Curso Marketing e GestSC1111

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1 Seja Bem Vindo! Curso Marketing e Gestão Empresarial Carga horária: 20hs

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Transcript of Curso Marketing e GestSC1111

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    Seja Bem Vindo!

    Curso

    Marketing e Gesto

    Empresarial

    Carga horria: 20hs

  • 2

    Dicas importantes

    Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o

    contedo, e no apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s

    os determinados aprendem!

    Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se

    deixando dominar pela pressa.

    Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis,

    pois saiba que elas tm uma funo bem mais importante que

    embelezar o texto, so fundamentais para exemplificar e melhorar

    o entendimento sobre o contedo.

    Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais

    se diferenciar dos demais alunos dos cursos.

    Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento

    que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os

    alunos certificados dos alunos capacitados.

    Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual

    onde faz o curso, buscando novas informaes e leituras extras,

    e quando necessrio procurando executar atividades prticas que

    no so possveis de serem feitas durante o curso.

    Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento

    em que est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-

    dia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar

    elementos para reforar aquilo que foi aprendido.

    Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao

    do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido

    quando pode efetivamente ser colocado em prtica.

  • 3

    Contedo

    Definio de Marketing

    Conceitos sobre Marketing que Voc Precisa Conhecer

    O que o Marketing No

    Variveis Mercadolgicas

    O Marketing Mix

    Marketing x Vendas

    Plano Estratgico de Marketing

    Definio do Posicionamento de Mercado

    Planejamento do Marketing Mix

    Plano de Ao

    Tendncias de Mercado

    Cadeia de Impacto

    Bibliografia/Links Recomendados

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    Definio de Marketing

    1.1 O que marketing

    No dia-a-dia, comum se ouvir a palavra marketing como

    sinnimo de vrias outras no muito elogiosas:

    Aquele poltico no faz nada do que promete! Tudo o que ele diz puro marketing!

    Eles fazem muito marketing desse biscoito, mas a gente vai comer e uma droga

    A gente vive num mundo to cheio de marketing que acaba comprando o que no precisa!

    Foi o marketing que elegeu aquele candidato Pra de fazer marketing, Fulano! Voc no to bom como diz!

    No agento mais tanto marketing! Por que eles no so honestos e cumprem o que prometeram?

    Esses marketeiros so os reis da enrolao

    Por falta de informao, as pessoas acabam ligando a

    palavra marketing a coisas negativas, enganadoras e fteis. Nada mais equivocado.

    Vamos a um pouquinho de histria para entender melhor a

    questo.

    1.1.1 Um pouco de histria

    At bem pouco antes da revoluo industrial, em meados

    do sculo XIX, no havia muita oferta de produtos para

    comprar. A produo era basicamente artesanal e sob

    encomenda. Se uma pessoa precisava de um sapato, ou um casaco, precisava encomendar ao arteso local que

    fazia esse trabalho. Ele, por sua vez, tinha uma demanda

    garantida, uma vez que tinha poucos ou nenhum

    concorrente, de forma que no precisava se preocupar em

    angariar novos fregueses. Poucas pessoas tinham acesso

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    ao consumo e menos ainda tinham talento para produzi-los.

    Bastava fazer o seu trabalho bem feito e pronto. Seu futuro

    estava garantido.

    Com o advento das mquinas, que comearam a produzir

    objetos e bens em srie, as coisas comearam a mudar um

    pouco. Os artesos j no eram mais os donos do mercado, pois a indstria abastecia a populao com seus produtos toscos e pouco variados, porm, a um preo mais

    acessvel. O sculo XX tornou a fbrica uma realidade

    possvel e corriqueira. As opes eram poucas e, Henry

    Ford, fabricante do primeiro carro popular, o Ford T, tornou

    clebre a frase que descrevia como a indstria via os

    compradores: As pessoas podem escolher o carro da cor que quiserem, desde que seja preto. S depois da segunda guerra mundial que o crescimento do nmero de fbricas

    e de produtos industrializveis que a figura da concorrncia tornou-se uma realidade. Agora j no havia

    mais apenas uma marca de carros, camisetas ou manteiga

    para comprar. A escolha comeou a ser possvel e os s

    ento os fabricantes comearam a pensar em como atrair

    os consumidores, modos de realizar os seus desejos,

    maneiras de fazer o seu produto ser preferido em

    detrimento do de seu concorrente. Eis ento que surge o

    marketing. O fato deste conceito ser to recente talvez

    explique porque ele to mal-entendido e porque provoca tantas confuses na cabea das pessoas. Vamos ver ento

    as palavras que se relacionam com o assunto.

    1.1.2 Mas afinal, o que marketing?

    Ok, agora j sabemos o que motivou o aparecimento deste

    conceito. Mas o que realmente marketing? Veja a

    definio clssica de Philip Kotler, considerado pelos

    profissionais da rea como um guru no assunto: Marketing um processo social e gerencial pelo qual

    indivduos ou grupos obtm o que necessitam e desejam

    atravs da criao, oferta e troca de produtos de valor com

    outros (1).

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    Marcos Cobra, um dos estudiosos do assunto mais

    respeitados no Brasil, descreve marketing assim:

    "Marketing uma expresso anglo-saxnica derivada da

    palavra mercari, do latim, que significa comrcio, ou ato de

    mercar, comercializar ou transacionar (2)."

    Mas quando voc l essas definies, no fica tentado a

    pensar: Ah, eu sabia que marketing era s um nome mais sofisticado para a boa e velha tcnica de vendas?

    Alto l, no se precipite em concluses apressadas. A

    diferena fundamental na abordagem. Fica claro que so

    coisas diferentes na declarao do prof. Theodore Levitt,

    um estudioso da Universidade de Harvard:

    A venda focaliza-se nas necessidades do vendedor, o

    marketing, nas necessidades do comprador. A venda est

    preocupada com a necessidade do vendedor transformar o

    seu produto em dinheiro; o marketing, com a idia de

    satisfazer as necessidades do consumidor por meio de um

    produto e de um conjunto de valores associados com a

    criao, entrega e, finalmente, seu consumo.

    Outra definio, desta vez, brasileira, talvez esclarea melhor o conceito:

    Marketing a arte planejada de conquistar, encantar e

    manter o cliente (3).

    1.1.3 Ento ningum precisa se preocupar em

    vender?

    claro que preciso vender, disso que a empresa vive. Mas no disso que o marketing trata. que o conceito de

    venda pressupe que o consumidor mostra certa resistncia

    em comprar e precisa ser persuadido a fazer isso. As

    empresas que focam toda a sua energia em vender dessa

    maneira tm o propsito de vender tudo o que elas

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    conseguem produzir, em vez de vender tudo o que o

    mercado deseja. Veja s como Peter Drucker, um dos mais

    importantes tericos da administrao v a questo:

    Pode-se assumir que sempre haver a necessidade de alguma venda. Mas o propsito do marketing tornar a

    venda suprflua. conhecer e entender o consumidor de maneira que o produto se ajuste a ele e se venda sozinho.

    Idealmente, o marketing deve resultar em um consumidor

    que esteja disposto a comprar. Depois, ser necessrio

    apenas tornar o produto ou servio disponvel (4) __________________

    1 Kotler, Philip. Administrao de Marketing. So Paulo:

    Editora Atlas, 5 . edio, 1998.

    2 obra, Marcos Henrique Nogueira. Marketing essencial:

    conceitos, estratgias e controle. So Paulo: Atlas, 1986.

    3 Costa, Jane I. P. Marketing: Foco no cliente e no

    mercado. In:UFSC. PPGEP. LED. Especializao para

    gestpres de instituies de ensino tcnico. Florianpolis,

    1998. Mdulo 3.

    4 Drucker, Peter. Management: tasks, responsabilities,

    practices. New York: Harper & Row, 1973. p 64-65.

    Conceitos sobre Marketing que Voc Precisa Conhecer

    Lembre-se que a definio clssica do marketing dada por

    Philip Kotler falava em necessidades e desejos. Mas como

    essas palavras so tratadas no contexto do marketing?

    Veja:

    PRODUTO: do ponto de vista do marketing, produto tudo

    aquilo que pode satisfazer os desejos e necessidades de um

    cliente. Tambm se pode chamar o produto de oferta ou

    soluo. O produto constitudo de 3 componentes: bem

    fsico, servio e idia. Quando se compra um sanduche, por

    exemplo, se est comprando um bem fsico (o sanduche

    propriamente dito), um servio (a preparao e o lugar

    para com-lo) e uma idia (comida rpida, economia de

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    tempo). Quando se compra um carro, o bem fsico o

    carro, o servio (transporte) e a idia (autonomia,

    individualidade, praticidade).

    NECESSIDADE: Em 1943, o psiclogo Abraham Harold

    Maslow publicou um trabalho que ficou conhecido no

    mundo inteiro que descrevia as necessidades humanas por meio de uma pirmide. Maslow definiu as necessidades

    fisiolgicas (fome, sede, abrigo), de segurana

    (sobrevivncia fsica), as de relacionamento (a aceitao

    pelo meio e o sentido de importncia), as de estima e

    status (relevncia, domnio, reputao, prestgio) e, por

    fim, as de auto-realizao (desejo de conhecer,

    compreender, sistematizar, organizar e construir um

    sistema de valores). Ele estabeleceu ainda que as

    necessidades fisiolgicas (a base da pirmide) dominam o

    comportamento da pessoa at que sejam satisfeitas, em seguida a segunda torna-se preponderante at que seja

    satisfeita, e nesta ordem at a ltima. As necessidades no

    so criadas por empresas ou pela sociedade, elas so

    inerentes condio humana.

    DESEJOS: Desejos so carncias por satisfaes

    especficas para atender s necessidades. Assim, se uma

    pessoa est com fome, a sua necessidade de apenas

    alimentos. Mas um americano tpico, por exemplo, quando est com fome, pode pensar em um hambrguer. J um

    monge tibetano pensa em algumas frutas, arroz e lentilha.

    Quando compra um carro, pode-se pensar que a pessoa

    est suprindo uma necessidade de se transportar, mas, na

    verdade ela tambm quer ser aceita por um determinado

    grupo, quer demonstrar o seu status social, quer ser

    admirada. As necessidades do ser humano so poucas,

    porm, seus desejos so muitos. E eles so influenciados

    com toda a fora pelas insituties sociais: cultura, religio,

    famlia, escola, amigos, etc. O marketing trabalha principalmente com desejos.

    DEMANDAS: Demandas so desejos por produtos

    especficos respaldados pela habilidade e disposio em

    compr-los. Assim, em vez de querer um simples tnis para

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    praticar esportes, uma pessoa quer um Nike. Muitas

    pessoas desejam um Mercedes, mas muito poucas podem

    realmente compr-lo. Assim, a empresa deve calcular a

    demanda por seu produto baseada no nmero e no perfil de

    pessoas que desejam os seus produtos e que podem

    compr-los.

    MERCADOS: O mercado consiste em todos os

    consumidores potenciais que compartilham de uma

    determinada necessidade ou desejo e possuem condies

    de adquirir um produto que as satisfaam. Assim, para ser

    considerado mercado, um grupo de consumidores precisa

    ter o desejo, as condies financeiras e a disposio em

    adquirir o produto. Assim, podemos falar no mercado de

    necessidades (ex: mercado de dietticos), produtos (ex:

    mercado de calados), demogrficos (ex: mercado de

    jovens) e geogrficos (ex: mercado brasileiro).

    PBLICOS-ALVO: Nenhuma empresa consegue satisfazer

    todos os desejos e necessidades em todos os mercados.

    Assim, para conhecer bem o consumidor e adivinhar o que

    ele gostaria de ter, satisfazendo seus desejos e

    necessidades, necessrio que se delimite os mercados. S

    assim a comunicao atingir o seu objetivos, usando a

    linguagem que aquele consumidor entende e atendendo

    aos seus desejos particulares. Assim, pblicos-alvo so sempre delimitados e tm um perfil bem definido. Ex: a

    nova linha de batons foi concebida para mulheres acima de

    30 anos, independentes, bom nvel cultural e financeiro. As

    bermudas da marca tal atendem a jovens rapazes

    adolescentes, de classe mdia alta e praticantes de

    skatismo.

    VALOR: O valor tem a ver com o modo como o consumidor

    avalia os benefcios que um determinado produto poder

    lhe trazer. Uma pessoa precisa se vestir para se agasalhar, ento dispe de vrias opes de escolha: camisetas,

    blusas, jaquetas, etc. Mas ela gostaria tambm de

    satisfazer outras necessidades como: conforto, economia,

    beleza, sofisticao, qualidade. Uma camiseta popular

    qualquer proporciona economia, mas no beleza e

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    sofisticao. Alm disso, por no ter qualidade, a sua

    durabilidade ser reduzida. A pessoa pesar o que mais

    importante no momento. Dependendo da sua situao

    financeira, social e emocional, escolher a opo que

    satisfaa as suas exigncias ao menor custo possvel. Se o

    mais importante for a sua integrao em um grupo social, a

    qualidade e o status que a camiseta pode lhe proporcionar, a pessoa pode decidir que a camiseta escolhida possui

    valor, mesmo que aparentemente seu preo seja

    absurdamente mais caro. Isso explica porque algumas

    pessoas pagam verdadeiras fortunas por objetos que

    aparentemente no o valem. porque o valor um

    conceito subjetivo, que depende de cada pessoa e seu

    contexto.

    POSICIONAMENTO: O posicionamento literalmente a

    posio que uma empresa ou produto ocupa na mente de um cliente. A palavra foi popularizada com essa conotao

    por dois executivos da propaganda, Al Ries e Jack Trout.

    Eles argumentam que, quando uma marca tem uma

    posio clara na mente do cliente, dificilmente outra

    consegue roubar o seu lugar. H vrias estratgias para

    fazer isso e ser lembrado: a primeira fortalecer a sua

    posio atual. Assim, por exemplo, a Coca-Cola assume a

    posio de maior fbrica de refrigerantes do mundo, a Gol

    como a companhia area brasileira com a melhor relao custo-benefcio, e assim por diante. A segunda estratgia

    buscar uma posio no ocupada, mas valorizada por um

    nicho de consumidores. Assim, a empresa de cosmticos

    Natura se diferencia quando se mostra ecolgica e

    socialmente responsvel na seleo de seus fornecedores

    de matria-prima na selva amaznica. Como nenhuma

    outra empresa mostra isso, a Natura tornou-se uma

    referncia nesse segmento. H vrias outras estratgias e

    todas dependem intrinsecamente das caractersticas do

    produto ou empresa e do pblico-alvo. Uma empresa pode, por exemplo, posicionar-se por um atributo especfico (ser

    a mais antiga, a maior, etc), por benefcio (um batom pode

    ser o nico com gosto de jabuticaba), por usurio (a melhor

    mquina de lavar roupa para pessoas solteiras ou famlias

    pequenas), por concorrente (o leite que possui mais

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    vitaminas que todos os seus concorrentes), por categoria (a

    melhor instituio de ensino de geografia do pas), etc

    Assim, vejamos o que marketing:

    o Um instrumento de gesto valioso

    o Um processo dinmico, resultante de aes integradas

    o Uma tcnica que conjuga uma srie de instrumentos

    para estimular a demanda

    o Um processo que comea muito antes do produto ser fabricado, por meio de pesquisa de mercado e

    planejamento

    o A identificao de desejos e necessidades humanas

    o A evidenciao de caractersticas positivas, vantagens

    e benefcios de um produto

    o Uma filosofia gerencial integrada que consiste em

    entender o mercado e atender s suas necessidades,

    anseios e desejos

    o Tudo o que se faz para colocar um produto certo no

    lugar certo e na hora certa.

    o Uma necessidade de qualquer organizao, de

    qualquer tamanho, em qualquer rea de atuao.

    O que o Marketing No

    Bom, j deu para perceber, dos conceitos vistos at agora, que o marketing no se encaixa muito naquelas frases

    vistas no incio deste captulo. Vamos ento a um resumo

    sobre o que marketing no , segundo um conhecido

    palestrante especializado em marketing para engenharia

    (5):

    Mentir sobre um produto para torn-lo mais interessante

    no marketing.

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    Omitir informaes relevantes mas que pesam contra

    a adeciso de compra no marketing

    Enganar o cliente no marketing

    Investir em propaganda e publicidade sem se

    preocupar com a qualidade do produto, seu preo, a

    distribuio no mercado, as pessoas e os processos

    envolvidos e o ps-venda no marketing

    Exagerar ao descrever vantagens e benefcios no

    marketing

    Oferecer propina para obter vantagem competitiva no

    marketing

    Explorar sem piedade uma desgraa ocorrida com o

    concorrente no marketing

    Falar mal dos concorrentes (mesmo quando se trata

    da mais pura verdade) no marketing

    Fazer chantagem (de qualquer espcie) no

    marketing

    Fazer presso emocional ou psicolgica sobre os

    clientes no marketing

    Arrogncia no marketing

    Fazer qualquer coisa para obter lucro a qualquer preo

    no marketing

    E mais :

    Marketing no propaganda

    Marketing no enganao

    Marketing no mentira

    Marketing no dissimulao

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    Marketing no um remdio milagroso que resolve

    todos os problemas

    Marketing no sinnimo de vendas

    1.3 O marketing no Brasil

    Como j foi visto, a formalizao do marketing como

    disciplina de gesto de negcios bem recente, tendo

    pouco mais de 50 anos. No Brasil, a introduo conceitual do marketing ocorreu ano de 1954, segundo o renomado

    estudioso Raimar Richers (6).

    Segundo ele, ao menos formalmente, o termo marketing

    comeou a ser empregado quando uma misso americana

    visitou os cursos de administrao na recm-criada Escola

    de Administrao de Empresas de So Paulo da Fundao

    Getlio Vargas. Na poca, buscou-se um termo que

    conseguisse traduzir a palavra de origem anglo-saxnica.

    Por alguns anos, as expresses mercadologia e mercadizao foram utilizadas na rea administrativa mas,

    com o tempo, a expresso Marketing, mais incisiva e

    internacionalmente reconhecida, acabou por se impor.

    __________________

    5 Padilha, nio. Marketing para Engenharia, Arquitetura e

    Agronomia. Braslia, DF: 2001. 3 edio.

    6 RICHERS, Raimar. O que Marketing. So Paulo: Editora

    Brasiliense, 1985

    Variveis Mercadolgicas

    Como j visto, o marketing voltado sempre para a

    satisfao do cliente. Mas para que isso acontea, necessrio que se faa pesquisas de mercado. O objetivo

    que se conhea a dimenso do universo de pessoas

    dispostas e aptas a comprar o produto que se est

    vendendo, ou, em uma abordagem de planejamento,

    descobrir as necessidades e desejos do grupo de pessoas

    que se quer atingir.

  • 14

    Assim, alm dos hbitos das pessoas com quem se

    pretende manter relaes empresa- cliente, importante

    tambm conhecer os concorrentes, o que eles tm de pior e

    de melhor e porque os consumidores escolheriam o produto

    dessa empresa em detrimento daquela. As variveis

    mercadolgicas so ento os elementos dinmicos que

    podem afetar as relaes da empresa com seus clientes.

    As variveis mercadolgicas podem ser de dois tipos:

    1.4.1 Variveis internas

    Essas variveis tambm so chamadas de controlveis, pois

    podem ser administradas pela organizao, de acordo com

    o seus propsitos. Como exemplo, pode-se citar o preo, as

    caractersticas de um produto, os pontos onde esse produto

    ser distribudo, entre outros. Para uma anlise completa,

    importante verificar os pontos fortes e fracos (foras e

    fraquezas) dessas variveis, para que se possa planejar a

    sua combinao de maneira mais efetiva.

    1.4.2 Variveis externas

    Essas variveis so no-controlveis, pois no compete

    empresa alter-las. Nesse caso, as variveis devem ser

    cuidadosamente monitoradas. So tambm conhecidas

    como ameaas e oportunidades justamente por oferecerem

    esses dois plos: um acontecimento no-controlvel, se bem monitorado e planejado, pode se transformar em

    grande oportunidade. Uma provvel ameaa pode ter os

    seus efeitos destrutivos minimizados se prevista e bem

    planejada. Alguns exemplos de variveis externas:

    AMBIENTE DEMOGRFICO: informaes como tamanho e

    taxa de crescimento de uma determinada populao,

    distribuio etria, composto tnico e de gnero, nveis

    educacionais, padres de moradia, mudanas geogrficas

    podem ser importante para o desenvolvimento, distribuio e comercializao de um determinado produto. Exemplos:

  • 15

    faz pouco tempo que as empresas de turismo descobriram

    que os homossexuais possuam mais recursos do que as

    famlias convencionais para viajar e se hospedar em locais

    caros. Agora h uma variedade imensa de pacotes

    exclusivos, de maneira semelhante como aconteceu h

    alguns anos com os idosos.

    AMBIENTE ECONMICO: para vender preciso que o

    pblico-alvo tenha poder de compra, que depende, por sua

    vez, da situao econmica do pas ou regio,

    disponibilidade de crdito, distribuio de renda, etc.

    Exemplos: As empresas de artigos de luxo investem

    bastante nesse tipo de pesquisa. assim que se escolhe

    onde ser instalada uma loja carssima, por exemplo.

    AMBIENTE NATURAL: Identifica-se quatro principais

    tendncias do ambiente natural que devem ser levadas em

    considerao em qualquer estratgia: a escassez de

    matrias-primas, o custo de energia crescente, os nveis

    crescentes de poluio e as mudanas do papel dos

    governos em relao proteo ambiental. Exemplos: as

    embalagens descartveis e os eletrodomsticos que economizam energia vo ao encontro de necessidades

    detectadas em pesquisas.

    AMBIENTE TECNOLGICO: O profissional de marketing

    deve estar atento s seguintes tendncias: acelerao do passo na mudana tecnolgica, as oportunidades ilimitadas

    de inovao, a variao nos oramentos de pesquisa e

    desenvolvimento e crescimento da legislao sobre

    mudanas tecnolgicas. Exemplo: Se os fabricantes de

    mquinas de escrever Remington estivessem mais atentos,

    talvez no tivessem teimado em continuar a fabricar

    apenas mquinas de escrever quando todo o cenrio

    indicava que elas teriam vida limitada.

    AMBIENTE POLTICO E LEGAL: As decises de marketing

    podem ser bastante afetadas por leis, decises de rgos

    governamentais e grupos de presso. Exemplos: h alguns

    anos a legislao de trnsito obrigou todos os carros a

    portarem estojos de pronto-socorros. Os fabricantes desses

  • 16

    estojos bem informados prepararam-se para a demanda

    com antecedncia e ganharam muito dinheiro.

    AMBIENTE SCIO-CULTURAL: O ambiente scio-cultural

    afeta profundamente as decises de compra, j que a

    escolha por determinado produto possui uma forte

    componente emocional. Assim, as relaes das pessoas

    consigo mesmas, com os outros, com as organizaes, com

    a sociedade, com a natureza e com o universo podem

    favorecer ou dificultar a vida de um produto ou empresa.

    Ainda h outras caractersticas importantes que devem ser

    levadas em considerao: a lata persistncia dos valores culturais centrais, a existncia de subculturas (ex: pr-

    adolescentes, gays, idosos, etc) e as mudanas dos valores

    culturais secundrios no mundo ocidental. Exemplos: o

    fenmeno do consumismo adolescente provocado por pais

    culpados por no passarem tempo suficiente com os filhos

    resultou numa exploso de marcas e produtos voltados a

    esse pblico.

    Alm desses, h outros fatores que devem ser

    considerados:

    CONCORRNCIA: importante conhecer os que os

    concorrentes esto fazendo, seus pontos fortes e fracos. A

    concorrncia estimula o crescimento e a evoluo.

    CONSUMIDORES: Quanto mais conhecido e detalhado o

    perfil dos consumidores, mais provvel ser o sucesso na

    comunicao. importante que se fale a lngua que o

    consumidor entenda, que se adivinhe os seus desejos e anseios.

    FORNECEDORES: Os fornecedores devem sempre ser

    encarados como parceiros, pois deles depende muito o

    sucesso do produto. O acompanhamento das entregas,

    prazos e qualidade so importantssimos. Como

    fornecedores de servios, os distribuidores podem ser

    considerados tambm nesse grupo.

  • 17

    1.4.3 Pesquisa de marketing

    importante ressaltar que a pesquisa um elemento

    indispensvel ao marketing. Logo, os pequenos

    empresrios e consultores independentes imaginam que

    marketing coisa de empresa grande, que pode arcar com

    os vultosos custos de um instituto de pesquisa. Mas no precisa ser assim. A pesquisa de marketing tambm pode

    ser feita de maneira informal, apenas conversando com

    alguns clientes, tentando descobrir as suas impresses.

    Tambm h muita informao til nos jornais, na Internet,

    nas revistas, em tudo. Basta ter olhos para ver.

    O Marketing Mix

    O marketing mix, ou composto de marketing como tambm

    conhecido, consiste em uma combinao de instrumentos

    utilizados para planejar a estratgia que a empresa utilizar

    para atingir seus objetivos.

    O termo marketing mix foi cunhado pela primeira vez por

    Neil Borden em 1953 (7) (Balmer e Soenem, 2001). Ele

    identificou 12 elementos envolvidos na gesto do marketing:

    1. Planejamento do produto;

    2. Preo;

    3. Marca;

    4. Distribuio;

    5. Vendas pessoais;

    6. Propaganda;

    7. Promoo;

    8. Embalagem; 9. Mostrurio;

    10. Servios;

    11. Manuseio fsico e

    12. Pesquisa de marketing.

    Segundo Kotler (8), Jerome McCarthy popularizou, em

    1996, uma classificao conhecida como os quatro Ps:

    Produto, Preo, Praa (distribuio) e Promoo. Hoje, h

    quem defenda a presena de 10 Ps, a saber:

  • 18

    1. Produto

    2. Preo

    3. Promoo

    4. Ponto

    5. Pessoal

    6. Ps-venda

    7. Proteo (embasamento legal) 8. Provedores (fornecedores) e

    9. Pesquisa mercadolgica.

    Indepentente do nmero de Ps ou de quaisquer outras

    letras, importante que se leve em considerao todas as

    ferramentas que podem auxiliar no planejamento. Aqui

    descreveremos as mais famosas: os 4 Ps:

    1.5.1 Produto

    A definio correta do produto um ponto imprescindvel e

    importantssimo. Mais importante do que a empresa saber

    o que ela est vendendo, saber o que o consumidor est

    comprando. Assim, uma empresa no vende furadeiras,

    porque ningum compra furadeiras. As pessoas compram

    furos, que so a sua necessidade. Se houvesse qualquer outra coisa que tambm fizesse furos, alm da furadeira,

    elas poderiam comprar. Quando uma pessoa paga um

    absurdo por uma camisetinha branca de malha, ela no

    est comprando uma roupa para se agasalhar. Ela est

    comprando status, admirao, incluso em um grupo

    seleto. Agora pense: o que ser que realmente o seu

    cliente est comprando? O que realmente voc est

    vendendo?

    1.5.2 Preo

    Ao contrrio do que possa parecer, a definio do preo no

    uma conta simples, onde se considera os insumos, os

    custos de fabricao, os impostos e a lucratividade. claro

    que isso tudo tambm entra na conta, mas a percepo de

    valor que o cliente tem do produto deve ser considerado

    com bastante cuidado. Muitas vezes, o preo barato demais

    faz com o que o produto perca a sua credibilidade. Em

    marketing, a luta no por oferecer um preo menor, mas

    por oferecer maior valor ao cliente, ou melhor relao

  • 19

    custo-benefcio. Se tiver um preo baixo, tanto melhor,

    mas a equao no to simples. As pessoas fariam filas

    nas lojas Luis Vuitton em Paris para comprar bolsas se elas

    custassem apenas R$ 10,00. claro que no. Aquelas

    pessoas querem ser vistas na fila, querem dizer ao mundo

    que podem comprar um objeto de valor. Elas compram um

    smbolo. A bolsa propriamente dita pode ser at bonita e de excelente qualidade, mas nada que valha um carro popular.

    1.5.3 Praa

    A praa nada mais do que o lugar onde o produto

    vendido (ou comprado). Ficou com esse nome para

    continuar com a inicial P do seu equivalente em ingls place

    (em algumas tradues, aparece a palavra ponto, porm,

    com o mesmo significado aqui descrito). No caso do

    marketing mix, o lugar no se resume apenas ao ponto de

    venda, mas a toda a logstica envolvida no processo. Se a empresa possui um site na Internet para dar informaes

    ao cliente, algum necessariamente tem que responder aos

    e-mails recebidos com prontido. Sem isso, melhor no

    colocar nada. Se houver um telefone para contato,

    imprescindvel que haja algum qualificado para atend-lo

    (mesmo que seja uma secretria eletrnica, porm, no

    esquea de responder aos recados o quanto antes). H

    empresas que gastam fortunas em propaganda e, quando

    um cliente entra na loja, mal atendido. Puro desperdcio

    de dinheiro.

    1.5.4 Promoo

    Enfim, chegou-se ao elemento do mix marketing que mais

    aparece e por isso to confundido com o prprio marketing. que uma das ferramentas mais populares da

    promoo a propaganda. Mas a propaganda no o nico

    meio do consumidor saber da existncia e das vantagens

    do produto. Tambm existem a fora de vendas, o

    merchandising e as relaes pblicas. O mix de

    comunicao, ou o conjunto de ferramentas utilizadas para

    atingir o objetivo depender de todas as variveis vistas

    anteriormente (internas e externas), do produto, do preo

    e da forma de distribuir o produto, alm, claro, do perfil

    do pblico-alvo. Assim, o mesmo que jogar dinheiro fora

  • 20

    se a empresa gastar milhes em um comercial veiculado

    em horrio nobre na emissora lder se o pblico-alvo for

    estudantes universitrios de cursos noturnos, pois eles no

    sero atingidos. Alm disso, propaganda convencional no

    uma panacia para todos os males. Ou algum j viu na

    TV ou em jornais um comercial de automveis Rolls-Royce?

    Produtos caros e com o pblico-alvo bem especfico e reduzido geralmente so divulgados e promovidos em

    eventos fechados, a um custo bem menor que uma

    promoo aberta, com resultados prticos muito mais

    interessantes e personalizados. Exemplo: compradores em

    potencial de condomnios de luxo podem ser identificados

    em uma pesquisa e receber um convite para um almoo em

    um restaurante caro e exclusivo, onde o produto ser

    apresentado com toda a pompa e elegncia que a situao

    exige. No total, isso custaria quase o mesmo preo que

    fazer anncios na TV em horrio nobre. Milhes de pessoas iriam assisti-los, mas pouqussimas poderiam adquirir o

    produto. O resultado final o que conta e preciso falar a

    lngua do pblico-alvo para se comunicar com ele.

    ______________

    7 Balmer, John e Soenem, Guillaume. Articulating the

    corporate mix. International Centre for Corporate

    Identity Studies. Disponvel em

    id4_m.html>. Acesso em: 29 julho 2001.

    8 Kotler, Philip. Administrao de Marketing. So Paulo:

    Editora Atlas, 5 . edio, 1998.

    Marketing x Vendas

    Como j foi dito nesse documento, o marketing e as vendas

    so dois lados da mesma moeda. O marketing aborda o

    ponto de vista do consumidor, e as vendas, o ponto de

    vista da empresa. A princpio, as duas abordagens no devem ser concorrentes, mas complementares, para o bem

    do cliente e da empresa. De qualquer maneira, se os

    prprios consultores tcnicos faro as vendas, recomenda-

    se um curso especfico de

    tcnicas de vendas.

  • 21

    Do ponto de vista do marketing, h muito a ser feito para

    conquistar o clientes e predizer seus desejos. Pesquisar seu

    perfil com cuidado e preciso ajudam muito. A outra arma,

    valiosssima, a consolidao de uma marca forte.

    2.1 A questo da marca

    As empresas de maior sucesso h algumas dcadas eram

    reconhecidas pelo pblico e consumidores como uma

    extenso da personalidade de seus fundadores. Nomes

    como Henry Ford, Werner von Siemens ou Gottieb Daimler

    foram os precursores da era contempornea de grandes corporaes. Havia poucos competidores, e as empresas

    que no possuam uma identidade bem definida ou

    comunicao eficiente no enfrentavam muitos problemas.

    Quando o seu fundador morria ou se retirava dos negcios,

    suas idias, conceitos e estilo de gesto eram naturalmente

    incorporados como padres por seus sucessores sem a

    necessidade aparente do desenvolvimento de novas

    estratgias.

    Somente na dcada de 20 que as marcas comearam a

    ser citadas no sentido em que conhecemos hoje. Nessa

    poca, as marcas ofereciam constncia na qualidade,

    embalagens padronizadas, preos uniformes e os

    respectivos servios, porm, sem nenhuma emoo

    intencional transmitida.

    Aps a segunda guerra mundial, porm, o cenrio se

    modificou, pois as grandes corporaes passaram a ser

    identificadas por sua marca, com uma identificao maior de personalidade (no por coincidncia, o advento do

    conceito de marketing data dessa poca tambm). A partir

    da, os meios de comunicao de massa foram acionados

    de maneira intensiva. Essa estratgia promoveu de tal

    maneira o envolvimento emocional do consumidor com as

    marcas, que hoje observa-se uma grande valorizao

    destes nomes e sinais grficos, a ponto de atingirem

    valores de mercado muito superiores ao faturamento bruto

    anual ou patrimnio fsico das empresas que representam.

    Diferentemente das marcas de produtos, que esto

  • 22

    associadas a algo fsico e palpvel, as marcas corporativas

    so mais complexas. Segundo Simes e Dibb (9), a entidade na marca corporativa possui um nvel mais alto de

    intangibilidade, complexidade e responsabilidade (social),

    fazendo com que seja muito mais difcil construir uma

    marca coerente. A marca a garantia de um produto original, e, portanto, uma garantia para o usurio e uma responsabilidade para o

    fabricante. Essa responsabilidade se materializa em trs

    componentes que incidem sobre o proprietrio de uma

    marca no mercado: a garantia de sua responsabilidade

    pblica como fabricante; a garantia de autenticidade contra

    fraudes, imitaes, plgios e falsificaes; e a garantia de

    constncia da qualidade. Por isso, normal que o

    consumidor escolha uma marca de leite em p conhecida

    em detrimento de uma que ele nunca ouviu falar, mesmo

    que essa ltima seja mais barata. Se os preos forem iguais, o produto sem marca consolidada fica bastante

    prejudicado na competio.

    As marcas, ressalta artigo publicado na revista inglesa The

    Economist (10), s possuem valor em lugares onde os consumidores tm o direito de escolha. Eis porque menos

    comum se encontrar esforos de administrao da marca

    em servios pblicos, normalmente oferecidos sem

    concorrncia. Marcas so, na verdade, ferramentas que as

    empresas se utilizam para obter a lealdade dos

    consumidores. Para que este objetivo seja alcanado,

    vrias tcnicas so utilizadas, sendo a mais comum

    associar um estilo de vida ou conjunto de ideais marca. O

    consumidor ento chega a pagar mais apenas por se sentir identificado com ela (ou querer ser reconhecido por este

    perfil). Essa necessidade de identificao e reconhecimento,

    porm, no se originou com a marca. Em todas as eras e

    povos, existem sinais claramente identificadores de castas,

    situao social ou religiosa, posses, entre outros, que

    podem ser representados por vestimentas, acessrios,

    pinturas corporais ou comportamentos.

    Moon (11) acredita que a marca o resultado da

    experincia do consumidor: Marcas residem na experincia

  • 23

    do consumidor, um resultado da sua experincia de

    compra, de uso e de disposio. Marcas vivem dos coraes

    e mentes do consumidor como associaes emocionais,

    mentais e cinestsicas com o principal benefcio do produto

    ou servio.

    Walton (12) enfatiza a importncia da marca para uma

    empresa quando afirma: Marcas (..) so o modo como as empresas constroem relacionamentos com seus clientes e

    colaboradores (..) elas necessitam ser nutridas por

    administradores e designers talentosos. Elas necessitam ser

    avaliadas e renovadas (..) as pessoas continuam a buscar relacionamentos gratificantes (..)

    Berger (13) declara: marcas no so apenas nomes em embalagens. Este um ponto crucial que todos os que

    trabalham na empresa, do gerente de marketing ao

    presidente precisam entender (..) marcas so mantidas por

    uma valiosa relao com o consumidor (..) Uma marca

    forte representa um relacionamento entre o consumidor e o

    produto que se estende alm do produto, por uma

    significativa conexo emocional. Frostell (14), vai mais alm: ele afirma que as pessoas

    gostam das marcas porque estas facilitam a escolha na

    hora da compra, em termos prticos e emocionais. Como

    as grandes marcas vendem imagens e estilos, mais fcil

    para as pessoas se identificarem com determinados

    produtos, seja por real afinidade ou por desejo de ascender

    a esse mundo ou estilo de vida. Usando marcas

    cuidadosamente escolhidas, essas pessoas so facilmente

    classificveis (grupo social, faixa etria, comportamento, etc) externamente, atendendo a uma necessidade de

    aceitao. Com produtos genricos, h um trabalho maior

    em transmitir uma imagem ou estilo to bem definidos.

    2.2 Credibilidade e reputao

    Alm da marca, a credibilidade e a reputao de uma

    empresa so fatores importantes para que o consumidor

    possa confiar no produto que est adquirindo. Para

    entender melhor o que isso significa, importante que se

  • 24

    conhea trs conceitos importantes: a identidade

    corporativa, a imagem corporativa e a reputao

    corporativa.

    2.2.1 Identidade corporativa

    Identidade corporativa tudo o que a empresa : o

    conjunto de caractersticas que, combinadas, fazem com

    que a empresa (ou o profissional) seja nica, especial,

    diferente das outras. Quando a identidade corporativa

    bem definida e comunicada, tanto o mercado como o

    pblico sabem o que esperar da empresa em determinadas

    situaes. Por exemplo: se ocorre um erro qualquer em um procedimento de uma empresa que transmite seriedade e

    tica, a primeira reao da parte afetada concluir que o

    erro no foi proposital e que o problema ser resolvido da

    maneira mais justa para todos os envolvidos. Se a empresa

    tem atitudes ambguas e sua identidade no bem clara,

    as concluses podem ser bem diversas: que o erro foi

    proposital e que a empresa quer tirar vantagem do

    ocorrido, que a luta ser rdua at que os direitos sejam

    garantidos e os prejuzos ressarcidos. Pensamentos menos

    nobres passaro pela cabea das pessoas e as conseqncias podero levar o incidente muito alm das

    suas dimenses originais...

    Alm de credibilidade, a identidade tambm serve para

    definir claramente o diferencial competitivo. Existem amigos seus que chamam ateno por fazer alguma coisa

    bem: Ingo se destaca por sua capacidade de planejamento

    e anlise de sistemas; Adoniran lembrado como um bom

    administrador, que sabe lidar com pessoas; Allan uma

    pessoa prestativa, sempre pronta a ajudar.

    Com as empresas, ocorre algo semelhante: quando se

    pensa em design, a primeira empresa que vem mente a

    Apple Computadores; voc quer qualidade? Mercedes-

    Benz; respeito ao meio ambiente remete empresa de

    cosmticos Natura, e por a vai.

    Em resumo: a identidade corporativa nada mais do que a

    marca, o contedo e a embalagem de uma empresa inteira.

    E o conhecimento e domnio dessa identidade o primeiro

  • 25

    passo essencial para que a empresa possa se diferenciar

    das outras.

    2.2.2 Imagem corporativa

    A imagem no o que a empresa , mas que as pessoas

    vem. Ou, em outras palavras, imagem no o que voc

    diz, mas o que o outro entende. Cabe ao interessado em transmitir a identidade o cuidado para que ela seja bem

    entendida. Como no se pode entrar na cabea das pessoas

    e programar os seus neurnios (e mesmo se pudssemos,

    no seria tico), importante evitar contradies e

    informaes dbias. Se uma das caractersticas de

    identidade da empresa atender bem, esse princpio deve

    ser sempre respeitado. Seno, ocorre a sdrome da roupa nova do rei: a empresa acha que sua identidade est definida, tima, linda e bem vestida e o que o povo est

    vendo outra coisa bem diferente.

    2.2.3 Reputao corporativa

    Assim como a imagem, a reputao tambm est nos olhos

    do observador. A diferena que a reputao se forma

    quando o observador compara a imagem que ele tem da

    empresa com um padro que ele julga apropriado,

    formando a um juzo de valor. A reputao est associada

    a sentimentos e experincias que esse observador tem com

    a empresa, uma combinao de percepes racionais e emocionais. Estudiosos classificam seis grupos de atributos

    que compe a reputao:

    1. Apelo emocional: o quanto a empresa admirada, amada

    e respeitada. 2. Produtos e servios: como so percebidas a qualidade,

    inovao, valor e credibilidade dos produtos e servios que

    uma empresa comercializa.

    3. Performance financeira: como so percebidas a

    lucratividade, as perspectivas e os riscos da empresa.

    4. Viso e liderana: O quo a empresa demonstra ter viso

    clara e forte liderana.

    5. Ambiente de trabalho: percepo de quo bem a

    empresa administrada, como feito o trabalho e a

    qualificao de seus funcionrios.

  • 26

    6. Responsabilidade social: percepes da empresa como

    boa cidad em suas relaes com a comunidade, seus

    funcionrios e o ambiente.

    2.2.4 Perigos a evitar

    importante que fique claro que a identidade corporativa

    um processo contnuo de autoconhecimento e que, durante a anlise, nem sempre os gestores da empresa encontraro

    os resultados esperam ou desejam. mais comum que eles

    se deparem com problemas de imagem e comportamento,

    fazendo ruir castelos de areia.

    adianta comunicar valores falsos, crenas irreais e

    conceitos que no correspondem realidade da empresa. O

    mercado esperto em detectar personalidades

    esquizofrnicas.

    A deciso mais acertada, quando deparados com a dura

    realidade, tentar identificar os problemas e corrigi-los, de maneira a agir proativamente na mudana de realidade.

    Atingido um patamar mnimo aceitvel, s ento pode se

    iniciar a divulgao dessa identidade.

    ____________________

    9 Simes, Cludia e Dibb, Sally. Rethinking the brand

    concept: new brand orientation. Corporate

    Communications: An International Journal. Bradford: MCB

    University Press. Volume 6, Number 4, 2001. pps. 217-2248.

    10 The Economist. Pro Logo. September 8, 2001.

    Disponvel em

    .

    Acesso em: 05 maio 2002.

    11 Moon, Michael. Branding in the networked economy.

    Design Management Journal. Boston: The Design Walton, Thomas. Lessons in the management and design brands.

    Design Management Journal. Boston: Management Institute

    Press, Summer 1999. pp. 61-65.

    12 The Design Management Institute Press, Winter 1998.

  • 27

    pp. 5-8.

    13 Berger, Charles and Speak, Karl. Brands arent just

    names on packages (first published in DMI Journal,

    Vol 12, No 1 as Designing Identity Designing Brand). Design Management Journal. Boston: The Design

    Management Institute Press, Summer 2001. pp. 19-23.

    14 Frostell, John. Australian Graphic Design Association.

    Thinking about brands, and where they come from.

    Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2002.

    Plano Estratgico de Marketing

    Como se viu anteriormente, as atividades de marketing no

    tratam diretamente da venda do produto, mas de maneiras

    de conceb-lo para que ele satisfaa as necessidades e

    desejos do cliente e ao mesmo tempo, os da empresa. O plano estratgico de marketing um documento que auxilia

    o planejamento de uma estratgia que faa a empresa

    atingir os seus objetivos de venda, mas focando sempre no

    cliente, de acordo com os princpios dos marketing j

    estudados.

    No caso de projetos em otimizao de sistemas

    automotrizes, sugere-se o seguinte roteiro para a

    elaborao do plano estratgico de marketing:

    1. Definio do mercado-alvo

    2. Definio do produto

    3. Identificao e anlise das foras internas e externas

    4. Definio do posicionamento de mercado

    5. Planejamento do marketing mix

    6. Plano de ao

    3.1 Definio do mercado-alvo

    Para se obter um perfil mais aproximado possvel do

    mercado que se deseja atingir, importante delimitar ao

    mximo as caractersticas do mercado. Assim,

    interessante pensar nas seguintes questes:

  • 28

    1. O mercado para os projetos em otimizao de sistemas

    motrizes so apenas indstrias (De que porte? Com que

    consumo?) ou servem tambm shopping centers, centros

    de entretenimento, casas de shows, grandes hotis? Mais

    alguma idia?

    2. Como esse mercado est distribudo geograficamente?

    Com apenas essas duas perguntas j se pode concluir:

    Os perfis dos clientes potenciais so bastante diferentes e

    falam lnguas diferentes.

    As regies geogrficas distintas tambm tm caractersticas

    distintas que devem ser respeitadas (melhor poca do ano

    para a abordagem, caractersticas da economia, etc).

    Sugestes:

    Cada consultor deveria eleger um nico pblico-alvo em

    uma determinada regio geogrfica para trabalhar. A tcnica espalha chumbo tem um ndice de eficncia baixo e custos altos. Assim, focar a atitude mais produtiva.

    Com a estratgia para o pblico e a regio bem definidas,

    pode-se partir para outros pblicos e regies.

    importante valorizar a rede de contatos entre os

    consultores. Esses no devem se ver como concorrentes,

    mas como parceiros. Se cada um tiver uma rea de

    atuao bem focada, pode contribuir com outros sem se

    prejudicar.

    Uma vez definido o mercado-alvo (exemplo: indstrias com

    consumo mensal maior que um determinado valor na

    regio oeste de Santa Catarina), importante dimensionar esse mercado e tentar obter o mximo de informaes

    possvel sobre ele. Assim, quantas indstrias com esse

    perfil existem na regio escolhida? O que elas tm em

    comum? O que elas tm de diferente? Quais so os

    contatos nessas empresas? Qual a melhor forma de

    abordagem? O que as sensibiliza? Quais so os seus

    maiores problemas? Em que situao financeira esse

    segmento encontra-se atualmente (expanso, estagnao,

    crise)?

  • 29

    3.2 Definio do produto

    Agora que j se conhece o pblico-alvo, pode-se adaptar o

    produto para as suas necessidades. O que o consultor

    oferecer objetivamente? No se trata de oferecer solues

    genricas (fazemos qualquer negcio para resolver o seu problema).

    Quando se entra na empresa, j se deve ter uma idia do

    seu problema, seu posicionamento no mercado, situao

    financeira, etc. Assim, fica mais fcil oferecer o que a

    empresa precisa, de maneira que o contato l dentro

    pense: puxa, essa pessoa caiu do cu! Era justamente o que ns estvamos precisando!. Em marketing,

    coincidncias no existem, elas so cuidadosamente

    construdas!

    Assim, se o produto parametrizvel, customize-o antes de oferecer ao cliente. claro que necessrio se deixar

    espao para ajustes e otimizaes, mas se o produto

    estiver muito indefinido ainda, as chances do cliente

    identific-lo como a soluo para os seus problemas

    menor, pois ele que ter que imaginar as adaptaes que

    o produto precisa para atender s suas necessidades.

    Construir a soluo com o produto que se est oferecendo

    tarefa do consultor, no do cliente!

    3.3 Identificao e anlise das foras internas e

    externas

    Como j visto, as foras internas e externas so as que

    representam as foras e fraquezas e as ameaas e oportunidades. Primeiro uma anlise das foras e

    fraquezas.

    3.3.1 Ambiente interno

    Quais os pontos fracos do produto? Eles certamente

    existem, procure bem. E os pontos fortes do produto? Qual o maior diferencial desse produto? Qual o maior

  • 30

    benefcio que ele oferece?

    Quais os pontos fracos do consultor? E os pontos fortes?

    Que limitaes o servio possui?

    Uma vez identificadas as foras e fraquezas, pense numa

    maneira de promover as foras e torn-las ainda mais

    potentes e visveis e em uma maneira de transpor as limitaes e fraquezas, de maneira que elas no

    prejudiquem o negcio. Por exemplo: se uma das fraquezas

    identificadas no consultor que ele gago e tmido, buscar

    formas de resolver esse problema (terapia, cursos, etc) ou

    contorn-lo (levar sempre um consultor adjunto bem

    falante; contratar algum competente para fazer o trabalho

    externo; limitar ao mximo os contatos verbais e valorizar

    mais os escritos, etc). Se o ponto forte do produto

    propiciar economia de dinheiro, planejar planilhas

    comparativas e cases de sucesso para levar nas reunies, quantificados em relatrios escritos que podem ser

    consultados em momento de dvida.

    3.3.2 Ambiente externo

    Que variveis demogrficas podem interferir (para melhor

    ou para pior) no sucesso do seu produto? Quais as regies

    geogrficas mais propcias para vender o seu produto?

    Como esto as condies econmicas da empresa que voc

    pretende visitar? H um meio de mostrar o produto de

    maneira que ele contribua para sua melhora, em caso de

    crise? Quais os argumentos econmicos que os potenciais

    clientes poderiam utilizar para no efetuar a compra do servio? Como esses argumentos poderiam ser rebatidos?

    Exercitar o lado advogado-do-diabo imprescindvel para se antecipar aos desejos e necessidades dos clientes.

    O produto produz algum impacto no meio ambiente? Se negativo, como minimiz-lo? Se positivo, como valoriz-

    lo? Atualizaes tecnolgicas impactam sobre o produto?

    De que maneira? Como tirar partido disso?

    Leis poderiam influenciar a predisposio do cliente a

    comprar o seu produto? Como est a situao no

  • 31

    Congresso? E as leis municipais e estaduais? H alguma

    resistncia cultural no aceite do produto? Ou no aceite do

    consultor? H algum produto concorrente? Voc pesquisou

    bem? Se no encontrou, procure mais. Lembre-se: o

    concorrente nem sempre oferece o mesmo que voc. Ele

    pode ser quem tambm oferece uam soluo ao problema

    do seu cliente. Qual mesmo o problema do seu cliente? O que ele est comprando? O

    que o seu cliente faz melhor do que voc? E pior? Vocs

    no podem se unir para conseguir resultados melhores?

    Quem so os seus consumidores (pblico-alvo)? Qual o

    tamanho dele (em nmero, em faturamento, em consumo,

    etc)? Que fatia voc poderia conquistar?

    Quem so os seus fornecedores (ex: eletricistas,

    funcionrios da prpria fbrica, projetistas, etc)? Voc os

    trata como parceiros? Eles esto convencidos da importncia do seu trabalho? O que eles ganham se o

    produto for um sucesso? Como deixar isso claro para eles?

    E o que eles perdem? Como minimizar essa perda ou

    revert-la?

    Definio do Posicionamento de Mercado

    Os pblicos-alvo so bastante diferentes entre si, basta

    prestar ateno. Se voc vai projetar um tnis para uma

    pessoa cujo perfil extremamente consumista e que valoriza o status, a argumentao deve ser toda focada nas

    tendncias internacionais, na moda, no simbolismo que

    esse objeto traz para quem o usa. Por outro lado, esse

    mesmo tnis pode ser vendido a um grupo igualmente

    bem-sucedido economicamente, porm com preocupaes

    ambientais. Agora, esquea a moda e o status. A conversa

    deve girar em torno dos materiais, que no agridem a

    natureza mesmo depois que o tnis descartado, alm

    disso, os fornecedores so todos certificados pela ISO

    14000.

    Percebeu a diferena de abordagem? Pois , primeiro deve-

    se definir o pblico-alvo. O prximo passo definir a

    descrio do produto, de acordo com os elementos que tm

    valor para esse pblico, incluindo seu nome, marca, design,

  • 32

    preo, etc. S ento parte- se para a promoo. Nisso tudo,

    deve-se deixar claro o posicionamento da empresa.

    Por qual caracterstica ela quer ser reconhecida e

    lembrada?

    E voc, como consultor? O que que o seu pblico-alvo

    considera importante?

    Conhecimentos tcnicos? Credibilidade? Boa apresentao?

    Resultados? Nmeros para mostrar aos acionistas?

    Nmeros para mostrar sociedade? Economia de dinheiro?

    Preocupao com os recursos naturais? Preocupao com as condies de trabalho? Preocupao com o fato de

    sobrar mais energia para o resto da cidade se desenvolver?

    Descubra o que mais importante para o seu pblico o que gera mais valor. Ento, delineie a forma como o seu

    produto ser apresentado a ele.

    Planejamento do Marketing Mix

    Como j visto, o marketing mix clssico consiste

    basicamente nos 4Ps: Produto, Preo, Praa e Promoo.

    3.5.1 Produto

    O produto a ser comprado deve ter aqui suas

    caractersticas bem definidas e resultados esperados bem

    claros. O produto uma consultoria? um projeto?

    Quantas horas sero necessrias para execut-los? Qual

    o escopo da consultoria? Que tipo de atividades esto

    exclusas? Que requisitos e necessidades o produto ir

    necessitar para atender s expectativas (exemplos:

    comprometimento da alta direo, disposio de pelo menos um funcionrio da empresa para acompanhar o

    projeto, abertura de informaes confidenciais para o

    consultor)?. O que o contratante poder esperar como

    parte integrante do produto (exemplos: confidencialidade,

    resultados financeiros, gerao de um relatrio diagnstico,

    etc). Como ser o ps-venda? A consultoria prev horas

    para o acompanhamento da execuo? Quais so as

    responsabilidades de cada parte? Todos esses elementos j

    devero estar definidos quando o produto for ofertado ao cliente e a descrio do escopo do projeto, inclusos,

  • 33

    exclusos, requisitos, responsabilidades e condies de ps-

    venda devem estar explicitados em um documento, que

    poderia ser um descritivo tcnico.

    Para evitar problemas e descontentamentos, recomenda-

    se, que aps a primeira reunio seja feito um resumo das

    dvidas mencionadas e de tudo o que foi combinado entre as partes incluindo os nomes das pessoas de contato,

    responsabilidades e limitaes, expectativas e prazos. Esse

    documento deve ser assinado por todos os envolvidos antes

    que se inicie qualquer trabalho e ele tambm servir de

    base para a elaborao do contrato de prestao de

    servios.

    Servios executados de maneira mais informal no raro

    apresentam falhas de comunicao que geram mal-

    entendidos srios e descontentamento de todas as partes

    envolvidas. O cliente entendeu que receberia o diganstico em duas vias, mas recebeu apenas uma, conforme o

    consultor tem certeza de que deixou claro. Ou o cliente

    pensou que o acompanhamento do projeto estaria includo

    e o consultor pensou ter esclarecido que esse mdulo seria

    opcional, portanto, cobrado parte. Uma parte entendeu

    que o projeto incluiria uma unidade fabril e mais um galpo

    e outra parte entendeu que o galpo no fazia parte do

    combinado, etc.

    Se todos os pontos passveis de gerar dvidas estiverem

    escritos em um documento, fica muito mais fcil se lembrar

    depois do que cada um disse, e mais importante, o que

    cada um entendeu da conversa.

    3.5.2 Preo

    O preo ser formado pela combinao de nmero de horas

    de consultoria? H um preo padro a ser praticado por

    todos os consultores? Ou ser um contrato de risco com uma parte fixa e outra proporcional ao valor economizado

    pela empresa com a implementao do projeto? No preo

    tratado, os impostos esto inclusos ou exclusos?

    E as despesas adicionais como passagens, hospedagem, alimentao? Sero reembolsadas ou fazem parte do

  • 34

    pacote? Como esse preo se comporta em relao ao

    mercado? alto, baixo, na mdia? Qual o preo da

    concorrncia?

    Todas essas questes devem ser respondidas antes que se

    entre em contato com o cliente. Um grupo de consultores

    pode se reunir para trocar experincias e definir uma

    proposta que seja confortvel e adequada a todos.

    3.5.3 Praa

    Como o produto ser oferecido? Visitas de porta-em-porta? Vendas por telefone? A segmentao do pblico-alvo se dar por regio geogrfica, porte, nvel de consumo

    de energia eltrica ou ramo de atuao?

    Os consultores tero cartes de visita e material padronizado ou cada um por si? Haver um portal ou website com a relao e contatos para consultores

    credenciados? Haver a figura dos apontadores que so as pessoas que identificam possveis negcios e

    estabelecem os primeiros contatos? Como ser o

    comissionamento?

    3.5.4 Promoo

    Como os clientes ficaro sabendo da existncia do produtos

    e suas vantagens? Quem bancar esse investimento? Quem

    centralizar os contatos?

    Opes que devem ser consideradas e estudadas em sua

    relao custo-benefcio:

    o Criao de eventos para promover o produto

    o Participao em eventos (Feiras, congressos,

    seminrios) que o pblico-alvo frequenta

    o Anncios em revistas especializadas (sempre com o

    pblico-alvo focado)

    o Publicao de artigos em revistas especializadas

  • 35

    o Palestras em entidades e associaes que congreguem

    o pblico-alvo

    o Mala direta com folders (papel e eletrnico)

    o Acordos e convnios com associaes de classe

    (exemplo: A Associao de

    o Empresas Metalrgicas oferece um convnio que

    oferece um desconto de 10 % para seus associados, em

    troca, essa entidade divulga o produto em seus meios de

    comunicao normais)

    o Telemarketing

    o Assessoria de imprensa

    o Website

    H inmeras outras maneiras de se divulgar o produto, mas

    primeiro deve-se ter informaes de oramento disponvel e

    detalhes do pblico-alvo a ser atingido.

    Plano de Ao

    De nada serve um amontoado de informaes valiosssimas

    se nada puder ser feito de prtico. Um plano de marketing

    no apenas um conjunto de informaes que servem de

    auxlio para desenvolver um produto, lan-lo no mercado

    e promov-lo. Deve conter efetivamente um plano de ao

    para transformar os objetivos em realidade.

    Um plano de ao caracteriza-se por fornecer respostas s

    seguintes questes:

    1. Qual o objetivo do plano? O objetivo do plano deve ser

    delimitado. Se for muito genrico, fica difcil de saber se

    aps a execuo do plano o objetivo foi realmente atingido.

    Ex: atender s demandas de projetos de otimizao em

    sistemas motrizes na regio oeste de Santa Catarina.

    2. Quais so as metas? Metas so sempre numricas, pois

    apontam indicadores passveis de serem medidos. As metas

    indicam se os objetivos foram atingidos ou preciso

    repensar as aes estratgicas. Ex: Ter 5 projetos aplicados

  • 36

    em indstrias metalrgicas da regio at o final do primeiro

    semestre de 2004.

    3. Plano de ao: o plano de ao nada mais do que uma

    tabela que descreve cada ao em detalhes: por que, o

    qu, como, quem, quando, quanto.

    Exemplo de um trecho do plano de ao para a venda de projetos de otimizao em sistemas motrizes na regio

    oeste de Santa Catarina:

  • 37

    O nvel de detalhamento deve estar de acordo com as

    condies de cada equipe. H outras formas de se fazer um

    plano de ao. Durante o desenvolvimento do trabalho, o

    formulrio pode evoluir para retratar a realidade das

    tarefas com mais preciso.

    Tendncias de Mercado

    4.1 Valorizao do profissionalismo

    A negociao com empresas possui algumas caractersticas

    diferentes da negociao direta com o consumidor final. Quando uma pessoa contrata os servios de um arquiteto

    para construir a sua casa, ela pode no ficar satisfeita com

    os resultados obtidos, mas a relao ser direta entre

    cliente e fornecedor. Por outro lado, quando a negociao

    ocorre em uma empresa, h as relaes hierrquicas a

    considerar e as expectativas de cada rea envolvida. Muito

    mais pessoas entram no processo e o peso da

    responsabilidade dos resultados recai diretamente sobre o

    profissional que tomou a deciso de contratar o servio.

    Assim, o processo mais complexo porque as implicaes so maiores. O cliente do arquiteto pode ficar insatisfeito

    com o projeto e ter um prejuzo financeiro. Em uma

    empresa, a pessoa que contratou o servio, alm de ser

  • 38

    responsabilizada pelos maus resultados, pode colocar a sua

    carreira em risco. Em ltima instncia, at seu emprego.

    Assim, segundo Levitt (15), estudos demonstram que dois

    so os fatores que os profissionais que contratam servios

    para as empresas onde trabalham consideram importantes:

    confiar na pessoa que est fazendo a venda e respeitar

    essa pessoa.

    Alguns consultores interpretam essa abordagem de

    maneira um tanto distorcida, conduzindo a negociao de

    maneira informal. Alguns tornam-se amigos de infncia de seus potenciais clientes em poucas horas, tal o grau de intimidade e informalidade denotadas. Na verdade, essas

    atitudes tornam o relacionamento menos profissional e a

    negociao s tem a perder com isso.

    Confiana e respeito conquistam-se com profissionalismo. Neste ponto, Wittreich (16) coloca alguns conceitos que

    podem orientar a atitude profissional:

    Identificao e minimizao de incertezas: nesse caso,

    importante identificar quais so as dvidas que o cliente possui de que o seu dinheiro ser bem aplicado e os

    resultados lhe traro benefcios.

    Ataque especfico do problema: os clientes sempre

    desconfiam que os consultores querem vender o que eles

    possuem, no o que o cliente precisa. Existe um ditado que

    diz que para quem s tem martelo, tudo prego. Alguns consultores agem dessa forma querem de todas as maneiras encaixar o seu projeto na indstria, mesmo que essa no seja a soluo mais adequada no momento. Por

    isso to importante ouvir o

    cliente e seus problemas. A soluo tem que satisfazer s

    necessidades da empresa, no ao bolso do consultor.

    Escolha de um profissional verdadeiramente eficiente. s

    vezes ocorre que o consultor no possui a qualificao mais

    adequada para resolver aquele determinado problema. s

    vezes isso ocorre at mesmo por causa do estilo de

    trabalho, histricos anteriores com aquela empresa, etc.

    Nesse momento importante colocar em ao a rede de contatos. Conhecer algum especialmente qualificado para

  • 39

    resolver o problema especfico daquela empresa pode

    trazer mais benefcios ao consultor do que fazer o trabalho

    ele mesmo, com o risco de no faz-lo da maneira mais

    adequada. Assim, melhor fazer o projeto acompanhado

    de um colega experiente ou mesmo passar o trabalho para

    ele do que prejudicar o cliente e a sua prpria carreira (o

    mundo dos negcios muito pequeno e as redes de

    contatos so mais poderosas do que se imagina).

    4.2 Ambiente e conservao de energia

    O mundo consome cada vez mais energia e as fontes esto cada vez mais prximas do esgotamento. Combustveis

    fsseis, como petrleo, gs e carvo, j so motivo de

    preocupao h dcadas. As fontes renovveis (energia

    hidrulica e elica, por exemplo), at ento vistas como a

    soluo para todos os males exigem investimentos vultosos

    e aprofundados estudos sobre o impacto ambiental que

    causam. Assim, o caminho racionalizar a energia

    disponvel, fazendo com que ela gere mais trabalho com o

    mesmo insumo. Nesse contexto, projetos como o de

    otimizao de sistemas motrizes possui a vantagem de no encontrar resistncias (pelo menos conceituais) sua

    aplicao.

    Uma abordagem que pode ser bastante til a nfase na

    responsabilidade ambiental nas empresas, principalmente as que j possuem ou se preparam para a certificao ISO

    14000 (nessas, o trabalho da cultura ambiental j est

    feito).

    4.3 A importncia do design

    Como j foi dito, o design materializa a idia, o contedo, o

    conceito da empresa, que nesse caso pode ser o consultor.

    Assim, no basta que ele seja competente. Tambm

    necessrio que ele o parea. Basta lembrar que dois dos

    pontos identificados como fundamentais para a contratao

    de um trabalho a confiana de quem o vende (e/ou o

    executa) e o respeito pelo profissional.

    Assim, importante que o consultor se coloque no lugar do

    contratante com um olhar crtico: o carto de visitas inspira

  • 40

    profissionalismo ou parece feito no fundo de quintal, com uma impressora jato de tinta e um logo visivelmente feito

    por um amador? Como o consultor est vestido? Parece um

    profissional qualificado, detalhista, competente? Ou sob a

    desculpa do despojamento apresenta-se desleixado? Voc

    teria coragem de entregar um documento importante da

    sua empresa para algum que vai coloc-lo numa pasta visivelmente bagunada, misturada com vrios outros

    papis?

    Como vai confiar no trabalho de algum que anota

    informaes importantes do briefing em papeizinhos soltos?

    Como a atitude do consultor? Ele emprega as palavras

    corretamente ou seu portugus pontuado por grias e

    expresses chulas? Faz piadas preconceituosas sob

    qualquer pretexto, com o objetivo de parecer simptico e

    engraado? Toma bebidas alcolicas num almoo de negcios? Como so os documentos e relatrios entregues

    ao cliente? So bem diagramados, organizados, em

    portugus correto, com impresso e encadernao de

    qualidade?

    Lembre-se que quando se presta servios, uma das poucas

    provas tangveis de valor sobre o que foi contratado so os

    documentos e relatrios entregues e esses devem mostrar

    o quanto valem.

    _______________

    15 Levitt, Theodore. A imaginao de marketing. So

    Paulo: Editora Atlas, 2 edio, 1991.

    16 Wittreich, Warren. Como comprar e vender servios

    profissionais. Coleo Harvard de Administrao. So

    Paulo: Nova Cultural, 1986.

    Cadeia de Impacto

    Em marketing, um dos temas mais importantes na relao entre a satisfao do cliente e os esforos para se obter

    essa satisfao a cadeia de valor.

    Trata-se de um modelo de gesto que permite empresa

    acrescentar valor s matrias-primas que ela transforma e ento obter uma margem de lucro com esse acrscimo.

  • 41

    Esse modelo estuda qual o valor que cada segmento na

    cadeia produtiva acrescenta ao produto final. A idia

    mostrar o quanto custa produzir um produto, fazendo uma

    avaliao refinada a fim de se obter o real lucro unitrio do

    produto. Esse estudo contribui para a identificao de

    eficincias e deficincias na cadeia de fornecimento e transformao.

    Uma racionalizao do consumo de energia eltrica e de

    seu custo em uma indstria tem muito a contribuir no

    impacto do preo final de cada produto e essa vantagem

    competitiva pode e deve ser explorada pelos consultores

    em seu trabalho.

    Bibliografia/Links Recomendados

    o Cobra, Marcos Henrique Nogueira. Marketing

    essencial: conceitos, estratgias e controle. So Paulo:

    Atlas, 1986.

    o Costa, Jane I. P. Marketing: Foco no cliente e no

    mercado. In:UFSC. PPGEP. LED. Especializao para

    gestpres de instituies de ensino tcnico. Florianpolis,

    1998. Mdulo 3.

    o Kotler, Philip. Administrao de Marketing. So Paulo:

    Editora Atlas, 5 edio, 1998.

    o Levitt, Theodore. A imaginao de marketing. So

    Paulo: Editora Atlas, 2 edio, 1991.

    o Padilha, nio. Marketing para Engenharia, Arquitetura

    e Agronomia. Braslia, DF: 2001. 3 edio.

    o RICHERS, Raimar. O que Marketing. So Paulo:

    Editora Brasiliense, 1985.

    o Wittreich, Warren. Como comprar e vender servios

    profissionais. Coleo Harvard de Administrao. So

    Paulo: Nova Cultural, 1986.

    http://www.mundodomarketing.com.br/

  • 42

    http://www.portaldomarketing.com.br/

    http://www.marketing.com.br/

    http://www.revistamarketing.com.br/

    http://www.abmn.com.br/

    http://exame.abril.com.br/marketing/