Crescer on-line - janeiro de 2013

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nº 48 – Janeiro de 2013 BATISMO DE JESUS Existe uma estreita rela- ção entre o Batismo de Cristo e o nosso Batismo. No Jordão os céus abri- ram-se (cf. Lc 3, 21) para indicar que o Salvador nos descerrou o caminho da salvação e nós podemos percorrê-lo precisamente graças ao novo nascimen- to "da água e do Espíri- to" (Jo 3, 5) que se realiza no Batismo. Nele nós somos inseridos no Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, morremos e ressus- citamos com Ele e revesti- mo-nos dele (cf. 1 Cor 12, 13; Rm 6, 3-5; Gl 3, 27). Eis, queridos irmãos, o mistério do nosso Batis- mo: Deus quis salvar-nos indo ele mesmo até ao fundo do abismo da morte, porque cada homem, mes- mo quem caiu tão em bai- xo que já não vê o céu, possa encontrar a mão de Deus, à qual se agarrar e subir das trevas para ver de novo a luz para a qual ele é feito. Todos senti- mos, todos percebemos interiormente que a nossa existência é um desejo de vida que invoca uma pleni- tude, uma salvação. Esta plenitude de vida é-nos dada no Batismo.

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Órgão informativo e formativo do Movimento Oásis

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nº 48 – Janeiro de 2013

BATISMO DE JESUS Existe uma estreita rela-ção entre o Batismo de Cristo e o nosso Batismo. No Jordão os céus abri-ram-se (cf. Lc 3, 21) para indicar que o Salvador nos descerrou o caminho da salvação e nós podemos percorrê-lo precisamente graças ao novo nascimen-to "da água e do Espíri-to" (Jo 3, 5) que se realiza no Batismo. Nele nós somos inseridos no Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, morremos e ressus-citamos com Ele e revesti-mo-nos dele (cf. 1 Cor 12, 13; Rm 6, 3-5; Gl 3, 27). Eis, queridos irmãos, o mistério do nosso Batis-mo: Deus quis salvar-nos indo ele mesmo até ao fundo do abismo da morte, porque cada homem, mes-mo quem caiu tão em bai-xo que já não vê o céu, possa encontrar a mão de Deus, à qual se agarrar e subir das trevas para ver de novo a luz para a qual ele é feito. Todos senti-mos, todos percebemos interiormente que a nossa existência é um desejo de vida que invoca uma pleni-tude, uma salvação. Esta plenitude de vida é-nos dada no Batismo.

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A Experiência de Deus no Silêncio e na Oração

No centro de espiritualidade Oásis viveu-se um encontro entre o dia 30 de Novembro e 1 de Dezembro cuja temática foi “A Experiência de Deus no Silêncio e na Oração”. Os animadores Ana Maria, Paula, Padre Eleutério, Padre Sérgio, Isabel e Rosa, a quem agradecemos a presença e dedicação, apresentaram aos seus participantes textos para reflexão, proporcionaram espa-ços para o silêncio, oração e partilha. Criou-se assim um tempo de paragem e abstração do quotidiano para nos dedicarmos a Deus. Um Pai que nos tem um amor incondicional, de tal forma que, para nos ajudar a compreendê-Lo enviou-nos o seu Filho – Jesus Cristo. Alguém que nos veio mostrar e dizer qual o caminho para alcançar o verdadei-ro encontro com Deus e vivê-lo na sua plenitude. A herança que Cristo nos deixou é grande e rica: reco-lhimento interior, falar com o Pai com grande simplicidade e genuinidade, ser na vida verdadeira teste-munha de Deus, a experiência do perdão, e por fim a vivência Eucarística. Compete-nos agora conscientes de que somos filhos de Deus e amados por Ele crescer na dimensão da Fé, ter um coração aberto e atento à Sua voz e ter a ousadia de dizer SIM aos desafios que Ele nos pro-põe. Assim na nossa pequenez devemos apresentar-nos diante D’Ele despidos, transparentes na nossa essência e procurar no silêncio encontrarmo-nos com Ele. Se conseguirmos atingir este patamar sentire-mos uma forte alegria que não vai deixar quem nos rodeia indiferente, e desta forma, de certeza que ire-mos conseguir contagiar os outros despertando o interesse pela descoberta das maravilhas do Senhor. Neste ano da Fé devemos sentir-nos provocados a viver em total e plena confiança em Deus, para assim nos deixarmos levar por Ele e vivendo permanentemente em comunhão com Ele cada um de nós e Deus será um só ser. Luísa Aguiar

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Partilha Como posso descrever os dias 18, 19 e 20 de Dezembro de 2012?! Cada vez tenho mais a cer-teza que há momentos indescritíveis, inexplicá-veis... Momentos que só vividos percebemos a dimensão e importância que eles têm, e estes dias foram exatamente assim! Para além dos grandes sorrisos e gargalhadas, das lágrimas, das surpresas e de novas amizades e amizades mais fortalecidas, acho que houve uma grande dimen-são, um grande amigo que começamos a perce-ber e a conhecer melhor. Começamos a ter a per-ceção que Ele caminha ao nosso lado, que estará ao nosso lado sempre que precisamos e que ao lado dele nos sentimos bem. E que se pusermos em prática as coisas que ele nos transmite sere-mos de certeza melhores pessoas! Digo-vos que cresci interiormente e aprendi muita coisa com todos! Agradeço a quem nos fez perce-ber que temos de nos entregar de coração, e ter mais disponibilidade, de deixar os medos, insegu-ranças e o egoísmo, de deixar a água d’Ele jorrar no "nosso copo" sem haver pedras a ocupar espa-ço, e seguir caminho com Ele, ser estrela! Se fizermos tudo isso quase de certeza que será mais fácil de atingir a felicidade!

Sejam todos estrelas, e que o brilho de nós

todos juntos ilumine o mundo! "O Senhor é meu pastor, Sei que nada temerei

Ele guia o meu andar Sem medo avançarei

Testemunho Esta foi a primeira vez que fiz um retiro de três dias no Oásis. Esta foi a primeira vez que fiz muitas coisas no Oásis. Esta foi a vez em que percebi o abraço que vem da palavra "Oásis". Inicialmente tivemos a oportunidade de refletir acerca da sociedade moderna e da sua postu-ra face à fé, onde começa a predominar uma tendência a negar e ridicularizá-la, fazendo com que o homem, à partida, tenha medo e vergonha da fé como afirma Thomas Merton. Também Gilbert Chersterton dizia que o mise-rável receio de ser sentimental é o mais vil de todos os receios modernos. Muito se disse do nosso papel enquanto trabalhadores, estudan-tes, familiares, paroquianos e, acima de tudo e em tudo isto, cristãos. Quão difícil é sermos bons e sem batotas! Um professor um dia dis-se-me que "num mundo de batoteiros, ganha o melhor batoteiro." Assim conseguiríamos muitas coisas mais facilmente, mas se olhar-mos bem, uma palavra nunca mente! Se formos todos bons, o mundo é um pouco diferente. É outro mundo! Tudo isto é confuso. Na verdade, todos nós somos uma pergunta que caminha pela vida. Mas ninguém gere a sua vida: surfa nela. No entanto, e como não

(Continua na página 4)

se trata de ganharmos um jogo, ser cristão não é impossível: "Se permanecerdes no amor de Cristo, radicados na fé, encontrareis, mesmo no meio de contrariedades e sofrimen-tos, a fonte de júbilo e alegria" e "não vos con-formeis com nada menos do que a Verdade e o Amor, não vos conformeis com nada menos do que Cristo"- Papa Bento XVI. Contamos ainda com o testemunho do Pe. Eleutério Pais que nos mostrou como rezar! Rezar é um momento de intimidade com Ele e para isso é preciso conhece-Lo. Como é que nós escrevemos a alguém que não conhece-mos? Através de um requerimento! Pois bem, para Deus, que nos permite que Lhe chame-mos "Abba", "Paizinho", não precisamos de nenhum requerimento. Apesar da sua exigên-cia, somos todos muito mimados porque, mes-mo irmãos, somos todos filhos únicos. Mesmo nos concertos ou nos apertos antes da entra-da nos estádios, Deus está lá a seguir cada pessoa e, para a atenção de Deus, cada um desses indivíduos é um mundo inteiro e com-pleto. Deus só pensa em nós. Mais tarde refletimos no significado da Euca-ristia como oração por excelência partindo de um texto de Pierre Teilhard de Chardin. Muitas pessoas vão à missa porque não encontram Deus em mais lado nenhum. Na verdade, é pela Eucaristia que vive a Igreja. Nesse fim de semana falámos essencialmente do silêncio e da sua importância nas relações. Na nossa relação com Ele. É fácil que todos nós nos descuidemos nos pequenos gestos com que se tecem as relações. Muitas vezes esquecemo-nos de cultivar a sensibilidade. O que era o silêncio. Porque era bom fazermos silêncio. Quando, onde e como fazer silêncio. O meu escritor preferido diz que "há momen-tos em que as pessoas precisam desse abso-luto que, em verdade (verdade?), não conce-bem. Silêncio é outra forma de dizer tudo, nada, sempre, nunca, toda a gente, ninguém. Em si próprio, o silêncio é um conceito. Como tantas outras coisas, é possível descrevê-lo, sistematizá-lo, mas não nos é permitido ter à frente, segurá-lo na palma da mão. Existe, mas não existe. Silêncio é outra forma de dizer Deus. Talvez." Bárbara Mota

(Continuação da página 3)

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ENCONTRO DE ANIMADORES

No dia 5 de Janeiro realizou-se mais um Encontro de Animado-res subordinado ao tema "Atualidade e Novidade do Concílio Vaticano II", apresen-tado pelo Doutor Arnaldo Pinho. A abordagem do tema foi muito interessante

não se limitando a uma descrição dos factos e documentos do Concílio. Começou por ser um apelo a enten-dermos a época em que o Concílio ocorreu e quais as questões que preocupavam a Igreja na altura. Como consequência desse contexto, foram-nos apresentados quais os pontos mais importantes do Concílio, na opinião do interveniente. São esses pontos: a abordagem de temas como a liberdade religiosa, o diálogo inter-religioso e a centralidade antro-pológica. Sobre os dois primeiros pontos foi referida a importância da liberdade e da tolerância nesta época. Assim, a Fé começou a ser vista como uma opção livre e responsável. Passou a promover-se o respeito por outras tradições religiosas e a vivên-cia do próprio Catolicismo de acordo com as culturas de cada local. Como se deixa progressivamente de consi-derar que a Fé é algo que abrange todo o Mundo (já que era imposta e não opção), a Igreja tem oportunidade de mudar de perspetiva: deixa de se organizar baseada no Mundo (de fora para dentro) e passa a poder organi-zar-se a partir de si mesma para che-gar ao Mundo, de dentro para fora. Sobre o terceiro ponto - centralidade antropológica -, foi referido que o Concílio é marcado pela noção de que a Igreja tem que conhecer real-mente o Homem, em todas as suas dimensões, para o poder ajudar a crescer, a caminhar. A Igreja é vista não como uma estrutura rígida ou

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definitiva, mas sim como um Povo a caminho! Cristo é o modelo "acabado" do Homem e nós, inacabados, devemos crescer em busca do que nos falta. Seguiram-se momentos de reflexão em grupo, bastante interessantes e posteriormente parti-lhados. Foi, no final da manhã, pedido ao Doutor Arnaldo que apresentasse uma defini-ção de Fé. Foi-nos referida uma definição de Santo Agostinho que aponta a Fé como um caminho... algo que encontrando tornamos nosso. E, ainda que feito nosso, continuamos a procurar. E procurando e entendendo, conti-nuamos a fazer nosso... e a procurar nova-mente. Filipa (Espinho)

Convívio de Natal – Horta/Açores

O Mistério encarnou no meio de nós gra-ças a um SIM inteligente de mulher. Mulher, Maria… Senhora de um SIM total ao projeto de Deus, graças se Lhe dêm por toda a eternidade, por Ela, celebra-mos em cada dezembro a chegada do Messias, Deus Menino possuidor de um coração doce e inocente, em tudo igual ao de uma dócil criança. Em família oasista também nos encontra-mos para festejar, renovar e tornar pre-sente este acontecimento, para podermos rever os rostos daqueles que se encon-tram fora da ilha, fizemo-lo no dia 27 de dezembro. Estiveram presentes, aqueles que abriram o seu coração a este convite e, pode dizer-se que o momento principal e mais solene do encontro, foi a visita ao presépio da igreja paroquial dos Cedros,

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em ambiente natalício e a meia-luz con-templou-se a beleza deste e cada porme-nor da sua construção, o momento de ora-ção foi celebrado em frente a Jesus no presépio envolvido de uma simplicidade inocente, cada um entregou-se à medida das suas necessidades e desejos por fazê-l’O uma presença contante e única na sua vida. Brincadeiras, comida e boa disposição vieram logo a seguir. Recebemos com alegria o testemunho que o Emanuel trou-xe da experiência que teve junto de vós em Ermesinde, senti um reforço neste elo de união entre ilha/continente. A todos os oasistas deixo aqui os meus votos de muita esperança e paz de espíri-to, passamos por tempos difíceis que pro-metem se tornar ainda mais difíceis, mas nunca nos esqueçamos deste SIM de Maria, olhemos para Ela e tenhamo-l’A sempre como modelo exemplar de vida. Abraço. Paula Dias

dida, as iguarias de Natal, onde não faltou sequer uma aletria alusiva ao Ano da Fé... Ainda que o Pai Natal se tenha "reformado" este ano, a troca de prendas foi-o sob a autoridade do Padre Araújo, habituado que está a apregoar os nomes dos casais e a aguardar, expectante, a abertura dos embrulhos, ao som de palmas e

invectivas: "abre, abre". E há tanta habilidade (ou mesmo só capacidade de apoio logístico ou moral) e originalidade nos nossos casais, como o demonstram algumas prendas manufacturadas... Que excelente fim para o tempo do Natal.

IP

Movimento Oásis Centro de Espiritualidade Rua Mirante de Sonhos, 105 4445-511 Ermesinde - tel. 229712935 http://www.movimentooasis.com Contactos : [email protected] / [email protected]

Parabéns Esmeralda!

No passado mês de Dezembro, a nossa ami-ga Esmeralda (do grupo de casais Oásis “Semente”) concluiu com distinção o seu doutora-mento, tendo a sua tese como título "Promoção de Hábitos de Vida Livres de Tabaco em Crianças”. Parabéns Esmeralda por nos testemunhares o teu empenho na vivência do desenvolvimento das capacidades! (um dos pontos da Espiritualidade do Movimento Oásis).

CELEBRAÇÃO DE NATAL DO GRUPO DE CASAIS “SEMENTE”

Mesmo, mesmo a terminar o tempo do Natal, com a celebração do Batismo do Senhor, o grupo de casais Semente não perdeu a ocasião de fazer a sua celebração natalícia. Na casa do casal Luz e António José Reis houve ocasião de celebrar a Eucaristia, "abrilhantada" e de que maneira pelo entusiasmo e saber da geração mais nova, que escolheu, preparou e interpretou os cânticos, aju-dando assim a criar o ambiente e espírito de festa e comunhão que sempre caracteriza a Eucaristia. De seguida, o lanche, com o indispensável frango de churrasco (sempre ele) e, em jeito já de despe-