do radiotelescópio, que monitora frequências do universo, como sons de planetas e pulsos de estre-las por meio das antenas. O ingresso (R$ 85) inclui observação do sol com filtros especiais – não faça a observação do sol a olho nu com telescópio simples

em casa – e noturna na mesma visita.

São Carlos. No observatório Dietrich Schiel, da USP, o telescópio principal é o que foi usado para ver o cometa Hal-ley em 1986. Por estar no centro urbano, é indicado para ver grandes corpos ce-lestes. Abre no fim de semana e é grátis.

Brotas. Além da cúpula com telescó-pio, a Fundação Centro de Estudos do Universo (CEU) tem um planetário di-gital. A entrada custa R$ 70 – o lugar tem outras atrações. A sessão de obser-vação deve ser agendada.

Veja mais detalhes em bit.ly/viagemastros

De encontro com as estrelas

Papo de

mulher

Adriana Moreira

Observatórios astronômicos no interior do Estado são uma boa opção de passeio em família

Talita MarchaoESPECIAL PARA O ESTADO

Hotéis

Parque. Em Campinas, museu de astronomia também faz sessão ao ar livre

CESAR NEGREIROS

Já vou logo avisando que a co-luna de hoje é voltada exclusi-

vamente para as mulheres viajan-tes. Portanto, se você é homem e quer continuar lendo, não diga que eu não avisei. Porque o papo de hoje é sobre menstruação.

Toda mulher conhece a chatice de ficar menstruada durante uma viagem. É a cólica que tira a dispo-

sição, é a necessidade de encontrar um banheiro minimamente decente para trocar o absorvente, é a insegu-rança de usar uma roupa clara e man-char. Não dá para se livrar completa-mente do desconforto, mas uma mu-dança de hábito simples melhorou absurdamente minha vida em via-gens: o coletor menstrual (vulgo co-pinho). O produto não é uma novida-de, mas vem ganhando cada vez mais adeptas pela praticidade.

Listei aqui algumas das vantagens que percebi ao usá-lo nas minhas úl-timas viagens – e dúvidas que eu tam-bém tive antes de me tornar adepta. Contei com a consultoria de algu-mas amigas e de Pâmela Freitas, do canal do YouTube Papo de Copinho.

1. Você não precisa sair desesperada atrás de uma farmácia na viagem

quando tem um imprevisto.Leve o coletor e um potinho exclusi-vo para ele – Pâmela recomenda o copo sanfonado, que não ocupa lu-gar na bagagem. Assim você pode fervê-lo em qualquer micro-ondas para higienizá-lo antes do primeiro uso. Adeus ao sacrifício de buscar uma farmácia que ainda por cima tenha a marca do absorvente que você costuma usar.

2. É mais confortável em voos longos.Essa, a meu ver, é a maior vantagem de todas. A recomendação dos fabri-cantes é usar o copinho por no máxi-mo 12 horas ininterruptas. Não se preocupe: não há nenhum problema em usá-lo no avião (assim como dor-mir com ele). “Como no avião não dá para ficar levantando toda hora para ir ao banheiro, o coletor acaba

sendo mais prático”, diz Pâmela. Não consigo nem descrever a feli-cidade de não precisar adicionar o uso do absorvente aos desconfor-tos clássicos do aperto na classe econômica em dez horas de voo.

3. Sem perrengues na trilhaou na praia.Um absorvente interno exige tro-ca, em média, a cada quatro horas. O coletor representa uma liberda-de infinita quando se está em um lugar com pouca infraestrutura.

4. É ecológico.Por ser reutilizável, o copinho gera uma quantidade de lixo infi-nitamente menor do que o absor-vente. Em viagens para lugares com problemas de coleta, é uma vantagem extra.

SÃO LOURENÇO

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42O ESTADO DE S. PAULO

SEXTA-FEIRA 31.1.2020 viagem