DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE O PROFESSOR PDE E … · do que colher um diploma é manter-se...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7Cadernos PDE
2007
VOLU
ME I
O APORTE TECNOLÓGICO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA DO ESTADO DO
PARANÁ: UM HISTÓRICO DE AÇÕES COM RESPONSABILIDADE
Antônio Maurício Correia1
Joscely Maria Bassetto Galera2
RESUMO: As tecnologias, especialmente as tecnologias de informação e comunicação, com as
características intrínsecas de registro, busca, recuperação e atualização de informações,
comunicação e produção de conhecimento abrem novas perspectivas para a aprendizagem, o ensino,
a formação de educadores e a pesquisa científica, evidenciando a necessidade de compreender suas
contribuições ao desenvolvimento científico. Este artigo apresenta as bases históricas das políticas
de inclusão digital promovidas pelo Governo do Estado do Paraná, evidenciando investigações
sobre a formação de educadores e de pesquisadores em novos espaços, atentando para as
potencialidades das tecnologias em relação aos propósitos pretendidos.
Palavras-chave: Novas tecnologias em educação; formação de educadores; ensino-aprendizagem;
inclusão social e digital.
ABSTRACT: The Technologies, specially information and communication technologies, with
inherent registers characteristics, search, retrieval and up-dating of information, communication and
production of knowledge creates new opportunities for learning, teaching, training of educators and
scientific research, emphasizing the need to understand their contribution to scientific developing.
This article presents the historic foundations of digital inclusion policies promoted by the
Government of the State of Paraná, emphasizing research of training educators and researchers in
new spaces, paying attention to the potential of technologies in relation to the purposes intended.
Keywords: New technologies in education; training of educators; learning-teaching; social and
digital inclusion;
1. INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos trouxeram mudanças sociais decorrentes das modificações na
produção e no serviço. Hoje, uma intensa interconexão resultante do aperfeiçoamento dos
transportes e da comunicação vem acarretando mudanças nas relações de tempo e de espaço.
Devido às constantes mudanças e desafios, a formação inicial torna-se rapidamente insuficiente, o
que ratifica a necessidade da disposição para um aprendizado contínuo ao longo da vida. Buscar
corretamente a informação é extremamente importante. A construção do conhecimento gerado
através da busca e da pesquisa é extremamente eficaz e satisfatória para o indivíduo. O processo de
produção de conhecimentos deve ser permanente e dinâmico, assumindo um papel fundamental, ao
1 Especialista em Novas Tecnologias Aplicadas à Educação. Professor da Rede Pública de Educação do Estado do Paraná. Pesquisador do uso das
TICs na Escola Pública do Paraná.
2 Professora da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação. Professora do Programa de
Mestrado em Ciência e Tecnologia da UTFPR e da UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutora em Políticas Educacionais pela
UNICAMP Membro da ANPAE - PR
2
lado dos processos de organização e distribuição da informação. Os sistemas educacionais
necessitam atender a novas demandas e, neste processo, os professores ocupam um papel
estratégico.
A dinâmica do mundo moderno impõe, em todas as áreas, profissionais questionadores e
dinâmicos, que ultrapassem os limites da simples execução. A capacidade de pensar e decidir são
essenciais para a assimilação de mudanças e para o confronto com desafios que surgem todos os
dias. Segundo Lévy "as pessoas não apenas são levadas a mudar várias vezes de profissão em sua
vida, como também, no interior da mesma „profissão‟, os conhecimentos têm um ciclo de renovação
cada vez mais curto” (LÉVY 1996, p.54). Inclusive, como ele mesmo afirma, "a própria noção de
profissão torna-se cada vez mais problemática" (LÉVY 1999, p. 173).
Uma pessoa já não mais se prepara para o exercício de uma profissão que o acompanhará
em sua vida. Mesmo que não mude de atividade no decorrer de sua existência, fato hoje comum,
necessita acompanhar as mudanças de sua própria profissão. Os conhecimentos e habilidades
empregados em um campo profissional já não são estáveis; em intervalos de tempo cada vez mais
curtos, transformam-se ou, até mesmo, tornam-se obsoletos. Além de novas formas de trabalho, as
crescentes demandas resultantes dos avanços que a ciência introduz nas áreas técnicas e
tecnológicas, nos sistemas de comunicação, de transporte, e mesmo nas formas de relação,
organização, lazer, etc. requerem o acesso a novas informações, o desenvolvimento de novas
habilidades para a adaptação e a assimilação destas mudanças.
A formação do professor é o ponto chave para a modernização do ensino. A necessidade de
atualização constante do professor cresce, não só em relação à sua disciplina específica, como
também no que se refere às metodologias de ensino e às novas tecnologias. A preparação do
professor deve atender as mesmas exigências dos demais setores da sociedade: formar um ser
autônomo, não um receptor de informações pré-moldadas, repetidor de modelos estáticos em sua
atuação profissional.
As mudanças observadas na sociedade podem ser analisadas sob diferentes ângulos.
Certamente, em todos, a educação tem uma posição estratégica e, conseqüentemente, também o
professor. Sua formação, compreendida como uma preparação sistemática para os diferentes
aspectos de sua função é o ponto chave para a modernização do ensino. Porém, como salienta
Perrenoud, "é possível que a formação básica do professor não dê mais conta das mudanças rápidas
e diversificadas que acompanham a evolução das condições do exercício do magistério”.
(PERRENOUD, 1995, p. 80).
Portanto, assim como para muitos profissionais, a expectativa de atuação do professor
insere-se neste quadro de mudanças, gerando a necessidade de uma formação continuada. Mais
ainda, pois como observa Pedro Demo, "nenhuma profissão envelhece mais rapidamente do que a
do professor, precisamente porque lida mais de perto com a lógica do conhecimento. Mais decisivo
do que colher um diploma é manter-se atualizado pela vida afora” (DEMO 1998, p.191).
A importância de refletir sobre possibilidades formativas é indiscutível especialmente sobre
aquelas que se direcionam a formas que ao invés de apresentarem um fluxo unidirecional, levam a
situações bidirecionais, colaborativas e interdisciplinares, favorecendo a consolidação profissional
do professor.
Lembro que a profissionalização3
do professor envolve uma série de questões, dentre as
quais se destaca o papel da formação continuada.
Do ponto de vista pessoal, é necessário que os professores compreendam a relevância de
manterem-se profissionalmente atualizados e que “concebam sua formação como um modo de viver
e de estar na profissão4” (HUBERMAN, 1999, p.47). Institucionalmente, esta questão envolve uma
série de requisitos tais como decisão política e recursos econômicos.
Além disso, há necessidade de uma vontade real de introdução de mudanças e de que se
disponibilizem os instrumentos necessários para tal. A conjunção de muitos desses fatores tem feito
3 Por não ser o objetivo deste estudo, abstive-me de um aprofundamento acerca da questão da profissionalização do professor.
4 Tradução do autor, original em espanhol.
3
com que a falta de uma permanente atualização profissional de docentes seja uma realidade muito
presente no Brasil. Observa-se que:
No Brasil e em vários outros países da América Latina, a preparação para o
exercício do magistério tem características muito similares: a inexistência de
um sistema articulado de formação inicial e continuada; ineficácia dos cursos
de formação inicial, o que tem levado a práticas compensatórias de formação
em serviço; heterogeneidade muito grande na oferta e qualidade de formação
continuada; descontinuidade das ações de formação. (LARANJEIRA et alii,
1999, p. 21)
A formação inicial e a formação continuada são dois tempos de uma mesma formação.
Ambas estão comprometidas com a competência necessária ao exercício da docência, com a
sociedade e com a comunidade em que se inserem. Esses dois tempos de formação deveriam
constituir uma unidade coerentemente integrada. Não se pode delimitar o final de uma época de
aprendizagem e o início de uma de trabalho, pois segundo Lévy,
(...) está sendo constituído um 'continuum' entre tempo de formação, por um
lado, e tempo de experiência profissional e social de outro. No centro desse
'continuum', todas as modalidades de aquisição de competências (incluindo a
autodidática) vêm tomar o seu lugar. (LÉVY, 1999, p.174).
Alguns professores buscam autogerir sua formação continuada, enquanto outros, talvez
“porque pensam que o saber-fazer pedagógico é uma questão de dom ou de experiência”
(PERRENOUD, 1997, p. 199), ignoram a necessidade desta formação. Não se pode esquecer que,
para a concretização desta autoformação contínua, precisa-se ter como meta uma formação
continuada, entendida tanto como uma ação na busca de um conhecimento formal, como numa
tomada de consciência de sua “práxis”, da própria atividade pedagógica. Este processo de contínuo
aperfeiçoamento e atualização proporciona segurança ao professor e permite-lhe visualizar novos
desafios e perspectivas.
A formação continuada não deve ocorrer em determinados momentos, deve estar presente
durante toda a vida profissional do docente. Há necessidade de que os professores tenham “diversos
canais que permitam a atualização de seus conhecimentos” (NASCIMENTO, 1998, p. 75) e um
curso deve ser apenas um desses canais.
Considerando-se que a formação continuada de professores é uma temática que não pode ser
dissociada da formação inicial e que “de uma certa forma, a formação inicial apresenta-se como o
início da formação contínua que acompanhará o profissional durante toda sua carreira”
(PERRENOUD, 1997, p. 149), julgo oportuno passar por algumas considerações que abrangem esta
formação inicial e que remetem ao tema central deste capítulo: a formação continuada.
Nos cursos de formação inicial, evidencia-se a distância que separa o currículo e as
atividades de estágio da realidade das escolas em particular e da sociedade em geral. Portanto, em
função de uma formação inicial muitas vezes insuficiente e desajustada da realidade, o professor já
inicia sua vida profissional sem o aporte requerido para que responda às necessidades apresentadas
pela prática pedagógica.
Quanto à formação inicial, deverá ser a mesma repensada, no sentido de que o
futuro professor construa uma relação dialética com o meio, que,
inegavelmente, condiciona o fluir de sua carreira (…); deverá, ainda preparar e
facultar uma maior aproximação dos professores às crianças, numa articulação
harmoniosa entre o saber e o saber-fazer, e como ponto para um autêntico
saber ser. (GONÇALVES, 1992, p. 168).
Além dessa consideração acerca da ineficácia da formação inicial, de forma objetiva,
convém lembrar que a prática profissional se estende por 25 a 30 anos. Logo, dado o
desenvolvimento contínuo da ciência, a formação inicial será, em qualquer circunstância,
insuficiente, havendo necessidade de uma permanente atualização profissional. Portanto, não se
4
pode afirmar que o professor está “formado” ao concluir sua formação básica. Esta é apenas o
patamar inicial de sua formação como professor. É essencial propiciar alternativas de formação
continuada para professores.
No que à formação contínua concerne, dever-se-á a mesma desenvolver ao
longo da carreira, organizando-se como resposta às necessidades reais dos
professores e de acordo com a perspectiva de educação permanente e, ainda,
promovendo, apoiando e incentivando as iniciativas pedagógicas das escolas e
dos professores, aspecto que os resultados do nosso estudo permitiram
enfatizar. (GONÇALVES, 1992, p. 168).
Se as transformações que a sociedade vem sofrendo afetam o papel do professor, então são
imprescindíveis mudanças na formação inicial dos futuros professores e a efetivação de uma
política de formação continuada para o professorado em exercício. Não são apenas novas
qualificações que estão sendo exigidas para os professores. Também surgem oportunidades para
aqueles que aceitam desafios e colocam-se abertos a novas funções.
Em um momento social onde não existem regras definidas de atuação, cabe ao
professor o exame crítico de si mesmo procurando orientar seus procedimentos
de acordo com os seus interesses e anseios de aperfeiçoamento e melhoria de
desempenho. (KENSKI, 1998, p.69).
Prioritariamente, as políticas públicas precisam atender às demandas de formação e contínua
atualização de docentes. Sobretudo, porque a democratização do ensino requer professores com
valores, conhecimentos, habilidades, competências que lhes permitam responder aos desafios que
lhes apresenta o cotidiano.
Também à Universidade cabe responder a esse chamado. Por um lado, favorecendo uma
formação inicial articulada à prática e, por outro, abrindo-se à formação continuada, chamando os
professores ao seu espaço para uma reflexão da prática. Por excelência, a universidade é o local
onde se privilegia a construção do conhecimento e do pensamento teórico. Logo, programas de
parceria de escolas com universidades são importantes e necessários.
Apesar das dificuldades apresentadas em programas desta natureza, essas parcerias são
positivas, porém a análise da prática docente tem revelado que o seu embasamento teórico não
corresponde às demandas apontadas pelas investigações mais recentes. Pergunto então: de que
adianta, nessas circunstâncias, a universidade desenvolver pesquisas se estas não chegam ao
professor?
Por outro lado, é essencial que se considere que os professores têm uma visão prática da sua
ação e do seu conhecimento (o que fazer, o que programar). Nesse sentido, os professores
constroem saberes5
e práticas ao longo de sua trajetória profissional que, embora sejam
subvalorizados, constituem os fundamentos de sua prática e competência profissional.
Uma aproximação entre a Universidade e a Escola e a composição de um trabalho conjunto
pode permitir a formação do professor-pesquisador e abrir possibilidades para sua prática.
O processo de formação continuada significa, de certa forma, uma oportunidade de os
professores perceberem que eles próprios são possuidores de conhecimentos que podem contribuir
para compreensão e aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem.
A prática pedagógica e as experiências profissionais, acumuladas por professores ao longo
de suas vivências, indicam que a universidade também tem muito que aprender com os professores.
Se superada a distância entre a universidade e a escola, certamente, haverá uma troca de
informações e uma discussão crítica que muito poderá contribuir para ambas.
Tradicionalmente o espaço físico da escola representa o “lócus” da educação. Porém a
educação não se restringe a um lugar e tampouco a determinado tempo, “dura toda a vida e se leva a
cabo tanto formal e sistematicamente dentro de currículos estabelecidos, como também não formal
5 O saber docente é desenvolvido pela reflexão, a partir da combinação teoria-prática.
5
e informalmente, pelo intercâmbio de experiências numa vida cotidiana participativa6”
(HUBERMAN, 1999, p. 21). A rápida evolução da sociedade criou novas necessidades no campo
da educação e, conseqüentemente, da formação, que levam à busca de alternativas aos sistemas
tradicionais.
Há que se incentivar novos estudos relacionados não só a possibilidades do uso de novas
tecnologias na formação de professores, como também a própria formação desses professores em
novas tecnologias. O professor precisa estar instrumentalizado para ler o novo. O professor precisa
conhecer diferentes linguagens da mídia, estar atento à sua diversidade, quer no que se refere ao
meio, quer no que se refere à forma.
Pode-se observar uma crescente inclusão de estudos e pesquisas relacionados à tecnologia e
educação, em diferentes cursos e especializações. Isso é excelente. Preocupa, entretanto, não
observar igual intensidade de iniciativas como estas em cursos de Educação, sobretudo naqueles
especificamente voltados à formação do professor.
Isso não significa a simples introdução de uma disciplina na formação inicial do professor
ou da necessidade de acompanhar cursos complementares, constantes devido aos avanços
tecnológicos, embora Eventualmente uma disciplina específica possa ser introduzida e cursos de
especialização oferecidos.
É importante que os professores sintam-se verdadeiramente integrados no processo
educativo. Se a evolução tecnológica é permanente, subtende-se a necessidade de uma constante
atualização por parte do professor, o que pode ser feito institucionalmente ou não.
Ao longo da formação de professores a sensibilização e a fundamentação teórica para um
trabalho com uso de tecnologias devem estar presentes.
Para isso há necessidade de um quadro teórico de referência que apóie a prática do
professor, para que ele não trabalhe com base em simples suposições. Por outro lado, a prática desse
professor pode contribuir com importantes referenciais a serem estudados, não só por pesquisadores
externos, mas principalmente por ele mesmo. Portanto o professor não apenas deve ser apenas um
parceiro para pesquisas, mas, sobretudo, deve assumir seu papel de professor-pesquisador a partir
da reflexão sobre sua prática, buscando por si novas informações que podem gerar novos
conhecimentos, disparando novas questões e indicando novos caminhos.
1.1 O que as TICs têm a ver com isso?
Encontramos a informática em todas as atividades da sociedade e não se pode negar sua
contribuição para a otimização das atividades. A inserção da tecnologia na educação é um caminho
sem volta. Não há como descartá-la, mas deve ser usada com cautela, com planejamento, pois não é
a simples transposição dos conteúdos didáticos dos livros para a tela de um computador, que irá
promover ganho real de aprendizagem. Tudo depende da forma e do objetivo com que se trabalha.
Segundo Morin, “o conhecimento do conhecimento, que comporta a integração do
conhecedor em seu conhecimento, deve ser, para a educação, um princípio e uma necessidade
permanentes” (MORIN, 2003, p.31). Ao olharmos o conhecimento sob a ótica das tecnologias na
educação, devemos compreender seus vários modos, bem como as possíveis mudanças que podem
ser estabelecidas entre os indivíduos num mundo permeado por vasta gama de recursos
tecnológicos.
Cada vez mais é necessário aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem, que dêem
respostas, pistas, indicações sobre questões ligadas ao desenvolvimento dos alunos. Para tal, é
necessário que a escola tome a iniciativa, use os recursos e as potencialidades para que a
aprendizagem informatizada seja de qualidade.
A questão é o que são estas TICS, que, de acordo com Maria Luiza Belloni, as Tecnologias
de Informação e Comunicação - TIC são o resultado da fusão de três grandes vertentes técnicas: a
informática, as telecomunicações e as mídias eletrônicas.
“Para entender como essas tecnologias têm tanta influência na sociedade, é preciso ir além
6 Tradução do autor, original em espanhol.
6
de considerações técnicas, é preciso valorizar o mundo real dos sujeitos, considerá-los como
protagonistas de sua história” (BELLONI, 2001).
A inserção das tecnologias da informação e da comunicação nos ambientes educacionais, faz
com que um novo paradigma se instale, despertando e influenciando para que o homem tenha o que
podemos chamar de conhecimento tecnológico, quando este busca compreender os avanços da
ciência, bem como as mudanças oportunizadas pelas inovações tecnológicas.
Este trabalho está voltado a fazer um resgate cronológico da evolução da informática, como
ferramenta pedagógica, implantada no Estado do Paraná, mais precisamente no período de 1997 a
2006, com a criação dos primeiros Núcleos de Tecnologia na Educação – NTE até a implementação
ousada do Paraná Digital e do Portal Dia-a-Dia Educação.
O objetivo é pôr na ordem do dia a discussão sobre políticas públicas que propiciem a
democratização do conhecimento e o acesso à rede mundial de computadores.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A concepção da Informática na Educação no Paraná
Entre os anos de 1984 e 1985, no Estado do Paraná, iniciaram-se as primeiras propostas para
o estudo, pesquisa e implementação da informática educativa. Pertencentes aos antigos CECIP/PR e
CEDIPAR/PR, professores, estudiosos e pesquisadores começaram a desenvolver projetos
inovadores, principalmente na área de Ciências, e apresentá-los em seminários nos Estados do
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Contudo, com a inclusão da informática educacional no Plano Estadual de Educação, a partir
de 1985, temos no Estado uma proposta substancial e concreta para o tema.
2.2 Os CIEDs
Pode-se afirmar que a política de implantação da Informática na Educação no Estado
começou a ser implementada a partir de 1987, com a criação do Centro de Informática Educativa –
CIED no Núcleo Regional de Maringá.
A primeira coordenadora deste Centro foi a professora Anair Altoé que, logo após 1989, foi
substituída pelo professor Paulo de Tarso Sica de Toledo. Em 1990, foi inaugurado um Sub-Centro
na cidade de Goioerê, e também vários pequenos laboratórios, nas cidades de Jacarezinho,
Bandeirantes, Londrina, Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Paranavaí, Mandaguaçu, Marialva,
Telêmaco Borba, Dois Vizinhos, Cianorte.
Os cursos eram ofertados a docentes do Ensino Fundamental e Médio, basicamente na
linguagem LOGO e também do editor de texto WordStar. Os profissionais que atendiam nestes
centros, denominados facilitadores da aprendizagem, deveriam se deslocar para ministrar as
capacitações, levando as máquinas, inclusive, conhecidas como MSX, algumas delas cedidas pelas
Prefeituras Municipais através de parcerias, apesar das limitações logísticas impostas. Mais de dois
mil professores foram capacitados através do CIED.
Com recursos do PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA –
PRONINFE, este centro tornou-se pólo de investigações na área de informática educativa,
contando, inclusive, com a orientação de alguns pesquisadores hoje consagrados na área de
Informática Educacional, tais como professor José Armando Valente da UNICAMP e professora
Lea da Cruz Fagundes da UFRGS.
O CIED foi transferido, em 1993, para o Centro de Treinamento do Magistério do Paraná –
CETEPAR em Curitiba.
2.3 Programa de Informática na Escola – PEIE
Criado e lançado em 1997, o Programa de Informática na Escola – PEIE, tinha como
proposta fomentar a utilização da informática na educação, por professores e alunos, através de
7
computadores.
A Secretaria de Estado da Educação – SEED, em parceria com o Ministério da Educação e
Cultura – MEC, através da Secretaria de Educação à Distância, propuseram o PEIE, que contaria
com um investimento da ordem de mais de 32 milhões de dólares, para, no período compreendido
entre 1997 a 2001, promover a instalação de 300 laboratórios de informática em todo o Estado,
além de implementar a instalação dos NTEs e a criação do Centro de Referência em Informática na
Educação – CRIED.
Os objetivos do Programa eram:
Assegurar o acesso de professores, alunos, comunidade, na utilização do computador,
promovendo a disseminação, divulgação e intercâmbio de experiências da aplicação da
informática na educação;
Propiciar a capacitação de recursos humanos da rede pública estadual na utilização da
informática na educação;
Propiciar o desenvolvimento de projetos visando à inovação pedagógica no ensino
fundamental e médio;
Apoiar projetos de pesquisa e desenvolvimento para utilização da tecnologia da informação
na educação;
Fornecer assessoria e acompanhamento para elaboração e a implantação do PEIE nas
escolas.
Também constava da proposta do PEIE a capacitação de profissionais para atuarem como
disseminadores do uso pedagógico do computador nas escolas públicas estaduais, através dos
Núcleos de Tecnologia Educacional, criados em todo o país pelo MEC, através do Programa
Nacional de Informática na Educação – PROINFO.
2.4 PROINFO
Programa Nacional de Informática na Educação – Proinfo é um programa educacional de
iniciativa do Ministério da Educação – MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância –
SEED, criado pela Portaria nº 522, de 09 de abril de 1997, sendo desenvolvido em parceria com os
governos estaduais e alguns municipais, visando a introduzir as novas tecnologias de informação e
comunicação nas escolas públicas de ensino fundamental e médio, como ferramenta de apoio ao
processo de ensino e aprendizagem, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da
Educação e pelo Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Educação – CONSED.
O PROINFO repassou às escolas públicas do Paraná, um total de 2.843 computadores,
destes, 2.691 destinados às escolas públicas estaduais e os outros 152 para as escolas municipais.
Uma das prioridades do Programa é a preparação de recursos humanos, multiplicadores, professores
e gestores para a incorporação das tecnologias nas escolas e técnicos de suporte para darem apoio
tecnológico nas escolas e nos Núcleos de Tecnologia Educacional.
2.4.1 Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE’s
A implantação dos NTE‟s em todo o território nacional consta como uma das prioridades do
Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO. Tais núcleos são estruturas
descentralizadas, cujos objetivos são dar suporte aos projetos de pedagógicos para a incorporação
das tecnologias de informação e comunicação pelas escolas, incluindo também a capacitação dos
professores e das equipes administrativas.
Em todo o país, nos anos de 1997 e 1998, foram instalados cerca de 233 Núcleos de
Tecnologia Educacional, em dependências físicas pré-existentes, seguindo o plano de
informatização definido por cada Estado.
Os Núcleos de Tecnologia Educacional, no estado do Paraná, foram implantados pela
Resolução nº 3527/96, da Secretaria de Estado da Educação, num total de doze, assegurando
condições pedagógicas, administrativas e financeiras para o ensino de informática educativa,
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também para o acompanhamento e avaliação de informática, bem como a manutenção e a plena
utilização dos equipamentos dos Programas Nacional e Estadual de Informática na Educação.
Em 2000, através da Resolução nº 954/2000, foram criados o Núcleo de Tecnologia Educacional de
Telêmaco Borba e o do Centro de Capacitação da Universidade do Professor em Faxinal do Céu,
passando para um total de quatorze os Núcleos de Tecnologia Educacional no Paraná, localizados
nos seguintes municípios: Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba (2), Foz do
Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Umuarama,
incluindo o da Universidade do Professor em Faxinal do Céu.
Fonte: CETEPAR7
Num primeiro momento, foram firmados convênios para que os NTEs utilizassem
laboratórios prontos instalados em entidades educacionais federais, tais como CEFET e estaduais,
como IES e Colégios, conforme tabela abaixo:
NTE/CIDADE ENTIDADE
Campo Mourão CEFET
Cascavel UNIOESTE
Centro de Capacitação de Faxinal do Céu UNIVERSIDADE DO PROFESSOR
Cornélio Procópio CEFET
Curitiba (2) CEFET
Foz do Iguaçu IES
Guarapuava UNICENTRO
Londrina UEL
Maringá UEM
Pato Branco CEFET
Ponta Grossa UEPG
Telêmaco Borba IES
Umuarama COLÉGIO PEDRO II
7 Não está assinalado no mapa o NTE da Universidade do Professor, em Faxinal do Céu.
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Cada NTE possuía:
Laboratórios com equipamentos de informática semelhantes aos que foram instalados nas
escolas, de forma a reproduzir o ambiente tecnológico que estava disponível para os
professores;
Servidores de recursos de Internet, para que os núcleos fossem provedores de serviços para
as escolas em sua área de atendimento.
Em média, cada NTE teria até 50 escolas vinculadas, dependendo de condições tais como
número de alunos, dispersão geográfica, telecomunicação e facilidade de acesso.
No Paraná, os NTE‟s tiveram em média de 30 a 40 escolas, como é possível perceber no
mapa de abrangência. Através da Resolução nº 2838/01 os Núcleos de Tecnologia Educacional do
Paraná deixaram de ser unidades escolares e passaram a ser unidades descentralizadas do Centro de
Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná, da Secretaria da Educação, tendo em sua ação
prioritária a formação continuada em tecnologia educacional, e secundariamente, como unidades de
assessoria técnico-pedagógica em tecnologia educacional. Nesta mesma resolução os
multiplicadores deixam de exercer a função de professor e passam a exercer a função de técnico-
pedagógico, e são denominados de capacitadores.
2.5 PROEM
O Programa de Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná – PROEM, teve
como objetivo modernizar o ensino médio, equipando as escolas com laboratórios de informática,
capacitando professores e reestruturando escolas para oferecer uma formação voltada para a
demanda do mercado. Em 1998, foi realizada uma Feira de Informática no Centro de Capacitação
da Universidade do Professor em Faxinal do Céu, visando à aquisição de equipamentos de
informática pelas escolas de todo o Estado do Paraná. As compras foram viabilizadas através de
convênios firmados entre a Secretaria de Educação e as Associações de Pais e Mestres – APM, das
escolas.
Os valores dos recursos financeiros foram definidos para cada escola levando em
consideração o número de alunos. Nesta feira foram gastos 12 milhões de reais e 918 escolas
adquiriram equipamentos para o laboratório de informática (PARANÁ, 2001, p.5-9).
O PROEM repassou, em duas etapas, aos colégios públicos estaduais, cerca de 6.352
computadores.
2.6 COORDENAÇÃO ESTADUAL DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – CETE
Em 2004, foram criados através da Resolução 1636/04, a Coordenação Estadual de
Tecnologia na Educação (CETE) e 32 Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação (CRTE),
nos 32 Núcleos Regionais da Educação em todo do Estado do Paraná.
Os Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE‟s que existiam no Estado, num total de
quatorze, foram então substituídos pelas CRTEs, desvinculando as ações daqueles órgãos que antes
eram propostas pelo MEC para estas, que estão a cargo da responsabilidade estadual, determinando
que a pesquisa, avaliação e aplicabilidade das TIC‟s como ferramentas pedagógicas estejam sob
gerência da Superintendência da SEED.
Com sede no Centro de Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná – CETEPAR, a
Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação, foi criada pela Secretaria de Estado da
Educação, para dar apoio às ações do Programa Paraná Digital e também ao Portal Dia-a-Dia
Educação.
São algumas das competências da Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação –
CETE, listadas na Instrução 04 expedida em 30 de abril do mesmo ano:
Buscar orientação nas diretrizes dos Programas Governamentais que tratam de alfabetização
e letramento em Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs;
10
Planejar os cursos de capacitação e de atualização na área de Tecnologia na Educação;
Organizar e acompanhar grupos de trabalho para pesquisa e desenvolvimento de material
impresso e virtual a ser utilizado nas capacitações;
Propor e incentivar o desenvolvimento de pesquisa na área de Tecnologia na Educação,
incluindo a modalidade de Educação a Distância;
Investigar e implementar ações que possam otimizar o uso pela comunidade escolar do
Portal Dia-a-Dia Educação.
2.6.1 Coordenação Regional de Tecnologia na Educação - CRTE
As CRTEs agora distribuídas uma em cada um dos 32 Núcleos Regionais da Educação e sob
o gerenciamento administrativo dos mesmos, têm como funções principais destacadas abaixo:
Efetuar pesquisa na área de Tecnologia na Educação, na busca de ferramentas para a criação,
interação, comunicação e robotização com finalidade pedagógica;
Investigar e experimentar metodologias que visem ao uso pedagógico de tecnologias de
informação e comunicação nas diversas áreas do conhecimento;
Assessorar o planejamento e o desenvolvimento de projetos educacionais nas escolas
públicas do Estado do Paraná e incentivar a sua publicação no Portal Dia-a-Dia Educação;
Promover a disseminação do uso pedagógico de tecnologias de informação e comunicação
por diversos meios (cursos, palestras, workshop, CD Rom, vídeos, fórum virtuais, revista,
folders, entre outros), destinados a educadores da Rede Estadual de Educação Básica do
Paraná;
Elaborar, publicar, incentivar e assessorar a criação de material para o Ambiente Pedagógico
Colaborativo – APC do Portal Dia-a-Dia Educação;
Criar, mediar e avaliar ferramentas de EAD (off-line e on-line) no Portal Dia-a-Dia
Educação.
2.7 O PROGRAMA PARANÁ DIGITAL
No Brasil uma pequena parcela da população tem computador com acesso à Internet; esse
grande abismo traz a necessidade imediata da ampliação da inclusão digital. Neste caminho,
políticas públicas devem privilegiar investimentos para a informatização, principalmente das
escolas públicas.
O Paraná Digital é um dos projetos de inclusão social e digital do Governo do Estado do
Paraná. Elaborado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná seu objetivo é levar o acesso à
Internet, através de uma rede de computadores, aos professores e alunos da rede de escolas públicas
do Estado. Com o Paraná Digital, professores, alunos, escola e comunidade terão acesso ao Portal
Educacional Dia-a-dia Educação, que disponibiliza conteúdos de forma pedagógica, auxiliando os
professores no preparo das aulas, além de fornecer várias informações administrativas para as
escolas. Objetiva-se que o processo de ensino e aprendizagem adquira, gradativamente, um novo
perfil dinamizado pela presença das tecnologias, as quais, atualmente, são de grande importância
para uma formação cidadã.
Para atingir estes objetivos, um desafio se impõe em forma de pesquisa em redes avançadas:
gerência centralizada, remota e segura de uma rede de 44 mil computadores. Não existe um modelo
para uma rede deste porte com aplicações genéricas e pleno acesso à rede por parte de um número
tão grande de usuários no mundo.
Os laboratórios possuem uma estrutura diferenciada (Four Head) com Sistema Operacional
Linux; um software livre; modificado para atender as necessidades educacionais.
O grande desafio imposto para a realização do Projeto, era inicialmente a conectividade,
algumas cidades do Estado ainda não têm acesso à Internet; para tanto, foi firmado um convênio
com a Copel, em 2005, para estender o anel de fibras ópticas que ela já possui, perfazendo 2100
11
pontos de acesso a Internet os quais incluirão 2060 escolas da rede estadual, os 32 Núcleos
Regionais da Educação e também algumas unidades de apoio da Secretaria de Estado da Educação.
Os recursos para viabilizar o “Paraná Digital” vieram do Governo do Estado em parceira
com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, que é um braço da
Organização das Nações Unidas, cujo objetivo é apoiar países em desenvolvimento. Este órgão
conta com algumas isenções fiscais e ficou responsável pela aquisição dos equipamentos, com um
investimento em torno de R$ 48 milhões.´
2.7.1 Projeto Multi-Terminal
As pesquisas para compor os equipamentos dos laboratórios foram feitas pelo Centro de
Computação Científica e Software Livre da Universidade Federal do Paraná, que desenvolveu uma
tecnologia chamada de multi-terminal: são quatro monitores, teclados e mouses ligados num único
computador, ou seja, ligados a uma única CPU e funcionando como se fossem quatro computadores
independentes. Esta CPU central vai estar ligada ao servidor e cada terminal vai trabalhar na
velocidade do servidor. Isto serviu para minimizar os custos de instalação.
Figura 01
Fonte: http://www.c3sl.ufpr.br/multiterminal/index-en.php
As configurações básicas das máquinas do multi-terminal são: processador: Pentium IV 3.0
ghz, memória RAM: 512 DDR itaucom, placa Mãe: P4V8X-X, placas de Video: 4 riva tnt2 (3 pci e
1 agp), distribuição: DEBIAN KERNEL 2.6.7.
Figura 02 Figura 03
Fonte: http://www.c3sl.ufpr.br/multiterminal/casos.php
12
2.7.2 Software Livre
O termo "Software livre" se refere à liberdade dos usuários de tecnologia da informação
executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. Mais
precisamente, ele considera quatro tipos de liberdade, para os usuários do software:
Executar o "software", para qualquer propósito;
Estudar como o "software" funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades;
Redistribuir cópias;
Aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a
comunidade se beneficie.
O software livre é mais do que uma opção de tecnologia, as formas de licenças livres de
software, além de serem generosas com as instituições e usuários de informática, permitem que,
tanto as instituições quanto os cidadãos, possam saber como funcionam os programas que estão nos
seus computadores.
Há diversos benefícios inerentes à utilização de 'software livre', entre as quais destacam-se:
independência de um fornecedor único; desembolso inicial mínimo; robustez e segurança;
possibilidade de adequar o programa às necessidades específicas do usuário; e suporte abundante e
gratuito.
O GNU/Linux é um sistema operacional livre, ou seja, um Software Livre. “O GNU/Linux
conta com milhares de programadores ao redor do mundo que se dedicam para aperfeiçoá-lo, na
maioria dos casos fazem isto de graça, apenas pelo prazer de programar e de criar algo com
qualidade” (CETE, 2004).
2.8 CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL DO PARANÁ - CETEPAR
A missão do CETEPAR consiste em coordenar a política de informática educativa, TV
Escola, a operacionalização de produção de vídeos educativos e eventos de capacitação de forma
continuada aos profissionais da educação do Estado do Paraná.
Criado em 23 de junho de 1969, por meio do Decreto nº 15729, como Centro de
Treinamento do Magistério Primário do Paraná. Com área de 5000 m2, sendo 4000 m2 de área
construída em quatro pavimentos e 1 anexo, 3000 m2 de área verde e 1000m2 de estacionamento.
Na resolução de 618/90 a instituição passou a ser designada como Centro de Treinamento do
Magistério do Paraná. Em 04 de dezembro de 2001 o Decreto nº 5123, altera o nome para Centro de
Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná. Hoje os eventos de capacitação estão sendo
realizados em parte nas dependências deste centro atendendo dos departamentos da SEED.
Figura 04 Figura 05
Fonte: http://www8.pr.gov.br/portals/portal/institucional/cetepar/index.php
13
2.9 A TV MULTIMÍDIA/ TV PENDRIVE
No Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação tem desenvolvido projetos que
visam à integração de mídias com a finalidade de proporcionar a inclusão e o acesso de alunos e
professores da rede pública estadual a essas tecnologias.
A TV Pendrive é um projeto que prevê televisores de 29 polegadas - com entradas para
VHS, DVD, cartão de memória e pen drive e saídas para caixas de som e projetor multimídia - para
todas as 22 mil salas de aula da rede estadual de educação, bem como um dispositivo pen drive para
cada professor.
O pen drive é um dispositivo portátil e o escolhido pela Secretaria de Educação possui
memória de 2G. Esta capacidade é suficiente para armazenar vídeos, áudios, imagens e animações.
Este se ajusta ao computador ou ao televisor - desenvolvido exclusivamente para o Estado do
Paraná - a partir de uma porta de entrada USB – conexão universal. Por meio desse dispositivo se
transfere dados e informações que podem ser visualizados na tela da TV e de microcomputadores. A
entrada para cartão de memória é uma conexão para dispositivos como os usados em máquinas
fotográficas e filmadoras, principalmente para armazenar imagens.
Os professores podem, por meio do pen drive, salvar objetos de aprendizagens para serem
utilizados em sala de aula. Esses objetos são recursos que podem complementar e apoiar o processo
de ensino-aprendizagem e estarão disponíveis no Portal Dia-a-dia Educação do Estado do Paraná,
no endereço www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Dentre os objetos que serão disponibilizados estão os
vídeos elaborados pela TV Paulo Freire – um canal exclusivo da Educação do Paraná que divulga a
história, a cultura, as produções artísticas, literárias e científicas desse Estado – e os objetos de
aprendizagem, que serão desenvolvidos pela equipe do Departamento de Multimeios. Dessa forma,
se estabelece uma integração dos projetos que envolvem tecnologia educacional (mídia digital) aos
demais projetos da Secretaria que estão em mídia impressa, como o Livro Didático Público.
Por meio da Coordenação de apoio ao uso das tecnologias, com a ação de 270 assessores
organizadas nas Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação – CRTE‟s(antigos NTEs) -
está prevista a capacitação dos professores para utilização da TV Pendrive e seus dispositivos.
Figura 06
Fonte: Protótipo da TV Pendrive. Apresentada aos assessores das CRTEs em Reunião Técnica (Curitiba - 08/05/06)
2.10 PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO
O Portal Dia-a-Dia Educação foi concebido para ser integrado ao cotidiano escolar, tornando
o Estado do Paraná um provedor autônomo de sistemas de informação de cunho educacional. Um
14
produto com identidade própria, fruto da construção coletiva de seus educadores, em suas várias
instâncias, e moldado para ser referência no que diz respeito à democratização do ensino e
incorporação dos benefícios da Tecnologia de Informação e Comunicação à vida social deste país.
(PARANÁ, 2004).
O Portal Educacional Dia-a-Dia será, no futuro, além de um veículo de informação para ser
utilizado por toda a comunidade acadêmica do Estado do Paraná, também poderá ser acessado e
receber a contribuição de professores de outros estados. Essa interatividade trará dinamismo à troca
de saberes e à incursão de novas metodologias para a melhoria do ensino e da aprendizagem.
2.10.1 Por que Construir o Portal Dia-a-Dia Educação?
Tendo como base os princípios norteadores das ações da SEED: a universalização do ensino,
escola pública, gratuita e com qualidade; o respeito à diversidade cultural; o combate ao
analfabetismo e a gestão democrática, retomou-se a reflexão sobre o uso da informática educacional
no Estado do Paraná, porém não a utilização do computador como um fim em si mesmo, mas como
uma ferramenta de ensino e aprendizagem.
Fazendo uso de modernos recursos tecnológicos, a Secretaria de Estado da Educação –
SEED, em parceria com a Secretaria de Especial de Assuntos Estratégicos, CELEPAR e COPEL
criaram, em 2003, o Portal Dia a Dia Educação.
O Portal faz parte de um grande projeto de rede de telecomunicações públicas do Governo
do Estado do Paraná, cuja intenção é interligar escolas, órgãos públicos, tele-centros por uma rede
de fibra ótica que deverá chegar a todos os municípios do Estado. A COPEL deverá investir cerca
de 240 milhões de reais em fibra ótica, sendo que 140 milhões de reais serão investidos
exclusivamente na educação.
O desenvolvimento tecnológico do Portal Dia a Dia Educação coube à CELEPAR,
trabalhando principalmente em soluções em software livre para atender toda a sua rede.
A Universidade Federal do Paraná também participa do projeto através de desenvolvimento
dos modelos de laboratórios que utilizam, na sua totalidade, software livre. O caráter inovador do
projeto está no fato de que pela primeira vez se faz um projeto de informatização das escolas, no
qual também se pensa na compra e manutenção desses equipamentos para uso dos alunos.
O conteúdo pedagógico, o sistema de navegação e a associação dos conceitos de navegação
estão sendo desenvolvidos pela Secretaria de Estado da Educação em parceria com a Companhia de
Informática do Paraná - CELEPAR.
Figura 07
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/diaadia/educadores/index.php?logado=ok&PHPSESSID=2008102314451172
15
O Centro de Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná - CETEPAR é o órgão
responsável pela capacitação dos professores do Estado do Paraná; com o Portal é possível ter mais
uma ferramenta de capacitação, é possível buscar os conteúdos que eram trabalhados de formas
separadas e presencial e colocá-los num ambiente virtual. Sendo assim, prevê:
A instrumentalização dos educadores por meio do acesso a conteúdos concernentes às
diversas áreas do conhecimento e outras informações e recursos didático-pedagógicos;
A divulgação de informações institucionais tornando-se um receptáculo de dados advindos
de diferentes instâncias da Secretaria de Estado da Educação do Paraná;
A estruturação de uma rede de comunicação efetiva entre todos os envolvidos no processo
educativo e comunidade educacional;
O resgate da identidade do professor da escola pública paranaense, propiciando a veiculação
de sua produção intelectual e fomentando a criação de comunidades virtuais de
aprendizagem, envolvendo todos os atores da Educação Básica do Estado do Paraná
(PARANÁ, 2004).
O Portal Dia-a-Dia Educação possui ambientes personalizados, com características e
informações específicas, destinados a públicos específicos tais como: escola, educadores, alunos e
comunidade.
No ambiente ESCOLA é possível encontrar informações que contribuem com a gestão
administrativa e pedagógica das escolas públicas e particulares. É possível encontramos dados sobre
número total de alunos, matrículas, total de profissionais da educação, legislação pertinente, links
relacionados à educação.
O ambiente COMUNIDADE foi criado para uma maior interação entre a Secretaria de
Estado da Educação e a comunidade escolar. Os pais podem atualizar-se através da leitura de textos,
com temas relacionados às principais questões da escola tais como: disciplina, sexualidade,
adolescência, dentre outros. Também disponibiliza links para acesso a vários assuntos relacionados
à educação, bem como programas e benefícios educacionais disponíveis no Estado e no país.
No ambiente ALUNO, os estudantes têm acesso a uma grande biblioteca virtual, mapas,
links de museus no Brasil e no mundo, tradutores; também têm disponíveis jogos educacionais e
acesso a alguns softwares educacionais. Este ambiente tem várias ferramentas de interação on-line
tais como: correio eletrônico, salas de bate-papo e fóruns de discussão. Em parceria com a
Universidade Federal do Paraná, está disponível um Guia de Profissões para auxiliar alunos que
estão cursando o Ensino Médio a escolher sua futura profissão, e ainda informações sobre o Exame
Nacional do Ensino Médio.
No ambiente EDUCADORES do Portal Dia-a-dia Educação, os professores têm acesso a
informações atualizadas, recursos didáticos e conteúdos pedagógicos desenvolvidos para
aperfeiçoamento da prática docente.
Dentro do ambiente EDUCADORES existe uma seção com muitos recursos, tais como:
bancos de imagens, datas comemorativas, mapas, dicionários, tradutores, versões completas da
literatura brasileira e mundial, entre outros. Na seção Recursos de Informação e Interação, é
possível encontrar notícias, entrevistas e perguntas enviadas pelos professores através da internet,
fóruns de discussão. Está incluso também um Sistema de Divulgação de Produções Acadêmicas dos
educadores da rede pública estadual do Paraná.
2.11 AMBIENTE PEDAGÓGICO COLABORATIVO – APC
Com base no que fala Augusto Cury, (...) “um excelente educador não é um ser humano
perfeito, mas alguém que tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender” (CURY,
2003, p.07), e o que encontramos no portal educacional do Estado do Paraná. O Portal Dia-a-Dia “é
uma solução tecnológica baseada no conceito de Aprendizagem Colaborativa Suportada por
Computador, desenvolvida e implementada em maior parte em software livre, tendo como
pressuposto básico a democratização do conhecimento em rede e pela rede” (SEED, 2004).
Nessa perspectiva Perrenoud nos fala:
16
(...) o professor profissional é, antes de tudo, um profissional da
articulação do processo ensino-aprendizagem em uma determinada
situação, um profissional da interação das significações partilhadas
devendo portanto cooperar através da mediação para o
desenvolvimento não só de seus alunos mas seu próprio crescimento
intelectual. (PERRENOUD, 2001, p.24).
Os professores ao colaborarem com este Portal, colocando informações sobre suas
disciplinas na Internet, devem ter a consciência de que outros também terão acesso e estarão
ajudando na construção de uma grande base de dados, na qual todos os docentes, além de usufruir
de tais informações, também serão reconhecidos por seus pares como autores de conteúdos
importantes para as práticas pedagógicas em suas escolas.
O grande diferencial do Portal Dia-a-Dia é o Ambiente Pedagógico Colaborativo – APC, um
espaço onde os professores podem construir e interagir seus Objetos de Aprendizagem Colaborativa
– OAC.
O Objeto de Aprendizagem Colaborativa não é um plano ideal, tem como proposta
instrumentalizar os professores na elaboração de suas aulas, oferecendo um aprofundamento teórico
e abordagens reflexivas sobre diversos conteúdos curriculares, apresentar e comentar os diversos
recursos que se relacionam ao conteúdo em questão, inclusive.
O OAC é formado por cinco recursos, a saber: recursos de expressão, recursos de (in)
formação, recursos didáticos, recursos metodológicos e recursos de interação.
Figura 08
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/home.php?PHPSESSID=2006082210215872
Recursos de Expressão é um ambiente para manifestação livre, reflexões, opiniões e
questionamentos em relação aos temas escolhidos.
Figura 09
17
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/portals/apc/oque/index.php?PHPSESSID=2006082210215872
Recursos didáticos, ambiente com informações para análise e reflexão para a abordagem dos
conteúdos.
Figura 10
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/portals/apc/oque/index.php?PHPSESSID=2006082210215872
Recursos didáticos, ambiente com informações para análise e reflexão para a abordagem dos
conteúdos.
Figura 11
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/portals/apc/oque/index.php?PHPSESSID=2006082210215872
Recursos metodológicos orientações pedagógicas sem estabelecer regras fixas.
Figura 12
18
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/portals/apc/oque/index.php?PHPSESSID=2006082210215872
Recursos de interação são ferramentas que estimulam a criação de comunidades virtuais de
aprendizagem, interação e estruturam uma rede de comunicação e colaboração entre os professores.
Figura 13
Fonte: http://www.seed.pr.gov.br/portals/apc/oque/index.php?PHPSESSID=2006082210215872
Importante destacar que todas as informações contidas nos OACs são elaborados por
educadores da rede pública estadual do Paraná; estão disponíveis na Internet com livre acesso e
inteiramente gratuito. Algumas das vantagens nesse tipo de interação é que os professores podem
colaborar entre si para aprofundarem o conhecimento sobre um determinado conteúdo. A Secretaria
de Estado da Educação garante a todos os colaboradores certificação de publicação, que poderá
servir para progressão funcional e também ser anexada ao currículo acadêmico; assim os
professores terão o reconhecimento merecido como autores.
2.11 Ambientes Virtuais de Aprendizagem – EaD - GTR – Moodle
Ambientes Virtuais de Aprendizagem são softwares que auxiliam na montagem de cursos
acessíveis pela Internet. Elaborado para ajudar os professores no gerenciamento de conteúdos para
seus alunos e na administração do curso, permite acompanhar constantemente o progresso dos
estudantes. Como ferramenta para EAD, são usados para complementar aulas presenciais. Ex:
Moodle, Solar, TelEduc etc. Segundo Lévy:
Com o avanço das novas formas de educação a distância – como as
realizadas pela Internet - e as preocupações fortificadas como esse novo modelo
de EaD - como o papel do aluno e do professor em ambiente virtual –, outras
questões passaram a ser discutidas para a otimização deste modelo educacional.
Seria ou não um sistema de EaD toda comunidade formada pela Internet?
Afinal, a Criação de Comunidades Virtuais é um dos princípios que orientam o
crescimento inicial do ciberespaço, ao lado da Interconexão e da Inteligência
Coletiva (LÉVY, 1999, p . 127).
Isto justificaria a criação de Comunidade Virtual como sendo essencial para o
estabelecimento de uma cultura de EaD. Porém, percebe-se que a simples criação de comunidades
virtuais não significa a criação de grupos de estudo pela Internet, pois estas possuem os mais
diversos interesses, que vão deste o entretenimento até a distribuição de notícias. A Comunidade
Virtual pode sim ser um princípio essencial, segundo Lévy, mas necessita ir além de simples
Agregação Eletrônica de pessoas (Agregações Eletrônicas ou Comunidades Virtuais? – André
Lemos) para se tornar uma Comunidade Virtual de Aprendizagem.
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Para atingir seus objetivos educacionais, as Comunidades Virtuais necessitam de princípios
de comportamento que favoreçam a aprendizagem, como por exemplo, a construção coletiva, a
existência de interesse mútuo, regras de resolução de conflitos permitindo que as simples agregação
eletrônica de pessoas torne-se uma Comunidade Virtual de Aprendizagem. Para facilitar a criação
destas comunidades, de aprendizagem ou não, surgem na Internet diversos softwares de agregação
de pessoas. Dentre os muitos, alguns são voltados ao entretenimento, outros à distribuição de
notícias até que chegamos naqueles focados no sistema de ensino e aprendizagem pela Internet.
Estes softwares trazem consigo discussões pedagógicas para o desenvolvimento de metodologias
educacionais utilizando canais de interação web. Assim, softwares como TelEduc, Moodle, Solar,
Sócrates, dentre outros, ganham espaço no cotidiano aos educadores virtuais pelo fato de
possibilitarem fácil manuseio e controle de aulas, discussões, apresentações, enfim, atividades
educacionais de forma virtual.
Com os chamados Ambientes Digitais de Aprendizagem a EaD (Educação a distância na
internet), ganhou a possibilidade de organizar de maneira mais controlada cursos, mescla de aulas
presenciais e a distância, possibilidade de aulas apenas virtuais, integração com novas
possibilidades de interação pela Internet, além da aproximação entre professores e alunos dentro do
processo educativo. O número de ferramentas disponíveis para utilização também cresce a cada dia.
São e-mails, fóruns, conferências, bate-papos, arquivos de textos, wikis, blogs, dentre outros.
Ressalta-se que, em todos estes ambientes, textos, imagens e vídeos podem circular de maneira a
integrar mídias e potencializar o poder de educação através da comunicação. Além disso, a
possibilidade de hiperlinks traz o aumento do raio de conhecimento possível de ser desenvolvido
pelos alunos. Estes hiperlinks podem ser realizados tanto dentro do próprio ambiente digital de
aprendizagem (entre textos indicados ou entre discussões em fóruns diferentes, por exemplo), como
também de dentro para fora e de fora para dentro (em casos de pesquisas alargadas de discussões
internas, nos quais se pode trazer ou levar conteúdo desenvolvido para a discussão). Assim, pode-se
diferenciar inclusive as nomenclaturas que são dadas à educação promovido a distância.
A SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná utiliza amplamente esses Ambientes
Digitais de Aprendizagem desde 2007, quando da implantação do PDE – Programa de
Desenvolvimento Educacional. Pragrama esse de capacitação e formação continuada para os
professores da rede pública do estado. Através da “plataforma Moodle”, os professores participantes
deste programa promovem junto aos demais professores da rede, uma ampla capacitação à
distância.
Segundo Araújo: No Brasil e no mundo os investimentos em educação on-line crescem cada dia
mais. Nesse sentido, justificam a necessidade de investigações que sinalizem
caminhos para práticas pedagógicas coerentes com as necessidades atuais de
formação e com os princípios que articulam a relação entre o uso da tecnologia,
as concepções de conhecimento e de educação implicadas nesse processo. Nossa
afinidade com a educação a distância incentiva pesquisa sobre o assunto,
principalmente nos dias atuais, nos quais o recurso tecnológico se faz cada vez
mais presente (ARAÚJO, 2007, p. 08)
A educação à distância, segundo Peters não é assunto recente:
A educação à distância caracterizou-se nos cursos por correspondência, nos
quais o aluno recebia material impresso pelo correio e, muitas vezes, precisava
responder questões para ser aprovado. O mundo evoluiu e os cursos também
foram oferecidos por meio da televisão e do rádio. Hoje, com o advento da
Internet a EaD toma força. Basta haver um computador ligado à grande rede
para podermos interagir com outras pessoas, o que torna o processo educativo
mais interessante (PETERS, 2003, p 28).
Nesse contexto, no meio educacional existem ambientes que propiciam a EaD. Tais
ambientes são chamados por alguns autores de AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem. Podemos
20
citar a utilização de alguns AVAs em cursos de formação de professores: o e-ProInfo, o Moodle e o
Teleduc.
O ambiente e-ProInfo, do Ministério da Educação, é considerado e intitulado de ambiente
colaborativo de aprendizagem. Encontra-se disponível no endereço eletrônico
http://www.eproinfo.mec.gov.br, cujo acesso permite a inscrição em determinados cursos. Essa
inscrição poderá ser ou não aceita pelo responsável do curso. Esse responsável pelo curso pode ser
um professor universitário que oferece curso a distância pelo ambiente e-ProInfo. Importante é
verificar se o público alvo é de interesse (exemplo: curso destinado a alunos de graduação da
Educação Matemática da Unesp, nesse caso outras pessoas que não sejam esses alunos serão
rejeitados pelo tutor responsável do curso). Há necessidade de cadastramento no ambiente para
participar dos cursos no ambiente e-ProInfo.
O TelEduc, idealizado pela Universidade de Campinas (UNICAMP), disponível na página
http://www.teleduc.org.br , oferece vários cursos, inclusive de pós graduação e as inscrições são
validadas se o perfil do aluno se enquadrar no propósito do responsável, do mesmo modo do
ambiente e-ProInfo.
Conforme informações da página,
[...] o TelEduc é um ambiente para a criação, participação e administração de
cursos na Web. Ele foi concebido tendo como alvo o processo de formação de
professores para informática educativa, baseado na metodologia de formação
contextualizada desenvolvida por pesquisadores do Nied (Núcleo de
Informática Aplicada à Educação) da Unicamp. (TELEDUC, 2008).
O Moodle é um ambiente virtual adotado em vários países. No Brasil encontramos no link:
http://www.moodlebrasil.net/moodle e, segundo o site tem como missão:
Divulgar o uso da plataforma de aprendizagem Moodle;
Orientar profissionais da área de educação e treinamento empresarial na
Utilização do ambiente;
Treinar tutores e monitores para o desenvolvimento de cursos em Moodle;
Viabilizar a implantação de ambientes educacionais e corporativos de
Treinamento, capacitação e aprendizagem.
Para muitos cursos, no ambiente Moodle há a necessidade de cadastramento com a
utilização de um correio eletrônico institucional público. No caso do Estado do Paraná utiliza-se o
e-mail denominado Expresso para enviar os dados ao ambiente. Esse ambiente foi o preferido para
disponibilizar parte do curso de formação de professores PDE. No ambiente Moodle, os professores
participantes do PDE disponibilizam materiais, interagem em fóruns e estabelecem tarefas aos
demais professores da rede. Dessa forma surge o GTR, disponível na página https://www.e-
escola.pr.gov.br.
Por meio do chamado GTR- Grupo de Trabalho em Rede, os 1.200 professores participantes
deste programa de formação continuada, repassam assuntos, discutem temas educacionais,
propostas de práticas pedagógicas e abordam temas em geral de interesse da educação pública com
os outros 42 mil professores da rede pública do estado do Paraná.
2.12 TV Paulo Freire
Trata-se de uma política pública midiática através de um canal de tv com uma programação
concebida exclusivamente para a comunidade escolar do Estado do Paraná. Seu objetivo é
proporcionar à escola pública uma educação articulada com os avanços do mundo contemporâneo e
buscar a qualidade no processo educacional. É uma parceria estabelecida com a Rádio e Televisão
Educativa do Paraná – RTVE-PR – que proporciona a transmissão dos programas via satélite para
2.100 escolas, com receptor de sinal digital, direcionada para o satélite Brasil Sat. A programação
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da TV Paulo Freire é disponibilizada semanalmente no site www.diadiaeducação.pr.gov.br É
possível a participação das escolas nos programas através do envio de materiais para o NRE/CRTE,
de acordo com o tema a que se propõe. Alguns programas que a escola pode participar: Por dentro
da escola, Tempo de brincar, Histórias de Professor, Casos de alunos. Entre outros.
Figura 14
Fonte: http://www8.pr.gov.br/portals/portal/tv/index.php
2.13 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E TICS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA DO
PARANÁ
A formação continuada para a incorporação da tecnologia de informação e comunicação na
escola prepara os formandos em conhecimentos teórico-educacionais, conhecimentos e habilidades
no domínio da tecnologia e atitudes que favoreçam o desenvolvimento da prática reflexiva, da
capacidade crítica, da compreensão de que cada indivíduo produz conhecimento, bem como a
valorização do ser humano em sua multidimensionalidade (cognitiva, afetiva, histórico-social e
ecológica) e a compreensão de que todos podem se tornar agentes de mudança.
Evidencia-se a necessidade da criação de um ambiente de formação continuada que não se
restringe a situações agendadas para participação em cursos, conferências e reuniões dicotomizados
da realidade da sala de aula. Faz-se necessário instaurar um processo de reflexão, investigação,
revisão e intervenção sobre as situações-problema existentes na prática real, o que não se realiza,
segundo Imbernón, “unicamente mediante a análise teórica da situação em si, mas sim, deve ser
reinterpretada à luz da solução que requer, ou seja, levando em consideração a modificação de
determinada realidade” (IMBERNÓN, 1998, p. 84).
O estabelecimento de espaços coletivos de discussão e reflexão é fundamental para que o
professor participante dessa formação se posicione como aprendiz e possa colocar-se em sintonia
com o processo de aprendizagem de seu aluno, buscando compreender suas potencialidades,
conflitos e dificuldades e, ao mesmo tempo, revendo seu trabalho e sua atuação com uma crítica
justa e objetiva que o acompanha, associada ao desejo de acertar, de fazer sempre o melhor.
Nas atividades de formação de educadores, esses se colocam na situação de aprendizes
mergulhados em ambientes de aprendizagem informatizados. A tecnologia é utilizada para
promover a interação entre todos os participantes (formandos e formadores), propiciar o
desenvolvimento da autonomia no uso da tecnologia e na busca de informações, bem como a
construção de conhecimentos de distintas áreas do saber, para a compreensão, representação e
resolução de um problema contextual ou para o desenvolvimento de um projeto. Ao mesmo tempo,
analisam as atividades desenvolvidas, o papel assumido pela tecnologia em uso, pelo mediador da
22
atividade e pelo aprendiz. O educador é convidado a recontextualizar as atividades experienciadas
em sua formação, para sua prática profissional. O professor recontextualiza a vivência da formação
para sua atuação em sala de aula, usando o computador com seus alunos. Essas práticas
recontextualizadas são apresentadas ao grupo em formação, cuja reflexão propicia a busca de
teorias para melhor compreendê-las e reconstruí-las. Desta forma, a teoria ilumina a compreensão e
reelaboração da prática, assim como a prática refletida conduz à reconstrução da teoria.
O educador emprega a tecnologia em sua prática, na troca de experiências, na ajuda mútua,
no resgate da ética e da cidadania, no aprender em ação com a reflexão e a depuração que se
desenvolvem antes, durante e após a ação. As reflexões incidem sobre a sua prática concreta,
datada, realizada em um contexto histórico-social, o que implica uma tomada de consciência da
realidade que se expande para além da sala de aula e do espaço-tempo escolar. Engloba os valores e
crenças da sociedade na qual a instituição escolar se encontra inserida, bem como a cultura da
instituição, as interações entre os pares, com os alunos e com a comunidade, a atuação dos
coordenadores e dirigentes educacionais e os sistemas de apoio ao trabalho do professor. Assim, o
professor, principal agente de aprendizagem da escola, pode assumir gradativamente a prática
crítico-reflexiva.
Quanto maior a participação e o compromisso do corpo de educadores da instituição nas
ações de formação, compreendendo tanto o envolvimento dos professores quanto dos demais
agentes educacionais e principalmente seus coordenadores e dirigentes, e quanto maior o nível de
colaboração, participação e articulação entre todos os envolvidos nas decisões sobre o currículo e a
gestão desse processo de formação, maior será a possibilidade de sucesso dos projetos inovadores
que a instituição se proponha a realizar e, especialmente, o projeto de integração do computador na
prática pedagógica.
No Estado do Paraná, A Secretaria de Estado da educação optou por uma formação
continuada que busca a reafirmação do educador crítico-reflexivo e investigador da própria ação
alterando o contexto da formação, colocando-o em relação direta com a prática e acentuando o
papel do educador como um agente de mudança, responsável pela própria formação. Cada educador
é co-autor do planejamento, desenvolvimento, reflexão (avaliação processual e dos resultados) e
depuração (reformulação ou reelaboração de metodologias) do processo de formação continuada
contemplado no projeto político-pedagógico da Escola, como decorrência de um processo
colaborativo desenvolvido por meio de negociações, conflitos e consensos temporários.
Quando a tecnologia começa a adentrar os espaços educacionais há um momento em que
seu uso apresenta-se como prática de um pequeno grupo de educadores e alunos. Esses autores de
primeira mão vão gradativamente conquistando outros parceiros, até que exista um contingente de
profissionais e de alunos trabalhando, o que induz a inserir tais práticas como uma das atividades
inovadoras contempladas no projeto político-pedagógico da instituição e assumidas pela
coletividade.
Portanto, a formação de educadores na ação é contextualizada nas experiências,
conhecimentos e práticas do formando, que tem a oportunidade de inserir a tecnologia em sua
prática, rever e reelaborar a sua prática, colocando-a como foco da própria formação. Os
formadores são parceiros dos educadores com os quais compartilham práticas e reflexões. Trata-se
de uma formação que se desenvolve na transversalidade do currículo; inter-relaciona formação-
ação, ação-reflexão, realidade-conteúdo, homem-máquina, arte-tecnologia, teoria-prática.
2.14 O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
A Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, institui o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, como
uma política educacional inovadora de Formação Continuada das professoras e professores da rede
pública estadual. O PDE propõe um conjunto de atividades organicamente articuladas, definidas a
partir das necessidades da Educação Básica, e que busca no Ensino Superior a contribuição
solidária e compatível com o nível de qualidade desejado para a educação pública no Estado do
Paraná.
23
Idealizado durante a elaboração do Plano de Carreira do Magistério (Lei Complementar n.
103, de 15 de março de 2004), a partir das reuniões conjuntas entre os gestores da SEED e os
representantes do Sindicato dos professores, o PDE toma forma e se concretiza neste ano de 2007,
para produzir progressões na carreira e melhoria na qualidade da educação oferecida a milhares de
crianças, jovens e adultos das escolas públicas do Paraná.
O Programa, que prevê avanços na carreira e tempo livre para estudos, demonstra a justa
preocupação com a formação permanente das educadoras e dos educadores e com o real
aprendizado de nossos estudantes. Este programa de estudos terá duração de dois anos: no primeiro
ano, o professor PDE será afastado de suas atividades em 100% e, no segundo ano, em 25%.
Ao optar pela implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, um
programa de Formação Continuada que não encontra modelos públicos similares, a educação
paranaense, mais uma vez, mostra-se inovadora, coerente na perseguição à utopia da educação de
fato universal, democrática, transformadora e de qualidade. A parceria com as Instituições Públicas
de Ensino Superior do Paraná decorre da percepção de que a essência do Programa encontra
ressonância na reflexão pedagógica crítica nelas produzida. Dessa forma, acreditamos que estamos
construindo um Programa que ultrapassa os limites da ação proposta, pois viabiliza uma real
integração entre a formação inicial e a formação continuada dos egressos de graduação, que poderá
resultar em outras parcerias ainda mais promissoras.
Esse novo modelo de Formação Continuada visa proporcionar ao professor PDE o retorno às
atividades acadêmicas de sua área de formação inicial. Este será realizado, de forma presencial, nas
Universidades públicas do Estado do Paraná, e, de forma semi-presencial, em permanente contato
do professor PDE com os demais professores da rede pública estadual de ensino, apoiados com os
suportes tecnológicos necessários ao desenvolvimento da atividade colaborativa.
O professor PDE iniciará suas atividades nesse novo processo de Formação Continuada
elaborando um Plano de Trabalho em conjunto com o professor orientador das IES. O Plano de
Trabalho constitui uma proposta de intervenção na realidade escolar, a ser estruturada a partir de
três grandes eixos: a proposta de estudo – que será desenvolvida ao longo de dois anos -, a
elaboração de material(is) didático(s) – para uso nas escolas - , e a orientação de Grupo(s) de
Trabalho em Rede – que envolve o conjunto dos professores da rede pública estadual.
Este programa, de caráter interinstitucional, envolve a SEED, SETI, as cinco Instituições de
Ensino Superior estaduais (UEL,UEM, UNICENTRO, UNIOESTE e UEPG) e as duas instituições
federais (UFPR e UTFPR).
O PDE destina-se a atender 44.400 professores da rede estadual de ensino de forma indireta,
por meio dos Grupos de Trabalho em Rede, e, diretamente, 1.200 professores pertencentes ao
Quadro Próprio do Magistério – QPM, Nível II, Classe 11, em pleno exercício de suas atividades,
visando à sua promoção ao Nível III, conforme dispõe o Plano de Carreira dos Professores da Rede
Pública de Ensino do Paraná (Lei Complementar n. 103, de 15 de março de 2004).
O primeiro processo de seleção ao PDE ocorreu em 2006, com o objetivo de suprir as 1.200
vagas distribuídas em dezessete áreas curriculares, a saber: Português, Matemática, Geografia,
História, Ciências, Educação Física, Educação Artística, Física, Química, Biologia, Filosofia,
Sociologia, Pedagogia, Línguas Estrangeiras Modernas, Educação e Trabalho, Gestão Escolar e
Educação Especial. Prevê-se processo seletivo anual, a partir de 2007, como forma de ampliar o
ingresso no Programa.
2.15 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E ESCOLA PÚBLICA:
RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
Este estudo iniciou-se com uma proposta de investigar os limites e as possibilidades de uma
experiência de aproximação das tecnologias da informação e da comunicação no processo ensino-
aprendizagem, proporcionada por um programa de governo para inclusão digital nas escolas
públicas do Estado do Paraná.
Essa vivência com o uso das TIC‟s nesse ambiente escolar ocorreu no Colégio Estadual
24
Unidade Polo de São José dos Pinhas, por intermédio de outro Programa da SEED – Secretaria de
Estado da Educação do Governo do Paraná, o PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional,
descrito no item 2.14 deste artigo.
O Colégio Estadual Unidade Polo de São José dos Pinhais, como toda escola pública do
Estado do Paraná, participa do conjunto de programas que formam a política educacional do
Governo do Paraná para a educação básica. O referido colégio possui:
01 laboratório de informática do Paraná Digital, equipado com 24 computadores montados no
sistema descrito no item 2.7 deste artigo.
15 salas de aula, todas com TVs Pendrive, instaladas e funcionando.
02 salas de projeção, cada uma com projetor multimídia, telão, ar condicionado e cadeiras
confortáveis.
01 antena parabólica para acesso à TV Escola e TV Paulo Freire.
Atividades estas, resultado de uma ação governamental que proporciona o acesso às
tecnologias da informação e da comunicação. Esta política de suprimento de equipamentos de
acesso às TICs, visa suprir lacunas que comprometem a inserção e a participação do sujeito na vida
em sociedade, seja pelo despreparo na formação para atuação em atividades profissionais ou para
uma participação social mais efetiva.
Como participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da SEED,
pesquisador do uso das tecnologias da educação há cerca de 10 anos, propusemos uma análise da
ação pedagógica no uso das tecnologias na escola pública, com vistas à inclusão digital e social.
Nossa inquietação investigativa foi se delineando, através de vivências nesse novo contexto.
O que nos moveu foi analisar se os recursos tecnológicos no ensino teriam sua utilização
possibilitada, por uma reorganização institucional. O desafio passou a ser aquele que procura
integrar e padronizar a Aprendizagem aliada à Tecnologia na Educação. Pensados de modo mais
dinâmico e adaptados à realidade atual, sendo capaz, principalmente de vencer a fragmentação
curricular, o desinteresse dos alunos e a desorganização institucional em vários aspectos.
No meu cotidiano, devia como professor, colocar em prática o que lia. Era preciso observar,
cuidar da avaliação processual, inventar e reinventar metodologias para aguçar a curiosidade dos
alunos, registrar os fazeres pedagógicos no diário de classe. Como pesquisador, procurava me
isentar de preconceitos8, para registrar os fenômenos observados e os olhares sobre as cenas do
cotidiano; para perceber o movimento de participação dos alunos e professores, nos projetos de
aprendizagem; observar o envolvimento dos pais e da comunidade nas ações coletivas da escola e
na reconstrução da proposta político pedagógica. Como coordenador pedagógico, tentava contribuir
com a organização do espaço e tempo escolar, no planejamento de projetos, na reconstrução,
reestruturação do Projeto Político-Pedagógico (PPP), Plano de Desenvolvimento Escolar e
Regimento Escolar. Eram diferentes papéis que se desenrolavam em tempos muitas vezes
concomitantes e faziam com que emergisse um sentimento singular: o de contribuir, com seriedade,
em cada um deles, para asserção de novos valores.
De modo geral, pôde-se constatar, por intermédio dos instrumentos de coleta de dados, que a
utilização das tecnologias nas atividades realizadas contribuem para ampliar ambientes favoráveis
ao processo ensino-aprendizagem.
A proposta de utilização das tecnologias da informação e da comunicação apresentada à
escola fundamentava-se em metas educacionais. Partia de pressupostos educacionais que
privilegiavam o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade de interpretar o mundo
vivido. Dessa forma, a proposta apresentava essas tecnologias como um meio, como um recurso
pedagógico, e a escola como um local onde a aprendizagem ocorre “com” e não “a partir” delas.
Nessa perspectiva, entendíamos a função da escola como vinculada à formação de um
homem comprometido com seu tempo, capaz de interpretar o mundo em suas diferentes linguagens
comunicativas e de participar ativamente da sociedade. Distanciávamos de uma formação que
privilegiava somente o desenvolvimento de habilidades necessárias ao sistema produtivo e
8 Como professor também observava, isentava-me de preconceitos, registrava os fazeres pedagógicos e outros, a pedido do serviço administrativo e pedagógico da escola, não me sobrando tempo e disponibilidade para analisar, com mais rigor e critérios o contexto vivido.
25
visualizávamos o processo educativo como um espaço que pode contribuir para a forma de
superação das desigualdades e contradições existentes na sociedade, preocupando-se com a
formação de um homem com competências políticas não dissociadas de competências técnicas
necessárias para a integração na atualidade.
Este estudo iniciou-se com uma proposta de investigar os limites e as possibilidades de uma
experiência de aproximação das tecnologias da informação e da comunicação no processo ensino-
aprendizagem, proporcionada por um programa de amplas proporções. De modo geral, pôde-se
constatar, por intermédio dos instrumentos de coleta de dados, que a utilização das tecnologias nas
atividades realizadas contribuiu para ampliar ambientes favoráveis ao processo ensino-
aprendizagem. Por exemplo, a atividade de elaboração de uma história em quadrinhos criou um
espaço para o exercício do pensamento que envolve a seqüência lógica dos fatos, como também da
expressão escrita; a participação em pesquisa nos sites de busca, utilizando como veículo de
comunicação a Internet, abriu uma constante preocupação relacionada à ortografia e à gramática dos
textos produzidos; ainda, a atividade de elaboração de uma expressão matemática oportunizou
revisar ou mesmo perceber a importância de ordenar corretamente as quatro operações para a
resolução de cálculo. Essas situações pedagógicas vivenciadas também demonstraram que a
utilização das tecnologias no espaço escolar cria mais um ambiente pedagógico, com condições
para auxiliar no desenvolvimento de habilidades relacionadas, de acordo com as atividades
exemplificadas, à expressão escrita e ao pensamento matemático.
Todavia, as observações realizadas durante o primeiro semestre de 2008 revelaram que a
utilização das tecnologias da informação e da comunicação pelos professores participantes ficou
restrita às atividades desenvolvidas no laboratório de informática, isto é, ao período em que cada
um desses professores acompanhava a turma para o desenvolvimento de tarefas relacionadas à sua
disciplina. Poucas atividades foram desenvolvidas envolvendo outras tecnologias existentes no
colégio.
No momento em que a atividade da disciplina finalizava, terminava também o envolvimento
do professor com a utilização das tecnologias no espaço escolar. Os professores não sugeriram a
realização de outras atividades escolares com a utilização dessas tecnologias e, assim, não
ampliaram o seu uso para além das atividades planejadas.
Dessa forma, a freqüência ao laboratório ficou restrita às atividades pretendidas com o
envolvimento do projeto, embora horários alternativos de utilização tivessem sido disponibilizados
pela coordenação pedagógica.
Porém, para o segundo semestre, após reunião com a Direção Geral e Coordenação
Pedagógica, ficou acertado que seria elaborada uma agenda para uso do laboratório de informática
por professores em suas atividades de aulas e por alunos em contra-turno, pra realização de
pesquisa. Bem como o incentivo a outros espaços de uso comum e que tivessem a devida
capacitação para tal uso.
Essas observações reforçam a característica da experiência de aproximação com a tecnologia
vivida pela instituição escolar, uma aproximação realizada por intermédio de um projeto
comunitário de existência externa à dinâmica da escola e que, por mais que tenha tentado integrar-
se às atividades curriculares, não fez parte do contexto educacional. Desse modo, os professores
participantes das atividades se envolveram com a proposta realizada, mas não desdobraram os seus
fundamentos em outros momentos das atividades escolares e, assim, não tiveram a possibilidade de
se apropriar dos conhecimentos de forma gradativa e de incorporá-los à prática pedagógica.
Cabe observar que a incorporação das tecnologias da informação e da comunicação na
prática docente só pode ser efetivada se o professor atribuir um sentido, um significado para a sua
utilização na formação do aluno. Significado que assume uma abrangência também educacional,
quando se percebe que a utilização dessas tecnologias no processo ensino-aprendizagem pode criar
condições para que o aluno desenvolva capacidades intelectuais concomitantes a uma preparação
para o mercado de trabalho. Nesse sentido, a sua utilização ultrapassa a formação do trabalhador,
em direção à formação de um sujeito histórico.
Segundo o que nos apresenta Pretto:
26
A concepção de educação presente na proposta de utilização das tecnologias da
informação e da comunicação no projeto comunitário fundamenta-se em princípios
que respeitaram a história do aluno, seu ambiente cultural, tendo em vista a
importância da formação de um homem integral. A concepção de educação, desse
modo, valoriza uma formação geral do homem, e privilegia, também, uma formação
que leva em consideração o conhecimento científico e a formação para o trabalho,
além de uma formação humanística e histórica (PRETTO, 1996, p. 115).
No Colégio Unidade Polo, a utilização das tecnologias refletiu essa mesma concepção de
educação e, conseqüentemente, essa utilização assumiu um caráter pedagógico. Converteu-se,
portanto, em um meio para atingir finalidades educacionais, na medida em que propôs a sua
utilização contextualizada historicamente, representante de uma forma de pensar e sentir. Dessa
forma, a tecnologia ultrapassou a simples utilização técnica. Fato que ampliou as possibilidades de
sua utilização no campo educacional.
É evidente que a utilização dessas tecnologias nas escolas assume propostas diferenciadas,
pois se integram a diferentes tendências pedagógicas. De um lado, podem estar comprometidas com
uma formação de homem que contribua para a reprodução social e, por outro, com a formação de
um homem com condições de interagir no contexto histórico, cultural e social vivido. Fica claro que
o processo de implantar e implementar as tecnologias da informação e da comunicação no ambiente
escolar vai além da montagem de um laboratório de informática. A escola necessita de um projeto
de utilização da informática integrado ao seu projeto político-pedagógico. Ao adotar essa postura, a
escola relaciona o uso da tecnologia às concepções e práticas pedagógicas assumidas pela
instituição. Propõe a utilização dessas tecnologias associadas aos conteúdos curriculares como um
recurso para apoiar e enriquecer o processo de aprendizagem.
Nessa perspectiva, pensar a tecnologia no ambiente educacional é pensá-la num projeto
global, numa determinada cultura, numa realidade concreta. É utilizá-la para atingir metas e fins
educacionais comprometidos, como já foi afirmado, com a formação de um homem com
pensamento crítico, capaz de interpretar a realidade vivida. É priorizar os aspectos pedagógicos em
detrimento dos aspectos tecnológicos. É transpor uma utilização da tecnologia na educação para
uma aplicação da tecnologia a serviço da educação.
A proposta de intervenção pedagógica para o Colégio Estadual Unidade Polo, visava
despertar ampla discussão sobre formação do professor em informática educacional. A proposta
desta intervenção não se limitava somente a instrumentalização do uso da informática, mas
principalmente, a criação de um grupo coeso e ativo de professores dentro da escola, que iniciasse o
uso educacional dos computadores e multiplicasse este conhecimento entre os colegas. O curso
pretendia também favorecer a criação da autonomia por parte dos professores, para que fossem
capazes de resolver pequenas dificuldades e situações que exijam investigação e procurar ajuda,
caso se deparassem com um problema mais grave.
A discussão e debate dos temas relacionados à inclusão digital e informática educacional,
foram momentos fundamentais e preciosos na formação do grupo e permitiram que os professores
se conhecessem melhor e encontrassem juntos soluções para seus problemas, relacionados à sua
prática pedagógica com uso da ferramenta digital. Além disso, esse hábito, muitas vezes instigado
pelos próprios professores, forneceu a eles mecanismos para lutar por seus direitos, por projetos
educacionais e melhoria da qualidade da escola pública onde atuam.
As ações realizadas durante o processo de intervenção consistiam em:
1. Reunião com professores para responderem à pesquisa sobre o uso da informática em suas
aulas.
Foi realizada, junto aos professores do Colégio Estadual Unidade Polo de São José dos Pinhais,
reunião para preparação das atividades de uso dos computadores do laboratório de informática. Em
função dos motivos expostos na fundamentação teórica do Plano de Trabalho do professor PDE, o
laboratório de informática do colégio não é usado pelos professores em suas aulas. A presente
proposta de intervenção tem como objetivo principal incentivar, promover e intensificar o uso do
laboratório de informática pelos professores do Colégio em suas aulas.
2. Preparação do material a ser utilizado com professores visando o estímulo ao uso da
27
informativa na sala de aula.
A partir das solicitações dos professores, foi elaborado, com a equipe pedagógica, um projeto
metodológico de utilização do laboratório de informática pelos professores do colégio em suas
aulas. No qual constavam, formas e métodos de utilização da informática nas disciplinas, aplicação
nos conteúdos trabalhados em sala de aula e nas avaliações a serem efetuadas. Havia também uma
proposta de agendamento da utilização do laboratório de informática.
3. Encontro com professores no laboratório de informática para prepará-los melhor e
incentivá-los a usar o laboratório em suas aulas.
A ação foi realizada nos horários de hora-atividade dos professores para levá-los ao laboratório
de informática. Foi dado um treinamento operacional e apresentado um texto sobre o uso da
informática na educação e discutido o referido texto.
4. Elaboração, junto com os professores do plano de aula com uso do laboratório de
informática.
Foram discutidas com os professores algumas formas de adequação de determinados aplicativos
nas suas respectivas áreas de conhecimento. A partir daí, foram feitas pesquisas na Internet de
estratégias e conteúdos para aplicação com os alunos.
5. Acompanhamento de professores em aulas no laboratório de informática.
Aplicação dos conteúdos propostos pelos professores com os alunos no laboratório de
informática.
6. Avaliação com os professores do uso dos computadores nas aulas.
Após aplicação dos conteúdos com os alunos, foi feita uma avaliação em ficha própria com os
professores sobre a aplicação destes conteúdos aos alunos. Foram analisados vários quesitos que
dizem respeito ao aprendizado do aluno na sala de informática.
7. Avaliação com os alunos do uso dos computadores nas aulas.
Conversa e levantamento com os alunos das vantagens e desvantagens das aulas na sala de
informática.
8. Avaliação com a Equipe Pedagógica das aulas no laboratório de informática.
Análise junto à Equipe Pedagógica das atividades desenvolvidas no laboratório de informática
pelos professores e alunos.
9. Proposta de elaboração de um calendário bimestral de uso do laboratório de informática
nas áreas do conhecimento.
Foi laborado um calendário e uma agenda para uso da sala de informática pelos professores e
alunos, para o ano letivo de 2008.
Figura 15
Fonte: Arquivo do Colégio Estadual Unidade Polo – São José dos Pinhais
28
Figura 16
Fonte: Arquivo do Colégio Estadual Unidade Polo – São José dos Pinhais
No que diz respeito ao uso da outras tecnologias, o projeto de intervenção teve como ponto
de partida o laboratório de informática do Programa Paraná Digital, sendo este espaço o cerne do
projeto.
A utilização dos outros espaços e equipamentos vieram logo em seguida, como necessidade
natural de complementação didático-pedagógica das aulas práticas na sala de informática. As ações
realizadas nesta fase foram as seguintes:
Levantamento dos vídeos e imagens a serem utilizadas para apresentação nas aulas, nas TVs
Pendrive, nas salas de aula. Utilizando vídeos e imagens do portal educacional da SEED, MEC
e Domínio Público. Além, é claro de imagens e filmes produzidos pelos alunos e professores.
Editoração e montagem dos vídeos e imagens para apresentação na sala de projeção do colégio.
Criação, por parte dos alunos, sob orientação do professor, de trabalhos em “slides” na sala de
informática e apresentação dos mesmos no telão da sala de projeção.
Figura 17
Fonte: Arquivo do Colégio Estadual Unidade Polo – São José dos Pinhais
29
Figura 18
Fonte: Arquivo do Colégio Estadual Unidade Polo – São José dos Pinhais
Figura 19
Fonte: Arquivo do Colégio Estadual Unidade Polo – São José dos Pinhais
O trabalho desenvolvido permitiu uma reflexão sobre os aspectos que envolvem a
implantação das tecnologias da informação e da comunicação no processo ensino-aprendizagem.
Aspectos que incluem, além dos pressupostos pedagógicos, também pressupostos sociológicos.
Pedagógicos no sentido de atender ao desenvolvimento das capacidades e habilidades
intelectuais necessárias ao homem contemporâneo.
Sociológicos, interligados aos pressupostos pedagógicos, que ressaltam a importância do
acesso a essas tecnologias para a formação integral do homem. O caminho percorrido proporcionou
um resgate da importância dos aspectos culturais e sociais no processo educacional e ampliou a
discussão sobre a tecnologia na educação para além dos aspectos cognitivos.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando a realidade atual da informática educacional na rede pública estadual, face à
implementação de políticas públicas que permitam ao aluno a apreensão dos fundamentos técnicos
e tecnológicos; políticas sociais e culturais presentes no seu contexto social; o compromisso
30
assumido pelos profissionais da escola com a articulação e integração dos conhecimentos históricos
sociais, como condição para uma sólida formação científico-tecnológica, conclui-se que a criação
de programas como o Paraná Digital e o Portal Dia-a-Dia Educação, e ainda outras ações anteriores
também significativas implementadas pela Secretaria de Estado da Educação só contribuíram para
que o Estado do Paraná se firmasse como pioneiro na inclusão das Tecnologias de Informação e
Comunicação nos espaços educacionais, onde todos poderão usufruir dos benefícios que a
tecnologia proporciona, seja pessoal, profissional e intelectual.
A proposta de intervenção pedagógica realizada no Colégio Estadual Unidade Polo em São
José dos Pinhais não ensinou apenas informática, mostrou sobretudo como aplicar as Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs a uma diversidade de atividades quotidianas,
pois o seu objetivo é fazer com que a tecnologia faça parte do dia a dia de TODOS (crianças,
adolescentes, adultos e professores), transmitindo-lhes as aptidões necessárias à sua autonomia
tecnológica, pessoal e profissional, isto é, potencializar o computador como num instrumento de
resolução de problemas, criatividade e expressão.
Guardadas as devidas proporções, tendo em nossos apontamentos aqui evidenciados,
concluímos e deixamos até mesmo como reflexão em estudos futuros que, o fator fundamental no
processo de aprendizagem com a utilização das TICs com crianças e adolescentes, é que, não
podemos em hipótese alguma tornar esse método (ferramenta) como prioritário no ensino, isto é,
como condição sine qua non, mas sim em uma segunda ordem de escala e importância, como sendo
um "pano de fundo", permitindo somente a estas crianças e adolescentes a utilização lúdica da
tecnologia, preparando-as assim para uma melhor vida presente e futura, através do
acompanhamento dessa evolução tecnológica, despertando desta maneira a utilização racional dessa
tecnologia nas novas eras.
Utilizar essas novas tecnologias com responsabilidade é um dos caminhos que o Governo do
Estado está apostando para a melhoria significativa da educação paranaense.
31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SEED Secretaria de Estado da Educação
CETE Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação
CRTE Coordenação Regional de Tecnologia na Educação
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
SUED Superintendência da Educação
CETEPAR Centro de Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná
NTE Núcleo de Tecnologia Educacional
PROINFO Programa Nacional de Informática na Educação
CELEPAR Companhia de Informática do Paraná
CIED Centro de Informática Educativa
PRONINFE Programa Nacional de Informática Educativa
PEIE Programa de Informática na Escola
CRIED Centro de Referência em Informática na Educação
COPEL Campanha Paranaense de Energia
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
32
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