Crónica Nº 139 - MENSAGEM de Fernando Pessoa.

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  • 7/28/2019 Crnica N 139 - MENSAGEM de Fernando Pessoa.

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    Crnica N 139 MENSAGEM FernandoPessoa

    Por Henrique de Almeida Cayolla

    INTRODUO: Os ttulos e/ou temas para as minhas crnicas, surgem-me nummomento de inspirao tipo flash, que muitas vezes tem a ver com o ambiente em que

    estou inserido, como por exemplo hoje, que estou no Bar/Esplanada/Restaurante

    PRAIA DA LUZ na Foz do Douro. Olhando para o mar, embora esteja um dia de sol

    aberto, como venho aqui com frequncia, lembrei-me quando h dias estava nevoeiro, e

    indo buscar essa palavra na internet, nalgum poema que houvesse com esse nome, fuiparar a NEVOEIRO, de Fernando Pessoa, que mais abaixo transcrevo, pois j no me

    lembrava dele, e, achando-o perfeitamente adequado ao perodo em que vivemos,

    resolvi inclu-lo numa crnica que estava para preparar. Entretanto, ao pesquisar um

    pouco mais sobre to grande autor portugus, reli o clebre poema MAR PORTUGUS, e

    ento trouxe-o tambm para uma transcrio que precede a do NEVOEIRO. Ambos os

    poemas so partes do livro MENSAGEM. As voltas que Fernando Pessoa. estar a dar

    no tmulo!

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    Nota: Proveniente da fonte Wikipdia, a enciclopdia livre, com alguns realces ou

    adaptaes da minha autoria. eis ento o desenvolvimento do ttulo desta crnica.

    Mensagem um livro do poeta portugus Fernando Pessoa, publicado

    ainda em vida1 . Composto por 44 poemas, foi chamado pelo poeta de

    "livro pequeno de poemas". Publicado em1934 pela Parceria Antnio

    Maria Pereira, apenas um ano antes da morte do autor, a obra trata do

    glorioso passado dePortugal de forma apologtica, e tenta encontrar

    um sentido para a antiga grandeza e a decadncia existente na poca

    em que o livro foi escrito. Glorifica acima de tudo o estilocamonianoe o

    valor simblico dos heris do passado, como os Descobrimentos

    portugueses. apontando as virtudes portuguesas que Fernando

    Pessoa acredita que o pas deva se "regenerar", ou seja, tornar-se

    grande como foi no passado atravs da valorizao cultural da nao.

    O poema mais famoso do livro Mar Portugus.

    Trata-se de um livro que revisita e, em boa parte, cria, uma mitologia do passado herico

    de Portugal, repleta de smbolos, sebastianista.

    Est dividido em trs partes, com uma nota preliminar antecedendo-as. A

    primeira, Braso, utiliza os diversos componentes das armas de Portugal para revisitar

    algumas personagens da histria do pas. A segunda, MarPortugus, debrua-se

    sobre a poca das grandes navegaes, batendo porta de figuras como oInfante D.Henrique, Vasco da Gama e Ferno de Magalhes, mas no se limitando a elas. A terceira,

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem_(livro)#cite_note-1http://pt.wikipedia.org/wiki/1934http://pt.wikipedia.org/wiki/1934http://pt.wikipedia.org/wiki/Parceria_A._M._Pereirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Parceria_A._M._Pereirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Descobrimentos_portugueseshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Descobrimentos_portugueseshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Portugu%C3%AAshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Portugu%C3%AAshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastianismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infante_D._Henriquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infante_D._Henriquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infante_D._Henriquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gamahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_de_Magalh%C3%A3eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem_(livro)#cite_note-1http://pt.wikipedia.org/wiki/1934http://pt.wikipedia.org/wiki/Parceria_A._M._Pereirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Parceria_A._M._Pereirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5eshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Descobrimentos_portugueseshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Descobrimentos_portugueseshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Portugu%C3%AAshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastianismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infante_D._Henriquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infante_D._Henriquehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gamahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_de_Magalh%C3%A3es
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    O Encoberto, a parte mais marcadamente simblica e sebastianista, voltando, ainda afalar de outras figuras da histria de Portugal. O termo "O Encoberto" uma designao ao

    antigo rei de Portugal D. Sebastio, o que demonstra sebastianismo. Sendo tambm uma

    desintegrao, mas tambm toda ela cheia de avisos, fortes pressentimentos, de foras

    latentes prestes a virem luz: depois da noite e tormenta, vem a calma e a antemanh (estes

    so os tempos).

    Estes 44 poemas agrupados em 3 partes, representam as trs etapas do

    Imprio Portugus: Nascimento, Realizao e Morte, seguida de um

    renascimento.

    Braso informaes sobre a formao da nacionalidade, heris lendrios e histricos.

    Mar Portugus descobertas, aventura martima, conquista do imprio, (Deus quer, o

    Homem sonha, a Obra nasce: Tudo vale a pena quando a alma no pequena) nsia do

    desconhecido e esforo herico da luta com o mar.

    O Encoberto morte das energias de Portugal simbolizada pelo nevoeiro. Afirmao do

    Sebastianismo. Pas na estagnao espera do ressurgir, do aparecer da Nova Luz (Quinto

    Imprio).

    MENSAGEMde Fernando Pessoa- Segunda Parte: MAR PORTUGUEZ- MAR PORTUGUEZ

    .- leo de Carlos Alberto Santos

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_de_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_de_Portugal
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    MAR PORTUGUEZ

    mar salgado, quanto do teu sal

    So lgrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mes choraram,Quantos filhos em vo rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, mar!

    Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma no pequena.Quem quere passar alm do Bojador

    Tem que passar alm da dor.Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,Mas nelle que espelhou o cu.

    Comentrios:

    Este o poema principal da Segunda Parte deMensagem (porque a ela deu o nome) e tambm opoema breve mais conhecido da lingua portuguesa.

    incomparvel em simplicidade e beleza e tambm nasucesso de grandes frases: " mar salgado, quantodo teu sal so lgrimas de Portugal!", "Tudo vale apena se a alma no pequena", "Quem quer passaralm do Bojador tem que passar alm da dor" e "Deusao mar o perigo e o abismo deu, mas nele queespelhou o cu".

    "quem quer passar alm do Bojador..."- o CaboBojador, na costa africana, era considerado o limite domar navegvel porque, dizia-se, os ventos e ascorrentes impossibilitariam o regresso de quem odobrasse. Quando Gil Eanes finalmente navegou para

    alm do Bojador e voltou, foi ultrapassada uma barreirapsicolgica capital. Neste poema, o Bojador simbolizatodos os desafios que houve que vencer no esforodas Descobertas, independentemente do custohumano.

    MENSAGEMde Fernando Pessoa; Terceira Parte- O ENCOBERTO

    Quinto- NEVOEIRO

    . leo de Carlos Alberto Santos

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    NEVOEIRO

    Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,define com perfil e sereste fulgor bao da terraque Portugal a entristecer brilho sem luz e sem arder,como o que o fogo-ftuo encerra.

    Ningum sabe que coisa quere.Ningum conhece que alma tem,nem o que mal nem o que bem.(Que ncia distante perto chora?)

    Tudo incerto e derradeiro.Tudo disperso, nada inteiro. Portugal, hoje s nevoeiro...

    a Hora!

    Comentrios:

    Neste poema, o ltimo de Mensagem, Fernando

    Pessoa transmite uma imagem desencantada darealidade do Portugal dos seus dias... mas paraconcluir que essa situao , afinal, o nevoeirode que falam as profecias e que marcar oregresso de D.Sebastio. A concluso de que onevoeiro que se esperava no , afinal, literal(fsico) mas antes simblico (social e poltico)permite-lhe acabar o Poema com uma "volta"final ao gritar: " a Hora!".

    "fogo-ftuo"- chama azulada, em geral breve,resultante da combusto espontnea de umamistura de metano e ar em determinadaspropores. O metano (gs dos pntanos) produzido naturalmente pela decomposio damatria orgnica, vegetal ou animal. Acombusto produz calor, mas como muitobreve a chama pode parecer fria.

    .

    EPLOGO: Como se verifica, qualquer destes poemas muito pertinente, emrelao ao drama que se abateu sobre Portugal, na sequncia dos desmandos, dacorrupo e da gesto danosa, que h muitos anos vem sendo efectuada por diversosgovernos, com a passividade e com a complacncia do povo portugus.Ora a que est a origem do mal que temos, pois o povo no pode atirar as culpas s

    para os governantes, pois se eles foram eleitos democraticamente, foi o povo que oselegeu. O pior que, os Partidos polticos, apanhando-se no poder, passam a vida afazer jogos de bastidores, tipo toma l isto e d-me aquilo, e transformaram a nossaDemocracia, numa Partidocracia. Assim, esto-se a rir para a pressa, e fazem o quequerem!Eu fico escandalizado, quando tomo conscincia de factos como este: H dias,apanhando a fresca da noite, na avenida marginal ao mar, encontrei um antigo colega deescola, mdico, que ao falarmos em prximas eleies, ele, que eu considerava uma

    pessoa inteligente, sai-se a dizer, que sempre tinha votado no PSD, e assim iriacontinuar. Eu, com a confiana que tenho, retorqui-lhe: Oh p tu ests doido, no ests

    bom da cabea! Como possvel no perceberes que tudo tem que ser mudado, devesestar a viver noutro planeta!

    POR ISSO QUE O POVO TEM QUE ENTENDER QUE CHEGOU A HORA DEALTERAR O modus vivendi, E ELE POVO NO PODE CONTINUAR ACOMPORTAR-SE VOTANDO COMO O TEM FEITO NOS LTIMOS 39 ANOS!

    preciso modificar o sistema, preciso tirar aos partidos o peso que eles tm tido, preciso castigar os partidos, preciso mudar Portugal.

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