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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

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ME I

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PRÁTICAS DE PRESERVAÇÃO

DA ÁGUA

Autora: Maria Rosangela de Oliveira Bonin1

Orientador: Prof. Dr. Edson Aparecido Proni2

RESUMO

O referido trabalho desenvolveu práticas aplicadas em sala de aula para estimular a conscientização de alunos da Escola Estadual Antonio Garcez Novaes de Arapongas PR, em relação ao consumo e economia de água na escola e comunidade. Para tal, foram realizadas sete ações interligadas para melhor compreensão dos alunos como: vídeos, criação de slogans, análise de contas de água, aplicação de questionário, mostra de profissões, montagem de mapas conceituais e confecção de camisetas e panfletos com o tema do slogan selecionado. Os resultados obtidos mostraram a participação de todos os alunos, os quais não apenas empreenderam as atividades propostas, mas também se propuseram a divulgar as mesmas para outras escolas da cidade. Palavras-chave: Consumo de água, economia de água, água.

ABSTRACT

This work has developed practices used in the classroom to stimulate the awareness of students of Antonio Garcez Novaes State School - Arapongas/PR, in relation to the practice of consumption and saving water at the mentioned school and also in the community. For this purpose, seven interconnected actions for the students´ better understanding were carried out, such as videos, brainstorming of slogans, analysis of water bills, questionnaires, profession displays, assembly of concept maps and making T-shirts and flyers with the theme of the slogan selected. The results showed the participation of the all students, who not only undertook the activities brought forward but also propose make them public at other schools in the city. . Keywords: Water consumption, saving water, water.

1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná, participante do Programa

de Desenvolvimento da Educação (PDE). e-mail: [email protected]

2 Professor Dr. orientador do Departamento de Biologia Animal e Vegetal,

Universidade Estadual de Londrina, e-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

É inegável a importância da água para a manutenção das formas de

vida na terra, sendo o ser humano dependente deste bem para realizar suas

atividades. Segundo dados da FAO, divulgados por CLARKE & KING (2005), o

volume de água doce na terra é fixo, não pode aumentar nem diminuir, por isso

há que se atentar para a qualidade da água. Das águas do planeta, apenas

2,5% são doces e mais de dois terços não estão disponíveis para o uso

humano. A maior parte da água consumida no mundo, principalmente nas

regiões mais secas, é utilizada para a agricultura, ou seja, 69%. Em segundo

lugar vem o uso industrial que corresponde a 21% do uso da água no mundo.

O uso doméstico conta com apenas 10% da água utilizada.

Diante do problema de escassez de água, poluição e degradação

ambiental, é preciso desenvolver uma cultura em relação aos recursos

ambientais, pois a preservação do ambiente depende de uma consciência

ecológica, cuja formação relaciona-se com a educação (GADOTTI, 2000).

Segundo CUBERO (1998) a aprendizagem significativa só ocorre

quando quem aprende constrói sobre uma experiência e conhecimentos

anteriores, incorporando o novo conjunto de idéias que se dispõe a assimilar.

Entende-se que a aprendizagem é significativa, para o aluno, se ele se utilizar

de seus conhecimentos já adquiridos, juntamente com as novas idéias

propostas para um melhor entendimento e aplicabilidade do processo em

questão.

De acordo com AZEVEDO (1999) uma das preocupações mais atuais

quando se trata do tema meio ambiente, são com as estratégias, técnicas,

maneiras adequadas de se abordar a temática, geralmente o professor busca

algo pronto. Assim, se propõe que o professor juntamente com os alunos crie

as formas mais adequadas e o melhor caminho para abordagem do tema.

Frente ao quadro de escassez de água potável, exploração de recursos

naturais, consumo exagerado, degradação ambiental, entre outros problemas,

a Educação ambiental se constitui num novo olhar sobre a realidade, um

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caminho para reinterpretar o mundo, e também, capacitar para a cooperação

na procura de novos paradigmas sociais. Uma educação que propicie

condições em que os estudantes possam refletir sobre os problemas que

afetam não só a sua vida, mas também a do planeta, e desenvolvam sua

capacidade de atuação. (NUNES & LEVY, 2003).

Na Escola Estadual Antonio Garcez Novaes de Arapongas, PR,

constatou-se que o consumo de água poderia ser amenizado, uma vez que o

mesmo estava em torno de 210.000 litros por mês. Sendo assim tornou-se

necessário incrementar uma mudança de comportamento junto aos alunos

através de práticas e ações referentes ao tema. Portanto, este trabalho teve

como objetivos principais diminuir tal consumo através de práticas de consumo

racional e preservação hídrica.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No Planeta Terra, 97% de toda água existente são salgadas; do

restante, água doce, apenas 0,03% disponíveis nos rios, lagos e superfícies.

No caso particular do Brasil, 20% de toda água doce disponível no planeta,

está na bacia Amazônica, distante das grandes concentrações urbanas e

industriais (PORTUGAL, 1991).

Ainda, segundo o mesmo autor, o homem é o grande consumidor de

água doce. Em números aproximados, o consumo de uma família na cidade é

seis vezes maior que no campo. Uma descarga sanitária equivale a doze litros,

e para encher uma banheira ou lavar uma quantidade de roupas em máquina,

o consumo é de 120 litros. Desta forma, torna-se imprescindível reutilizar a

água doce através de técnicas e projetos de preservação.

Educação ambiental é um processo que consiste em propiciar as

pessoas uma compreensão critica e global do ambiente, para elucidar valores e

desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e

participativa (MEDINA, 2002).

LUCK (1995) conceituou educação ambiental como sendo um

processo contínuo da capacitação que, sem sacrificar a necessidade de

desenvolvimento, participa ativamente da conservação do meio ambiente

contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

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A preservação ambiental é uma unanimidade na sociedade

contemporânea. No entanto, é preciso refletir criticamente sobre como este

consenso vem se construindo, particularmente nas atividades de Educação

Ambiental formal e na práxis do movimento ambientalista, explicitando as

contradições que estão por detrás do discurso hegemônico de salvação da

natureza e do planeta. Esta necessidade se faz premente ao se observar que a

atuação dos educadores ambientalistas conduz suas iniciativas, quando se

limitam à instrumentalização e á sensibilização para a problemática ecológica,

a serem mecanismos de promoção de uma modernidade capitalista que busca

se afirmar verde e universal em seu processo de reprodução (BAETA &

BETAL, 2008)

Ainda segundo o mesmo autor, no momento em que rumamos para a

mercantilização da natureza, a privatização dos meios que asseguram a

liberdade individual e a banalização da vida coletiva, os autores reafirmam que

a realização humana só pode ser o produto do trabalho coletivo, da ação

política articulada e vinculada às praticas educativas que almejam a

concretização da cidadania plena e ecológica. A importante e vigorosa defesa

teórica de uma perspectiva transformadora da educação ambiental favorece o

reconhecimento dos recursos naturais como bens coletivos e do ambiente

como resultante de múltiplos fatores históricos, sociais e naturais cujos modos

de apropriação e gestão são objetos de debate público, orientados pelos

anseios de crescente democratização dos processos decisórios.

A cidadania está amplamente relacionada ao fazer Educação

Ambiental. Articular o exercício da cidadania ao enfrentamento da questão

ambiental não pressupõe penas a conscientização dos deveres individuais

determinados pela moral ecológica, mas, sobretudo, a conscientização dos

direitos coletivos definidos pela negociação política, criando a nova cultura da

Gestão Ambiental participativa. Isso implica reconhecimento de que a crise

ambiental contemporânea, mais do que uma questão individual e privada é

uma questão coletiva e pública. Implica reconhecer, ainda, que os seres

humanos não compartilham em igualdades de condições tanto das

responsabilidades como dos efeitos da crise ambiental. (BAETA, et. al, 2008)

A Educação Ambiental, segundo SATO (2003), “tem sido identificada

como transdisciplinar, isto é, deve permear todas as disciplinas do currículo

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escolar”, mesmo porque dificilmente encontra-se um profissional de formação

polivalente que detenha todos os conhecimentos inerentes à

multidimensionalidade associada à questão ambiental. Também ressaltou que

há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares,

como atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora da sala de

aula, produção de materiais locais, projetos ou qualquer outra atividade que

conduza os alunos a serem reconhecidos como agentes ativos no processo

que norteia a política ambientalista. Em conseqüência da convicção de que a

Educação Ambiental está relacionada somente à ecologia, os conteúdos a

serem desenvolvidos são de cunhos científicos difíceis de serem

operacionalizados em sala de aula.

Além disso, o referido autor afirmou também que os professores de

outras áreas não se sentem seguros em desenvolver esta temática no âmbito

de suas respectivas disciplinas. Da mesma forma quando professores

elaboram o conteúdo, escolhem o livro didático, ou utilizam determinadas

metodologias de ensino, há um engajamento dentro de um processo político

que conduz a uma escolha ideológica por isso a neutralidade da educação não

pode existir. Cabe aos professores, por intermédio de prática disciplinar, propor

novas metodologias que favoreçam implementar a Educação Ambiental

sempre considerando o ambiente imediato, relacionando a exemplos de

problemas ambientais atualizados.

Segundo JÚNIOR & PELICIONE (2002) o educador precisa estar

preparado para reconhecer as causas e as conseqüências dos problemas

ambientais e ter uma visão critica da realidade na qual está inserido. Desta

forma, de acordo com REIGOTA (1998), os professores exercem um papel

muito importante no processo de construção de conhecimento dos alunos, nas

modificações dos valores e condutas pró-ambientais, de forma crítica,

responsável e contextualizada

Para JACOBI (1997) a educação ambiental deve atuar no sentido de

buscar a solidariedade, à igualdade e o respeito á diferença através de formas

democráticas de atuação baseadas em práticas interativas e dialogadas.

Nesses casos, o objetivo é criar no educando, novas posturas e

comportamentos frente ao consumo da nossa comunidade escolar, como

também estimular na mudança de valores individuais e coletivos. Assim, a

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escola pode transformar-se no espaço em que o aluno terá condições de

analisar a natureza em um contexto levando-o a práticas sociais.

O nome do nosso planeta é Terra, mas poderia muito bem se chamar

Água, já que ela cobre a maior parte da superfície. Porém, isso não significa

abundância de recursos, já que boa parte da água está congelada nos pólos ou

é salgada. No Brasil, o desperdício de água chega a 70% e nas residências

temos até 78% do consumo de água sendo gasto no banheiro. Tudo isso pode

se alterar com simples mudanças de hábitos, assim como: no banho

demorado, na escovação dos dentes, ao lavar as louças, ao lavar as calçadas

e ao lavar o automóvel. A palavra do momento é economizar. Afinal, cada gota

economizada é um ponto a mais na luta para que o planeta não seque. O

desperdício residencial é o campeão. As maiores vilãs domésticas são as

válvulas convencionais de descarga. Elas usam 40% da água de toda a casa.

Casa segundo que a pessoa permanece com o dedo na descarga são dois

litros de água desperdiçados. (CAETNEWS-HOME, 2007)

Quando o desperdício é observado à níveis econômicos, percebe-se

que quem desperdiça não é necessariamente economicamente rico. O povo

americano (rico) desperdiça muito, o povo brasileiro (pobre) também

desperdiça. O japonês (rico) não desperdiça. Onde estariam os motivos da

discrepância? A conclusão foi que nos países onde há abundancia de espaço e

abundancia de recursos minerais, agrícola e outros de origem física, química e

biológica, não existem uma preocupação embutida de poupança desses

recursos, em segundo lugar conclui-se que aqueles países que não sofreram

guerra em seus próprios territórios, não sentiram a necessidade de se defrontar

com uma economia de guerra, em grau muito forte, para a sustentação de seus

povos e também, para a reconstrução daquilo que foi destruído nos seus

territórios, em termos de bens materiais. Dessa forma, o Japão e muitos países

da Europa, que passaram por guerras em seus territórios, têm uma consciência

maior no combate ao desperdício. (PORTUGAL, 1991)

De acordo com o esse autor, é interessante tentar, junto aos alunos,

levantar soluções para economizar água nas nossas atividades cotidianas,

como por exemplo, varrer a calçada com uma vassoura e não com água,

fechar a torneira ao escovar os dentes, evitar banhos demorados.

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Segundo a Agencia Nacional de Águas (ANA), 40% da água retirada

no país é desperdiçada. Os próprios números comprovam o tamanho do

problema. São retirados dos rios e do subsolo no Brasil 840 mil litros de água a

cada segundo. Ao dividir esse número pela população de 188,7 milhões de

brasileiros, chega-se a conclusão que cada habitante consumiria em média,

384 litros de água por dia. Quando se leva em conta o relatório de

desenvolvimento humano 2006, divulgado pelo programa das Nações Unidas

para o desenvolvimento (PNUD), o gasto médio diário do brasileiro cai para

185 litros. Parte da diferença (199 litros) foi utilizada na agricultura, na

pecuária, na indústria, mas a maior parte, em torno de 150 litros, foi

desperdiçada. (O GLOBO CIENCIA, 2007)

3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho desenvolvido foi efetuado por sete ações (anexos 1, 2 e 3)

diferentes interligadas entre si, essa divisão foi feita para uma melhor

compreensão dos alunos, visto que o tema já é de conhecimento de toda a

população, no entanto, poucos têm consciência da dimensão do problema que

a falta de água poderá causar. Foi selecionada uma das oitavas séries do

colégio com alunos com faixa etária entre 14 e 16 anos, matriculados no

período matutino, a sala possuía 40 alunos, os quais participaram dessas

ações. Na terceira ação apenas 30 alunos levaram as contas de luz, no entanto

todos participaram das analises das mesmas. Os motivos para que os alunos

não levassem a conta de água foram: alunos que moravam na zona rural, pais

que não permitiram que as contas fossem levadas, por morarem em

apartamentos e por ter a conta de água coletiva. Dessa forma 30 contas foram

computadas.

Foram desenvolvidas as seguintes ações:

1 - Esta ação teve como principal objetivo a interação e inspiração dos

alunos com o tema. Foram apresentados alguns dois vídeos: Água Vídeos com

duração de 1:30h, e Água na Boca com Duração de 1:43h. Esses vídeos foram

gentilmente enviados pela SABESP. Nesta etapa também houve uma palestra

de aproximadamente 45min, onde uma Bióloga relatou com recursos

audiovisuais como fotos a importância do não desperdício de água.

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2 - Nessa os mesmos criaram slogans, onde houve a seleção de uma

frase e um desenho dos quais foram feitos posteriormente panfletos e

camisetas que foram usadas nas outras fases do trabalho.

3 - Essa terceira ação correspondeu à análise das contas de água das

respectivas residências, essa análise foi observada não apenas em uma etapa,

mas durante os quatro meses que ocorreu todo o trabalho com o intuito de

alertá-los em relação ao desperdício e economia em suas residências. Para tal

procedimento foi preenchido uma ficha contendo dados de consumo mensal e

o nome dos referidos alunos.

4 – Os alunos responderam a um questionário individual a respeito de

como foi o consumo de água em seus respectivos bairros e residências.

5 - Numa visita a uma Mostra Cultural de Profissões, no Colégio Prima

de Arapongas, PR, no dia 22/10/2010 os alunos puderam fazer perguntas

sobre o tema, além de observar projetos ecológicos que estavam sendo

desenvolvidos no stander de Engenharia Ambiental ali montado.

6 - Etapa que correspondeu a montagem de mapas conceituais

baseado nos conhecimentos até então adquiridos.

7 – Essa etapa foi a mais importante, sendo que todos utilizaram

camisetas com o desenho criado na primeira etapa. Os alunos fizeram grupos

de monitoramentos com a divulgação do consumo consciente abordando as

diferentes formas de economia e desperdício de água nas demais salas de

aula da escola, seguidamente com a distribuição de panfletos criados por eles

mesmos.

4 RESULTADOS

Ao assistirem os vídeos da SABESP, muitas idéias surgiram para a

criação do slogan, o qual vê por objetivo sensibilizar a comunidade sobre o

desperdício da água. Os alunos demonstraram muito interesse ao perceber

que a porcentagem de água para abastecimento existente no Planeta é muito

baixa, e, no entanto tem diminuído a cada dia. Isso provavelmente fomentou

grande empenho pelo desenvolvimento dos trabalhos em educação ambiental.

O tema escolhido para o desenvolvimento do projeto foi: “ÁGUA: USE

COM INTELIGÊNCIA E ECONOMIZE COM CONSCIENCIA”. Essa frase foi

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selecionada para confecção dos panfletos e camisetas. Assim pela proposta

inicial, os alunos demonstraram criatividade e senso crítico, uma vez que a

escolha foi feita por parte dos próprios.

Através da conta de água mensal observou-se um parâmetro de como

era o consumo médio de água nas residências dos alunos. Foi muito

importante salientar uma informação concreta de quanto e como estão

economizando ou desperdiçando água.

Com a aplicação de um questionário sobre o cotidiano familiar em

relação ao uso de água, pode ser observado que houve grande desperdício na

maioria das residências. Os dados constam nas figuras 1, 2, 3 e 4.

A figura 01 mostrou o consumo e o desperdício, pois os alunos

marcaram mais de uma opção, o que demonstrou que o desperdício em suas

residências foi muito maior do que poderia ser considerado ideal.

Figura 1: Formas de desperdícios mais observadas em casa

Na figura 02 outro problema apresentado no questionário foi a falta de

diálogo em relação ao desperdício na residência, dos 40 alunos apenas 03

alunos, ou 12%, disseram que a família fala sobre o assunto com relativa

freqüência.

20

12

14

2

6

13

6

banho

escovando os dentes

lavando a roupa

jardim

limpeza geral da casa

lavagem (quintal, calçada)

outros

FORMAS DE DESPERDICIOS

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Figura 2: Você discute com sua família o problema do desperdício?

Na figura 03, mostra o apoio que os alunos teriam, e ou tiveram caso

decidissem economizar e evitar o desperdício de água em suas residências

Figura 3: Postura para evitar o desperdício com o apoio da família.

Pode ser observado que todos os alunos citaram que teriam o apoio de

alguém, mas o mais interessante foi que a grande maioria respondeu que teria

mais apoio de toda a família e não apenas de um membro da mesma.

Na figura 04 constam a quantidade de alunos que estavam dispostos a

conscientizar não apenas a família, mas também a comunidade através de

reuniões para mostrar a economia hídrica.

3

10

15

12

0 10 20

Sempre

Quase sempre

Nunca

Não faz essa observação

DISCUSSÃO DO PROBLEMA (DISPERDICIO DE ÁGUA)

12

8

5

15

0 10 20

Mãe

Pai

Irmãos

Toda Familia

APOIO DA FAMILIA

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Figura 4 quantidade de alunos dispostos a promover ações contra o desperdício de

água.

Na visita à exposição cultural “MOSTRA DE PROFISSÕES” os alunos

conheceram o dia-a-dia da profissão de Engenheiro Ambiental, a qual é uma

carreira dedicada na preservação dos recursos hídricos da região.

Com a apresentação de mapas conceituais, os mesmos grupos deram

a dimensão da qual foi à aprendizagem, pois todos esboçaram a sua maneira,

tudo que lhes foi apresentado.

Alguns mapas conceituais surpreenderam na riqueza de detalhes,

sendo possível observar o empenho dos mesmos a respeito da temática

proposta.

Os alunos realizaram um monitoramento vestindo as camisetas com

referido slogan e foram de sala em sala fazendo a abordagem do referido tema

aos demais estudantes da escola. Durante essa fase o resultado obtido foi o

esperado e com grande êxito, pois os alunos puderam colocar em pratica tudo

que vinham preparando desde o inicio do trabalho, dando mini-palestras para

as salas. Entregaram os panfletos e tentaram passar para os demais um

pouco da experiência que tiveram. Houve uma interação de toda a comunidade

escolar a partir dessas praticas efetuadas.

O desenvolvimento dessas ações não se esgotou nas aulas de

ciências, como já foi mencionado anteriormente, mas a partir da aplicação das

inúmeras áreas do conhecimento e de um diálogo constante. Foi possível

8

15

5

12

0 10 20

Falaria Pessoalmente

Faria uma Reunião Comunitária

Levaria o problema aos órgãos publicos

Utilizaria de faixas panfletos e outros

SINAL DE ALERTA

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chegar a uma sensibilização para a maioria dos estudantes de que a água é

um bem precioso e que deve ser consumido de forma racional porque,

futuramente, ela poderá se tornar rara caso continue ocorrendo o desperdício.

Todas as ações desenvolvidas foram relevantes na implementação

desse trabalho sendo que, o objetivo principal foi sensibilizá-los para o não

desperdício e que é possível diminuir através de práticas de consumo racional

e preservação hídrica.

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Dessa forma, foi nas atividades de interdisciplinaridade que

observamos que Educação Ambiental não abrangeu apenas a disciplina de

Ciências, afinal esse trabalho também teve auxílio da disciplina de Matemática,

ao fazer os cálculos do consumo de água residencial. Também pode-se dizer

que teve a participação da disciplina de Arte ao criar os slogans, Português

quando estava sendo debatidas e escolhidas as frases apresentadas como

tema do projeto e Geografia ao abordar as diferenças de consumo entre países

e culturas.

Assim, isso foi a base para que os alunos tivessem conhecimento e

argumento para estarem levando posteriormente as informações até as outras

salas de aula da escola, com um bom domínio do conteúdo abordado que

dessa forma tornou-se imprescindível.

As a pessoas muitas vezes necessitam mais que palavras para se

sensibilizarem em determinados problemas, afinal a escassez de água não é

algo que irá atingir o Planeta em curto prazo, sendo assim os argumentos

tornam-se abstratos e dessa forma quando o professor apenas fala, cria-se

uma incógnita se realmente todas as catástrofes propostas irão ter as mesmas

proporções que estão sendo apresentadas.

Ao demonstrar aos alunos de forma prática, vídeos, palestra e fotos,

houve uma conscientização e interação real dos alunos com esse problema

contemporâneo, ficando claro que essa preocupação com a escassez de

recursos hídricos só emergiu com o surgimento da vida moderna.

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Portanto, devemos estar atentos aos problemas sócio-ambientais e

assumirmos compromissos em busca de uma nova ética que venha se basear

na educação ambiental para construção de um olhar com sustentabilidade.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, G. C. Uso de jornais e revistas na perspectiva da representação

social de meio ambiente em sala de aula. In: Verde Cotidiano: O meio

ambiente em discussão. São Paulo: PUC, 1999.

BAETA, A. M. et al. (Orgs). Educação Ambiental: repensando o espaço

cidadania. 4a Ed. São Paulo. Cortez, 2008.

CUBERO, R. Como trabajar com las ideas de los alumnos. Sevilla: Díada,

(Série Fundamentos, v.8), 1998.

CLARKE, R. et KING, J. 2005. O atlas da água. São Paulo: Publifolha.

CAETENEWS – Home. O portal da cidade. Planeta água: Desperdício. Caeté,

24 de agosto de 2007. Disponível em: <HTTP:/WWW.cetenws.com.br>. Acesso

em 26 nov. 2009.

GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre. Artes Médicas

SUL, 2000.

LUCK, Heloísa. Pedagogia interdisciplinar – fundamentos teorico-

metodológicos. Vozes. Petrópoles, 1995.

MEDINA, N. M. Formação de Multiplicadores. In: Pedrini AG (org) O contrato

Social da Ciência, unindo saberes na Educação Ambiental. Vozes. Petrópolis.

Brasil. 2002.

NUNES, M. T. O.; LEVY, M. I. C. Contribuindo à Ambientalização da Escola:

Conhecer as idéias dos alunos e trabalhar a partir e com elas. II Simpósio

Brasileiro de Educação Ambiental. UNIVALE/Itajai SC, dez. 2003

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O GLOBO ONLINE – Desperdício de água no Brasil chega a 40%: Globo

Ciência, 29/04/2007. Disponível em: oglobo.globo.com/ciência/mat/.../

295559263.asp. Acesso em: 12 de jan. 2010.

PHILIPPI, J. A.; PELICIONE, M. C. F. Educação Ambiental: Desenvolvimento

de Cursos e Projetos. 2a ed. São Paulo. Usp/Signus, 2002.

PORTUGAL, G. Home. Artigos Publicados. Curtas. Jun. 1991. Disponível em:

<http://www.gpca.com.br/girl/art18.htm> Acesso em: 02 mar.2010.

REIGOTA, M. A floresta e a escola. São Paula. Cartaz.1998.

SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos. Rima. 2003.

ANEXOS

Anexo 01 Proposta de atividades ATIVIDADES DE PESQUISAS Durante algumas aulas, os alunos estarão respondendo algumas questões a respeito de desperdício de água. Abaixo, em anexo, existem alguns exemplos. Pesquise sobre a água e responda as questões abaixo: 1) Nosso planeta é coberto com......% de água; disponível é.......% a) 50%; 50%. b) 60%; 40%. c) 97%; 0,03%. d) 75%; 25% 2) Observe em sua casa, por alguns dias,e assinale abaixo qual (ais) alguma (as ) forma (as) de desperdício: ( ) banho ( ) escovando os dentes ( ) lavando roupa ( ) jardim ( ) limpeza geral da casa ( ) lavagem (quintal, calçada) ( ) outros 3) Você discute com sua família o problema de desperdício: ( ) sempre ( ) quase sempre ( ) nunca ( ) não faço essa observação 4) Caso tomasse uma postura de evitar o desperdício, em casa, de quem você teria maior apoio: ( ) mãe ( ) pai ( ) irmãos ( ) de toda a família

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5) Na rua ou no bairro em que você mora, qual a maior forma de desperdício que você observa? ( ) jardim ( ) calçada ( ) carro ( ) vazamento 6) Sua família tem o hábito de usar um esguicho na extremidade da mangueira para controlar o fluxo de água? ( ) Sim ( ) Não 7) Como início de uma nova postura diante do desperdício de água em sua casa, rua ou bairro, o que você faria inicialmente em sinal de alerta? ( ) falaria pessoalmente. ( ) levaria o problema aos órgão públicos ( ) faria uma reunião comunitária ( ) utilizaria de faixas, panfletos e outros. 8) Na sua escola, qual (ais) a (as) matéria (as) que questiona (m) o tema desperdício de água: ( ) Português ( ) Ciências ( ) Geografia ( ) Matemática ( ) Ed.Física ( ) História ( ) Inglês ( ) Ed.Artística ( ) nenhuma 9) Das situações abaixo, qual é a fonte de maior desperdício no Brasil: ( ) residências. ( ) indústrias. ( ) irrigação ( ) pecuária 10) Você gostaria de trabalhar , em sua escola, como monitor no controle do consumo de água? ( ) Sim ( ) Não

Anexo 02

Modelos de mapas conceituais como forma de direcioná-los na construção de outros com o tema água.

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Anexo 03 Figuras sobre o desenvolvimento das atividades desse trabalho.

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Esclarecimentos sobre o PDE.

Vídeos sobre água.

Video sobre água

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O slogan escolhido pela turma.

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Camiseta usada, pelos alunos, nos monitoramentos.

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Panfletos distribuídos durante os monitoramentos