Criação comercial de peixes em viveiros ou açudes

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    SRIE OPORTUNIDADES DE NEGCIOS

    CRIAO COMERCIAL DE PEIXES EM VIVEIROS OU AUDES

    Boa Vista SEBRAE em Roraima 2001

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    SERVIO DE APOIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS EM RORAIMA Entidadesintegrantes do Conselho Deliberativo Estadual Agncia de Fomento de Roraima - AFERAssociao das Micro Empresas de Roraima - AMER Banco do Brasil - BB Caixa EconmicaFederal - CEF Federao das Associaes Comerciais e Industriais de Roraima - FACIRFederao da Agricultura do Estado de Roraima - FAER Federao do Comrcio do Estado deRoraima - FECOR Federao das Indstrias do Estado de Roraima - FIER Servio Brasileirode Apoio s Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE Secretaria Estadual de PlanejamentoIndstria e Comrcio - SEPLAN Superintendncia do Desenvolvimento da Amaznia - SUDAMUniversidade Federal de Roraima - UFRR Presidente do Conselho Deliberativo Estadual CarlosSalustiano de Sousa Colho Federao das Indstrias do Estado de Roraima - FIER Diretor

    Superintendente Armando Freire Ladeira Diretor de Estratgias e Operaes Alexandre AlbertoHenklain Fonseca Diretor de Atendimento ao Cliente Paulo Roberto Oliveira de VasconcelosEquipe Tcnica do SEBRAE Marcione Soeiro Moraes Gerente da Unidade de Marketing eComunicao Helder de Souza Ribeiro Responsvel pela rea de Estudos e Pesquisas FtimaDjenane Ferreira dos Santos Assistente Tcnico/Administrativo Elaborao Tcnica Valter DiasPatricio Engenheiro Agrnomo e Consultor em Piscicultura

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes APRESENTAO A arte de criar emultiplicar peixes, ou melhor, a piscicultura, est em ascenso no pas. Mas quem pensa ementrar na atividade comercialmente, precisa de informaes tcnicas e treinamento adequado.Obter um pescado competitivo e de qualidade uma questo de sobrevivncia. E quem j estno mercado, utilizando mtodos ultrapassados precisa modernizar-se urgentemente.

    A diretriz bsica para o cultivo de peixes em viveiros escavados apresentados neste trabalho,aplicam-se ao cultivo do tambaqui (colossoma macropomum) e tambm servir para outrospeixes regionais, ou seja, da Bacia Amaznica, alimentao. com algumas pequenasadaptaes principalmente quanto

    Neste trabalho trataremos da criao de peixes em duas formas diferentes, tanques escavadoso qual chamaremos de viveiros de barragem e audes.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes INTRODUO A piscicultura um dosramos da aqicultura, que se preocupa com o cultivo racional de peixes.

    Atualmente, a piscicultura, j bem conhecida, vem despertando interesse de todos, tanto anvel particular quanto governamental, por produzir alimento de alto valor protico.

    Esta atividade , sem dvida, a maneira mais econmica de se produzir alimento nobre, de altovalor nutritivo e a baixo custo, uma vez que sua forma de cultivo pode variar bastante, inclusivenas fontes de alimentao.

    O peixe, pelo fato de viver na gua, apresenta uma srie de vantagens para sua criao,dentre as quais se destacam os gastos de pouca energia para a manuteno da temperatura

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    corporal, respirao e locomoo. Da ser um dos animais que mais aproveita os alimentosingeridos. Por outro lado, esse mesmo motivo apresenta uma srie de dificuldades para omelhor conhecimento de suas necessidades, pois no podemos v-los sem que oscapturemos.

    Em decorrncia da escassez de pescado nos estoques pesqueiros naturais, o aumento dopreo do peixe fez com que a piscicultura surgisse como alternativa tcnica e economicamente

    vivel para produo de alimento protico em curto espao de tempo.

    Para a produo de pescado, o potencial hdrico e a formao topogrfica da regio viabilizama implantao de projetos de viveiros escavados e audes, caminho natural para a pisciculturaregional.

    Portanto, podemos dizer que a piscicultura, atualmente, encaixa-se perfeitamente no conceitode diversificao de atividades da propriedade rural, permitindo ao produtor produzir commenos riscos e maior flexibilidade comercial.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes HISTRICO A piscicultura surgiu na China

    h cerca de 4 mil anos, onde tambm se desenvolveu o consrcio entre peixes e outrosanimais (bfalos e porcos), com a finalidade de melhorar a qualidade da gua.

    Nos primeiros sculos da era crist, os registros sobre a piscicultura se deram atravs dosromanos que fizeram grandes piscinas nas proximidades das praias, destinadas a armazenarpeixes.

    Na Europa a piscicultura s comeou a partir do sculo XIV, atravs dos monges que criavamcarpas nos mosteiros afim de consumi-las nos momentos de abstinncia de carnes vermelhas.

    Data desta poca o registro das primeiras fecundaes artificiais realizadas com vulos detruta, em mosteiros franceses e alemes.

    A partir do sculo XX, a piscicultura teve grande evoluo, passando por inmerastransformaes formando um ramo de especializao dentro das Cincias Agrrias. Surgiramnesta poca as Estaes de Piscicultura.

    A Argentina foi o primeiro pas a introduzir a piscicultura na Amrica do Sul, importando, em1870, os primeiros reprodutores de carpa comum (Cyprinus carpio) e carpa espelho (Cyprinuscarpio var. especularis).

    No Brasil, a piscicultura propriamente dita iniciou-se por volta de 1929. Nessa poca, o cientistaRodolfo Von Lhering estudou os peixes do Rio Mogi-Guau em Piracicaba - So Paulo,utilizando pela primeira vez hipfise para provocar desova do Dourado (Salminus maxillorus).Em 1939, surgiu a primeira estao de piscicultura do pas em Pirassununga So Paulo.

    Atualmente no Brasil, se cultiva peixe de vrias espcies, do extremo sul ao extremo norte,

    alcanando nveis de produtividade dos mais elevados em termos mundiais, inclusive emalguns casos, exportando tecnologia.

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    SUMRIO APRESENTAO INTRODUO HISTRICO 1 PORQUE CRIAR PEIXES. 2INFORMAES MERCADOLGICAS. 2.1 Resumo da Oferta e Procura. 3 LOCALIZAO.3.1 Infra-estrutura Necessria. 3.2 rea Fsica. 3.3 Seleo da rea. 3.4 A Qualidade da gua .

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    3.5 Arranjo Fsico. 4 TECNOLOGIA DE PRODUO. 4.1 Processo de Produo. 4.2Conservao do Pescado. 4.3 Locais para Criao. 4.4 Alimentao. 4.4.1 Outra sugesto dealimentao para o peixe tambaqui. 5 SANIDADE DOS PEIXES. 5.1 Bacterioses. 5.2Parasitoses. 5.3 Micoses. 6 AVALIAO FINANCEIRA. 6.1 Investimento Fixo. 6.2 Custo Fixodo Ciclo. 6.3 Custo Varivel do Ciclo. 6.4 Receita Operacional. 6.4.1 Exemplo 1. 6.4.2 Exemplo2. 6.5 Demonstrao do Resultado Anual. 6.6 Ponto de Equilbrio. 6.7 Investimento Inicial. 6.8Taxa de Retorno do Investimento. 6.9 Prazo de Retorno do Investimento. 7 LEGISLAO. 8

    CONSIDERAES FINAIS. 9 FORNECEDORES. 10 BIBLIOGRAFIA. 13 14 16 17 17 18 19 1921 22 23 27 28 29 30 32 33 33 34 35 35 35 36 36 36 36 37 37 38 38 39 39 40 41 42

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    1 PORQUE CRIAR PEIXES ? Dentre as principais vantagens da piscicultura, podemosdestacar:

    a - Aproveitamento de reas improdutivas ou de baixo rendimento agropecurio,transformando-as e elevando sua produtividade; b - Utilizao de subprodutos agropecuriosna manuteno dos peixes; c - Eficiente converso alimentar (come pouco e cresce muito); d -Rpido retorno do capital investido; e - Elevada produo por rea; f - Aumento no faturamentodo produtor rural; e g - Diminuio dos problemas de sazonalidade (safra), dos produtosagrcolas.

    A produo da aqicultura, que cresceu a uma taxa de 11% ao ano durante a ltima dcada, o setor de maior desenvolvimento na economia alimentcia mundial. Aumentando de 13milhes de toneladas de peixes produzidos em 1990, para 31 milhes de toneladas em 1998(no mundo), a piscicultura provavelmente ultrapassar a pecuria como fonte de alimentos, ato fim desta dcada.

    Este crescimento recorde da aqicultura sinaliza uma mudana fundamental em nossa dieta.Durante o ltimo sculo, o mundo dependeu quase que exclusivamente de dois sistemasnaturais pesqueiros ocenicos e pastagens para satisfazer a demanda cada vez maior deprotena animal, entretanto, essa era aproxima-se do fim quando ambos os sistemas atingem

    seus limites produtivos.

    Vistas todas essas informaes, ainda podemos aliar o fato de estarmos localizados na regioque detm a maior parte da mais extensa bacia hidrogrfica do mundo, com 6.112.000 Km2 eque esta regio tem o hbito alimentar de consumir peixes, sendo que um dos peixes maisapreciados o tambaqui (Colossoma macropomun), cuja tecnologia de reproduo e criaoem cativeiro conhecida.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes 2 INFORMAES MERCADOLGICAS

    O mercado de Boa Vista/RR consome atualmente 1.300 toneladas de peixe por ano, sendo400 toneladas provenientes de criaes em cativeiro, 700 toneladas importadas de outrosestados e 200 toneladas capturadas nos estoques pesqueiros naturais. Essa demanda nospermite calcular um consumo atual de aproximadamente 6,5 Kg por pessoa ao ano, pormsabe-se que o consumo per capita em condies de oferta normal de 8 kg/ano por pessoa.

    Fato que, sendo o consumo per capita de peixe em Boa Vista de 8Kg/ano e a populao de200.000 habitantes, chegamos a 1600 toneladas de consumo normal. Podemos concluir ento,que existe um dficit de 300 toneladas na oferta. As 700 toneladas hoje importadas de outrosEstados tambm podem ser substitudas por peixes produzidos em cativeiro no Estado deRoraima e sabe-se tambm que a pesca nos estoques pesqueiros naturais, encontra-se em

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    decadncia, abrindo espao para a produo e fornecimento de mais 200 toneladas por anoque so necessrias para atender o consumo.

    Com base

    nesses dados, podemos concluir que a procura/oferta de

    peixe com boa qualidade apresenta um dficit de 1000 toneladas/ano.

    De acordo com dados fornecidos pela Organizao das Naes Unidas para a Agricultura eAlimentao - FAO (Food and Agriculture Organization), considerando o consumo per capitaideal de 20 Kg/ano por habitante, chegaremos a um nmero mais animador para os futurosinvestidores, ou seja, 4.000 toneladas/ano ampliando o dficit na oferta para 2.700toneladas/ano. Considerando que se importa 700 toneladas/ano poderemos produzir emRoraima 3.400 toneladas de peixe, analisando-se to somente o mercado de Boa Vista.

    Ampliando a viso de mercado e considerando Manaus como parceiro comercial, visto que oshabitantes dessa cidade consomem 60 Kg de pescado/ano, chegamos a 90.000 toneladas oconsumo total anual, sendo 30% a 40% oriundo da pesca extrativista, fonte essa, que duranteo perodo da piracema (defeso) no pode

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes ser utilizada, gerando um dficit muitogrande na oferta, chegando a quantidade de 9.000 toneladas.

    Voltamos a ressaltar, que alm de estarmos localizados na regio que detm a maior parte damaior bacia hidrogrfica do mundo, possumos um grande potencial de consumo de peixe.

    O mercado potencial representado pelos

    Estados de Roraima e

    Amazonas, torna a criao de peixes em viveiros e audes muito interessantesfinanceiramente. Como se isso no bastasse, ainda temos as outras regies do Brasil, onde seproduz atualmente 100.000 toneladas/ano, com consumo per capita de 4 kg/ano por habitante,o que nos d um consumo ainda baixo de 600.000 toneladas gerando uma lacuna muitogrande na oferta.

    Esse grande mercado consumidor, Roraima e Amazonas, est localizado geograficamente, demaneira que dificulta a entrada de produtos perecveis vindos de outros estados, visto asdificuldades de transporte de Porto Velho a Manaus.

    O consumidor, tanto do Amazonas quanto de Roraima, tem o tambaqui como peixe de suapreferncia e o elegeu como peixe de primeira qualidade, consumindo tambm outrasespcies, como matrinx, curimat, jaraqui, pirarucu, tucunar, pescada, etc.

    Sendo eleito o tambaqui como o peixe ideal para criao em cativeiro e em 0funo dosmotivos j expostos anteriormente, ainda tem-se a vantagem de poder adquirir alevinos emdiversas pocas do ano, em vrias partes do Brasil a um preo bastante acessvel. Atualmentepode-se adquirir alevinos na estao de piscicultura de Boa Vista/RR, Usina de Balbina, emPresidente Figueiredo/AM e em Natal/RN, alm de algumas estaes que esto em fase deimplantao tanto no Amazonas quanto em nosso estado, no municpio de Rorainpolis.

    Os produtores de pescado para consumo, que abastecem o mercado de Boa Vista, estoinstalados nos municpios vizinhos de Alto Alegre e Bonfim.

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    No Estado de Roraima existe um potencial de produo instalado suficiente para abastecer omercado local, porm, isto no ocorre por problemas estruturais, tcnicos e de investimento emalimentao.

    A grande maioria dos audes construdos, t inha a finalidade de perenizar a gua para o gado eposteriormente houve o interesse na utilizao destes para a criao de peixes.

    As principais dificuldades nesse tipo de instalao so, a grande profundidade, presena deobstculos despesca, grandes extenses e grande quantidade de predadores.

    Estima-se que o setor possui hoje, aproximadamente, 250 hectares de viveiros e 500 hectaresde audes. Produzindo efetivamente, existem

    aproximadamente 150 hectares entre os dois sistemas.

    Nota-se uma tendncia de crescimento na construo de viveiros com controle de

    abastecimento e esvaziamento.

    Segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Roraima, o nmero deprodutores rurais que hoje possuem em suas propriedades viveiros ou audes deaproximadamente 450 produtores.

    2.1 Resumo da Oferta e Procura Consumo normal em Boa Vista Quantidade ofertada paracompra 1600 t/ano 1300 t/ano

    Existe um consumo reprimido de 300 toneladas/ano.

    A quantidade ofertada composta por:

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    Origem Criatrios Pesca nos rios Vindos do Amazonas

    Produo (tonelada/ano) 400 200 700

    Normalmente, os produtores deixam para vender a maior parte da sua produo no perodo dapscoa, e como a produo ainda pequena, falta peixe logo aps essa perodo.

    Em 2001, foram comercializados aproximadamente 100.000 kg de peixes criados em cativeirona cidade de Boa Vista. Os peixes mais comercializados foram tambaqui, tambacu e piauvuu

    ou aracu.

    3 LOCALIZAO

    O empreendimento em piscicultura dever ser de fcil acesso durante toda a poca do ano eestar localizado, de preferncia, prximo ao mercado consumidor, prximo aos fornecedoresde rao, prximo da residncia do proprietrio.

    3.1 Infra-Estrutura Necessria

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    Para se investir em piscicultura necessrio, em primeiro lugar, que se tenha disponibilidadede gua durante todo o ano e que essa gua tenha caractersticas qumicas e fsicasadequadas criao de peixes. Alm da disponibilidade e da qualidade da gua interessanteque esteja bem localizada, ou seja, o local de criao seja de fcil acesso, pois ser necessriolevar alevinos, transportar insumos e a produo, etapas que exigem cuidados.

    distncia a ser percorrida para dar o devido atendimento ao empreendimento, influenciar de

    maneira significativa no resultado final.

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    A infra-estrutura bsica para se ter uma criao de peixes , em primeiro lugar, os viveiros dealevinagem e os viveiros ou audes para engorda, com as devidas instalaes deabastecimento e esvaziamento.

    Como infra-estrutura propriamente dita e para efeito de clculo, consideraremos dois viveirosde 50 x 100 ( 10.000 m ), para engorda e um de 20 x 50 ( 1.000 m ) para alevinagem, ou seja,11.000 m , ou 1,1 ha de espelho d gua. Para a criao em aude, tambm consideraremos

    espelho d gua de 1 ha com berrio1 de 1.000 m .

    Alm dos locais de criao, recomenda-se dispor de:

    a - um barraco para guardar rao; b - rede de arrasto para despesca; c - tarrafa para analisaro desenvolvimento dos peixes; d - meio de transporte; e e - equipamento para verificar a acidezda gua.

    3.2 rea Fsica A quantificao, em metros quadrados, de espelho d gua

    economicamente vivel, depende das despesas totais, de maneira que o lucro da atividadeseja maior que os custos de manuteno, custeio e sobre a receita para amortizar parte doinvestimento inicial.

    Sabe-se que a receita financeira desejada aquela em que a atividade pisccola produz esuficiente para cobrir todos os gastos com a criao e ainda

    1

    Obs.: O berrio no ser orado neste caso, pois, pode variar muito o seu custo e emalgumas situaes

    pode at ser suprimido. Em casos de criao em barragem fundamental a existncia debercrio para evitar perdas por ataque de outros peixes predadores. J no caso de viveirosescavados, pode-se usar no primeiro ano o prprio viveiro como berrio. A partir do segundoano, caso se queira esvaziar os viveiros para um novo cultivo, utilizar-se- o bercrio para ocrescimento inicial.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes sobrar para reinvestir, portanto, definir umarea ideal extremamente importante, pois as condies e necessidades variam de produtorpara produtor.

    O melhor seria que a piscicultura no fosse a nica atividade em uma propriedade, mas quefizesse parte de um contexto agropecurio.

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    3.3 Seleo da rea A escolha do local para implantao da piscicultura implicar na adequadaviabilizao do projeto, onde se deve observar os aspectos ligados a atividade.

    Esses aspectos referem-se topografia da rea de implantao, o tipo do solo, a avaliaoquantitativa e qualitativa da gua para abastecimento dos tanques e audes e a vegetaolocal. Devem ser consideradas tambm, informaes meteorolgicas dirias disponveis, comotemperatura do ar (mximas, mnimas e mdias), umidade relativa do ar, chuvas, evaporao e

    ventos. Alm disso, o reconhecimento e seleo da rea de implantao da pisciculturadevero levar em considerao o tipo de projeto, o manejo a ser adotado e as facilidades decomercializao do produto.

    Todos esses aspectos influenciaro no sucesso do empreendimento e orientaro odimensionamento e a implantao da piscicultura.

    3.4 A Qualidade da gua

    Em termos gerais, a qualidade da gua inclui todas as caractersticas qumicas, fsicas ebiolgicas que influem no seu uso benfico. Tratando-se especificamente de piscicultura,qualquer caracterstica da gua, que de alguma forma afeta a sobrevivncia, reproduo,crescimento, produo ou manejo de peixes, uma varivel da qualidade da gua. Existemmuitas variveis envolvidas na qualidade da gua, mas somente algumas delas tm papelmuito importante e nas quais iremos nos concentrar, especialmente naquelas que podemoscontrolar atravs de um manejo adequado.

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    A avaliao quanti-qualitativa da gua necessria ao abastecimento dos tanques e viveiros ,sem dvida, o fator primordial na implantao de um projeto de piscicultura.

    extremamente importante, tanto o conhecimento da origem da gua, quanto quantidadedisponvel a suprir as necessidades da unidade de piscicultura.

    A seguir sero abordadas as relaes fundamentais entre as principais variveis fsicas equmicas da qualidade da gua e a aqicultura, comentando-se as relaes mais comuns:

    a - temperatura; b - transparncia; c - oxignio dissolvido na gua; d - dixido de carbono (co2)dissolvido na gua; e - acidez (pH); e f - amnia.

    Todos estes fatores so de suma importncia para a atividade pisccola e sero descritos aseguir, porm, so informaes tcnicas que devem ter acompanhamento de um profissionalhabilitado para melhor interpretao e as devidas recomendaes. Existem ainda outrosparmetros que podem ser analisados, caso o responsvel julgue necessrio.

    temperatura: as espcies tropicais tm entre 20 e 30 graus sua faixa

    ideal de conforto trmico para crescimento e reproduo, sendo que a maioria delas encontraum nvel timo entre 25 e 28 graus centgrados. Aqui em nossa regio a temperatura da guavaria de 24 a 30 graus centgrados.

    transparncia: o ideal que consigamos enxergar at 30 centmetro

    de profundidade, para que se possa avaliar a concentrao de plnctons. Os plnctons servemcomo alimento natural para os peixes. Para fazer essa avaliao pode-se usar o disco desecchi. Este disco feito com 20

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes uma placa de ferro pintada de branco epreto presa em uma fita mtrica e quando mergulhado deve desaparecer entre 15 e 30centmetros de profundidade.

    oxignio dissolvido: sem dvida alguma, o fator mais limitante no

    cultivo. Deve ser maior que 5 mg/litro; este resultado pode ser obtido atravs de anlise em

    laboratrio ou com equipamentos portteis.

    dixido de carbono, CO2 dissolvido na gua: este parmetro

    tambm dever ser avaliado em laboratrio ou com equipamentos portteis; teores acima de50 mg/litro so letais aos peixes.

    acidez (pH): atravs da avaliao deste parmetro possvel saber

    qual a acidez da gua, nveis abaixo de 5 ou superior a 9 so txicos maioria das espciescultivadas.

    amnia: o segundo parmetro em importncia depois do oxignio

    dissolvido. A amnia presente na gua pode ter origem na decomposio da matria orgnica,poluio, nos excrementos dos organismos aquticos e morte de algas.

    3.5 Arranjo Fsico

    O arranjo fsico dos viveiros implica no melhor posicionamento para o aproveitamento racionalda rea, facilitando o manejo.

    No arranjo fsico da rea devemos observar o aproveitamento da maior rea alagada possvelcom a menor movimentao de terra, no esquecendo que o manejo tambm deve serconsiderado, pois aps o peixamento, existiro atividades dirias que devero ser facilitadas,devendo-se prever tambm a entrada de caminhes de carga em poca de despesca.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes 4 TECNOLOGIA DE PRODUO

    A tecnologia de produo de peixes vem evoluindo desde que o homem pela primeira vezcapturou peixes e os manteve vivos para consumir em outros perodos, isto nada mais foi doque o incio da piscicultura.

    Foram os chineses que iniciaram as primeiras tcnicas para aumentar a produtividade emviveiros, com o uso do esterco, resduos orgnicos e sistema de drenagem para esvaziar ostanques.

    Basicamente, podemos dizer que existem atualmente quatro mtodos de cultivo de peixes, dosquais tem origem a nossa tecnologia. So eles:

    a) SISTEMA CHINS: fazem o policultivo com quatro ou mais espcies em duas faixas etrias(idades diferentes), utilizam alimentao orgnica e grande nmero de trabalhadores;

    b) SISTEMA EUROPEU: teve incio com os romanos e desenvolveu-se a partir do sculo XIV,baseado no cultivo da carpa comum e de linhagens selecionadas. O policultivo foi introduzidona Europa nas ltimos trinta anos. Os viveiros so de grande porte e a alimentao baseadaem milho;

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    c) SISTEMA JAPONS: surgiu inicialmente junto cultura do arroz e evoluiu para a pisciculturaintensiva. Predomina o cultivo de uma s espcie com alto grau de mecanizao, semutilizao de estercos e baseado principalmente, no uso de rao balanceada rica em protena.Viveiros pequenos com renovao de gua e aerao intensa;

    d) SISTEMA ISRAELENSE: fazem policultivo intensivo, adubao orgnica na fase inicial, usode fontes de carboidratos (milho e sorgo) na fase intermediaria e rao balanceada na fase

    final.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes O nosso sistema de criao ainda est emfase de definio, mas existe uma tendncia para as criaes em sistema intensivo com autilizao de viveiros berrio , para o desenvolvimento inicial e o povoamento, j com alevinosavanados (maiores), a alimentao do berrio baseada em plnctons e rao balanceadacom alto valor de protena bruta (35%), rao balanceada com (28%) de protena bruta paracrescimento, podendo baixar para (24%) na engorda.

    O tamanho dos viveiros varia de 4.000 a 5.000 m de espelho d gua e os sistemas deabastecimento e escoamento de gua, totalmente controlados.

    O policultivo ainda pouco utilizado, pois, a oferta de alevinos de outras espcies ainda temlimitaes de disponibilidade e preo, porm, uma tcnica que certamente far parte donosso sistema de criao.

    4.1 Processo de Produo No presente trabalho, faremos a exposio de um fluxograma doprocesso de produo para tambaqui numa rea de espelho d gua igual a 1 ha.

    O tambaqui um peixe que originalmente vive em rios e faz piracema para se reproduzir,entretanto no se reproduz em viveiros. Sua reproduo, para obteno de alevinos, feita emlaboratrio, atravs da induo da desova com hormnios.

    Enfocaremos, portanto, a tecnologia de engorda a partir da aquisio dos alevinos produzidosem estaes de piscicultura.

    Como a rea modelo de 1 ha, iniciaremos o raciocnio desde a construo do viveiro,desprezando o custo do desvio da gua, pois este poder

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    servir para muitos viveiros. So dois viveiros que medem 50x100m cada, o que igual a 1 ha,ou seja, 10.000 m2 de espelho d gua.

    Barragem

    berrio

    200 m

    Viveiros

    50 m Para a construo destes viveiros podemos calcular o valor desta obra da seguintemaneira: R$ 100,00 a hora de um trator de esteira (modelo D 65) mais 10% para compactao.

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    Esses viveiros iro consumir 85 horas para serem construdos. Somadas as horas paraconstruo dos viveiros (servio de escavao) de R$ 8.500,00 mais R$ 850,00 para acompactao, o investimento para abertura dos viveiros totalizar R$ 9.350,00. Em seguida,ser feito o canal de abastecimento, que ter uma distncia mdia de 50 metros com tubulaode 100 mm. Para tal atividade o piscicultor necessitar de mo de obra, 10 barras de canos,conexes e tela para filtro, totalizando R$ 200,00 a obra. Alm disso, deve-se construir ummonge para escoamento da gua no valor de R$ 1.000,00. Assim, chegamos a R$ 10.550,00,

    o custo de investimento em infra-estrutura.

    A nova fase ser a correo do solo do viveiro e a fertilizao da gua. Inicialmentecolocaremos 1 t de calcrio em cada viveiro ao preo de R$ 120,00 a tonelada e 1,5 t deesterco de gado em cada viveiro para fertilizao inicial, no valor de R$ 70,00 a tonelada,totalizando R$ 450,00, o custo para a correo dos dois viveiros.

    Nova adubao ser feita conforme a necessidade determinar, podendose reservar R$ 500,00para adubao durante o ano. A adubao qumica tambm poder ser usada.

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes Conforme o exposto, vimos que ocusto/ano para a correo e adubao dos viveiros de R$ 950,00.

    Aps ter abastecido o viveiro, corrigidas a acidez e a fertilidade, j teremos gastado R$11.500,00.

    Com o viveiro j cheio e abastecido, livre de predadores, colocaremos os alevinos de 180gprovenientes de um berrio.

    O custo do berrio no ser orado aqui, pois sua utilizao varivel em funo do projeto.

    Vale ressaltar que o custo de aquisio de 6.000 alevinos com peso de 3 gramas de R$300,00 e para atingirem o peso de 180 gramas tero como alimento: 85kg de rao nos 30 diasiniciais, 190kg dos 30 aos 60 dias e 500kg dos 60 aos 90 dias, alcanando o peso desejado aoconsumirem rao igual a 775Kg.

    Portanto, at os alevinos atingirem 180 gramas, os custos envolvidos sero os seguintes:

    Alevinos: Rao: Total:

    R$ 300,00 R$ 542,50 R$ 842,50

    Na fase de berrio necessrio adquirir uma rede de despesca para alevinos, com o custo deR$ 450,00.

    Na transferncia dos peixes, preciso se precaver de doenas oportunistas. Serindispensvel o uso de antibiticos na rao de forma preventiva, com custo de R$ 30,00.

    Durante a transferncia, selecionam-se os 5.000 maiores alevinos, colocando-os nos tanquesde crescimento e engorda.

    25

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes Durante todo o processo de produodever haver um trabalhador para cuidar dos viveiros, pagando-se um salrio mnimo por ms,mais 60% de encargos sociais, chegando a R$ 3.744,00 por ano, de custo damo-de-obrafixa.

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    Considerando que os alevinos entraram para crescimento e engorda com 180 gramas e irosair com 2.300 gramas, em um ano, o peixe teve uma evoluo na fase de crescimento de2.120 gramas cada.

    Essa diferena o aumento de peso em nove meses.

    Visto isso e sabendo-se que a converso alimentar do tambaqui em nossa regio de 1,6 Kg

    de rao para cada quilo de peixe vivo, teremos um consumo de 16.960 Kg de rao nestafase. Esse resultado obtido atravs da seguinte operao: 2,12 kg por peixe x 1,6 kg derao x 5000 peixes. Os 16.960 Kg de rao iro custar R$ 11.872,00, ou seja, R$ 0,70 o quilode rao.

    Para a despesca dos peixes ser necessria uma rede que custa R$ 800,00, alm dacontratao de mo-de-obra, ao custo de R$ 100,00.

    Adicionaremos s despesas, os valores de depreciao que igual a 10%, mais 6% de jurossobre o valor investido e 2,5% de manuteno dos viveiros.

    Estes valores so calculados sobre o valor do Investimento Fixo, ou seja, R$ 11.800,00.

    Pode-se observar que R$ 32.021,00 a despesa total para construo, implantao eproduo de dois viveiros com 0,5 ha de espelho d gua cada. Porm, faz-se necessrioseparar essas despesas de investimento e despesas de custeio, pois o investimento s ocorreuma vez e o custeio todos os anos.

    Tendo uma estimativa de produo de 11.500 Kg e preo de venda a R$ 2,80 por quilo, aReceita Bruta ser de R$ 32.200,00. J no caso de venda direta ao consumidor, pode-sealcanar at R$ 3,50 por quilo, o que eleva a receita bruta para R$ 40.250,00. 26

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    4.2 Conservao do Pescado

    A conservao de peixes apresenta problemas mais agudos que a conservao de carne deoutros animais, uma vez que a decomposio instala-se muito mais rapidamente em pescados.

    Os peixes durante sua captura sofrem morte lenta e considervel dano mecnico da pele,dentro das redes.

    Estes danos mecnicos, em um ambiente rico de microorganismos como a gua, antecipamsensivelmente o incio da deteriorao.

    Existem numerosos mtodos de conservao de pescados. Alguns se aplicam especialmente acertos tipos de pescados, outros tm aplicao limitada a determinadas regies e grupospopulacionais que os apreciam. Sero citados aqui os mtodos mais comuns de aplicaomais geral.

    1 Conservao por refrigerao: 1.1 Refrigerao com emprego de gelo; 1.2 Refrigerao peloemprego de lquido refrigerante; 1.3 Refrigerao por emprego de ar circulante; 1.4Conservao por congelamento; 1.5 Congelamento pelo emprego de ar circulante; 1.6Congelamento pelo emprego de lquidos frios; 1.8 Congelamento por contacto com superfciesfrias; e 1.9 Congelamento por imerso em lquido refrigerante em ebulio.

    2 Conservao por salga: 2.1 Salga seca; e 2.2 Salga mida.

    27

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes 3 Defumao; 4 Fermentao; 5Enlatamento; 6 Embutidos; e 7 Farinha de peixe.

    Todos os processos de conservao de pescado visam o armazenamento dos peixes paraconsumi-los em outras pocas. Conforme o mtodo que se usa, tambm se agrega valor, almde preserv-lo.

    Para se avaliar o mtodo mais adequado conservao, necessrio que seja feita umaanlise tcnica da situao em questo, definindo-se o processo mais apropriado.

    4.3 Locais para Criao

    A criao de tambaqui em viveiro diferente da criao em audes, portanto, descreveremos aseguir algumas caractersticas da criao em audes:

    a - profundidade desuniforme; b - presena de obstculos passagem da rede; e - extensesexcessivas; d - controle deficiente de predadores; e - falta de controle sobre o abastecimento; ef - dificuldades para corrigir a qualidade da gua.

    Apesar destas dificuldades, possvel criar tambaqui em audes, porm, deve-se construir um

    viveiro berrio para o peixamento do aude com alevinos avanados, pesando entre 150 e180 gramas, pois, com este peso, estaro l ivres do ataque de predadores. O povoamentodever ser feito estimando-se 0,25 kg/m de peso final e a alimentao poder incluir o uso dealimentao alternativa, como mandioca, feijo, abbora, milho e soja.

    28

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes A despesca dever ser feita atravs deretirada seletiva dos peixes maiores.

    A produo neste sistema varia de 2.500 a 5000 kg/ha, enquanto que no sistema de viveirospode atingir 15.000 kg/ha/ano.

    Quanto ao povoamento de audes, ainda podemos sugerir o seguinte: feito o berrio faz-se acompra de um tero do total de alevinos programado para o aude, coloca-os no berrio por90 dias com rao balanceada e transfere-os para o aude, fazendo assim, mais duas vezescom o restante. Esta forma de povoamento chama-se escalonado e para este sistema depovoamento se far a despesca seletiva aps nove meses, retirando s os maiores.

    4.4 Alimentao Para a criao em viveiros a alimentao fornecida ser na forma de raobalanceada que poder ser extrusada ou peletizada e dever ser fornecida conformecronograma pr-estabelecido.

    O clculo da quantidade de rao feito em funo da biomassa total do viveiro, biomassasignifica o peso total dos peixes do viveiro.

    Exemplo de cronograma de alimentao:

    10% a 3% da biomassa por dia at o primeiro ms; 3% a 2% da biomassa por dia durante osegundo ms; 2,5% a 2% da biomassa por dia durante o terceiro ms (estes trs

    meses se daro no berrio).

    2% a 1,5% da biomassa por dia durante o quarto ms; 1,5% a 1% da biomassa por dia duranteo quinto ms; 1% da biomassa por dia do sexto ms at o dcimo segundo.

    29

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes A rao dever ser fornecida na formaextrusada ou peletizada e dever ser fornecida 5 vezes ao dia, no primeiro ms, passando para3 vezes no segundo e terceiro ms e para 2 vezes a partir do quarto ms.

    As raes peletizadas podem ser fabricadas na propriedade com a utilizao de mquinas demoer carne.

    As composies variam um pouco de frmula para frmula em funo da variao dos teoresde protenas necessrias em cada fase de desenvolvimento. As frmulas mais proticas soutilizadas no incio e os ingredientes que mais fornecem protena bruta so a farinha de carne efarelo de soja. Portanto, as frmulas com maior concentrao desses nutrientes sero usadasinicialmente.

    Especifica-se a seguir uma frmula de rao caseira para peixe:

    Farelo de soja Milho modo Farinha de Carne 30 24 25 30 25 25 40 30 15 25 15 15 28,5 25 1624 Farelo de arroz Fosfato Bical 1 1 1 1 1 0,5 Premix Sal Em (%) leo de Soja 2 -

    Existem vrias combinaes de produtos para se formular raes. Estes so exemplos quepodem ser alterados conforme a disponibilidade de matria-prima e conforme a fase de

    desenvolvimento do peixe.

    As formulaes com altas quantidades de farinha de carne no devem ser estocadas por muitotempo e devem ser utilizadas inicialmente.

    4.4.1 Outra sugesto de alimentao para o peixe tambaqu

    Quantidade: 5.000 unidades rea do viveiro: 1 ha ou 10.000m2 de espelho d gua Fonte dealimentao: rao extrusada

    30

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    Perodo de criao2: 48 semanas

    Peso Qde. De rao em relao Qde. de rao a ser Qde. de rao a ser fornecida por semana(Kg) 0,5 5 15 30 45 55 65 85 100 130 170 195 220 260 310 360 410 460 530 600 670 710 760810 850 900 15 10 8 7 7 7 7 7 4 3 3 3 2,5 2,5 2,5 2,5 2,0 2,0 2,0 2,0 -0,375 2,5 6,0 10,5 15,7519,25 22,75 29,75 20,00 19,50 25,50 29,25 27,50 32,50 38,75 45,00 41,00 46,00 53,00 60,0060,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 2,625 17,50 42,00 73,50 110,25 134,75 159,25 208,75140,00 136,50 178,50 204,75 192,50 227,50 271,25 315,00 287,00 322,00 371,00 420,00420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1516 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Continua Continuao Tabela Anterior 950 -60,00420,00 27 Semana

    inicial (g) ao peso dos peixes em (%) fornecida por dia (Kg)

    2

    Nota: A partir da 20 semana os peixes tero atingido 600 gramas e a quantidade de raonecessria ser de

    60Kg por hectare ao dia. Tal quantidade de rao ao dia o limite da capacidade da gua emmetabolizar o material orgnico gerado a partir da rao fornecida, portanto, a partir dessasemana dever ser fornecido 60Kg de rao ao dia at o final do ciclo. Estas informaes

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    esto baseadas em dados obtidos na regio de Roraima, na Embrapa de Manaus e junto aoCentro de Pesquisas de Peixes Tropicais do Ibama em Pirasununga.

    31

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1800 18501900 1950 2000 2050 -60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,0060,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 420,00 420,00 420,00 420,00420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 4142 43 44 45 46 47 48

    Consumo total de rao durante todo o ciclo: 15.574,625Kg Produo total estimada: 10.250KgConverso alimentar: 1,519Kg de rao para cada quilo de peixe vivo.

    5 SANIDADE DOS PEIXES

    A piscicultura uma atividade em condies de oferecer a quantidade necessria de protena

    exigida pela sociedade. No entanto, quando se confina algum tipo de animal, e isso particularmente verdadeiro em relao aos peixes, ocorre aparecimento de doenas que emambientes naturais tem pouca ou nenhuma repercusso.

    32

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes O estresse a que os peixes ficamsubmetidos leva manifestao de agentes patognicos, em especial, os chamadosorganismos facultativos ou secundrios, que pertencem ao grupo dos parasitas,bactrias oufungos. Como existe uma dificuldade muito grande para tratar qualquer enfermidade em peixeaps esta se instalar, recomenda-se, na piscicultura, a adoo de medidas profilticas paraevitar a manifestao das vrias patologias. Nesse sentido, j est bastante sedimentada entreos piscicultores a forte relao existente entre tcnicas corretas de manejo e a ausncia deenfermidades.

    5.1 Bacterioses

    As bactrias podem provocar vrias doenas, que muitas vezes causam grandes prejuzoseconmicos na piscicultura. As taxas de mortalidade so muitas elevadas, especialmente emsituaes de estresse dos hospedeiros. Muitas dessas bactrias so de tratamento difcil epouco eficaz.

    A maior parte das bactrias composta de organismos que pertencem comunidadebacteriana normal da gua, sendo encontradas na superfcie dos peixes e nas brnquias.Porm, quando os peixes so submetidos ao estresse, o que ocorre freqentemente nosprojetos de piscicultura, as bactrias adquirem uma capacidade patognica importante,manifestada por sintomatologia variada.

    5.2 Parasitoses

    Os peixes em piscicultura so passveis de serem infectados por numerosas espcies deparasitas que podem ocorrer em sua superf cie ou nos rgos internos. Suas dimensesvariam de alguns milsimos de milmetro at vrios centmetros.

    Na maior parte dos casos, mais importante do que a ao teraputica ser a profiltica,devendo o piscicultor ter a conscincia de que atingir as cargas mximas de peixes em umdeterminado meio, nem sempre a forma de conseguir uma explorao mais rentvel. Um

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    especial cuidado dever ser tomado com a origem dos animais comprados de outros projetosde piscicultura. 33

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes 5.3 Micoses

    Os fungos tambm so importantes agentes patognicos para os peixes. So vrias doenasem que se manifestam, podendo causar infeces tegumentares ou branquiais, que so as

    mais freqentes e importantes, ou ento de carter sistmico.

    Aqueles de interesse piscicultura podem ser agentes patognicos primrios ou secundrios.

    A transmisso dos fungos ocorre atravs dos esporos presentes na gua. Essa transmisso muitas vezes facilitada pela m qualidade da gua, temperatura, prticas inadequadas demanejo, etc. O tratamento das micoses pode ser

    relativamente fcil para algumas espcies, enquanto para outras muito difcil, podendo atno existir.

    Desse modo, as medidas profilticas so da maior importncia, podendo ser resumidas aseguir: manter a boa qualidade da gua; evitar a introduo de exemplares infectados; manter

    baixas densidades populacionais; e eliminar os peixes mortos, o mais rapidamente possvel.

    Para concluir, pode-se afirmar que o estado sanitrio dos projetos de piscicultura dever ser oresultado da interao entre os peixes, os organismos patognicos e o ambiente. Um bommanejo do viveiro ser aquele que, favorecendo o adequado e rentvel desenvolvimento dospeixes, no permita ou pelo menos minimize a proliferao dos organismos patognicos, j queno existe dvida a respeito da forte relao existente entre as corretas tcnicas de manejo e aausncia de enfermidades.

    34

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes 6 AVALIAO FINANCEIRA

    Apresentaremos a seguir algumas tabelas com lanamentos financeiros, que iro balizar oempreendedor sobre os recursos necessrios implantao de um projeto de piscicultura. Sotambm inclusas nas tabelas, espaos para que o prprio empreendedor adeqe, casonecessrio, os valores realidade do seu empreendimento.

    6.1 Investimento Fixo

    Nesse item, so lanadas as despesas referentes sobretudo, aos investimentos em infra-estrutura da atividade pisccola.

    Item 1 2 3 4 5 Especificao Servio de escavao Servio de compactao Materiais paratubulao e servio de instalao Construo do monge Rede TOTAL Qde. -01 02 Valor8.500,00 850,00 200,00 1.000,00 1.250,00 11.800,00 R$1,00 Seus Nmeros

    6.2 Custo Fixo do Ciclo

    Neste item, foram alocados o pessoal envolvido na atividade, os custos necessrios paramanuteno, depreciao, conservao do empreendimento, dentre outros. Os Custos Fixossero os mesmos, independente das vendas em altas ou baixas temporadas.

    Item 1 2 3 4 Especificao Mo de obra + encargos sociais Depreciao (10% s/InvestimentoFixo) Manuteno (2,5% s/Investimento Fixo) Juros sobre o Capital Investido (6% s/Inv. Fixo)Qde. 01 -Valor 3.744,00 1.180,00 295,00 708,00 Continua R$1,00 Seus Nmeros

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    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    Continuao Tabela 6.2 Custo Fixo do Ciclo 5 Eventuais TOTAL

    -

    200,00 6.127,00

    6.3 Custo Varivel do Ciclo

    Os Custos Variveis so aqueles que variam proporcionalmente em relao produo.

    Item 1 2 3 4 5 6 7 Especificao Corretivos e fertilizantes Alevinos Rao para alevinosAntibitico Rao para fase de crescimento e engorda Mo de obra temporria EventuaisTOTAL Qde. -6.000 -Valor 950,00 300,00 542,00 30,00 R$1,00 Seus Nmeros

    - 11.872,00 01 -100,00 300,00 14.094,00

    6.4 Receita Operacional

    A Receita Operacional foi projetado da seguinte forma:

    6.4.1 Exemplo 1

    Em caso de venda para o atacadista.

    Produo Total/Kg 11.500 Preo de Venda 2,80 R$1,00 Receita Operacional 32.200,00

    6.4.2 Exemplo 2

    Em caso de venda direta ao consumidor final.

    Produo Total/Kg 11.500 Preo de Venda 3,50 R$1,00 Receita Operacional 40.250,00

    36

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes 6.5 Demonstrao do Resultado Anual

    A viabilidade econmica do projeto de piscicultura est representada a seguir:

    Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Especificao Receita Operacional (Exemplo 2) CustoVarivel Margem de Contribuio (1 2) Custo Fixo Lucro Operacional (3 4) Contribuio Social(10% s/item 5) Subtotal (5 6) Imposto de Renda (2,5% s/item 7) Lucro Lquido (7 8) Ponto de

    Equilbrio Financeiro (4 : 3 X 1) Ponto de Equilbrio (4 : 3 X 100) Lucratividade (9 : 1 X 100)Taxa de Retorno Prazo de Retorno do Investimento Valor 40.250,00 14.094,00 26.156,006.127,00 20.029,00 2.003,00 18.026,00 4.507,00 13.519,00 9.426,00 23,42% 33,59% 38,38%2,61 anos R$ 1,00 Seus nmeros

    6.6 Ponto de Equilbrio

    O Ponto de Equilbrio corresponde ao nvel de faturamento que a empresa dever obter paracobrir seus custos.

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    Acima do ponto de equilbrio, a empresa ter LUCRO e abaixo dele, incorrer em PREJUZO.

    A frmula para o clculo do Ponto de Equilbrio a seguinte:

    Despesas Fixas Margem de Contribuio Receita Operacional

    Ponto de Equilbrio:

    37

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    Exemplo

    Use aqui seus nmeros para verificao

    PE =

    6.127,00 26.156,00 40.250,00

    PE = R$ 9.426,00

    6.7 Investimento Inicial

    O Investimento Inicial composto pelo Investimento Fixo e do investimento necessrio para aformao do Capital de Giro.

    O Capital de Giro corresponde aos gastos regulares, que o produtor ter que arcar para cobrirtodo o ciclo de produo comercializao do pescado, mais uma reserva financeira para osgastos imprevistos.

    R$1,00 Item 1 2 2.1 2.2 3 4 5 Especificao Investimento Fixo Capital de Giro Custo Fixo CustoVarivel Subtotal (1 + 2) Reserva Tcnica (10% sobre o item 3) TOTAL (3 + 4) Valor 11.800,0020.221,00 6.127,00 14.094,00 32.021,00 3.202,00 35.223,00 Seus nmeros

    Ento, para se implantar um projeto de piscicultura, o investimento inicial atingiria R$35.223,00, sendo R$ 11.800,00 para Investimento Fixo, e os restantes R$ 23.423,00 paraCapital de Giro e Imprevistos.

    6.8 Taxa de Retorno do Investimento A Taxa de Retorno calculada dividindo-se o valor doLucro Lquido pelo Investimento Total.

    38

    Criao comercial de peixes em viveiros ou audes

    Lucro Lquido Taxa de Retorno = Capital Investido

    Exemplo Use aqui seus nmeros para verificao

    TR =

    13.519,00 35.223,00

    TR = 38,38%

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    6.9 Prazo de Retorno do Investimento

    O Prazo de Retorno do Investimento calculado, para que se possa saber em quanto temposer recuperado o Capital Inicial Investido.

    Para isto, dividi-se o Capital Inicial Investido, pelo Lucro Lquido.

    Exemplo Use aqui seus nmeros para verificao

    Pr Ret =

    35.223,00 13.519,00

    Pr Ret = 2,61 anos

    7 LEGISLAO

    A legalizao da atividade de piscicultura fator to importante quanto qualquer outro fatorprodutivo, pois viabilizar a finalizao do processo, que a comercializao.

    Na legalizao junto ao Departamento de Meio Ambiente Estadual