DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · sapé e o chão era de terra batida, o que facilitava a...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

FOLHAS

NRE: Cornélio Procópio

Nome da Professora: Rose Fátima de Melo1

Orientador: Ms. Marcio Luiz Carreri – UENP / Campus Jacarezinho.

e-mail: [email protected]

Nível de Ensino: Fundamental

Série: 8ª

Título: A fotografia e o cotidiano na compreensão da consciência histórica

Disciplina: História

Relação interdisciplinar: Artes

Conteúdo Estruturante: Relação de Trabalho.

Conteúdo Específico: A Constituição das relações sociais através da cultura do café.

1 Professora da rede pública estadual, docente de História no Colégio Estadual Barão do Rio Branco – EFMP na

cidade Assaí - PR.

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Vamos aprender sobre riqueza do Paraná: o fascínio do ouro verde

no norte do Paraná através da fotografia!

“Fotografias nunca são evidências da história: elas próprias

são a história.” BURKE, 2004

Aprendendo sobre Imagens.

A fotografia surgida no século XIX trouxe para os estudos da história

grande contribuição. Com a afirmação de Burke (2004), as imagens, textos literários

e testemunhos são evidências que vêm contribuir para a pesquisa, no qual pode ser

utilizada nos novos campos de interesse em história, como a vida cotidiana, a

cultura material, história do corpo, entre outras. Assim, a fotografia foi entendida

como um campo rico para a pesquisa e tomada como documento histórico abre

novos caminhos para os estudos da história.

A fotografia revela a possibilidade de uma análise investigativa no tocante

à construção do conhecimento histórico, pois tomada como fonte de estudo torna

possível elaborar conhecimentos que promovem a compreensão histórica. Neste

sentido, a imagem apresentada no início do texto abre possibilidades de construir

conhecimentos relevantes sobre os catadores de café. Podemos fazer uma leitura

através da fotografia que possibilita conhecimentos além daqueles que são

aparentes na imagem, pois se pode ampliá-los através da pesquisa.

Desta maneira, a partir da fotografia apresentada, podemos conhecer os

elementos que compõem a cultura do café, tais como: a colheita, a força do hábito

de se repetir todo dia a mesma tarefa, os movimentos fortemente expressivos, a

vontade do trabalho, traços, gestos, estado de espírito, cicatrizes provocadas pelo

dia a dia, o papel de toda a família que participava da colheita do café, derrubada

dos grãos com as mãos, varrer, abanar, secar, ensacar, pesar, pouco repouso e

ganho, a falta de qualidade de vida, a guarda do café em tulhas ou paiol, o registro

da safra boa, no qual mostra o chefe da família na vila fazendo as compras, dentre

outras. Portanto, as imagens abrem para o campo investigativo, o contexto histórico

na perspectiva temporal e sua produção, bem como na identificação dos

personagens.

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Algumas imagens apesar de silenciosas traduzem histórias de

personagens que sem perceberem-se como sujeitos históricos salientam elementos

relevantes para compreensão histórica. A fotografia aqui apresentada como fonte de

estudo possibilita revelar aspectos da imigração e colonização da cidade de Assaí

com a presença dos catadores de café.

Acervo particular da família Ikeda , Assaí, década de 1950

Observe a ficha catalográfica da fotografia: Dados referenciais da fotografia acima: Cláudio Yasuji Ikeda, 2010.

Imigrante colono proprietário e sua família na plantação de café Data: Início da década de 1950 Local: Sítio Ikeda, Seção Cedro – Assaí, PR. Fotógrafo amigo da família Fotografia: tipo preto e branco, de 18 cm x12cm, papel normal, com boa conservação e bom contraste. Personagens: Eitaro Ikeda, Miyano Ikeda, Kohana Takeda Ikeda , bebê – Cláudio Yasuji Ikeda, criança – Jaime Massaji Ikeda, Raul Hiroshi Ikeda, Satoku Kauai Ikeda e Heitor Toshio Ikeda Proprietário: Raul Hiroshi Ikeda (in memória)

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Você sabia que a partir desses dados, você também pode catalogar

fotografias de sua cidade, de sua família e de outras fontes e dessa forma, ajudar a

reconstruir a sua história?

Nesse contexto, observe atentamente, como construir uma ficha

catalográfica e sua narrativa, de acordo com as sugestões:

Confrontando as ideias

Inicia-se no século XIX a colonização no norte do Paraná, com muitas

pessoas que em busca do enriquecimento rápido e aproveitando as novas

oportunidades na região do Norte do Paraná, ocuparam os vales dos rios, onde

foram plantadas muitas mudas de café, onde nasceram as primeiras propriedades

de café. Poderão ser as pessoas apresentadas na fotografia pertencentes ao grupo

de descendentes que vieram como imigrantes para o Brasil, especificamente ao

Paraná?

Neste contexto, várias cidades foram surgindo através de

colonizadoras. Assaí, uma cidade ao norte do Estado do Paraná, surge como uma

cidade promissora conforme as palavras do Cônsul do Japão em São Paulo Noriyuki

Akamatsu que incentivou os imigrantes a virem para o Norte do Paraná, onde afirma

que em breve Assaí seria o paraíso dos colonizadores.(OGUIDO, 1988)

1. Data da produção fotográfica.

2. Quem produziu a imagem?

3. Quem são os personagens presentes na fotografia?

4. Quais as mensagens significativas reveladas na foto?

5. Quais os principais elementos que você considera importantes que não

foram revelados na foto, mas, que podem suscitar lembranças?

8. Quais os elementos históricos que você percebe nesta fotografia?

9. A partir da imagem estudada elabore uma narrativa a partir dos elementos

coletados na imagem.

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Como será que iniciou a história dos personagens da fotografia do

acervo da família Ikeda?

O presente texto refere-se ao relato do Sr. Cláudio Yasuji Ikeda, neto de

imigrantes japoneses, que chegaram nesta região (norte do Paraná no início da

década de 40), o qual é guardião da fotografia, apresentada no início do texto.

Quando aqui chegaram, compraram dois lotes de 10 alqueires, na Seção

Cedro, que naquela época ainda pertencia à cidade de Assaí. Sua família foi um dos

pioneiros naquela seção. Chegaram a coordenar trabalhos em mutirão auxiliando na

construção de novas casas para os colonos proprietários, tulhas e, mais, a escola e

o clube japonês da Seção Cedro.

Naquela época a cidade de Assaí, Paraná, resumia-se em algumas casas

pequenas, que serviam de comércio. As ruas despavimentadas não tinham qualquer

estrutura, sendo poeirentas em dias ensolarados e lamaçal nos dias chuvosos, que

lembram como a vida era precária.

Nas localidades em que o homem necessitava desmatar, com foices e

machados, utilizavam da madeira desmatada para fazer as casas cobertas com

sapé e o chão era de terra batida, o que facilitava a entrada de insetos nas casas,

devido a essa falta de higienização.

Para comprar mantimentos era necessário, andar por horas numa trilha

aberta em meio da floresta. Somente aqueles que possuíam cavalo ou carroça eram

considerados de classe alta e esses eram solidários, com a vizinhança, ajudando

levar e trazer as compras.

Lamentavelmente, aqueles que não resistiam a essa vida dura, muito

humilde e sem conforto, logo adoeciam. Muitos recorriam a orações e chás caseiros

a base de ervas, pois naquela época não possuíam farmácias, tampouco médicos.

“A chegada dos imigrantes a uma região ainda inabitada, a luta para desbravar a mata e tornar o solo cultivável, o início do plantio do café, a decepção e até desespero com a perda da safra por causa das geadas e também o fruto de todo o esforço, representado pela colheita. [...] Os detalhes desse dia a dia sofrido só podiam ser tão bem captados por quem foi personagem dessa história”. NIPPO BRASIL, 2010

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Homens e mulheres trabalhavam juntos o dia inteiro na lavoura. No final

da tarde precisavam carregar água da mina para cozinhar e banhar-se.

A economia da cidade era quase toda de culturas temporárias e o café

era uma cultura cultivada a longo prazo.

Quando aqui chegaram, os colonos proprietários japoneses e filhos de

japoneses, inicialmente realizaram a derrubada da mata, junto com a mata

separavam-se os primeiros palmitos que rachavam no meio para fazer a casa

coberta de sapé ou de taboinha rachada perto da estrada. Fazia-se permuta de

madeiras, para poderem construir suas próprias casas e tulhas.

Após a derrubada, procuravam-se os lugares mais altos do lote com

menos incidência de geadas para fazer as covas para o plantio do café, o que na

época faziam-se covas com aproximadamente 20 centímetros de profundidade,

plantava-se aproximadamente 8 sementes de café em cada cova, cobriam com

tabuinhas rachadas de paineiras até germinarem e tornarem-se uma muda

resistente, escolhia quatro para ficar e como fazia covas de 4 m por 4 metros de

largura e levava 3 anos para a primeira produção, o que levava a plantarem outras

culturas temporárias intercaladas, tais como: o algodão, o arroz, o feijão e o milho.

Essas mudas de café, quando chovia, eram necessárias fazer a limpeza

para não aterrá-las, com isso muitas vezes encontravam enormes cobras como:

cascavel e jararacas dentro das covas das mudas, o que tornava esse trabalho

difícil.

A primeira produção, começava após o terceiro ano do plantio, as

melhores safras eram produzidas após o quinto ano. Muitas vezes o café já estava

fechando as ruas e não era possível plantar as lavouras intercaladas, esses pés de

café duravam em média 20 anos, dependendo do tratamento.

Como era muito trabalhoso e não tinha mão de obra e nem maquinários,

reuniam-se os vizinhos, cada um com sua prática, faziam um mutirão, uns

construíam as casas, outros ajudavam no plantio, cada um com sua habilidade e

depois iam para outro vizinho ajudá-los do mesmo modo, eram todos solidários.

O trabalho no cafezal – era o ano todo, ora carpindo, ora passando

veneno, ralhando o excesso de galhos, aproximadamente no mês de fevereiro até

abril, fazia-se a arruação, consistindo-se na limpeza do terreno em volta do pé de

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café e o preparativo para a colheita que começava em meados de maio e ia até

agosto.

Derriçava o café no chão, outros rastelavam e amontoavam, outros

abanavam e ensacavam. Depois, recolhia tudo para o terreiro e esparramava, pois

necessitava ser mexido várias vezes ao dia e por muitos dias, ao final de cada dia,

mesmo que isso, fosse noite adentro com ajuda de lampiões a querosene. Esses

grãos eram amontoados e coberto para não tomar sereno e nem umidade,

objetivando uma qualidade melhor desses grãos, sempre fazendo o mesmo trabalho

de esparramar, mexer, amontoar e cobrir, sem deixar fermentar, pois caso

fermentasse estragaria o tipo de bebida do café que ficaria aguado. Em termos

técnicos bebida riada era bebida aguada, o qual o preço caía.

Vamos conhecer as relações sociais e o cotidiano dos trabalhadores.

O Sr. Cláudio Yasuji Ikeda, nos conta que o cotidiano desses colonos era

de sol a sol, sem horário para descanso. Até as crianças sofriam, os pequenos iam

para lavoura de café com a mãe, e ficavam debaixo das árvores de café, enquanto a

mãe trabalhava, por sua vez os maiores levantavam cedo, pegavam a sua marmita –

bentô, outros estudavam de manhã na escola brasileira e a tarde na japonesa, na

volta iam direto para a roça, ajudar os pais e assim era dia após dia.

A comida ia à roça na marmita e alimentavam-se sentados debaixo das

árvores de café, para comer e descansar um pouco.

E assim organizavam-se a propriedade, a moradia perto da água, o

terreiro para a secagem do café, a tulha para guardar os sacos de café e demais

cereais e o paiol, para guardar o milho para tratar das criações, como porco, galinha

e o animal que era o substituto do trator, o cavalo e o burro.

Muitas vezes os vizinhos que terminavam primeiro a sua colheita, reuniam

- se para ajudar um ao outro, porque tinha lavouras que produziam mais e outras

menos, razões de que o café que produz muito num ano no outro ele descansa,

produzindo menos.

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Conhecendo o cultivo do café

O Sr. Cláudio Yasuji Ikeda, revela que o café era estocado nas tulhas,

ficava guardado por muito tempo, porque os agricultores colonos proprietários

produziam tudo o que necessitavam, para o seu sustento, com exceção do sal,

açúcar e querosene que iam mensalmente comprar na cidade de Assaí e ainda

relata que o café era conhecido popularmente, como o ouro verde.

Como o café, ficava nas propriedades valorizava mais, pois o governo

não tinha o real controle do estoque e nem de reserva de estoque, com isso o preço

subia.

O café era uma cultura especificamente para agricultura de condomínio

familiar, pelo qual trabalhavam o ano inteiro e, às vezes, pela cordialidade, uns

ajudando aos outros, em mutirão, evitando o uso de empregados que eram poucos,

por tratar-se de uma região de colonização, que adquiriram pequenas áreas para o

cultivo do café.

Porém, por tratar-se de um sistema de economia familiar, plantava-se de

tudo: arroz, feijão e produtos hortigranjeiros.

Será que havia consumismo?

Neste período, conforme relato do Sr. Cláudio Yasuji Ikeda, não havia o

consumismo, somente trabalhavam. Sendo que grande parte dos colonos

proprietários, tinham parcelas da compra do terreno a pagar anualmente, para a

empresa colonizadora e, como quase não gastavam, estocavam o café. Felizmente,

esses colonos proprietários, tiveram a sorte de nos anos de 1950, período pós-

guerra, o café ter tido excelentes preços, onde muitos compraram maquinários,

tratores caminhões e, ainda, ajudaram os parentes no Japão, que por decorrência

da guerra, passavam fome.

Frise-se que naquele período, normalmente as famílias japonesas tinham

um casal de velhos e de cinco a dez filhos. Faz-se necessário lembrar que somente

não trabalhavam diariamente àqueles que estudavam, mas nas folgas, finais de

semanas e feriados todos laboravam, razão pela qual conseguiam lucro com o café.

Assim, embora as propriedades fossem pequenas, ainda puderam dar

estudos de curso superior para seus filhos, onde há muitos assaienses formados

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fora da nossa região, médicos, engenheiros, advogados, juízes, dentistas,

agrônomos, professores, graças a essa região de terra roxa em que eles

acreditaram no sonho e de certa forma comprovaram: “Aqui, tudo que se plantava e

planta dá!” (expressão popular dos colonos proprietários de Assaí).

E o que mais dizem sobre os trabalhadores na produção do café?

Além de plantarem o café, eles sobreviviam da agricultura de subsistência

como: o cultivo do algodão, arroz, feijão, milho, mandioca, cebola e alho no meio do

cafezal. Sempre havia uma horta, cercada onde se produzia verduras e legumes,

bem como um pomar de frutas diversificadas.

Durante a colheita, os homens iam derrubando o café e as mulheres iam

atrás, catando os grãos que caíam no chão. As crianças varriam as ruas e ficavam

encarregadas também de limpar debaixo dos ramos dos pés de café. Esse processo

de limpeza e abanação poderia ser perigoso para eles, porque havia grande

quantidade de cobras e taturanas. Além disso, as crianças usavam as mãos para

recolher o café e ficavam com as pontas dos dedos em carne viva.

Após a abanação, carregava-se o café em carroções e depois se

espalhava pelos terreiros para secar ao sol. Nessa fase, o café tinha que ser mexido

de hora em hora, serviço que era feito por mulheres e idosos, que não trabalhavam

na colheita. Havia, ainda o momento em que as mães, ajudadas por seus filhos

menores, cuidavam de amontoar o café e cobri-lo sacos velhos ou sapé para

protegê-lo do sereno.

Os sitiantes torravam o café na própria propriedade, para o próprio

sustento. Torrava os grãos de café em fogão a lenha em panelas comuns ou ainda

em vasilhas próprias para torrefação, os quais eram de alumínio ou zinco tinham

alguns buraquinhos para sair a fumaça e uma manivela. Quem torrava os grãos de

café, geralmente eram as mulheres que tomavam cuidado para não sair e tomar

friagem e vento, pois pelo conhecimento popular: “Podiam ficar com o rosto

deformado”. (SCHMIDT,1996)

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E a cidade dos descendentes dos personagens?

A cidade do Sr.Cláudio Yasuji Ikeda, é Assaí que fica no norte do Estado

do Paraná. Assaí nasceu e cresceu graças ao impulso colonizador da Sociedade

Colonizadora do Brasil LTDA - BRATAC BRASIL TAKUSHOKU KUMIAI -, que

venderam terras para mais de 3.000 famílias de imigrantes japoneses e

descendentes que lutaram e desbravaram plantando café, algodão e cereais para

seu sustento. Embora cada proprietário pudesse comprar de acordo com seu poder

aquisitivo, a média era de aproximadamente 10 alqueires. A Companhia BRATAC

fez um excelente trabalho na divisão dos lotes, diferenciando dos outros loteamentos

no Paraná.

Todo lote dava para uma estrada, que era chamada de Espigão, com rio

ao fundo, estes lotes foram divididos em seção e receberam o nome da madeira que

existia no local como: Amoreira, Bálsamo, Cabiúna, Cedro, Figueira, Guarucaia,

Jangada, Palmital, Pau D’Alho, Paineira, Peroba, Roseira, Tambori - Timburi e

Seção Central por ser ao redor de Assaí.

Cada seção tinha um terreno reservado para as escolas, sendo uma

japonesa e outra brasileira e ainda uma sede para Associação dos moradores, para

as atividades esportivas e principalmente culturais. Nesses terrenos os associados,

podiam plantar para angariar recursos, a fim de manter a Associação. Algumas

associações existem até hoje em cada seção, na cidade de Assaí.

Costumeiramente, em todo o lote a estrada era na cabeceira principal e

rios aos fundos e como a residência, estavam normalmente nos fundos das

propriedades, perto da planície e das águas, ainda faziam-se uma pequena estrada

de comunicação que ficava perto dos rios e das casas Renrakudooru: – estrada de

comunicação entre os lotes.

O termo Assaí provém da língua japonesa, “Assahi”, sol da manhã. É uma homenagem dos fundadores do município ao seu país de origem, o Japão, chamado de “País do sol Nascente”

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Como os personagens eram imigrantes, vamos conhecer mais sobre

a imigração no Brasil?

Curiosidade: Café do Brasil? Café da Alemanha?

Vamos ler a reportagem e descobrir: Como é possível a Alemanha

ser o país que mais lucra com a exportação de café, sem ter pés de café?

Boletim informativo FAEP, 2010.

Quando o assunto é café, não há como deixar de pensar nas imensas plantações brasileiras e sua magnífica e histórica produção. De fato, o Brasil lidera o volume de colheita e exportações, mas na hora de faturar com a commodity, os alemães é quem dão as cartas. Mesmo sem contar com um pé sequer de café em seus 357 mil km2 de extensão – o equivalente ao território do estado do Mato Grosso do Sul - a Alemanha é o país que mais ganha dinheiro com exportações do produto. Como, então, explicar o faturamento alemão? “Eles (alemães) comandam o comércio com os países ricos, pois na Europa o café é uma grife. E a Alemanha conseguiu o status de possuir essa grife, essa marca forte com o café.” As exportações brasileiras rendem em média US$4,2 bilhões ao ano, o que significa que a saca é vendida por US$ 120. Na contramão vem à Alemanha que vende o produto a US$200 a saca, ou seja um valor 70% maior que o brasileiro. A industrialização (torrefação e moagem) não justificam a enorme margem de lucro obtida pelos alemães.

Converse com sua família sobre sua origem:

1. Pesquise onde seus pais nasceram. Caso vieram de outro

país ou Estado anote os motivos.

Pergunte a sua família se conhece alguém que veio no navio

Kasato Maru em 1908, na primeira Imigração Japonesa.

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Pensando sobre a produção do café, apresentada na fotografia no

início do texto:

Referências Bibliográficas:

ASARI, Alice Yatiyo. “... E eu só queria voltar ao Japão”: (Colonos japoneses em Assaí). Dissertação (Doutorado em Geografia) Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.

BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru:Edusc, 2004. FAEP. Conheça o milagre da exportação de café pela Alemanha. 25 a 31 de janeiro de 2010. Curitiba.

FERREIRA, João Carlos Vicente. O Paraná e seus municípios. Maringá: Editora Memória Brasileira, 1996.

NIPPO BRASIL . 102 anos da Imigração Japonesa. Capa, 16 a 20 de junho de 2010. São Paulo. OGUIDO, Homero. De imigrantes a pioneiros: A saga dos japoneses no Paraná. Curitiba: Ipê, 1988.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora M.S. Histórias do Cotidiano Paranaense. Curitiba: Imprensa do Brasil, 1996

- Por que o café tradicional não é lucrativo como antigamente? Será porque

trabalhar no plantio, na colheita, carpir e cuidar traz muitas despesas?

- Por que estão arrancando os cafezais e plantando cana de açúcar?

- Como as relações sociais são construídas?

- Você deve estar se perguntando por que estudar o cotidiano do café no início

da colonização de Assaí no Paraná? De que forma a fotografia contribuiu para

compreender como o café ajudou a colonizar muitas cidades e construir as

relações?