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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7 Cadernos PDE VOLUME II

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2008

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

UNIDADE TEMÁTICA

TÍTULO: AUTO-ESTIMA, CABELOS E NUTRIÇÃO

PROFESSORA PDE – SONIA RAQUEL DE ANDRADE

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

ORIENTADORA – EVELYN ALMEIDA LUCAS GONÇALVES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

UMUARAMA - PR

2008/2009

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AUTOAUTOAUTOAUTO----ESTIMA, CABELOS E NUTRIÇESTIMA, CABELOS E NUTRIÇESTIMA, CABELOS E NUTRIÇESTIMA, CABELOS E NUTRIÇÃOÃOÃOÃO

Sonia Raquel de Andrade ([email protected]) Colégio Estadual Tiradentes Ensino Médio e Fundamental – Umuarama Universidade Estadual de Maringá Resumo

Através dos tempos os cabelos fascinam toda a humanidade. Inúmeras fórmulas, poções mágicas, medicamentos exóticos e milagrosos foram criados para a sua manutenção, embelezamento e tratamento de sua perda. Essas ações eram tomadas devido às influências das alterações nos cabelos sobre a aparência física e a auto-estima. Este estudo constitui uma breve síntese dos alimentos e das técnicas funcionais que otimizam os nutrientes para o corpo e os cabelos, prevenindo e suprindo suas carências para a conquista da saúde e o fortalecimento da auto-estima. Palavras-chave: nutrição – cabelos – saúde – auto-estima

1. A Influência dos Cabelos na Auto-estima

Diversos estudos mostram o impacto dos cabelos na auto-estima. Entre outros

aspectos, pessoas de ambos os gêneros alegam que os cabelos conferem estilo e

personalidade, revelam os valores das pessoas e o cuidado que têm consigo mesmo.

Para os entrevistados, os cabelos transmitem uma mensagem própria, a posição na

sociedade e a forma de se relacionar com os outros16.

A auto-estima é um tema amplamente comentado e tem recebido diversas

abordagens. PASINI (2007) considera a auto-estima algo difícil de descrever por ser

inconstante e estar em função do passado, do conjunto de experiências vividas e também

dos acontecimentos atuais. A auto-estima é “a avaliação objetiva, honesta e favorável da

própria pessoa, que influencia todas as suas experiências e a sua qualidade de vida” 11.

À luz da psicologia, a auto-estima é a principal ferramenta para o ser humano

enfrentar os desafios do cotidiano, atuando como um sistema imunológico emocional17.

Entendida dessa forma, a auto-estima é o potencial que cada pessoa tem para lidar bem

com as frustrações e conflitos impostos pelo cotidiano, de fortalecimento para a tarefa de

existir e sobreviver.

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São pontos fundamentais para definir a auto-estima: o amor a si mesmo, a visão de

si e a auto-confiança15. A confiança em si mesmo tem a necessidade de ações e

acontecimentos para se manter ou desenvolver. Nesse caso, pequenos sucessos da vida

cotidiana são necessários ao equilíbrio psicológico.

Para alcançar um bom nível de estima e confiança em si mesmo é necessário

conhecer-se. A auto-avaliação é uma alternativa adequada, pois, quando o indivíduo

mensura as suas possibilidades reforça positivamente a própria imagem, produzindo um

estado de bem estar e maior criatividade15.

ZAKABI (2007) compartilha esse ponto de vista, mas soma algumas

considerações. Uma pessoa com auto-estima elevada acredita ter o controle da própria

vida, sente-se confiante em lidar com os contratempos e almeja alcançar o sucesso

pessoal e profissional. Desde o início da civilização, a história é movida por pessoas que

confiam de tal forma nas próprias idéias que se sentem estimuladas a dividí-las com os

outros, como é o caso de cientistas, artistas e políticos. “O filósofo grego Aristóteles já

observava que a esperança e o entusiasmo, juntos, formam a centelha da auto-confiança,

sem a qual os jovens não teriam futuro” 17.

A auto-estima é fundamental. Sem ela, não há terreno fértil para as grandes

descobertas nem para o surgimento dos líderes. Isso vale dizer que, quem não acredita

em si mesmo, acha que não vale a pena dizer o que pensa.

Um indivíduo dotado de uma auto-estima fortalecida é uma pessoa positiva e

construtiva contrapondo-se àqueles com baixa auto-estima que criam uma dependência

das comparações com o comportamento alheio. Passam a agir movidos pela aprovação

ou não das pessoas com as quais se relacionam15.

Critérios pessoais são tomados para a auto-avaliação e para melhorar a auto-

estima, conforme a escolha do indivíduo e a importância pessoal. Assim, algumas

pessoas têm auto-estima muito baixa devido a sua aparência física, ao passo que, para

outros, esse é um critério secundário11. Ter boa aparência é essencial para a auto-estima

porque o aspecto físico é o mais imediato, aquele que menos depende do contexto, uma

vez que a beleza, por si mesma, manifesta-se em todas as ocasiões. O peso dessa

cultura, que valoriza a imagem e o status social, influencia diretamente no modo como as

pessoas se vêem e agem, especialmente no caso dos profissionais que estão em contato

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direto com o público e, consequentemente, expostos a julgamentos e à confiabilidade

passada pela imagem.

PASINI (2007) observa que vivemos numa sociedade baseada na aparência e a

auto-estima busca recursos também no exterior. Cada vez mais o valor é legado à

aparência e não à dimensão interior e o corpo determina maior ou menor confiança em si

mesmo. Nesse caso, a não inclusão de um indivíduo num determinado grupo gera

discriminação: a discriminação separa, impede aproximações e o crescimento com

experiências distintas.

Diversos significados são atribuídos ao vocábulo discriminar. BARROS (2008)

seleciona a discriminação sociológica como a mais comum, classificada em social, racial,

religiosa, sexual, étnica e estética. A discriminação estética acontece quando alguém se

faz valer de alguma característica do outro, intensificando ou diminuindo, para excluir,

afastar ou constranger. As vítimas de discriminação estética são as pessoas que fogem

do padrão de aparência aceito por uma determinada sociedade.

Idéias como essas adentram o ambiente escolar. As crianças e os adolescentes

absorvem as pressões da sociedade capitalista, influenciados pela mídia e isso gera

preconceitos. Os meios de comunicação impõem novos padrões de sucesso

estabelecendo que o indivíduo aceito ou feliz é aquele que tem um rosto sem espinhas,

cabelo liso, corpo magro e altura elevada. Em conseqüência, a crueldade das

brincadeiras entre estudantes tem o poder de influenciar, pouco a pouco, a auto-estima.

As observações negativas são internalizadas tornando-se ponto de referência para o

autoconceito do aluno13. Para ilustrar LEITE JUNIOR (2007) lembra que desde pequenos

frequentemente ouvem-se comentários a respeito do “cabelo ruim” no sentido de que

“ruim” seja sinônimo de “feio”.

Crianças precisam se sentir parte de um todo e, nessa fase, o sentimento de

exclusão pode conduzir a uma falsa idéia de que a aparência ideal equivale a um padrão

estético imposto1. PASINI (2007) recomenda cuidado, pois inúmeras adolescentes se

fixam numa parte de seu corpo, chegando à convicção de que são “diferentes”, até

repugnantes.

HARTER citado por PASINI (2007), afirma que aproximadamente aos oito anos de

idade o indivíduo constrói a sua auto-estima em função das competências e dos sucessos

realizados nos campos por ela eleitos importantes. Erroneamente acreditava-se que o

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grau de auto-estima definido na infância estaria intocado ao longo da vida mas, nos

últimos anos a psicologia pôs fim a essa teoria. “Hoje se sabe que é possível desenvolver

a auto-estima em qualquer idade e mantê-la elevada para sempre” 17.

Reportando ao estudo referenciado no início desta unidade, ao questionar os

entrevistados sobre as preocupações em relação aos cabelos, a maioria das mulheres

aponta a importância em manter a boa aparência através dos cuidados com os fios.

LEITE JUNIOR (2007) comenta que cuidar dos cabelos pode se mostrar um tema sem

importância à primeira vista. Entretanto, os cabelos recebem atenção especial de homens

e mulheres.

As mulheres e os cabelos guardam um eterno caso de amor. “Antes mesmo de

nascerem, não é incomum ver mães, pais, avós e tios comprando fitas, laços, tiarinhas,

presilhas e tudo que existe no mercado para ornar os finos e delicados cabelos das

meninas” 12. Em seus primeiros anos de vida, as meninas aprendem a cuidar dos cabelos,

penteá-los e prendê-los valorizando o penteado. Na adolescência, muitas delas iniciam o

uso de tinturas e colorações capilares. É nessa fase da vida que as jovens passam a

usar novos cortes e adereços que valorizam sua beleza e feminilidade.

O sexo feminino sempre avalia seu corpo comparando-o ao padrão exigido pela

sociedade, tais como gorduras localizadas, a proporção dos seios e a aparência dos

cabelos, apresentando duas situações: cabelos mal cuidados geram autocrítica e

desconforto em situações sociais; cabelos bem cuidados revitalizam a aparência e

ganham aprovação.

Essas considerações contribuem para a compreensão da dimensão que a

aparência física assume na auto-estima e permitem delinear quais passos dar em direção

a comportamentos saudáveis no cuidado com os cabelos. Isto porque melhorar a auto-

estima implica em repensar a qualidade de vida com atitudes de respeito e cuidado com o

corpo, refletidas em práticas sensatas de saúde.

KHOURY (2004) lembra que não se pode esperar sentir-se bem ignorando as

necessidades de seu corpo. “Ao omitir as necessidades fundamentais do seu corpo, você

está minando o seu auto-respeito e, consequentemente, sua auto-estima. Tratar-se com

desconsideração significa declarar guerra a si mesmo”.

LEITE JUNIOR (2007) expõe o caso de uma jovem com problemas nos cabelos por

distúrbios alimentares. Conta que Paula decidiu alimentar-se exclusivamente de gelatina e

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água por quinze dias com o objetivo de perder peso. O fato é que, ao longo desse

período, a jovem contraiu uma fraqueza imensa, insônia, desejos alimentares intensos

como ingerir doces ou alimentos salgados ricos em carboidratos (massas, pães, coxinhas,

empadas), problemas de concentração no trabalho e irritabilidade com colegas e

familiares. Seus cabelos se tornaram mais fracos, sem brilho, quebradiços, apresentando

queda. Desnutrição, perda de peso, redução significativa do metabolismo de órgãos e

tecidos do corpo. Fatos que caracterizaram uma desnutrição protéico-calórica.

Nesse caso, simultaneamente foram adotadas três medidas para resolver o

problema. A primeira medida foi iniciar um tratamento psicoterápico, para

restabelecimento do equilíbrio, evitando outras atitudes radicais. A segunda foi procurar

um endocrinologista e um nutricionista para orientações alimentares adequadas,

recuperação do quadro clínico corporal e manutenção do peso ideal. Por fim, a terceira foi

cuidar dos cabelos com tratamento de reposição protéica específica usando cosméticos

para a haste dos fios e estimulantes do crescimento capilar.

Uma vez que as estruturas capilares são sensíveis às modificações alimentares e

dietas pobres em nutrientes essenciais para a saúde dos cabelos, este estudo dedicará

particular atenção à nutrição capilar como fator de valorização pessoal e bem-estar.

2. Alimentação e Nutrição Capilar

A nutrição capilar está relacionada ao estilo de vida do indivíduo. Alguns autores se

expressam sobre a correlação direta entre os hábitos alimentares e a saúde dos cabelos.

“A carência de vitamina F (ácidos graxos essenciais) causa uma desorganização no

processo de queratinização do couro cabeludo, estimulando o aparecimento da caspa”

(TROCADES, 2008)10. “A deficiência de cálcio faz com que o cabelo fique frágil e

quebradiço” (COUTINHO, 2008)10. “A falta de vitamina H, que faz parte do complexo B,

altera o ciclo de crescimento do cabelo, aumentando a duração da fase da queda natural

dos fios” (TROCADES, 2008)10.

A beleza e a resistência dos cabelos precisam de conteúdo hídrico e uma boa

constituição nutricional estabelecendo a relação “o que vale para o corpo vale também

para os fios”. Com efeito, respeitar as necessidades nutricionais do organismo contribui

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para a nutrição capilar e a irrigação do couro cabeludo e esta é a primeira frente a ser

atacada na procura da saúde dos cabelos.

A nutrição é a ciência que estuda todos aqueles processos por meio dos quais o

organismo recebe, utiliza e elimina os nutrientes que ingere9. Trata-se de uma ciência

complexa e jovem, envolvida com conhecimentos provisórios e controversos, assim como

os conhecimentos científicos que não são verdades eternas mas historicamente

construídos por constantes descobertas mantendo portas abertas às novas informações.

Com base em exemplos concretos, durante os últimos anos várias mudanças

ocorreram em relação às orientações nutricionais. “Sobre as proteínas, por exemplo,

atualmente essas recomendações são bem menores que antigamente!” 6. Os peixes já

foram proibidos nas dietas de pessoas com elevado nível de colesterol e hoje são

indicados como alimento saudável para o coração9. Tem-se ainda a reflexão de

BUCHALLA (2008): “Os alimentos podem ajudar ou prejudicar sua saúde. Mas não é

recomendável sentar-se à mesa como se vai a uma farmácia ou lançar-se a excessos

como um condenado em sua última refeição”.

Os conhecimentos recentes sobre a nutrição podem confirmar ou ampliar as

verdades já conhecidas, havendo situações nas quais as novas aquisições representam

uma revolução dando lugar a novos paradigmas. FOSSAS (2006) atribui essas mudanças

ao fato de alguns conhecimentos sobre nutrição se apresentarem controversos, não

existindo consenso generalizado, o que leva ao debate e ao enriquecimento com novas

informações. Como exemplo, o autor lembra a introdução da massa alimentícia na dieta

do diabético, saltando de alimento condenado para adequado às necessidades

nutricionais.

Reforça-se aqui o aspecto da transitoriedade dos conhecimentos em nutrição, uma

vez que as necessidades estão condicionadas por vários fatores e são tomadas como

valores individuais que devem se adaptar às diferentes situações de vida.

Entende-se por necessidades nutricionais a quantidade necessária de nutrientes

que garantem o desenvolvimento do organismo, a renovação dos tecidos e a manutenção

de um bom estado de saúde9.

Segundo COURY (2004), os nutrientes são substâncias que atuam no organismo

como material energético para a construção ou como fator de regulação das reações

químicas, processo denominado metabolismo. A boa alimentação favorece o metabolismo

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atuando na regularidade do sono, no funcionamento intestinal, no controle dos radicais

livres considerados moléculas causadoras do envelhecimento celular. “Até o nosso humor

pode ser modulado pela alimentação. Certos nutrientes têm efeito direto na produção ou

inibição de determinados neurotransmissores, responsáveis pelas oscilações do estado

de espírito” 3.

Como tipos de nutrientes FOSSAS (2006) cita os carboidratos, os lipídios, as

proteínas, as vitaminas e os minerais. COURY (2004) menciona a água como elemento

essencial para o equilíbrio nutricional, levando-se em conta a sua proporção na

composição corporal determinada em torno de 60% do peso corporal humano.

Também conhecidos como hidratos de carbono ou glicídios, os carboidratos têm a

função primordial de proporcionar energia ao organismo humano, utilizados pelos

músculos e guardados no fígado onde se transformam em gordura quando existem em

excesso. Os carboidratos têm seu ponto de partida no reino vegetal, formando-se pela

fotossíntese onde água, gás carbônico e luz solar são englobados na planta produzindo o

oxigênio e o carboidrato essenciais à respiração e à vida6. Certos alimentos vegetais

fogem à regra, por não possuírem carboidratos: são os óleos vegetais extraídos de

sementes, tais como, azeitonas, girassol, soja, milho e outros.

Os carboidratos são classificados em dois grandes grupos chamados açúcares e

polissacarídeos.

TIPOS DE CARBOIDRATOS AÇUCARES POLISSACARÍDEOS

Monossacarídeos Dissacarídeos Representam a forma mais simples dos carboidratos. Entre eles os dois mais importantes são a glicose e a frutose. Encontrados nas frutas e no mel.

Substância que resulta da união de dois monossacarídeos. Os dissacarídeos mais importantes são a sacarose (nas frutas) e a lactose (leite e iogurte).

O mais importante é o amido. O amido é o carboidrato de reserva dos alimentos vegetais. Rico em cereais, legumes e batatas. Alimentos ricos em amido devem constituir a base de nova alimentação.

Fonte: FOSSAS (2006)

A presença de carboidratos no leite e em alguns de seus derivados constitui uma

exceção entre os alimentos de origem animal, visto que a maior parte dos carboidratos é

encontrada nos alimentos vegetais.

Os lipídios são conhecidos como gorduras e apresentam importante função

energética. FOSSAS (2006) ressalta que, pela sua capacidade de armazenar-se em

tecido especializado (tecido adiposo), os lipídios representam a maior reserva de energia

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que o corpo humano dispõe. Outras funções atribuem aos lipídios suma importância por

constituir as células do corpo, estar presente nos nervos, no cérebro, ajudar na formação

dos hormônios, transportar as vitaminas lipossolúveis, proteger órgãos, fornecer calorias

ao corpo, livrando-o das variações de temperatura e da excessiva perda de água por

transpiração6.

Como composição os lipídios apresentam a união de glicerol e três tipos de ácidos

graxos denominados triglicérides. Os ácidos graxos são os seus principais componentes

podem ser classificados em ácidos graxos saturados e insaturados. Os alimentos

apresentam uma mescla de ácidos, havendo o predomínio de um sobre os outros.

“Quando dizemos que um alimento é rico em gordura saturada, referimo-nos ao fato de

que entre os diferentes ácidos graxos que ele contém muitos são saturados” (FOSSAS,

2006).

Dada a sua relevância, a função estrutural não pode deixar de ser comentada.

Segundo FOSSAS (2006), os ácidos graxos são componentes essenciais das membranas

de todas as células.

As proteínas são constituídas de partículas menores que recebem o nome de

aminoácidos. Alguns aminoácidos são produzidos no organismo e chamados aminoácidos

não-essenciais, enquanto que nove deles necessitam ser introduzidos através de

alimentos (ditos aminoácidos essenciais). FOSSAS (2006) lista os aminoácidos

essenciais para a nutrição humana: fenilanina, isoleucina, leucina, lisina, metionina,

treonina, triptófano, valina e histidina, considerada essencial para crianças.

Para COURY (2004), as proteínas desempenham diversas funções participando no

crescimento e na reparação dos tecidos, no sistema de defesa por meio da formação de

anticorpos, na produção de enzimas e hormônios, transmissão da rede nervosa, formação

do sangue e síntese do DNA.

As proteínas provêm sobretudo de alimentos de origem animal como carnes,

peixes, ovos e produtos lácteos. Entre os vegetais, destacam-se os cereais e leguminosas

para o aporte protéico total.

As vitaminas são fundamentais na regulação do metabolismo de outros nutrientes,

sendo indispensáveis para o crescimento físico e mental6. Sem valor energético próprio,

são necessárias em pequenas quantidades e o organismo humano é incapaz de sintetizá-

las.

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Uma das classificações elaboradas para as vitaminas as divide em lipossolúveis

(solúveis em meios gordurosos) e hidrossolúveis (solúveis em água), conforme o quadro

abaixo.

TIPOS DE VITAMINAS Lipossolúveis Hidrossolúveis

Nome Melhores fontes Nome Melhores Fontes

A ou retinol cenoura, espinafre, acelga, tomate, fígado, leite integral e derivados

B ou tianina legumes, carne de porco, cereais integrais, frutas secas

D peixe gordo e gema de ovo B2 ou riboflavina produtos lácteos, fígado e peixe

E óleos vegetais, sementes oleaginosas, aspargos, espinafre, tomate

B3 ou niacina carne e derivados, peixe, queijo, legumes, cereais integrais, sementes oleaginosas

K hortaliças como couve, couve-flor, espinafre, alface e batatas

B5 ou ácido pantotênico

sementes oleaginosas, soja, cereais integrais, carnes, gema de ovo, salmão

B6 ou piridozina frutas secas, legumes, cereais, banana, abacate, carnes e peixes

B8 ou biotina fígado, soja, flocos de aveia, arroz integral, ovos

B9 ou ácido fólico legumes, hortaliças frescas, amêndoas, avelãs, amendoim, queijos, fígado

B12 ou cobalamina

carne e derivados, peixes, ovos, produtos lácteos

C ou ácido ascórbico

hortaliças e frutas secas de boa qualidade

Fonte: FOSSAS (2006)

O grupo dos minerais inclui diferentes elementos químicos encarregados de regular

o metabolismo e servir como substâncias estruturais.

Pela classificação os minerais reguladores são associados nos grupos

macroelementos ou elementos principais e microelementos ou oligoelementos. Os

minerais macroelementos são aqueles encontrados em maiores proporções nos tecidos.

Os minerais oligoelementos são necessários ao organismo humano em quantidades

menores.

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TIPOS DE MINERAIS Macroelementos Microelementos

Nome Onde encontrar Nome Onde encontrar

Cálcio leite e derivados, frutas secas, legumes, hortaliças de folha

Ferro carnes e derivados, peixes, fígado, legumes, frutas secas, espinafre, mariscos, gema de ovo

Fósforo carnes, peixes, produtos lácteos, legumes e frutas secas

Zinco ostras, carnes e derivados, peixes, queijos, legumes, pão integral, fígado

Magnésio legumes, cereais integrais, frutas secas, hortaliças

Iodo mariscos, peixes, produtos lácteos, ovos, cereais, sal iodado, algas

Sódio sal, azeitonas, queijos, produtos salgados

Selênio peixes, mariscos, carnes, fígado e rins, ovos, leite, cereais, nozes, castanha-do-pará, alho

Potássio hortaliças, frutas, legumes, frutas secas, carnes, peixes

Cobre fígado, ostras e outros mariscos, frutas secas, legumes, cereais integrais, peixes

Cloro sal, queijos, leite, pão, peixes Cromo leveduras, cereais integrais, germe de cereais, fígado, batatas, frutas, produtos lácteos, carnes

Fonte: FOSSAS (2006)

Como as estruturas capilares são sensíveis às modificações alimentares e dietas

pobres em elementos essenciais, a nutrição adequada é fundamental para a recuperação

de problemas de pele e cabelos.

Segundo CUKIER, MAGNONI e ALVAREZ (2005), a nutrição correta representa

um dos mais importantes aspectos para o sucesso do processo de cicatrização da pele,

pois a dinâmica de regeneração tecidual exige um bom estado nutricional do paciente e

consome boa parte de suas reservas corporais. A recuperação nutricional pode trazer

melhores resultados e redução do tempo de cicatrização, conforme dados registrados no

quadro seguinte.

NUTRIENTES REQUERIDOS PARA A CICATRIZAÇÃO Nutriente Contribuição

Carboidratos Energia para funcionamento dos macrófagos, fibroplastos e leucócitos

Proteínas Resposta imunológica, fagocitose, angiogênese, proliferação dos fibroblastos, síntese de colágeno e remodulagem da ferida

Lipídios Provisão de energia e formação de novas células

Vitamina A Síntese de ligação cruzada do colágeno e resistência da ferida à tração

Vitaminas Complexo B Resposta imunológica, ligação cruzada do colágeno e resistência da ferida à tração

Vitamina C Síntese de colágeno, resistência da ferida à tração, função dos neutrófilos, migração dos macrófagos e resposta imunológica

Vitamina E Parece reduzir a lesão tecidual por formação de radicais livres

Cobre Síntese de colágeno e formação de leucócitos

Ferro Síntese de colágeno e liberação de oxigênio

Zinco Amplifica a proliferação das células, aumenta a epitelização e melhora a resistência do colágeno

Fonte: CUKIER, MAGNONI, ALVAREZ (2005)

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Os cabelos têm, em sua composição química, 90% de proteína queratina com 18

tipos de aminoácidos, 8% de água, 45% de carbono, 7% de hidrogênio, 28% de oxigênio,

15% de nitrogênio, 5% de enxofre, 2% dos minerais de ferro, cobre, zinco, alumínio e

cobalto e outros elementos tais como lipídios, pentoses, glicogênio e ácido glutâmico14.

Dessa forma, qualquer fator que reduza os níveis de nutrientes no organismo resultará em

alterações na pele e nos fios. Assim, os cabelos podem sofrer as mais variadas

mudanças em termos de estrutura, cor, consistência ou aspecto, além de possível queda

culminando na destruição total do folículo piloso.

Os cabelos representam a moldura do rosto e dependem de quantidades

suficientes de nutrientes para manter a umidade e a coesão entre as suas células,

conferindo-lhes um aspecto saudável.

Alguns relatos comprovam os problemas que acometem a pele e os cabelos

quando se instala um estado de carência nutricional. A deficiência de zinco causa a

diminuição da umidade, propiciando alterações da pele e de seus anexos, como

dermatite, alteração do colágeno, manchas brancas nas unhas e queda de cabelo5.

Mulheres que seguem regimes restritivos têm os fios enfraquecidos, opacos e rarefeitos2.

A alimentação parenteral pode causar deficiência de ácidos graxos essenciais resultando

em escamação do couro cabeludo e perda capilar8. A baixa de cobre pode causar

mechas brancas nos cabelos4. Estados de desnutrição com falta de proteínas, vitaminas

ou óleos essenciais determinam o afinamento, a perda de brilho e a interrupção do

crescimento dos fios14.

Para obter os nutrientes necessários à saúde capilar o ideal é manter o equilíbrio

na alimentação. FOSSAS (2006) ressalta dois fatores para o equilíbrio nutricional

chamando-os de moderação e variedade. A moderação sugere a necessidade de evitar

excessos. A variedade deve ser considerada uma oportunidade para ampliar o número de

opções de alimentos saudáveis no cardápio da família.

O equilíbrio na alimentação requer um conjunto de conhecimentos. FOSSAS

(2006) disponibiliza informações sobre as características dos alimentos quanto ao valor

nutricional afirmando que cada um deles possui a sua composição específica, ou seja,

não há dois alimentos iguais. Outra observação é que nenhum alimento contém todos os

nutrientes para suprir as necessidades orgânicas. Portanto, não existe alimento que, por

si só, seja capaz de atender às necessidades nutricionais. O autor cita como exemplo a

abundância do cálcio nos alimentos lácteos e a mínima quantidade desse mineral

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encontrada em carnes e peixes. Por sua vez, o ferro tem nas carnes e nos peixes uma

boa fonte, mas apresenta poucas reservas no leite e em seus derivados.

Utilizar todos os tipos de nutrientes na alimentação é fundamental e a ausência de

um ou outro tipo ocasiona distúrbios. Os nutrientes intervêm em múltiplas reações

químicas fundamentais para a vida celular e no decorrer natural dos anos perde-se

diariamente um grande número de proteínas, milhares de células são descartadas e

acontecem microlesões internas. O reparo dessas perdas exige uma adequada

contribuição de nutrientes.

O corpo humano necessita de todos os tipos de nutrientes e as suas quantidades

variam segundo a faixa etária. O ciclo da mulher e sua relação com o ferro é um exemplo

dessa variação. Enquanto na infância recomenda-se a mesma quantidade de ferro a

meninos e meninas, na puberdade alteram-se radicalmente essas necessidades, sendo

exigido quantidades maiores para as meninas devido ao período menstrual9.

Desempenhar cada função no organismo, seja como material de construção,

manter ou regular o metabolismo ou gerar energia, é uma tarefa que não está ao alcance

de qualquer substância. Há o nutriente certo para cada atividade funcional como é o caso

das fibras vegetais, elementos fundamentais para o equilíbrio nutricional por sua atuação

no trânsito intestinal, regulando-o e prevenindo transtornos como prisão de ventre e

câncer de cólon, além da manutenção do peso corporal adequado e o controle dos níveis

de glicose e colesterol9. Dados estatísticos mostram a importância de uma dieta rica em

fibras em função da menor incidência de diabetes e doenças cardiovasculares nos países

consumidores desse tipo de alimento.

As fibras são todas as substâncias dos vegetais que o sistema digestório humano

não pode digerir e absorver e estão em todo alimento vegetal, exceto em óleos e açúcar.

A redução do consumo de fibras se deve ao consumo crescente de alimentos

industrializados de origem animal e o refinamento dos cereais. FOSSAS (2006) ressalta

que o pão integral contém quatro vezes mais fibra que o pão branco. Além do mais, o

trigo integral não produzirá uma nova planta pela retirada das partes essenciais do grão

que continha nutrientes e a porção germinativa.

Determinadas dietas prejudicam a saúde e geram desequilíbrios. Um desses

desequilíbrios, cada vez mais comum nesta sociedade que adota um estilo de vida

antinatural, constitui-se nas deficiências nutricionais6. A deficiência nutricional é um

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distúrbio complexo e exige maior observação para identificar a real causa. Segundo

COURY (2004), a maioria das doenças crônicas provém da alimentação individualizada e

dos hábitos nutricionais em desarmonia com a natureza, longe do ideal que é uma dieta

integral e orgânica bem balanceada.

Há mais um agravante sobre o uso dos alimentos industrializados. A

regulamentação e a fiscalização de alimentos apresentam limitações, entre elas, a

definição isolada das doses máximas permitidas aos aditivos. Segundo COURY (2004),

esse procedimento não é suficiente, entendendo-se que a soma dessas substâncias

químicas numa ingestão diária e os efeitos da acumulação progressiva no corpo ainda

não são totalmente conhecidos.

A deficiência de nutrientes adequados gera transtornos carenciais como é o caso

de uma anemia ferropriva causada pela falta de ferro. A anemia é caracterizada pela

redução do número de hemácias e baixa de hemoglobina. Em decorrência, o sangue

transporta pouco oxigênio aos tecidos debilitando o organismo.

DIVERSAS CAUSAS DA ANEMIA

ANEMIA

Fonte: COURY (2004)

COURY (2004) alerta que para os casos de anemia a partir de dieta ineficiente é

necessário uma abordagem mais ampla do que apenas um suplemento ou dieta

DEFICIÊNCIA DE NUTRIENTES • ferro • vitamina C • proteína • vitamina do complexo B

HIPOXIGENAÇÃO • tensões crônicas • vida sedentária • problemas de dentição • stress

MÁ ABSORÇÃO DE NUTRIENTES

USO DE MEDICAMENTOS ANTIÁCIDOS

ALERGIAS OU INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES

INFECÇÕES OU DOENÇAS

PARASITÁRIAS

EXCESSO DE NUTRIENTES • cálcio • cobre • fósforo • fibras

SUBSTÂNCIAS QUE INTERFEREM NA ABSORÇÃO DO FERRO • chumbo • cádmio

• cafeína • vitamina do complexo B

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hiperférrica. A superalimentação e o uso medicamentos não resolvem, pelo contrário,

podem agravar a situação. As causas que originaram a anemia podem resultar de uma

soma de fatores e convém investigá-las.

O estado nutricional normal é aquele em que não há excesso nem deficiência de

nutrientes. Os quadros que seguem apresentam as melhores fontes de nutrientes para

orientar na escolha dos alimentos que irão compor a dieta saudável.

TEOR DOS CARBOIDRATOS DE ALGUNS ALIMENTOS (g/100 g)

Açúcar......................... Arroz branco................ Massas alimentícias.... Farinha de trigo........... Biscoitos........................ Mel................................ Arroz integral................ Farinha de milho......... Geléias......................... Passas........................... Pão branco..................

99,5 86 82 80 78 78 77 76 70 66 58

Chocolate....... Grão-de-bico.. Lentilhas........... Figos secos....... Feijões.............. Pão integral..... Castanhas....... Ameixas secas Soja................... Banana............

56 55 54 53

52,5 49 40 40

23,5 20

Fruta-do-conde Batatas............ Uva...................Figo.................. Cerejas............ Ervilhas............. Maçã............... Abacaxi........... Ameixa............ Pêra..................

20 18 16 16 14 13 12 11 11

10,5

Damasco......... Pêssego........... Laranja............. Cenoura.......... Melancia......... Avelãs.............. Vagem............. Leite................. Iogurte Natural Amêndoas......

9,5 9 9 7

6,5 5 5 5 4

3,5

Fonte: FOSSAS (2006)

TEOR DOS LIPÍDIOS DE ALGUNS ALIMENTOS (g/100 g)

Alimento (100 g)

Gorduras totais

(g)

Gorduras saturadas

(g)

Alimento (100 g)

Gorduras totais

(g)

Gorduras saturadas

(g) Azeite de oliva....................... Óleo de girassol..................... Manteiga................................ Nozes....................................... Avelãs...................................... Amendoim.............................. Chocolate ao leite................ Azeitonas pretas.................... Queijo mussarela................... Salsichas..................................

99,9 99,9 83 59

54,5 49

30,5 30 29 27

14 13 50 6,4 4

9,2 18 4,2 17

10,4

Croissant.............................. Abacate.............................. Atum.................................... Ovo...................................... Carne magra de porco.... Sardinha.............................. Requeijão............................ Leite integral....................... Frango.................................

15,2 12 12 11 8,3 7,5 4

3,7 3

10,2 1,4 3

3,5 3,2 2,6 2,7 2,2 1

Fonte: FOSSAS (2006)

TEOR DE PROTEÍNAS DE ALGUNS ALIMENTOS Alimento g de proteínas

a cada 100 g Alimento g de proteínas

a cada 100 g Soja..................................................... Queijo mussarela.............................. Queijos gruyère e emental.............. Amendoim......................................... Lentilhas............................................. Atum................................................... Carne magra de porco e de boi... Amêndoas, avelãs........................... Grão-de-bico.................................... Feijão.................................................. Pescada.............................................

37 29 29 27 24 23 20 20

19,5 19 16

Queijo branco fresco..................... Nozes................................................ Massas alimentícias........................ Ovos................................................. Pão integral..................................... Arroz.................................................. Iogurte.............................................. Leite de vaca.................................. Espinafre........................................... Vagem.............................................

14,3 14 13

12,5 8 7

4,2 3,3 2,5 2,3

Fonte: FOSSAS (2006

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FONTE DE CÁLCIO NOS ALIMENTOS ALIMENTO 100 g CÁLCIO (mg) ALIMENTO 100 g CÁLCIO (mg)

Alga marinha 1100 Brócolis cozido 130 Gergelim 417 Leite de vaca 123 Brócolis cru 400 Iogurte 120 Aveia 392 Acelga (folhas) 112 Couve 330 Açaí 110 Amêndoa 254 Coco 108 Castanha do pará 198 Nabo 72 Salsa 195 Merluza (peixe) 61 Agrião 168 Cenoura 56

Fonte: COURY (2004)

FONTE DE FERRO NOS ALIMENTOS ALIMENTO 100 g FERRO (mg) ALIMENTO 100 g FERRO (mg)

Brócolis cru 15 Aveia 4,5 Açaí 11,8 Amêndoa 4,4 Lentilha 8,6 Missô 3,5 Gergelim 8,4 Espinafre cru 3,08 Damasco seco 7,6 Amora 3,0 Feijão azuki 7,6 Carne 2,5 Hortelã 6,7 Tofu 1,7 Castanha do pará 5,8 Brócolis cozido 1,3 Castanha de caju torrada 5,6 Merluza (peixe) 0,7 Coco seco 4,8 - -

Fonte: COURY (2004)

Escolher os nutrientes da dieta é um ato criterioso, pois nutrir o organismo é muito

mais que a união de alimentos. Em muitos casos, somando nutrientes a absorção é

reduzida e altera-se a saúde, ou seja, tomam-se como verdadeiras as palavras de

COURY (2004): “quantidade altera qualidade”.

A nutrição correta é uma questão de reeducação e a chave é cultural. Uma

sociedade habituada a determinados tipos de nutrientes deve ser orientada a educar o

paladar. Segundo BUCHALLA (2008), a mudança alimentar pode começar por educar os

sentidos com a preparação de cardápios que estimulem as pessoas a experimentar novos

pratos com a superposição de vegetais aos alimentos de origem animal. A bem da

verdade, uma nova dieta tem um significado maior do que apenas o controle da

quantidade de nutrientes. Representa um auto-conhecimento, um estilo de vida que

levará à sintonia com o fluxo vital6. Para BUCHALLA (2008), a mudança de hábito

alimentar torna a pele mais viçosa, o cabelo fica mais sedoso e ressurge o ânimo para

despertar.

COURY (2004) recomenda certas atitudes que servem como âncora no processo

de mudança alimentar. No novo cardápio devem constar alguns alimentos crus para ativar

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o organismo despertando as formas curativas, já que o cozimento destrói grande

percentual de vitaminas e desnatura as proteínas. Quanto menos alimentos forem

misturados nas refeições tanto melhor serão a digestão e a assimilação. Respeitar a

individualidade orgânica não fazendo comparações com outras pessoas é importante

porque cada organismo tem a sua herança genética e alguns indivíduos são mais

sensíveis, necessitando de maiores cuidados para se fortalecer.

BUCHALLA (2008) completa afirmando que uma semana de alimentação regrada,

leve e saudável permite que o organismo funcione melhor. BOSNICH (2007) aconselha

cuidados nos regimes agressivos para emagrecimento não excluindo nenhum alimento

mas usando de moderação. Na opinião de COURY (2004), para as pessoas que

decidiram perder peso ou se desintoxicar será útil dedicar um dia para a limpeza do

organismo ingerindo alimentos de fácil assimilação como sucos e frutas. Essa é uma

medida certa porque, caso o organismo esteja intoxicado, não elimina corretamente os

resíduos e não haverá uma boa absorção dos alimentos.

Evitar os exageros na nutrição é outro aspecto importante. Os nutrientes interagem

no corpo e um equilíbrio entre eles é desejável, tendo em vista que o excesso de um pode

levar à deficiência de outro. COURY (2004) exemplifica lembrando algumas situações: o

consumo de altas doses de vitamina C em comprimidos pode causar cálculos renais em

indivíduos susceptíveis; tomar leite com chocolate diariamente pode levar à deficiência de

cálcio; uma dieta com excesso de proteína e sal de cozinha aumenta a excreção urinária

de cálcio; o cálcio impede a absorção de ferro quando ingeridos juntos, fato comprovado

por estudos em seres humanos6. A mesma autora ressalta que a inclusão de leite e queijo

nas refeições pode reduzir a absorção de ferro em até 60%; o uso exagerado de fibras na

alimentação pode desencadear deficiência de cálcio. Por outro lado, a absorção de cálcio

pode ser estimulada com o uso constante de limão em saladas, tranqüiliza a autora.

As combinações incompatíveis na alimentação interferem igualmente no

aproveitamento nutricional. COURY (2004) acrescenta interações que não dão certo:

refrigerantes à base de cola, laticínios e gorduras diminuem a absorção de magnésio pelo

intestino; as fibras insolúveis impedem a absorção intestinal de minerais como cálcio,

magnésio, ferro e zinco; doces e sobremesas após as refeições anulam grande parte do

valor nutricional das refeições; as frutas cítricas não combinam com as frutas doces sendo

melhor consumir uma fruta de cada vez; é aconselhável não misturar fruta ácida com

amido porque este necessita do meio alcalino para a digestão; hortaliças e frutas são

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alimentos mais alcalinos enquanto que os alimentos protéicos, açúcar e refinados

acidificam o sangue.

Três regras podem auxiliar na combinação dos alimentos. São elas: simplificar as

refeições alternando os alimentos para levar ao organismo diversos tipos de nutrientes;

avaliar se as combinações são adequadas observando seus efeitos de modo que, se

houver flatulência, prisão de ventre, diarréia ou náuseas serão indicativos de que os

alimentos ingeridos causaram fermentações dificultando a digestão; as verduras e os

legumes, exceto os tubérculos, combinam bem com todos os tipos de alimentos6.

Outra consideração quanto à nutrição é apresentada por COURY (2004). Os

nutrientes apresentam biodisponibilidade e essa característica é a medida quantitativa de

seu uso. Os fatores que determinam a biodisponibilidade de um nutriente relacionam-se

com sua absorção, distribuição para os tecidos, transformações metabólicas e excreção

renal.

Como fator que interfere na biodisponibilidade do ferro cita-se o consumo de

vitamina C que facilita a absorção pelo organismo do ferro não-heme, especialmente se

for consumida antes da refeição. Em contrapartida, a ingestão de café, mate, chá preto,

alimentos contendo fosfatos, antiácidos, proteína de soja, além do cálcio já citado, junto

às refeições, reduzem a absorção do ferro6.

As influências na absorção do zinco devem ser lembradas. A caseína do leite de

vaca forma grandes coágulos no sistema gastrintestinal impedindo a sua absorção. O

metal cádmio encontrado na farinha branca compete com a absorção de zinco. Os

alimentos enriquecidos com ferro podem reduzir a biodisponibilidade do zinco ai fim do dia

ocorrer ingestão de ferro em excesso.

3. Considerações Finais

Um parâmetro seguro para a escolha de alimentos saudáveis representa um dos

princípios da nutrição correta: o alimento vivo é gerador de vida e deve predominar no

cardápio6. A energia vital é encontrada nos alimentos orgânicos que sofreram o mínimo

de manipulação como a água da fonte, as frutas e os vegetais orgânicos frescos, os

cereais integrais, as sementes e os germinados. Durante o armazenamento dos alimentos

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podem ocorrer alterações bioquímicas como desidratação, oxidação, mudanças

enzimáticas que colocam em risco a vitalidade e o valor nutricional do alimento.

Estas e outras reflexões que possam advir certamente irão contribuir para a

ampliação de conhecimentos no campo da nutrição capilar, sensibilizando para os riscos

de uma alimentação artificial e mal elaborada.

Apresentar as diretrizes para uma alimentação natural, equilibrada e saudável.

Cooperar para que as pessoas se mobilizem transformando seu cardápio em fonte de

prazer e harmonia. Atender as necessidades nutricionais com conhecimento e autocrítica.

Estes são os propósitos deste estudo idealizado para a maior das conquistas: uma

população mais sadia e feliz.

REFERÊNCIAS

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4. Compostos ativos. Cobre. Disponível em: <http://www.suplementos-vitaminas.com.br/

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9. FOSSAS, Francesc J. Nutrição alimentação equilibrada e organismo saudável. SP: Alaúde Editorial, 2006.

10. Garantia de fios fortes. Disponível em: <http://www.suplementos-vitaminas.com.br/ Artigo.php?a=Garantia_de_fios_fortes> Acesso em: 18 nov. 2008.

11. KHOURY, Karim. Com a corda toda auto-estima e qualidade de vida. 4 ed. SP: Editora Senac, 2004.

12. LEITE JUNIOR, Ademir Carvalho. É outono para os meus cabelos. SP: MG Editores, 2007.

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13. MOYSÉS, Lucia. A auto-estima se constrói passo a passo. 6 ed. Campinas – SP: Papirus, 2001.

14. Nutrição dos cabelos. Disponível em: <http://salaodebelezalumiere.bloog.pl/id.1818394

,title,Nutrio-dos-cabelos,index.html?t.> Acesso em: 18 nov. 2008.

15. PASINI, Willy. A auto-estima:descubra o que afeta a sua imagem e viva melhor. RJ: Rocco, 2007.

16. Pesquisa avalia o impacto dos cabelos na auto-estima. Disponível em: <http://maisca

belo.com.br/novidade_det.aspid=7>. Acesso em: 21 nov. 2008.

17. ZAKABI, Rosana. Eu, meu melhor amigo. Veja. SP: Abril. Ed. 2015. Ano 40. n 26. 4 jul. 2007.