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Calculo de Custos na indústria gráfica. Cálculo de custos na indústria gráfica. Gênesis Sistemas(11) 2088-3069 1

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Calculo de Custos na indústria gráfica.

Cálculo de custos

na indústria

gráfica.

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Calculo de Custos na indústria gráfica.

Índice remissivo Página

Problemas na indústria gráfica 3

Sistemas de levantamento de custos 4

Encargos sociais 5

Horas extras 6

Depreciação de equipamentos 6

Despesas de manutenção e materiais auxiliares 7

Despesas diretas e despesas indiretas 7

Método de rateio de despesas 8

Cálculo do número de horas produtivas (NHP) 9

Criação de centros produtivos 11

Vantagens do segundo e terceiro turno 11

Total do custo fixo X Ponto de equilíbrio 12

Alíquotas de impostos 12

Cálculo do preço de venda 13

Cálculo da contribuição marginal 14

Custos na indústria gráfica (artigo) 26

Podemos ser alheios aos avanços tecnológicos (artigo) 28

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Problemas na indústria gráfica

A indústria gráfica nacional enfrenta uma série de problemas de ordem econômica, mas omaior problema é o desconhecimento da forma correta do levantamento de custos eformação do preço de vendas. Dentre alguns problemas podemos destacar :

✔ Cálculo de custos/hora de forma incorretaPor desconhecimento utiliza-se de métodos errôneos e arcaicos de custeio de orçamentos.Cálculos por milheiro, cálculo errado do fechamento de preço de venda etc...

✔ Carência na análise de custo fixo e ponto de equilíbrio.· Falta de compreensão básica de gestão de negócios.

✔ Vendas sem análise de créditoMuitas vezes o empresário com necessidade de fazer capital vê um pedido e sem analisar aidoneidade do cliente simplesmente pega o pedido, comprometendo seu capital de giro nofuturo.✔ Super dimensionamento na avaliação da capacidade produtiva(horas/mês).

Ao levantar o mapa de custos utiliza um número excessivo de horas produtivas esquecendoseda ociosidade média, feriados, lanches, banheiro, manutenção de equipamentos e outras.

✔ Vendas muito abaixo da capacidade produtiva prevista. Ao se calcular o mapa utiliza-se uma capacidade produtiva prevista acima da capacidade devenda média da empresa.

✔ Compra de equipamentos sem necessidade.Sem uma análise correta das necessidades do mercado e do rol de clientes e trabalhos,compra-se equipamentos que ficarão ociosos por às vezes mais da metade do mês. Istogeralmente é feito para evitar terceirizações, sem avaliar o problema do excesso deimobilização de capital.

✔ Compra de equipamentos comprometendo o capital de giro. Muitas vezes o empresário compromete seu capital de giro comprando equipamentos eesperando pagá-lo com o lucro obtido do mesmo, sem levar em consideração o temponecessário para se abrir novo mercado para o equipamento.

✔ Excesso de estoques.Imobiliza-se grande quantidade de capital em estoques sem análise do volume médio deconsumo, comprometendo o capital de giro e a capacidade de negociação.

✔ Venda acima da capacidade de capital de giro.Vende-se sem possuir capital de giro suficiente para suportar prováveis inadimplências enecessidade de reposição de estoques e compra de matéria prima, tendo que recorrer adescontos de duplicatas.

✔ Desvio de recursos para fora da empresa de forma não planejada.Muitas vezes o empresário confunde a empresa com sua vida particular, não estipulandometas para crescimento, reservas de capital para reposição de equipamentos, manutenção,encargos etc., fazendo retiradas fora da possibilidade da empresa, comprometendo o futuroa médio e longo prazo.

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✔ Desconto de duplicatas.Após o erro do cálculo de custo, talvez este seja um dos maiores problemas dos empresáriosbrasileiros. Além de comprometerem seu capital de giro com os itens acima citados,recorrem a descontos de duplicatas com taxas de juros astronômicas para fazer dinheiro deforma instantânea, esquecendo-se que o lucro líquido médio de uma empresa geralmentenão ultrapassa 10 a 15%.

Sistemas de levantamento de custos

Existem vários sistemas de levantamentos de custos para indústria, ABC, Burden, RKW.Os sistemas que mais se adaptou à industria gráfica foram o Burden e o RKW, sendo oBurden apenas uma variação do RKW.O RKW é um sistema de cálculo de custos criado na Alemanha e que é utilizadoamplamente na indústria gráfica.Basicamente o sistema de levantamento de custos tem por objetivo levantar o custo horados centros de produção de uma empresa, o custo hora obtido será utilizado no cálculo doorçamento.Para isto é necessário dividir a gráfica em centros produtivos, que são:Arte final, fotolito, gravação, impressoras, acabamento, guilhotina etc..

Para calcular o mapa antes é necessário fazer o levantamento de todas as despesas.Toda indústria possui 3 tipos de custos ou despesas :DESPESAS FIXAS : As despesas fixas são aquelas que não variam de acordo com ovolume de produção. Como exemplos destas despesas temos : Aluguel, salários, valetransporte, telefone etc..

DESPESAS SEMI-FIXAS : São aquelas em que variam de acordo com o volume deprodução mas por serem difíceis de serem mensuradas a cada orçamento, estipulamos umvalor fixo baseado na média dos últimos meses. Como exemplo destas temos : Energiaelétrica, materiais auxiliares de produção como estopa, gasolina, blanquetas etc.

DESPESAS VARIÁVEIS : Despesas que variam de acordo com o volume de produção epodem ser determinadas com precisão no momento do cálculo do orçamento. Comoexemplo destas despesas temos : Papéis, chapas, tinta, impostos, comissões, serviços deterceiros etc..

OBS: As despesas variáveis NUNCA são utilizadas no momento do levantamento do mapade custos. Elas devem ser calculadas para cada orçamento em questão.As despesas indiretas ou administrativas, sejam elas fixas, semi-fixas ou variáveis serãorateadas nos centros produtivos de forma que estes absorvam os valores para compor ocusto hora que será utilizado no orçamento.O valor total de despesas diretas produtivas mais as despesas indiretas(rateadas) serádividido pelo número de horas produtivas de cada centro produtivo, calculando assim ocusto hora.

Encargos sociaisSobre os salários de seus funcionários o empregador ao governo em benefícios para o

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empregado uma carga de tributos chamados encargos sociais.Estes índices variam de acordo com o tipo de indústria, mas podemos de maneira geralclassificar a industria gráfica no seguinte esquema de encargos sociais :Os índices abaixo são todos mensais.

Empresas NÃO cadastradas no sistema SIMPLES :Encargo social Percentual Forma PgtoFérias 8,96 AnualAdicional constitucional 2,98Adicional de assiduidade 2,69 Anual13o salário 8,96 AnualINSS 20,00 MensalFGTS 8,00 MensalSeguro acidentes 3,00 MensalSalario educação 2,50 MensalSESI/SESC/SENAI 2,50 MensalSEBRAE 0,60 AnualIncidência cumulativa 8,68

Aviso prévio/rescisão(média) 6,18 DemissãoTotal 75,05

Empresas cadastradas no sistema SIMPLES :Encargo social Percentual Forma PgtoFérias 8,96 AnualAdicional constitucional 2,98Adicional de assiduidade 2,69 Anual13o salário 8,96 AnualFGTS 8,00 MensalSeguro acidentes 3,00 MensalSalario educação 2,50 MensalAviso prévio/rescisão(média) 6,18 DemissãoTotal 43,27

Os percentuais acima deverão ser considerados no mapa de custos como parte integrante dosalário no momento do levantamento do custo hora.

Horas extrasExistem basicamente 2 tipos de horas extras.

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1) A hora extra para suprir um problema de prazo de entrega motivada por uma deficiênciana programação ou promessa para entrega rápida.

2) A hora extra para fazer um trabalho de grande volume que estoura a capacidadeprodutiva normal da gráfica se esta somente trabalhar em horário normal.

Os dois tipos de hora extra acima são radicalmente diferentes. O primeiro pode representarum prejuízo ou diminuição do lucro da empresa porque o trabalho é feito em regime dehora extra quando poderia estar sendo produzido em hora normal. Neste caso a empresatrabalha na hora extra e no próximo ou nos próximos dias tem ociosidade de máquina.O segundo é benéfico e age como um “segundo turno” porque vem a complementar oquadro produtivo. A empresa continuará trabalhando normalmente no horário normal.OBS : As horas extras NÃO deverão ser computadas no cálculo do mapa de custos.

Depreciação de equipamentosExistem dois tipos de depreciação :Contábil e GerencialA depreciação contábil é feita de acordo com a legislação em vigor e não interessa para acomposição do mapa de custos.A depreciação gerencial é a que utilizaremos para a composição do nosso mapa de custos.Devemos avaliar o equipamento e seu tempo de vida para que ao final de um determinadotempo a empresa possa repor ou comprar um equivalente ao equipamento em questão.Lembramos que o equipamento deve ser depreciado sempre pelo seu valor quando novo eajustes devem ser feitos para atualizar este valor sempre para o valor atual(novo) demercado dele mudar.Este valor NÃO deve ser ajustado com o passar do tempo para baixo como muitosimaginam, caso contrário no final do período não haverá reservas suficientes para repô-lo.A menos que o equipamento novo sofra um ajuste para cima ou para baixo.Exemplo : Suponhamos que temos um equipamento novo de 300.000 R$ que terá umadurabilidade de 10 anos(120 meses).Após este período ele poderá ainda ser vendido por 25% do seu valor atual, este valor échamado de residual. Então o cálculo da depreciação será feito da seguinte maneira:Depreciação = (Valor Novo – Residual) / Tempo Vida(meses)Depreciação = (300.000 – 25%*300.000) / 120Depreciação = (300.000 – 75.000 ) / 120Depreciação = 225.000 / 120Depreciação = 1.875,00

Ou seja, todos os meses você deverá contabilizar para este equipamento uma despesa de R$1.875,00 para efeito de depreciação.Muitos gráficos não utilizam a depreciação nos seus cálculos como forma decompetitividade no mercado. Este é um erro imperdoável que comprometerá a empresa amédio e longo prazo. Pois ao cabo de 5 ou 10 anos a empresa não terá reservas suficientespara repor e modernizar seus equipamentos.O valor da depreciação deveria ser depositado em uma conta especial no final do mês eutilizado com o único objetivo de repor o parque industrial.

Despesas de manutenção prevista de equipamentos

Todo equipamento necessita de manutenção de tempos em tempos.Então como fazer para apropriar o valor da manutenção no mapa de custos?.Em um determinado mês pode-se ter um alto valor de manutenção e no próximo mês não

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haver gasto nenhum.Se apropriarmos o valor gasto cada mês no mapa teremos uma oscilação do custo hora acada mês, o que não é bom.Portanto devemos fazer uma média dos últimos 6 ou 12 meses de valores gastos commanutenção. O ideal é que estes valores sejam apurados por equipamento e não no total,desta forma poderemos apropriar na conta de cada máquina o valor médio de suamanutenção.No mapa você apropriará o valor médio de manutenção por mês e independente do valorrealmente gasto este valor será utilizado no mapa.De 12 em 12 meses é bom fazer uma reavaliação desta média.

Materiais auxiliares de produção

São aqueles materiais que por serem de difícil avaliação no momento do cálculo doorçamento devem ser apropriados pela média mensal, constando assim do custo hora.Os materiais auxiliares devem ser levantados por centro de produção, ou seja, cada centroprodutivo deverá ter seu valor de material auxiliar médio calculado.Exemplo : Centro de produção Materiais auxiliaresArte final Toner, disquetes, papel, vegetal etc...Gravação de chapas Reveladores, gomas, químicos em geral etc..Fotolito Químicos Durex, restauradores etc..Impressoras Estopa, querosene, restauradores, blanquetas, graxas, etc.Acabamentos Cola, Fitas adesivas, grampos, papel para pacotes, rotulosGuilhotina Régua, Cera, afiação de facas etc..

Despesas diretas da produçãoAs despesas específicas da produção deverão ser separadas por centros produtivos. Elasserão a base para as chaves de rateio que serão explicadas posteriormente.Das despesas diretas de produção temos:Salários da produção: Arte finalistas, gravadores de chapas, impressores, auxiliares deimpressão, brochuristas, cortadores etc..

Depreciação: Depreciação da arte, impressoras, equipamentos do acabamento, guilhotinaetc..

Materiais auxiliares: Gastos em cada centro produtivo.

Manutenção média: Para cada centro produtivo.Além das despesas supra citadas ainda podem existem despesas diretas com certos centrosprodutivos como aluguel de equipamentos, contrato de assistência.Despesas indiretas (administrativas)Todas as demais despesas serão consideradas indiretas.As despesas indiretas serão rateadas nos centros produtivos de acordo com critérios queserão explicados posteriormente.Estes critérios de rateio é que caracterizam o sistema RKW.Alguns exemplos de despesas fixas e semi-fixas indiretas temos :

✔ Água

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✔ Aluguel ✔ Assistência médica ✔ Associação de classe ✔ Brindes e donativos ✔ Contratos d e assistência e manutenção ✔ Correios ✔ Despesas bancárias ✔ Energia elétrica ✔ Fretes e carretos ✔ Honorários profissionais(Contadores/advogados) ✔ Taxas anuais(parcela mensal)(IPTU, Alvarás, etc..) ✔ Lanches ✔ Materiais de escritório ✔ Perdas diversas ✔ Retirada de sócios ✔ Seguros ✔ Telefones ✔ Transporte (gasolina, óleo, ...) ✔ Transporte (Manutenção automóveis) ✔ Vale transporte ✔ Outras despesas fixas

Método de rateio de despesas

Existem alguns métodos básicos para ratear as despesas indiretas nos centros produtivos.A principal pergunta a ser feita é:Quanto cada centro produtivo deverá absorver das despesas indiretas?

De alguns dos métodos de rateio que podemos usar destacam-se os seguintes :

Método de rateio ObservaçõesPela área ocupada Cada centro produtivo absorverá a despesa de acordo com a

áreaocupada por ele dentro da fábrica. Pode ser utilizado para ratearpor exemplo o aluguel.

Pela potência elétrica Pode ser utilizado por exemplo para ratear energia elétrica.Pelo valor imobilizado Pode ser utilizado para o rateio de seguros.Pelo subtotal de despesas

Soma-se todas as despesas diretas do centro produtivo e utilizaeste valor como chave para o rateio das despesas

Método de rateio Observações

Após anos trabalhando com mapa de custo a conclusão a que chegamos é que algunsmétodos de rateio apenas dificultam o levantamento do mapa, influindo muito pouco naforma em que o custo hora será levantado.Portanto aconselho utilizar somente o método do subtotal de despesas que é o mais simplese funcional.

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Os demais métodos demandam um enorme trabalho extra na prospecção de dados de área,potência elétrica etc., e no final o resultado é praticamente o mesmo.Exemplo prático de como ratear valores:Suponhamos 3 centros produtivos: Solna, Gto, KBAAchamos primeiro o subtotal das despesas diretas de cada um dos centros produtivos.Centro prod Salários Depreciac Manut. Mat.Auxiliar Sub-totalSolna 1200,00 400,00 200,00 120,00 1920,00Gto 800,00 300,00 120,00 80,00 1300,00KBA 1800,00 2000,00 300,00 240,00 4340,00

Total 7560,00

Suponhamos agora que o total de despesas indiretas foi R$ 15.000,00.Para saber quanto cada centro produtivo deverá absorver fazemos a seguinte conta:

Rateado = (Subtotal c.produtivo / Total despesas produtivas) * Total despesa indireta

No caso acimaCentro produtivo Conta a fazer RateadoSolna (1920/7560)*15000 3809,52Gto (1300/7560)*15000 2579,36KBA (4340/7560)*15000 8611,12

Total 15.000,00

O valor rateado deverá ser somado com o valor do sub-total de despesas de cada centroprodutivo para se calcular o total de despesa apropriado para cada centro.Este valor será dividido pelo número de horas produtivas mensal encontrando-se assim ovalor hora.Centro produtivo Sub total Rateado TotalSolna 1.920,00 3.809,52 5.729,52Gto 1.300,00 2.579,36 3.879,36KBA 4.340,00 8.611,12 12.951,12

Custo fixo 22.560,00

A soma da coluna “total” mostrará o total de despesas fixas ou custo fixo da gráfica.Este número será utilizado posteriormente para mostrar o ponto de equilíbrio da empresa.

Número de horas produtivas

A determinação do número de horas produtivas é crucial na precisão do levantamento docusto hora.O total obtido no item anterior Total=(sub-total+rateado), deverá ser dividido pelo númerode horas produtivas para se obter o custo hora do centro produtivo.Entende-se por “Número de horas produtivas”, o número de horas efetivamente trabalhadaspelo centro de custo.Para calcular este número devemos levar em consideração vários fatores :

● Número de dias úteis do ano● Número de feriados do ano

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● Tempo inicial para entrada no trabalho e preparação da máquina (15 mins)● Tempo final para saída do trabalho, deixando a máquina limpa p/ prox. dia.● Lanche, banheiro, cigarro etc..● Tempo médio para manutenção de máquina.● Folgas,● Faltas.

A tabela a seguir demonstra como cálcular do número de horas produtivos máximo parauma indústria no Brasil.Dias do ano 365Sábados e domingos do ano -104Feriados(média por ano) -12Manutenção de máquina média em dias/ano -4Número de dias úteis no ano =245Número de horas trabalhadas/dia 8,5Entrada (10 mins) -0,15Lanches (15 mins) -0,25Banheiro(10 mins) -0,15Ociosidade entre trabalhos(30 mins) -0,5Saída/prep.maq. p/prox.dia(15mins) -0,25Número de horas líquidas por dia 7,2Total de horas do ano (245 dias * 7,2h) 1764Número de horas médio/mês ( 1764 / 12) 147

Portanto 147 horas é o número máximo de horas efetivamente produtivas em um turno.Este é o número de horas que devemos utilizar no mapa de custos.Suponha a tabela anterior que as máquinas solna e gto trabalham apenas 1 turno e que aKBA trabalha 2 turnos, então poderíamos concluir que o custo/hora das máquinas seria:Centro produtivo Sub total Rateado Total NHP Custo/horaSolna 1.920,00 3.809,52 5.729,52 147,00 38,90Gto 1.300,00 2.579,36 3.879,36 147,00 26,30KBA 4.340,00 8.611,12 12.951,12 294,00 44,00

OBS : O segundo turno geralmente não pode ser considerado com o mesmo número dehoras(147) do primeiro turno. Geralmente a quantidade de horas trabalhadas é um poucomenor. Para efeito de simplificação considerei os 2 turnos com 147 horas cada.Por que devemos utilizar o número de horas efetivamente produtivas e não podemos usar o tempo integral de trabalho?.Porque quando calculamos um orçamento, utilizamos no cálculo o tempo que a máquina oufuncionário estarão produzindo, acerto, impressão etc., sem nos preocuparmos com ostempos ociosos.

Criação dos centros de custo produtivosDividir a empresa em centros de custo é uma tarefa aparentemente óbvia mas que requer

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um certo cuidado e análise.Regras básicas :a) Procure não criar um centro de custo que não possua pelo menos um funcionáriotrabalhando no centro.b) Não crie centros de custo para as máquinas de acabamento. Estas serão englobadas emum único centro chamado “Acabamentos”.c) Procure englobar as máquinas tipográficas no centro “Acabamentos”. Geralmente estasmáquinas só são utilizadas para numerar e corte/vinco.d) Junte máquinas com características similares em um único centro produtivo. Exemplo :Se você possui 2 impressoras mono formato ½ folha, crie um centro um centro chamado“Mono Formato 2” ao invés de criar um centro para cada uma. Desta forma elas terão omesmo custo hora.e) Se você não possuir um sistema de cálculo de orçamentos informatizado será mais fáciltratar a guilhotina e suas despesas como administrativas, desta forma ela será rateada nocusto hora dos demais centros de produção e não haverá necessidade de se calcularguilhotina no orçamento.No exemplo de centros seria:1) Arte final2) Gravação de chapas3) GTO4) Roland 005) KBA6) Acabamentos7) Guilhotina

Vantagens do segundo e terceiro turnoSuponha duas gráficas com mesmo parque industrial, funcionários com mesmo nívelsalarial e despesas fixas semelhantes.É possível uma delas ter o custo/hora das máquinas menor que a outra?Sim, se uma delas trabalhar dois ou mais turnos.A vantagem dos demais turnos é a melhor diluição das despesas indiretas e da depreciaçãoque permanecerá praticamente constante.Olhando-se o mapa de custos teríamos um acréscimo na coluna salários dos funcionáriosprodutivos para o segundo ou terceiro turno.Também haveria um acréscimo nas colunas de manutenção e material auxiliar.A coluna de depreciação permaneceria a mesma, pois a depreciação é independe do númerode turnos.As despesas indiretas aumentariam muito pouco, porque a maioria delas independe daquantidade de horas trabalhadas.Por exemplo o aluguel, a depreciação dos bens administrativos e a administração nãonecessitará de funcionários para os 2 ou 3 turnos. Portanto estes valores serão diluídos emum maior número de horas produtivas.A coluna NHP terá um acréscimo, aumentando o divisor e portanto diminuindo ocusto/hora.OBS : Um segundo turno só pode ser considerado se a empresa possuir um volume devendas para preencher as horas produtivas previstas e ela efetivamente ocorrer.

Total de custo fixo x ponto de equilíbrio.Toda empresa gráfica possui um custo fixo, ou seja, um custo que independente do volumede vendas e que deverá ser pago.

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Estes custos foram explicados anteriormente, que são: Salários, aluguel, energia, telefoneetc..A empresa só obterá lucro quando o volume de vendas for suficiente para cobrir todas estasdespesas. Até então a empresa estará trabalhando apenas para cobrir estes custos.Quando a empresa tem um volume de vendas tal que todos os custos mensais fixos foramcobertos, dizemos que a empresa atingiu o “ponto de equilíbrio” ou seja nem é lucrativa enem está em prejuízo.As vendas a partir deste ponto computarão o lucro da empresa, não no valor total mas nasoma das contribuições marginais.Baseado neste conceito podemos perguntar :Se a empresa tiver um faturamento no valor dos custos fixos mensais, então ela atingiu oponto de equilíbrio?NÃO.Isto se dá porque nos custos fixos no mapa não estão computados os valores que dependemdo volume de faturamento, que são :

· Matéria prima (papéis, chapas, tintas, etc..)· Serviço de terceiros (plastificações, corte/vincos, etc..)· Comissões (vendedores, agências)· Impostos (ISS, PIS, Cofins, imposto de renda, etc..)Então fazemos outra pergunta :

Quanto é necessário faturar para atingir o ponto de equilíbrio?Esta pergunta não tem uma resposta matemática, porque os fatores acima são totalmentevariáveis.Não é possível saber com antecedência o valor gasto com matéria prima. Cada serviçopoderá utilizar matérias primas diferentes com valores diferentes. Pode ou não haverserviço de terceiros. Da mesma forma existem trabalhos com comissões e trabalhos nãocomissionados.Os impostos também variam de acordo com o trabalho em questão.Para se saber se a empresa atingiu ou não o ponto de equilíbrio é necessário acompanharcada trabalho para saber o quanto este contribuiu para atingir os custos fixos.Isto será explicado posteriormente em “Contribuição marginal”.

Alíquotas de impostosA legislação brasileira atual permite que a empresa opte por três tipos de tributação:Tributação pelo LUCRO REALCalcula-se primeiro o lucro operacional = Total receitas – Despesas dedutíveisImposto Método de cálculoCOFINS 3% do total de receitas

PIS/PASEP 0,65% sobre o total de receitas

Cont.Social sobre lucro 12% sobre o lucro operacional

Imposto de renda 15% sobre o lucro operacional

ImpostosCOFINS 3% do total de receitasPIS/PASEP 0,65% sobre o total de receitasCont.Social sobre lucro 12% sobre o lucro operacionalImposto de renda 15% sobre o lucro operacional

Tributação através do LUCRO PRESUMIDO.Neste caso o lucro operacional é presumido, independente das despesas operacionais, ou

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seja os impostos serão pagos sobre o valor faturado.Existem alíquotas de acordo com o faturamento anual da empresa.Imposto até 120.000 / ano + 120.000/anoCOFINS 3% sobre o total de receitas 3% do total de receitasPIS/PASEP 0,65% sobre o total de receitas 0,65% sobre o total de receitasCont.Social 0,44% que é 12% de 12% - 1%(*) 2,88% que é 12% de 32% - 1%Imposto de renda 2,4% que é 15% de 16% 4,8% que é 15% sobre 32%(*) –1% referente compensação aumento alíquota de COFINS de 2% para 3%.

Tributação através do SIMPLESO simples consiste numa alíquota única que engloba os seguintes tributos federais : PIS,COFINS, IRPJ, Cont.Social sobre lucro, IPI.Além disto fica isento de: Encargos previdência(parte da empresa), SESI, SEBRAE,SENAE, salário educação.As alíquotas são estipuladas conforme as faixas de faturamento :Faixa receita anual Alíquota p/ gráficasMicro empresa Até 60.000 3,5%Até 90.000 4,5%Até 120.000 5,5%Emp. Peq. Porte Até 240.000 5,9%Até 360.000 6,3%Até 480.000 6,7%Até 600.000 7,1%Até 720.000 7,5%Restante ver IOB

Cálculo do preço de vendaO cálculo do preço de venda é feito através da seguinte fórmula :Preço de venda = Custo de produção / ( 1 – TotIndices/100 )O custo de produção é o cálculo da matéria prima mais produção e serviço de terceiros.Onde TotIndices é o total dos percentuais que deverão ser aplicados no orçamento:Estes índices são : Impostos, comissões e margem prevista.Exemplo :TotalImpostos : ISS(3%), Outros(8,45%) 11,45Comissões : Vendas(5%), agência(10%) 15,00Markup ou margem prevista (15%) 15,00Total 41,45Suponha um custo de produção de : R$ 850,00.Para se calcular o preço de venda aplicamos a fórmula :Preço de venda = 850,00 / (1 – 41.45/100)Preço de venda = 850,00 / (1 – 0.4145)Preço de venda = 850,00 / (0,5855)Preço de venda = 1451,75Para se provar que a conta está correta basta subtrair do preço de venda calculado ospercentuais acima definidos, o valor deverá ser o custo de produção.OBS : O Markup ou margem prevista é apenas uma previsão de lucro porque a empresa sótem lucro real após atingir o ponto de equilíbrio. Até então todo o valor faturado será parapagar as despesas fixas, impostos, comissões e matéria prima.

Determinação do menor preço de vendaPara determinar o menor preço de venda sem comprometer a empresa basta calcular o preçode venda com lucro previsto = 0%. O problema é que você deverá vender todas as horasdisponíveis previstas do mês para ainda assim não ganhar um centavo. Cuidado com esta

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abordagem.Os fatores de risco e erros prováveis do mapa e de previsão de venda mostram que omínimo deveria ser pelo menos 5% para resguardar a empresa.

Cálculo da contribuição marginalDado um preço de venda calculado, qual é o valor deste preço de venda que “sobrará”para a gráfica para que ela cubra o custo fixo? ou seja, em quanto este orçamentocontribuirá para fechar o custo fixo da gráfica?.Este valor é chamado de contribuição marginal do orçamento.A soma das contribuições marginais dos trabalhos fechados mostrará o quanto a empresa jácobriu do seu custo.No final do mês a somatória das contribuições marginais poderá ser:· Menor que o custo fixo. Neste caso a empresa teve um prejuízo operacional.· Igual ao custo fixo. A empresa atingiu o ponto de equilíbrio e não teve nem prejuízo enem lucro.· Maior que o custo fixo. A empresa teve lucro. O lucro será a diferença entre a somatóriadas contribuições marginais e o custo fixo.Fórmula de cálculo:Cont.Marginal = Preço venda – Svc.3os – Mat.Prima – Impostos – ComissõesExemplo : Suponha um orçamento com os seguintes dados :Preço de venda 1800,00Serviços de terceiros 200,00Matéria prima 350,00Comissões (15%) 270,00Impostos (11,45%) 206,00Cont.Marginal = 1800 – 200 – 350 – 270 - 206Cont.Marginal = 774,00R$ 774,00 é o valor que sobrará do orçamento vendido por R$ 1.800 para cobrir o custofixo da empresa.Para cada ordem de serviço emitida no mês você deverá acumular o valor da contribuiçãomarginal, assim você saberá o dia em que a empresa atingiu o ponto de equilíbrio. A partirdaquele dia as ordens emitidas computarão lucro para a empresa.

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Custos na indústria gráficaAs dificuldades enfrentadas pelo setor gráfico tem aumentado dia após dia.

✔ Falta de capital de giro.✔ Fluxo de caixa negativo✔ Incapacidade de investimentos em produção e novas tecnologias.✔ Insolvência com fornecedores.✔ Etc...

De onde vêm estas dificuldades?

Grande parte dos problema da industria gráfica são problema comuns a todos os empresários brasileiros, não só do setor gráfico. Ao abrir uma empresa muitos donos são apenas técnicos e conhecedores na area de produção. Compreendem muito bem todos os processos produtivos desde a pre-impressão, impressão até o acabamentos.

Mas será que isso só e suficiente para fazer com que a empresa funcione plenamente e seja lucrativa?

Não, ser empresario e muito mais que conhecer a parte técnica de sua empresa, é também imprescindível que se conheça totalmente a administração de custos. Não basta apenas saber produzir, é preciso saber por quanto se deve vender o trabalho produzido. Aí, sim, reside o problema da maior parte do empresariado. Utilizando métodos arcaicos e sem fundamento, muitas vezes extraídos da famosa “Experiência” adquirida ao longo do tempo, o empresário cava dia a dia uma cova onde se enterrará ao longo de alguns anos.

O método para levantamento de custos para industrias com produção sob demanda foi inventada na Alemanha antes de 1950, e mais de 60 anos depois empresários Brasileiros continuam

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