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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Tempo Sagrado e tempo

Profano

Tema: Concepções sobre o tempo sagrado e tempo profano na 5ª

série do ensino fundamental.

Autora: Gloria Juliani Braga

Orientadora: Regina Célia Alegro

2

Sumário

Ao professor............... .................. ..... ........................... .............3

UNIDADE I

Percebendo a passagem do tempo....................................................................8

UNIDADE II

Tempo sagrado, tempo profano e tempo histórico .........................................13

UNIDADE III

As gerações ao longo do tempo.......................................................................19

Bibliografia.........................................................................................................21

3

Ao professor:

Trabalhando com o tempo

Esse caderno foi elaborado com o objetivo de apresentar alguns

exercícios para as aulas de História em vista de favorecer o desenvolvimento

das idéias relativas ao tempo sagrado, profano e histórico que os alunos da 5ª

quinta série do ensino fundamental revelam na disciplina de história.

O presente material compõe-se de um texto dir igido ao

professor apresentando alguns pontos para a reflexão acerca da

aprendizagem da noção de tempo. E três capítulos dirigidos ao

aluno com os seguintes tópicos: a percepção da passagem do

tempo; o tempo sagrado, profano e histórico, e as gerações ao

longo do tempo.

Os educandos estão inseridos neste desafio de compreender

a importância do tempo em sua vida, o que não é tarefa muito

fáci l , principalmente na 5ª série, pois são alunos que se encontram

num período de transição. Relativamente ao ensino de História são

várias contribuições que permitem considerar a questão. De modo

geral as preocupações tem se dir igido para a expl icação da

questões relacionadas à vida cotidiana de modo que os estudantes

possam reconhecer a passagem do tempo nos acontecimentos de

todos os dias para homens de di ferentes épocas.

Num contexto mais amplo ao da reflexão específica sobre o

ensino de História, podemos destacar as proposições de Piaget.

Para ele, na fase dos 10 a 11 anos a criança já apresenta

condições básicas para lidar com a noção de tempo, porém o

trabalho com as noções de ordem, sucessão, duração e

simultaneidade e da quanti f icação do tempo não é suficiente para

assegurar que o adolescente domine mais tarde o conceito de

história.

4

Estudos mais recentes propõem questões bem mais

específicas como por exemplo, para se pensar historicamente é

preciso superar o tempo pessoal e dominar um tempo contínuo e

social (SCALDAFERRI, 2008).

De modo geral os estudos mais recentes sobre o

desenvolvimento da noção de tempo em crianças de idade escolar

vem destacando as idéias dos alunos, das suas concepções de

tempo. Busca-se compreender o que o aluno sabe sobre o tema e

como opera com esses conhec imentos em sala de aula.

Parente (2004), ci tando Barton, afi rma ser necessário para uma

intervenção adequada em sala de aula, o diagnóstico da compreensão que os

estudantes possuem sobre o tema estudado. Isso é tão importante quanto

considerar que os mesmos provêm de contextos sociais diversos, em que se

relacionam com seus pares, com a família, com a mídia, organizações

políticas, que além da escola, também influenciam as construções dos

pensamentos sobre a história e em nosso caso particular, sobre a conceituação

do tempo sagrado e do tempo profano.

Se o objetivo do Ensino de História é proporcionar aos alunos a

formação da consciência histórica, essa se articula ao modo como a

experiência do passado é vivenciada e interpretada de maneira a fornecer uma

compreensão do presente e a construir projetos de futuro. (HÜSSEN apud

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA-PR, 2008, p. 57)

Assim, no estudo sobre o Ensino de História, “(...) temos a inauguração

de uma história a ser construída pelo aluno, cujo processo de afirmação trouxe

à tona a necessidade de se compreender mais a fundo os mecanismos através

dos quais a aprendizagem se dá em história” (DIAS, p. 46, 2007).

O estudo sobre o tempo demanda salientar a importância da História na

formação da criança por sua potencialidade, “(...) para a mobilização de

identidades na construção de uma consciência histórica adequada às

complexidades da sociedade neste início de século, e no contexto de uma

sociedade que se deseja aberta e dialogante, [...]” (BARCA, 2007, p.115).

5

Esses estudos enfatizam a construção de um novo olhar sobre o

processo cognitivo da criança em relação ao conhecimento histórico o que tem

auxiliado nas pesquisas e proporcionado avanços em estratégias

metodológicas para o ensino e aprendizagem de História, especialmente as

voltadas para a compreensão que os alunos possuem do conteúdo estudado,

os sentidos que atribuem ao mesmo, compostos também por suas vivências

extra-escolares:

A atenção dada à realidade social em que o sujeito se move,

enquanto fator relevante da aprendizagem, tem sugerido

fortemente que a criança ou jovem aprenderá melhor quando

as tarefas que lhe são propostas fazem sentido e termos da

vivência humana (BARCA; GAGO, 2001, p. 240).

A compreensão dos sentidos das vivências humanas pelas crianças,

conforme Barca (2001, p. 20), a partir de “explicações para uma situação do

passado à luz da sua própria experiência, mesmo sem apreciar as diferenças

entre as suas crenças e valores e as de outra sociedade, revela já um esforço

de compreensão histórica”. Os conceitos históricos são compreendidos por sua

relação com os conceitos reais humanos e sociais em que o sujeito

experiência, sendo esse, um nível elevado de compreensão histórica, pois a

criança passa a não apenas generalizar conceitos.

Assim, partir da compreensão que os alunos possuem sobre tempo

sagrado e profano, poderemos entender como ocorre essa construção histórica

do conhecimento, ao se trabalhar com ideias de segunda ordem, como a

provisoriedade das explicações históricas, objetividade, narrativa, fontes

históricas, evidências significância, empatia e compreensão do patrimônio.

Nessa perspectiva, Cainelli (2008) ressalta que primeiramente é

preciso que o aluno saiba que o conhecimento histórico é elaborado por

historiadores e sua matéria é passada, a fim de destacar que os professores e

discentes não trabalham com o passado em estado bruto, mas sim com a

lapidação produzida por historiadores, informação que é de extrema

importância para o desenvolvimento metodológico na sala de aula.

Uma outra preocupação nesse caderno vai destacar a reflexão do

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educando sobre a idéia de “tempo sagrado”, “tempo profano” e “tempo

histórico”. Desse modo, propor -se-á ao professor um estudo

vol tado às concepções históricas do tempo sagrado. Pois,

conforme Solé, “(...) o tempo é uma construção humana, que foi

por ele criado para se si tuar no mundo” (2009, p.31).

Le Goff (1980) ao trabalhar o tempo sagrado afi rma que este

é o tempo que se destina somente a Deus. Desta maneira o temp o

sagrado é um tempo teológico, que na concepção do cristianismo,

se dá a parti r dos textos bíbl icos nos quais o tempo, com o Novo

Testamento e o aparecimento de Jesus Cristo, passou a ter um fim.

O novo testamento traz, ou define, em relação ao pensamento judaico,

um novo dado. O aparecimento de Cristo, a realização da promessa e a

Encarnação dão ao tempo uma dimensão histórica, ou melhor, um

centro. A partir daí desde a criação até Cristo, toda história do passado,

tal como é relatada no Antigo Testamento, passa fazer parte da história

da Salvação (1980, p. 46) .

Assim, como o tempo sagrado também se desencadeia dentro do tempo histórico.

O tempo profano está ligado ao tempo da produção, da morte, da rua, do

trabalho e vive também ritmos temporais variados: quando vai a escola é um

tempo, quando faz um passeio é outro tempo, mesmo quando ouve uma

música o ritmo desta determina o tempo vivido. Outro exemplo de ritmo

temporal diferente é quando se vai a um local de lazer ou a outro lugar fora do

contexto do dia a dia.

Eliade (2001) enfatiza que o tempo profano tem uma duração

seqüencial na qual se inscrevem os signi ficativos somente do

presente, do já, do agora. Desta maneira para este os signi ficados

estão somente nas coisas materiais ou nas emo ções vividas no

concreto. Enquanto, os rel igiosos embutem nele uma série de

signi ficados que vão além do campo do físico ou das emoções.

Historicamente se pode dizer que houve uma ruptura na

concepção de tempo a parti r do século XIV, com uma enorme

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mudança na economia. O tempo, até este momento determinado

pela Igreja, foi dando lugar ao tempo cronológico (tempo do

relógio) que influenciou o processo de produção no âmbito

mercadológico.

Le Goff faz referência ao camponês subordinado a outro

tempo: metrológico, caracterizado pela força da natureza e que

não era dominado totalmente:

Da mesma forma que o camponês, o mercador está

subordinado, na sua atividade profissional, em primeiro lugar

ao tempo metereológico, ao ciclo das estações, à

imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais.

Neste aspecto, e durante muito tempo, ele só necessitou de

submissão à ordem da natureza e de Deus e só teve como

meio de ação, a oração e as praticas supersticiosas. Mas

quando se organiza uma rede comercial, o tempo torna-se

objeto de medida (LE GOFF, 1979, p.51).

Na sociedade contemporânea se faz necessária uma medida

de tempo mais precisa e exata. Essa medida de tempo torna o ser

humano determinado a fazer o que o a “nova” velha ordem

burguesa lhe ordena.

Cremos que o fundamental no ensino de História é a

compreensão – tarefa nada fáci l – de que o tempo é uma

construção social defini tivamente l igada aos sujei tos e à sua

historicidade. Diferentes memórias, d i ferentes identidades geram

di ferentes concepções acerca do tempo.

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UNIDADE I

PERCEBENDO A PASSAGEM DO TEMPO

Nesta unidade se propõe a estudar a transitoriedade do tempo dentro do

contexto histórico. Você já parou para pensar que tudo o que fazemos tem

tempo determinado: temos hora para dormir, comer, trabalhar, ir à escola...

O tempo não é estático, ele transforma presente em passado e espera o

futuro. O tempo se faz presente de forma irreversível na vida humana, nos guia

por toda a vida, desde recém nascidos até chegarmos à última idade, sendo

que nunca poderemos regressar a um tempo passado. Por isso diz-se que

vivemos em um continuo temporal.

Assim, desde os mais remotos períodos o homem percebendo as

mudanças climáticas, geológicas, sociais, bem como compreendendo a

passagem do tempo durante em vários elementos da natureza, como

observando as alternâncias de dias e noites, os ciclos da lua, os sol, as

estações do ano... o que impulsionou o homem a tentar medir as passagens

temporais para auxiliá-lo no cotidiano, passando então a regular esse tempo

em dias, anos, séculos, horas e minutos.

E para essa medição temporal o homem se utilizou de diversos objetos

como: a ampulheta, o relógio de sol, lamparina graduada, a vela relógio, relógio

de corda, o relógio, os calendários, agrícolas, cristão gregoriano entre outros.

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Texto I

Muitos povos sempre tentaram explicar a origem do universo e de

seus seres, para isso eles se baseavam nos mitos que em grego significa

fábulas, no qual essas fabulas eram transmitidas de gerações em gerações

ao longo do tempo, a fim de contar uma história de determinados povos,

normalmente compostas por heróis, deuses, entre outros. Assim, no texto

“A tarefa” a personagem tenta entender a história de sua família, porém

confunde um tempo atual com um mito.

A tarefa

Um dia Marianinha, minha sobrinha, veio em casa fazer a tarefa: montar a arvore

genealógica de sua família. Perguntou:

- Como se chamava minha vovó materna, quantos irmãos ela tem e como se

chamam?

Eu respondi:

- Sua vó Clementina tem dois irmãos e uma irmã, seus tios avô chamam-se Lauro

e José e sua tia avó chama-se Eva.

Quando contei que a irmã de sua avó chamava-se Eva, ela ficou tão espantada que

chegou a falar:

- Como ela é velha! Semana passada eles falaram na igreja que Adão e Eva foram

os primeiros habitantes da Terra, não sabia que ela era minha tia avó!

Ela pergunta de novo:

- Adão também é meu tio?

- Não querida ele não é seu tio, e nem é marido da sua tia a Eva. A sua tia, de

quem estou falando, é bem mais nova do que a Eva da Bíblia que você conheceu na

igreja. A Eva da leitura já não existe mais, é uma história bíblica no livro do Gênesis que

conta a história da criação do mundo, enquanto que a irmã de sua avó ainda está viva.

- Ah! Agora entendi, não significa que a minha tia tem a mesma idade da Eva só pelos

seus nomes serem iguais. A minha tia avó Eva está viva ainda e a outra já morreu de tão

velha que era.

Refletindo sobre o texto “A tarefa”

Após a leitura do texto responda as seguintes questões:

a- Qual é o tema central do texto?

b- Você conhece a história bíblica relatada no texto? Sabe contá-la?

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c- A menina imaginou que sua tia era a mesma Eva da história bíblica, isto

seria possível? Justifique.

d- Além da explicação da sua tia, como Marianinha poderia descobrir em

que época viveu a sua tia avó Eva? Onde poderia encontrar indícios

(sinais, indicações, provas) do tempo da sua tia avó?

e- Quantos anos têm a pessoa mais velha (idosa) que você conhece?

Texto II:

Você já deve ter ouvido falar sobre a palavra tempo. Já parou para

pensar que sua vida é marcada pelo tempo?

Isto não é de hoje, os mais antigos seres humanos já tentavam

entender e controlar o tempo, e a partir daí foram criadas maneiras de

medir e dividir o tempo variando de acordo com as crenças, culturas e

costumes de cada povo. O mais conhecido meio de medir o tempo é o

calendário, que é o conjunto de unidades de tempo (dias, meses, anos e

estações), abaixo veja alguns dos calendários mais conhecido pelos

homens.

Calendário Chinês

http://www.computertoys.com.br/especiais/Olimpiada/cultura.asp

O calendário chinês é o mais antigo registro cronológico que há na

história dos povos. Cada ano deste calendário recebe o nome de um dos 12

animais: galo, cão, porco, rato, búfalo, tigre, gato, dragão, serpente, cavalo,

cobra e macaco.

11

Os anos do Dragão repetem-se a cada 12 anos. O ano do Dragão

Dourado ocorre uma vez a cada 3000 anos (ocorreu quando nós, brasileiros,

estávamos no ano 2000). Esse ano tem como característica trazer a harmonia

completa dos cinco elementos da filosofia chinesa (metal, madeira, água, fogo

e terra). Isso produziria sentimentos de felicidade para todos.

É importante destacar que o ano novo começa sempre em uma lua

nova, entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro.

Calendário Hebreu

O calendário hebraico abrange três aspectos: o civil, o religioso e o

astronômico. O civil, quando se harmoniza com o calendário gregoriano, o

religioso quando exigem normas rígidas para o começo e término do ano e,

finalmente, o cíclico, quando harmoniza os meses lunares com a revolução

trópica do Sol.

Os calendários hebraicos apresentam-se em seis tipos: 3 para os

chamados anos comuns, com 353, 354 e 355 dias. E, 3 para os embolísmicos,

com 383, 384 e 385 dias.

Quando o ano é comum, com 12 meses, chama-se P’SHUTÓT e, com

13 meses, M’UBAROT.

Uma relíquia, O Calendário de Gezer, descoberto entre 5669/5670

(1908/1909 no nosso calendário), com estimativa de ter sido confeccionado por

volta do ano de 1000 a.C., apresenta um relato em versos, em uma escrita

rústica, semelhante ao da Pedra Mo abita.

www.calendario.cnt.br/gezer.jpg

http://flaverlei.blogspot.com/2009/03/calendario-hebreu.html

12

Glossário:

* revolução trópica: é a mudança da posição do sol entre os trópicos.

* embolísmicos: é um ano com treze meses, no calendário judaico.

* calendário gregoriano: é o calendário feito pelo Papa Gregório XII.

Calendário Cristão

Os cristãos datam a história da humanidade de acordo com o

nascimento de Jesus Cristo. Este calendário foi feito pela primeira vez pelos

romanos da seguinte maneira: como calendário lunar composto por 12 meses.

No século I a.c Julio o Cesar estabeleceu o ano solar de 12 meses com trinta e

um dias alternadamente, num total de 365 dias, acrescentando 1 dia a cada 4

anos.

www.calendariodapaz.com.br/images/_luaesc.jpg

Atividades

Após vocês terem visto os diversos calendários realizem as seguintes

atividades.

a- Escreva as diferenças entre os calendários: hebreu, chinês e cristão.

b- Escreva as semelhanças entre os calendários: hebreu, chinês e cristão.

c- Qual é o calendário utilizado no Brasil?

d- Segundo o calendário cristão, em que ano estamos?

e- E os chineses, em que ano estão vivendo?

f- Quando começa o ano novo no calendário chinês?

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UNIDADE II

TEMPO SAGRADO, TEMPO PROFANO E TEMPO HISTÓRICO

Em nosso cotidiano sempre ouvimos falar sobre o tempo, “Foi tão rápido, que nem vi o tempo passar”; “Nossa esse trabalho não passa, parece uma eternidade”. É possível distinguir um tempo do outro? Em que tempo estamos?

Em nossa sociedade o tempo pode ser visto como um contínuo passado, presente e futuro, fazendo-se presente em nosso cotidiano. No entanto, ele pode se fazer presente por diversas formas, como tempo sagrado, profano e Histórico.

O tempo sagrado é compreendido como um tempo que não se mede, pois ao longo da história era o tempo controlado pelos deuses e atualmente pode ser considerado como tempo religioso, das crenças e dos mitos. É o tempo da Igreja, das celebrações religiosas.

Já o tempo profano, é o tempo do trabalho, o tempo medido pelo relógio, pelo calendário, momento em que as pessoas fazem atividades como: estudar, trabalhar, passear, viajar, etc.

Por fim, o tempo histórico, é o tempo relacionado às mudanças das sociedades, considerando que muitas pessoas viveram, sonharam e transformaram a sociedade através das lutas sociais etc., pois todos são agentes da História.

Texto I

O texto “Tudo tem seu tempo” foi reti rado do livro do

Eclesiastes, da Bíbl ia, escri to por Salomão, um rei que recebeu a

incumbência de guardar as leis de Moisés. Ele construiu um templo

não só com destino rel igioso, mas, também como universidade.

Tudo tem seu tempo

Todas as coisas têm seu tempo e todas elas passam de baixo

do céu segundo o tempo que cada uma foi prescri ta. Há tempo de

nascer e tempo de morrer. Há tempo de plantar. Há tempo de

arrancar o que plantou. Há tempo de matar e tempo de sarar. Há

tempo de destruir e tempo de edificar. Há tempo de chorar e tempo

de ri r. Há tempo de afl i gir e tempo de dançar. Há tempo de

espalhar pedras e tempo de ajuntar. Há tempo de dar abraços e

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tempo de se afastar deles. Há tempo de adquiri r e tempo de

perder. Há tempo de guardar e tempo de lançar fora. Há tempo de

rasgar e tempo de coser. Há tempo de calar e tempo de falar. Há

tempo de amor e tempo de ódio. Há tempo de guerra e tempo de

paz.

Eclesiastes 3, 1-8

Texto II

Segue abaixo o mito, “A criação Divina” no qual se acredita ter sido

escrito por Moisés, para a religião Judaica em 1800 a.c., nesse período os

sacerdotes eram intermediários entre os homens e deuses a idéia de

surgimento do mundo era explicada de forma mítica, misturando-se assim a

ideia cronológica de surgimento do mundo com a idéia mítica.

A Criação Divina

Segundo a l inguagem mítica da criação nas Escri turas

Sagradas (Bíbl ia), Deus criou o Universo em seis dias e descansou

no sétimo. A primeira criação foi a terra e a água, posteriormente

surgiram o dia e a noi te, as plantas, os animais e, por úl timo, a

criação do ser humano.

“Então Deus disse: Façamos o homem a nossa imagem e

semelhança. Que ele reine sobre sobre os peixes do mar, sobre as

aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a Terra,

e sobre todos os répteis que se arrastem sobre toda a Terra. Deus

criou o homem à Sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o

homem e a mulher. Deus os abençoou: Fruti f icai , disse ele, e

multiplicai -vos, enchei a terra e submetei -a. Dominai sobre os

peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais

que se arrastam sobre a terra.

O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra e

inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem se tornou

um ser vivente. Então o Senhor Deus mandou ao homem um

profundo sono; e, enquanto ele dormia, tomou -lhe uma costela e

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fechou com carne o seu lugar. E, da costela que tinha tomado do

homem, o Senhor Deus fez uma mulher e levou -a para junto do

homem”.

Texto III

O mito a criação da vida foi escrito pelos povos astecas que habitavam a

America Central antes da chegada dos colonizadores europeus. Os Astecas

procuravam explicar a criação da vida baseada em sacrifícios humanos com o

objetivo de satisfazer os deuses.

A criação da vida segundo os Astecas

O povo asteca, que habitava a região do atual México, explica de outra

forma a criação da vida.

Pai e mãe viviam nas trevas, junto do vento frio. A mãe queria que

fossem criados os deuses, mas para isso era necessário criar a Terra. O pai

criou a Terra, e com isso surgiram, além dos deuses, as águas, os humanos, os

animais e as plantas. Porém, não demorou para que os deuses e os humanos

reclamassem da escuridão e do frio. Estava faltando o Sol.

No entanto, para que ele aquecesse e iluminasse a Terra, era necessário

o sacrifício de humanos e deuses. Durante muito tempo, eles resistiram em

matar alguém. Porém, não suportando mais o frio e a escuridão, o deus mais

debilitado e infeliz se ofereceu em sacrifício. Seu corpo foi queimado e as

cinzas enviadas ao céu. O Sol então surgiu, aquecendo e iluminando parte da

Terra. Mas, para que ele percorresse todo o céu, eram necessários mais

sacrifícios. Por isso, deuses e humanos aceitaram sacrificar seus filhos para o

Sol continuar a aquecer e a iluminar o planeta.

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Atividades

Trabalhando com figuras

Percebemos que o tempo não pára. Ele pode ser percebido como breve,

longo ou longuíssimo dependendo do modo com você olha para as ações

humanas. De fato, não podemos ver o tempo. Ele só é percebido nas ações

humanas

1- Observe as figuras e marque com um “X” indicando se elas sugerem como

percebemos a passagem do tempo no dia a dia. Depois, explique a sua

escolha.

http://www.gazetadotriangulo.com.br/site/images/stories/30_mar_2010/ponto_de_onibus_300320100900.jpg

( ) passa rápido ( ) demora a passar ( ) nunca acaba

17

http://www.magrelas.com.br/images/imagens_passeios/passeios.jpg

( ) passa rápido ( ) demora a passar ( ) nunca acaba

http://www.acessepiaui.com.br/files/imagens/fotos/2912200911280698f64f36208a.jpg

( ) passa rápido ( ) demora a passar ( ) nunca acaba

2- Observe as figuras e marque com um “X” para indicar se elas sugerem

experiências humanas com duração

breve, longa ou longuíssima. Depois,

justifique a sua escolha.

( ) breve ( ) longo ( ) longuíssimo

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http://www.brasilescola.com/historiag/guerra-de-troia.htm

( ) breve ( ) longo ( ) longuíssimo

http://www.elianepotiguara.org.br/noticia15.html

( ) breve ( ) longo ( ) longuíssimo

http://www.reinodasalmas.es.tl/Puntos-

de-Linea-Blanca.htm

( ) breve ( ) longo ( ) longuíssimo

2- Qual a ideia central do texto “Tudo tem seu tempo”?

3- Sobre o que fala o texto “A criação divina”?

4- Como o povo Asteca explicava a criação da vida segundo o texto “A criação

divina”?

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Unidade III

As gerações ao longo do tempo

Percebe-se que o tempo traz grandes mudanças, pois o que as

pessoas vivenciaram, há muito tempo atrás, é totalmente diferente do que

hoje as pessoas vivenciam. Sendo assim, a história sempre se transforma

com o passar do tempo.

Vocês perceberam que a história foi escrita pelos homens de

diferentes gerações com costumes, portanto cada um de nós fazemos a

história ao longo do tempo. Nossos avós e pais já passaram por muitas

experiências diferentes das nossas por isso neste momento é muito

importante conhecê-las.

Atividades

Para compreender as mudanças no tempo percebidas na família, você

deverá:

1- Dialogar com um avô (avó), a mãe (o pai) e filha ou filho (neta ou neto),

buscando as informações para o quadro abaixo.

2- Depois complete a tabela abaixo.

3- Elabore um texto explicando as mudanças ao longo do tempo que você

percebeu na fala dos familiares.

20

Avós Pais Filhos

Brincadeira

Roupa

Igreja

Transporte

Escola

Trabalho

.

21

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TAVARES, Manuel. Tempo Histórico e tempo mítico: a descoberta da identidade no

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