CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA...

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA – DETEC CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EGE Aula 01 Caracterização e Previsão de Carga Disciplina: Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica Prof. Moises M. Santos [email protected]

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA – DETEC

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – EGE

Aula 01 Caracterização e Previsão de Carga

Disciplina: Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica

Prof. Moises M. Santos

[email protected]

22/05/2013 Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica 2

1. Demanda 1.1 Definições Básicas

• Demanda – Compreende a carga média consumida uma instalação, ou sistema, em um intervalo de tempo especificado.

• Tempo de Integralização – Período de tempo no qual a demanda é calculada.

– No Brasil, para fins de faturamento as distribuidoras de energia utilizam um tempo de integralização de 15 minutos.

• A demanda pode ser dada em kilowatts, kilovars, kilovoltamperes, ou em ampéres.

1. Demanda 1.2 Curva de Carga

• A figura a seguir apresenta a variação da demanda diária de um dado sistema (curva de carga) .

– A seleção do tempo total e ∆t é arbitrária.

– A carga é expressa em P.U. do valor de pico da demanda.

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1. Demanda 1.3 Classificações

• Máxima Demanda – A máxima demanda de uma instalação ou sistema é a maior de todas as demandas registradas durante um período de tempo especificado.

– É fundamental especificar o período em analisado (dia, semana, mês, ano).

– Impõe as condições mais severas de aquecimento e queda de tensão.

• Demanda Diversificada (demanda coincidente) - A demanda diversificada de um dado conjunto de cargas, num dado instante de tempo, é a soma das demandas individuais naquele instante de tempo.

– A demanda máxima, em via de regra, não corresponde a soma das demandas máximas individuas dos consumidores.

– Normalmente, nem todos os consumidores tem sua demanda máxima de consumo no mesmo instante de tempo.

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ni

idiv tDtD,1

11 )()( (1)

2. Fatores Típicos de Carga 2.1 Fator de Diversidade/Coincidência

• Fator de Diversidade – Define-se como fator de diversidade do conjunto de carga como a relação entre a soma das demandas máximas das cargas e a demanda máxima do conjunto.

– O fator de diversidade é adimensional e >=1.

• Fator de Coincidência - É o inverso do fator de diversidade.

– O fator de coincidência é adimensional e <=1.

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max,

,1

max, )(

div

ni

i

divD

tD

f

ni

i

div

div

coinctD

D

ff

,1

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max,

)(

1

(2)

(3)

• Fator de Contribuição – O fator de contribuição de cada uma das cargas do conjunto é definido pela relação, em cada instante de tempo, entre a demanda da carga considerada e sua demanda máxima.

• Fator Contribuição - Máxima Demanda Do Conjunto

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ni

icontidivconj fDDD,1

,max,max,max

ni

i

ni

iconti

contD

fD

f

,1

max,

,1

,max,

2. Fatores Típicos de Carga 2.2 Fator de Contribuição

(4)

(5)

DEMANDA

HORA DO DIA

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

CARGA RESIDENCIAL

CARGA INDUSTRIAL

0-1 50 70 200

1-2 50 70 200

2-3 50 70 200

3-4 50 70 350

4-5 50 80 400

5-6 - 95 500

6-7 - 90 700

7-8 - 85 1000

8-9 - 85 1000

9-10 - 85 1000

10-11 - 95 900

11-12 - 100 600

DEMANDA

HORA DO DIA

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

CARGA RESIDENCIAL

CARGA INDUSTRIAL

12-13 - 130 900

13-14 - 90 1100

14-15 - 80 1100

15-16 - 80 1000

16-17 - 100 800

17-18 - 420 400

18-19 50 1450 400

19-20 50 1200 350

20-21 50 1000 300

21-22 50 700 200

22-23 50 200 200

23-24 50 50 200

• Um sistema elétrico de potência supre uma pequena cidade que conta com três circuitos , que atendem, respectivamente, cargas industriais, residenciais e de iluminação pública. A curva diária de demanda (kW) de cada um dos circuitos é apresentada na tabela a seguir (Exemplo – 2.2 – pag. 29 - Kagan, Oliveira, Robba, 2005).

2. Fatores Típicos de Carga 2.3 Exemplo 1

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• Determine

– A) As curvas de carga dos três tipos de consumidores e a do conjunto

– B) As demandas máximas individuais e do conjunto • R. - Dmax IP – 50kW Dmax Res – 1450kW – Dmax Ind. – 1100kW

• Dmax conj – 1900kW

– C) A demanda máxima diversificada • R. – fdiv-1.368 – fcoinc-0,731

– D) O fator de contribuição dos três tipos de consumidores para a demanda máxima do conjunto. • R. – fcont-IP-1 - fcont-RES=1 – fcont-IND-0,364

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2. Fatores Típicos de Carga 2.3 Exemplo 1

2. Fatores Típicos de Carga 2.3 Exemplo 1

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• Fator de Demanda – O fato de demanda de um sistema, ou de parte de um sistema, ou de uma instalação, num intervalo de tempo τ, é a relação entre sua demanda máxima, no intervalo de tempo considerado, e a carga nominal ou instalada total do elemento considerado.

• Dmáx. – demanda máxima do conjunto de n cargas, no intervalo de tempo considerado.

• Dnom,i – potência nominal da carga.

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ni

inom

demD

Df

,1

,

max

2. Fatores Típicos de Carga 2.4 Fator de Demanda

(6)

• Fator de Utilização – O fator de utilização de um sistema, num determinado período de tempo, é a relação entre a demanda máxima do sistema, no período τ , e a sua capacidade.

• Dmáx – demanda máxima do sistema no período τ.

• Csist – capacidade do sistema.

• Futil – fator de utilização.

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.

max

sist

utilC

Df

2. Fatores Típicos de Carga 2.5 Fator de Utilização

(7)

2. Fatores Típicos de Carga 2.5 Fator de Utilização

• Considere o sistema abaixo:

• Determine:

– O Fator de demanda individual dos transformadores;

• R. fdem-tr1-1,067 – tr2-0,8 - tr3=1,250

– O fator de demanda do conjunto;

• R. Fdem-conj – 1,128

– Se o tronco do alimentador tem capacidade de 1,2MVA, qual o fator de utilização.

• R. fu=0,4934

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• Fator de carga – Define-se como fator de carga de um sistema, ou de parte de um sistema, como sendo a relação entre as demandas médias e máximas do sistema, correspondentes a um período de tempo τ.

• ε – energia consumida (kwh)

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máxmáx

médiaac

D

dttd

D

Df

)(arg

máxmáxmáx

médiaac

DDD

Df

)( período no Absorvida Energiaarg

Média Demanda

arg máxac Df

2. Fatores Típicos de Carga 2.6 Fator de Carga

(8)

(10)

(9)

• Fator de Perdas – Define-se, para um sistema, ou parte de um sistema, o fator de perdas como sendo a relação entre os valores médios, Pmédio, e máximo, Pmáx, da potência dissipada em perdas, num intervalo de tempo determinado (τ).

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máx

perdasp

dttp

p

pf

)(

emmáx

em média

máx

perdaspp

pf

intervalo no perdida Energia

máx

média

Média Perda

máxperdasperdas Pf

2. Fatores Típicos de Carga 2.7 Fator de Perdas

(11)

(12)

(13)

• Exemplo – Fator de perdas – Um alimentador trifásico, operando na tensão nominal de 22kV, supre um conjunto de cargas, cuja a curva de carga a dada a seguir (Exemplo – 2.2 – pag. 29 - Kagan, Oliveira, Robba, 2005).

• Dados da linha

– Comprimento da linha, 10km

– A impedância série da linha 1,0 +j2,0 ohms km

• Pede-se o fator de perdas e a energia dissipada na linha.

– R. fp=0,295 – perdas-2.343,178kWh

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2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Exemplo 2

• Solução - fator de Perdas

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2)(3)( tIRtpp

LU

tStI

3

)()(

2

3

)(3)(

L

pU

tSRtp

2

2)()( tS

U

Rtp

L

p

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Exemplo 2

• Solução - fator de Perdas – simplificação

• Observa-se que o fator de carga independe da resistência do trecho e da tensão nominal, sendo função apenas da curva de carga.

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iiip tDkt 2

, )(

2

max

,1

2

,1

2

max

,1

2

,1

2

max

,1

2

D

tD

tDk

tDk

tDk

tDk

fni

ii

ni

i

ni

ii

ni

i

ni

ii

perdas

295,0

244000

1800210003400062800515007800 222222

2

max

,1

2

D

tD

fni

ii

perdas

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Exemplo 2

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Correlação entre fator de carga e fator de perdas

• Assumindo-se um consumidor com a seguinte curva de carga:

• Nessas condições o fator de carga é dada por:

T

t

D

D

T

t

DT

tTDtD

D

T

tTDtD

f ac1

1

21

1

1211

1

1211

arg 1

Demanda

Tempo

D1

D2

t1 T

12

11

11 0

DD

TttDD

ttDD

para

para

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(14)

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Correlação entre fator de carga e fator de perdas

• Assumindo-se que no intervalo T, a tensão e a fator de potência se mantenham constantes e que o sistema seja trifásico equilibrado, tem-se:

• Em que o valor K, em função da natureza da demanda, está representado por:

• Assim, o fator de perdas pode ser representado por:

)()( 2 tDKtp

T

t

D

D

T

t

DT

tTDtD

DK

T

tTDKtDK

f perdas1

2

2

1

2

1

1

2

21

2

1

2

1

1

2

21

2

1

1

1

2

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(15)

(16)

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Correlação entre fator de carga e fator de perdas

• A seguir, exprime-se os valores de tempo e da demanda em por unidade, utilizando-se T1 e D1 como valores de base.

• Num sistemas de coordenadas cartesianas, as curvas dos fatores de carga e perda são retas.

T

tt 1´ ''''''

arg 11 dtdtdtf ac

1

D

Dd 2''2''2'' 11 dtdtdtf perdas

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(17)

(18)

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Correlação entre fator de carga e fator de perdas

• Três casos particulares podem ser destacados:

– A) Quanto t’ tende a 1, ou d’ tende a 1:

• Representa uma curva de carga constante

– B) Quanto d’ tende a 0:

• Representa uma curva de carga constante durante um período e demanda nulo após esse período.

– C) Quanto t’ tende a 0:

• Representa uma curva de carga com uma ponta de duração muito curta.

11 '''

arg dtdf ac 11 2''2' dtdf perdas

''''

arg 1 tdtdf ac '2''2'1 tdtdf perdas

''''

arg 1 ddtdf ac 2'2''2'1 ddtdf perdas 2

argacperdas ff

1arg acperdas ff

´

arg tff acperdas

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(19)

(20)

(21)

2. Fatores Típicos de Carga 2.8 Correlação entre fator de carga e fator de perdas

• O valor do fator de perdas deve estar compreendido entre os limites (A e B) e, quaisquer outros valores dos parâmetros t’ e d’, deve estar corresponderá ao valor interno a esse intervalo, assegurado por uma equação do tipo:

– Onde k apresenta valor entre 0 e 1

2

argarg 1 acacperdas fkkff

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(22)

3. Curva de Permanência da Carga 3.1 Aspectos Gerais

• Representa o tempo de duração dos diferentes patamares de demanda.

• A curva de permanência de carga permite estabelecer durante quanto tempo a demanda é não menor que determinado valor.

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• Para a construção da curva de permanência de carga o procedimento a ser seguido resume-se nos seguintes passos:

– 1º Ordenam-se, em ordem decrescente, as demanda verificadas no período;

– 2º Determina-se, para cada valor de demanda, o tempo durante o qual ela ocorreu;

– 3º Acumulam-se, na ordem das demanda descrentes, os tempos de ocorrência de carga uma delas.

– 4º Procede-se à construção da curva de carga estabelecendo-se o valor dos patamares de demanda para cada um dos intervalos de tempo acumulados.

3. Curva de Permanência da Carga 3.2 Procedimento para construção da C.P.C.

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3. Curva de Permanência da Carga 3.2 Distribuição de Probabilidade

• Nesse caso, o tempo é dado em P.U. do tempo total analisado.

– Tempo total analisado por ser diário, semanal, mensal ou anual.

Carga < 0,18 pu – probabilidade 0 de ocorrência Carga > 0,18 pu – probabilidade 1 de ocorrência

Carga < 0,40 pu – probabilidade 0,4 de ocorrência Carga > 0,40 pu – probabilidade 0,6 de ocorrência

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3. Curva de Permanência da Carga 3.3 Exemplo

• A demanda medida, durante um semana, de um consumidor comercial está apresentada na tabela a seguir, onde as demanda estão kW e o fator de potência mantém constante nos intervalos (Exemplo – 2.8 – pag. 42 - Kagan, Oliveira, Robba, 2005).

• Pede-se:

– A curva de duração semanal desse consumidor;

– A energia absorvida semanalmente pelo consumidor;

• R. 94.500kWh

– Os fatores semanais de carga e de perdas.

• R. Fc-0,375 – fp=0,2558

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4. Correlação Energia e Demanda 4.1 Curvas Típicas de Carga

• Curvas típicas de carga é uma metodologia muito utilizada para o tratamento de carga;

• As curvas típicas de carga podem representar os hábitos de consumo de determinadas classes de consumidores, classificados por faixa de consumo.

– Por exemplo, consumidores da classe residencial, com consumo mensal de 0 a 100kWh, devem ter certo padrões de consumo que permitam a sua representação ou algumas, ou uma única, curva típica de carga.

• As curvas típicas de carga são representadas em valores p.u., com base na demanda média.

• Permitem avaliar as curvas de carga, em W, desde que seja conhecida sua classe e faixa de consumo.

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4. Correlação Energia e Demanda 4.1 Curvas Típicas de Carga

• Considerando-se um dado consumo mensal de um consumidor, em kWh, determina-se a sua demanda média, Dmed em kW, através de:

• Assim, o valor de demanda D(t), em qualquer qual instante de tempo pode ser obtida pela expressão:

– d(t) – representa a demanda, em p.u., da curva típica de carga.

kWdtdD iméd7203024

1

720

.

medDtdtD )()(

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(23)

(24)

4. Correlação Energia e Demanda 3.1 Curvas Típicas de Carga

• A figura a seguir ilustra uma curva de carga diária, com intervalo de demanda de 1 hora, dada em p.u., para consumidores residenciais, na faixa de consumo mensal entre 200 e 400kWh.

• Assim, para um consumidor residencial com consumo mensal de 388kWh, sua demanda máxima as 20 hs será:

kWtD 022,1720

388*86,1)(

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• A expansão de um sistema de forma econômica, no lugar certo e no tempo devido depende da estimativa adequação da carga futura, em amplitude e localização;

• Previsão de carga feita de modo CONSERVATIVO:

– tem-se que a capacidade instalada se esgotará em pouco tempo, acarretando em problemas de continuidade de serviço, regulação de tensão e até mesmo de racionamento de energia.

• Previsão feita de modo BASTANTE OTIMISTA:

– Pode conduzir a instalação de um sistema com capacidade excessiva;

– O investimento só terá retorno em um prazo muito longo.

5. Previsão de Carga 5.1 Aspectos Gerais

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• Os principais métodos de previsão aplicados a sistemas elétricos são baseados em:

– Modelos Econométricos

– Tendências de Crescimento

• Modelos Econométricos – baseados em modelos econômicos em que todas as variáveis são mensuráveis e definidas matematicamente;

• Tendências de Crescimento – é o estudo do passado de um evento temporal de modo que seu comportamento futuro pode ser estimado por extrapolação (Análise de Regressão).

5. Previsão de Carga 5.1 Aspectos Gerais

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• Qualquer evento ou processo que é função do tempo, como carga do sistema de potência, é dito temporal.

• Tais processo podem ser decompostos em:

– Tendência básica

– Variações sazonais - ocorrem ao longo do ano, por questões climáticas;

– Variação cíclicas - ocorrem em períodos mais longos, de três, quatro anos, devido a problemas climáticos (cheias, secas, etc) quanto econômicos;

– Variações aleatórias - acontecem no dia-a-dia por conta de feriados, greves, etc.

• As três ultimas têm valores médios de longo prazo nulos;

• No caso específico da demanda de energia elétrica, normalmente, são modelados apenas os picos de carga, dado que o sistema deve ser dimensionado para atender os mesmos.

5. Previsão de Carga 5.2 Análise de Regressão

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• Análise de regressão baseia-se no princípio de que com base nos valores históricos de um evento se pode definir uma função matemática para descrevê-lo;

• A partir dessa função, pode-se é possível estimar o comportamento futuro do evento.

• Qualquer função y=f(x) pode se ajustar a um conjunto de pontos (x1,y1), (x2,y2),... (xn,yn).

• O critério de ajuste é o dos mínimos quadrados, segundo o qual uma curva se ajusta a um conjunto de pontos quanto a soma dos quadrados dos erros em cada ponto é mínimo.

5. Previsão de Carga 5.3 Funções de Regressão

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5. Previsão de Carga 5.3 Funções de Regressão

• Equação a ser minimizada:

• Quanto E² é o mínimo, então a curva f(x) se ajusta à seqüência.

• E² é um indicador de qualidade. Quanto menor seu valor, mais fino é o ajuste, de modo que esse indicador pode ser utilizando critério para selecionar entre duas

curvas, qual a que melhor se ajusta a seqüência.

2

2

1

)( Exfym

i

ii

),),.....(,(),,( 2211 mm yxyxyxS

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(25)

(26)

5. Previsão de Carga 5.3 Funções de Regressão - Exemplo

• Ajustar uma reta aos pontos dados na tabela a seguir:

• O problema consiste em determinar os parâmetros da função linear f(x)=ax+b que minimizam o E².

Dados do Exemplo

xi yi F(xi) F(xi)-yi

0 4,66 b b-4,66

1 4,20 a+b a+b-4,20

2 3,47 2a+b 2a+b-3,47

3 2,32 3a+b 3a+b-2,32

22222 32,2347,3220,466,4),( babababbaE

baxxf )(

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5. Previsão de Carga 5.3 Funções de Regressão - Exemplo

• As condições de minimização de E² são:

• Resolvendo-se, simultaneamente, as equações acima, tem-se a=-0,78 e b=4,83, que representam E²=0,12.

02,361228

2

ba

a

E05,29812

2

ba

b

E

2

3

4

5

1 2 3 x

y

825,4775,0)( xxf

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5. Previsão de Carga 5.3 Funções de Regressão - Exemplo

• Ajustar uma parábola f(x)=ax²+bx+c, aos ponto dados no exercício anterior.

– Agora a função a ser minimizada é dada por:

• Derivando a equação acima em relação a cada um dos parâmetros e igualando-se as derivadas parciais a zero se obtém o sistema de equações lineares a seguir:

65,143718

05,93718

48,1971849

cba

cba

cba

222232,23947,32420,466,4),,²( cbacbacbaccbaE

65,4

257,0

172,0

c

b

a

2

3

4

5

1 2 3 x

y

6525,42575,01775,0)( 2 xxxf

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• Generalizando o exemplo anterior (ajuste de uma reta), tem-se

• Os parâmetros da função linear f(x)=ax+b que minimizam o E² são dados por

• Reorganizando-se as equações (28) e (29) acima,tem-se

22/05/2013 Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica 38

5. Previsão de Carga 5.4 Regressão Linear

2

1

10

2

m

i

ii yxaaE

m

i

ii yxaaa

E

1

10

0

2

02

m

i

iii xyxaaa

E

1

10

1

2

02

m

ii

i

m

ii

i yxama 10

m

i

ii

m

i

i

m

i

i yxxaxa11

2

1

1

0

2

11

2

11

2

11

0

m

i

i

m

i

i

m

i

ii

m

i

i

m

i

i

m

i

i

xxm

yxxxy

a

2

11

2

1111

m

i

i

m

i

i

m

i

i

m

i

i

m

i

ii

xxm

yxyxm

a

(27)

(28) (29)

(30)

(31)

(32)

(33)

• Isolando a0 e a1, obtém-se

• Os parâmetros da função linear f(x)=ax+b que minimizam o E² são dados por

• Reorganizando-se as equações acima,tem-se

22/05/2013 Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica 39

5. Previsão de Carga 5.4 Regressão Linear

2

1

10

2

m

i

ii yxaaE

m

i

ii yxaaa

E

1

10

0

2

02

m

i

iii xyxaaa

E

1

10

1

2

02

m

ii

i

m

ii

i yxama 10

m

i

ii

m

i

i

m

i

i yxxaxa11

2

1

1

0

(34)

(35) (36)

(37)

(38)

• O problema de ajustar um curva exponencial f(y)=b0Ab1,x ,pelos pontos (xi, yi), i=1,2,....,n pode ser transformado em ajustar uma reta logA(b0)+b1 x pelos pontos (xi, logA(yi)).

– Os coeficiente são b0=Aa0 e b0= a1.

• Os coeficientes a0 e a1 são os coeficientes da regressão linear, obtidos pelas equações (32) e (33), com valores de yi substituídos por logA(yi)).

• Procedimento análogo pode ser adotado para transformar as regressões logarítmicas e potenciais em regressão linear, conforme sintetizado na quadro abaixo.

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5. Previsão de Carga 5.4 Regressão Linearizáveis

• Os coeficientes do polinômio de ordem n que se ajuste aos m pontos dados (xi, yi), i=1,....,m, como se pode demonstrar, se terminam resolvendo-se o sistema de equações lineares:

• onde:

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5. Previsão de Carga 5.5 Regressão Polinomial

nnnnnn

nn

nn

BaCaCaC

BaCaCaC

BaCaCaC

1100

11111010

00101000

m

k

ji

kij xC1

(39)

(40)

m

k

k

i

ki yxB1

(41)

• O uso de erro quadrático mínimo é um indicador de qualidade ajuste quando se deseja comparar duas ou mais funções.

• Para obter um indicador mais efetivo, normalmente, se utiliza o coeficiente de correlação, dado por

• Quanto maior for o valor absoluto da correlação, independente do, sinal melhor o ajuste.

• Se a R=0 não existe correlação alguma entre os valores dados e os estimados

• Se -0,95<R<0,95 invalidam o ajuste para fins práticos.

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5. Previsão de Carga 5.6 Coeficiente de Correlação

m

i

i

m

i

i

yy

xfy

R

1

2_

1

2

1)(

1

m

i

iym

y1

_ 1

Valor médio da amostra

(42)

(43)

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5. Previsão de Carga 5.6 Coeficiente de Correlação

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Referências

• KAGAN, N.;OLIVEIRA C.C.B.; ROBBA, E.J. Introdução aos Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

• SOUZA, B. A. Distribuição de Energia Elétrica. Campina Grande: UFPB, 1997.

• CIPOLI, J. A. Engenharia da Distribuição. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1993.

• Gönen, T. Electric Power Distribution System Engineering. Missouri: McGraw-Hill, 1986.