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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
PDE – PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL LEILA BEATRIZ ORSI
ANTONIO DORIGON, C E - E FUND MED PROF ENSINO FUNDAMENTAL DISCIPLINA - CIÊNCIAS
TEMA - ALIMENTOS
A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ADOLESCENTES
OAC – Produção didática apresentada como parte das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional sob orientação da professora Dra. Ana Lúcia Crisóstimo.
PITANGA
DEZEMBRO DE 2008
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PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO
ALIMENTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
“A alimentação conduz à biologia, mas, é evidente, não se reduz a ela; o simbólico e o onírico, os signos, os mitos, os fantasmas também alimentam e concorrem a regrar nossa alimentação.” (FISCHLER, 1979, p. 1).
O alimento é, sem dúvida, indispensável à vida do ser humano. Talvez
seja esse, o motivo de estar no foco de estudo das mais variadas áreas do
conhecimento.
Diante disso, nós educadores não podemos estar à margem das
investigações e inovações sobre tão importante assunto.
Mesmo porque, ao voltamos nosso olhar para escola, percebemos que
muitos de nossos alunos estão enfrentando problemas relacionados a hábitos
alimentares inadequados, agravados por um estilo de vida sedentário, onde
passam boa parte de seu tempo em frente à TV ou na Web, apresentando-se
estes,na maioria das vezes, em seus únicos atrativos de lazer.
Além disso, temos consciência que costumes alimentares inadequados
são prejudiciais ao desenvolvimento dos adolescentes e aumentam a
probabilidade de surgirem doenças relacionadas a ele.
Pelo exposto, interessa-nos trazer para o cotidiano da escola a
discussão do tema, dando especial atenção, a possíveis influências exercidas
pelos meios de comunicação nos hábitos alimentares de nossos educandos.
Essa provável influência deve ser levada em consideração,
principalmente na fase da adolescência, por se tratar de um período
extremamente conflitante e ao mesmo tempo decisivo na vida do jovem.
Nesse momento de vulnerabilidade, onde surgem com maior
intensidade dúvidas, incertezas e inseguranças, os adolescentes podem sofrer
influências negativas no que diz respeito a seus hábitos alimentares,
principalmente quando expostos as mensagens conflitantes e antagônicas
vinculadas pelos meios de comunicação.
Essas propagandas muitas vezes, pregam o consumo de alimentos
altamente calóricos, as quais podem estar relacionadas a um aumento de
casos de obesidade; e paradoxalmente, ao mesmo tempo, difundem um
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padrão estético onde a perfeição se resume em um corpo magro, esbelto e
musculoso.
Essa supervalorização da imagem corporal dita ideal, pode também nesta
fase, induzir a padrões alimentares impróprios, com a ingestão inadequada de
nutrientes, podendo levar ao desencadeamento de transtornos alimentares
como a anorexia, bulimia e outros.
Em razão disso, o ensino de Ciências pode exercer um papel
fundamental, pois a sensibilização dos educandos a partir do conhecimento
científico é necessária, na medida em que esses precisam conhecer e
compreender as importantes funções dos nutrientes na construção,
reconstrução, reparação e manutenção de seu organismo; e a partir desse
conhecimento, ter condições de organizar uma dieta alimentar saudável e
desmistificar algumas idéias de como conquistar o corpo ideal.
É oportuno ainda lembrar que, a Diretriz Curricular de Ciências prima
pela valorização do pluralismo metodológico, bem como, a contextualização
como forma de articular o conhecimento científico com o contexto histórico e
geográfico do aluno, procurando tornar o conhecimento disciplinar
potencialmente significativo.
REFERÊNCIAS
FISCHLER, Claude. Présentation. Communications, Paris, 31, p.1-3, 1979.
LIMA, Milena. Propaganda de alimentos: limitar é preciso. Disponível em: http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/070409_nut_propaganda.htm.
Acesso em: 11 junho 2008
PARANÁ, Diretrizes Curriculares Estaduais – Ciências, 2007. STRASBURGER, Victor C. Os adolescentes e a mídia: impacto psicológico. Tradução: Dayse Batista. Porto Alegre: ARTMED, 1999.
INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NOS HÁBITOS
ALIMENTARES DOS ADOLESCENTES
Os meios de comunicação estão cada vez mais presentes em nossas
vidas, e por fazer parte, especialmente do dia a dia de nossos alunos, acabam
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promovendo o acesso destes, a constantes apelos presentes nas estratégias
de marketing vinculadas por esses meios, desta maneira propiciam a
exposição, e possivelmente o envolvimento de nossos jovens a mensagens
que podem levá-los a escolhas não recomendáveis a um estilo de vida
saudável .
Ao abordar o assunto: a influência dos meios de comunicação nos
hábitos alimentares dos adolescentes, é importante entendermos como esses
meios agem, para que possamos nos colocar de forma a levar o aluno a refletir
sobre o assunto, tendo uma visão mais ampla e esclarecedora.
Neste sentido, MARCONDES FILHO (1988) comenta sobre os meios de
comunicação social, enfocando a televisão, destaca a realização entre o real e
o imaginário no telespectador, e como este pode reagir.
O autor aponta que o fantástico irreal não acontece apenas nas novelas
e filmes, mas também nos telejornais, sendo o televisor um aparelho que
transmite mensagens produzidas por homens, com idéias, intenções
ideológicas e interesses. Demonstra ainda o poder da imagem e como esta é
utilizada na televisão e no cinema. Deixando claro que os meios de
comunicação podem causar o empobrecimento da consciência das pessoas e
redução na inovação cultural.
Os meios de comunicação em massa ajudam a quebrar a identidade cultural na medida em que recolhem os produtos de seus lugares de origem e os multiplicam em grande quantidade, vendendo-os ou transmitindo-os a milhares de pessoas em territórios e regiões diferentes. (MARCONDES FILHO, 1988, p.3)
Colaborando no esclarecimento sobre ideologias, por estas estarem
intrínsecas aos meios, LIBANIO (1995) afirma que elas refletem as
experiências do cotidiano, que em conversas comuns a ideologia se esconde
atrás das visões de mundo das pessoas e de suas atitudes cidadãs.
Perceber que as questões ideológicas e interesses comerciais estão
presentes nas mensagens vinculadas aos meios de comunicação, é de
extrema importância para que possamos discernir o que realmente faz parte de
nossa cultura e o que está sendo inserido a ela.
Diante desse fato, é imprescindível refletirmos e questionarmos sobre
como nos comportamos diante aos apelos feitos pela mídia, diagnosticando a
produção artificial de necessidades estimuladas pela mesma.
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No que diz respeito às pesquisas sobre a influência da mídia nos
adolescentes STRASBURGER (1999), tendo por base a psicologia do
desenvolvimento, aponta o impacto dos meios de comunicação sobre os
jovens, transmitindo as muitas formas pelas quais esses meios atuam e os
efeitos a curto e longo prazo a sua exposição. Apontando ainda os diferentes
papéis assumidos pela mídia em alguns comportamentos considerados de
risco, sugerindo estratégias de prevenção contra os efeitos adversos
estimulados por ela.
Na busca de subsídios que favoreçam o despertar do senso crítico ,
podemos contar com MORAN (1991) que analisa os meios impressos e
eletrônicos, passando pelo aspecto editorial da venda de informações e
opiniões, e chega também ao da propaganda, com seus objetivos
definitivamente comerciais. Sugerindo um roteiro para uso do texto nas escolas
e nos grupos em geral.
O autor faz uma análise dos principais aspectos envolvidos na leitura
crítica dos meios de comunicação, preocupando-se com a relação desses e a
escola. Apresenta também algumas questões metodológicas e técnicas, para
se compreender melhor a ficção. Além de acrescentar que é necessário
estabelecer pontes entre os educadores e os meios de comunicação, pois
educar para a compreensão de seus códigos e mensagens pode ajudar a
construir uma sociedade mais democrática.
Principalmente quando trabalhamos com uma geração de adolescentes
que estão fortemente expostos às mensagens difundidas pelos meios de
comunicação, torna-se fundamental discutir a leitura destes meios, tendo em
vista suas múltiplas possibilidades de influência sobre o desenvolvimento
humano.
Neste contexto,a escola que não ensina como assistir televisão é uma
escola que não educa, afirma o pedagogo espanhol FERRES (1996), que
interroga e dá sugestões de como a escola deve trabalhar com a questão da
televisão. Fala da importância de se começar um trabalho mais real e crítico
com o aluno sobre este meio de comunicação, que tanto o entusiasma e que
na maioria das vezes é idolatrado sem reflexão nenhuma.
MORAN (1994) ainda contribui com a apresentação de diversas técnicas
que auxiliam o professor na tarefa de levar os alunos a uma compreensão
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crítica da televisão. O mesmo autor faz relação entre escola e meios de
comunicação, e as várias formas que ela pode assumir de maneira direta e
inovadora. Propõe que a escola incorpore os meios de comunicação como
motivação, conteúdo de ensino ou análise crítica. Além de fornecer, sugestões
concretas de utilização dos meios de comunicação em sala de aula.
E é esse despertar do senso crítico que precisamos resgatar. Nesse
sentido, não será colocando os meios de comunicação como grandes vilões
que libertaremos nossos alunos de sua influência. Precisamos buscar
estratégias, as quais, proporcionem uma maior compreensão e conhecimento
do funcionamento desses veículos e de suas reais intenções.
Em contrapartida, ao enfocarmos a prática escolar, GARRIDO (2001)
enfatiza que, ao introduzir o aluno no domínio dos saberes científicos, a escola
não leva em consideração nem os saberes que a criança traz para a sala de
aula, nem o imaginário social no qual ela vive. Deste modo, o saber se torna
emblemático, árido e sem significado, porque não se relaciona com o universo
cognitivo do aluno, nem responde as questões e necessidades pessoais,
sociais e profissionais que enfrenta a realidade cotidiana.
Buscando intervir neste quadro, a autora apresenta e discute os
resultados de uma experiência interdisciplinar, cumprida mediante pequenos
projetos prático-investigativos, usando programas de TV como tema para a
reflexão sobre o cotidiano dos alunos e como estímulo para uma introdução à
aprendizagem do pensar. Pois os meios de comunicação em geral, estão
presentes no dia-a-dia de nossos educandos, trazendo a tona, a necessidade
de investigarmos e refletirmos sobre a aparente produção de inópias, por vezes
promovidas por esses meios.
Contribuindo neste sentido, e em especial no que se refere a anúncios
propagados pela televisão, LIMA (2007) relata o resultado de um estudo
brasileiro que analisou a quantidade e a qualidade de produtos alimentícios
veiculados em propagandas em três redes principais de canal aberto. Como
resultado, os produtos alimentícios, quando comparados a outros artigos, foram
os mais freqüentemente difundidos, independentemente do horário ou do dia
de gravação.
A análise da qualidade dos alimentos divulgados durante o estudo,
mostrou promoção de produtos com altos teores de gordura e/ou açúcar e sal.
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Concluindo-se que a predominância da divulgação desses produtos pode estar
contribuindo para uma mudança nos hábitos alimentares de crianças e jovens
brasileiros, agravando o problema da obesidade na população.
Dentro deste quadro, percebemos a necessidade do ensino de Ciências
buscar uma metodologia que promova a reflexão e análise crítica,
possibilitando aos educandos o desenvolvimento de bases sólidas, construída
sobre os pilares do conhecimento científico.
Desta forma, os alunos poderão ter melhores condições de se afastar
do dilema algumas vezes imposto pelos meios de comunicação, ora
promovendo uma imagem dita ideal, ora produtos relacionados à obesidade.
Sem afetar seu desenvolvimento e formação, sabendo discernir o que é próprio
ou não para o consumo, no que diz respeito a uma alimentação saudável.
Podendo ainda, contribuir para desenvolver a criticidade dos educandos,
sensibilizando-os sobre a influência que os meios de comunicação podem
exercer em seus hábitos alimentares.
Essa sensibilização terá por objetivo fazer com que o educando perceba
como atuam os meios de comunicação, reconheça a influência exercida pelos
mesmos e tenha condições de reagir a ela. Oferecendo-lhes meios de refletir
sobre a intencionalidade das propagandas, filtrarem informações e evitarem a
alienação.
Em contrapartida, é preciso que nós educadores conheçamos um pouco
mais a fundo como funcionam os meios de comunicação e as estratégias de
marketing utilizadas na venda de produtos alimentícios, para que possamos
apontar caminhos que possibilitem ampliar o quadro de visão de nossos
educandos, levando-os a refletir sobre a intencionalidade das propagandas e a
possibilidade da criação de necessidades alimentares vinculas por elas.
A partir desses apontamentos podemos levantar alguns
questionamentos:
� Diante dos apelos e estratégias de marketing empregadas pelas
indústrias de produtos alimentícios, até que ponto estamos livres para
realizar nossas escolhas alimentares?
� Será que a maioria dos consumidores atribui a real importância a leitura e
interpretação dos rótulos presentes nos produtos alimentícios?
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� O tipo de alimento que colocamos em nosso prato nos dá um indicativo
de quem somos e no que acreditamos?
� Qual o papel da escola quando nos referimos à reeducação alimentar?
� Por que entre alguns adolescentes o consumo de frutas no intervalo das
aulas é considerado “mico”?
� Qual a responsabilidade da família no comportamento alimentar de seu
filho?
� Até que ponto dietas milagrosas, padrões de beleza irreais, comentários
negativos de colegas e familiares podem afetar o comportamento
alimentar dos jovens?
REFERÊNCIAS
FERRÉS, Joan. Televisão e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. FISCHLER, Claude. Présentation. Communications, Paris, 31, p.1-3, 1979.
GARRIDO, Elsa. Por uma nova cultura escolar: O papel mediador do professor entre a cultura do aluno e o conhecimento elaborado.In: SEVERO, Antônio Joaquin; FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Conhecimento, pesquisa e educação. 1ª Ed. São Paulo: Papirus, 2001. 125-160 p. MARCONDES FILHO, Ciro . Televisão a vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna, 1988. LIBANIO, João Batista. Ideologia e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1995. LIMA, Milena. Propaganda de alimentos: limitar é preciso. Disponível em: http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/070409_nut_propaganda.htm. Acesso em: 11 junho 2008. http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/colunas/070409_nut_propaganda.htm MORAN, José Manuel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação. São Paulo: Paulinas, 1991. MORAN, José Manuel. Os meios de comunicação na escola. Série Idéias n. 9. São Paulo: FDE, 1994. 21-28p. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/com_l.php?t=001. Acesso em: 03 julho 2008. STRASBURGER, Victor C. Os adolescentes e a mídia: impacto psicológico. Tradução: Dayse Batista. Porto Alegre: ARTMED, 1999.
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PERSPECTIVA INTERDICIPLINAR
MEIOS DE COMUNICAÇÃO E HÁBITOS ALIMENTARES
Por ser a alimentação um assunto multidisciplinar, podemos estender as
questões alimentares para várias áreas do conhecimento, facilitando
abordagem do conteúdo sob os mais variados aspectos.
Os hábitos alimentares dos adolescentes podem ser analisados de
diferentes formas dentro da disciplina de Ciências. Destacando a condição de
ser desenvolvido em sala de aula, integrando-se aos conhecimentos da Língua
Portuguesa, podendo buscar neste momento informações sobre os tipos de
mídias (visuais, auditivas, audiovisuais e interativas), discutindo os prós e
contras do marketing nutricional vinculado por meio destas, bem como, os
estratagemas de vendas utilizados pela publicidade.
Dentro deste quadro, poderemos pesquisar órgãos fiscalizadores da
propaganda como o CONAR (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação
Publicitária), e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), buscando
suas atribuições e regulamentações.
Dar-se-á também a possibilidade da criação de jingles, slogans,
cartazes, frases ou logotipos que representem a idéia: propaganda,
alimentação e saúde. Oportunizando a criação de uma propaganda educativa
que informe a comunidade escolar sobre os benefícios de uma alimentação
saudável.
Utilizando-se de comerciais gravados, manchetes ou reportagens de
revista e jornais; analisar as estratégias de marketing empregadas para atrair
os consumidores. A partir da utilização dos rótulos de alguns alimentos,
desenvolver atividades que favoreçam a interpretação, analise e compreensão
das instruções e informações ali apresentadas.
Empregando-se dos métodos e estratégias envolvidas na disciplina de
Artes, investigar e entender, que as cores dos alimentos são determinadas
pela presença de pigmentos, e que estas substâncias, além de colorir, podem
desempenhar papéis importantes na prevenção de doenças e proteção do
organismo.
Na área de Matemática e Educação Física, entender, obter e
determinar o índice de massa corporal (IMC) da turma, realizando a construção
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de gráficos que favoreçam a visualização e permitam a socialização dos
resultados obtidos.
No que se refere aos conhecimentos de História, é importante que se
relacione as mudanças no comportamento alimentar, frente a grandes
acontecimentos, tais como: revolução Industrial e Científica, Explosão da
Urbanização e a Globalização.
CONTEXTUALIZAÇÃO
CULTURA ALIMENTAR BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
Como a alimentação faz parte da história de um povo, para compreender
as origens de nossos hábitos alimentares é preciso relembrar costumes
indígenas, a colonização, os efeitos da escravidão e a evolução da sociedade.
A formação da cultura alimentar brasileira tem em sua base três
grandes influências: a indígena, a portuguesa e a africana.
No Brasil indígena, antes da chegada dos Portugueses, já se conheciam
inúmeros produtos cultivados para a alimentação, para produção de bebidas e
condimentos. Entre eles o milho e a mandioca usada para fazer farinha e de
diversas frutas utilizadas na alimentação e preparos de bebidas.
Além da caça e da pesca uma das maiores contribuição dos indígenas
na nossa alimentação foram os produtos derivados da mandioca. Sua farinha é
um dos produtos mais consumidos no país, e se agregou aos pratos de origem
africana e portuguesa, como indispensável ingrediente nos pirões.
Os portugueses, contribuíram com diversos tipos de alimento para a
formação da culinária, principalmente por serem os maiores conhecedores das
técnicas da agricultura e criação de animais destinados a alimentação. Deles
herdamos o costume de ingerir carne como de boi, carneiro, porco, bode e os
subprodutos oriundos da criação de animais, como o leite, queijos, requeijão,
embutidos e defumados. Destacando ainda, a fabricação de bebidas como o
licor, doces, conservas, entre outros.
Os africanos quando foram trazidos para o Brasil já eram dotados de
uma vasta sabedoria na culinária, um dos produtos que podemos destacar é o
azeite de dendê, que passou a ser indispensável em inúmeros pratos típicos de
nosso país. A feijoada, prato tipicamente brasileiro, é fruto da adaptação do
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negro as condições adversas da escravidão. Atribui-se a eles ainda, a
integração de frutos do mar a alimentação.
Mesmo dentro do Brasil, os hábitos alimentares variam de região para
região de acordo com a história da colonização e fatores ambientais. Essa
variação é tão grande, que é normal desconhecermos alguma iguaria de outras
regiões.
No litoral do Nordeste o que prevaleceu foi a grande influência africana
na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de pimenta; no
Norte existe uma maior influência indígena, no uso da mandioca e de peixes;
no Sudeste há pratos diversos como o feijão tropeiro e angu, ligados aos
bandeirantes. Destacando ainda ,Rio de Janeiro com influência portuguesa e
São Paulo com a italiana. Mas dentre todas, a região Sul foi a que recebeu
maior influência de imigrantes, devido a seu clima temperado mais parecido
com o europeu, facilitando a adaptação dos italianos, alemães, poloneses e
ucranianos. Contudo, nesta região, destaca-se nacionalmente o churrasco e o
chimarrão.
Acontecimentos históricos como: a revolução industrial e científica, a
explosão da urbanização e a globalização, também podem favorecer a
incorporação de novos costumes alimentares, pois fazem parte da evolução da
sociedade.
Durante as últimas três décadas, pudemos perceber algumas alterações
no comportamento alimentar do brasileiro, redução no consumo do arroz, feijão
e farinha de trigo; maior consumo de carnes, ovos, laticínios e açúcar;
substituição da gordura animal por óleos vegetais, manteiga por margarina e
aumento nos gastos com alimentos industrializados.
O ritmo agitado imposto pelo mercado de trabalho, principalmente em
grandes centros urbanos, deixa cada vez menor o tempo livre destinado para
alimentação e lazer. Os intervalos precisam ser bem aproveitados e o horário
das refeições, em especial o do almoço, acaba servindo para várias atividades.
Valendo-se destes fatos, atrelados a disseminação da cultura alimentar
americana, começam a surgir alternativas nas indústrias de alimentos e dos
serviços de alimentação: alimentos congelados e pré-cozidos, drive-thru (dirija
por), fast-food (comida rápida), delivery (entrega em domicílio), e self-service
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(auto-serviço) traduzem a importação de um estilo alimentar americano
agregado ao comportamento alimentar brasileiro.
Parece, portanto, oportuno questionar e avaliar se há perdas culturais
em nossos hábitos alimentares devido à “globalização”, ou se existem aspectos
da evolução tecnológica na área alimentícia que merecem ser incorporados a
ela.
REFERÊNCIAS
BRASIL.Ministério da Saúde. Alimentação e Cultura : Influências na alimentação brasileira , in. Publicações. Disponível em:
http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php. Acesso em: 19 novembro 2008
LEONARDO , Maria . A Cultura Alimentar Brasileira. Disponível em: http://www.antropos.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=99&Itemid=26. Acesso em: 19 novembro 2008.
TEMPASS, Mártin Cesar.O papel dos grupos indígenas na formação da cozinha brasileira, in. Slow Food Brasil. Disponível em: http://www.slowfoodbrasil.com/index.php?option=com_content&task=view&id=197&Itemid=95. Acesso em: 18 novembro 2008.
SUGESTÃO DE LEITURA
GARRIDO, Elsa. Por uma nova cultura escolar: O papel mediador do professor
entre a cultura do aluno e o conhecimento elaborado.In: SEVERO, Antônio
Joaquin; FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Conhecimento pesquisa e
educação. 1ª Ed. São Paulo: Papirus, 2001.125-160 p.
Elsa apresenta e discute os resultados de uma experiência
interdisciplinar, com alunos do 3° ano de Pedagogia da Faculdade de
Educação da USP ao longo de três anos, realizada mediante pequenos
projetos prático-investigativos fundamentados em Bachelard e Vygotsky,
usando programas de TV como mote para a reflexão sobre o cotidiano dos
alunos e como estímulo para uma introdução à aprendizagem do pensar.
MARCONDES FILHO, Ciro . Televisão a vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna,
1988.
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Faz uma introdução ao importante meio de comunicação que é a
televisão, destacando a realização entre o real e o imaginário no telespectador,
e como este pode reagir. Alertando que as mensagens vinculadas pelas mídias
são produzidas por homens, com idéias, intenções ideologias e interesses.
MORAN, José Manuel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de
comunicação. São Paulo : Paulinas, 1991.
Faz uma analise dos meios impressos e eletrônicos, passando pelo
aspecto editorial da venda de informações e opiniões, e chega também ao da
propaganda, com seus objetivos definitivamente comerciais. Sugerindo um
roteiro para uso do texto nas escolas e nos grupos em geral.
STRASBURGER, Victor C. Os adolescentes e a mídia: impacto psicológico.
Tradução Dayse Batista. Porto Alegre: ARTMED, 1999 .
O autor tendo por base a psicologia do desenvolvimento, aponta o
impacto dos meios de comunicação sobre os jovens, transmitindo as muitas
formas pelas quais esses meios atuam, como ocorrem e os efeitos a curto e
longo prazo a sua exposição. Envolvendo conhecimentos sobre violência,
atividade sexual, abuso de substâncias, transtornos alimentares, bem como os
diferentes papéis assumidos pela mídia em termos de influência desses
comportamentos de risco. Sugerindo estratégias de prevenção contra os
efeitos adversos estimulados por ela.
PROPOSTA DE ATIVIDADE
As atividades terão início com um ponto de partida que propiciem a
discussão, seguida por questionamentos que levem a reflexão.
A partir da reflexão busca-se o confronto, o qual tem por objetivo
subsidiar e fundamentar as discussões propostas pelo ponto de partida.
O próximo passo serão as atividades, as quais deverão ser adequadas
pelo professor conforme realidade da sala de aula, onde será aplicada. Para
finalizar socializam-se as produções realizadas pelos alunos.
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Os modelos de aulas propostos têm por objetivo contribuir com o
desenvolvimento da criticidade dos educandos, sensibilizando-os sobre a
influência dos meios de comunicação em seus hábitos alimentares, a
intencionalidade das propagandas e a importância de uma dieta alimentar
saudável.
AULA REFERENCIAL N° 1
1. PONTO DE PARTIDA
1.1 Análises das charges disponíveis nos seguintes sítios:
http://cienciahoje.uol.com.br/91456. Acesso em: 01 dezembro 2008. http://nutricaosadia.blogspot.com/2008/07/obesidade-na-infncia-e-adolescncia-uma.html. Acesso em: 01 dezembro 2008. http://ambientequalvida.blogs.sapo.pt/arquivo/2007_04.html. Acesso em: 01 dezembro 2008.
2. REFLEXÃO
2.1.Quantas horas por dia você assiste televisão?
2.2.Preste atenção aos assuntos das conversas que você participa.
Quantas delas têm origem na mídia?
2.3.Você já se flagrou em algum momento de sua vida em situação similar
as apresentadas nas charges analisadas?
2.4.Que tipo de pensamento as charges provocaram em você?
2.5.Quantos produtos alimentícios você já comprou depois de ter visto ou
ouvido a propaganda na mídia?
2.6.O marketing dos produtos tem influência na sua escolha na hora da
compra?
2.7.A imagem do “corpo perfeito” presente na mídia, condiz com os tipos de
produtos alimentícios propagados por ela?
2.8.A mídia cria a realidade ou é reprodução dela?
2.9.Em sua opinião, ao assistir à televisão, há tempo para pensar, para
refletir e questionar o que está sendo visto?
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3. CONFRONTO
3.1 “Os meios de comunicação não possuem apenas interesses comerciais, mas também ideológicos. Aí chegamos a um ponto curioso. Numa democracia, onde não existe um governo impondo uma propaganda ideológica única, existem vários grupos fazendo propagandas ideológicas diferentes.” (INCONTRI, 1991, p. 69)
4. ATIVIDADES
4.1.Propor aos alunos uma pesquisa sobre as funções dos nutrientes, suas fontes, e os prejuízos causado pelo excesso ou ausência destes no organismo. 4.2.Pedir aos alunos para fazer uma lista do que eles comem num dia
comum e observar se estão variando o necessário para a obtenção de
todos os nutrientes. Os produtos consumidos têm proteína (construtores),
vitamina A (reguladores) e ferro (reguladores)? Caso não tenham, o que
poderia ser acrescentado à dieta para obtê-los? Utilizando-se da mesma
lista de consumo, realizar o cálculo das calorias, comparando-as a media
das necessidades diárias calóricas de um adolescente.
4.3.Realizar o cálculo do IMC (Índice de massa corporal) dos alunos da
sala.
5. SOCIALIZAÇÃO DAS PRODUÇÕES
5.1.Será realizada uma apresentação oral da pesquisa contendo as
funções dos nutrientes, suas fontes e os prejuízos causados pela ausência
ou excesso no organismo.
5.2.Construção de um gráfico comparando a quantidade de calorias
ingeridas e a necessidade diária e outro demonstrado o IMC da turma.
6. REFERÊNCIAS
INCONTRI, Dora. Estação Terra: comunicação no tempo e no espaço.São Paulo: Moderna, 1991.
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AULA REFERENCIAL N° 2
1. PONTO DE PARTIDA
1.1.Analise da propaganda : Tio da Sukita . Disponível em :
http://www.youtube.com/watch?v=qA-_USI0Pe4. Acesso em: 02 dezembro
2008.
2. REFLEXÃO
2.1.Qual a ideologia passada de forma mascarada pelas imagens do
comercial?
2.2.Qual o papel do “tiozinho” na propaganda?
2.3.Qual o papel da modelo?
2.4.Qual a comparação feita em segundo plano com o homem “mais velho
e desajeitado” segurando uma sacola com laranjas e a moça “esperta”
tomando o refrigerante?
2.5.O que essas mensagens disfarçadas podem provocar nos jovens em
formação?
3. CONFRONTO
3.1“Os meios de comunicação exercem poderosa influência em nossa cultura. Refletem, recriam e difundem o que se torna importante socialmente tanto ao nível dos acontecimentos (informação) como do imaginário (ficção)”.(MORAN,1991,p. 05). 3.2 “... Há o clássico tratamento estereotipado, que em principio é utilizado para facilitar a compreensão do grande público. Mas o estereótipo, repetido sempre na mesma direção, pode aumentar determinados preconceitos sociais”. (MORAN,1991, p. 14). 3.3 “A publicidade é o motor do sistema capitalista. Divulga os produtos, atrai o consumidor com novos apelos para renovar o seu desejo de compra, mostra modelos de vida invejáveis, sustenta todos os meios de comunicação...” (MORAN,1991, p. 143).
4. ATIVIDADES
4.1.Propor aos alunos que ouçam as propagandas de alimentos veiculadas
em uma estação de radio. Registrem as mensagens e a maneira como
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foram abordas. Para posteriormente em sala de aula, analisar os dados
coletados fazendo uma reflexão crítica.
4.2.Analisar propagandas de alimentos anunciados nas emissoras de TV,
identificando: o público alvo, o tipo de alimento e as estratégias de
marketing mais utilizadas.
4.3.Criar uma propaganda sobre alimentação saudável, utilizando-se de
estratégias de marketing.
4.4.Criar jingles para alimentos saudáveis.
4.5.Propor aos alunos que simulem um júri, onde a mídia se encontre no
banco dos réus.
5. SOCIALIZAÇÃO DAS PRODUÇÕES
5.1.Criar um mural apresentando os resultados das pesquisas e as devidas
reflexões.
5.2.Escolher a melhor propaganda e jingle para fazer a divulgação na rádio
da escola.
REFERÊNCIAS
6.1. MORAN, José Manuel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação. São Paulo : Paulinas, 1991. 6.2. RIO DE JANEIRO.Secretaria Municipal de Saúde. Semana de Alimentação Escolar- 2007, in. Nutrição . Disponível em: http://www.saude.rio.rj.gov.br/. Acesso em: 30 setembro 2008.
AULA REFERENCIAL N° 3
1. PONTO DE PARTIDA
1.1.Analise da música “comer ,comer” Genghis Khan - Trash 80´s.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=mWd9Oy2Cn3Y. Acesso
em: 02 dezembro 2008.
2. REFLEXÃO
2.1.O que é uma alimentação saudável?
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2.2.A música aborda em sua letra exemplos de refeições saudáveis?
2.3.O que realmente estaria por trás do refrão “comer... comer...
comer...comer... é o melhor para poder crescer...”
3. CONFRONTO
“Comer bem é satisfazer o corpo com alimentos que são fontes essenciais de energia e de bem estar. É saber equilibrar todos os nutrientes e adequar o que se come ao que se gasta, de acordo com nossas necessidades e estilos de vida: comer bem não é comer muito, nem pouco, é escolher os alimentos mais saudáveis e nutritivos...”(EISENSTEIN; MATHEUS 2006,p.77).
4. ATIVIDADES
4.1.Pedir para que os alunos listem os alimentos presentes na letra da
música relacionando-os aos tipos de nutrientes neles encontrado em maior
quantidade. Discutir os dados obtidos.
4.2.Pedir para que os alunos tragam diferentes rótulos de alimentos para
que sejam analisados os elementos nutricionais, e se os mesmos
apresentam as informações obrigatórias.
4.3.Fazer a comparação entre rótulos de um mesmo alimento, onde um
deles seja diet ou light e o outro não, averiguando se estão de acordo com
a definição.
5. SOCIALIZAÇÃO DAS PRODUÇÕES
5.1.Expor em um mural os dados obtidos nas atividades propostas ao
educando.
6. REFERÊNCIA
6.1.EISENSTEIN, Evelyn; MATHEUS, Andréia Teixeira . Fala Sério: perguntas e respostas sobre adolescência e saúde. Rio de Janeiro: Vieira e Lent, 2007.
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DESTAQUE
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Transtornos alimentares são considerados síndromes complexas onde
fatores ambientais, psicológicos e fisiológicos podem facilitar um
comportamento alimentar perturbado, desencadeando um controle patológico
do peso corporal e distúrbios na percepção do formato do corpo.
A obsessão pela balança pode estar relacionada a esses transtornos,
segundo algumas pesquisas a maioria das pessoas acometidas por esse mal
são mulheres adolescentes ou adultas jovens. BALLONE (2003) comenta que
alguns estudos realizados sobre o assunto já descrevem algumas alterações
de conduta como sendo indicativos de comportamento de risco, dentre estes
relacionam com maior freqüência, o hábito de fazer dietas mesmo quando seu
peso é proporcional a estatura, crítica constante a alguma parte do corpo e
insatisfação mesmo quando está perdendo peso, além da diminuição gradativa
das atividades sociais.
Na adolescência quando ainda esta acontecendo o amoldamento da
personalidade do jovem, este pode sentir-se pressionado a buscar o “corpo
ideal” por acreditar que só será aceito pela sociedade, se conseguir atingir o
padrão de beleza estipulado por ela. E para atingir esse estereótipo de corpo,
não mede esforços nem leva em conta possíveis riscos à saúde.
Ballone (2007) nos fornece subsídios definindo alguns exemplos de
transtornos alimentares .
1. Anorexia nervosa
A Anorexia nervosa é um transtorno emocional que consiste numa perda
de peso derivada e um intenso temor da obesidade. Esses sentimentos
têm como conseqüência uma serie de condutas anômalas.
6. Bulimia nervosa
É um transtorno mental que se caracteriza por episódios repetidos de
ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo, seguido por
uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal, que leva a
pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde.
7. Síndrome do Gourmet
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As pessoas que sofrem dessa síndrome vivem preocupadas (mais que o
normal) com a preparação, compra, apresentação e ingestão de pratos
especiais, diferentes e e/ou exóticos. Podem continuar com esse tipo de
preocupação e atividade, muito embora tenham perdido o interesse nas
suas relações sociais, familiares e ocupacionais.
8. Transtorno alimentar noturno
É grande a incidência - de 1 a 3% da população – das pessoas que se
levantam a comer pela noite, ainda que continuem dormidos. E na maioria
das vezes, essas pessoas não são conscientes do que fazem e não
lembram de nada ao despertar. Quando lhes contam o que fizeram, negam
contundentemente.
9. Pica
As pessoas com este transtorno se sentem impulsionadas a ingerir
substâncias não comestíveis: sabonete, argila, gesso, casquinhas de
pintura, alumínio, cera, tijolo, etc. Ou uma vontade anormal de ingerir
produtos considerados ingredientes de alimentos, como diferentes tipos de
farinha, batatas cruas, milho, mandioca, etc. Para o diagnóstico de Pica,
esse fenômeno precisa persistir pelo menos por um mês. O nome pica vem
do latim e significa pega.
10. Síndrome de Prader-Willy
É um problema que pode afetar as crianças, de natureza genética e que
inclui baixa estatura, retardo mental ou transtornos de aprendizagem,
desenvolvimento sexual incompleto, problemas de comportamento
característicos, baixo tono muscular e uma necessidade involuntária de
comer constantemente, a qual, unida a uma necessidade de calorias
reduzida, leva invariavelmente à obesidade.
11. Transtorno do comer compulsivo
Neste tipo de transtorno, os pacientes apresentam episódios de voracidade
fágica (episódios bulimicos), mas sem se utilizarem de métodos purgativos
depois, como acontece na Bulimia Nervosa.
REFRÊNCIAS
Ballone, GJ - Transtornos Alimentares, in. PsiqWeb, Internet. Disponível em
21
http://www.psiqweb.med.br/anorexia.html, revisto em 2003. Acesso em: 26
novembro 2008.
Ballone, GJ - Transtornos Alimentares, in. PsiqWeb, Internet. Disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2007 . Acesso em: 26 novembro 2008.
BORGES,Maria Beatriz F.; JORGE Miguel R . Evolução histórica do conceito de compulsão alimentar. Psiquiatria na prática médica. Disponível em: http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial04.htm. Acesso em: 26 novembro 2008.
CORDÁS,Táki Athanássios . Transtornos alimentares: classificação e diagnóstico. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n4/pdf/154.pdf. Acesso em: 26 novembro 2008.
SUGESTÃO DE SÍTIOS
ALIMENTO E NUTRIÇÃO. Disponível em:
http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php. Acesso em: 20 novembro 2008
Este sítio do Ministério da Saúde disponibiliza inúmeras publicações
sobre alimentação, dentre elas podemos destacar: Guias, manuais , glossários,
regulamentações, materiais educativos e inúmeras outras opções.
NUTRIÇÃO. Disponível em: http://www.saude.rio.rj.gov.br/. Acesso em: 20
novembro 2008.
O sítio pertencente à Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro, e
possibilita o acesso a vários programas destinados a preservação da saúde,
dentre eles podemos destacar a seção nutrição a qual possibilita o acesso a
várias publicações relacionadas ao tema.
Ambos os sítios são de extrema importância para profissionais da área,
educadores, pais ou simplesmente para quem deseja estar bem
informado e atualizado no que se refere às questões alimentares.
RECURSO PARANÁ
POLÍTICAS PÚBLICAS E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
Ao estarmos relacionando às políticas públicas voltadas a alimentação
escolar, não podemos deixar de iniciar falando do Programa Nacional de
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Alimentação Escolar (Pnae),implantado em 1955, mais conhecido como
merenda escolar, este é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter suplementar, de
recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Sendo
designado a educação infantil e ao ensino fundamental.
O programa é destinado a suprir, parcialmente, as necessidades
nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, e é
considerado um dos maiores na área de alimentação escolar no mundo, sendo
o único com atendimento universalizado. Este tem ainda por objetivo contribuir
para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento
escolar dos estudantes, bem como, promover a formação de hábitos
alimentares saudáveis.
Desde sua implantação até 1993, a execução do programa se deu de
forma centralizada, ou seja, o órgão gerenciador planejava os cardápios,
adquiria os gêneros por processo licitatório, contratava laboratórios
especializados para efetuar o controle de qualidade e ainda se
responsabilizava pela distribuição dos alimentos em todo o território nacional. A
descentralização dos recursos só ocorreu por meio da lei n° 8.913, de 12/7/94.
Contudo, o direito à alimentação escolar para todos os alunos do ensino
fundamental só foi assegurado com a promulgação da nova Constituição
Federal de 1988 (CF88) que estabeleceu os chamados Programas
Suplementares ao Ensino, dentro da lógica de assegurar prioridade ao ensino
fundamental regular, facilitando o acesso e permanência do estudante.
Segundo o dispositivo constitucional, são programas suplementares:
material didático-escolar (livro, uniforme, etc), transporte, alimentação e
assistência à saúde (art. 208, VII). Os artigos 54, VII, do Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA) e 4°, VIII, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) reafirmam o enunciado constitucional.
No ano de 2004, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae),
passou a integrar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional . No
dia 03 de junho desse mesmo ano, foi publicado no diário oficial N° 6743 a Lei
14.423/04. Dispondo em sua súmula que os serviços de lanches nas unidades
educacionais públicas e privadas que atendam a educação básica, localizadas
no Estado, deveram obedecer a padrões de qualidade nutricional e de vida,
23
indispensáveis a saúde dos alunos. No que diz respeito ao educando, esta trás
em alguns de seus artigos as seguintes especificações:
Art. 1º. Os serviços de lanches e bebidas nas unidades educacionais públicas e
privadas que atendam a educação básica, localizadas no Estado do Paraná,
deverão obedecer a padrões de qualidade nutricional e de vida, indispensáveis
à saúde dos alunos.
Art. 2º. Atendendo ao preceito nutricional e de acordo com o artigo anterior, fica
expressamente proibida, nos serviços de lanches e bebidas ou similares, a
comercialização do seguinte:
a) bebidas com quaisquer teores alcoólicos;
b) balas, pirulitos e gomas de mascar;
c) refrigerantes e sucos artificiais;
d) salgadinhos industrializados;
e) salgados fritos; e
f) pipocas industrializadas.
§ 1º. O estabelecimento alimentício deverá colocar a disposição dos alunos
dois tipos de frutas sazonais, objetivando a escolha e o enriquecimento nutritivo
dos mesmos.
§ 2º. É vedada a comercialização de alimentos e refrigerantes que contenham
em suas composições químicas, nutrientes que sejam comprovadamente
prejudiciais à saúde.
Atualmente esta em tramite, o projeto lei que visa à ampliação da
alimentação escolar para o ensino médio da rede pública, e propõe que ao
menos 30% dos produtos destinados a merenda escolar sejam adquiridos da
agricultura familiar. O Projeto de Lei atualiza o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae) e estabelece suas diretrizes. A matéria foi
aprovada na forma de um substitutivo do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI)
ao Projeto de Lei 1659/07, do deputado Elismar Prado (PT-MG), e será votada
ainda pelo Senado Federal. Fonteles incorporou integralmente ao texto o
Projeto de Lei 2877/08, do Poder Executivo. A proposta não é só oferecer a
merenda escolar, mas também promover a saúde pela educação por meio de
ações de segurança alimentar. Estão previstos, o emprego da alimentação
saudável e adequada, a inclusão da educação alimentar no processo de
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ensino, a universalidade, a participação da comunidade no controle social, o
direito à alimentação escolar.
Além de promover o incentivo à aquisição de gêneros produzidos pela
comunidade local, sobretudo os pequenos produtores de assentamentos de
reforma agrária, as comunidades indígenas e as de remanescentes de
quilombos, além da observância de critérios de sustentabilidade ambiental na
produção dos alimentos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Assembléia Legislativa do Paraná ,in. Diário Oficial nº 6743.
Disponível em:
www.alep.pr.gov.br/adm/ver_projeto.php?prooid=22&desc=LEI+14423. Acesso
em: 21 novembro 2008.
BRASIL. Ministério da Educação.in. FUNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) Alimentação Escolar. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=alimentacao_escolar.html. Acesso em: 20 novembro 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde (Documento para discussão). Brasília 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_prom_saude.pdf. Acesso em 19 novembro 2008. DAROLT, Moacir Roberto. Merenda Escolar Orgânica: Uma mudança de hábito saudável, in.Planeta Orgânico. Disponível em: http://www.planetaorganico.com.br/DaroltMerenda.htm. Acesso em 24 novembro 2008. PIOVESAN,Eduardo. Reportagem: Câmara aprova merenda e transporte escolar para o ensino médio, in. Guia SJP.com . Disponível em: http://www.guiasjp.com/opcoes.php?option=5&pubb=&tela=1024x768&option=5&id_noticia=35338&id_canal=0. Acesso em 25 novembro 2008.
NOTÍCIAS Nutrição Alimentos mais anunciados têm muita gordura, sal e açúcar Publicado em 27/06/2008 | Das agências
Brasília - De acordo com pesquisa divulgada ontem pela Universidade
de Brasília (UnB) e pelo Ministério da Saúde, as propagandas que mais
predominam nas tevês e revistas são as de alimentos com alto teor de gordura,
25
sal e açúcar. Os comerciais de alimentos nas televisões correspondem a 9,7%
do total e sua maior freqüência é registrada no período das 14h30 s 18h30,
com maior prevalência na tevê por assinatura. Já os anúncios em mídia
impressa focam mais em revistas infantis, para adolescentes e mulheres.
O estudo mostra que os alimentos mais anunciados são produtos que
afetam a saúde e acarretam em doenças crônicas. Segundo o Ministério da
Saúde, 60% dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) são gastos em
tratamentos de hipertensão, diabetes e coronarianas.
Foram analisadas as programações de quatro emissoras: TV Globo,
SBT, Cartoon Network e Discovery Kids. Os alimentos mais anunciados foram:
salgadinho Lucky, McLanche Feliz, Trikids Bob’s, Kit Lanche Giraffas, biscoito
Trakinas, cereal matinal Kellogg’s, MiniSchin, achocolatado Muky, Coca-Cola e
salgadinho Elma Chips.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo. Disponível em :
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=7
80807&tit=Alimentos-mais-anunciados-tem-muita-gordura-sal-e-acucar. Acesso
em: 29 junho 2008.
SUGESTÃO DE IMAGENS
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagen
s1.php?origem=edu&PHPSESSID=2008113015530945. Acesso em: 30
novembro 2008.
Descrição da Imagem: Imagem que faz crítica ao consumo de hamburger. http://www.flickr.com/photos/teafordinner/1467947071/ Autor: teafordinner Proprietário: teafordinner Fonte Bibliográfica: Flickr Data inclusão da imagem: 01/04/2008 Categoria/SubCategoria: Alimentação e Saúde/Alimentação Alimentação e Saúde/Saúde Palavras-chaves: Alimentação , hamburger , lanche , Comida.
A imagem nos remete a reflexão:
� Estamos condenados a dieta alimentar dos fast-food ?
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� Os danos provocados a saúde são compensados pelos momentos de
prazer desencadeados pela intensificação dos sabores devido
artifiliazação?
� Devemos encarar as doenças relacionadas a hábitos alimentares
inadequados como mera conseqüência a um estilo de vida tumultuado e
as inovações tecnológicas ?
� Precisamos realmente sucumbir nossa cultura alimentar frente ao apelo
das propagandas e as inovações criadas pela indústria alimentícia?
Descrição da Imagem: Caixa de Cereal Autor: Sercasey Proprietário: Creative Commons - Flickr: Label130660180_4536cca2 Fonte Bibliográfica: Data inclusão da imagem: 20/06/2006 Categoria/SubCategoria: Alimentação e Saúde/Alimentação Palavras-chaves: Cereal , Embalagem , Alimento
� Sabendo-se que a embalagem dos alimentos industrializados é a
primeira forma de propaganda utilizada pelas indústrias, será que
estamos preparados para fazer a interpretação da leitura dos rótulos?
� Temos conhecimento suficiente para identificar e reconhecer os termos
e as abreviaturas ali empresas?
� Qual a real importância dos rótulos em nosso dia a dia?
� Qual a diferença entre alimentos e nutrientes?
SUGESTÃO DE SONS E VÍDEOS
Vídeo: Distúrbios Alimentares. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=APzDXhD-zT4. Acesso em: 01 dezembro
2008.
O vídeo favorece nossa reflexão apresentando imagens que revelam a
fome e ao mesmo tempo a obesidade; apresenta os apelos dos fast-food, a
influência da mídia, obesidade infantil e mórbida, além de transtornos
alimentares como a anorexia e a bulimia.
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DISTÚRBIOS ALIMENTARES/ Duração 00h05min05seg/Direção: Adriana
Fonseca; Ana Rogério; Cátia Ferrinho; Susana Martins/Produção: Susana
Martins
Vídeo: Diabinho: Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=82qpNgrFoB4. Acesso em: 01 dezembro
2008.
O vídeo mostra através de um desenho animado dois homens fazendo
compras em um mercado. Um deles é estimulado a comprar alimentos
saudáveis por um anjo, enquanto o outro consumidor é incentivado a comprar
alimentos inadequados à saúde por uma figura caricata representando um
diabinho.
DIABINHO/Duração:00h06min13seg/Direção: Rafael Dourado/Produção:
Rafael Dourado.