RECria 2ª Edição

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A revista eletronica que resume voce. ^ ^ EDUCAÇÃO SIM, HOMOFOBIA NÃO Entenda o projeto Educação Sem Homofobia. [editorial] A procura de um jornalismo perfeito [entrevista] Da prática à teoria - Miriam Chrystus [planejamento] O Planejamento na Comunicação [capa] Educação sim, Homofobia não [teses de comunicação] Educação sim, Homofobia não [click] Fotografias de Ana Carolina Caetano [comentários de mídia] Os Seriados invadem a Web [criaonline] Interatividade

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A Revista Eletrônica da Cria UFMG Jr., agora em sua segunda edição

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A revista eletronica que resume voce.^ ^

EDUCAÇÃO SIM, HOMOFOBIA NÃO

Entenda o projeto Educação Sem Homofobia.

[editorial]A procura de um jornalismo perfeito

[entrevista]Da prática à teoria - Miriam Chrystus

[planejamento]O Planejamento na Comunicação

[capa]Educação sim, Homofobia não

[teses de comunicação]Educação sim, Homofobia não

[click]Fotografias de Ana Carolina Caetano

[comentários de mídia]Os Seriados invadem a Web

[criaonline]Interatividade

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Falar em jornalismo é falar de uma informação imparcial, que ouça os diversos lados da história e que não dê a ver a posição do jornalista. Pelo menos é isso o que quase todo mundo fora do campo da Comunica-ção fala e a concepção de muita gente ao entrar na fac-uldade. Logo no início do curso já somos confrontados com alguns pensamentos diferentes e vemos o quão difícil é tratar alguma informação sem deixar suas próprias posições transparecerem.

Aqui na ReCRIA as coisas não são muito diferen-tes do mercado lá fora. Tentamos, sim, sempre tratar tudo da forma mais imparcial possível e sem deixar os nossos julgamentos transparecerem nas matérias. Mas o lado bom da nossa quase inexperiência – muitos de nós, membros da CRIA, entram na empresa bem no início do curso – é poder tratar o Jornalismo sem mui-tos vícios da profissão. Um olhar novo, por vezes meio perdido, mas que busca entender seu próprio jeito de fazer jornalismo.

E lá vai a busca por fontes diferentes, abordagens que não tínhamos pensado antes, novos jeitos de contar uma notícia. Damos voz aos nossos entrevistados, mas também damos voz a nós, estudantes e jornalistas da ReCRIA. E o que você tem aí é o resultado dessa nossa constante busca para entender o jornalismo. Se esta-mos conseguindo ou não, talvez nunca saibamos. Mas continuamos tentando.

A procura de um jornalismoperfeito

[EDITORIAL]

Bem-vindo à Revista Eletrônica da CRIA.

por Diogo Tognolomembro colaborador

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RC: Em relação ao mercado de trabalho como era?MC: As empresas não davam muita atenção à ques-tão do currículo das pessoas. Caso houvesse um está-gio em Jornalismo, por exemplo, ele era aberto para quem estava no segundo, terceiro período. Logo no início tínhamos a oportunidade de entrar nas em-presas. Isso aconteceu comigo. No 3° ou 4° período eu já fui fazer um estágio no Jornal de Minas, traba-lhando profissionalmente como repórter.

RC: E como foi sua primeira experiência de traba-lho? Onde foi?MC: Eu aprendi muito no meu primeiro emprego, que foi no Jornal de Minas. Lá tinha uma turma muito interessante. Quer dizer, todos nós éramos muito jovens, mas todos se tornaram profissionais altamente qualificados. O meu grupo ali era de pes-soas altamente qualificadas e que se deram bem no futuro, mas naquele momento tínhamos a vontade, o desejo e a garra de sermos jornalistas e de contri-buirmos no processo democrático através das nossas reportagens.

RC: Além do Jornal de Minas, você desenvolveu algo paralelo enquanto trabalhava lá?MC: O Jornal de Fato, que era considerado imprensa alternativa. Em 1975 eu trabalhava no Jornal de Mi-nas e e, junto a um grupo de jornalistas insatisfeitos, porque tínhamos que escrever dentro de uma deter-minada perspectiva, criamos um jornal. Éramos 10 jornalistas. Cada um deu o que corresponderia hoje a 2000 reais e criamos um jornal de imprensa alter-

Da prática à teoria Mirian Chrystus ingressou no curso de

Letras da Universidade Federal de Mi-nas Gerais, no ano de 1971, porém foi só no ano seguinte que optou pelo cur-so de Comunicação Social, no qual se habilitou em Jornalismo. Anos mais tarde, depois de trabalhar em grandes emissoras de TV e jornais de destaque, iniciou sua carreira como professora, na mesma instituição de ensino em que

obteve sua Graduação e, posteriormente, seu Mestrado e Doutorado. De estudante a professora, Mirian conta um pouco de sua história em entrevista para a Revista CRIA.

RC: Mirian, você se formou em Comunicação Social ha-bilitação em Jornalismo, certo?MC: Isso mesmo. Nos anos 70, devo ter entrado em 71. Mas entrei primeiro em Letras. Depois eu abandonei pra fazer Jornalismo, em 72. Eu levei cerca de 6 a 7 anos para com-pletar o curso.

RC: E como era o curso naquela época? Que diferenças você pode apontar em relação a hoje?MC: Era outra época. Os anos 1970 eram uma época com-pletamente diferente de hoje, tanto que fica difícil compa-rar o curso porque ele está dentro de uma época, dentro do contexto. O curso era muito jovem e estava se criando de forma improvisada dentro das condições da época. Os professores, por exemplo, eram profissionais do mercado, alguns mais sérios, outros menos sérios, alguns mais com-petentes, outros menos competentes. E até os competentes às vezes não tinham didática para passar o que sabiam para a gente. Às vezes havia bons repórteres, bons jornalistas,

[ENTREVISTA]

que tinham tido uma vida profissional rica, mas sem di-dática para passar para gente. Com professores com esse perfil, que não tinham didática, era tudo muito tumultua-do. Existiam alguns professores bem corretos, bem “cer-tinhos”, como o professor de Ética e Legislação. Ele era muito conservador e nos dava Ética e Legislação, conhe-cia profundamente o assunto, mas numa perspectiva muito conservadora, que nós rejeitávamos. Estávamos em plena Ditadura Militar e ele mantinha uma posição conservadora em relação às leis, a gente aprendia para segui-las, e aque-las que ele citava, por exemplo a lei que regulamentava a imprensa, havia sido criada pelos militares. Nós quería-mos “quebrar” aquelas leis. Vamos dizer que se aprendiam coisas interessantes, no entanto acredito que aprendíamos

mais na convivência entre as pessoas e no próprio mercado do que na sala de aula propriamente dita. Eu frequentava o Maleta, o bar do Lucas, e considero que aprendi muito na minha vida naquelas noitadas. Eram noitadas com intelec-tuais, noitadas com jornalistas, com atores. Era a cena inte-lectual de Belo Horizonte. O Lucas era um desses pontos de encontro. Foi alí que eu fiquei sabendo de livros, de peças de teatro, de discussões interessantíssimas. A escola estava no meio disso tudo, era uma coisa, eu diria, até secundária em relação a essas coisas. A escola era meio que um rito de passagem, que não tinha tanta importância na vida das pessoas.

por Isabella Melanojornalismo - qualidade

“acredito que aprendíamos mais na convivência entre as pessoas e no próprio mercado do que na sala de aula propriamente dita”

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nativa que saia uma vez por mês, mais ou menos. Todos nós éramos muito ligados ao movimento estu-dantil e sobrevivemos com esse jornal durante uns 4 ou 5 anos, de 75 a 79 mais ou menos.

RC: E como foi trabalhar em um jornal alternati-vo, no Jornal de Fato?MC: Ele teve uma fase muito boa, que foi de 75 a 78. Nós fizemos reportagens memoráveis e, quando eu digo memoráveis, eu digo historicamente. Nós fo-mos o jornal que saiu com uma lista dos torturado-res no país, que foi uma matéria muito importante. Tivemos uma matéria que serviu de parâmetro para outras, que era a denúncia de tortura nas delegacias de MG envolvendo presos comuns. Em 1978, já ha-via noção de que havia tortura nas prisões militares, mas até a esquerda não estava sensibilizada com a questão de que havia tortura nas prisões comuns, como existe até hoje. Então fizemos uma defesa de um bando de assassinos: Leonor e seu Bando. Mas a gente fez uma defesa que até hoje eu acho que ela é pertinente, a defesa de que a pessoa pode ser uma assassina, um estuprador, mas nada dá direito ao Es-tado de torturar uma pessoa. Por pior que esse preso seja, ele tem que ir para uma prisão, tem que ser julgado e condenado. E eu fiz uma matéria da qual me orgulho muito, que era a defesa dos homossexu-ais. Eu falava dos homossexuais como em um campo de concentração e defendia aqueles de classe menos favorecida, que se prostituiam e por isso iam para as prisões. Para sair daquela situação, na qual eram provavelmente maltratados, eles se cortavam com gilete para ir para o hospital ou alguma coisa assim. E esse foi o jornal mais bem vendido da nossa histó-ria.

RC: Depois de trabalhar no jornal impresso você foi para a televisão. Foi nessa época que você en-trou para o corpo docente da UFMG? MC: Eu trabalhava na Manchete como apresenta-

[ENTREVISTA] - MIRIAM CHRYSTUS

dora de telejornal e já havia sido repórter de jornal e televisão durante muitos anos. Foi aí que tentei o concurso para UFMG. Quando passei, eu também era como aqueles professores antigos. Eu também ti-nha uma vivência profissional muito grande, mas eu também não tinha a maturidade e não tinha a didáti-ca para poder repassar aquilo para os alunos. Então eu fui uma má professora nesse aspecto. Acho que repeti a falha no ensino de telejornalismo dos meus professores antigos por não ter tido, ao longo desses anos, uma situação adequada à disciplina Oficina de Telejornalismo. As oficinas foram criadas, há alguns anos, com a proposta de promover uma imersão do aluno nas práticas, com aulas vários dias seguidos. Porém não foi isto que aconteceu. De 3 a 4 encontros por semana, eles foram se reduzindo até chegar ao formato de uma aula por semana (o atual), com 15, 20 ou até mais alunos em sala de aula, com poucos equipamentos e sem editor no horário, o que torna inviável uma prática adequada, integrada de o aluno propor a pauta, sair, gravar, voltar, editar, refletir. O processo fica todo muito fragmentado ao longo do tempo: em uma semana ele propõe a pauta; na se-mana seguinte, grava; na terceira, edita; e na quarta,

apresenta para avaliação. O todo integrado de uma reportagem se perde, entendeu? Isto até hoje é re-flexo da situação de desequilíbrio entre o ensino da prática e da teoria: este modelo de uma aula por se-mana é adequado às disciplinas teóricas e não às de caráter prático, principalmente telejornalismo. En-tão eu também, de certa forma, colaborei para um mau entendimento do que seja um professor de co-municação. Eu fui contratada como uma professora

de televisão, mas não tinha equipamento nenhum para trabalhar. Como eu ia ensinar o que eu sabia fazer, o que era o meu forte, se eles não me davam uma câmera para trabalhar com os alunos? Se fosse hoje, eu poderia sanar essa lacuna dando uma disci-plina teórica, o que também não seria uma solução. Mas eu poderia ser uma professora melhor. Se não tínhamos equipamentos, podíamos ao menos apren-der a analisar o discurso do telejornalismo. Depois quando eu tinha o material, acredito que melhorei um pouco. Acredito que me tornei uma professora melhor. Foi nos últimos dez anos, quando eu fiz meu mestrado, e doutorado que eu adquiri a percepção teórica das coisas, que eu consegui juntar as duas pontas da teoria e da prática.

RC: Você diria que essa é a grande dificuldade do Curso de Comunicação Social? Unir a teoria e a pratica?MC: Eu acho que nosso curso hoje está mais equili-brado. É um curso difícil, pois, diferentemente dos outros cursos, não tem seu objetos de estudo bem re-cortado. O nosso objeto é a própria comunicação, é a relação entre as pessoas com milhões de suportes, podendo ser televisão, telejornalismo, rádio, propa-ganda. Nosso recorte de mundo é muito diversifica-do. Então eu acho que ele sempre vai ser um curso meio complicado. Nós temos que sair correndo atrás de mercado, ensinar o que ele ensina, mas nós não damos conta de segui-lo. Talvez nós nem tenhamos que seguir o mercado Talvez nós tenhamos que se-guir uma reflexão sobre ele, sobre o fazer. Mesmo assim, eu ainda acho que estamos mais próximos de um equilíbrio entre teoria e prática. Mas eu acho que ele tem que ser buscado com mais vigor. Hoje nós estamos em um momento muito bom do curso, quer dizer, o curso hoje está buscando um equilíbrio entre teoria e prática.

“Como eu ia ensinar o que eu sabia fa-zer, o que era o meu forte, se eles não me davam uma câmera para trabalhar com os alunos?”

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Na Comunicação, ele está intrinsecamente aliado a área publicitária. Fazer um evento ou uma campanha não é apenas ter idéias legais. Antes de se chegar a este ponto é preciso pesquisar uma série de coisas. Deve-se levar em conta as vontades de quem vai anunciar, perguntar à empresa o que ela deseja para si. Uma propaganda pode ser totalmente diferente se o objetivo do anunciante é ter maior volume de clientes ou se ele quiser apenas que os compradores sejam mais fieis.

Estes desejos de quem busca uma agência de pro-paganda devem estar adequados a realidade do produto ou serviço a ser anunciado. O planejador precisa saber as qualidades e defeitos deste produto, ouvir os desejos das empresas não bastam. De que vale uma marca querer ser líder de vendas no seu segmento se seu produto for pior do que o dos seus concorrentes. É preciso também descobrir como os clientes avaliam esta marca, quem são eles, quais as suas demandas. Ações publicitárias pre-cisam ser coerentes.

O planejamento precisa diagnosticar as falhas e tra-çar soluções para os problemas. É parte estratégica que orienta as ações e as idéias que gerarão a publicidade. Enfim, assim como no planejamento-antes-de-sair-de-casa, para que a comunicação alcance os melhores re-sultados possíveis, temos que pensar em bastante coisa antes de agir.

O Planejamento é uma criança

A primeira agência de publicidade surgiu em 1841 nos EUA. Em 1914, Ivy Lee inaugura a profissão de Rela-ções Públicas no mundo. Mas, somente na década de 60 é que surge o planejamento. Tudo começou na Inglater-

ra. Os pais do planejamento são Stephen King e Stanley Pollitt. Eles trabalhavam em diferentes agências ingle-sas e, simultaneamente, mudaram a realidade da pub-licidade.

Stephen criou o chamado T-plan, um processo novo em que combinava pesquisas e os insigths – idéias - com intuito de ter uma criação mais efetiva. Já Stan-ley estava focado no Atendimento. Segundo ele deveria haver um “pesquisador” que trabalhasse em conjunto com o Atendimento – área da publicidade responsável pela venda de serviços e trato direto com as empresas clientes. Isso iria clarear as ações e enriquecer o desen-volvimento da propaganda. Em suma, a importância desses dois profissionais foi demonstrar como é impor-tante ouvir os consumidores.

Mesmo completando 50 anos de existência e al-gum sucesso, o planejamento é muitas vezes subesti-mado. Poucas pessoas entendem sua importância, até pela dificuldade de se explicá-lo. Alguns clientes ainda consideram a publicidade uma despesa, e não um in-vestimento. Se convencê-los do contrário já é difícil, imagine explicar que a comunicação pode ser muito mais frutífera quando se trabalha com um tal de Plane-jamento.

Quando me pediram para falar sobre Planejamento na ReCria senti que seria uma tarefa difícil. Nem mesmo profissionais desta área da comunicação têm a clareza para defini-la o que dirá de mim, reles estudante de pub-licidade aspirando um dia ser planejadora. Feito o desa-fio fica a tentativa de tentar esclarecer o que é essa mis-celânea de Relações Públicas, Marketing, Publicidade, Economia, Negócios, criatividade, e principalmente a cu-riosidade quanto ao comportamento humano.

Planejar é algo ligado ao cotidiano. Você provavel-mente planejou alguma coisa hoje e nem percebeu. Su-ponhamos que tenha saído de casa. Com certeza tinha um propósito para chegar a algum lugar e, já na saída, teve que pensar em uma série de coisas: onde ir, como se vestir, o melhor meio de transporte, o melhor camin-ho, o que levar consigo, quanto tempo e dinheiro seriam necessários. Independentemente de ir à padaria ou para uma entrevista de emprego, ainda que minimamente, você se planejou.

O Planejamento é utilizado também profissional-mente e tem várias aplicações. Existe planejamento fa-miliar, planejamento estratégico, planejamento de ob-ras...

O Planejamento na Comunicação[PLANEJAMENTO]

por Bárbara Monteiroplanejamento - qualidade

“Fazer um evento ou uma cam-panha não é apenas ter idéias legais. Antes de se chegar a este ponto é preciso pesquisar uma série de coisas.”

“Mesmo completando 50 anos de existência e algum sucesso, o planejamento é muitas vezes sub-estimado.”

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Para detalhar melhor, existem alguns serviços ligados diretamente a área de planejamento. En-tretanto o ideal é que haja planejamento em todos os tipos e áreas da publicidade, seja para fazer um folder ou uma campanha institucional.

Planejamento de Campanha

É ele que dá as diretrizes a uma campanha publicitária através de informações e pesquisas. São estudos variados, que vão desde hábitos dos con-sumidores até dados mercadológicos. O planner tem que interpretar esses dados de forma que encontre fundamentos para elaborar estratégias. Ao traçá-las, são bem maiores as chances de se ter eficácia, além de facilitar o processo criativo.

Planejamento de Comunicação

Assim como um médico diagnostica uma doen-ça e passa uma série de remédios zelando pela saúde, existe quem determina o que fazer para melhorar a comunicação. Este tipo de planejamento vai deter-minar ações para resolver os problemas relativos a essa área.

Há uma investigação sobre os principais defei-tos e qualidades na comunicação do cliente e apon-tamento de estratégias para melhorias em todos os aspectos concorrência, marca, produto, imagem. Pode ser visto como uma consultoria.

Planejamento de Mídia

Uma empresa que fabrica bebidas alcoólicas, ao anunciar na TV, não terá eficácia se veicular sua propaganda no horário dos desenhos das crianças. Esse é um exemplo simples, mas que explica bem que é importante segmentar os lugares em que são feitos a comunicação. Existem diversos espaços para se comunicar, virtualmente ou fisicamente, é impor-tante usar a criatividade para chamar a atenção do

[PLANEJAMENTO] - O PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO

consumidor. Saber se o meio ideal será um outdoor ou um poste é muito importante para o sucesso de um negócio.

Planejamento de Eventos

Já planejou um churrasco? Onde ele aconte-ceu? Quando? Por que? Este tipo de planejamento tem que pensar minuciosamente em cada detalhe de um evento. Afinal há muita coisa em jogo, pois mui-tas empresas se utilizam de eventos para divulgar e propagar sua marca e sempre há algum objetivo que leva a fazê-los. Com o planejamento não faltará carne nem cerveja e ficará bem claro aos convidados o motivo do churrasco. Poste usado para campanha

da marca de tintas Levis.

um caso...

Assistindo ao vídeo parece que as idéias caem do céu, mas com certeza muita gente quebrou a cabeça antes que os sandubas ganhassem rosto.

Case Whopper FaceAgência: Ogilvy

Anunciante: Burger King

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balhem a diversidade sexual, se estendendo a todas as áreas de ensino. Professores de artes, por exemplo, desenvolvem peças de teatro que abordem o tema da sexualidade, profes-sores de geografia desenvolvem trabalhos de

Daniel. Isso garantiria aos professores de en-sino fundamental e médio a oportunidade de levar às salas de aula a realidade do movi-mento LGBT,. Além do contato com esse uni-verso através de palestras, debates e paradas do Orgulho LGBT os professores contam com um curso de 60 horas de atividades presen-cias, aulas, e debates dentro de sala de aula na UFMG, além de 20 horas obrigatórias de atividades vivenciais.

Além das horas obrigatórias de capaci-tação, os professores devem fazer um Projeto de Intervenção como conclusão de curso, que consistiria no desenvolvimento de projetos a serem realizados em suas escolas e que tra-

truído na sociedade para alterar de vez essa visão arcaica da homossexualidade como um mal que ataca a humanidade. Como forma de combater os preconceitos remanescentes na sociedade surgiu, em 2008, na Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas da UFMG o Projeto Edu-cação Sem Homofobia. As bases para o trabalho foram lançadas no seminário Educando para a diferença, realizado em 2007, que contou com a participação de pessoas de todo o Brasil, como expoen-tes da militância LGBT e pessoas de nível governamental envolvidos com propostas de inclusão de temas de diversidade se-xual no nível da educação.

O Educação Sem Homofobia for-nece a professores de ensino fundamen-tal e médio, a oportunidade de educar conscientizando os alunos a respeito da diversidade sexual existente e de como ela deve ser respeitada. O projeto traba-lha com uma metodologia que envolve dois eixos de ação sendo um teórico, in-formativo, conceitual, e outro vivencial. “A questão vivencial seria: ouvir o que os professores experimentavam dentro da sala de aula, ver suas vivências de es-cola. E “pegar” essas pessoas que estão com a gente e levar elas a terem vivên-cias, a terem um contato pessoal, com os LGBT, principalmente aqueles que estão engajados no movimento social”, explica

Educação sim, Homofobia não Os temas referentes a gêneros se-xuais vêm sendo discutidos com grande freqüência na sociedade atual. Dentre essas diversas discussões, o que é poli-ticamente correto se encaixa como uma pauta recorrente. De acordo com Daniel Arruda Martins, pesquisador do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (Nuh/UFMG) e coordenador executivo e capacitador do Projeto Educação sem Homofobia, realizado pelo Nuh/UFMG e pela Secretaria de Educação Continua-da Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), vivemos em uma sociedade ain-da permeada pelo preconceito. Existe um mapa da Homofobia no Mundo que aponta onde a homossexualidade é tra-

tada como pena de morte, onde é motivo de prisão perpétua, ou seja, ainda exis-tem locais onde a homossexualidade é tida com um insulto à humanidade e por isso deve ser extinta do mundo.

De fato, observa-se hoje que, em pleno século XXI, muito deve ser cons-

[CAPA]

por Isabella MeladoJornalismo e Qualidade

identidade visual desenvolvida para o projeto

“ainda existem locais onde a homossexualidade é tida com um insulto à humani-dade e por isso deve ser ex-tinta do mundo”

“o projeto oferece os subsídios mínimos em termos históricos, em termos conceituais, em ter-mos de condição de saúde para instigar o professor a relacio-nar essas questões às escolas em que trabalham.”

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mapeamento dessa diversidade.

No ano de 2008, das 240 vagas abertas houve um excedente de aproximadamente 150 inscritos. E agora em 2010, na segunda edição do Projeto, foram abertas 500 vagas, mas o Educação Sem Homofobia não se restringe somente às cidades de Belo Hori-zonte e Contagem – onde teve início. Agora o projeto também as cidades: Betim, Santa Luzia, Ribeirão das Neves e Juiz de Fora. A extensão do projeto para ou-tras cidades representa a oportunidade de um maior número de professores intervirem e questionarem questões de sexualidade que estão presentes no am-biente escolar.

“Nós não estamos formando educadores sexu-ais. Não são professores de Educação Sexual, são professores de diversos níveis: ensino infantil, ensino médio, educação de jovens e adultos das mais diver-sas disciplinas desde a alfabetização, ensino regular de matemática, geografia, história, artes”, comenta Daniel Arruda. De acordo com o coordenador, o pro-

jeto oferece os subsídios mínimos em termos históri-cos, em termos conceituais, em termos de condição de saúde para instigar o professor a relacionar essas questões às escolas em que trabalham.

O projeto não só oferece as capacitações aos professores como também busca juntamente ao MEC e as Secretarias de Educação fornecer a esses profissionais um ambiente em que seja possível tra-

[CAPA] - EDUCAÇÃO SIM, HOMOFOBIA NÃO

Conheça mais sobre o Projeto Educação Sem Homofobia e confira o trabalho da CRIA - que desenvolveu o site:

confira...

tar da temática da diversidade sexual, ou seja, fornece os respaldos legais para que o debate seja possível na malha educacional. “Não basta o professor estar alta-mente capacitado para executar um projeto, para falar sobre a diversidade sexual, se o entorno dele não se abra a essa temática”, afirma o coordenador.

De fato, a temática da diversidade sexual ainda é um assunto polêmico, e tudo indica que ainda será as-sim por um bom tempo. O que não significa de manei-ra alguma que esse assunto deva ser deixado de lado. São projetos como esse que, apesar de serem pontuais, criam uma oportunidade de colocar esse tema em de-bate na esfera pública, e quem sabe alterar a opinião dominante que vê a diversidade sexual ainda com pre-conceito.

Ribeirão das Neves e Juiz de Fora. A extensão do pro-jeto para outras cidades representa a oportunidade de um maior número de professores intervirem e questio-narem questões de sexualidade que estão presentes no ambiente escolar.

“Nós não estamos formando educadores sexuais. Não são professores de Educação Sexual, são profes-sores de diversos níveis: ensino infantil, ensino médio, educação de jovens e adultos das mais diversas disci-plinas desde a alfabetização, ensino regular de mate-mática, geografia, história, artes”, comenta Daniel Ar-ruda. De acordo com o coordenador, o projeto oferece os subsídios mínimos em termos históricos, em termos conceituais, em termos de condição de saúde para ins-tigar o professor a relacionar o que essas questões às escolas em que trabalham.

O projeto não só oferece as capacitações aos pro-fessores como também busca juntamente ao MEC e as Secretarias de Educação fornecer a esses profissionais um ambiente em que seja possível tratar da temática da diversidade sexual, ou seja, fornece os respaldos legais para que o debate seja possível na malha educacional.

http://www.fafich.ufmg.br/educacaosemhomofobia/

“Não basta o professor estar alta-mente capacitado para executar um projeto, para falar sobre a diversidade sexual, se o entorno dele não se abra a essa temática”, afirma o coordenador.

“Não basta o professor estar altamente capacitado para executar um projeto, para falar sobre a diversidade se-xual, se o entorno dele não se abra a essa temática”, afirma o coordenador.

De fato, a temática da diversidade sexual ainda é um assunto polêmico, e tudo indica que ainda será as-sim por um bom tempo. O que não significa de manei-ra alguma que esse assunto deva ser deixado de lado. São projetos como esse que, apesar de serem pontuais, criam uma oportunidade de colocar esse tema em de-bate na esfera pública, e quem sabe alterar a opinião dominante que vê a diversidade sexual ainda com pre-conceito.

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Torce que sai sangue “Mãe e filhos mortos violentamente”. “Da farra para a cadeia”. “Morte a 150km/h”. “Sequestra enteada para se vingar da ex”. “Galo segue seu calvário”. “Aventura acaba em tragédia”. É com títulos assim, bem apelativos, que dois dos principais jornais de Belo Horizonte chamam o seu público. Gritando suas manchetes em letras gar-rafais, tratando geralmente de crimes ou futebol e com uma mulher em trajes mínimos ilustrando a capa, o Su-per Notícia e o Aqui são vendidos por um módico preço nas bancas, semáforos e ruas da cidade. E fazem sucesso.A fórmula é antiga no Brasil. O Notícias Populares, de São Paulo, que começou a circular em 1963 e fechou em 2001, O Dia, do Rio de Janeiro, surgido em 1951 ou o Últi-ma Hora, também datado de 1951, são jornais que se fir-maram como veículos sensacionalistas e populares. Em Minas Gerais, no ano de 2002, foi criado o jornal Super Notícia. Diante da sua vendagem alta, o Diários Associa-dos (grupo que inclui o Estado de Minas) lançou o Aqui. Ambos têm formato tablóide, se dirigem às classes C, D e E e são vendidos a R$0,25.

Basta pegar um ônibus pela manhã para observar a quantidade de pessoas que aproveitam a parada no sinal ou no ponto de ônibus para comprar um exemplar destes veículos. Segundo pesquisa do IVC (Instituto Verificador de Circulação), em 2009 o Super foi o segundo jornal mais vendido no país, atrás apenas da Folha de S. Paulo.

[TESES DE COMUNICAÇÃO]

Com mais de 289.000 exemplares circulando por dia, o Super aparece na lista desde 2006. No último ano, dos dez jornais mais vendidos, seis são impressos no formato tablóide.

Raio-x do sucesso Flávia Miranda, mestre em Comunicação Social pela UFMG, defendeu em 2007 a dissertação “Aqui uma Super Notícia: os lugares do leitor em dois jornais popu-lares”. Para ela, “o tamanho colabora também para uma maior ou menor possibilidade de transporte e de leitura do periódico em distintos espaços. Um formato standard, por exemplo, será mais dificilmente lido em ônibus, car-ros e na fila do banco, ao passo que o tablóide, pela eco-nomia do formato, é mais adequado a esses espaços de leitura”. Mas não é só o tamanho que diferencia estes jornais. Uma simples olhada na capa já revela manchetes que buscam trazer o inesperado, o choque, despertar sensa-ções. É aí que começam as críticas a esse tipo de jornal-ismo. Acusados de sensacionalistas, os jornais populares costumam estampar, com destaque, notícias de crimes. A linguagem é cheia de gírias e convoca o leitor para sua leitura. “Historicamente, esse tipo de publicação é con-hecida por lançar mão do sensacionalismo, abordando exageradamente um acontecimento que não merece tanto destaque. É prometer para o leitor algo além do que a publicação oferece concretamente”, afirma Flávia. Porém engana-se quem pensa que os jornais populares só ficam nisso. A tendência é uma diversificação de pau-tas. “A falência de muitos jornais populares que se base-avam no exagero, como o Notícias Populares fez com que os editores se preocupassem com a maneira de produzir

por Diogo Tognolomembro colaborador

“No último ano, dos dez jornais mais vendidos, seis são impressos no formato tablóide”

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[TESES DE COMUNICAÇÃO] - TORCE QUE SAI SANGUE

e apresentar as notícias, visto que as formas anteriores não vinham conquistando o leitor. A mudança de per-spectiva por parte desse leitor, que não mais queria ver exageros gráficos e textuais nas páginas dos jor-nais, contribuiu para a modificação na elaboração de periódicos populares”. Uma das primeiras formas com a qual estes jor-nais interagem com o leitor é pela capa. A visualidade dos jornais populares, calcada nas imagens atrativas e

nas grandes chamadas, com páginas repletas de textos, boxes, gráficos, convocam o leitor a ler as notícias. “Os jornais populares, historicamente, se apresentam com destaque para as cores - quando a tecnologia assim tornou possível; para os caracteres diferenciados - em uma capa, por exemplo, o uso de caixa alta, negrito e sublinhado na manchete e nos títulos; e para elementos gráficos como linhas, boxes e símbolos para sinalizar os assuntos para o leitor”. Contrapondo-se com os jornais de referência, Flávia afirma que os jornais populares costumam usar “sobreposições ou textos divididos em pequenos boxes”. Não só a leitura é facilitada, como a visualidade é destacada. Todos os aspectos destes jornais são pensados ten-do em mente um público de baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo, que não se vêem como leitores dos jornais de referência. Flávia Miranda destaca que es-

tes jornais “buscam abordar acontecimentos que fazem parte da vida comunitária dessas pessoas”. A lingua-gem e os recursos imagéticos – como boxes, infográfi-cos – são pensados para facilitar a leitura e aproximar da vivência dos seus leitores. “Como os jornais popula-res geralmente são editados por organizações que ven-dem jornais de referência, muitos conteúdos textuais advêm dessas publicações e, para circular nas páginas dos populares, são modificados os títulos e as aberturas dos textos, de maneira a se adequar ao que o público espera. Muitos periódicos populares emitem opiniões em suas matérias, valendo-se de adjetivos para rotular situações ou pessoas, o que é menos comum em jornais de referência”. Com tanto sucesso dos jornais populares, é de se esperar uma mudança também nos jornais tradicionais. O caso mais emblemático é do jornal mineiro O Tempo – da mesma empresa do Super Notícia -, que passou a circular em formato tablóide. Outros perceberam tam-bém a importância de se apostar numa abordagem dife-rente para atingir outros públicos. “Alguns jornais de referência atentaram para o fato de que é importante modificar a forma de abordagem dos acontecimentos,

fazendo uso de textos mais leves e complementados por outros recursos narrativos, como infográficos e

mais imagens. As capas também passaram por algum tipo de intervenção, valendo-se de tipos e retículas em cores para destacar as chamadas”, analisa Flávia. Tudo para tentar atingir uma parcela dos leitores que inflam a venda do Super e Aqui, em Minas Gerais. E, por seu preço barato, facilidade de leitura e apelo ao leitor, os jornais populares parecem continuar ganhando espaço em Minas Gerais. Muito se fala do fim do jornalismo impresso, mas será que o Super e o Aqui irão pelo mesmo caminho? A julgar pelas vendas e pelo número sempre crescente de vendedores nas ruas e leitores nos ônibus, não.

anatomia de um jornal popular

Formato tablóide – aproximadamente 33 x 28 cm. Facilidade de transporte e mais atrativo

Títulos – Chamativos, gritam, inter-pelam o leitor.

Matérias – assuntos próximos do públi-co. Linguagem simples e textos curtos. Uso de adjetivos.

Imagens, infográficos e boxes – Atra-tivos e criam proximidade com o leitor. Faz com que ele queira ler a matéria

“A visualidade dos jornais popu-lares, calcada nas imagens atrati-vas e nas grandes chamadas, com páginas repletas de textos, boxes, gráficos, convocam o leitor a ler as notícias”

“Todos os aspectos destes jornais são pensados tendo em mente um público de baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo, que não se vêem como leitores dos jornais de referência.”

Page 11: RECria 2ª Edição

Click.[FOTOGRAFIA]

por Ana arolina Caetanomembro colaborador

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Page 12: RECria 2ª Edição

[COMENTÁRIO DE MÍDIA] - OS SERIADOS INVADEM A WEB

Dia 23 de maio de 2010. 23h30, nos Estados Uni-dos. Em Brasília, meia-noite e meia. O olho de Jack Shephard se fecha e vemos na tela, em letras garra-fais a palavra “LOST”. Acabava naquele instante uma das séries que revolucionou o modo como vemos TV e como consumimos estes produtos. Independente do que aconteceu na tela e se o desfecho foi satisfatório ou não para os fãs, este dia ficará marcado na história. Horas depois, centenas de brasileiros já ha-viam assistido ao episódio pela internet. Três dias depois foi exibido oficialmente no Bra-sil. E não se falava em outra coisa no Twitter, em blogs, portais de notícias. Até jornais e canais de TV no dia seguinte noticiaram o fato com alarde. Por que todo esse fascínio? A história cer-tamente era envolvente (um grupo de pessoas completamente diferentes sofre um acidente de avião e cai numa ilha aparentemente deserta), mas Lost se destacou por saber usar a internet a seu favor. Foram criados conteúdos específicos para esta mídia, que engajaram os fãs e fizeram com que eles se envolvessem mais com a história. A série na TV é só o começo

Hoje não basta apenas assistir às séries. A par-ticipação dos fãs é imprescindível. Seja discutindo os episódios anteriores, idealizando programas de áudio e vídeo em que discorrem sobre temas do seriado, criando foto-montagens e ilustrações; a produção de conteúdo não se limita às fontes oficiais. Para Cláudia Croitor, jornalista e autora do blog Leg-endado (que também conta com um podcast), “os fãs acabaram virando ‘donos’ dos seriados. Eles vêem o episódio e depois fazem o que querem com ele. In-

Os seriados invadem a web

ventam joguinhos, fazem vídeos no YouTube, cri-am fóruns, podcasts. A série na TV é só o começo.” Lost revolucionou esta participação pelo próprio conteúdo da série. Baseada em mui-tos mistérios, assistir a um episódio uma única vez não era o suficiente para fãs mais exaltados. Por isso, discutiam uns com os outros, analisa-

vam frames do episódio, procurando pistas ainda que minúsculas que explicassem o que estava acontecendo na vida daqueles personagens. As diversas teorias cria-das baseavam-se em tudo: explicações físicas, exemplos da mitologia grega, equações matemáticas, referências a outros livros e filmes. Uma obsessão que só ajudou a série a atingir o sucesso e que fez com que a emis-sora norte-americana ABC, responsável pela exibição de Lost, investisse em grandes campanhas de market-ing que contavam com a participação do espectador. E esse não foi o único caso. Além de ações que contam com a participação do publico – como os ARGs (alternative reality games, ou jogos de realidade al-ternativa) que Lost ajudou a popularizar – emissoras de TV também investiram na produção de conteúdo específico para a internet. Lost contou com peque-nos episódios feitos para serem vistos no celular.

“Hoje não basta apenas assistir às séries. A participação dos fãs é imprescindível.”

por Diogo Tognolomembro colaborador

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[COMENTÁRIO DE MÍDIA] - OS SERIADOS INVADEM A WEB

Lost pode ter utilizado essas mídias para aumen-tar ou esclarecer seus mistérios, mas até séries que não contam com nenhum grande mistério ou revelação em seus episódios também abusam da internet. The Office, Heroes, Dexter, Battlestar Galactica e muitas outras também contaram com episódios diretos para a web. Até reality shows como Project Runway contam com conteúdo exclusivo para a web – críticas estendidas dos jurados, mais conselhos de Tim Gunn e blogs de participantes de edições passadas – e reúnem co-munidades de fãs que debatem o programa – o blog de Tom & Lorenzo é conhecido por suas extensas críticas sobre o desempenho de cada participante.

No Brasil, a coisa não é diferente. Nos tempos áureos de Lost, o canal AXN promoveu uma série de ações que interagiam com o público. A Fox apostou em marketing de guerrilha para divulgar Prison Break e 24 Horas e até a Rede Globo já andou excursionando pelo mundo da web na hora de divulgar suas novas atrações – como no projeto Mil Casmurros, feito para alavancar a minissérie Capitu. O exemplo mais recente é a série The Event. O programa, exibido no Brasil pelo Universal Channel, mistura em sua trama flashbacks, flashfowards e deze-nas de mistérios. O personagem principal Sean Walker (interpretado por Jason Ritter), investiga o desapareci-mento de sua noiva, Leila (Sarah Roemer), mas acaba descobrindo uma grande conspiração, que quer assas-sinar o presidente dos Estados Unidos. O site do canal convida os internautas a darem sua opinião sobre o que é o Evento, citado no título da série. As mais cu-riosas serão exibidas durante a programação do canal. Para o presidente do Universal Channel, Paulo Barata, “a Internet sempre foi um meio estratégico de comunicação com os nossos assinantes”. Com o passar do tempo, as emissoras foram atentando para a neces-sidade de se aproximar do público também na inter-net. Ele destaca a importância de ver o que acontece na web para saber como o público vê o canal. “Hoje no Brasil há grandes especialistas em séries que dividem o seu conhecimento sobre o assunto a partir de blogs e redes sociais. Procuramos sempre acompanhá-los e recebemos um retorno positivo sobre as produções selecionadas pelo canal, a forma como veiculamos as chamadas de programação, qualidade da legend-agem e conteúdo dos nossos blogs”, argumentou. E qualquer nova série hoje já começa sua divulgação pela web. Então usar a internet é a salvação? Não é bem as-sim. “Acho que nada disso funciona se a série não for boa, bem feita, com uma boa história“, finaliza Cláudia Croitor.

“(...) mas até séries que não contam com nenhum grande mistério ou revelação em seus episódios também abusam da internet.”

“Para o presidente do Universal Channel, Paulo Barata, “a Internet sempre foi um meio estratégico de comunicação com os nossos assinantes”.”

Entenda o que é issoPodcast: Basicamente, um podcast é um programa de áudio ou vídeo disponibilizado na web. Pense nele como um programa de rádio, em que você recebe os novos episódios assim que forem disponibiliza-dos. Há podcasts sobre tudo: culinária, artes, so-bre programas de TV, filmes, livros, tecnologia. Webisode: Web + episode. Um episódio, geralmente curto, feito para ser veiculado na internet. Parecido com eles, temos os mobisodes (mobile + episode), que são pensados para serem vistos em telefones celulares.ARG: Alternate Reality Game, ou jogo de realidade alterna-tiva. É um jogo que combina internet e mídias offline, para envolver os participantes na história. Os jogadores devem usar sites, telefonemas, emails e outras ações no mundo real para realizarem os objetivos do jogo. Tornaram-se muito populares na divulgação de filmes, seriados e produtos.

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