Curso Marketing e GestSC1111
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Seja Bem Vindo!
Curso
Marketing e Gesto
Empresarial
Carga horria: 20hs
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2
Dicas importantes
Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o
contedo, e no apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s
os determinados aprendem!
Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se
deixando dominar pela pressa.
Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis,
pois saiba que elas tm uma funo bem mais importante que
embelezar o texto, so fundamentais para exemplificar e melhorar
o entendimento sobre o contedo.
Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais
se diferenciar dos demais alunos dos cursos.
Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento
que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os
alunos certificados dos alunos capacitados.
Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual
onde faz o curso, buscando novas informaes e leituras extras,
e quando necessrio procurando executar atividades prticas que
no so possveis de serem feitas durante o curso.
Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento
em que est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-
dia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar
elementos para reforar aquilo que foi aprendido.
Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao
do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido
quando pode efetivamente ser colocado em prtica.
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Contedo
Definio de Marketing
Conceitos sobre Marketing que Voc Precisa Conhecer
O que o Marketing No
Variveis Mercadolgicas
O Marketing Mix
Marketing x Vendas
Plano Estratgico de Marketing
Definio do Posicionamento de Mercado
Planejamento do Marketing Mix
Plano de Ao
Tendncias de Mercado
Cadeia de Impacto
Bibliografia/Links Recomendados
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Definio de Marketing
1.1 O que marketing
No dia-a-dia, comum se ouvir a palavra marketing como
sinnimo de vrias outras no muito elogiosas:
Aquele poltico no faz nada do que promete! Tudo o que ele diz puro marketing!
Eles fazem muito marketing desse biscoito, mas a gente vai comer e uma droga
A gente vive num mundo to cheio de marketing que acaba comprando o que no precisa!
Foi o marketing que elegeu aquele candidato Pra de fazer marketing, Fulano! Voc no to bom como diz!
No agento mais tanto marketing! Por que eles no so honestos e cumprem o que prometeram?
Esses marketeiros so os reis da enrolao
Por falta de informao, as pessoas acabam ligando a
palavra marketing a coisas negativas, enganadoras e fteis. Nada mais equivocado.
Vamos a um pouquinho de histria para entender melhor a
questo.
1.1.1 Um pouco de histria
At bem pouco antes da revoluo industrial, em meados
do sculo XIX, no havia muita oferta de produtos para
comprar. A produo era basicamente artesanal e sob
encomenda. Se uma pessoa precisava de um sapato, ou um casaco, precisava encomendar ao arteso local que
fazia esse trabalho. Ele, por sua vez, tinha uma demanda
garantida, uma vez que tinha poucos ou nenhum
concorrente, de forma que no precisava se preocupar em
angariar novos fregueses. Poucas pessoas tinham acesso
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ao consumo e menos ainda tinham talento para produzi-los.
Bastava fazer o seu trabalho bem feito e pronto. Seu futuro
estava garantido.
Com o advento das mquinas, que comearam a produzir
objetos e bens em srie, as coisas comearam a mudar um
pouco. Os artesos j no eram mais os donos do mercado, pois a indstria abastecia a populao com seus produtos toscos e pouco variados, porm, a um preo mais
acessvel. O sculo XX tornou a fbrica uma realidade
possvel e corriqueira. As opes eram poucas e, Henry
Ford, fabricante do primeiro carro popular, o Ford T, tornou
clebre a frase que descrevia como a indstria via os
compradores: As pessoas podem escolher o carro da cor que quiserem, desde que seja preto. S depois da segunda guerra mundial que o crescimento do nmero de fbricas
e de produtos industrializveis que a figura da concorrncia tornou-se uma realidade. Agora j no havia
mais apenas uma marca de carros, camisetas ou manteiga
para comprar. A escolha comeou a ser possvel e os s
ento os fabricantes comearam a pensar em como atrair
os consumidores, modos de realizar os seus desejos,
maneiras de fazer o seu produto ser preferido em
detrimento do de seu concorrente. Eis ento que surge o
marketing. O fato deste conceito ser to recente talvez
explique porque ele to mal-entendido e porque provoca tantas confuses na cabea das pessoas. Vamos ver ento
as palavras que se relacionam com o assunto.
1.1.2 Mas afinal, o que marketing?
Ok, agora j sabemos o que motivou o aparecimento deste
conceito. Mas o que realmente marketing? Veja a
definio clssica de Philip Kotler, considerado pelos
profissionais da rea como um guru no assunto: Marketing um processo social e gerencial pelo qual
indivduos ou grupos obtm o que necessitam e desejam
atravs da criao, oferta e troca de produtos de valor com
outros (1).
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Marcos Cobra, um dos estudiosos do assunto mais
respeitados no Brasil, descreve marketing assim:
"Marketing uma expresso anglo-saxnica derivada da
palavra mercari, do latim, que significa comrcio, ou ato de
mercar, comercializar ou transacionar (2)."
Mas quando voc l essas definies, no fica tentado a
pensar: Ah, eu sabia que marketing era s um nome mais sofisticado para a boa e velha tcnica de vendas?
Alto l, no se precipite em concluses apressadas. A
diferena fundamental na abordagem. Fica claro que so
coisas diferentes na declarao do prof. Theodore Levitt,
um estudioso da Universidade de Harvard:
A venda focaliza-se nas necessidades do vendedor, o
marketing, nas necessidades do comprador. A venda est
preocupada com a necessidade do vendedor transformar o
seu produto em dinheiro; o marketing, com a idia de
satisfazer as necessidades do consumidor por meio de um
produto e de um conjunto de valores associados com a
criao, entrega e, finalmente, seu consumo.
Outra definio, desta vez, brasileira, talvez esclarea melhor o conceito:
Marketing a arte planejada de conquistar, encantar e
manter o cliente (3).
1.1.3 Ento ningum precisa se preocupar em
vender?
claro que preciso vender, disso que a empresa vive. Mas no disso que o marketing trata. que o conceito de
venda pressupe que o consumidor mostra certa resistncia
em comprar e precisa ser persuadido a fazer isso. As
empresas que focam toda a sua energia em vender dessa
maneira tm o propsito de vender tudo o que elas
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conseguem produzir, em vez de vender tudo o que o
mercado deseja. Veja s como Peter Drucker, um dos mais
importantes tericos da administrao v a questo:
Pode-se assumir que sempre haver a necessidade de alguma venda. Mas o propsito do marketing tornar a
venda suprflua. conhecer e entender o consumidor de maneira que o produto se ajuste a ele e se venda sozinho.
Idealmente, o marketing deve resultar em um consumidor
que esteja disposto a comprar. Depois, ser necessrio
apenas tornar o produto ou servio disponvel (4) __________________
1 Kotler, Philip. Administrao de Marketing. So Paulo:
Editora Atlas, 5 . edio, 1998.
2 obra, Marcos Henrique Nogueira. Marketing essencial:
conceitos, estratgias e controle. So Paulo: Atlas, 1986.
3 Costa, Jane I. P. Marketing: Foco no cliente e no
mercado. In:UFSC. PPGEP. LED. Especializao para
gestpres de instituies de ensino tcnico. Florianpolis,
1998. Mdulo 3.
4 Drucker, Peter. Management: tasks, responsabilities,
practices. New York: Harper & Row, 1973. p 64-65.
Conceitos sobre Marketing que Voc Precisa Conhecer
Lembre-se que a definio clssica do marketing dada por
Philip Kotler falava em necessidades e desejos. Mas como
essas palavras so tratadas no contexto do marketing?
Veja:
PRODUTO: do ponto de vista do marketing, produto tudo
aquilo que pode satisfazer os desejos e necessidades de um
cliente. Tambm se pode chamar o produto de oferta ou
soluo. O produto constitudo de 3 componentes: bem
fsico, servio e idia. Quando se compra um sanduche, por
exemplo, se est comprando um bem fsico (o sanduche
propriamente dito), um servio (a preparao e o lugar
para com-lo) e uma idia (comida rpida, economia de
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tempo). Quando se compra um carro, o bem fsico o
carro, o servio (transporte) e a idia (autonomia,
individualidade, praticidade).
NECESSIDADE: Em 1943, o psiclogo Abraham Harold
Maslow publicou um trabalho que ficou conhecido no
mundo inteiro que descrevia as necessidades humanas por meio de uma pirmide. Maslow definiu as necessidades
fisiolgicas (fome, sede, abrigo), de segurana
(sobrevivncia fsica), as de relacionamento (a aceitao
pelo meio e o sentido de importncia), as de estima e
status (relevncia, domnio, reputao, prestgio) e, por
fim, as de auto-realizao (desejo de conhecer,
compreender, sistematizar, organizar e construir um
sistema de valores). Ele estabeleceu ainda que as
necessidades fisiolgicas (a base da pirmide) dominam o
comportamento da pessoa at que sejam satisfeitas, em seguida a segunda torna-se preponderante at que seja
satisfeita, e nesta ordem at a ltima. As necessidades no
so criadas por empresas ou pela sociedade, elas so
inerentes condio humana.
DESEJOS: Desejos so carncias por satisfaes
especficas para atender s necessidades. Assim, se uma
pessoa est com fome, a sua necessidade de apenas
alimentos. Mas um americano tpico, por exemplo, quando est com fome, pode pensar em um hambrguer. J um
monge tibetano pensa em algumas frutas, arroz e lentilha.
Quando compra um carro, pode-se pensar que a pessoa
est suprindo uma necessidade de se transportar, mas, na
verdade ela tambm quer ser aceita por um determinado
grupo, quer demonstrar o seu status social, quer ser
admirada. As necessidades do ser humano so poucas,
porm, seus desejos so muitos. E eles so influenciados
com toda a fora pelas insituties sociais: cultura, religio,
famlia, escola, amigos, etc. O marketing trabalha principalmente com desejos.
DEMANDAS: Demandas so desejos por produtos
especficos respaldados pela habilidade e disposio em
compr-los. Assim, em vez de querer um simples tnis para
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praticar esportes, uma pessoa quer um Nike. Muitas
pessoas desejam um Mercedes, mas muito poucas podem
realmente compr-lo. Assim, a empresa deve calcular a
demanda por seu produto baseada no nmero e no perfil de
pessoas que desejam os seus produtos e que podem
compr-los.
MERCADOS: O mercado consiste em todos os
consumidores potenciais que compartilham de uma
determinada necessidade ou desejo e possuem condies
de adquirir um produto que as satisfaam. Assim, para ser
considerado mercado, um grupo de consumidores precisa
ter o desejo, as condies financeiras e a disposio em
adquirir o produto. Assim, podemos falar no mercado de
necessidades (ex: mercado de dietticos), produtos (ex:
mercado de calados), demogrficos (ex: mercado de
jovens) e geogrficos (ex: mercado brasileiro).
PBLICOS-ALVO: Nenhuma empresa consegue satisfazer
todos os desejos e necessidades em todos os mercados.
Assim, para conhecer bem o consumidor e adivinhar o que
ele gostaria de ter, satisfazendo seus desejos e
necessidades, necessrio que se delimite os mercados. S
assim a comunicao atingir o seu objetivos, usando a
linguagem que aquele consumidor entende e atendendo
aos seus desejos particulares. Assim, pblicos-alvo so sempre delimitados e tm um perfil bem definido. Ex: a
nova linha de batons foi concebida para mulheres acima de
30 anos, independentes, bom nvel cultural e financeiro. As
bermudas da marca tal atendem a jovens rapazes
adolescentes, de classe mdia alta e praticantes de
skatismo.
VALOR: O valor tem a ver com o modo como o consumidor
avalia os benefcios que um determinado produto poder
lhe trazer. Uma pessoa precisa se vestir para se agasalhar, ento dispe de vrias opes de escolha: camisetas,
blusas, jaquetas, etc. Mas ela gostaria tambm de
satisfazer outras necessidades como: conforto, economia,
beleza, sofisticao, qualidade. Uma camiseta popular
qualquer proporciona economia, mas no beleza e
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sofisticao. Alm disso, por no ter qualidade, a sua
durabilidade ser reduzida. A pessoa pesar o que mais
importante no momento. Dependendo da sua situao
financeira, social e emocional, escolher a opo que
satisfaa as suas exigncias ao menor custo possvel. Se o
mais importante for a sua integrao em um grupo social, a
qualidade e o status que a camiseta pode lhe proporcionar, a pessoa pode decidir que a camiseta escolhida possui
valor, mesmo que aparentemente seu preo seja
absurdamente mais caro. Isso explica porque algumas
pessoas pagam verdadeiras fortunas por objetos que
aparentemente no o valem. porque o valor um
conceito subjetivo, que depende de cada pessoa e seu
contexto.
POSICIONAMENTO: O posicionamento literalmente a
posio que uma empresa ou produto ocupa na mente de um cliente. A palavra foi popularizada com essa conotao
por dois executivos da propaganda, Al Ries e Jack Trout.
Eles argumentam que, quando uma marca tem uma
posio clara na mente do cliente, dificilmente outra
consegue roubar o seu lugar. H vrias estratgias para
fazer isso e ser lembrado: a primeira fortalecer a sua
posio atual. Assim, por exemplo, a Coca-Cola assume a
posio de maior fbrica de refrigerantes do mundo, a Gol
como a companhia area brasileira com a melhor relao custo-benefcio, e assim por diante. A segunda estratgia
buscar uma posio no ocupada, mas valorizada por um
nicho de consumidores. Assim, a empresa de cosmticos
Natura se diferencia quando se mostra ecolgica e
socialmente responsvel na seleo de seus fornecedores
de matria-prima na selva amaznica. Como nenhuma
outra empresa mostra isso, a Natura tornou-se uma
referncia nesse segmento. H vrias outras estratgias e
todas dependem intrinsecamente das caractersticas do
produto ou empresa e do pblico-alvo. Uma empresa pode, por exemplo, posicionar-se por um atributo especfico (ser
a mais antiga, a maior, etc), por benefcio (um batom pode
ser o nico com gosto de jabuticaba), por usurio (a melhor
mquina de lavar roupa para pessoas solteiras ou famlias
pequenas), por concorrente (o leite que possui mais
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vitaminas que todos os seus concorrentes), por categoria (a
melhor instituio de ensino de geografia do pas), etc
Assim, vejamos o que marketing:
o Um instrumento de gesto valioso
o Um processo dinmico, resultante de aes integradas
o Uma tcnica que conjuga uma srie de instrumentos
para estimular a demanda
o Um processo que comea muito antes do produto ser fabricado, por meio de pesquisa de mercado e
planejamento
o A identificao de desejos e necessidades humanas
o A evidenciao de caractersticas positivas, vantagens
e benefcios de um produto
o Uma filosofia gerencial integrada que consiste em
entender o mercado e atender s suas necessidades,
anseios e desejos
o Tudo o que se faz para colocar um produto certo no
lugar certo e na hora certa.
o Uma necessidade de qualquer organizao, de
qualquer tamanho, em qualquer rea de atuao.
O que o Marketing No
Bom, j deu para perceber, dos conceitos vistos at agora, que o marketing no se encaixa muito naquelas frases
vistas no incio deste captulo. Vamos ento a um resumo
sobre o que marketing no , segundo um conhecido
palestrante especializado em marketing para engenharia
(5):
Mentir sobre um produto para torn-lo mais interessante
no marketing.
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Omitir informaes relevantes mas que pesam contra
a adeciso de compra no marketing
Enganar o cliente no marketing
Investir em propaganda e publicidade sem se
preocupar com a qualidade do produto, seu preo, a
distribuio no mercado, as pessoas e os processos
envolvidos e o ps-venda no marketing
Exagerar ao descrever vantagens e benefcios no
marketing
Oferecer propina para obter vantagem competitiva no
marketing
Explorar sem piedade uma desgraa ocorrida com o
concorrente no marketing
Falar mal dos concorrentes (mesmo quando se trata
da mais pura verdade) no marketing
Fazer chantagem (de qualquer espcie) no
marketing
Fazer presso emocional ou psicolgica sobre os
clientes no marketing
Arrogncia no marketing
Fazer qualquer coisa para obter lucro a qualquer preo
no marketing
E mais :
Marketing no propaganda
Marketing no enganao
Marketing no mentira
Marketing no dissimulao
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Marketing no um remdio milagroso que resolve
todos os problemas
Marketing no sinnimo de vendas
1.3 O marketing no Brasil
Como j foi visto, a formalizao do marketing como
disciplina de gesto de negcios bem recente, tendo
pouco mais de 50 anos. No Brasil, a introduo conceitual do marketing ocorreu ano de 1954, segundo o renomado
estudioso Raimar Richers (6).
Segundo ele, ao menos formalmente, o termo marketing
comeou a ser empregado quando uma misso americana
visitou os cursos de administrao na recm-criada Escola
de Administrao de Empresas de So Paulo da Fundao
Getlio Vargas. Na poca, buscou-se um termo que
conseguisse traduzir a palavra de origem anglo-saxnica.
Por alguns anos, as expresses mercadologia e mercadizao foram utilizadas na rea administrativa mas,
com o tempo, a expresso Marketing, mais incisiva e
internacionalmente reconhecida, acabou por se impor.
__________________
5 Padilha, nio. Marketing para Engenharia, Arquitetura e
Agronomia. Braslia, DF: 2001. 3 edio.
6 RICHERS, Raimar. O que Marketing. So Paulo: Editora
Brasiliense, 1985
Variveis Mercadolgicas
Como j visto, o marketing voltado sempre para a
satisfao do cliente. Mas para que isso acontea, necessrio que se faa pesquisas de mercado. O objetivo
que se conhea a dimenso do universo de pessoas
dispostas e aptas a comprar o produto que se est
vendendo, ou, em uma abordagem de planejamento,
descobrir as necessidades e desejos do grupo de pessoas
que se quer atingir.
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Assim, alm dos hbitos das pessoas com quem se
pretende manter relaes empresa- cliente, importante
tambm conhecer os concorrentes, o que eles tm de pior e
de melhor e porque os consumidores escolheriam o produto
dessa empresa em detrimento daquela. As variveis
mercadolgicas so ento os elementos dinmicos que
podem afetar as relaes da empresa com seus clientes.
As variveis mercadolgicas podem ser de dois tipos:
1.4.1 Variveis internas
Essas variveis tambm so chamadas de controlveis, pois
podem ser administradas pela organizao, de acordo com
o seus propsitos. Como exemplo, pode-se citar o preo, as
caractersticas de um produto, os pontos onde esse produto
ser distribudo, entre outros. Para uma anlise completa,
importante verificar os pontos fortes e fracos (foras e
fraquezas) dessas variveis, para que se possa planejar a
sua combinao de maneira mais efetiva.
1.4.2 Variveis externas
Essas variveis so no-controlveis, pois no compete
empresa alter-las. Nesse caso, as variveis devem ser
cuidadosamente monitoradas. So tambm conhecidas
como ameaas e oportunidades justamente por oferecerem
esses dois plos: um acontecimento no-controlvel, se bem monitorado e planejado, pode se transformar em
grande oportunidade. Uma provvel ameaa pode ter os
seus efeitos destrutivos minimizados se prevista e bem
planejada. Alguns exemplos de variveis externas:
AMBIENTE DEMOGRFICO: informaes como tamanho e
taxa de crescimento de uma determinada populao,
distribuio etria, composto tnico e de gnero, nveis
educacionais, padres de moradia, mudanas geogrficas
podem ser importante para o desenvolvimento, distribuio e comercializao de um determinado produto. Exemplos:
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faz pouco tempo que as empresas de turismo descobriram
que os homossexuais possuam mais recursos do que as
famlias convencionais para viajar e se hospedar em locais
caros. Agora h uma variedade imensa de pacotes
exclusivos, de maneira semelhante como aconteceu h
alguns anos com os idosos.
AMBIENTE ECONMICO: para vender preciso que o
pblico-alvo tenha poder de compra, que depende, por sua
vez, da situao econmica do pas ou regio,
disponibilidade de crdito, distribuio de renda, etc.
Exemplos: As empresas de artigos de luxo investem
bastante nesse tipo de pesquisa. assim que se escolhe
onde ser instalada uma loja carssima, por exemplo.
AMBIENTE NATURAL: Identifica-se quatro principais
tendncias do ambiente natural que devem ser levadas em
considerao em qualquer estratgia: a escassez de
matrias-primas, o custo de energia crescente, os nveis
crescentes de poluio e as mudanas do papel dos
governos em relao proteo ambiental. Exemplos: as
embalagens descartveis e os eletrodomsticos que economizam energia vo ao encontro de necessidades
detectadas em pesquisas.
AMBIENTE TECNOLGICO: O profissional de marketing
deve estar atento s seguintes tendncias: acelerao do passo na mudana tecnolgica, as oportunidades ilimitadas
de inovao, a variao nos oramentos de pesquisa e
desenvolvimento e crescimento da legislao sobre
mudanas tecnolgicas. Exemplo: Se os fabricantes de
mquinas de escrever Remington estivessem mais atentos,
talvez no tivessem teimado em continuar a fabricar
apenas mquinas de escrever quando todo o cenrio
indicava que elas teriam vida limitada.
AMBIENTE POLTICO E LEGAL: As decises de marketing
podem ser bastante afetadas por leis, decises de rgos
governamentais e grupos de presso. Exemplos: h alguns
anos a legislao de trnsito obrigou todos os carros a
portarem estojos de pronto-socorros. Os fabricantes desses
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estojos bem informados prepararam-se para a demanda
com antecedncia e ganharam muito dinheiro.
AMBIENTE SCIO-CULTURAL: O ambiente scio-cultural
afeta profundamente as decises de compra, j que a
escolha por determinado produto possui uma forte
componente emocional. Assim, as relaes das pessoas
consigo mesmas, com os outros, com as organizaes, com
a sociedade, com a natureza e com o universo podem
favorecer ou dificultar a vida de um produto ou empresa.
Ainda h outras caractersticas importantes que devem ser
levadas em considerao: a lata persistncia dos valores culturais centrais, a existncia de subculturas (ex: pr-
adolescentes, gays, idosos, etc) e as mudanas dos valores
culturais secundrios no mundo ocidental. Exemplos: o
fenmeno do consumismo adolescente provocado por pais
culpados por no passarem tempo suficiente com os filhos
resultou numa exploso de marcas e produtos voltados a
esse pblico.
Alm desses, h outros fatores que devem ser
considerados:
CONCORRNCIA: importante conhecer os que os
concorrentes esto fazendo, seus pontos fortes e fracos. A
concorrncia estimula o crescimento e a evoluo.
CONSUMIDORES: Quanto mais conhecido e detalhado o
perfil dos consumidores, mais provvel ser o sucesso na
comunicao. importante que se fale a lngua que o
consumidor entenda, que se adivinhe os seus desejos e anseios.
FORNECEDORES: Os fornecedores devem sempre ser
encarados como parceiros, pois deles depende muito o
sucesso do produto. O acompanhamento das entregas,
prazos e qualidade so importantssimos. Como
fornecedores de servios, os distribuidores podem ser
considerados tambm nesse grupo.
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1.4.3 Pesquisa de marketing
importante ressaltar que a pesquisa um elemento
indispensvel ao marketing. Logo, os pequenos
empresrios e consultores independentes imaginam que
marketing coisa de empresa grande, que pode arcar com
os vultosos custos de um instituto de pesquisa. Mas no precisa ser assim. A pesquisa de marketing tambm pode
ser feita de maneira informal, apenas conversando com
alguns clientes, tentando descobrir as suas impresses.
Tambm h muita informao til nos jornais, na Internet,
nas revistas, em tudo. Basta ter olhos para ver.
O Marketing Mix
O marketing mix, ou composto de marketing como tambm
conhecido, consiste em uma combinao de instrumentos
utilizados para planejar a estratgia que a empresa utilizar
para atingir seus objetivos.
O termo marketing mix foi cunhado pela primeira vez por
Neil Borden em 1953 (7) (Balmer e Soenem, 2001). Ele
identificou 12 elementos envolvidos na gesto do marketing:
1. Planejamento do produto;
2. Preo;
3. Marca;
4. Distribuio;
5. Vendas pessoais;
6. Propaganda;
7. Promoo;
8. Embalagem; 9. Mostrurio;
10. Servios;
11. Manuseio fsico e
12. Pesquisa de marketing.
Segundo Kotler (8), Jerome McCarthy popularizou, em
1996, uma classificao conhecida como os quatro Ps:
Produto, Preo, Praa (distribuio) e Promoo. Hoje, h
quem defenda a presena de 10 Ps, a saber:
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1. Produto
2. Preo
3. Promoo
4. Ponto
5. Pessoal
6. Ps-venda
7. Proteo (embasamento legal) 8. Provedores (fornecedores) e
9. Pesquisa mercadolgica.
Indepentente do nmero de Ps ou de quaisquer outras
letras, importante que se leve em considerao todas as
ferramentas que podem auxiliar no planejamento. Aqui
descreveremos as mais famosas: os 4 Ps:
1.5.1 Produto
A definio correta do produto um ponto imprescindvel e
importantssimo. Mais importante do que a empresa saber
o que ela est vendendo, saber o que o consumidor est
comprando. Assim, uma empresa no vende furadeiras,
porque ningum compra furadeiras. As pessoas compram
furos, que so a sua necessidade. Se houvesse qualquer outra coisa que tambm fizesse furos, alm da furadeira,
elas poderiam comprar. Quando uma pessoa paga um
absurdo por uma camisetinha branca de malha, ela no
est comprando uma roupa para se agasalhar. Ela est
comprando status, admirao, incluso em um grupo
seleto. Agora pense: o que ser que realmente o seu
cliente est comprando? O que realmente voc est
vendendo?
1.5.2 Preo
Ao contrrio do que possa parecer, a definio do preo no
uma conta simples, onde se considera os insumos, os
custos de fabricao, os impostos e a lucratividade. claro
que isso tudo tambm entra na conta, mas a percepo de
valor que o cliente tem do produto deve ser considerado
com bastante cuidado. Muitas vezes, o preo barato demais
faz com o que o produto perca a sua credibilidade. Em
marketing, a luta no por oferecer um preo menor, mas
por oferecer maior valor ao cliente, ou melhor relao
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custo-benefcio. Se tiver um preo baixo, tanto melhor,
mas a equao no to simples. As pessoas fariam filas
nas lojas Luis Vuitton em Paris para comprar bolsas se elas
custassem apenas R$ 10,00. claro que no. Aquelas
pessoas querem ser vistas na fila, querem dizer ao mundo
que podem comprar um objeto de valor. Elas compram um
smbolo. A bolsa propriamente dita pode ser at bonita e de excelente qualidade, mas nada que valha um carro popular.
1.5.3 Praa
A praa nada mais do que o lugar onde o produto
vendido (ou comprado). Ficou com esse nome para
continuar com a inicial P do seu equivalente em ingls place
(em algumas tradues, aparece a palavra ponto, porm,
com o mesmo significado aqui descrito). No caso do
marketing mix, o lugar no se resume apenas ao ponto de
venda, mas a toda a logstica envolvida no processo. Se a empresa possui um site na Internet para dar informaes
ao cliente, algum necessariamente tem que responder aos
e-mails recebidos com prontido. Sem isso, melhor no
colocar nada. Se houver um telefone para contato,
imprescindvel que haja algum qualificado para atend-lo
(mesmo que seja uma secretria eletrnica, porm, no
esquea de responder aos recados o quanto antes). H
empresas que gastam fortunas em propaganda e, quando
um cliente entra na loja, mal atendido. Puro desperdcio
de dinheiro.
1.5.4 Promoo
Enfim, chegou-se ao elemento do mix marketing que mais
aparece e por isso to confundido com o prprio marketing. que uma das ferramentas mais populares da
promoo a propaganda. Mas a propaganda no o nico
meio do consumidor saber da existncia e das vantagens
do produto. Tambm existem a fora de vendas, o
merchandising e as relaes pblicas. O mix de
comunicao, ou o conjunto de ferramentas utilizadas para
atingir o objetivo depender de todas as variveis vistas
anteriormente (internas e externas), do produto, do preo
e da forma de distribuir o produto, alm, claro, do perfil
do pblico-alvo. Assim, o mesmo que jogar dinheiro fora
-
20
se a empresa gastar milhes em um comercial veiculado
em horrio nobre na emissora lder se o pblico-alvo for
estudantes universitrios de cursos noturnos, pois eles no
sero atingidos. Alm disso, propaganda convencional no
uma panacia para todos os males. Ou algum j viu na
TV ou em jornais um comercial de automveis Rolls-Royce?
Produtos caros e com o pblico-alvo bem especfico e reduzido geralmente so divulgados e promovidos em
eventos fechados, a um custo bem menor que uma
promoo aberta, com resultados prticos muito mais
interessantes e personalizados. Exemplo: compradores em
potencial de condomnios de luxo podem ser identificados
em uma pesquisa e receber um convite para um almoo em
um restaurante caro e exclusivo, onde o produto ser
apresentado com toda a pompa e elegncia que a situao
exige. No total, isso custaria quase o mesmo preo que
fazer anncios na TV em horrio nobre. Milhes de pessoas iriam assisti-los, mas pouqussimas poderiam adquirir o
produto. O resultado final o que conta e preciso falar a
lngua do pblico-alvo para se comunicar com ele.
______________
7 Balmer, John e Soenem, Guillaume. Articulating the
corporate mix. International Centre for Corporate
Identity Studies. Disponvel em
id4_m.html>. Acesso em: 29 julho 2001.
8 Kotler, Philip. Administrao de Marketing. So Paulo:
Editora Atlas, 5 . edio, 1998.
Marketing x Vendas
Como j foi dito nesse documento, o marketing e as vendas
so dois lados da mesma moeda. O marketing aborda o
ponto de vista do consumidor, e as vendas, o ponto de
vista da empresa. A princpio, as duas abordagens no devem ser concorrentes, mas complementares, para o bem
do cliente e da empresa. De qualquer maneira, se os
prprios consultores tcnicos faro as vendas, recomenda-
se um curso especfico de
tcnicas de vendas.
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21
Do ponto de vista do marketing, h muito a ser feito para
conquistar o clientes e predizer seus desejos. Pesquisar seu
perfil com cuidado e preciso ajudam muito. A outra arma,
valiosssima, a consolidao de uma marca forte.
2.1 A questo da marca
As empresas de maior sucesso h algumas dcadas eram
reconhecidas pelo pblico e consumidores como uma
extenso da personalidade de seus fundadores. Nomes
como Henry Ford, Werner von Siemens ou Gottieb Daimler
foram os precursores da era contempornea de grandes corporaes. Havia poucos competidores, e as empresas
que no possuam uma identidade bem definida ou
comunicao eficiente no enfrentavam muitos problemas.
Quando o seu fundador morria ou se retirava dos negcios,
suas idias, conceitos e estilo de gesto eram naturalmente
incorporados como padres por seus sucessores sem a
necessidade aparente do desenvolvimento de novas
estratgias.
Somente na dcada de 20 que as marcas comearam a
ser citadas no sentido em que conhecemos hoje. Nessa
poca, as marcas ofereciam constncia na qualidade,
embalagens padronizadas, preos uniformes e os
respectivos servios, porm, sem nenhuma emoo
intencional transmitida.
Aps a segunda guerra mundial, porm, o cenrio se
modificou, pois as grandes corporaes passaram a ser
identificadas por sua marca, com uma identificao maior de personalidade (no por coincidncia, o advento do
conceito de marketing data dessa poca tambm). A partir
da, os meios de comunicao de massa foram acionados
de maneira intensiva. Essa estratgia promoveu de tal
maneira o envolvimento emocional do consumidor com as
marcas, que hoje observa-se uma grande valorizao
destes nomes e sinais grficos, a ponto de atingirem
valores de mercado muito superiores ao faturamento bruto
anual ou patrimnio fsico das empresas que representam.
Diferentemente das marcas de produtos, que esto
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22
associadas a algo fsico e palpvel, as marcas corporativas
so mais complexas. Segundo Simes e Dibb (9), a entidade na marca corporativa possui um nvel mais alto de
intangibilidade, complexidade e responsabilidade (social),
fazendo com que seja muito mais difcil construir uma
marca coerente. A marca a garantia de um produto original, e, portanto, uma garantia para o usurio e uma responsabilidade para o
fabricante. Essa responsabilidade se materializa em trs
componentes que incidem sobre o proprietrio de uma
marca no mercado: a garantia de sua responsabilidade
pblica como fabricante; a garantia de autenticidade contra
fraudes, imitaes, plgios e falsificaes; e a garantia de
constncia da qualidade. Por isso, normal que o
consumidor escolha uma marca de leite em p conhecida
em detrimento de uma que ele nunca ouviu falar, mesmo
que essa ltima seja mais barata. Se os preos forem iguais, o produto sem marca consolidada fica bastante
prejudicado na competio.
As marcas, ressalta artigo publicado na revista inglesa The
Economist (10), s possuem valor em lugares onde os consumidores tm o direito de escolha. Eis porque menos
comum se encontrar esforos de administrao da marca
em servios pblicos, normalmente oferecidos sem
concorrncia. Marcas so, na verdade, ferramentas que as
empresas se utilizam para obter a lealdade dos
consumidores. Para que este objetivo seja alcanado,
vrias tcnicas so utilizadas, sendo a mais comum
associar um estilo de vida ou conjunto de ideais marca. O
consumidor ento chega a pagar mais apenas por se sentir identificado com ela (ou querer ser reconhecido por este
perfil). Essa necessidade de identificao e reconhecimento,
porm, no se originou com a marca. Em todas as eras e
povos, existem sinais claramente identificadores de castas,
situao social ou religiosa, posses, entre outros, que
podem ser representados por vestimentas, acessrios,
pinturas corporais ou comportamentos.
Moon (11) acredita que a marca o resultado da
experincia do consumidor: Marcas residem na experincia
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23
do consumidor, um resultado da sua experincia de
compra, de uso e de disposio. Marcas vivem dos coraes
e mentes do consumidor como associaes emocionais,
mentais e cinestsicas com o principal benefcio do produto
ou servio.
Walton (12) enfatiza a importncia da marca para uma
empresa quando afirma: Marcas (..) so o modo como as empresas constroem relacionamentos com seus clientes e
colaboradores (..) elas necessitam ser nutridas por
administradores e designers talentosos. Elas necessitam ser
avaliadas e renovadas (..) as pessoas continuam a buscar relacionamentos gratificantes (..)
Berger (13) declara: marcas no so apenas nomes em embalagens. Este um ponto crucial que todos os que
trabalham na empresa, do gerente de marketing ao
presidente precisam entender (..) marcas so mantidas por
uma valiosa relao com o consumidor (..) Uma marca
forte representa um relacionamento entre o consumidor e o
produto que se estende alm do produto, por uma
significativa conexo emocional. Frostell (14), vai mais alm: ele afirma que as pessoas
gostam das marcas porque estas facilitam a escolha na
hora da compra, em termos prticos e emocionais. Como
as grandes marcas vendem imagens e estilos, mais fcil
para as pessoas se identificarem com determinados
produtos, seja por real afinidade ou por desejo de ascender
a esse mundo ou estilo de vida. Usando marcas
cuidadosamente escolhidas, essas pessoas so facilmente
classificveis (grupo social, faixa etria, comportamento, etc) externamente, atendendo a uma necessidade de
aceitao. Com produtos genricos, h um trabalho maior
em transmitir uma imagem ou estilo to bem definidos.
2.2 Credibilidade e reputao
Alm da marca, a credibilidade e a reputao de uma
empresa so fatores importantes para que o consumidor
possa confiar no produto que est adquirindo. Para
entender melhor o que isso significa, importante que se
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24
conhea trs conceitos importantes: a identidade
corporativa, a imagem corporativa e a reputao
corporativa.
2.2.1 Identidade corporativa
Identidade corporativa tudo o que a empresa : o
conjunto de caractersticas que, combinadas, fazem com
que a empresa (ou o profissional) seja nica, especial,
diferente das outras. Quando a identidade corporativa
bem definida e comunicada, tanto o mercado como o
pblico sabem o que esperar da empresa em determinadas
situaes. Por exemplo: se ocorre um erro qualquer em um procedimento de uma empresa que transmite seriedade e
tica, a primeira reao da parte afetada concluir que o
erro no foi proposital e que o problema ser resolvido da
maneira mais justa para todos os envolvidos. Se a empresa
tem atitudes ambguas e sua identidade no bem clara,
as concluses podem ser bem diversas: que o erro foi
proposital e que a empresa quer tirar vantagem do
ocorrido, que a luta ser rdua at que os direitos sejam
garantidos e os prejuzos ressarcidos. Pensamentos menos
nobres passaro pela cabea das pessoas e as conseqncias podero levar o incidente muito alm das
suas dimenses originais...
Alm de credibilidade, a identidade tambm serve para
definir claramente o diferencial competitivo. Existem amigos seus que chamam ateno por fazer alguma coisa
bem: Ingo se destaca por sua capacidade de planejamento
e anlise de sistemas; Adoniran lembrado como um bom
administrador, que sabe lidar com pessoas; Allan uma
pessoa prestativa, sempre pronta a ajudar.
Com as empresas, ocorre algo semelhante: quando se
pensa em design, a primeira empresa que vem mente a
Apple Computadores; voc quer qualidade? Mercedes-
Benz; respeito ao meio ambiente remete empresa de
cosmticos Natura, e por a vai.
Em resumo: a identidade corporativa nada mais do que a
marca, o contedo e a embalagem de uma empresa inteira.
E o conhecimento e domnio dessa identidade o primeiro
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25
passo essencial para que a empresa possa se diferenciar
das outras.
2.2.2 Imagem corporativa
A imagem no o que a empresa , mas que as pessoas
vem. Ou, em outras palavras, imagem no o que voc
diz, mas o que o outro entende. Cabe ao interessado em transmitir a identidade o cuidado para que ela seja bem
entendida. Como no se pode entrar na cabea das pessoas
e programar os seus neurnios (e mesmo se pudssemos,
no seria tico), importante evitar contradies e
informaes dbias. Se uma das caractersticas de
identidade da empresa atender bem, esse princpio deve
ser sempre respeitado. Seno, ocorre a sdrome da roupa nova do rei: a empresa acha que sua identidade est definida, tima, linda e bem vestida e o que o povo est
vendo outra coisa bem diferente.
2.2.3 Reputao corporativa
Assim como a imagem, a reputao tambm est nos olhos
do observador. A diferena que a reputao se forma
quando o observador compara a imagem que ele tem da
empresa com um padro que ele julga apropriado,
formando a um juzo de valor. A reputao est associada
a sentimentos e experincias que esse observador tem com
a empresa, uma combinao de percepes racionais e emocionais. Estudiosos classificam seis grupos de atributos
que compe a reputao:
1. Apelo emocional: o quanto a empresa admirada, amada
e respeitada. 2. Produtos e servios: como so percebidas a qualidade,
inovao, valor e credibilidade dos produtos e servios que
uma empresa comercializa.
3. Performance financeira: como so percebidas a
lucratividade, as perspectivas e os riscos da empresa.
4. Viso e liderana: O quo a empresa demonstra ter viso
clara e forte liderana.
5. Ambiente de trabalho: percepo de quo bem a
empresa administrada, como feito o trabalho e a
qualificao de seus funcionrios.
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26
6. Responsabilidade social: percepes da empresa como
boa cidad em suas relaes com a comunidade, seus
funcionrios e o ambiente.
2.2.4 Perigos a evitar
importante que fique claro que a identidade corporativa
um processo contnuo de autoconhecimento e que, durante a anlise, nem sempre os gestores da empresa encontraro
os resultados esperam ou desejam. mais comum que eles
se deparem com problemas de imagem e comportamento,
fazendo ruir castelos de areia.
adianta comunicar valores falsos, crenas irreais e
conceitos que no correspondem realidade da empresa. O
mercado esperto em detectar personalidades
esquizofrnicas.
A deciso mais acertada, quando deparados com a dura
realidade, tentar identificar os problemas e corrigi-los, de maneira a agir proativamente na mudana de realidade.
Atingido um patamar mnimo aceitvel, s ento pode se
iniciar a divulgao dessa identidade.
____________________
9 Simes, Cludia e Dibb, Sally. Rethinking the brand
concept: new brand orientation. Corporate
Communications: An International Journal. Bradford: MCB
University Press. Volume 6, Number 4, 2001. pps. 217-2248.
10 The Economist. Pro Logo. September 8, 2001.
Disponvel em
.
Acesso em: 05 maio 2002.
11 Moon, Michael. Branding in the networked economy.
Design Management Journal. Boston: The Design Walton, Thomas. Lessons in the management and design brands.
Design Management Journal. Boston: Management Institute
Press, Summer 1999. pp. 61-65.
12 The Design Management Institute Press, Winter 1998.
-
27
pp. 5-8.
13 Berger, Charles and Speak, Karl. Brands arent just
names on packages (first published in DMI Journal,
Vol 12, No 1 as Designing Identity Designing Brand). Design Management Journal. Boston: The Design
Management Institute Press, Summer 2001. pp. 19-23.
14 Frostell, John. Australian Graphic Design Association.
Thinking about brands, and where they come from.
Disponvel em . Acesso em 05 de maio de 2002.
Plano Estratgico de Marketing
Como se viu anteriormente, as atividades de marketing no
tratam diretamente da venda do produto, mas de maneiras
de conceb-lo para que ele satisfaa as necessidades e
desejos do cliente e ao mesmo tempo, os da empresa. O plano estratgico de marketing um documento que auxilia
o planejamento de uma estratgia que faa a empresa
atingir os seus objetivos de venda, mas focando sempre no
cliente, de acordo com os princpios dos marketing j
estudados.
No caso de projetos em otimizao de sistemas
automotrizes, sugere-se o seguinte roteiro para a
elaborao do plano estratgico de marketing:
1. Definio do mercado-alvo
2. Definio do produto
3. Identificao e anlise das foras internas e externas
4. Definio do posicionamento de mercado
5. Planejamento do marketing mix
6. Plano de ao
3.1 Definio do mercado-alvo
Para se obter um perfil mais aproximado possvel do
mercado que se deseja atingir, importante delimitar ao
mximo as caractersticas do mercado. Assim,
interessante pensar nas seguintes questes:
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28
1. O mercado para os projetos em otimizao de sistemas
motrizes so apenas indstrias (De que porte? Com que
consumo?) ou servem tambm shopping centers, centros
de entretenimento, casas de shows, grandes hotis? Mais
alguma idia?
2. Como esse mercado est distribudo geograficamente?
Com apenas essas duas perguntas j se pode concluir:
Os perfis dos clientes potenciais so bastante diferentes e
falam lnguas diferentes.
As regies geogrficas distintas tambm tm caractersticas
distintas que devem ser respeitadas (melhor poca do ano
para a abordagem, caractersticas da economia, etc).
Sugestes:
Cada consultor deveria eleger um nico pblico-alvo em
uma determinada regio geogrfica para trabalhar. A tcnica espalha chumbo tem um ndice de eficncia baixo e custos altos. Assim, focar a atitude mais produtiva.
Com a estratgia para o pblico e a regio bem definidas,
pode-se partir para outros pblicos e regies.
importante valorizar a rede de contatos entre os
consultores. Esses no devem se ver como concorrentes,
mas como parceiros. Se cada um tiver uma rea de
atuao bem focada, pode contribuir com outros sem se
prejudicar.
Uma vez definido o mercado-alvo (exemplo: indstrias com
consumo mensal maior que um determinado valor na
regio oeste de Santa Catarina), importante dimensionar esse mercado e tentar obter o mximo de informaes
possvel sobre ele. Assim, quantas indstrias com esse
perfil existem na regio escolhida? O que elas tm em
comum? O que elas tm de diferente? Quais so os
contatos nessas empresas? Qual a melhor forma de
abordagem? O que as sensibiliza? Quais so os seus
maiores problemas? Em que situao financeira esse
segmento encontra-se atualmente (expanso, estagnao,
crise)?
-
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3.2 Definio do produto
Agora que j se conhece o pblico-alvo, pode-se adaptar o
produto para as suas necessidades. O que o consultor
oferecer objetivamente? No se trata de oferecer solues
genricas (fazemos qualquer negcio para resolver o seu problema).
Quando se entra na empresa, j se deve ter uma idia do
seu problema, seu posicionamento no mercado, situao
financeira, etc. Assim, fica mais fcil oferecer o que a
empresa precisa, de maneira que o contato l dentro
pense: puxa, essa pessoa caiu do cu! Era justamente o que ns estvamos precisando!. Em marketing,
coincidncias no existem, elas so cuidadosamente
construdas!
Assim, se o produto parametrizvel, customize-o antes de oferecer ao cliente. claro que necessrio se deixar
espao para ajustes e otimizaes, mas se o produto
estiver muito indefinido ainda, as chances do cliente
identific-lo como a soluo para os seus problemas
menor, pois ele que ter que imaginar as adaptaes que
o produto precisa para atender s suas necessidades.
Construir a soluo com o produto que se est oferecendo
tarefa do consultor, no do cliente!
3.3 Identificao e anlise das foras internas e
externas
Como j visto, as foras internas e externas so as que
representam as foras e fraquezas e as ameaas e oportunidades. Primeiro uma anlise das foras e
fraquezas.
3.3.1 Ambiente interno
Quais os pontos fracos do produto? Eles certamente
existem, procure bem. E os pontos fortes do produto? Qual o maior diferencial desse produto? Qual o maior
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benefcio que ele oferece?
Quais os pontos fracos do consultor? E os pontos fortes?
Que limitaes o servio possui?
Uma vez identificadas as foras e fraquezas, pense numa
maneira de promover as foras e torn-las ainda mais
potentes e visveis e em uma maneira de transpor as limitaes e fraquezas, de maneira que elas no
prejudiquem o negcio. Por exemplo: se uma das fraquezas
identificadas no consultor que ele gago e tmido, buscar
formas de resolver esse problema (terapia, cursos, etc) ou
contorn-lo (levar sempre um consultor adjunto bem
falante; contratar algum competente para fazer o trabalho
externo; limitar ao mximo os contatos verbais e valorizar
mais os escritos, etc). Se o ponto forte do produto
propiciar economia de dinheiro, planejar planilhas
comparativas e cases de sucesso para levar nas reunies, quantificados em relatrios escritos que podem ser
consultados em momento de dvida.
3.3.2 Ambiente externo
Que variveis demogrficas podem interferir (para melhor
ou para pior) no sucesso do seu produto? Quais as regies
geogrficas mais propcias para vender o seu produto?
Como esto as condies econmicas da empresa que voc
pretende visitar? H um meio de mostrar o produto de
maneira que ele contribua para sua melhora, em caso de
crise? Quais os argumentos econmicos que os potenciais
clientes poderiam utilizar para no efetuar a compra do servio? Como esses argumentos poderiam ser rebatidos?
Exercitar o lado advogado-do-diabo imprescindvel para se antecipar aos desejos e necessidades dos clientes.
O produto produz algum impacto no meio ambiente? Se negativo, como minimiz-lo? Se positivo, como valoriz-
lo? Atualizaes tecnolgicas impactam sobre o produto?
De que maneira? Como tirar partido disso?
Leis poderiam influenciar a predisposio do cliente a
comprar o seu produto? Como est a situao no
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31
Congresso? E as leis municipais e estaduais? H alguma
resistncia cultural no aceite do produto? Ou no aceite do
consultor? H algum produto concorrente? Voc pesquisou
bem? Se no encontrou, procure mais. Lembre-se: o
concorrente nem sempre oferece o mesmo que voc. Ele
pode ser quem tambm oferece uam soluo ao problema
do seu cliente. Qual mesmo o problema do seu cliente? O que ele est comprando? O
que o seu cliente faz melhor do que voc? E pior? Vocs
no podem se unir para conseguir resultados melhores?
Quem so os seus consumidores (pblico-alvo)? Qual o
tamanho dele (em nmero, em faturamento, em consumo,
etc)? Que fatia voc poderia conquistar?
Quem so os seus fornecedores (ex: eletricistas,
funcionrios da prpria fbrica, projetistas, etc)? Voc os
trata como parceiros? Eles esto convencidos da importncia do seu trabalho? O que eles ganham se o
produto for um sucesso? Como deixar isso claro para eles?
E o que eles perdem? Como minimizar essa perda ou
revert-la?
Definio do Posicionamento de Mercado
Os pblicos-alvo so bastante diferentes entre si, basta
prestar ateno. Se voc vai projetar um tnis para uma
pessoa cujo perfil extremamente consumista e que valoriza o status, a argumentao deve ser toda focada nas
tendncias internacionais, na moda, no simbolismo que
esse objeto traz para quem o usa. Por outro lado, esse
mesmo tnis pode ser vendido a um grupo igualmente
bem-sucedido economicamente, porm com preocupaes
ambientais. Agora, esquea a moda e o status. A conversa
deve girar em torno dos materiais, que no agridem a
natureza mesmo depois que o tnis descartado, alm
disso, os fornecedores so todos certificados pela ISO
14000.
Percebeu a diferena de abordagem? Pois , primeiro deve-
se definir o pblico-alvo. O prximo passo definir a
descrio do produto, de acordo com os elementos que tm
valor para esse pblico, incluindo seu nome, marca, design,
-
32
preo, etc. S ento parte- se para a promoo. Nisso tudo,
deve-se deixar claro o posicionamento da empresa.
Por qual caracterstica ela quer ser reconhecida e
lembrada?
E voc, como consultor? O que que o seu pblico-alvo
considera importante?
Conhecimentos tcnicos? Credibilidade? Boa apresentao?
Resultados? Nmeros para mostrar aos acionistas?
Nmeros para mostrar sociedade? Economia de dinheiro?
Preocupao com os recursos naturais? Preocupao com as condies de trabalho? Preocupao com o fato de
sobrar mais energia para o resto da cidade se desenvolver?
Descubra o que mais importante para o seu pblico o que gera mais valor. Ento, delineie a forma como o seu
produto ser apresentado a ele.
Planejamento do Marketing Mix
Como j visto, o marketing mix clssico consiste
basicamente nos 4Ps: Produto, Preo, Praa e Promoo.
3.5.1 Produto
O produto a ser comprado deve ter aqui suas
caractersticas bem definidas e resultados esperados bem
claros. O produto uma consultoria? um projeto?
Quantas horas sero necessrias para execut-los? Qual
o escopo da consultoria? Que tipo de atividades esto
exclusas? Que requisitos e necessidades o produto ir
necessitar para atender s expectativas (exemplos:
comprometimento da alta direo, disposio de pelo menos um funcionrio da empresa para acompanhar o
projeto, abertura de informaes confidenciais para o
consultor)?. O que o contratante poder esperar como
parte integrante do produto (exemplos: confidencialidade,
resultados financeiros, gerao de um relatrio diagnstico,
etc). Como ser o ps-venda? A consultoria prev horas
para o acompanhamento da execuo? Quais so as
responsabilidades de cada parte? Todos esses elementos j
devero estar definidos quando o produto for ofertado ao cliente e a descrio do escopo do projeto, inclusos,
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33
exclusos, requisitos, responsabilidades e condies de ps-
venda devem estar explicitados em um documento, que
poderia ser um descritivo tcnico.
Para evitar problemas e descontentamentos, recomenda-
se, que aps a primeira reunio seja feito um resumo das
dvidas mencionadas e de tudo o que foi combinado entre as partes incluindo os nomes das pessoas de contato,
responsabilidades e limitaes, expectativas e prazos. Esse
documento deve ser assinado por todos os envolvidos antes
que se inicie qualquer trabalho e ele tambm servir de
base para a elaborao do contrato de prestao de
servios.
Servios executados de maneira mais informal no raro
apresentam falhas de comunicao que geram mal-
entendidos srios e descontentamento de todas as partes
envolvidas. O cliente entendeu que receberia o diganstico em duas vias, mas recebeu apenas uma, conforme o
consultor tem certeza de que deixou claro. Ou o cliente
pensou que o acompanhamento do projeto estaria includo
e o consultor pensou ter esclarecido que esse mdulo seria
opcional, portanto, cobrado parte. Uma parte entendeu
que o projeto incluiria uma unidade fabril e mais um galpo
e outra parte entendeu que o galpo no fazia parte do
combinado, etc.
Se todos os pontos passveis de gerar dvidas estiverem
escritos em um documento, fica muito mais fcil se lembrar
depois do que cada um disse, e mais importante, o que
cada um entendeu da conversa.
3.5.2 Preo
O preo ser formado pela combinao de nmero de horas
de consultoria? H um preo padro a ser praticado por
todos os consultores? Ou ser um contrato de risco com uma parte fixa e outra proporcional ao valor economizado
pela empresa com a implementao do projeto? No preo
tratado, os impostos esto inclusos ou exclusos?
E as despesas adicionais como passagens, hospedagem, alimentao? Sero reembolsadas ou fazem parte do
-
34
pacote? Como esse preo se comporta em relao ao
mercado? alto, baixo, na mdia? Qual o preo da
concorrncia?
Todas essas questes devem ser respondidas antes que se
entre em contato com o cliente. Um grupo de consultores
pode se reunir para trocar experincias e definir uma
proposta que seja confortvel e adequada a todos.
3.5.3 Praa
Como o produto ser oferecido? Visitas de porta-em-porta? Vendas por telefone? A segmentao do pblico-alvo se dar por regio geogrfica, porte, nvel de consumo
de energia eltrica ou ramo de atuao?
Os consultores tero cartes de visita e material padronizado ou cada um por si? Haver um portal ou website com a relao e contatos para consultores
credenciados? Haver a figura dos apontadores que so as pessoas que identificam possveis negcios e
estabelecem os primeiros contatos? Como ser o
comissionamento?
3.5.4 Promoo
Como os clientes ficaro sabendo da existncia do produtos
e suas vantagens? Quem bancar esse investimento? Quem
centralizar os contatos?
Opes que devem ser consideradas e estudadas em sua
relao custo-benefcio:
o Criao de eventos para promover o produto
o Participao em eventos (Feiras, congressos,
seminrios) que o pblico-alvo frequenta
o Anncios em revistas especializadas (sempre com o
pblico-alvo focado)
o Publicao de artigos em revistas especializadas
-
35
o Palestras em entidades e associaes que congreguem
o pblico-alvo
o Mala direta com folders (papel e eletrnico)
o Acordos e convnios com associaes de classe
(exemplo: A Associao de
o Empresas Metalrgicas oferece um convnio que
oferece um desconto de 10 % para seus associados, em
troca, essa entidade divulga o produto em seus meios de
comunicao normais)
o Telemarketing
o Assessoria de imprensa
o Website
H inmeras outras maneiras de se divulgar o produto, mas
primeiro deve-se ter informaes de oramento disponvel e
detalhes do pblico-alvo a ser atingido.
Plano de Ao
De nada serve um amontoado de informaes valiosssimas
se nada puder ser feito de prtico. Um plano de marketing
no apenas um conjunto de informaes que servem de
auxlio para desenvolver um produto, lan-lo no mercado
e promov-lo. Deve conter efetivamente um plano de ao
para transformar os objetivos em realidade.
Um plano de ao caracteriza-se por fornecer respostas s
seguintes questes:
1. Qual o objetivo do plano? O objetivo do plano deve ser
delimitado. Se for muito genrico, fica difcil de saber se
aps a execuo do plano o objetivo foi realmente atingido.
Ex: atender s demandas de projetos de otimizao em
sistemas motrizes na regio oeste de Santa Catarina.
2. Quais so as metas? Metas so sempre numricas, pois
apontam indicadores passveis de serem medidos. As metas
indicam se os objetivos foram atingidos ou preciso
repensar as aes estratgicas. Ex: Ter 5 projetos aplicados
-
36
em indstrias metalrgicas da regio at o final do primeiro
semestre de 2004.
3. Plano de ao: o plano de ao nada mais do que uma
tabela que descreve cada ao em detalhes: por que, o
qu, como, quem, quando, quanto.
Exemplo de um trecho do plano de ao para a venda de projetos de otimizao em sistemas motrizes na regio
oeste de Santa Catarina:
-
37
O nvel de detalhamento deve estar de acordo com as
condies de cada equipe. H outras formas de se fazer um
plano de ao. Durante o desenvolvimento do trabalho, o
formulrio pode evoluir para retratar a realidade das
tarefas com mais preciso.
Tendncias de Mercado
4.1 Valorizao do profissionalismo
A negociao com empresas possui algumas caractersticas
diferentes da negociao direta com o consumidor final. Quando uma pessoa contrata os servios de um arquiteto
para construir a sua casa, ela pode no ficar satisfeita com
os resultados obtidos, mas a relao ser direta entre
cliente e fornecedor. Por outro lado, quando a negociao
ocorre em uma empresa, h as relaes hierrquicas a
considerar e as expectativas de cada rea envolvida. Muito
mais pessoas entram no processo e o peso da
responsabilidade dos resultados recai diretamente sobre o
profissional que tomou a deciso de contratar o servio.
Assim, o processo mais complexo porque as implicaes so maiores. O cliente do arquiteto pode ficar insatisfeito
com o projeto e ter um prejuzo financeiro. Em uma
empresa, a pessoa que contratou o servio, alm de ser
-
38
responsabilizada pelos maus resultados, pode colocar a sua
carreira em risco. Em ltima instncia, at seu emprego.
Assim, segundo Levitt (15), estudos demonstram que dois
so os fatores que os profissionais que contratam servios
para as empresas onde trabalham consideram importantes:
confiar na pessoa que est fazendo a venda e respeitar
essa pessoa.
Alguns consultores interpretam essa abordagem de
maneira um tanto distorcida, conduzindo a negociao de
maneira informal. Alguns tornam-se amigos de infncia de seus potenciais clientes em poucas horas, tal o grau de intimidade e informalidade denotadas. Na verdade, essas
atitudes tornam o relacionamento menos profissional e a
negociao s tem a perder com isso.
Confiana e respeito conquistam-se com profissionalismo. Neste ponto, Wittreich (16) coloca alguns conceitos que
podem orientar a atitude profissional:
Identificao e minimizao de incertezas: nesse caso,
importante identificar quais so as dvidas que o cliente possui de que o seu dinheiro ser bem aplicado e os
resultados lhe traro benefcios.
Ataque especfico do problema: os clientes sempre
desconfiam que os consultores querem vender o que eles
possuem, no o que o cliente precisa. Existe um ditado que
diz que para quem s tem martelo, tudo prego. Alguns consultores agem dessa forma querem de todas as maneiras encaixar o seu projeto na indstria, mesmo que essa no seja a soluo mais adequada no momento. Por
isso to importante ouvir o
cliente e seus problemas. A soluo tem que satisfazer s
necessidades da empresa, no ao bolso do consultor.
Escolha de um profissional verdadeiramente eficiente. s
vezes ocorre que o consultor no possui a qualificao mais
adequada para resolver aquele determinado problema. s
vezes isso ocorre at mesmo por causa do estilo de
trabalho, histricos anteriores com aquela empresa, etc.
Nesse momento importante colocar em ao a rede de contatos. Conhecer algum especialmente qualificado para
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39
resolver o problema especfico daquela empresa pode
trazer mais benefcios ao consultor do que fazer o trabalho
ele mesmo, com o risco de no faz-lo da maneira mais
adequada. Assim, melhor fazer o projeto acompanhado
de um colega experiente ou mesmo passar o trabalho para
ele do que prejudicar o cliente e a sua prpria carreira (o
mundo dos negcios muito pequeno e as redes de
contatos so mais poderosas do que se imagina).
4.2 Ambiente e conservao de energia
O mundo consome cada vez mais energia e as fontes esto cada vez mais prximas do esgotamento. Combustveis
fsseis, como petrleo, gs e carvo, j so motivo de
preocupao h dcadas. As fontes renovveis (energia
hidrulica e elica, por exemplo), at ento vistas como a
soluo para todos os males exigem investimentos vultosos
e aprofundados estudos sobre o impacto ambiental que
causam. Assim, o caminho racionalizar a energia
disponvel, fazendo com que ela gere mais trabalho com o
mesmo insumo. Nesse contexto, projetos como o de
otimizao de sistemas motrizes possui a vantagem de no encontrar resistncias (pelo menos conceituais) sua
aplicao.
Uma abordagem que pode ser bastante til a nfase na
responsabilidade ambiental nas empresas, principalmente as que j possuem ou se preparam para a certificao ISO
14000 (nessas, o trabalho da cultura ambiental j est
feito).
4.3 A importncia do design
Como j foi dito, o design materializa a idia, o contedo, o
conceito da empresa, que nesse caso pode ser o consultor.
Assim, no basta que ele seja competente. Tambm
necessrio que ele o parea. Basta lembrar que dois dos
pontos identificados como fundamentais para a contratao
de um trabalho a confiana de quem o vende (e/ou o
executa) e o respeito pelo profissional.
Assim, importante que o consultor se coloque no lugar do
contratante com um olhar crtico: o carto de visitas inspira
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profissionalismo ou parece feito no fundo de quintal, com uma impressora jato de tinta e um logo visivelmente feito
por um amador? Como o consultor est vestido? Parece um
profissional qualificado, detalhista, competente? Ou sob a
desculpa do despojamento apresenta-se desleixado? Voc
teria coragem de entregar um documento importante da
sua empresa para algum que vai coloc-lo numa pasta visivelmente bagunada, misturada com vrios outros
papis?
Como vai confiar no trabalho de algum que anota
informaes importantes do briefing em papeizinhos soltos?
Como a atitude do consultor? Ele emprega as palavras
corretamente ou seu portugus pontuado por grias e
expresses chulas? Faz piadas preconceituosas sob
qualquer pretexto, com o objetivo de parecer simptico e
engraado? Toma bebidas alcolicas num almoo de negcios? Como so os documentos e relatrios entregues
ao cliente? So bem diagramados, organizados, em
portugus correto, com impresso e encadernao de
qualidade?
Lembre-se que quando se presta servios, uma das poucas
provas tangveis de valor sobre o que foi contratado so os
documentos e relatrios entregues e esses devem mostrar
o quanto valem.
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15 Levitt, Theodore. A imaginao de marketing. So
Paulo: Editora Atlas, 2 edio, 1991.
16 Wittreich, Warren. Como comprar e vender servios
profissionais. Coleo Harvard de Administrao. So
Paulo: Nova Cultural, 1986.
Cadeia de Impacto
Em marketing, um dos temas mais importantes na relao entre a satisfao do cliente e os esforos para se obter
essa satisfao a cadeia de valor.
Trata-se de um modelo de gesto que permite empresa
acrescentar valor s matrias-primas que ela transforma e ento obter uma margem de lucro com esse acrscimo.
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Esse modelo estuda qual o valor que cada segmento na
cadeia produtiva acrescenta ao produto final. A idia
mostrar o quanto custa produzir um produto, fazendo uma
avaliao refinada a fim de se obter o real lucro unitrio do
produto. Esse estudo contribui para a identificao de
eficincias e deficincias na cadeia de fornecimento e transformao.
Uma racionalizao do consumo de energia eltrica e de
seu custo em uma indstria tem muito a contribuir no
impacto do preo final de cada produto e essa vantagem
competitiva pode e deve ser explorada pelos consultores
em seu trabalho.
Bibliografia/Links Recomendados
o Cobra, Marcos Henrique Nogueira. Marketing
essencial: conceitos, estratgias e controle. So Paulo:
Atlas, 1986.
o Costa, Jane I. P. Marketing: Foco no cliente e no
mercado. In:UFSC. PPGEP. LED. Especializao para
gestpres de instituies de ensino tcnico. Florianpolis,
1998. Mdulo 3.
o Kotler, Philip. Administrao de Marketing. So Paulo:
Editora Atlas, 5 edio, 1998.
o Levitt, Theodore. A imaginao de marketing. So
Paulo: Editora Atlas, 2 edio, 1991.
o Padilha, nio. Marketing para Engenharia, Arquitetura
e Agronomia. Braslia, DF: 2001. 3 edio.
o RICHERS, Raimar. O que Marketing. So Paulo:
Editora Brasiliense, 1985.
o Wittreich, Warren. Como comprar e vender servios
profissionais. Coleo Harvard de Administrao. So
Paulo: Nova Cultural, 1986.
http://www.mundodomarketing.com.br/
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42
http://www.portaldomarketing.com.br/
http://www.marketing.com.br/
http://www.revistamarketing.com.br/
http://www.abmn.com.br/
http://exame.abril.com.br/marketing/