DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · sacode o mofo da rotina e recria o sonho das pessoas a cada...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UMA REFLEXÃO DA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NO

COTIDIANO DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR

CURITIBA2010

REGINA LUCIA LANGOWSKI MASSUQUETTO

UMA REFLEXÃO DA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NO

COTIDIANO DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA PERCEPÇÃO DO PROFESSOR

Material Didático Pedagógicoapresentado ao PDE - Programade Desenvolvimento Educacionaldo Paraná da Secretaria Estadualde Educação.

Orientação: Ms. Elizabeth R. S. de Farias.

CURITIBA2010

Apresentação.................................................................................................06

Introdução........................................................................................................07

O que é o Projeto Político Pedagógico...................................................12

O Professor e a Construção do PPP........................................................15

Atividade 1.......................................................................................................17

Atividade 2.......................................................................................................20

Conhecendo a Realidade da Escola........................................................21

Atividade 3.......................................................................................................22

Atividade 4.......................................................................................................23

Projeto Político Pedagógico e a Cidadania ..........................................24

Atividade 5.......................................................................................................27

Atividade 6.......................................................................................................27

Atividade 7.......................................................................................................27

Considerações Finais...................................................................................28

Referências......................................................................................................30

Foto do Colégio Estadual Presidente Abraham Lincoln – Colombo/Pr

“Tudo o que a gente puder fazer no

sentido de convocar os que vivem

em torno da escola, e dentro da

escola, no sentido de participarem,

de tomarem um pouco o destino da

escola na mão, também. Tudo o que

a gente puder fazer nesse sentido é

pouco ainda, considerando o

trabalho imenso que se põe diante

de nós, que é o de assumir esse país

democraticamente.”

Paulo Freire.Fonte: Massuquetto, Regina L.L.,2010.

Local de Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica do Professor PDE/2009.

Primeiramente, à DEUS por ter me inspirado em relação à esse

tema.

À minha filha Giulia e ao meu marido Almir, pela colaboração e

paciência.

A minha orientadora Elizabeth R. S. de Farias pelos seus

conhecimentos e orientações para a construção deste material

pedagógico.

Ao PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) pela

oportunidade que favoreceu aos professores de aprimorar as práticas

pedagógicas.

À Coordenação do PDE do Núcleo da Área Norte representado

pela Professora Josiane Nogueira e aos professores da FAFIPAR em

Paranaguá.

Regina Lucia Langowski Massuquetto

Pedagoga PDE 2009

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O Programa de Desenvolvimento Educacional, PDE, da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, SEED, está oportunizando aos professores da

Rede Pública estadual subsídios teórico-metodológicos para o

desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, permitindo a reflexão

teórica sobre a prática, possibilitando mudanças no processo ensino

aprendizagem e melhorando a qualidade da educação paranaense. Dentre

este redimensionamento da prática do professor está situado também o seu

envolvimento nas questões pedagógicas que norteiam o interior e o exterior da

sala de aula. O professor não é somente professor de sala de aula, ele é

professor da escola, é um agente de transformação social, que trabalha e

vivencia uma realidade concreta. A sua participação nas ações pedagógicas da

escola é fundamental, sendo que o papel da escola na sociedade é contribuir

significativamente para a democratização desta sociedade, com igualdade,

humanidade e justiça social.

Dentre essas ações pedagógicas está a construção significativa do

Projeto Político Pedagógico da escola. Significativa porque deve haver uma

conscientização política e pedagógica e uma mudança de postura com

relação aos novos desafios da atualidade. Assim, a minha proposta de

intervenção na escola é investigar a percepção do professor sobre a sua

participação na construção do Projeto Político Pedagógico no cotidiano de suas

práticas, proporcionando a estes docentes, compreender a dimensão política

pedagógica do projeto como também sua importância no cotidiano escolar,

perceber que o Projeto Político Pedagógico é o eixo norteador das ações

educativas no cotidiano escolar influenciando na prática pedagógica e

contribuir para a compreensão da importância da participação do professor na

construção do Projeto Político Pedagógico.

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A escola no Brasil vem de uma longa tradição de saber enciclopédico

e acadêmico, sendo desvinculada da realidade promovendo a educação como

um símbolo de status do que um mecanismo de redução das desigualdades

sociais. Segue um modelo reprodutivista, isto é, a escola não democratiza, mas

reproduz a desigualdade entre classes sociais. Como coloca GIROUX, (1988) a

escola é vista como reprodutora porque fornece às diferentes classes e grupos

sociais, formas de conhecimento, habilidades e cultura que não somente

legitima a cultura dominante, mas também direcionam os alunos para postos

diferenciados na força do trabalho.

Ela vem também de uma tradição autoritária e de centralização

administrativa.

A partir das ideias positivistas e mais tarde das ideias progressistas a

escola vem conquistando o seu espaço na sociedade buscando a melhoria na

qualidade da educação brasileira.

Ao longo do tempo muitos pesquisadores, especialistas e

profissionais da educação buscam uma melhoria na qualidade de ensino e uma

escola universal, democrática, sendo que, os agentes que nela estão e atuam,

sejam os transformadores de uma sociedade mais justa e cidadã.

As questões como autonomia, cidadania e participação no espaço

escolar são temas que estão marcando o debate educacional brasileiro de

hoje. Essa preocupação tem-se traduzido na reivindicação de um projeto

político-pedagógico próprio a cada escola. É natural que a escola se pergunte

sobre si mesma sobre seu papel como instituição numa sociedade que se

democratizou recentemente e que passa por profunda reforma do Estado.

A década de 1980 assinala profundas transformações na sociedade

brasileira, especialmente pela abertura política e redemocratização do país. A

democratização da escola é, pois resultado deste processo. Nesta época, o

país passa por um período de reorganização em setores vitais como, por

exemplo, a discussão da proposta constitucional que seria efetivada no ano de

8

1988. Na Constituição Federal, são lançadas as bases legais e institucionais

para uma nova concepção de sociedade e especialmente de educação. A

escola, inserida num contexto social atual, que se volta para a participação

como proposta dinâmica, pode ser percebida como uma das instituições sociais

mais importantes num estado democrático e, deve, tanto em sua proposta

pedagógica como também nas ações práticas do cotidiano escolar oferecer um

amplo espaço para a participação de todos os agentes envolvidos no ato

educacional.

Desta forma, a partir dos anos 80 a escola caminha para a

redemocratização do ensino por meio de manifestações lutando pela

universalização da escola pública e de qualidade, de forma a possibilitar a

todos os seus membros uma participação ativa no planejamento, na execução

e na avaliação das suas atividades, a escola está educando para a democracia

e contribuindo para a democratização da sociedade.

Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB), em 1996, toda escola precisa ter um projeto político

pedagógico (o PPP, ou simplesmente projeto pedagógico). Esse documento

deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários, pais

e alunos pretendem construir na unidade e qual formação querem para quem

ali estuda.

Desta maneira conforme cita o amparo legal (LDB – Lei 9.394/96) o

artigo 14 “os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do

ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e

conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da

educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;”

Segundo CARNEIRO (2008, p. 83) nesta perspectiva a lei deixa claro

que as decisões então centralizadas no diretor cedem lugar a um processo de

resgate de efetiva função social da escola, através de um trabalho de

construção coletiva entre todos os agentes da escola e destes, com a

comunidade. Tal horizonte vai retirar, também, a prática do professor que

chega à escola, vai à sala de aula imediatamente, desconhecendo, muitas

vezes, os objetivos e a própria filosofia pedagógica da escola em que passa a

trabalhar. Por outro lado, a consciência crítica é estimulada pela participação.

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O trabalho participativo não apenas descentraliza as decisões, mas também

sacode o mofo da rotina e recria o sonho das pessoas a cada dia.

Dentro desta realidade o que se estabelece é que o professor deve

estar envolvido ativamente e compreender que ele faz parte desta construção

coletiva.

Como afirma Freire (1996, p.115) sobre o papel do professor na

sociedade:

Não posso ser professor se não percebo cada vezmelhor que, por não ser neutra, minha práticaexige de mim uma definição. Uma tomada deposição. Decisão. Ruptura. Exige de mim queescolha entre isto e aquilo. Não posso serprofessor a favor de quem quer que seja e a favorde não importa o quê. Não posso ser professor afavor simplesmente do Homem ou daHumanidade, frase de uma vaguidade demasiadoconstrastante com a concretude da práticaeducativa. Sou professor a favor da decênciacontra o despudor, a favor da liberdade contra oautoritarismo, da autoridade contra alicenciosidade, da democracia contra a ditadura dedireita ou de esquerda.Sou professor a favor dalista constante contra qualquer forma dediscriminação, contra a dominação econômica dosindivíduos ou das classes sociais.Sou professorcontra a ordem capitalista vigente que inventouesta aberração: a miséria na fartura.sou professora favor da esperança que me anima apesar detudo.

Cabe destacar que o modo como o professor se posiciona diante da

realidade, como participa da história, como concebe o saber, a relação que

estabelece com os seus alunos na sua prática pedagógica e também com a

comunidade e como enfrenta as desafios e os conflitos no cotidiano escolar faz

a diferença para as mudanças significativas da sua prática pedagógica na

escola e na sua participação na construção do Projeto Político Pedagógico.

Como afirma VASCONCELLOS (1995, p.147), há a necessidade de

um processo de sensibilização, de motivação, de mobilização para com a

proposta de trabalho. Se o professor não perceber, se não acreditar, de nada

adiantará a construção do Projeto Político Pedagógico.

Segundo VEIGA (2002, p.13-14) é importante que o projeto político

pedagógico seja entendido na sua globalidade, isto é, naquilo que diretamente

contribui para que os objetivos prioritários da escola, que são as atividades

10

educacionais, e naquilo cuja contribuição é indireta, ou seja, as ações

administrativas. É também um instrumento que identifica a escola como uma

instituição social, voltada para a educação, portanto, com objetivos específicos

para esse fim.

Nesta perspectiva o Projeto é Político porque reflete as opções e

escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro

ativo e transformador da sociedade em que vive. É Pedagógico porque

expressa as atividades pedagógicas e didáticas que elevam a escola a

alcançar seus objetivos educacionais.

Não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um

rumo. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também político. O projeto

pedagógico da escola é por isso mesmo, sempre um processo inconcluso, uma

etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola.

Elaborar um projeto pode ajudar a equipe escolar e a comunidade a

enxergar como transformar sua realidade cotidiana em algo melhor.

Acreditar que há possibilidades de mudanças mesmo que estas sejam

em longo prazo. Ao depararmos e olharmos para trás, ao longo da história,

veremos que houve um grande avanço e conquistas provindas de um processo

de desenvolvimento em todas as áreas, principalmente, da tecnologia.

O professor tem que tomar consciência da importância da sua

contribuição na construção do Projeto Político Pedagógico da sua escola e que

faz parte das decisões tomadas para a melhoria daquela realidade onde ele

está inserido.

Porém, antes mesmo do professor perceber a importância da sua

contribuição na construção do Projeto Político Pedagógico é essencial mudar e

enxergar o que realmente está acontecendo. Muitos professores que atuam na

escola há muito tempo não percebem a realidade na qual estão inseridos.

Continuam despejando conteúdos para os alunos sem a contextualização e

significação, fechando os olhos para aquilo que está acontecendo fora da sala

de aula.

Não podemos negar que a formação destes profissionais se deu por

meio de uma teoria positivista pragmática e demora a estabelecer mudanças e

ruptura desta visão fragmentada.

11

Como afirma GHEDIN (2005, p.129) é preciso transpor o modelo

prático-reflexivo para uma prática dialética que compreenda as razões de sua

ação social. O modelo de formação que se orienta no positivismo pragmático

não responde às necessidades concretas de um profissional que responda,

mais amplamente, aos desafios contemporâneos.

Quando o professor está acessível a mudanças e acredita que está

mudança é significativa para o coletivo da escola ele se torna um professor

crítico reflexivo e não apenas um professor reflexivo.

Fonte: BRASIL,Ministério da Educação. Secretaria Educação Básica. Conselho Escolar e Aprendizagem na Escola (2004, p. 46)

12

Antes de iniciar qualquer trabalho na escola

sobre Projeto Político Pedagógico com os

professores precisamos conhecer o conceito e a

concepção de Projeto Político Pedagógico e

compreender qual é a sua real função dentro da

escola. Não podemos ficar apenas com a

informação que “já ouvimos falar”, mas sim

aprofundar os conhecimentos sobre este tema.

PROJETO:

O termo deriva do latim projectu, que significa lançar para diante

rumo, direção. Planejamento de estratégias, ações e formulas para se alcançar

um objetivo ou uma meta.

Segundo Gadotti (1994, p.579) projetar significa tentar quebrar um

estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e

buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto

contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser

tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam

visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.

O projeto é uma antecipação, uma vez que o prefixo pro significa

antes. Relaciona-se com o tempo a vir.

O projeto tem dimensão utópica, que significa, na verdade, o futuro “a

fazer”, um possível a se transformar em real, é a exploração de novas

possibilidades.

PEDAGÓGICO:

São as atividades pedagógicas e didáticas que elevam a escola a

alcançar seus objetivos educacionais. São as formas adequadas de

desenvolvimento do trabalho pedagógico: trata-se da organização dos meios

(conteúdos, espaço, tempo e procedimentos) através dos quais,

progressivamente cada indivíduo se aproprie da riqueza cultural produzida pela

humanidade. São as condições que viabilizem o acesso e a apropriação do

13

saber sistematizado. Requer dosá-lo e seqüenciá-lo de modo que a criança, o

adolescente, o jovem e o adulto passe gradativamente do seu não-domínio ao

seu domínio.

Segundo Veiga (1985, p. 13) pedagógico, no sentido de definir as

ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem

seus propósitos e sua intencionalidade.

POLÍTICO:

É o ato que reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades

na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade em

que vive. É uma ação de todos onde envolve diálogo, conversas e discussões

a respeito dos problemas e anseios das pessoas, intermediando uma solução

que contribua a todos. Ações que promovam o bem comum e que atendam os

fins específicos no plano de trabalho; no sentido de compromisso com a

formação do cidadão.

POLÍTICO E PEDAGÓGICO:

São dimensões indissociáveis, porque propicia a vivência democrática

necessária à participação de todos os membros da comunidade escolar e o

exercício da cidadania.

Como nos lembra Veiga (1995, p.13) o projeto político pedagógico,

ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em

instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os

conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e

autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da

burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos

fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os

poderes de decisão.

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QUANTO À CONCEPÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO:

a) É um processo democrático de decisões onde todos participam;

b) Preocupa-se em instaurar uma forma de organização de trabalho

pedagógico que desvele os conflitos e as contradições presentes na escola;

c) Contém opções explicitas na direção da superação de problemas no

decorrer do trabalho educativo voltado a uma realidade específica;

d) É construído continuamente e coletivamente, pois, enquanto produto é,

também, processo, incorporando ambos numa interação possível;

e) É a prática da participação coletiva eliminando o individualismo, sendo que

a reciprocidade exclui a exploração, a solidariedade supera a opressão e a

autonomia anula a dependência submissa aos órgãos intermediários;

f) Constitui o caminho/busca de uma nova direção e sentido, envolvendo os

diversos segmentos nas ações explícitas e intencionais para a compreensão

da escola que temos e a construção da escola que queremos.

Fonte: BRASIL,Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Conselho Escolar, Gestão Democrática da Educação e

Escolha do Diretor (2004, p.15).

15

Nos encontros realizados entre os anos de 2005

à 2007 para a construção do Projeto Político

Pedagógico observou-se que poucos professores

sabem da sua existência ou se sabem não dão

importância para esta discussão ficando alienados,

alguns participam como meros ouvintes e outros

questionam o que estão fazendo ali. Poucos são

aqueles que contribuem para a construção significativa deste projeto. A

compreensão por parte do segmento dos professores de que a construção do

Projeto Político Pedagógico faz parte de um processo de mudança e de

antecipação do futuro que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação

para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas

pela escola como um todo é inevitável.

Essa falta, muitas vezes, de aprofundamento nos faz lembrar o que

afirma Penin (1998) quando refere que ao desenvolver a docência os

professores acabam encontrando um cotidiano hierarquizado, homogeneizado

e fragmentado o que determina suas práticas pedagógicas.

Desta forma o professor deve estar envolvido ativamente e

compreender que ele faz parte desta construção coletiva.

Para que isso aconteça, o docente deve, em primeiro lugar, buscar

uma mudança de mentalidade: deixar de lado o velho paradigma de que a

escola pública é apenas um aparelho burocrático do Estado e não uma

conquista da comunidade e um bem coletivo, e em segundo lugar, assumir o

seu papel de ser ativo e participativo na construção do Projeto Político

Pedagógico sendo que suas decisões fazem parte da responsabilidade pelo

projeto da escola.

O professor, ao construí-lo coletivamente, no cotidiano da escola

pública, ressignifica suas experiências, reflete em sua prática, resgata,

reafirma e atualiza valores, explicita seus sonhos e utopias, demonstra de

saberes, dando sentido aos seus projetos individuais e coletivos, reafirma sua

identidade, estabelece novas relações de convivência e indica horizontes de

novos caminhos, possibilidades e propostas de ação.

Portanto o projeto político pedagógico faz parte do cotidiano escolar

e busca um movimento constante de reflexão-ação-reflexão de todos e

16

principalmente dos professores. Infelizmente tem docentes que desconhecem a

importância do projeto e o seu objetivo dentro do cotidiano escolar. Como

afirma Vasconcellos (1995, p.147 ), há a necessidade de um processo de

sensibilização, de motivação, de mobilização para com a proposta de trabalho.

Se o professor não perceber, se não acreditar, de nada adiantará a construção

do Projeto Político Pedagógico.

Desse modo, não basta apenas o professor estar fazendo; há que se

analisar como está fazendo. O professor pode estar preenchendo os papéis,

respondendo às perguntas, mas sem estar envolvido. Um fator decisivo para a

significação do projeto é a percepção da necessidade de mudança. É incrível,

mas muitos professores parecem tão satisfeitos com suas práticas que não

sentem a necessidade nem de aperfeiçoamento da escola. Muitos questionam

que a responsabilidade da construção do projeto político pedagógico é trabalho

de pedagogos e direção da escola. Conforme nos lembra Veiga (1998, p.12):

O projeto político pedagógico não é algo que éconstruído e em seguida arquivado ou encaminhado àsautoridades educacionais como prova do cumprimentode tarefas burocráticas. Ele é construído e vivenciado emtodos os momentos, por todos os envolvidos com oprocesso educativo da escola. Ele se torna um lugar damemória de uma realidade que é construída dia a dia.Um lugar no qual se pensa no caminho que está sendofeito a partir da reflexão indagadora do conhecimentoque é gerado na prática. O projeto político pedagógiconão se transforma, assim, em documento: é uma parteda vida da escola e uma proposta real para continuarmelhorando e aprendendo.

O projeto é político porque reflete as opções e escolhas de caminhos

e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da

sociedade em que vive. É pedagógico porque expressa as atividades

pedagógicas e didáticas que elevam a escola a alcançar seus objetivos

educacionais.

Para finalizar, conforme nos lembra Veiga (2002, p.33) é preciso

entender o projeto político pedagógico da escola como uma reflexão de seu

cotidiano. Assim, é nessa percepção que o professor “critico – reflexivo” deve

compreender a importância da sua participação ativa na construção do projeto

político pedagógico na escola pública na busca da valorização da sua prática

pedagógica como também na melhoria de uma sociedade mais justa e

solidariamente humaniza.

17

Repassar aos professores o questionário em anexo solicitando que

respondam conforme o seu conhecimento sobre o assunto. Após fazer o

levantamento e análise dos dados.

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Caro professor(a),

Você está recebendo um questionário individual para respondê-lo conforme a sua compreensão sobre o assunto. O objetivodesta pesquisa é verificar o que o professor conhece ou desconhece sobre o Projeto Político Pedagógico da Escola. Após olevantamento destas informações, será feita a análise dos dados Seja sincero nas respostas!!!. Não há a necessidade depesquisar conceitos e nem definições.

QUESTIONÁRIO PARA ANÁLISE

DISCIPLINA:_____________ Atua no: ( ) EF ( ) EM ( ) Formação de Docentes

VÍNCULO COM O ESTADO:______________________________________________

(PSS, padrão antigo, padrão recente, outra função na escola - qual?)

1) Na sua concepção o que você entende a respeito de:

a) PROJETO:______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

b) POLÍTICO:______________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

c) PEDAGÓGICO:__________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

d) ( )NÃO SEI DEFINIR

18

2) VOCÊ CONHECE A REALIDADE DA SUA ESCOLA ( ) SIM ( ) NÃO

Em caso afirmativo, descreva em poucas palavras como ela é (sugestões: quaisproblemas, conflitos, pontos positivos e negativos, professores e funcionários, alunos, pais, equipe, etc.)

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________

3) Diferencie participação de colaboração (não use dicionário ou qualquer outro meio)

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4) É necessária a construção do PPP na escola? Por quê?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________

( ) Não é necessário o PPP na escola. É apenas uma tarefa burocrática.

5) Qual a finalidade da construção do PPP na sua escola? (para que serve)__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

( ) O PPP não têm finalidade nenhuma.

19

6) Assinale a(s) alternativa(s). Na sua concepção a construção do PPP deve ser

elaborado por...

a) ( ) pedagogosb) ( ) direção da escolac) ( ) professoresd) ( ) funcionáriose) ( ) alunosf) ( ) paisg) ( ) toda a comunidade escolar envolvidos no processo, inclusive eu.

7) Justifique sua resposta (por quê)

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

8) Você acredita com o processo de construção do PPP a escola pode ter algumamudança significativa? ( ) Sim ( ) Não

9) Justifique sua resposta (por quê)

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

10) Você é professor(a): (assinale apenas uma alternativa)

( ) da escola ( ) de sala de aula ( ) apenas por profissão

11) Você acredita que esta construção pode interferir significativamente na sua

prática

pedagógica?

( ) Sim ( ) Não

12) Com qual frequencia tem sido discutido o Projeto Político Pedagógico na sua

escola?

( ) nenhuma pois não houve tempo e espaço para esta discussão.

( ) nenhuma pois não há nenhuma necessidade para esta discussão.

( ) foram realizadas algumas vezes durante o ano. Quantas? _________

20

Fazer a leitura e análise do texto: Projeto Político Pedagógico da

Escola: uma Construção Coletiva de Ilma Passos A. Veiga, pág. 09 à 35. (isso

poderá ser feito na hora atividade do professor)

Fazer a análise junto com o professor por meio de um quadro

comparativo das concepções sobre o PPP.

Fonte: BRASIL,Ministério da Educação. Secretaria Educação Básica. Conselho Escolar e Aprendizagem na Escola (2004, p. 26)

Fonte: BRASIL,Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Conselhos Escolares: Democratização da Escola e Construção

da Cidadania (2004, p. 37)

21

Muitos professores desconhecem a realidade, o

“chão” da escola na qual atuam. Preocupam-se

em apenas ministrar as aulas e esquecem que são

trabalhadores em educação, agentes que

transformam a sociedade e que dela participam

como cidadãos.

Para que haja uma construção significativa do

Projeto Político Pedagógico na escola é importante que os professores

conheçam a realidade da sua escola, os alunos, as relações sociais e

econômicas da comunidade. Cada escola possuem uma identidade formada,

possui o seu “DNA”, suas características, por mais que haja algumas

semelhanças e que são regidas pelo mesmo sistema há algumas diferenças

concretizadas no seu contexto.

Precisamos compreender que o processo de construção do Projeto

Político Pedagógico da escola deve refletir a dinâmica da escola. Nele, devem

ser explicitados os objetivos, anseios e desejos, ou seja, tudo aquilo que a

instituição pretende alcançar.

Fonte: BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Conselho Escolar e Aprendizagem na Escola (2004, p.20)

22

Análise das cenas do filme “Mr. Holland Adorável Professor” para

a compreensão sobre a realidade da escola.

Sinopse:

Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) decide começar a lecionar,

para ter mais dinheiro e assim se dedicar a compor uma sinfonia. Inicialmente

ele sente grande dificuldade em fazer com que seus alunos se interessem pela

música e as coisas se complicam ainda mais quando sua mulher (Glenne

Headly) dá luz a um filho, que o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo.

Para poder financiar os estudos especiais e o tratamento do filho, ele se

envolve cada vez mais com a escola e seus alunos, deixando de lado seu

sonho de tornar-se um grande compositor. Passados trinta anos lecionando no

mesmo colégio, após todo este tempo uma grande recepção o aguarda.

Referência: Mr. Holland – Adorável Professor. Direção: Stephen Herek. Produção: Robert W.Cort, Ted Field e Michael Nolin. Estados Unidos: Buena Vista Pictures, 1995. 1 Videocassete(02 hs 20 min): VHS, Ntsc, son., color. Legendado. Port.

Fazer uma comparação entre a realidade da escola do filme com a

escola na qual atuamos.

Sugestões de questionamentos:

a) Precisamos conhecer a realidade da nossa escola?

b) Qual o papel da escola em nossa sociedade?

c) Como a transmissão de conhecimentos científicos/escolares foi sendo

utilizada pelas políticas públicas de educação?

d) Quando a escola surgiu e porque foi instituída na sociedade?

e) Que papel a escola assumiu ao longo do tempo?

f) Que saberes tem sido repassado pela escola?

g) Existe escola para todos?

h) Existem natureza, tipos e formas diferentes de escolas para cidadãos

diferentes? De que tipo?

i) Temos uma proposta em comum?

j) Quais são as nossas ações (planos) para a melhoria da nossa prática

pedagógica na escola?

23

k) Como a nossa escola vem respondendo às questões emergentes de

nossa sociedade?

l) Para melhor atender a formação de nossos alunos, qual deve ser a

função da escola?

m) Quem somos e o que queremos?

Dinâmica de grupo: Conhecendo a escola

Objetivo: Possibilitar ao grupo de professores conhecer a realidade da escola

onde atuam analisando os conflitos existentes e viabilizando estratégias para

possíveis soluções.

Participantes: Professores

Tempo: 50 minutos, aproximadamente

Material Utilizado: Papel sulfite e caneta esferográfica

Ambiente: Uma sala com carteiras.

Processo:

I. O professor orientador distribui folha de sulfite para cada membro

participante:

II. Os participantes deverão descrever, na folha, uma dificuldade que

encontram na escola.

III. O orientador recomenda que todos despistem a letra, para não revelar o

autor;

IV. O orientador solicita que dobrem o papel, e uma vez recolhida, misturará e

distribuirá um papel para cada participante;

V. A seguir, o orientador recomenda que cada qual assuma o problema que

estiver no papel, como se fosse ele mesmo o autor;

VI. O orientador dará um tempo para o grupo tentar resolver o problema;

VII. Cada qual, por sua vez, lerá em voz alta o problema que estiver na folha,

usando a 1ª pessoa “eu” e fazendo as adaptações necessárias, dando a

solução;

VIII. Ao explicar o problema aos outros, cada qual deverá personalizá-lo;

IX. No final, o orientador poderá liderar o debate sobre as reações, formulando

perguntas.

24

Segundo Veiga (1985, p. 22) o Projeto Político

Pedagógico é entendido como a própria organização

do trabalho pedagógico da escola. A construção do

Projeto Político Pedagógico parte dos princípios de

igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e

valorização do magistério.

As mudanças na educação devem acontecer a partir da escola. Se

a escola é fruto da sociedade, é consequencia dos saberes construídos

socialmente, culturalmente, subjetivamente pelas pessoas que estão fora e

dentro da escola, como podemos pensar em mudanças a partir daqueles que

não estão diretamente ligados a esta realidade? Por isso devemos exercer a

nossa cidadania por meio de uma democracia participativa na escola, por meio

da participação significativa na construção do Projeto Político Pedagógico. Não

podemos deixar a escola nas mãos de dirigentes que atuam com práticas

autoritárias e alienantes numa perspectiva positivista.

Analisando os artigos 6º, 205º, 206º e 208º retirados da Constituição

Federal de 1988 faz-nos refletir o nosso papel na sociedade como cidadãos

comprometidos reivindicando os nossos direitos como também cumprindo com

os nossos deveres.

Capítulo II

Dos Direitos Sociais

Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a

assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

25

Título VIII

Capítulo III

Da Educação, da Cultura e do Desporto

SEÇÃO I

Art.205º. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 206 º(*). O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de

instituições públicas e privadas de ensino;

III. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a

arte e o saber;

IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V. valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano

de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e

ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos,

assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas

pela União;

VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII. garantia de padrão de qualidade.

VIII. piso salarial profissional nacional para os profissionais da

educação escolar pública, nos termos de lei federal.

(*) Emenda Constitucional Nº 19, de 1998

Art.208º (*). O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a

garantia de:

I. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)

anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os

que a ela não tiveram acesso na idade própria;

26

II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino;

IV. educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos

de idade;

V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação

artística, segundo a capacidade de cada um;

VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de

programas suplementares de material didático-escolar, transporte,

alimentação e assistência à saúde.

§ 1 º. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo;

§ 2 º. O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua

oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3 º. Compete ao poder público recensear os educandos no ensino

fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,

pela freqüência à escola.

(*) Emenda Constitucional Nº 14, de 1996 .

Fonte:BRASIL,Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Conselho Escolar e a Educação do Campo (2004, p.34)

27

Ler e discutir os artigos nº 6 e nº 208 e fazer uma análise se eles

estão sendo cumpridos na sua escola enumerando o que faltaria fazer para o

cumprimento dos mesmos.

Mencionar o Art.205º. “A educação, direito de todos e dever do

Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Instigar uma reflexão com os professores: O que é exercício da

cidadania???

1) Passar em DVD ou no data show o CD da Ana Carolina.

Fonte: Ana e Jorge ao Vivo. Direção: Ana Carolina e Seu Jorge. Produção: Mariana Jorge eMarilene Gondim. São Paulo: Sony BMG, 2005. 1 DVD (faixa 13 - Só de Sacanagem –3’06”).son.,color.

2) Passar os vídeos do youtube CQC Proteste já!

a) vagas para deficientes exibido em 02/06/2009

http://www.youtube.com/watch?v=VdWLyBla2dc

http://www.youtube.com/watch?v=NqEfBYnvNBI&feature=PlayList&p=3727CB337BBB98BD&pl

aynext_from=PL&playnext=1&index=4

b) material escolar exibido em 06/04/2010.http://www.youtube.com/watch?v=98-QHcetsys

Fazer a seguinte reflexão: “Como trabalhar essas questões no seio da escola,

dentro da sala de aula e no cotidiano das atividades formativas, de tal forma

que nossos alunos consigam incorporar conhecimentos e comportamentos que

levem a uma transformação para uma sociedade mais justa e humana?

28

A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a

formação cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã. Uma

escola onde busca a sua funcionalidade social por meio do Projeto Político

Pedagógico pensado e elaborado por todos os envolvidos no processo

educativo possibilitando uma relação autônoma, crítica e construtiva com a

cultura e com os desafios contemporâneos.

A superação dos desafios contemporâneos dependerá de cada

pessoa envolvida e de seu comprometimento com a educação democrática,

mais participativa, igualitária, humana no intuito de estabelecer a justiça social.

É esse processo participativo na construção do Projeto Político

Pedagógico que contribuem para um novo cotidiano escolar. Os professores

são os protagonistas deste processo de mudanças, não que todos não o sejam

pais, alunos e funcionários, mas são os trabalhadores intelectuais

transformadores (Giroux, 1997) que estão diretamente e intencionalmente

ligados à aprendizagem dos alunos mediando o conhecimento e

transformando-o dentro da realidade, oportunizando aos educandos de se

tornarem cidadãos críticos e conscientes.

O professor deve desmistificar essa sociedade capitalista, de

relações desumanas e desiguais onde prevalece uma ordem social injusta e

excludente. Desta forma a conscientização de seu papel na sociedade como

agente transformador é significativo a partir de suas ações e decisões na

construção do Projeto Político Pedagógico da escola. Sendo este o desafio do

Projeto Político Pedagógico diagnosticar o real e planejar o ideal da escola.

Quando a participação do professor é significativa na construção do

Projeto Político Pedagógico ele se torna um professor crítico reflexivo e não

apenas um professor reflexivo promovendo melhor qualidade na organização

do trabalho pedagógico na escola e, consequentemente, da educação.

29

Foto do Colégio Estadual Presidente Abraham Lincoln – Colombo/Pr

“A UTOPIA ESTÁ LÁ NO

HORIZONTE.

APROXIMO-ME DOIS

PASSOS, ELA SE

AFASTA DOIS PASSOS.

CAMINHO DEZ PASSOS

E O HORIZONTE CORRE

DEZ PASSOS.

POR MAIS QUE EU

CAMINHE, JAMAIS

ALCANÇAREI.

PARA QUE SERVE A

UTOPIA?

SERVE PARA ISSO:

PARA QUE EU NÃO

DEIXE DE CAMINHAR”

(Eduardo Galeano).

Fonte: Massuquetto, Regina L.L. ,2010.

Local de Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica do Professor PDE/2009.

30

Ana e Jorge ao Vivo. Direção: Ana Carolina e Seu Jorge. Produção: MarianaJorge e Marilene Gondim. São Paulo: Sony BMG, 2005. 1 DVD (faixa 13 - Sóde Sacanagem – 3’06”).son.,color.

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