DATOLITA – CaB(SiO4)(OH) A datolita é um nesosilicato mais raro, sem importância econômica além de mineral de coleção, onde alcança preços bastante elevados. É classificada do Supergrupo da Gadolinita (Y2Fe2+Be2Si2O10). Pode conter teores de Mn, Mg, Fe e Al. Como variedades ocorre a “bakerita” (rica em B) e a “botryolita” (com hábito botrioidal).

Macroscopicamente a datolita é muito semelhante a vários outros minerais que ocorrem na mesma paragênese. Se a datolita apresentar hábito maciço ou granular grosseiro e ocorrer intercrescida com quartzo, calcita, prehnita, pectolita e apofilita, é praticamente impossível de reconhece-la. Todos estes minerais são transparentes, possuem brilho vítreo e apresentam geralmente cores claras com várias tonalidades possíveis. Datolita muito comumente mostra cor esverdeada, o que a apofilita e a prehnita também podem mostrar. A literatura informa que a datolita apresenta fluorescência em azul sob ondas ultravioletas de ondas curtas, mas esta fluorescência é apenas ocasional e não pode ser usada como feição diagnóstica comum.

1. Características: Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem

Monoclínica prismática

Geralmente com um tom esverdeado. Branca, acinzentada, verde pálida, vermelha,

amarela, rosa, etc.

Prismático curto, tabular, botrioidal, compacta, granular, lenticular,

criptocristalina.

não

Tenacidade

Quebradiça

Maclas Fratura Dureza Mohs Partição

{} Irregular, conchoidal. 5 – 5,5

Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3)

Branco Vítreo, resinoso. Transparente 2,96 - 3

2. Geologia e depósitos:

É um mineral secundário em rochas ígneas máficas, onde ocorre em vesículas (geodos).

Em escarnitos formados a partir de rochas calcárias também pode ocorrer.

Em rochas metamórficas ocorre em serpentinitos e xistos a “hornblenda” (anfibólios verdes).

Pode associar-se a minerais de minério em veios de minerais metalíferos.

3. Associações Minerais:

Associa-se à assembleia típica de minerais secundários em vesículas (geodos) de rochas vulcânicas máficas: quartzo, calcita, prenhita, apofilita, pectolita e zeolitas (natrolita, heulandita, thomsonita, laumontita, estilbita e analcima).

Também ocorre com sulfetos (pirita, calcopirita), hausmannita, cobre nativo, danburita, granadas, turmalina-Mg (dravita) e axinita.

4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA:

Índices de refração: nα: 1,626 nβ: 1,653 – 1,654 nγ: 1,670

ND Cor / pleocroísmo: incolor, sem pleocroísmo.

Relevo: moderado.

Clivagem: não apresenta.

Hábitos: prismático curto, maciço, granular.

NC Birrefringência e cores de interferência:

birrefringência máxima de 0,044: cores até a metade da 3ª ordem, cores fortes, coloridas, intensas.

Extinção: o hábito geralmente granular não permite classificar a extinção, que deve ser oblíqua, pois cristaliza no Sistema Monoclínio.

Sinal de Elongação: não é possível determinar Sinal de Elongação em cristais granulares.

Maclas: não apresenta

Zonação: não apresenta

LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 74º

Alterações: é produto de alteração.

Pode ser confundida com: na paragênese em que ocorre é o único mineral comum de hábito granular com cores de interferência fortes.

Prehnita, dependendo do hábito, pode ser semelhante, mas prehnita geralmente apresenta hábito em leque e algumas cores de interferência anômalas, além de um relevo mais baixo.

Nas imagens, datolita e calcita. A ND (esquerda), ambos são incolores e de relevo mocderado. A NC (direita), calcita (à direita em cima) apresenta sua típica cor de interferência castanha a creme enquanto os grãos de datolita mostram cores fortes e variadas. O hábito das datolitas é tipicamente granular. O grão preto a NC (em baixo) está em posição de extinção, mas também mostra cores fortes.

A NC, agregados de grãos de datolita com alguns grãos de calcita. Na paragênese em que ocorre a datolita é fácil de identificar, pois as características dos outros minerais são muito diferentes.

A NC, nas duas imagens, grãos de datolita (em baixo) e agregados radiais de prehnita (em cima). A ND ambos os minerais são incolores e a prehnita apresenta relevo mais baixo e seu hábito típico, formando feixes, leques e agregados que podem ser radiais, de cores fortes e geralmente com algumas cores de interferência anômalas.

A NC, na parte superior da imagem, leques de prehnita e, na parte inferior, grãos de datolita. É uma associação muito típica e fácil de reconhecer.

5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA:

A microscopia de Luz Refletida evidentemente não é o método analítico recomendado para a identificação da datolita. Entretanto, é importante a confecção de uma lâmina ou seção polida para a identificação dos minerais opacos que ocorrem associados à datolita, como magnetita, pirita, calcopirita e outros.

Preparação da amostra: sem informações.

ND Cor de reflexão:

Pleocroísmo:

Refletividade: Birreflectância:

NC Isotropia / Anisotropia:

Reflexões internas:

Pode ser confundida com:

Versão de maio de 2020