Cultura e ação apresentação
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Cultura e AçãoKarl Marx e Antonio Gramsci
ana amorim – ana aragão – gisélia castro – leila damiana – luana vilutis – marilu casto – paulo fernandes
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Karl Marx
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Karl Marx
• CONTEXTOS E INFLUÊNCIAS: SURGE UM PENSADOR CRÍTICO – Karl Marx nasce e cresce vivenciando adventos da Idade
contemporânea. Está tem como marco a Revolução Francesa (1789);
– Os aspectos culturais da época possibilitam o contato com uma nova perspectiva de produção do conhecimento. Mas, a maior marca desse período histórico para a sua obra foi a percepção e a crítica do desenvolvimento e consolidação do regime capitalista;
– Outros fatores da época que o influenciou foram as disputas das grandes potências europeias por territórios, matérias-primas e mercados consumidores. A percepção e crítica desses fatos foram fundamentais para o desenvolvimento de alguns conceitos como: propriedade privada, classes sociais, luta de classes, divisão social do trabalho, dentre outros.
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• Trajetória de um Pensador: percursos, percalços e construções– Karl Heinrich Marx nasceu em Trier (atual
Alemanha Ocidental) a 5 de maio de 1818;
– O ambiente familiar contribuiu para sua formação. Filho de um advogado judeu, convertido ao protestantismo, adepto de idéias liberais e democráticas, razão pela qual sua casa se tornou um ambiente de discussão em torno de teóricos iluministas e liberais, como Voltaire e Rousseau;
– Jovem dedicado aos estudos. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política;
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Percurso Acadêmico e Profissional• Ingressou na Universidade de Bonn, no cursou
Direito. Transferiu-se para a Universidade de Berlim, onde concluiu seus estudos em Filosofia;
• Doutorou-se em 1841, em filosofia, na Universidade de Iena, com a apresentação de uma tese sobre os filósofos materialistas da antiguidade, Demócrito e Epicuro;
• Desejo lecionar em Universidades de Berlim. Como o Governo de Frederico IV proibirá todos os simpatizantes das teorias do filósofo Hegel de lecionar, Marx acaba se voltando para área jornalística;
• Colabora com Gazeta Renana. Que defendia ideias democráticas, mudanças políticas e reforma do Estado.
• Publica textos decisivos na sua trajetória intelectual, que expressam o contato com questões sociais.
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• Toma posição sobre as ideias socialistas. Percebe a necessidade de estudar as ideias os socialistas. Assim, começa todo um processo de produção em torno do socialismo;
• Por conta da censura, deixa a Gazeta Renana. Dedica-se à crítica do pensamento de Hegel;
• No final de 1843, viaja para Paris, centro das ideias e movimentos socialistas. Após várias publicações e estudos, acerca das idéias socialistas e os teóricos da economia política, conhece Engels com quem passa a produzir suas obras.
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Percalços
• Devido seus posicionamentos e a sua relação como os movimentos revolucionários Marx coleciona uma série de expulsões de vários países:– 1845: expulso de Paris por pressão do
governo alemão. Após publicar críticas ao governo Alemão;
– 1847: expulso de Bruxelas, por ajudar na organização dos trabalhadores e escrever sobre a face injusta do capitalismo;
– Vai para Londres, mas logo volta para França e depois para Alemanha sempre fugindo das perseguições e processos.
Família de Marx com Engels
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1845 – A Ideologia Alemã: É a primeira crítica aberta a Feuerbach, em cujas idéias Marx se baseou desde a crítica de Hegel em 1843. É o acerto de contas final com a sua consciência filosófica anterior, o hegelianismo e os jovens hegelianos. “Os filósofos têm apenas
interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”;
“Mas, a essência humana não é uma abstração inerente a cada indivíduo. Na sua realidade ela é o conjunto das relações sociais”;
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• Produção da Vida Material (como me relaciono com a natureza)
• Processo de Vida Social (como me relaciono com o outro)
• Por isso a materialidade para Marx é social, ou seja, são as condições de produção e a reprodução da vida social
• O trabalho é o mediador da relação homem – natureza;• É pelo trabalho que os homens estabelecem relações de produção, cooperação
ou exploração. As relações são determinadas pela propriedade e pelas formações socioeconômicas;
• Propriedade e aspectos socioeconômicos determinam as formas de consciência social (arte, filosofia, religião, direito, dentre outras) e as instituições jurídicas-políticas (Estado);
• A sociedade não determina a consciência, mas é a consciência que determina a sociedade. Assim, o homem não pode ficar alheio as formas de produção material e social. O homem não pode estar alienado.
Conceitos Fundantes: Materialismo Dialético Histórico; Consciência; Alienação
Condiciona
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1848 – Manifesto Comunista: Marx e Engels foram encarregados de redigir um manifesto pela Liga dos Comunistas. Deste trabalho surge a obra citada. É um marco na história do pensamento da humanidade, constituindo uma síntese do desenvolvimento histórico da sociedade burguesa e de suas contradições.
Mas a burguesia não forjou apenas as armas que a levarão à morte; produziu também os homens que usarão essas armas: os trabalhadores modernos, os proletários".
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Conceitos Fundantes: sociedade burguesa; proletariado; mais-valia; luta de classes
• As sociedades sempre se fundaram na exploração. O próprio desenvolvimento da burguesia é permeado pelas contradições, pois, a própria não se sustenta se não pelo trabalho alheio;
• Proletariado: classe que produz a riqueza social, apropriada pelo capital sob a forma da mais-valia, que vive inteiramente de seu próprio trabalho;
• Mas-valia: apropriação de lucro que a burguesia faz a partir do trabalho do proletariado;
• Luta de Classe: acirramento das relaçoes entre classe dominante e proletariado. Condição para emancipação do proletariado e superação da sociedade burguesa.
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1867 – O Capital: O movimento operário renasce na década de 1860 na Europa, depois da contra-revolução da década de 1950. Envolvido nas lutas políticas, Marx inicia a redação de O Capital em 1863. Finalmente é publicado o primeiro livro de O Capital (1867), a obra magna de Marx.
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Conceitos Fundantes: Mercadoria e trabalho
• Mercadoria: célula da sociedade burguesa. A partir dela é determinado o preço, o salário e o lucro;
• Trabalho é a relação metabólica do homem com a natureza, a partir do qual se extraem os meios de produção e os meios de subsistência, indispensáveis à existência social;
• Por meio da exploração do se deu históricamente a acumulação primitiva do capital.
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Quem foi o Homem Marx?
Relatório de um agente policial a serviço do Estado prussiano que frequentou a casa de Karl Marx em Londres, em 1853.
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Antonio Gramsci
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GRAMSCI
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Giuseppina Marcias, mãe de Gramsci – 1800 Francesco Gramsci, pai de Gramsci - 1800
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Ales, a casa de Gramsci - 1948 Gramsci, 1897
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Ales, inicio de 1900
Grazietta Gramsci para um amigoTeresa e Emma em traje sardo, cerca de 1908
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Giulia Schucht, 1922 Tatiana Schucht, 1925 Gennaro Gramsci, 1903
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Teresina e Carlo Gramsci, 1912
Gramsci no ginásio, 1905
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Delio, Giulia e Giuliano em 1933
Gramsci em 1935Gramsci em Ustica em 1926
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Gramsci em 1911 Gramsci em 1922
Gramsci no IV Congresso da Internacional Comunista, 1922
Gramsci em Moscou, 1922
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Gramsci, em Viena, 1924 Cartão de acesso ao Kremlin,1923
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Mussolini, líder fascista italiano A marcha sobre Roma
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XVII Congresso Nacional Socialista
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Turi, instituição especializada da punição, 1930
Turi, cela de Antonio Gramsci, 1950
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Gramsci assinatura e impressões digitais, novembro de 1926
Primeiro Caderno" de Gramsci, 08 de fevereiro de 1929
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•Capa de um panfleto publicado pelo romancista francês Romain Rolland, 1934. Sob o nome de Gramsci são as palavras "Aqueles que estão morrendo nas prisões de Mussolini." O panfleto foi traduzido e distribuído em vários países.
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Marx e o materialismo dialético
![Page 31: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/31.jpg)
Marx e o materialismo dialético
• Para Hegel, a dialética é concebida como essencialmente idealista, abstrata, quase metafísica. Fechada em um raciocínio circular, assume um aspecto dogmático, apenas com a coerência interna do raciocínio servindo de justificativa final ao sistema do pensamento.
• Marx e Engels se apropriam do método dialético, porém, numa perspectiva materialista, afirmando Marx: “O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” (MARX)
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Marx e o materialismo dialético
• Em Teses sobre Feuerbach, de quem apreendeu e reformulou o materialismo, Marx afirma: “O principal defeito de todo materialismo até aqui (inclusive o de Feuerbach) é que o objeto, a realidade, o mundo sensível só são apreendidos sob a forma de objeto ou de intuição, mas não como atividade humana sensível, enquanto práxis, não de maneira não subjetiva.” (MARX, p.99)
![Page 33: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/33.jpg)
Diálogo com Hegel
• HEGEL - “O racional é real; o real é racional”. • MARX – Realidade é diferente do Real • “Nenhum desses filósofos teve a idéia de se
perguntar qual era a ligação entre a filosofia alemã e a realidade alemã, a ligação entre a sua crítica e o seu próprio meio material.” Marx
• Visão do sujeito – pensamento / sociedade
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Diálogo com Hegel
• Núcleo da dialética de Hegel - Tese, antítese e síntese • 1° momento – ser em si• 2° momento – ser para si • 3° momento – ser por si • Hegel - a evolução só tem
lugar no espírito e como ideia absoluta
• Marx - a alteração do mundo se dá na vida prática, ação
• contradição – práxis – alienação
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Diálogo com Hegel
• “O que vale como essência posta (gesetze) e a superar da alienação não é que o ser humano se objetive desumanamente, em oposição a si mesmo, mas sim que se objetive diferenciando-se do pensamento abstrato e em oposição a ele”. Marx (O Saber Absoluto, p.36)
• Exteriorização de todas as suas forças genéricas só é posśivel em virtude da ação conjunta dos homens enquanto resultado da história
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A influência de Marx na noção de cultura nas ciências sociais
![Page 37: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/37.jpg)
A influência de Marx na noção de cultura nas ciências sociais
• Importante destacar que Marx não se deteve em um estudo específico sobre cultura, no entanto, pode-se definir a partir do pensamento de Marx “o conceito de cultura está no âmago da concepção de consciência como existência consciente: a consciência diretamente ligada a um estado de coisas existente e, também, condição para a possível transformação desse estado de coisas.” (OUTWAITE, p. 94)
![Page 38: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/38.jpg)
A influência de Marx na noção de cultura nas ciências sociais
• Nesse sentido, a cultura da classe dominante é a cultura dominante, não na sua essência, mas como reflexo da distinção de classes. Essa dominação cultural, no entanto, nunca é total, na medida em que o subalterno não está desarmado do jogo cultural (CUCHE, 144).
• “A dominação cultural nunca é total e definitivamente garantida e por essa razão, ela deve sempre ser acompanhada de um trabalho para inculcar essa dominação cujos efeitos não são jamais unívocos; eles são às vezes ‘perversos’, contrários às expectativas dos dominantes, pois sofrer a dominação não significa necessariamente aceitá-la.” (CUCHE, p.146)
![Page 39: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/39.jpg)
Arte e sociedade segundo Marx
• “A arte grega supõe a mitologia grega, quer dizer, a natureza e as formas da sociedade, já elaboradas pela imaginação popular, ainda que de uma maneira inconscientemente artística. São estes os seus materiais. A arte grega, portanto, não se apoia numa mitologia qualquer, isto é, numa maneira qualquer de transformar, ainda que inconscientemente, a natureza em arte (a palavra natureza designa aqui tudo o que é objetivo, e portanto também a sociedade). De modo nenhum a mitologia egípcia poderia ter gerado a arte grega; nem poderia ter gerado uma sociedade que tivesse alcançado um nível de desenvolvimento capaz de excluir as relações mitológicas com a natureza exigindo do artista uma imaginação independente da mitologia. Trata-se de uma mitologia que proporciona o terreno favorável ao florescimento da arte grega”'. Marx (Uma contribuição para a crítica da economia política, p.21).
![Page 40: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/40.jpg)
Hegemonia e subalternidade
![Page 41: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/41.jpg)
Hegemonia
• O termo “hegemonia” aparece em Lênin, pela primeira vez, num escrito de 1905. Diz ele: “Segundo o ponto de vista proletário, a hegemonia pertence a quem bate com maior energia, a quem se aproveita de toda ocasião para golpear o inimigo; pertence àquele a cujas palavras correspondem os fatos, é o líder ideológico da democracia, criticando-lhe qualquer inconsequência”.
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Hegemonia e subalternidade• Hegemonia em Gramsci: entendida não apenas como
direção política, mas também como direção moral, cultural e ideológica.
• Subalternidade em Gramsci: surge como uma categoria política e cultural para os camponeses ao Sul da Itália.
• O Estado e a Igreja.
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Hegemonia e subalternidade
• As classes subalternas e a concepção dominante.
• O pensamento de Gramsci ocupa um ponto central nos subaltern studies, trabalho levado a cabo pelo historiador Ranajit Guha, na Índia a partir de 1982.
• Guha define os estudos subalternos como "escuta da voz pequena da história".
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Intelectuais e sociedade
![Page 45: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/45.jpg)
O lugar dos intelectuais na sociedade
• Análise tendo por referência a sociedade e suas relações sociais. Para compreender o papel, as atividades do intelectual, é preciso situá-lo no conjunto geral das relações sociais
• Historicamente, essas categorias formam-se em conexão com todos os grupos, mas, principalmente, sofrem elaborações amplas e complexas com o grupo social dominante.
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• O político-estrategista:- elabora a sua filosofia da
práxis tendo por finalidade a transformação da sociedade, mediante uma revolução que passa pela organização da cultura.
- Alvo estratégico: hegemonia de uma sociedade emancipada (sujeito coletivo)
O lugar dos intelectuais na sociedade
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O lugar dos intelectuais na sociedade
• Teoria da cultura tem como ponto de partida a sociedade capitalista.
• No sistema capitalista, as relações econômicas são alienadas e sustentam a propriedade privada.
• Propriedade é o produto do trabalho humano.
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O trabalho na teoria marxiana
• O trabalho é a atividade humana que contraditoriamente produz, “ao mesmo tempo, miséria para o trabalhador e riqueza materializada na propriedade privada” (Frederico, p.133-134).
• A propriedade privada é resultado, consequência necessária do trabalho estranhado (p.134). Ou seja, desde a industrialização o trabalhador não se reconhece em seus produtos. Há uma oposição entre objeto produzido e sujeito produtor.
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O trabalho na teoria marxiana
• No trabalho estranhado (alienação), o sujeito (o homem) tornou-se um objeto e o objeto (a propriedade), um sujeito.
• Marx constrói o seu conceito de sociedade em torno da propriedade privada e de sua relação conflitiva com o trabalho humano (Frederico, 2009).
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A sociedade capitalista
• Estruturas sociais reproduzem as relações sociais de classe, a divisão do trabalho e a propriedade privada.
• Uma visão de mundo objetivada na superestrutura da sociedade capitalista: Estado e sociedade civil.
• A relação entre intelectuais e o mundo da produção é mediatizada pela sociedade civil e pela sociedade política ou Estado
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O intelectual no capitalismo
• Observa como a sociedade se organiza a partir de seu grupo dirigente e dominante e como este escolhe e forma os seus intelectuais (prepostos).
• Atuação dos intelectuais tem relação com a homogeneidade do grupo.
• Ele funciona como organizador de confiança. O grupo social cria uma camada de intelectual para si que vai atuar no desenvolvimento progressivo da classe social. Em geral, é um especialista parcial.
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O intelectual no capitalismo
• O desenvolvimento das sociedades pressupõe uma categoria de intelectuais preexistentes. Representam uma continuidade histórica e permaneceram mesmo com as modificações das formas sociais e políticas.
• A categoria dos intelectuais tradicionais mais antiga é a dos eclesiásticos.
• A força dos eclesiásticos está no monopólio (da ideologia religiosa, à filosofia, à ciência, à escola, à moral, à justiça, à beneficência, à assistência, etc.).
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A função dos intelectuais
• Gramsci concebe a função dos intelectuais a partir de dois planos superestruturais: sociedade civil e sociedade política (Estado).
• Hegemonia + comando (consenso + coerção)
• São funções organizativas e conectivas
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O Estado na visão de Gramsci
Estado = sociedade civil + sociedade política “Hegemonia encouraçada de coerção” (Gramsci)
Hegel Estado Sociedade Civil
Marx Superestrutura: Jurídica, Política Ideológica
Base Econômica e Técnica
Gramsci SociedadeCivil
SociedadePolítica
Infraestrutura
Fonte: Farias, 2001
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O Estado na visão de Gramsci
• Sociedade Civil: “consenso ‘espontâneo’ dado pelas grandes massas da população à orientação impressa pelo grupo fundamental dominante à vida social, consenso que nasce ‘historicamente’ do prestígio [...] obtida pelo grupo dominante por causa de sua posição e de sua função no mundo da produção”
• Sociedade Política: “aparelho de coerção estatal que assegura a disciplina dos grupos que não ‘consentem’, nem ativa nem passivamente, mas que é constituído para toda a sociedade na previsão dos momentos de crise no comando e na direção, nos quais desaparece o consenso espontâneo” .
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A função dos intelectuais
• Os intelectuais têm um papel importante no processo de consolidação/constituição de uma visão de mundo:
• Os intelectuais são os “prepostos” do grupo dominante para o exercício das funções subalternas da hegemonia social pelo consenso e do governo político pela coerção.
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A teoria gramsciana de cultura
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A teoria gramsciana de cultura
Cultura = consciência crítica• A emancipação da sociedade requer a
elaboração da consciência crítica. • “Quando a concepção do mundo não é crítica
e coerente, mas ocasional e desagregada, pertencemos simultaneamente a uma multiplicidade de homens-massa” (Gramsci, p.94).
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A teoria gramsciana de cultura
• Rejeita qualquer definição positivista da cultura como saber enciclopédico ou especializado.
• Pensa em cultura como crítica da civilização capitalista.
• Crítica significa cultura (Buci-Glucksmann, 1980)
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Um novo intelectual • A produção do conhecimento deve estar
comprometida com a construção de uma nova visão de mundo. O intelectual tem um papel importante no processo de constituição de uma sociedade emancipada. O primeiro passo é a crítica de si mesmo e do mundo como produto historicamente determinado.
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• “Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas ‘originais’; significa também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, ‘socializá-las’ por assim dizer; e, portanto, transformá-las em uma base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral” (Gramsci, p.95-96).
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• “O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato ‘filosófico’ bem mais importante e ‘original’ do que a descoberta, por parte de um ‘gênio’ filosófico, de uma nova verdade que permaneça como patrimônio de pequenos grupos intelectuais” (Gramsci, p.96).
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A revolução passa pela escola• A escola na sociedade
capitalista fragmenta o sujeito. Formam-se especialistas que dominam a tecnologia do saber-fazer (intelectual tecnológico).
• A concepção fragmentada do sujeito se reproduz nas instâncias deliberativas (sociedade política) com o especialista, o técnico-cultural. “Este é um dos mecanismos através dos quais a burocracia de carreira terminou por controlar os regimes democráticos e os parlamentos” (Gramsci, p.34).
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A revolução passa pela escola
• “A escola é o instrumento para elaborar os intelectuais de diversos níveis” (Gramsci)
• Propõe uma “escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa, que equilibre de modo justo o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente (tecnicamente, industrialmente) e o desenvolvimento das capacidades de trabalho intelectual”.
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Cultura, escola e trabalho
• Os organismos culturais atuam de forma integrada.
• A formação intelectual continua na vida profissional e no cotidiano e se mantém como responsabilidade da sociedade emancipada.
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“Os elementos sociais empregados no trabalho profissional não devem cair na passividade intelectual, mas devem ter à sua disposição (por iniciativa coletiva e não de indivíduos, como função social orgânica reconhecida como de utilidade pública e necessidades públicas) institutos especializados em todos os ramos de pesquisa e de trabalho científico, para os quais poderão colaborar e nos quais encontrarão todos os subsídios necessários para qualquer forma de atividade cultural que pretendem empreender” (Gramsci, 40-41).
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Notas sobre jornalismo e educação na leitura marxista
![Page 68: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/68.jpg)
Jornalismo em Lênin
• Plano de um jornal político para toda a Rússia
• Críticas dos economicistas: “trabalho político vivo”, “algo de mais concreto”.
• “Falar agora de uma organização cujos fios seriam atados a um jornal para toda a Rússia é produzir em profusão ideias abstratas e um trabalho de gabinete, é fazer literatura falsificada” - Nadejdine
![Page 69: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/69.jpg)
A defesa de Lênin em “O que fazer?”
• Concepção leninista do jornal para a emancipação:– Tática do partido revolucionário– Ferramenta educativa– Formação de quadros– Instrumento de agit-prop– Função organizativa
– ISKRA
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Iskra (contexto de “O que fazer?”)
• “Esse jornal atiçaria cada fagulha da luta de classes e da indignação popular, para daí fazer surgir um grande incêndio”
• “É com isto que precisamos sonhar. ‘É preciso sonhar’, escrevo essas palavras e de repente tenho medo.” Citando Pissarev, “O desacordo entre sonho e realidade nada tem de nocivo se, cada vez que sonha, o homem acredita seriamente em seu sonho”.
![Page 71: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/71.jpg)
Os periódicos para Gramsci
• Imprensa operária Formação cultural e de consciência de classe
• Estimular círculos de leitura• Despertar entusiasmo,
unidade e coesão das massas
• Imprensa burguesa Defesa de um sistema econômico e de valores da classe dominante
![Page 72: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/72.jpg)
Algumas experiências de Gramsci• Avanti! – “em plena sociedade mercantil, o princípio
antimercantil, que impunha a sinceridade e a verdade” (Os leitores, em Os Intelectuais)
• L’Ordine Nuovo (1919, influência da revolução russa) Conselhos de Fábrica– Escola de cultura do L’Ordine Nuovo
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Ascensão do Fascimo na Itália (1921)
• L’Ordine Nuovo análise da crise econômica política da Itália; organização da classe para a democracia; formação de dirigentes.
• Cultura como uma dimensão política
• Com a consolidação do fascismo, “a tarefa que se impunha dessa nova edição era refletir sobre a situação dos trabalhadores sob a dominação fascista, retomar o trabalho de educação política analisando as possibilidades reais de ação autônoma e de discussão dos problemas organizativos em um sistema reacionário”
![Page 74: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/74.jpg)
Educação para além do capital
![Page 75: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/75.jpg)
Dimensão estratégica da educação
• Batalha das ideias• Espaços de mediações entre a economia e o
Estado: Partidos, sindicatos, imprensa e escola.• “Gramsci olha para a educação como um homem
político” – programa educacional, métodos e práticas
• Centro unitário de cultura consciência política• Princípio da unidade entre trabalho intelectual e
trabalho industrial
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István Mészaros
• Fórum Mundial de Educação, 2004• “Educação não é um negócio. Não deve qualificar para
o mercado, mas para a vida”• “Educar é, citando Gramsci, colocar o fim à separação
entre homo faber e homo sapiens, é resgatar o sentido estruturante da educação e de sua relação com o trabalho, as suas possibilidades criativas e emancipatórias”
• “Desde muito pequeno tive de interromper a minha educação para ir à escola” – Garcia Márquez
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Paulo Freire
• O protagonismo humano é fundamental no processo de transformação da sociedade
• Contexto latino na escrita de “Pedagogia do oprimido”– o papel das lideranças revolucionárias na
organização e união dos oprimidos ( a co-laboração, a desideologização)
– “unidade entre o trabalho manual e o trabalho intelectual; entre prática e teoria”
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• “Segundo Freire, é necessário que a classe trabalhadora reveja ou reconheça aquilo que já conhece. Nessa perspectiva, a ação revolucionária tem como ponto de partida a percepção que os trabalhadores estão tendo do mundo. Não obstante, não se reduz a esse momento. Para além dos saberes socialmente construídos, é direito dos trabalhadores conhecerem aquilo que não conhecem; em outras palavras, participarem da produção do novo conhecimento. Este processo, por sua vez, vincula-se dialeticamente à participação na produção da vida material (produzir o que, para quem, contra quem e contra quê?).”
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O poema pedagógico• Makarenko e o desafio da
colônia Gorki: o novo homem• Coletividade e trabalho• Disciplina e família
• "Nunca mais ladrões nem mendigos: somos os dirigentes.”
• “Por um lado elas estão privadas de todos os beneficios do desenvolvimento humano e, por outro, são excluídas das soluções salvadoras, pela simples razão da sua luta pela sobrevivência”
![Page 80: Cultura e ação apresentação](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061215/549eb367ac7959454c8b469c/html5/thumbnails/80.jpg)
"O mais desagradável dos diálogos é aquele em que o interlecutor que tem o poder para decidir joga com a teoria, acreditando que a teoria determina a realidade” - Makarenko
“A cabeça pensa onde os pés pisam” - Freire