Cultura Do Quiabo

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CULTURA DO QUIABO

1. Aspectos Gerais

O quiabo apresenta-se como uma cultura versátil visto que além dos frutos, outras partes da planta também são aproveitadas. É o caso das sementes que possuem altos teores de óleo excelente para consumo; da casca do caule de onde se extraem fibras que adicionadas às de outras plantas podem formar tecidos de boa qualidade, sendo também usadas no fabrico de papel; e das folhas que são forrageiras, podendo ser utilizadas para a alimentação do gado.

Ciclo de aproximadamente 70 a 80 dias e em condições ideais de cultivo pode chegar a produzir de 15 a 20 mil quilos por hectare.

Resistente a seca, pois possui uma raiz profunda (aproximadamente 1,9 m).

Flor Semente Flor e fruto

2. Variedades

Atualmente existem no mercado as seguintes variedades:

Campinas 1 (IAC-4075): Variedade desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) que apresenta porte alto, frutos longos, roliços e verdes, limbo foliar bem recortado e ausência de pêlos urticantes nas hastes, folhas e frutos. As folhas apresentam limbo foliar de coloração verde-escuro e o pecíolo e as nervuras têm coloração verde. Variedade é resistente à murcha do quiabeiro.

Campinas 2 (IAC-4076): Igualmente desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) produz plantas de porte alto, folhas recortadas e frutos verde-escuros, alongados, retos e lisos. A variedade possui resistência ao Verticillium alboatrum (agente causal da murcha do quiabeiro) além de uma boa produtividade.

Santa Cruz 47: As plantas possuem porte médio, os frutos são longos, roliços, lisos e de coloração verde-brilhante e as folhas têm o limbo recortado. Uma variedade produtiva e precoce sendo inclusive a mais cultivada no Rio de Janeiro e São Paulo.

Amarelinho: Apresenta porte de crescimento mais alto, produz frutos de coloração verde-amarelada. Os frutos oriundos desta variedade possuem melhor conservação pós-colheita em relação às demais.

Chifre-de-veado: Variedade caracterizada por apresentar plantas de porte médio a alto, limbo foliar bem recortado, pecíolo e nervura de coloração verde e frutos lisos, compridos e roliços de coloração verde-clara. Relatam que a respectiva variedade apresenta, além das características descritas, resistência à murcha do quiabeiro.

Alecrim: Planta de alto vigor, boa produtividade e porte médio. Produz frutos de coloração verde-clara, esguios e arredondados com uma pequena curvatura na extremidade e possui ciclo de 80-90 dias.

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Green Velvet ou Veludo Verde: Desenvolvida nos Estados Unidos possui boa produtividade e resistência ao transporte, porém é muito suscetível à murcha do quiabeiro. Possui porte médio, folhas com limbo foliar bem recortado, frutos uniformes, roliços, curtos e ligeiramente grossos e curvos de coloração verde forte.

White Velvet ou Veludo Branco: Esta variedade é caracterizada por plantas de porte médio que produzem frutos longos e finos de coloração verde bem clara e branca e limbo foliar razoavelmente recortado.

3. Clima, Época de Plantio e Solo

Desenvolve-se melhor em regiões de climas quentes, podendo também ser cultivada em regiões de clima ameno. Regiões que apresentam temperaturas muito baixas são inviáveis para a cultura porque o frio ocasiona o abortamento (queda) dos frutos jovens, provocando grandes reduções na produção.

A época ideal para sua semeadura encontra-se entre as estações de temperaturas mais quentes (primavera-verão), podendo ser semeado durante o inverno nas regiões mais baixas e quentes (em casas de vegetação ou cultivo convencional) produzindo na entressafra e proporcionando bons rendimentos e índices de lucratividade através da obtenção de melhores preços.

Solo preferencialmente argiloso-arenoso e pH entre 6,0 e 6,8.

A adubação orgânica apresenta bons resultados principalmente em solos de baixa fertilidade, devendo ser feita no sulco de plantio e com antecedência à época de semeadura. Associada à aplicação do adubo orgânico recomenda-se a adição de termofosfato no sulco de plantio.

A calagem deve ser realizada 30 dias antes do plantio, se necessário. Deve-se colocar 60 toneladas de esterco de curral curtido, ou ¼ dessas quantidades de esterco de galinha curtido, cerca de 30 dias antes da semeadura. No plantio deve-se colocar 40 kg/ha de nitrogênio, 240 kg/ha de fósforo, 120 kg/ha de potássio. Deve-se fazer adubação de cobertura em 3 parcelas, a primeira 20dias após a germinação e as demais a cada 20 dias, aplicando 120 kg/ha de nitrogênio e 80 kg/ ha de potássio.

Uma alternativa de adubação orgânica é a aplicação (por metro de sulco) de 1 litro de esterco de galinha puro ou qualquer outra fonte de matéria orgânica em doses equivalentes.

Recomendam que na adubação nitrogenada sejam aplicados 120 Kg/ha parcelados da seguinte forma: 20% aplicados no plantio e os 80 % restantes na cobertura.

a adubação potássica deve ser feita parceladamente obedecendo-se uma proporção de aplicação de 40 % no plantio e os 60% restantes na cobertura.

Tabela 1: Níveis de fertilidade para hortaliças.

Características Classe de fertilidade químicas

baixa Média alta

P (mg/dm³) < 10 10-30 > 30

K (mg/dm³) < 40 40-120 > 120

Ca (cmolc/dm³) < 2,0 2,0-5,0 > 5,0

Mg (cmolc/dm³) < 0,5 0,5-1,2 > 1,2

Matéria orgânica (%) < 2,0 2,0-5,0 > 5,0

Fonte: UFG/EMGOPA (1988).

4. Pragas

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As principais pragas que atacam o quiabo são: lagarta-rosca, ácaros, nematóide, vaquinha e pulgão. Utilizar os seguintes produtos para controle: carbaryl, enxofre e malathion.

5. Doenças

As principais doenças que atacam o quiabo são oídio, mancha de Ascochita, podrdão-mole, murcha de Verticillium. Os produtos usados para controle: enxofre, oxicloreto de cobre, thiophanate methyl e triadimefon.

Cercospora

6. Implantação da cultura: plantio e semeadura

O plantio é feito geralmente em semeadura direta disposta em sulcos ou em covas, onde os sulcos podem ser feitos com sulcadeiras ou manualmente e as covas com o uso de chibancas.

A semeadura pode ser feita diretamente no local de plantio em sulcos ou covas, ou através de mudas formadas em túneis ou casas de vegetação. No primeiro caso deve-se primeiramente quebrar a dormência das sementes, o que pode ser feito seguindo-se um dos procedimentos apresentados a seguir:

1- Envolver as sementes em um saquinho de pano e posteriormente imergi-las em água por um período de 24 horas (na véspera do plantio).

2- Imergir as sementes em álcool etílico ou acetona nos 30-60 minutos que antecedem à semeadura. Posteriormente faz-se o plantio manual, semeando de 3 a 5 sementes por vez a uma profundidade média de 20 a 30 mm se possível com auxílio de uma semeadora-adubadora para que se obtenha um maior rendimento e uniformidade de plantio. [ à dormência que as sementes apresentam (devido à impermeabilidade do tegumento à água), a germinação pode se estender entre 15 e 20 dias.]

As mudas podem ser formadas através de um plantio inicial em copinhos de papel de jornal (após a devida quebra da dormência) ou em saquinhos plásticos. Ambos devem medir aproximadamente 15 cm de altura e 6 cm de diâmetro, devendo-se ter o cuidado de transplantar as mudas antes que o sistema radicular das mesmas atinja a base do recipiente.

Os espaçamentos recomendados para a cultura são: 100- 120 cm entre fileiras; 20-30 cm dentro das fileiras; visto que pode-se também fazer a opção pelo plantio em grupos de duas plantas juntas, com distância entre os pares de 50 cm a semeadura pode ser feita em covas ou sulcos com distância de 1 m, sendo colocadas de 4-5 sementes a cada 2-3 cm de profundidade, em ambos os casos respeitando-se no caso do uso de sulcos uma distância de 30-50 cm. Segundo os mesmos autores, deve ser feito o desbaste das plântulas quando estas atingirem de 15-20 cm de comprimento, deixando-se apenas uma planta por cova, e logo em seguida deve-se proceder a amontoa junto às plantas.

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A cultura apresenta poucas exigências hídricas. Desse modo recomenda-se cuidado para não fornecer água em quantidades que possam prejudicar o desenvolvimento da cultura e propiciar o aparecimento de doenças fúngicas e bacterianas, bem como não fornecer água abaixo da necessidade demandada pela cultura. A irrigação somente é utilizada no outono-inverno, sendo feita geralmente no sulco (com uso de regadores ou por gotejamento) e/ou por aspersão.

7. Colheita e comercialização

O ponto de colheita é definido através da análise dos frutos, que devem ter aspecto tenro e suas pontas podem ser quebradas com facilidade. O processo pode ser feito utilizando-se canivetes afiados, os quais serão usados para o corte dos pedúnculos que deve ser feito rente aos frutos e sem causar ferimentos ou injúrias. Para que se obtenha um bom rendimentoe qualidade ao final do processo além de melhores produtividades, recomenda-se que as colheitas sejam feitas diariamente ou em dias alternados.

A época de colheita varia de acordo com a época de semeadura e com a cultivar utilizada. Dessa forma, cultivares nacionais plantadas nas estações primavera-verão iniciam seu período produtivo em torno de 60-75 dias após a semeadura; e as cultivares plantadas nas estações outono-inverno produzem aos 85-100 dias após o plantio.

a colheita é feita manualmente (nessa e na maioria das culturas olerícolas), particularmente nessa cultura pode haver a incidência de irritação na pele e de reações alérgicas nos operários devido ao contato direto com a planta e os frutos. Para evitar o problema recomenda-se o uso de roupas especiais como macacões, por exemplo, com mangas compridas e luvas de tecido grosso. A hora mais mais adequada do dia para a realização do processo de colheita é no final da tarde.

O quiabo é uma hortaliça que apresenta altas taxas respiratórias e atividade metabólica intensa. Portanto é recomendado que logo após a colheita o mesmo seja acondicionado em locais refrigerados para que ocorra um rápido resfriamento dos frutos (que deve ser feito apenas pela utilização de ar frio) visando evitar suas altas taxas de respiração e o conseqüente aumento da deterioração que se evidencia principalmente através do murchamento.

A colheita 60 a 80 dias após o plantio e durante 3 meses. Após esse período a poda, a 20 cm do chão, permite nova brotação e segunda safra. Produtividade normal é de 15 a 22 t/ha.

Colheita

8. Dicas

Faça a rotação com milho. Melancia, batata e feijão-vagem. Evitar algodão.

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O quiabo é muito sensível ao frio, a temperatura noturna deve ser maior que 15ºC.

Antes da semeadura colocar as sementes na água por 24 horas, para melhorar a geminação.

A colheita deve ser feita no período da manhã provoca menos irritação à pele, para quem tem alergia.

Após 3 meses poda-se a 20 cm do chão.

Cuidado na aplicação de água: água em excesso pode matar a planta, mas na falta à planta não se desenvolve bem.

Faz o desbaste do quiabo, quando a planta atingir 15ª 20 cm de altura, deixando uma planta por cova.

Tratos culturais com capinas e herbicidas registrados: trifuralin.

Não aplicar defensivos 10 dias antes da comercialização.