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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

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ME I

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“HIGIENE: PREVENINDO PARASITOSES, PROMOVENDO A SAÚDE”.

Márcia Regina Honorato1

Susete Wambier Christo2

RESUMO

As parasitoses intestinais são doenças cujos agentes etiológicos podem provocar

diversas patologias, constituindo um grave problema de saúde pública, podendo

apresentar estreita relação com as condições socioeconômicas e culturais de cada

indivíduo. Considerando que a maioria dos parasitos intestinais é transmitida aos

seres humanos através da ingestão de ovos ou cistos presentes em alimentos

contaminados ou água, ou por contaminação das mãos com fezes ou solo

contaminado por resíduos fecais. Dessa forma, é claramente notada que hábitos

individuais e coletivos inadequados podem aumentar significativamente o grau de

exposição a um parasito e consequentemente, às patologias causadas por eles. O

presente estudo relata o desenvolvimento de um projeto, como parte das atividades

do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná-PDE. Este estudo foi

desenvolvido no Colégio Estadual Dr. Marcelino Nogueira - Telêmaco Borba/PR,

tendo como objetivo fornecer esclarecimentos sobre a forma de transmissão, ciclo

biológico, tratamento e prevenção das parasitoses, enfocando de forma constante e

integral a importância da higiene para a melhoria na qualidade de vida e de saúde.

Palavras-chaves: Educação; parasitoses; saúde pública.

1 Professor do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, área de Ciências, Colégio

Estadual Dr. Marcelino Nogueira – Ensino Fundamental e Médio, Município de Telêmaco

Borba/PR. E-mail: [email protected]

2Orientador Docente do Setor de Ciências e da Saúde , Departamento de biologia Geral da

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), PR. E-mail: [email protected].

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INTRODUÇÃO

Não podemos ignorar que vivemos em uma época em que os conhecimentos

crescem de maneira exponencial. Os conceitos biológicos e suas tecnologias têm

avançado rapidamente. A Ciência vem obtendo um avanço extraordinário,

especialmente no tocante à Tecnologia e Biologia Molecular e mesmo diante disso

as questões das parasitoses intestinais prevalecem, ainda que se considere a

facilidade do diagnóstico e tratamento, uma grande parcela da população mundial

ainda é acometida por doenças parasitárias. Falta de saneamento Básico?

Condições sócio-econômicas? Falta de higiene individual e coletiva? Falta de

informação correta?

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o Ensino

de Ciências, o aluno aprende os conceitos científicos quando consegue relacioná-los

com situações vivenciadas por ele, onde os mesmos passam a ter sentido e

significado. Recomenda ainda à necessidade de se articular as áreas de

conhecimento físico, químico e biológico no desenvolvimento de um conteúdo

específico de Ciências, bem como o contexto social e político que o envolve. Na

abordagem de um conteúdo específico, faz-se necessário diagnosticar as idéias que

os alunos possuem sobre o mesmo, isto é, seus conhecimentos primeiros, sendo

importante passar informações de qualidade, proporcionando a realização de

diferentes atividades, que devem estar acompanhadas de situações

problematizadoras, de diálogo e debate em sala de aula, para que os alunos possam

refletir discutir, relatar, buscar explicações, construindo dessa forma, o seu

conhecimento.

O saneamento básico compreendido como um conjunto de ações de

abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo são considerados um

direito dos cidadãos e um item imprescindível de qualidade de vida. A necessidade

de fornecer água com quantidade e qualidade adequadas e, ao mesmo tempo,

recolher e tratar os dejetos humanos é conseqüência do processo de urbanização e

do adensamento humano.

Cavinatto, (1994, p.34), afirma:

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Os parasitos estão associados a locais sujos, como os esgotos, córregos,

lagoas e riachos contaminados, pois esses podem acumular grande

quantidade de dejetos e fezes eliminados por pessoas enfermas, bem como

o lixo que costuma atrair numerosos insetos e roedores, o que facilita a

Proliferação desses parasitas.

As parasitoses ainda constituem fator de agravo à saúde humana, apesar da

melhoria das condições de vida e higiene da população. Tão importante quanto o

tratamento medicamentoso são os métodos de prevenção. Hábitos de higiene

pessoal e ambiental são fundamentais para evitar a infecção e transmissão das

parasitoses. A higiene consiste numa prática de grande benefício para os seres

humanos. Em seu sentido mais comum, significa: limpeza, asseio. Num sentido mais

amplo, compreende todos os hábitos e condutas que auxiliam a prevenir doenças,

manter a saúde e o bem estar dos indivíduos. O aumento dos padrões de higiene

tem sido responsável pela prevenção de inúmeras doenças infecciosas bem como a

infestação de ectoparasitoses.

É importante também ressaltar que um dos fatores contribuintes a essa

prevalência é a cultura, logo essa “guia como as pessoas vivem, seus hábitos,

costumes e gostos, além de as formas pela qual se interpreta e percebe a doença”,

(GUALDA & BERGAMASCO 2004, p.25). Nesse contexto, os hábitos de higiene

praticados pelas crianças na maioria das vezes devem ser tomados como exemplos

dos pais como uma cultura passada de pais para filhos, assim:

A higiene dos filhos é uma tarefa dos pais, e só quando a criança está madura

para cuidar de sua própria higiene pessoal, e os pais não devem passar a

responsabilidade antes que elas estejam preparadas. Para que a criança seja

bem educada em higienização e desenvolva bons hábitos é necessário que

ela receba informações e exemplos, (BOA SAÚDE, 2007).

A saúde na realidade é um problema de natureza social que depende de

como as pessoas se alimentam, moram, como se vestem em que condições

trabalham como se divertem. Em outras palavras, a saúde é uma decorrência do

nível de vida. Alguns exemplos podem demonstrar a fundamental importância do

meio físico e social nas condições de saúde das populações. Santos (2005, 15).

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O índice de casos de parasitoses intestinais no Brasil tanto em crianças,

como em adultos, onera orçamentos, muitas vezes insuficientes, logo: a educação

preventiva aliada ao tratamento de infecções parasitárias desenvolve o potencial da

comunidade e melhora consideravelmente sua saúde e qualidade de vida.

Considerando que as escolas são ambientes privilegiados de troca e busca de

conhecimento, a partir das atividades propostas, este material tem como objetivo

proporcionar um maior conhecimento à comunidade escolar sobre os riscos das

parasitoses sensibilizá-la e incentivá-la a realizar práticas adequadas de higiene,

diminuindo assim a exposição aos parasitos e aumentando a qualidade de vida da

população em questão, que conforme revelam estudos relacionados ao tema a falta

de comprometimento com a higienização individual e coletiva é muito grande o que é

preocupante, pois, segundo demonstram os estudos parasitoses intestinais não se

distribuem aleatoriamente, é necessária a existência de fatores que determinem esta

distribuição.

Com relação e estes fatores de predisposições às doenças, sabe-se que os grupos

sociais economicamente privilegiados são poucos sujeitos a certos tipos de

enfermidades, cuja incidência é acintosamente elevada nos grupos economicamente

desprivilegiados. Os enteroparasitos, por exemplo, em sua maioria, estão

associados a locais sujos, como esgotos a céu aberto, córregos, lagoas e riachos

contaminados, que podem aumentar grande quantidade de dejetos e fezes

eliminados por pessoas enfermas, bem como o lixo que costuma atrair numerosos

insetos e roedores. Neves ET AL (2005).

A maioria dos parasitos intestinais é transmitida aos seres humanos através

da ingestão de ovos ou cistos presentes em alimentos contaminados ou água, ou

por contaminação das mãos com fezes ou solo contaminado por resíduos fecais.

Dessa forma, é claramente notada que hábitos individuais e coletivos inadequados

podem aumentar significativamente o grau de exposição a um parasito e

consequentemente, às patologias causadas por eles. A educação, pode

preventivamente contribuir, dessa forma, o desenvolvimento deste trabalho,

procurou mostrar que as condições de vida e do ambiente são de tal maneira

decisiva na saúde do ser humano e contribuem para esclarecer a relação existente

entre a importância das condições básicas de higiene, parasitoses e saúde humana.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais são taxativos ao considerar a

educação para a saúde um desafio a ser assumida em todos os níveis da educação

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no Brasil, da pré-escola à série terminal do ensino médio. Dessa forma faz-se

necessário realizar atividades diferenciadas, que devem estar acompanhadas de

situações problematizadoras, questionadoras e de diálogo, envolvendo a resolução

de problemas e levando a introdução de conceitos para que os alunos possam

construir seu conhecimento Carvalho ET AL. (1995).

O projeto piloto foi desenvolvido, ao constatar que um considerável número

de alunos do Colégio Estadual Dr. Marcelino Nogueira - situado a Rua Washington

Luiz, bairro Socomim em Telêmaco Borba/PR, reside em uma área geográfica do

município desprovida de saneamento básico, falta de moradia adequada e precárias

condições de higiene.

Alguns objetivos foram estabelecidos para realizar a presente pesquisa:

• Problematizar e organizar os conhecimentos necessários em relação aos

cuidados do solo, da água e a prevenção das parasitoses intestinais;

• Reconhecer a importância e programar junto aos alunos práticas educativas

relacionadas à higiene e ao saneamento (destino do lixo e dejetos);

• Reconhecer o parasitismo enquanto forma de relação desarmônica e suas

consequências para a saúde;

• Organizar um ciclo de palestras sobre os cuidados ambientais, hábitos de

higiene e prevenção de parasitoses envolvendo SANEPAR e Secretária da

Saúde Municipal, seguido de debates em sala de aula;

• Observar e identificar os parasitos mais comuns;

• Otimizar as mídias tecnológicas no desenvolvimento dos conteúdos

específico;

• Estimular o aluno a socialização do saber através da construção do

conhecimento junto à comunidade a partir de atividades educativas e

preventivas;

• Identificar situações de risco para as doenças, relacionadas às mudanças no

modo de vida e alterações ambientais;

As infecções intestinais por parasitas têm relação com os padrões

inadequados de hábitos individuais, coletivos, sendo a habitação, praças e escolas

os locais que oferecem maior risco de contaminação. Dessa forma, pode-se afirmar

que o fundamental é a educação. Por ela desenvolve-se uma concepção global e

integrada do mundo, de vida e de humanidade. Portanto, apenas a transmissão de

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informações sobre os processos ecológicos e sobre os fatores bióticos e abióticos é

insuficiente para promover uma educação crítica e transformadora da realidade.

Acreditamos que só conseguiremos alcançar a mudança atitudinal através da

sensibilização, uma vez que apenas o conhecimento não basta.

Segundo Saviani (1984) e Lopes (1991) a escola existe “para propiciar a

aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência)

[...]” (SAVIANI, 1984, p. 9). O importante papel da escola é estimular o potencial do

aluno para que ele próprio desenvolva suas habilidades e capacidades e, os

conteúdos escolares “precisam ser conduzidos de forma que, ao mesmo tempo em

que transmitam a cultura acumulada, contribuam para a produção de novos

conhecimentos.” (LOPES, 1991, p. 44).

Nesse contexto, devido à relevância do tema em questão e também à

carência de iniciativas na prevenção de parasitoses humanas que atinge crianças e

adultos de modo geral, sendo mais freqüente em crianças, o objetivo deste estudo

foi diagnosticar o conhecimento que os alunos possuíam sobre as parasitoses, a

forma que ocorre a transmissão dos parasitos e a prevenção. Objetivou-se ainda,

avaliar, analisar e discutir seus hábitos de higiene, e, ao mesmo tempo, orientá-los

com relação à importância desses hábitos de higiene pessoal ser constantes em

suas vidas, bem como o cuidado com o entorno de suas casas, promovendo a

conscientização da necessidade de se prevenir contra as doenças causadas por

parasitos e seus agravos à saúde.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Ciência, “é preciso ter claro que” o

processo de ensino – aprendizagem contextualizado fundamenta-se em uma

cognição situada, ou seja, as idéias prévias dos estudantes e dos professores,

advindas do contexto de suas experiências e de seus valores culturais, devem ser

reestruturadas e sistematizadas a partir das idéias ou dos conceitos que estruturam

as disciplinas de referência” (DCEs, 2009, p.31).

Hoje, o professor tem o desafio de educar o aluno globalmente, de forma

sistêmica, para que ele entenda as variáveis que influenciam em um determinado

fato, informados por meio da mídia jornalística, tecnológica ou qualquer outro meio,

disponibilizando aos seus alunos elementos para que não se tornem pessoas

desinformadas e que sejam capazes de utilizar tais informações a seu favor.

Finalizaram-se as atividades com a avaliação do trabalho realizado por parte

dos participantes, direção e equipe pedagógica considerando os seguintes aspectos:

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a relevância do tema proposto para atender os problemas da realidade escolar,

articulação do professor PDE com a Equipe Pedagógica, com a Equipe Gestora,

com os professores, com outros segmentos envolvidos na execução das ações de

implementação da proposta, existência de compromisso do professor PDE com a

implementação das ações previstas na proposta, iniciativa na busca de solução para

os entraves encontrados, cumprimento do cronograma estabelecido pelo professor

PDE para a execução das ações na escola e análise dos resultados alcançados.

Acredita-se que este trabalho possa ter contribuído para incentivar a busca de

novos conhecimentos científicos que auxiliarão aos profissionais da educação que,

de alguma forma tenha participado de seu desenvolvimento, a trabalhar de maneira

mais segura e com uma perspectiva pedagógica que contemple a realidade escolar.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Sendo a escola um espaço privilegiado para a prevenção de parasitoses,

procurará ser desenvolvidas atividades de ensino e de vivência na escola, com

metodologias que permitam o envolvimento mais efetivo do aluno, contribuindo para

o aprendizado significativo necessários para os cuidados com a higiene, viabilizando

dessa forma a promoção da saúde humana.

No Brasil, as enteroparasitoses constituem um sério problema de saúde

pública devido ao difícil acesso ao saneamento básico e à educação pela população

mais carente, já que a transmissão desses agentes está diretamente relacionada

com as condições de vida e de higiene da população. Acredita-se que a informação

possa contribuir para a transformação dos hábitos dos indivíduos, facilitando ações

de controle dos parasitos em população de maior risco.

No conceito da Organização Mundial Da Saúde (OMS), saúde é o completo

bem estar físico, mental e social do indivíduo. Dentro dessa perspectiva, entre os

vários fatores que contribuem para a preservação da saúde, um dos mais

importantes é a prática extensiva da higiene.

A aquisição das parasitoses intestinais é devida a ingestão de ovos ou a

penetração ativa de larvas na pele ou mucosa. No primeiro caso a ingestão pode

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ocorrer por intermédio da água, poeira, verduras, frutas e carne ou quando são

levadas a boca objetos ou partes do corpo contaminado por matérias fecais. A

segunda modalidade tem lugar quando o indivíduo suscetível entra em contato com

solo poluído ou água contendo formas larvárias infectantes. Marcondes (1985, p.

977).

Considerando apenas as parasitoses, importantes medidas de higiene geral,

executadas pelos poderes públicos, precisam ser continuamente implementadas

para reduzir os índices de infecções por parasitas. Dentre elas, deve ser citado o

saneamento básico; limpeza pública e destinação final do lixo bem como postos de

saúde e assistência social. Vale ressaltar que essas medidas não serão suficientes

se paralelamente não houver uma ação ampla e contínua das famílias e da escola

na formação de hábitos de higiene.

De acordo com Rey (1992, p.6), entre o parasito e seu hospedeiro criam-se

laços de dependência metabólica, ficando o metabolismo do primeiro vinculado ao

segundo. Essa vinculação é primordialmente de natureza nutritiva o parasito retira

do hospedeiro parasitado todos, ou parte dos materiais de que necessita. O autor

ainda ressalta que por serem os parasitos de porte muito menor que seus

hospedeiros e ás vezes microscópicos, as populações de parasitos podem ser muito

maiores que das espécies parasitadas. Um único paciente pode abrigar várias

áscaris, dezenas de ancilostomídeos e centenas de esquistossomos, no intestino, ou

um milhão de plasmódios da malária por milímetro de sangue. Mas evidentemente, a

biomassa dos parasitos é sempre muito menor que a de seus hospedeiros. Dentro

desta perspectiva, observa-se a necessidade da informação já que, o padrão

socioeconômico das famílias repercute nas condições de saúde, nutrição, moradia,

higiene, saneamento básico.

Nos organismos desnutridos os processos infecciosos tornam-se mais

prolongados isso pode contribuir para o desenvolvimento físico e intelectual do

indivíduo, tendo como uma das consequências o baixo rendimento escolar.

Segundo Teixeira ET AL (2001, p.5) “A principal fonte que contribui para a

contaminação do ser humano, encontra-se no solo e na água”. A contaminação do

meio ambiente ocorre quando os dejetos humanos são lançados diretamente no

solo, ou quando as redes de esgotos in natura são lançados nos rios. Rey (1992,

p.192) afirma que “o efluente de esgotos, mesmo que previamente tratados, podem

conter ovos viáveis que se disseminam pelos rios e campos”. O homem se

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contamina ao ingerir água ou alimentos contaminados com estes ovos ou larvas de

vermes.

A transmissão dos parasitos intestinais é mantida pela liberação dos estágios

do ciclo de vida (cistos, ovos e larvas) nas fezes. Na maioria dos casos, as novas

infecções dependem direta ou indiretamente de contato com material fecal e,

portanto, as taxas de infecção refletem padrões de higiene e medidas sanitárias. De

modo geral, os estágios dos parasitos nas fezes já são infectantes em curto espaço

de tempo. Estes parasitas geralmente são adquiridos pela ingestão de alimentos ou

água contaminados com material fecal. Algumas espécies são adquiridas através da

penetração de larvas infectantes na pele, com eventual migração para o intestino

(SIQUEIRA & FIORINI, 1996).

De acordo com Silva e Santos (2001) as doenças parasitárias importam pela

mortalidade resultante e pela frequência com que produzem déficits orgânicos,

sendo um dos principais fatores debilitantes da população, associando-se

frequentemente a quadros de diarreia crônica e desnutrição, comprometendo assim,

o desenvolvimento físico e intelectual, particularmente das faixas etárias mais jovens

da população.

As infecções intestinais por parasitas têm relação com os padrões

inadequados de hábitos individuais, coletivos, sendo a habitação, praças e escolas

os locais que oferecem maior risco de contaminação. Dessa forma, pode-se afirmar

que o fundamental é a educação.nPor ela desenvolve-se uma concepção global e

integrada do mundo, de vida e de humanidade.

Enfim, ações simples de mudanças e hábitos que promovam a saúde são

eficazes no combate às diversas infecções. Algumas medidas saneadoras, como o

tratamento da água e dos esgotos, a proteção de poços e caixas-d’água contra a

contaminação por mosca e outros animais, a fiscalização em matadouros,

supermercados e outros estabelecimentos que trabalham com alimentos são

indispensáveis para a prevenção de doenças causadas por parasitos. Nas escolas

as orientações de educadores precisam ser feitas continuamente por todos e não

apenas por aqueles que ministram aulas com objetivos relacionados à saúde, pois, à

medida que o educando é desafiado a aprofundar seu conhecimento, aumentam as

possibilidades para que ele faça uma releitura da realidade.

De acordo com Kovaliczan (1999, p.18)

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As crianças em decorrência do mau hábito de defecarem no solo, quando

parasitadas acabam contaminando o meio ambiente com ovos contidos na

suas fezes, os quais são dispersos pelas chuvas, ventos e poeira para rios,

córregos, hortaliças, frutas, pães. Além disso, são veiculados por insetos,

principalmente moscas, que carregam para outros ambientes ovos e outras

formas de parasitos em suas pernas, contaminando os alimentos não

protegidos.

Com relação e estes fatores de predisposições às doenças, sabe-se que os

grupos sociais economicamente privilegiados são poucos sujeitos os certos tipos de

enfermidades, cuja incidência é acintosamente elevada nos grupos economicamente

desprivilegiados. Os enteroparasitos, por exemplo, em sua maioria, estão

associados a locais sujos, como esgotos a céu aberto, córregos, lagoas e riachos

contaminados, que podem aumentar grande quantidade de dejetos e fezes

eliminados por pessoas enfermas, bem como o lixo que costuma atrair numerosos

insetos e roedores. Neves ET AL (2005).

A educação é um forte indicador de saúde: quanto mais um povo estuda,

mais tem condições de zelar pela sua saúde. Vale ressaltar que ações de educação

em saúde ganharam destaque nas últimas décadas seja devido às políticas públicas

em saúde ou pela atuação dos profissionais da área. É importante lembrar que tais

ações devem despertar interesses nos envolvidos, visto que podem perder a eficácia

quando não correspondem às reais necessidades do indivíduo ou do coletivo,

mesmo porque uma grande parte da população, que está voltada na luta pela

sobrevivência, sendo excluída de qualquer responsabilidade de reflexão sobre a

origem dos agravos, não se dando conta de que muitas infecções podem ser

evitadas com profilaxia simples.

Em qualquer aglomerado humano existem áreas de uso e interesse comum,

cuja conservação é responsabilidade de todos, ou seja, da comunidade. Sendo

assim, o cuidado com a limpeza e higiene de quintais, ruas, praças, é de

responsabilidade da comunidade, já medidas saneadoras, como tratamento da água

e dos esgotos deve ser cobrado das autoridades do município. Existem também

medidas individuais importantes: lavar as mãos antes das refeições, antes de

manipular e preparar alimentos, antes do cuidado de crianças e após ir ao banheiro

ou trocar fraldas, andar sempre com os pés calçados, cozinhar bem os alimentos.

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Carnes somente bem passadas, lavar com água potável os alimentos que serão

consumidos crus e se possível deixe-os de molho por 30 minutos em água com

hipoclorito de sódio a 2,5%, beber somente água filtrada ou fervida, manter limpa a

casa e terreno ao redor, evitando a presença de insetos e ratos, conservar as mãos

sempre limpas, as unhas aparadas, evitar colocar a mão na boca, não deixar as

crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água poluída.

DESENVOLVIMENTO

O presente estudo foi desenvolvido com 38 alunos, adolescentes de ambos

os sexos, na idade entre 12 e 13 anos, da 6ª série A, do período vespertino, do

Colégio Estadual Dr. Marcelino Nogueira, localizado no bairro Socomim, na cidade

de Telêmaco Borba-PR, contemplando o período de julho de 2010 a dezembro de

2010. Na tentativa de enfrentar as necessidades e limitações presentes no campo

educacional, o Paraná vem desenvolvendo desde 2007 o Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), que possibilita ao professor, depois de passar

por um processo seletivo, ausentar se de suas atividades profissionais e ao longo

deste tempo, desenvolver um projeto de pesquisa acompanhado de orientação

acadêmica, que posteriormente será aplicado na escola de origem do docente, além

de outras atividades, que somadas impulsionam a carreira do professor e buscam

dar melhor qualidade ao ensino paranaense, bem como compreendê-lo nas suas

diversidades.

Para a elaboração da proposta de implementação do projeto na escola, o

professor PDE contou com a colaboração dos professores do Grupo de Trabalho em

Rede (GTR) realizado no primeiro semestre de 2010. Os grupos de trabalho em rede

são formados pelos professores da rede estadual do Estado do Paraná, de mesma

área ou disciplina do professor PDE. Os professores atuaram neste GTR através de

encontros virtuais, fizeram contribuições fundamentadas teoricamente e orientadas

pela professora PDE, para a elaboração da proposta de implementação do projeto

na escola.

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As seguintes metodologias pedagógicas foram adotadas e desenvolvidas,

para determinar a importância da higiene na prevenção de parasitoses intestinais.

• Levantamento de dados, a respeito do entendimento dos alunos sobre o tema

proposto.

Este levantamento foi feito através de questões previamente elaboradas pelo

professor, na forma de questionário investigativo.

• Foram utilizadas metodologias participativas valorizando os pré-conceitos

com o auxílio dos recursos tecnológicos disponíveis na escola, livros, jornais e

revistas que tragam o assunto higiene na prevenção de parasitoses intestinais

para estimular fóruns de discussões em sala de aula.

• Foram valorizados os conhecimentos e experiências dos alunos, envolvendo-

os na discussão e busca de soluções-problemas, para as quais serão

utilizadas técnicas de dinâmicas de grupo, pesquisas, filmes, DVDs

informativos e outros.

• Os alunos realizaram uma pesquisa, junto à comunidade referente como se

faz a prevenção de parasitoses intestinais. Para a realização deste

procedimento a turma de alunos foram organizados em equipes e a

socialização da pesquisa foi apresentada através da metodologia que o grupo

optou (fórum, teatro, paródia, cartazes, apresentação oral, música, etc).

• Foram realizadas palestras sobre o tema de estudo proposto para enriquecer

o conhecimento dos alunos e esclarecer as dúvidas ainda existentes.

• Os alunos registrarão suas impressões e conclusões em forma de textos

ilustrativos, dramatizações,

• Em grupos menores os alunos utilizaram o laboratório para montar uma

apresentação em power point,apresentando o resultado de seus estudos para

as demais séries do colégio, para isso, utilizamram-se da Tv pendrive.

• Debate final em sala de aula sobre o que os alunos realmente aprenderam

sobre a importância da higiene na prevenção de parasitoses intestinais.

Após feita a apresentação do projeto para os alunos, mostrando fotos da

realidade da comunidade local, foi feita uma sondagem em sala de aula, através de

questionário investigativo sobre o que os alunos conheciam sobre o tema de estudo

proposto. O gráfico a seguir claro os desconhecimentos dos alunos em relação ao

tema.

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DIAGNÓSTICO DO QUESTIONÁRIO INVESTIGATIVO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

38

26

12

0

10

20

30

40

1

Nº de alunos que participaram do projeto

Não tinham conheicmento sobre o assunto

Conheciam o assunto, mas não sua problemática

Gráfico 1: QUESTIONÁRIO INVESTIGATIVO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA.

A partir do levantamento de dados deu-se início a realização das atividades

proposto no projeto piloto.

Pesquisa sobre o tema de estudo proposto. Primeiramente em sala de aula

com textos informativos, materiais devidamente selecionados anteriormente,

apresentação de slides com imagens e textos, apresentados pela professora para

em seguida iniciarem seus estudos. Primeiramente realizando estudos e pesquisas

em sala de aula partindo para as leituras e pesquisas na internet feita no laboratório

de informática do colégio, bem como, participação em palestras para em seguida

realizarem as atividades propostas no projeto piloto. As fotos abaixo demonstram

algumas das atividades realizadas no desenvolvimento do tema de estudo proposto.

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PESQUISA EM SALA DE AULA - FOTO: MÁRCIA HONORATO

PESQUISA NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA – FOTO: MÁRCIA HONORATO

Conforme Sato (2002, p. 17), é necessário gerar urgentemente “mudanças na

qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia

entre os seres humanos e destes com outras formas de vida”. Certamente é

participando de ações concretas que o educando será sensibilizado a tomar atitudes

na relação ser humano/ambiente, sendo capaz de atuar no processo de

transformação da sua realidade, integrando-se à natureza, em uma relação de

equilíbrio.

Ainda, de acordo com Driver (1983) as idéias prévias estão presentes em

todas as situações de aprendizagem. Nas atividades práticas, essas idéias

influenciam as observações e as inferências que constroem. Salienta que “[...] uma

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assimilação ou uma mudança conceitual não acontece em curto período de tempo, a

estruturação necessária de idéias pode requerer anos e não uma ou duas lições

podendo ser necessário adotar uma concepção evolutiva a longo prazo”. (Driver,

1988)

Através da argumentação na sala de aula o aluno pode se apropriar de

conceitos científicos sem, contudo, eliminar as suas concepções alternativas,

usando-as no contexto apropriado conservando múltiplos significados para um

mesmo conceito.

Espera-se no Ensino de Ciências que aluno possa superar os seus

conhecimentos prévios com o rompimento de conceitos errôneos, estabelecendo

relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, além de saber utilizar a

linguagem científica para comunicar-se e fazer do conceito científico algo

significativo em sua vida (PARANÁ, 2009).

Quando se fala em aprendizagem significativa no Ensino de Ciências tem que

se ter claro que ao se ensinar um determinado conteúdo, o mesmo será aprendido

se a ele forem aferidos significados, como ponto central no processo ensino

aprendizagem.

Para que isso se efetive o professor deverá assumir o papel de mediador

entre o que o aluno já sabe e o que se pretende ensinar; utilizando materiais

pedagógicos significativos e estratégias metodológicas adequadas.

Com o conhecimento adquirido através dos estudos realizados, os alunos

participaram de palestras e atividades práticas, onde puderam colocar em prática o

que aprenderam anteriormente, sentiram-se mais seguros para participar com

questionamentos e indagações, enriquecendo dessa forma seu conhecimento a

respeito do tema de estudo proposto.

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ATIVIDADE PRÁTICA/HIGIENE – FOTO: MÁRCIA HONORATO

A escola ao aceitar o novo e estando aberta a todas as culturas deve gerar

novas metodologias para trabalhar com seus alunos. O professor pode ajudar o

aluno a ter autonomia, sem se esquecer de seus direitos e deveres perante a

sociedade, incentivando-o a atuar como multiplicador de ações de cidadania.

A escola deve realizar atividades educativas de prevenção para que os alunos

conheçam os riscos a que estão sujeitos e, assim, a partir do conhecimento, possam

mudar seu comportamento e atitudes, podendo também ajudar com essas

informações corretas outros alunos do seu grupo. É só através do conhecimento que

eles poderão tomar consciência de seus atos e mudar sua prática social,

melhorando, assim, sua qualidade de vida.

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Professores e alunos possuem um lugar privilegiado para essas discussões,

pois é na escola que encontramos adolescentes de todas as faixas etárias e vindas

das mais diversas camadas sociais. Cada um com uma ampla diversidade de

indagações, o que enriquecerá ainda mais o trabalho pedagógico.

PALESTRA SOBRE HIGIENE DO CORPO – FOTO: MÁRCIA HONORATO

Para o ensino de Ciências, o professor se depara constantemente com

conhecimentos alternativos, tanto pela banalização da divulgação científica quanto

pelo uso de linguagem simplificada do conhecimento científico inclusive nos livros

didáticos. Então, o contato com a história da ciência pode propiciar ao professor

compreender como se desenvolveu o conhecimento científico (LOPES, 2007, p. 59).

Ao se considerar que o conhecimento científico apenas amplia o conhecimento comum ou ao se negar a existência de conceitos prévios sobre os mais diferentes assuntos, não se cuida para que os preconceitos e os erros das primeiras concepções sejam questionados, obstaculizam-se novos conhecimentos e cristalizam-se falsos conceitos (LOPES, 2007, p. 59).

Assim, a aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no

entendimento de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando 5

lhes atribui significados, afirma Lopes. Isso põe o processo de construção de

significados como elemento central do processo de ensino-aprendizagem. Portanto,

a construção de significados pelo estudante é o resultado de uma complexa rede de

interações composta por estudante, os conteúdos científicos escolares e o professor

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de Ciências como mediador do processo a ser atingido. Dessa forma, o estudante é

o responsável final pela aprendizagem ao atribuir sentido e significado aos

conteúdos. O professor é quem determina as estratégias que possibilita maior ou

menor grau de generalização e especificidade dos significados construídos. É do

professor, também, a responsabilidade por orientar e direcionar o processo de

construção (MOREIRA, 1999, p. 77).

A maioria dos alunos iniciou o trabalho desconhecendo as doenças causadas

por parasito e sua profilaxia e, no decorrer do processo, parte significativa da turma

ampliou seu conhecimento, como podemos observar no gráfico abaixo:

AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO APÓS A APLICAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

38

4

38

34

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1Nº de alunos avaliadosAlunos que se apropriaram do conhecimentoAproriaram-se parcialmente do conhecimentoConsideraram significativo o tema de estudo proposto

Gráfico 2: AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO INVESTIGATIVO APÓS A APLICAÇÃO DO

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA.

Percebemos, através do gráfico, que a maioria dos alunos apropriou-se do

conhecimento, acreditando ser significativo para a melhoria da qualidade de vida.

Segue alguns depoimentos dados pelos alunos ao término do projeto.

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“Foi muito bom ter participado desse projeto, aprendi muito, principalmente

que parasitoses são doenças graves e que nós através bons hábitos de

higiene podemos preveni-la.”

“Para mim que resido em um bairro carente, sem saneamento básico

adequado foi gratificante. Aprendi como cuidar melhor da minha saúde e da

saúde dos meus irmãos e que é muito fácil fazer isso. Basta cuidar da

limpeza da casa, do quintal, dos alimentos e do nosso corpo.”

“Antes do projeto eu sabia o que eram vermes, mas desconhecia a gravidade

dos problemas. Minha rua tem rede de esgoto e asfalto. Fiquei muito

impressionada com o lugar onde muitos alunos do meu colégio moram.

Acredito que o projeto foi bom para mim mas ajudou muito a eles,

principalmente a como prevenir as doenças provocadas por parasitos.”

“Eu moro em um bairro que não tem asfalto e nem rede de esgoto. A higiene

é ruim, tem muitos cachorros e muito lixo, mas passa um caminhão para

recolher o lixo uma vez na semana e tem um lugar para as pessoas por o

lixo. Na minha casa não tem banheiro, tem uma privada, na casa dos meus

amigos também. Eu aprendi com o projeto, que a higiene é importante para

não se pegar doença, aprendI que é fácil cuidar da saúde. Vou tentar

melhorar a higiene da minha casa e a minha também.”

Após a realização das atividades na escola, e tendo os alunos respondido um

questionário no inicio das atividades e um questionário no término, comparando os

dados observa-se um amadurecimento significativo, bem como a apreensão dos

conhecimentos cognitivos e atitudinais relacionados à temática estudada, visando o

planejamento de novas ações, buscando através de todas as ações o

desenvolvimento de uma nova relação com o meio

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Correlacionar os impactos causados pela intervenção do homem no meio

ambiente e suas repercussões sobre questões ambientais, sociais, econômicas,

políticas e culturais ainda consiste em uma tarefa difícil mesmo para pessoas com

nível universitário e que atuam como docentes no ensino básico. Entretanto, cada

um carrega consigo um corpo de conhecimentos oriundos de sua prática social, ou

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mesmo de sua vivência acadêmica, enquanto aluno e enquanto professor, que pode

ser reorganizado em um processo de estudo conjunto conduzido por um professor

que atue como mediador.

Nesse sentido, cabe ao professor promover meios para que os alunos

possam ter um grau de entendimento que lhes permita acesso à realidade, sabendo

contextualizar, analisar os fatos e suas relações. Não através da comunicação, mas

sim da consciência, do bom senso, da percepção e da relação entre os seres

humanos.

O desenvolvimento desse projeto não oportunizou somente o acréscimo de

informações/conhecimentos aos alunos participantes, mas também trouxe

informações importantes aos educandos de que ações simples e práticas podem

amenizar o problema vivido por muitos deles. Para tanto, fez-se necessário, realizar

diferentes atividades, que vieram acompanhadas de situações problematizadoras,

questionadoras e de diálogo, envolvendo a resolução de problemas e levando a

introdução de conceitos para que os alunos, tivessem a oportunidade de construir

seu conhecimento, tornando-se sujeitos no processo de ensino e de aprendizagem.

A participação de educadores, educandos e da comunidade em geral,

revelaram que os problemas como higiene e saúde, só serão sanados ou

amenizados com o envolvimento coletivo. Há necessidade de a população identificar

os problemas locais relacionados ao meio ambiente e, uma vez sensibilizados,

praticar atitudes corretas de sustentabilidade através da participação cidadã, com

respeito ao próximo e a natureza.

A Constituição Federal como a LBDEN 9394/96 apontam que esta instituição

tem o dever de garantir uma escola pública de qualidade, gratuita e para todos os

cidadãos brasileiros. Para tanto, o papel desempenhado pelo professor e a

efetivação de propostas educacionais que visem à inversão de dados estatísticos,

objetivando a melhoria da educação básica ofertada a grande maioria da população

brasileira é fundamental, a formação de cidadãos críticos, atuantes, dotados de

sensibilidade necessária para formar uma nação que caminhe rumo a um futuro

mais promissor.

O PDE, Programa de Desenvolvimento Educacional, ofertado aos professores

da rede pública do estado do Paraná, objetiva a Formação Continuada do professor

com o intuito de aprimorar a qualidade da Educação Básica no Estado, de acordo

com as necessidades educacionais e socioculturais da comunidade escolar, sendo

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que as instituições de ensino superior estariam envolvidas diretamente na execução

e avaliação da maior parte das ações.

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