DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · ficcionais que dão à sua produção um toque...

23
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

Transcript of DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · ficcionais que dão à sua produção um toque...

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

A CRÔNICA COMO INSTRUMENTO PARA APRIMORAR A LEITURA E A

ESCRITA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO.

CURITIBA

2010

JOSÉ AILTON ALVES MOREIRA

A CRÔNICA COMO INSTRUMENTO PARA APRIMORAR A LEITURA E A

ESCRITA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO.

Material apresentado como requisito parcial para a certificação do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – 2009, sob orientação da Profª. Dra. Luciana Pereira da Silva da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

CURITIBA

2010

AUTOR

PROFESSOR PDE: José Ailton Alves Moreira

ÁREA: Língua Portuguesa

NRE: Curitiba

LOTAÇÃO: Colégio Estadual João Paulo II

MUNICÍPIO: Curitiba

ORIENTADORA: Profª. Dra. Luciana Pereira da Silva

IES VINCULADA: Universidade Tecnológica Federal do Paraná

TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: Gênero textual crônica

SUMÁRIO

A crônica nossa de cada dia...................................................................................04

O que é essa tal de crônica?..................................................................................04

Conhecendo o texto................................................................................................06

Categorizando o texto.............................................................................................07

Que tal uma aventura como escritor?.....................................................................10

Aprendendo consigo e com os outros....................................................................10

Cheio de graça........................................................................................................11

Pesquisando para conhecer...................................................................................13

Trocando figurinhas................................................................................................13

A vida à luz da crônica............................................................................................14

Refletindo................................................................................................................14

Um conselho de amiga...........................................................................................15

Um mergulho no tempo..........................................................................................16

Para pensar............................................................................................................18

Você é o cronista....................................................................................................18

Aprendendo com o outro........................................................................................19

Revisando...............................................................................................................19

Referências bibliográficas.......................................................................................20

4

Em nosso processo de formação escolar como estudantes e no

amadurecimento de nosso papel de cidadão nos deparamos com o domínio de

duas práticas que são fundamentais para que possamos evoluir com eficiência.

São elas a leitura e a escrita. A fim de adentrarmos, para quem ainda não

descobriu o caminho, ou de ampliarmos o acervo daqueles que já percorreram

uma boa parte dele, vamos visitar um gênero bem atual e com o qual poderemos

alcançar o objetivo proposto acima: a crônica.

Num primeiro momento, vamos conhecer um pouco desse gênero, sua

gênese, suas características e nos familiarizar com ele por meio da leitura de um

conjunto de textos selecionados para esse fim e, mais tarde, enveredar pelo

campo da produção da crônica, procurando descobrir em cada um de nós um

cronista em potencial.

Para início de conversa, vamos conhecer um pouco mais detalhadamente

esse gênero.

Em princípio podemos dizer que a crônica padece de uma certa dificuldade

de definição, pois muitas tentativas de explicação do que ela é esbarram em

detalhes que também configuram outros gêneros textuais, como é o caso do

conto, do ensaio, da notícia, do artigo, entre outros.

A crônica tem uma ligação histórica e composicional com o texto

jornalístico, uma vez que surgiu como um texto cujo objetivo era ser publicado no

jornal. Dessa origem, colhe sua aproximação com a notícia e costuma tomar como

assunto as cenas do cotidiano.

Contudo, o cronista, ao lidar com a palavra, o faz de um modo peculiar,

distanciando-se do mero noticiar, colorindo seu texto com tons de lirismo, fantasia,

5

crítica, humor, ironia, reflexão filosófica, recheando seu trabalho de elementos

ficcionais que dão à sua produção um toque literário, no qual começam a ficar

espaços abertos que serão preenchidos pelo leitor, trilhando caminho diferente

daquilo que seria meramente uma notícia, uma informação.

Afrânio Coutinho, estudioso de nossas letras, no volume 6 de seu livro “A

literatura no Brasil”, apresenta a etimologia da palavra: “O significado tradicional

da palavra „crônica‟ decorre de sua etimologia grega (kronos – tempo): é o relato

dos acontecimentos em ordem cronológica.” (2004:120).

Mas essa explicação ainda é um tanto quanto vaga para que possamos ter

um boa compreensão do seu significado atual. Assim, ele continua: “o termo

assumiu dois sentidos: o primeiro, o primitivo, dá à crônica o caráter de relato

histórico, (...) todavia, a partir de certa época, (...) a transformação operou-se, (...),

„crônica‟ passou a significar outra coisa: um gênero literário de prosa, ao qual

menos importa o assunto, em geral efêmero, do que as qualidades de estilo, a

variedade, a finura e argúcia na apreciação, a graça na análise de fatos miúdos e

sem importância, ou na crítica de pessoas.” (2004: 121). Nesse sentido,

enveradaram-se pelas crônicas, iniciando esse formato, nos jornais brasileiros, em

meados do século XIX, escritores renomados de nossa língua, como Machado de

Assis e José de Alencar, inaugurando, por assim dizer, esse gênero com as

características que chegaram até nós.

Extraímos da definição de Coutinho o sentido atual. Acrescentemos a

noção de ser uma narração curta, geralmente, em primeira pessoa, na qual o

escritor delineia um modo todo particular de ver o mundo. Utiliza-se, uma vez que

priva pela aproximação com o leitor, de uma linguagem simples, quase como uma

conversa, que tramita entre um tom de oralidade, mesclado com nuances de

literariedade.

A crônica tem então muitos tons: as que se assemelham a uma prosa

poética, outras mais ensaísticas em que predominam os argumentos em torno de

uma idéia ou tema, as narrativas, as engraçadas que exageram no humor e na

ironia, as filosóficas que instigam o leitor à reflexão, sendo mais sérias, ou ainda

6

simplesmente primam por comentar fatos políticos, históricos ou esportivos.

Sempre apresentando uma espécie de “fotografia em forma de texto”.

Um outro aspecto da crônica a considerar é a voz que apresenta o fato. O

narrador pode conduzir a sua narrativa em primeira pessoa, como alguém que fez

parte da cena e faz uma espécie de relato, outras vezes como alguém que vê e ao

mesmo tempo participa do acontecimento, ou, em alguns casos, como observador

perspicaz, que está atento ao que ocorre ao ser redor. Esse modo de narrar

recebe o nome de foco narrativo. É importante observar isso.

E vocês? Já têm alguma intimidade com esse gênero?

Já leram alguma crônica que acharam interessante?

Vamos conferir qual é a nossa bagagem...

Vamos conhecer o estilo de um mestre da crônica contemporânea em

“Acho que tou”, que faz parte do livro “Mais comédias para ler na escola”, que

provavelmente pode ser encontrado na biblioteca da escola, e disponível em

http://blig.ig.com.br/mirabela/2007/01/.

“Acho que tou

- Acho que tou – disse a Vanessa.

- Ai, ai, ai – disse o Cidão.

No entusiasmo do momento, os dois a fim e sem um preservativo à mão, a

Vanessa tinha dito “acho que dá”. E agora aquilo. Ela podia estar grávida.

Do “acho que dá” ao “acho que tou”. A história de uma besteira.

(...)...engravidou.”

7

Vamos pensar um pouco...

A leitura foi agradável, empolgante, instigante? Convida para a leitura

de um texto semelhante?

O título tem algo de especial, diferente? Por quê?

O assunto da crônica poderia ser pensado a partir do título? Ele, por si

só, já insinua algo?

O texto nos surpreende de alguma forma?

Podemos dizer que há um tom humorístico? Como isso é obtido?

Que comportamento é ressaltado?

Das características apresentadas nas definições, quais poderiam ser

atribuídas a essa crônica?

Com as características elencadas podemos traçar uma espécie de perfil do

gênero.

Muitos escritores e críticos já tentaram definir o que é uma crônica, mas

abriram mão de engessarem o significado e contribuíram com o que se pode

reconhecer na escrita de um bom cronista. Vejamos então:

Filho do escritor Érico Veríssimo e Mafalda Veríssimo, LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

morou nos Estados Unidos entre 1943 e 1945, quando seu pai foi lecionar na universidade de Berkeley,

na Califórnia. Voltou aos EUA quando tinha 16 anos, também devido ao trabalho do pai, dessa vez em

Washington.

Luis Fernando cursou a Roosevelt High School, onde também estudou música, aprendeu a

tocar saxofone e a gostar de jazz. Ao retornar ao Brasil, em 1956, começou a trabalhar na editora Globo

de Porto Alegre, no setor de arte e planejamento. Em 1962, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde

exerceu as atividades de tradutor e redator de publicações comerciais. Casou-se com a carioca Lúcia

Helena Massa, com quem teve três filhos.

Em 1967, de volta a Porto Alegre, iniciou sua carreira no jornal "Zero Hora". Trabalhou em diversas seções até conseguir a coluna diária, que o consagrou por seu estilo humorístico. O primeiro

livro, "O popular", de crônicas e cartuns, foi publicado em 1973. Depois veio "A Grande Mulher Nua",

uma coletânea de seus textos.

Em 1981 lançou "O Analista de Bagé", um grande sucesso editorial. Entre suas obras

destacaram-se as séries Ed Mort; O Analista de Bagé; a série de Viagens "traçando Paris", etc. Os

admiradores de Luis Fernando Veríssimo também puderam ver seu talento na televisão, na criação de

quadros para o programa "Planeta dos Homens", na Rede Globo e em adaptações para a série

"Comédias da Vida Privada", baseadas em seu livro homônimo.

(http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u487.jhtm)

8

Produção ligada à vida cotidiana;

Narrativa informal, familiar, intimista;

Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;

Sensibilidade no contato com a realidade;

Síntese;

Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e

criatividade;

Dose de lirismo;

Natureza ensaística;

Leveza;

Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada;

Uso do humor;

Brevidade;

É, portanto, uma produção moderna: está sujeita à rápida transformação e

à fugacidade da vida moderna.

Dito isso, para além da caracterização, o que um cronista teria a nos dizer

sobre o que resulta do seu trabalho criador? Paulo Bloise, que publicou seus

textos no Jornal da Tarde e escreveu, dentre outros, os livros De olho na rua e

Surfando na marquise, tem um recado. Ei-lo:

“0 tempo das crônicas

Acho que foi uma espécie de provocação amistosa. Quando minha amiga

soube que eu estava escrevendo crônicas, ela disparou por telefone mesmo:

"Sabe o que disse um escritor, com quem eu mantenho contato, sobre as

crônicas?

Fiquei em silêncio, pressentindo as críticas que viriam.

"Ele acredita que são ficções malfeitas. Um tipo de conto preguiçoso, ou

uma história de pouco fôlego."

Fiquei contente. Há tempos que desejava escrever sobre o tema, e o

desafio me incentivou. De início, concordei com o "pouco fôlego". Sempre

comparo esse gênero literário à fotografia, técnica que se propõe a registrar

9

instantâneos. As crônicas, via de regra, não se metem a grandes narrativas, como

um longa-metragem. Isso fica para os romances ou aos seus irmãos menores, as

novelas. Olha-se uma situação, escuta-se um caso, recorda-se um episódio, e eis

o material para a reflexão. Tudo, literalmente, funciona como assunto. Serve o

trânsito? Serve. A impunidade dos ministros, os campeonatos esportivos? Servem

também. Quem não leu ainda À sombra das chuteiras imortais, de Nelson

Rodrigues, está perdendo uma ótima análise dos brasileiros pelo futebol. (...) ...lá.”

BLOISE, Paulo. In: ASSIS, Machado de... [et al]. Do conto à crônica. São Paulo:

Salamandra, 2003, p. 51-53.

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ntc_l.php?t=045

Essa crônica já tem um outro estilo, uma abordagem mais argumentativa,

entretanto, conduzindo o tema com um tom menos acadêmico e mais

despretensioso e coloquial, como uma conversa entre amigos.

Como foi a leitura: Difícil? Fácil?

Ficou algum trecho que você não compreendeu?

O que você acha que o escritor com quem a amiga do narrador

mantém contato considera “ficções malfeitas”?

As crônicas são realmente “ficções malfeitas”?

Com o que você já sabe até agora, explique porque o gênero crônica é

comparado pelo narrador à fotografia.

O que acha de aproveitar a dica do narrador e ler “À sombras das

chuteiras imortais”, disponível em:

http://angelogirotto.blogspot.com/2007/05/queridos-amigos-devido-uma-

enxurrada-de.html ?

PAULO BLOISE é mestre em psiquiatria, analista junguiano, autor de "O Tao e a Psicologia" e

"De olho na rua". É co-autor da antologia "De primeira viagem", (finalista do prêmio Jabuti, selecionada

pelo programa PNBE), autor e co-organizador da obra Vida crônica (selecionada pelo programa PNLD).

Atualmente, coordena, na Unifesp, o Anthropos, núcleo de integração mente e corpo, e na Editora

Moderna a Série Imaginário.

(http://www.modernaliteratura.com.br/moderna/book.php?id_titulo=10019689)

10

Qual sua compreensão da frase: “a maneira certa de se começar uma

crônica é por uma trivialidade”?

O que, segundo o narrador, separa a crônica da notícia de jornal?

A partir a experiência de conhecer um pouco mais esse tipo de texto, seja

pela leitura dos dois anteriormente apresentados, seja pelas características

observadas e discutidas, vamos a um interessante desafio: que tal, com o que já

sabemos sobre a crônica, fazer uma tentativa de escrever um texto desse gênero

e ver como é que fica?

Vamos começar estabelecendo um público leitor com o qual cada um

deverá se preocupar na hora de planejar o seu trabalho e de pensar a forma do

seu texto. Outro detalhe importante é ter um espaço o mais próximo possível do

seu dia-a-dia. Para este exercício, vamos delimitar o espaço escolar como lugar

de observação das cenas e dos acontecimentos que podem suscitar uma crônica.

Considerando que esta primeira escrita é um ensaio, a primeira incursão no

gênero, é necessário apenas se dedicar à elaboração, tentando se aproximar o

máximo possível do que já foi visto até o momento sobre o gênero. Agora é com

você.

Atente para o tema: o espaço escolar;

Pense no tom que deseja imprimir ao texto;

Para esse primeiro trabalho, vamos levar em conta como interlocutores os

colegas, os professores e os funcionários da escola.

Com o resultado da primeira produção vamos ver como foi a experiência e

como podemos melhorar o nosso trabalho. Aqueles que se sentirem à vontade

podem pedir aos colegas que leiam seu texto e opinem com sinceridade, com o

11

intuito de colaborar que fique o mais próximo possível da meta estabelecida. Seria

ideal a eleição de um texto para colocar no quadro e fazer uma avaliação em

conjunto. Isso pode ajudar a todos a compreenderem um pouco mais como fazer

melhor da próxima vez. Sempre é bom lembrar que a prática da escrita se

desenvolve com a reescrita, ação que, em alguns casos, deve ser feita inúmeras

vezes.

Humor, reflexão e uma análise sutil dos relacionamentos humanos é o que

faz Fernando Sabino, um grande cronista brasileiro, em seus textos inteligentes e

emocionantes. Como este que vamos ler aqui:

“Hora de dormir

- Por que não posso ficar vendo televisão?

- Porque você tem de dormir.

- Por quê?

- Porque está na hora, ora essa.

- Hora essa?

- Além do mais, isso não é programa para menino.

- Por quê?

- Porque é assunto de gente grande, que você não entende.

- Estou entendendo tudo.

- Mas não serve para você. É impróprio.

- Vai ter mulher pelada?

- Que bobagem é essa? Ande, vá dormir que você tem colégio amanhã

cedo. (...) ...televisão?”

SABINO, Fernando. A companheira de viagem. Rio de Janeiro: Editora do autor. 1965.

http://www.quemtemsedevenha.com.br/hora_de_dormir.htm

12

Observe como é possível pensar o texto como uma imagem, um momento,

uma situação registrada por um instante. Algo simples como desligar a televisão,

nas mãos do escritor, suscita uma série de pontos de vista, questões de

relacionamento, situações pelas quais muitos já passaram ou vão passar.

Antes da leitura, apenas pelo título, é possível fazer uma hipótese do

que vai acontecer?

Na maioria das vezes o título de um texto é atribuído depois dele estar

pronto. Já pensou em fazer isso quando vai escrever?

Quais elementos dão o tom bem humorado ao texto?

Nascido em Belo Horizonte no dia 12 de outubro de 1923, o escritor e cronista

FERNANDO TAVARES SABINO era o último vivo do quarteto mineiro de escritores integrado

por Hélio Pellegrino (1924-88), Otto Lara Resende (1922-92) e Paulo Mendes Campos (1922-91).

Essa amizade inspirou Sabino a escrever "O Encontro Marcado" (1956), seu livro de maior sucesso.

Além dessa, suas principais obras foram "O Homem Nu" (1960), “A companheira de

viagem”(1965), "O Menino no Espelho" (1982) e "O Grande Mentecapto" (1979), que deu a Sabino

o Prêmio Jabuti.

Aos 17 anos, ao decidir ser gramático, escreveu uma crítica sobre o dicionário de Laudelino

Freire no jornal "Mensagem", e publicou também artigos literários em "O Diário", ambos em Minas

Gerais.

No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da "Folha de Minas". Seu primeiro livro de contos, "Os Grilos não Cantam

Mais", foi publicado em 1941, no Rio. Nesse mesmo ano, torna-se colaborador do jornal literário

"Dom Casmurro", da revista "Vamos Ler" e do "Anuário Brasileiro de Literatura".

Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946, licencia-

se do cargo que exerce na Justiça e viaja com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos, morando por

dois anos em Nova York, onde trabalha no Escritório Comercial do Brasil e no Consulado

Brasileiro.

Em 1947, envia crônicas para serem publicadas em jornais como "Diário Carioca" e "O

Jornal", do Rio, que são reproduzidas em vários veículos do Brasil. Começa a produzir os livros

"Ponto de Partida" e "Movimentos Simulados" que, apesar de não serem concluídos, serão

aproveitados em "O Encontro Marcado". Em 1960, o escritor publica o livro "O Homem Nu" na Editora do Autor, fundada por ele,

Rubem Braga e Walter Acosta. Publica, em 1962, "A Mulher do Vizinho", que recebe o Prêmio

Cinaglia do Pen Club do Brasil.

Termina o romance "O Grande Mentecapto" em 1979, iniciado mais de 30 anos antes. A

obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, acabaria sendo adaptada para o cinema e o teatro anos depois.

Em julho de 1999, recebe da Academia Brasileira de Letras o prêmio "Machado de Assis"

pelo conjunto de sua obra.

Um dia antes de completar 81 anos, morre no dia 11 de outubro de 2004 vítima de câncer

no fígado. O escritor lutava contra a doença desde 2002.

O corpo de Sabino foi sepultado ao som de canções de jazz, tradicionais em funerais de

Nova Orleans (EUA), na manhã do dia 12 de outubro, no cemitério São João Baptista, em Botafogo,

zona sul do Rio. (http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_976.html)

13

Você já vivenciou uma situação parecida com a que é retratada na

crônica?

Para conhecer um pouco mais, vamos fazer uma pesquisa em jornais, na

biblioteca da escola (especialmente os títulos: “O novo manifesto”, Pipocas”, “As

eternas coincidências”, Olhar de descoberta”, entre outros, que reúnem crônicas

de vários autores), e na internet, selecionando algumas crônicas para fazermos

uma roda de leitura na sala de aula. Não esqueça de fazer uma busca também por

dados do autor, se possível.

Aproveite e leia tudo que achar interessante e traga suas contribuições.

Durante a roda de leitura, você pode também apresentar algumas

informações como: os dados do autor, por que esse texto chamou a sua atenção e

quais características do que você viu sobre a crônica o texto apresenta.

Considere:

Assunto;

Tom: crítico, irônico, lírico, argumentativo;

Personagens;

Foco narrativo (o autor presencia a cena ou atua nela?);

Linguagem – atual, antiga;

Cada um, espontaneamente, e sentindo-se à vontade para fazê-lo, pode

apresentar o texto que trouxe como foi combinado, caracterizando-o, quando for o

caso.

14

Num texto breve, simples e direto o leitor é levado a pensar nas dores e

alegrias da vida.

Moacyr Scliar é um cronista que observa o seu cotidiano e dele tira flashes

bem humorados que encantam seus leitores, mas também tem o seu lado crítico

ou lírico-filosófico, como nessa crônica que leremos a seguir:

“Menino chorando, moça rindo

Um quarteirão não corresponde a uma distancia muito longa. Quando a

gente diz: “Essa loja fica no próximo quarteirão” a pessoa sente que não tem de

andar muito.Mas o espaço físico nem sempre corresponde ao espaço emocional,

cujas possibilidades são quase infinitas.Caminhando por um quarteirão de Porto

Alegre tive dois encontros, para dizer o mínimo, insólitos. E reveladores. E

enriquecedores.(...) ...vivida”

SCLIAR, Moacyr. [et al] Pipocas. 1ª ed., São Paulo: Cia das Letras, 2003, p. 24-25.

http://redeleste.blogspot.com/2009/06/menino-chorando-moca-rindo-moacyr.html

Como foi a leitura do texto? De fácil compreensão? Emotiva? Fez

pensar? Foi rápida?

Da observação, constatação e descrição da cena o narrador se dirige

ao leitor num dado momento. Transcreva o trecho em que isso ocorre.

Observe o uso de termos contrários, palavras de sentidos opostos,

antônimas: menino-moça, bem vestido-malvestida, bem nutrido-pobre,

chorando-rindo. Conhecem esse recurso? Se ninguém conhece, vamos

pesquisar: Figuras de linguagem.

15

E por falar em tristeza e felicidade, vamos conhecer o estilo descolado de

Danuza Leão, cronista do jornal Folha de São Paulo, que presenteia os leitores

com textos deliciosos em sua coluna semanal.

Abordando fatos que viraram notícia, aproveitando datas comemorativas ou

mesmo pegos da memória, em lembranças que fazem as pessoas chegarem a

pensar que é um puro desabafo, a autora encanta e fascina com seu jeito peculiar

de escrever.

“Felicidade pega

FÁCIL não é, mas existem maneiras de procurar a felicidade. A primeira

coisa -e a mais importante- é tentar só ter como amigos gente com a vocação da

felicidade. É claro que às vezes eles passam por problemas, e devemos ser

MOACYR SCLIAR, nascido em Porto Alegre, em 1937, é autor de 53 livros, em vários

gêneros: conto, romance, crônica, ficção juvenil, ensaio. Obras suas foram publicadas nos Estados

Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega,

Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, México, Canadá, Israel e outros países,

com grande repercussão crítica.

Recebeu vários prêmios, entre os quais: Academia Mineira de Letras (1968), Joaquim Manuel de Macedo (1974), Érico Veríssimo (1975), Cidade de Porto Alegre (1976), Brasília (1977),

Guimarães Rosa (1977), Associação Paulista de Críticos de Arte (1980), Casa de las Américas (1989),

José Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras (1998), Jabuti (1988, 1993 e 2000, neste último

ano por A Mulher que Escreveu a Bíblia). Tem trabalhos adaptados para cinema, tevê, teatro e rádio.

É colunista dos jornais Zero Hora (Porto Alegre) e Folha de S. Paulo. Foi professor visitante nas

Universidades de Brown e Austin.

A vocação para a literatura surgiu cedo. Os pais, imigrantes judeus-russos moradores no

bairro do Bom Fim em Porto Alegre, eram grandes contadores; a mãe, professora, iniciou-o cedo na

leitura. Logo estava escrevendo historinhas que circulavam no bairro. Mais tarde, estudante de

Medicina, publicou vários contos. Sua primeira obra de importância apareceu em 1968; era O

Carnaval dos Animais, um livro de contos que alcançou grande repercussão crítica. Duas influências são importantes na obra de Scliar. Uma é sua condição de filho de

imigrantes; a outra é sua formação como médico de saúde pública, porta de entrada para a realidade

social brasileira. Em sua carreira, papel importante é reservado à literatura juvenil, que define como

"um reencontro com o jovem leitor que fui, um leitor que procurava nos livros um sentido para a vida

e para o mundo". Entre seus títulos mais importantes estão os romances “A Mulher que Escreveu a

Bíblia” (1999), “A Majestade do Xingu” (1997), a coletânea “Contos Reunidos” (1995), a obra juvenil

“Memórias de um Aprendiz de Escritor” (1984) e o livro de crônicas “Um País Chamado Infância

(1995), entre outros.

(http://pt.shvoong.com/books/biography/1660543-moacyr-scliar-vida-obra/)

16

solidários nesses momentos. Mas existem pessoas que nascem de baixo-astral,

sempre se queixando de tudo, só falando de problemas e tristezas. Se você

conviver muito com pessoas assim, pode saber que vai ficar mal. Aliás, gente

assim só gosta de se dar com pessoas como elas; quem, nascido com o DNA lá

em baixo, vai suportar ser amiga de quem é feliz, otimista, que vive rindo e

achando a vida boa? (...) ...sarampo.”

Danuza Leão na FOLHA DE SÃO PAULO, domingo, 22 de marco de 2009, Caderno

Cotidiano.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/indices/inde22032009.htm

A leitura da crônica despertou que sentimentos ou emoções?

Como é a atuação do narrador, segundo o que foi estudado sobre esse

aspecto? Observe os verbos.

A crônica descreve situações que acontece com o leitor com certa

frequência? O quê?

A narradora dá uma espécie de conselho. Qual é?

De certo modo ela defende esse ponto de vista no texto. Você

concorda com ele?

A crítica irônica e inteligente também ganhou espaço na crônica desde

muito cedo. Colada, como nasceu, ao texto jornalístico, conviveu com as notícias

da política brasileira e internacional. Assim, não é surpresa que, sutilmente ou

DANUZA LEÃO nasceu em Itaguaçu em 26 de julho de 1933, no Espírito Santo, e aos dez anos foi para o Rio de Janeiro. Depois de exercer atividades variadas, tornou-se jornalista. Suas crônicas encontram-se reunidas em Danuza todo dia, Crônicas para guardar e As aparências enganam. Seu maior sucesso foi o livro de etiqueta Na sala com Danuza (1992), que liderou a lista dos mais vendidos durante um ano, e teve uma edição

revista, Na sala com Danuza 2, em 2004 e uma edição de bolso pela Companhia das Letras em 2007. Também pela Companhia das Letras publicou seu livro de memórias, Quase tudo (2005), que já vendeu quase 130.000 exemplares. Irmã da cantora Nara Leão, foi casada com o jornalista Samuel Wainer, fundador do extinto jornal Última Hora. É mãe da artista plástica Pinky Wainer, do jornalista, já falecido, Samuel Wainer Filho e de Bruno Wainer, empresário do ramo de distribuição cinematográfica.

(http://www.cultura.dequalidade.com.br/index.php/biografia/biografia-de-danuza-leao/)

(http://www.cultura.dequalidade.com.br/index.php/biografia/biografia-de-danuza-leao/)

17

abertamente, nela apareçam alfinetadas nos homens públicos, ocupantes de

cargos eletivos.

Este é um outro assunto da crônica que podemos observar nesta de Lima

Barreto, que transcende o tempo e o espaço, mantendo-se sempre atual:

“O Novo Manifesto

Eu também sou candidato a deputado. Nada mais justo. Primeiro: eu não

pretendo fazer coisa alguma pela Pátria, pela família, pela humanidade. Um

deputado que quisesse fazer qualquer coisa dessas, ver-se-ia bambo, pois teria,

certamente, os duzentos e tanto espíritos dos seus colegas contra ele.

Contra as suas idéias levantar-se-iam duas centenas de pessoas do mais

profundo bom senso. Assim, para poder fazer alguma coisa útil, não farei coisa

alguma, a não ser receber o subsídio. Eis aí em que vai consistir o máximo da

minha ação parlamentar, caso o preclaro eleitorado sufrague o meu nome nas

urnas.(...) ...urnas.”

BARRETO, Lima. In: VERÍSSIMO, E. [et al]. O novo manifesto: antologia de contos e

crônicas, 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 51-54.

http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2004/10/293419.shtml

AFONSO HENRIQUES DE LIMA BARRETO era mestiço, filho de um tipógrafo e de uma professora, que morreu quando ele tinha apenas sete anos. Estudou no Colégio Pedro 2o e depois cursou engenharia na Escola Politécnica. Ainda estudante, começou a publicar seus textos em pequenos jornais e revistas estudantis.

Com o agravamento do estado de saúde de seu pai, que sofria de problemas mentais, abandonou a faculdade e passou a trabalhar na Secretaria de Guerra, ocupando um cargo burocrático. Grande cronista de costumes do Rio de Janeiro, Lima Barreto passou a colaborar para diversas revistas literárias, como "Careta", "Fon-Fon" e "O Malho".

Seu primeiro romance, "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", foi parcialmente publicado em 1907, na Revista Floreal, que ele mesmo havia fundado. Dois anos depois, o romance foi editado pela Livraria Clássica Editora. Em 1911, Lima Barreto publicou um de seus melhores romances, "Triste Fim de Policarpo Quaresma", e em 1915, a sátira política "Numa e a Ninfa".

Lima Barreto militou na imprensa, durante este período, lutando contra as injustiças sociais

e os preconceitos de raça, de que ele próprio era vítima. Em 1914 passou dois meses internado no Hospício Nacional, para tratamento do alcoolismo. Neste mesmo ano foi aposentado do serviço público por um decreto presidencial.

Em 1919 o escritor foi internado novamente num sanatório. As experiências deste período foram narradas pelo próprio Lima Barreto no livro "Cemitério dos Vivos". Nesse mesmo ano publicou a sátira "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá", inspirada no Barão do Rio Branco, e ambientada no Rio de Janeiro.

Lima Barreto candidatou-se em duas ocasiões à Academia Brasileira de Letras. Não obteve

a vaga, mas chegou a receber uma menção honrosa. Em 1922 o estado de saúde de Lima Barreto deteriorou-se rapidamente, culminando com um ataque cardíaco. O escritor morreu aos 41 anos, deixando uma obra de dezessete volumes, entre contos, crônicas e ensaios, além de crítica literária, memórias e uma vasta correspondência. Grande parte de seus escritos foi publicada postumamente.

(http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u589.jhtm)

18

O que torna o assunto desta crônica atual?

Como você pode perceber que, embora atual no assunto, esse texto

não é da nossa época?

Transcreva um trecho em que o autor deixa seu caráter irônico

evidente.

A quem o cronista dirige sua crítica?

Há trechos em que o narrador se dirige ao leitor. Aponte-os.

Anote alguns termos que são usados pelo autor para realçar o texto,

passando de uma mera informação a um estilo, dando literariedade ao texto.

Voltando à proposta inicial, agora que você já teve a oportunidade de ler

uma série de crônica de vários autores e estilos, vamos retomar o texto produzido

na primeira etapa de escrita e partir para o a produção definitiva.

Inicialmente vamos observar novamente ao nosso redor, com a atenção e o

olhar do cronista que nos propusemos a ser, e escolher nossa cena que mereça

uma crônica.

...

Uma produção de texto precisa de um planejamento. Já temos definido o

gênero crônica como meta, observamos os cotidiano e escolhemos o fato. Vamos

definir alguns outros aspectos:

Qual será o tom? (irônico, crítico, filosófico-reflexivo, lírico,

humorístico)

E o foco narrativo? (será em terceira pessoa, em primeira, com

participação ou não do narrador na cena)

Não esqueça que um bom título pode cativar mais o seu leitor,

portanto, dê uma atenção especial a esse item.

19

Vamos combinar um tempo (30 minutos) para a elaboração da redação

propriamente dita que, muito provavelmente, já está iniciada na imaginação de

cada um. Esse tempo não significa um engessamento, mas demarca o momento

para que comecemos a tirar algumas dúvidas que forem surgindo.

Na sala de aula os alunos formam um grupo de leitores e críticos que

podem ser de grande ajuda na avaliação e reescrita do texto. Vamos fazer como

da outra vez, trocar as produções com os colegas para ver se a opinião do outro

pode nos ajudar a melhorar de alguma forma nossa crônica.

Outro fato importante e tomar conhecimento dos estilos variados que

possam têm surgido, o que pode ser de grande valia para que cada um tenha um

outro olhar sobre seu próprio trabalho.

Não se esqueça de que as normas gramaticais dever ser respeitadas, a não

ser nos casos em que a quebra da regra seja um recurso para realçar o texto ou

para alcançar um efeito almejado.

A versão final terá a avaliação do professor, porém, antes disso, você

mesmo poderá realizar uma revisão do seu texto segundo alguns critério, os quais

já foram discutidos durante o percurso. Verifique os itens a seguir:

Escrita correta das palavras (acentuação, ortografia), pontuação,

concordância;

Frases e parágrafos coerentes e compreensíveis;

Elaboração criativa do título;

Se há diálogos, observe a pontuação própria;

20

Linguagem simples, clara, como num bate-papo com o leitor;

Estabelecimento de um tom (irônico, lírico, crítico, reflexivo);

Ambientação no espaço escolar;

Não é apenas uma narrativa, mas apresenta características que

demarcam o estilo do autor.

Com o texto revisado por você mesmo e entregue ao professor uma

avaliação final, vamos preparar um mural para a divulgação, tornando públicos os

trabalhos produzidos. Naquele espaço será confeccionada uma moldura dentro da

qual serão afixadas as ampliações em tamanho A3 de duas crônicas dos alunos a

cada dia.

Outra sugestão é a de fazer uma apresentação de leitura dramática para os

alunos, pais, professores, e funcionários da escola, das crônicas lidas e daquelas

produzidas em sala de aula, como forma de divulgação dos trabalhos realizados.

AMARAL, Heloísa. O gênero textual crônica. Na ponta do lápis. São Paulo: Fundação Itaú Social, n. 10. Ano IV dezembro de 2008, pp. 12-13. ASSIS, Machado de... [et al]. Do conto à crônica. São Paulo: Salamandra, 2003. BAKHTIN. M. M (1895-1975). Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN. M. Estética

da criação verbal. (Tradução: Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira). São Paulo: Martins Fontes, 1992. BLOISE, Paulo. In: ASSIS, Machado de... [et al]. Do conto à crônica. São Paulo: Salamandra, 2003. COUTINHO, Afrânio. “Ensaio e crônica”. In. A literatura no Brasil Vol. 6. 7ª ed. São Paulo: Global, 2004, p. 117-143. LEÃO, Danuza. Folha de São Paulo, São Paulo, 22 mar. 2009, Caderno Cotidiano. MOREIRA, J. A. A. et AL. Relatório de experiência: Literatura infantil. 1996. Disponível em http://joseaamoreira.vilabol.uol.com.br Acesso em 15/04/2010. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica. Língua Portuguesa. Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/portugues.pdf. Acesso em: 12/04/09.

21

SABINO, Fernando. A companheira de viagem. Rio de Janeiro: Editora do autor.

1965. SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 2001. SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004. SCLIAR, Moacyr... [et al] Pipocas. 1ª ed., São Paulo: Cia das Letras, 2003. VERÍSSIMO, E... [et al]. O novo manifesto: antologia de contos e crônicas. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003. _____. Mais comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

http://blig.ig.com.br/mirabela/2007/01/

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ntc_l.php?t=045

http://www.quemtemsedevenha.com.br/hora_de_dormir.htm

http://redeleste.blogspot.com/2009/06/menino-chorando-moca-rindo-moacyr.html

http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2004/10/293419.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/indices/inde22032009.htm

http://angelogirotto.blogspot.com/2007/05/queridos-amigos-devido-uma-enxurrada-de.html

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u487.jhtm

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u589.jhtm

http://www.modernaliteratura.com.br/moderna/book.php?id_titulo=10019689

http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_976.html

http://www.cultura.dequalidade.com.br/index.php/biografia/biografia-de-danuza-leao/

http://pt.shvoong.com/books/biography/1660543-moacyr-scliar-vida-obra/