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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Rubem Valentim: geometria sagrada / Instituto Arte na Escola ; autoria de

Solange Utuari ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. –

São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 37)

Foco: SE-5/2006 Saberes Estéticos e Culturais

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-46-6

1. Artes - Estudo e ensino 2. Arte afro-brasileira 3. Artes - Forma 4.

Valentim, Rubem I. Utuari, Solange II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque,

Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

RUBEM VALENTIM: geometria sagrada

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Solange Utuari

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

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DVDRUBEM VALENTIM: geometria sagrada

Ficha técnica

Gênero: Documentário com narração e comentários sobre asobras do artista.

Palavras-chave: Arte afro-brasileira; sincretismo cultural e re-ligioso; heranças culturais; temática religiosa; forma; geometria.

Foco: Saberes Estéticos e Culturais.

Tema: Vida e obra de Rubem Valentim, um artista afro-brasileiro.

Artistas abordados: Rubem Valentim, Alfredo Volpi, Tarsila doAmaral, Kandinsky, Malevitch, Cézanne e Paul Klee.

Indicação: A partir da 5ª série do Ensino Fundamental e Ensi-no Médio.

Direção: Cacá Vicalvi.

Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão, São Paulo.

Ano de produção: 2001.

Duração: 23’.

Coleção/Série: O mundo da arte.

SinopseA produção de Valentim na sua trajetória artística e a influênciado candomblé, associado ao sincretismo religioso brasileiro sãoassuntos que constituem este documentário, produzido a partirda exposição Rubem Valentim: artista da luz na Pinacoteca doEstado de São Paulo, em 2001. O documentário apresenta aanálise do crítico de arte, Olívio Tavares de Araújo, sobre a obradesse importante artista brasileiro que criou imagens únicas,reveladoras das heranças culturais, fruto de um país marcadopela pluralidade que se desvela na arte afro-brasileira. Odocumentário se divide em três blocos que mostram um artistaimerso em uma arte simbólica e repleta de espiritualidade.

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Trama inventivaHá saberes em arte que são como estrelas para aclarar o cami-nho de um território que se quer conhecer. Na cartografia, parapensar-sentir sobre uma obra ou artista, as ferramentas sãocomo lentes: lente microscópica, para chegar pertinho davisualidade, dos signos e códigos da linguagem da arte, ou len-te telescópica para o olhar ampliado sobre a experiência esté-tica e estésica das práticas culturais, ou, ainda, lente com zoomque vai se abrindo na história da arte, passando pela estéticae filosofia em associações com outros campos de saberes. Porassim dizer, neste documentário, tudo parece se deixar ver pelaluz intermitente de um vaga-lume a brilhar no território dosSaberes Estéticos e Culturais.

O passeio da câmera

A criação de Rubem Valentim dá corpo visível ao imaterial, ma-nifesta o espírito religioso na forma da arte, construindo a pai-xão pelo sagrado com formas e cores. O documentário apresen-ta a obra desse artista, com depoimentos e narrações, amplian-do a visão do leitor sobre a sua produção. Mostra seu trabalhocom as cores, sem transparências e sobreposições, recursos dapintura não apropriados pelo artista. Valentim utiliza a cor chapadae pura ou vai à procura da luz, o branco sobre o branco, a cor aolado da cor, sem matizes cromáticos. Com estilo construtivista,combina formas de modo sensível e criativo em uma concepçãoque procura a beleza dos emblemas religiosos.

A obra de Valentim é marcada pela brasilidade intrínseca comcaracterísticas afro-brasileiras. O crítico de arte Olívio Tavaresde Araújo traça um paralelo entre os símbolos religiosos dacultura ioruba e o traço representativo do imaginário que regeo pensamento racional da composição construtivista com a in-tuição criadora desse artista. Estabelece, também, relaçõesentre sua obra e as pinturas de Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi.

A partir deste documentário, podemos considerar muitas

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RUBEM VALENTIM – GEOMETRIA SAGRADA

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proposições pedagógicas possíveis: as heranças culturais e osbens patrimoniais no território de Patrimônio Cultural; o reper-tório e a poética pessoal de Valentim são visíveis em Processo

de Criação; as relações entre a religião, arte e composições ge-ométricas podem ser estudadas com o olhar em Conexões

Transdisciplinares; a articulação dos elementos de visualidadeem relação à luz, à forma, à cor, aos espaços cheios e vazios,com representações de temáticas religiosas afro-brasileiras,pode ser estudada em Forma-Conteúdo; além do território dasLinguagens Artísticas, focalizando a escultura, desenho e pin-tura, como também a música e a dança.

O documentário foi alocado em Saberes Estéticos e Cultu-

rais impulsionando a investigação da arte afro-brasileira, sis-temas simbólicos, sincretismo religioso e pluralidade cultural.As escolhas do artista, o mundo ao seu redor, suas crenças evalores, percepção, imaginação e memória são imagens que ali-mentam o olhar para perceber a brasilidade. Em seu projeto,você está convidado a inventar e recriar outras possibilidadesde investigação da arte.

Sobre Rubem Valentim(Salvador/BA, 1922 - São Paulo/SP, 1991).

Eu uso geometria como elemento sensível.

Rubem Valentim

Simbiose entre a Bahia e a África. Ao olhar as imagens criadaspor Rubem Valentim, é possível ouvir o som dos tambores quese manifestam nos terreiros de todo o Brasil, ritmo africano comtemperos nacionais. Em suas obras há a emoção da fé reli-

giosa, mística, que faz um convite reflexivo sobre nossas

crenças e símbolos que a representam. A formação cultu-

ral de Valentim dá o rumo da sua criação, trazendo para

sua obra o sentido místico da religião. Valentim se apro-

pria da iconografia religiosa africana para construir um

vocabulário visual próprio: poesia desvendada na geome-

tria do sagrado.

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A composição agrupa signos religiosos com elementos dese-nhados em organização simétrica. Cor ao lado de cor, puras,vivas. O branco, freqüentemente, aparece como fundo querealça a intensidade cromática. Artista imerso numa obra queestabelece diálogos entre arte e povo. “A criação para mim semanifesta em parcelas infinitesimais, e eu, como criador, estoucriando e sendo criado”1.

Nasce mulato e pobre em Salvador no auge do modernismobrasileiro. Logo cedo, mostra sua sensibilidade artística e mís-tica pintando objetos de presépio católico. Em contrapartida,seu pai o leva aos templos de candomblé. O sincretismo religi-oso baiano contribui para traçar seu caminho, como artistaautodidata. Viaja por vários paises, mas é em Roma, na Itália,que fixa residência por mais de 3 anos.

Faz do seu grafismo um dialeto pessoal, porém olha para astendências internacionais da arte como o suprematismo deMalevitch, o abstracionismo geométrico de Kandinsky, ao mes-mo tempo em que fortalece a sua arte com raízes nacionais.

Apesar do forte apelo popular presente em sua obra, Valentimnão é um artista ingênuo. Com consciência técnica, pesquisaos efeitos cromáticos, a composição geométrica, estuda mate-riais e, dessa forma, articula os elementos mágicos da culturaafro-brasileira em suas criações.

Forma-se em odontologia, em 1946, e em jornalismo, em 1953, masé com a arte que constrói sua vida. Em 1954, realiza sua primeiraexposição individual, participando de várias bienais e exposições portodo o país. No início, produz obras bidimensionais, com ele-

mentos abstratos e geométricos, porém suas imagens pedem

mais espaço. A pesquisa do artista passa a explorar o

tridimensional e a simbologia mística afro-brasileira, marca de

sua produção artística. Com a estética da geometria sagrada

é que se firma no cenário da arte brasileira e internacional.

Valentim explora as linguagens da pintura, desenho e escultura,em composições que lembram totens e altares religiosos, comformas que se repetem criativamente por toda sua trajetória.

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RUBEM VALENTIM – GEOMETRIA SAGRADA

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Na década de 60 do século 20, quando mora em Brasília, dedi-ca-se a pesquisar a ocupação do espaço com elementos vaza-dos nas formas tridimensionais. As cores também apresentammudanças ao longo desse processo de criação, tornam-se pu-ras preenchendo enormes espaços da superfície da tela. Emalguns momentos, a cor é substituída pelo branco. Nessa faseo artista diz que está buscando a luz; “Eu procuro a claridade,a luz da luz”. No documentário, Olívio Tavares de Araújo falaque o artista retira a cor das suas composições como se dese-jasse retirar o ruído, concebendo o silêncio do branco.

Valentim não persegue tendências estéticas internacionais. Aocontrário, defende que sua arte bebe na fonte da “fala não verbaldo nosso povo2 ”, procurando uma poética na brasilidade,construída na iconografia afro-ameríndia-nordestina. Ele seapropria e é apropriado pelo sincretismo sócio-religioso. Aos69 anos, parte talvez para o mundo mágico dos orixás, nos deixaimagens materializadas daquilo que é imaterial; o sentimentodo sagrado.

...procuro transformar em linguagem visual o mundo encantado, má-

gico, provavelmente místico que flui continuamente dentro de mim.

O substrato vem da terra, sendo eu tão ligado ao complexo cultural

da Bahia: cidade produto de uma grande síntese coletiva que se tra-

duz na fusão de elementos étnicos e culturais de origem européia,

africana e ameríndia. 3 .

Os olhos da arte... há algo de muito específico na geometria de Valentim, que nasce

das fontes em que bebe e o distingue de todos os demais artistas

geométricos: a religiosidade.

Olívio Tavares de Araújo4

No Brasil, a partir da segunda metade do século 20, o movi-mento concretista e neoconcreto procuram explorar avisualidade das formas na poesia e nas artes plásticas dentrodo contexto da abstração geométrica. Rubem Valentim convi-ve com artistas desses movimentos, porém afirma não perten-cer a nenhum deles. Sua arte se aproxima das concepções

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estéticas e ideo-lógicas do cons-trutivismo, masassume temá-ticas místicas,com consciênciados valores cul-turais do povobrasileiro.

Valentim se a

propria consci-

entemente dos

signos do candomblé, carregados de sentido religioso e

dominados por emblemas dos orixás, trazidos na bagagem

cultural dos escravos. Mesmo em meio a todo sofrimento a queforam submetidos, esses povos africanos procuram dar conti-nuidade às suas crenças numa terra distante, que se revela fértilpara a perpetuação da fé. Mais do que isso: há um sincretismoreligioso no encontro das culturas européias, africanas eameríndias. Os deuses africanos habitam a natureza; florestas erios e, no imaginário, esses seres mitológicos encontram-se econvivem com os santos do catolicismo.

Nesse universo misto de culturas e crenças, a arte afro-brasi-leira começa a ganhar maior atenção por parte dos críticos epesquisadores, ao deixar de ser entendida, apenas, como arteutilitária, feita exclusivamente para a realização de cultos, pas-sando a ser vista como arte popular ou primitiva. A turbulênciadas idéias deflagradas por artistas modernistas como Mário deAndrade, que coleta material africanista no norte e no nordes-te do Brasil, continua fortalecendo seu reconhecimento.

Na concepção do antropólogo Kabengele5 , a arte caracteri-

zada como afro-brasileira deve ser vista como um sistema

aberto e híbrido que acompanha o próprio movimento da

cultura brasileira, uma arte que prima pela intensidade e for-

ça, pela beleza e riqueza da pluralidade cultural e dos emble-

mas sagrados. Os emblemas da tradição nagô-iorubá trazem para

Rubem Valentim - Emblema-logotipo-poético, 1975

Acrílica sobre tela, 35 x 50 cm

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o meio chamado de “erudito” aestética do universo popular.

Muitos artistas se valem douniverso das imagens da cultu-ra africana, de modos diversos.Alguns deles, embora utilizema temática da negritude, nãobebem na essência dessa cul-tura, na iconografia e nos sis-temas simbólicos. Ainda assimcontribuem para a cultura na-cional com obras repletas debrasilidade por representaremos valores estéticos de umpovo, mesmo não sendo consi-derados artistas afro-brasilei-ros. Já Mestre Didi, EmanuelAraújo, Ronaldo Rego, além dadescendência étnica, exploramnão apenas a temática, masarticulam cores, formas e habi-lidade técnica capaz de extraira síntese do sincretismo sócio-religioso, trazendo a essênciados símbolos da cultura afro-brasileira. Valentim compartilhacom esse grupo o encontro estético da África e Brasil, a culturamista, religiosa regada aos sabores visuais da terra que refletema espiritualidade.

A obra que cria traz a pulsação dos signos de cada divindade.Recria esses signos, como na representação do machado deXangô, de estrelas, luas e altares. É possível também percebersinais universais como a seta, presente em quase todas as cul-turas, como signo de direcionamento, sentido e força.

Rubem Valentim ama a arte como missão, em suas obras ela é tam-bém uma poesia que desafia o tempo, o espaço e liberta o homem6 .

Rubem Valentim - Escultura 78, 1978

4 peças de madeira pintada, 100 x 70 x 70 cm

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O passeio dos olhos do professorConvidamos você a ser um leitor do documentário, antes doplanejamento de sua utilização. Neste momento, é importantevocê registrar suas impressões durante a exibição. Nossa su-gestão é que suas anotações iniciem um diário de bordo, uminstrumento para o seu pensar pedagógico, durante todo oprocesso de trabalho junto aos alunos.

A seguir, uma pauta do olhar que poderá ajudá-lo.

O que o documentário desperta em você?

Como as influências culturais da vida de Rubem Valentimencaminharam o desenvolvimento da sua obra? Nesse de-senvolvimento, que obras lhe chamam a atenção? Por quê?É possível perceber um percurso na criação do artista? Co-erente ou repleto de rupturas?

Sobre o documentário: o que o caráter do depoimento docrítico de arte provoca em você? Você percebeu os cortesque fazem parte do documentário? Esses cortes trazem qualtemática? De que forma você poderia aproveitá-los na salade aula?

O documentário lhe faz perguntas? Quais?

O que você imagina que os alunos gostariam de ver nodocumentário? O que causaria atração ou estranhamento?Este documentário poderia desencadear um debate sobreidentidade cultural entre os seus alunos? Como?

Para você, qual o foco de trabalho em sala de aula pode serproposto?

Agora, reveja suas anotações. Elas revelam o modo singular desua percepção e análise. A partir delas e da escolha do foco detrabalho, quais questões você faria numa pauta do olhar para opasseio dos olhos dos seus alunos pelo documentário?

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Percursos com desafios estéticosNo mapa, você pode visualizar as diferentes trilhas para o focoSaberes Estéticos e Culturais. Consideramos esse umenfoque de relevância no documentário, mas é importante quevocê trace o seu caminho para explorar as potencialidades dessematerial, considerando a sensibilidade, o interesse e a motiva-ção que ele pode gerar. Apresentamos alguns possíveis percur-sos de trabalho que podem ser impulsionadores de projetos parao aprender ensinar arte.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Valentim buscou inspiração nos signos da cultura afro-bra-sileira. Um debate sobre a chegada dos negros e a misturade crenças e cultos religiosos é pertinente para a compre-ensão dos assuntos abordados no documentário. A realida-de local, as experiências religiosas de cada aluno, os sím-bolos presentes em suas religiões podem ser desvelados pormeio de conversas e produções, desenhos, pinturas oucolagens. Após a produção/reflexão, a exposição dos tra-balhos e a leitura das características de cada religião podepreparar os alunos para a exibição do primeiro bloco dodocumentário. Que outras questões serão levantadas paraa continuidade do projeto?

Os efeitos visuais obtidos com colagens, sobrepondo formas,cores puras, experimentando a posição das peças e obser-vando a influência de um elemento ao lado do outro, podemdar início ao trabalho com o documentário. A cor ao lado dacor, o fundo branco que realça a intensidade das cores puras,o próprio branco sobre o branco, realçado por relevos, sãoassuntos interessantes para perceber a influência e interaçãoentre os elementos da visualidade e suas relações na ocupa-ção do espaço. Ao expor todas as produções realizadas,problematize sobre como aconteceu o processo de criação

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpa

bens simbólicos

preservação e memória

bens patrimoniaismateriais e imateriais,patrimônios ambientais,monumentos, edificações,sítios arqueológicos,conjuntos arquitetônicos

heranças culturais,conservação, documentação,catalogação, restauro,tombamento, IPHAN,memória coletiva,imaginário popular,estética do cotidiano

PatrimônioCultural

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

geometria, história,antropologia, geografia,filosofia, mitologia,candomblé

ando

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

temáticas

relações entre elementosda visualidade

temática religiosa, não-figurativa

forma, cor chapada, luz,espaços cheios e vazios

ritmo, equilíbrio, simetria, harmonia,composição, formas bidimensionaise tridimensionais, economia de formas

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte arte afro-brasileira,construtivismo, arte abstrata

signos da cultura afro-brasileira,ícones, emblemas, logotipos, totens

sistema simbólico

práticas culturais sincretismo cultural e religioso, ritual

Linguagens Artísticas

meiostradicionais

desenho, pintura, escultura

artesvisuais

música

dança

Processo deCriação

ação criadora poética pessoal, pensamento visual

percepção, imaginação criadora,intuição, imaginário, repertório pessoal e cultural

viagens de estudo, ateliêambiência do trabalho

potências criadoras

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de cada aluno. Quais foram as suas escolhas, materiais,cores, formas, linhas, texturas e temas? As produções secentraram nas questões de formação cultural individual oupartiram para elaborações mais externas entre arte e soci-edade? O segundo bloco do documentário pode auxiliar aolhar para essas questões.

No percurso do documentário o crítico de arte OlívioTavares de Araújo faz um paralelo entre a obra de RubemValentim e as pinturas de Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi,que também trazem cores e temas do nosso país. Embo-ra tenham criado em momentos e contextos diferentesda história da arte no Brasil, é possível traçar o caminhode percepção estética, obras marcadas pela brasilidadeintrínseca. Trazer para a sala de aula imagens desses trêsartistas e propor uma discussão sobre aspectostemáticos, compositivos e conceitos históricos/sociais/culturais pode ampliar o olhar sobre os Saberes Estéti-

cos e Culturais. O terceiro bloco do documentário podeajudar nessa investigação.

Essas são algumas proposições pedagógicas para iniciar osprojetos, mas outras idéias podem surgir. O interessante é pro-vocar uma leitura aprofundada e significativa, despertando oolhar dos alunos e também o seu para novas inquietações eproblematizações.

Desvelando a poética pessoalA produção pessoal e a reflexão sobre o processo de criação,os desafios, as temáticas e a investigação das escolhas, damaterialidade, dos elementos de visualidade, da linguagemartística, podem desvelar a poética pessoal de cada aluno.

Nesse processo, você tem um papel especial como orientador,mediador e incentivador da criação artística. Qual a melhormaneira de desenvolver o projeto, respeitando a opinião dosalunos sobre os assuntos abordados, imagens apreciadas etrabalhos produzidos por eles?

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As duas possibilidades aqui indicadas podem ser sugeridas aoaluno para que faça sua escolha, sem perder de vista o espaçopara que ele crie suas próprias ações expressivas. Cada pro-posta não se resume à realização de um único trabalho, masbusca a criação de uma série que possa ser acompanhada e,depois, apreciada e discutida sob a perspectiva da pesquisapessoal de linguagem.

Você pode relacionar os efeitos das formas geométricas e dascores em trabalhos bidimensionais com papéis coloridos.Recortes de formas geométricas podem compor um belopainel construtivista, estimulando os alunos para a exibiçãodo documentário. Que tal propor a exploração de formas ecores? Convide-os para recortar triângulos, quadrados, re-tângulos, círculos, arcos, formas retas e curvas de váriostamanhos e cores, utilizando como suporte folhas de papelde uma única cor. É possível variar o suporte, experimentan-do o uso da madeira ou outros materiais, e também diversi-ficar as técnicas, pintando formas coloridas, por exemplo.

Outra proposta pode contar com a elaboração e criação deobjetos tridimensionais com restos de madeiras encontra-dos em marcenarias. Estimule a pintura dessas formas e apesquisa sobre as possibilidades de arranjos cromáticos,composição, volumes, equilíbrio, temáticas e outros aspec-tos da criação artística.

Ampliando o olharQuais os signos africanos presentes em obras artísticas? Oencontro com as obras plásticas de Mestre Didi, EmanuelAraújo, Ronaldo Rego podem ser somadas a elementos tam-bém presentes na dança, na música e na moda, como ampli-ação do olhar sobre a arte afro-brasileira, a formação étnica,cultural e estética de nosso país. A parceria com professoresde história e literatura pode ampliar possibilidades.

Há diferenças entre aquilo que é considerado arte afro-bra-sileira e a produção de artistas que utilizam elementos da

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cultura do negro/mestiça em suas obras como, por exem-plo, Di Cavalcanti que soube expressar a beleza mulata emsuas telas? O que se pode ler nessas obras? Como as ques-tões culturais e sociais aparecem? É possível ampliar o olharde seus alunos trazendo, por exemplo, as obras de arte con-temporânea de Rosana Paulino? Quais outros artistas po-dem ser pesquisados pelos alunos?

Na estética do cotidiano, estão presentes imagens e objetosque expressam o sentimento religioso. Os alunos podemmontar uma pequena mostra com os objetos recolhidos emsuas casas. Quais leituras fazem das peças e imagens? Quala história desses objetos? Como poderiam montar uma ex-posição com eles? A pesquisa sobre desenho museográfico7

poderia ser realizada, como suporte da montagem.

Assim como Rubem Valentim traduziu as formas ícones dareligiosidade em formas geométricas, os alunos podem es-colher formas ícones do universo jovem e traduzi-las em for-mas abstratas, pesquisando as escolhas cromáticas presen-tes nesse universo (por exemplo, os góticos, o hip-hop, etc.),percebendo as qualidades da cor: tom, saturação (purezada cor) e brilho (luminosidade).

Investigar em museus, galerias e espaços culturais cujo acervopermanente ou exposições temporárias apresentem obras dearte afro-brasileira. Essas informações podem ser obtidas ob-servando as referências das imagens reproduzidas em livros,catálogos de museus ou internet. Junto a seus alunos, vocêpoderá descobrir uma maneira de apreciar obras originais deRubem Valentim. Em São Paulo, na Pinacoteca do Estado,ou na Bahia, no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Solardo Unhão, por exemplo, há salas especiais dedicadas aValentim, mas há outros museus e espaços culturais em todoBrasil onde podemos visitar e encontrar suas pinturas, pai-néis e esculturas, vale a pena pesquisar!

Ameríndios, africanos e europeus não podem ser conside-rados povos de apenas três etnias, pois há muitas outrasnações e etnias em cada uma dessas culturas. Convoque

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os alunos a buscar o maior número possível de etnias, tra-zendo algo de seu universo cultural.

Para o crítico Olívio Tavares de Araújo, Rubem Valentim criouum “dialeto particular”, construído por formas e cores. Acriação de uma espécie de “alfabeto de formas” pode serum desafio interessante que apura o olhar para os elemen-tos da visualidade.

Encontros com obras suprematistas de Malevitch ou asabstratas geométricas de Kandinsky, que influenciaram Ru-bem Valentim, podem ser planejados. Como essas obraspodem influenciar os alunos na criação de cartazes sobre aarte e as religiões?

Conhecendo pela pesquisa

A música e a poesia são formas de conhecer o sentimentodos símbolos sagrados da cultura afro-brasileira, com seuforte sincretismo. A música Meu pai Oxalá, de Vinicius deMoraes e Toquinho, pode ser o mote de uma pesquisa so-bre os personagens que aparecem na letra e os termos uti-lizados, além da própria musicalidade afro-brasileira.

O velho Omulu

Atotô Abaluayê

Que vontade de chorar

No terreiro de Oxalá

Quando eu dei com a minha ingrata

Que era filha de Inhansã

Com a sua espada cor-de-prata

Em meio à multidão

Cercando Xangô num balanceio

Cheio de paixão

Atotô Abaluayê

Atotô babá

Atotô Abaluayê

Atotô babá

Atotô Abaluayê

Atotô babá

Atotô Abaluayê

Atotô babá

Vem das águas de Oxalá

Essa mágoa que me dá

Ela parecia o dia

A romper da escuridão

Linda no seu manto todo branco

Em meio à procissão

E eu, que ela nem via

Ao Deus pedia amor e proteção

Meu pai Oxalá é o rei

Venha me valer

A cultura afro-brasileira está presente em muitas comidastípicas e roupas do vestuário, cujos panos são enrolados deformas muito diversas. Os alunos, divididos em grupos,podem buscar referências afro-brasileiras e criar painéis co-

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letivos com colagens de reportagens e produções artísticascomo pinturas, desenhos e fotografias.

A assemblage é uma espécie de colagem com formastridimensionais. O artista mineiro Farnese de Andrade crioumuitas assemblages partindo de objetos do cotidiano, comogamelas, móveis, pequenos objetos. Neles, vemos imagensde santos, ora em redomas antigas ou presas em resinas,sempre envoltas numa áurea de mistério e estranhamento.Iemanjá, São Jorge e os gêmeos São Cosme e São Damiãoestão presentes, de um modo completamente diverso douniverso estético de Rubem Valentim. Entrar em contato coma religiosidade por meio das produções desses dois artistaspode trazer boas reflexões e incentivar ousadas produções.

A nossa língua portuguesa traz forte influência da língua afri-cana. Com as palavras pesquisadas, os alunos podem criarpoesias visuais, pequenos livros com ilustrações para ditospopulares, lendas, mitos e histórias do folclore africano.

O artista plástico Carybé, que se diz argentino de nascimen-to e baiano de coração, retrata a Bahia em suas obras comtemática figurativa. A pesquisa na internet ou em livros e aanálise comparativa com as obras de Valentim, de outrosartistas contemporâneos como Mário Cravo Júnior,Waldemar Cordeiro e da estatuária religiosa colonial, comAleijadinho, Mestre Valentim, por exemplo, podem gerar umbom panorama da arte sacra brasileira.

Uma expedição do olhar pela escola e seus arredores podelevantar como as imagens simbólicas estão presentes nanossa cultura visual. Com sua ajuda, os alunos podem per-ceber certos sistemas simbólicos presentes no uso dascores, nos tipos de letras, nos cartazes colados nos muraisda escola, nos sinais de trânsito, na arquitetura de templosreligiosos, etc.

Os percursos aqui sugeridos não correspondem a uma ordemseqüencial. Qualquer um deles pode vir a ser o início ou serproposto paralelamente.

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Amarrações de sentidos: portfólioTodo o percurso de criação/reflexão merece ser registrado. Aproposta de construção de um portfólio não está ligada apenasà organização dos trabalhos para guardar a produção dos alu-nos, mas consiste em mais um momento de elaboração e cria-ção, que vai contribuir para olhar o processo percorrido duran-te todo o projeto.

Para que a composição do portfólio ganhe uma marca pessoal,proponha uma estética pessoal com base nas concepções dearte apresentadas durante o projeto. Pesquisas, esboços, tra-balhos finais, podem formar um livro como se fosse um catálo-go de uma exposição ou de um artista. Olhar todos essesportfólios e as produções contidas neles pode gerar novasproblematizações e inquietações para conhecer e viver arte.

Valorizando a processualidadeHouve avanços? O que os alunos puderam de fato conhecere estudar?

A apresentação e discussão a partir do portfólio podem desen-cadear boas reflexões e uma avaliação, somando todas as queforam feitas ao longo do projeto. A problematização de todo oprocesso vivido, buscando cercar o que aprenderam, o que foimais interessante, o que levam para a vida, o que faltou, etc,pode permitir uma visão mais ampla e crítica. No documentário,a fala do crítico de arte, e não do próprio artista, está presente.Assim, no momento da avaliação, os alunos podem se colocarà distância para uma crítica mais apurada, sistematizando o quefoi aprendido e estudado.

A análise deste momento também permite a reflexão sobre suasproposições pedagógicas. Para isso, utilize também o seu diáriode bordo. O que você percebe que aprendeu com este projeto?Quais novos achados para sua ação pedagógica foram desco-bertos nessa experiência? O projeto germinou novas idéias emvocê? Você gostaria de trabalhar com um outro documentário?

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GlossárioAssemblage – “consiste na aproximação de elementos descontínuos, proveni-entes de diversas origens e não de uma única peça como um mesmo bloco demármore, e que, portanto, têm distintas naturezas: um pedaço de madeira é liga-do a um pedaço de ferro ou um fragmento de pedra; e um pedaço de cano, objetopreviamente manufaturado, pode entrar em composição com algum elementoque ainda é uma matéria prima, como a argila; e papel usado, terra, plástico esangue do artista podem ser acrescentados, se for o caso”. Fonte: COELHO,Teixeira. A arte de ocupar o mundo. Fonte: <www.mac.usp.br/exposicoes/01/formas/teixeira.html>. Acesso em: 5 abr. 2005.

Arte afro-brasileira – produção artística realizada no contexto da estética quese forma no encontro entre as culturas brasileira e africana. O termo arte afro-brasileia aparece no século 20 e reconhece toda manifestação artística queexpresse a religiosidade, signos, emblemas do universo sociocultural do negro,expressos nas linguagens visuais, musicais ou cênicas. Hoje, há uma preocupa-ção em não associar essa produção a uma simples manifestação popular. Talprodução artística apresenta proposta estética que se desencadeia desde o pós-modernismo até os conceitos atuais de arte contemporânea. Fonte: AGUILAR,Nelson (org.). Arte afro-brasileira. Mostra do Redescobrimento. São Paulo:Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000, p. 112-3.

Arte concreta – movimento artístico que teve adeptos no Brasil e no mundo.Tem como proposta a exploração dos elementos visuais (puramente plásticos)em composições abstratas e com elementos geométricos. No Brasil, essa artese manifestou também na poesia. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de ArtesVisuais <www.itaucultural.org.br>. Acesso em: 10 jul. 2005.

Candomblé – culto de origem africana com belíssimo efeito coreográfico,seus cânticos são utilizados para chamar os “espíritos” subordinados aosorixás. Os cantos geralmente são entoados em dialetos nagô e iorubá. Esteculto religioso tem seu início no Brasil com a vinda dos negros escravos,que tinham a necessidade de realizar os rituais tradicionais da sua terranatal. Para não sofrerem represaria, os negros diziam dançar e louvar ossantos católicos, dessa prática surgiu o sincretismo religioso. Por todaAmérica, há manifestações da religião do candomblé, mantendo muitasde suas características ancestrais. Para saudar cada orixá há cantos, ba-tidas de atabaque, roupas, danças e oferendas especificadas de cada di-vindade. Fonte: <www.orixas.com.br> Acesso em: 16 jul. 2005.

Construtivismo – a pintura e a escultura são pensadas como construções - enão como representações -, guardando proximidade com a arquitetura em ter-mos de materiais, procedimentos e objetivos. O termo liga-se diretamente aomovimento de vanguarda russa e a um artigo do crítico N. Punin, de 1913, so-bre os relevos tridimensionais de Vladimir Tatlin. Conexões são visíveis entreoutros grupos no primeiro decênio do século 20, entre eles os reunidos em tor-

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material educativo para o professor-propositor

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no de Wasily Kandinsky, Piet Mondrian, Theo van Doesburg e o suprematismode Kazimir Malevitch, além de movimentos como cubismo, o dadaísmo e o fu-turismo. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais <www.itaucultural.org.br>. Acesso em 10 jul. 2005.

Iconografia – é o ramo da história da arte que estuda as questões relati-vas aos temas ou mensagens das obras de arte, em contraposição à suaforma. Descreve e classifica as imagens. A iconologia, por sua vez, é umaiconografia que se torna interpretativa. Fonte: PANOVSKY, Erwin. Signi-

ficado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 1979.

Orixás – são divindades dos cultos iorubas. Mitos ligados a elementos efenômenos da natureza representam aspectos da personalidade humanae cada um tem funções específicas nos cultos e rituais. No Brasil e emoutros países da América, esses seres foram associados a santos católi-cos. Fonte: <www.orixas.com.br.> Acesso em: 16 de jul. 2005.

Nagô-ioruba – durante o período de escravidão, foram trazidos ne-gros de várias partes da África. Essas pessoas eram de diferentesculturas, os negros da nação iorubas, também chamados de nagôs,foram principalmente trazidos para Salvador. Esse povo possuía ricamitologia com deuses que governavam a natureza e o destino doshomens. Foi com base nessa cultura que nasceu o candomblé ou cultodos orixás. Fonte: <www.edeus.org/port/CandombleBR.htm>. Aces-so em: 17 jul. 2005.

Símbolo/simbolismo/sistema simbólico – é portador de significação ese caracteriza pela versatilidade e não pela uniformidade. A linguagemverbal, a arte, o mito e a religião para o filósofo Cassirer são parte douniverso simbólico construído pelo ser humano. Fonte: CASSIRER, Ernest.Ensaio sobre o homem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

BibliografiaAGUILAR, Nelson (org.). Arte afro-brasileira. Mostra do Redescobrimento.

São Paulo: Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Visu-ais, 2000.

___. Negro de corpo e alma. Mostra do Redescobrimento. São Paulo:Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000.

DEMPSEY, Amy. Estilos artísticos e movimentos. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. [S.l.]: LogOn Informática, 1999. 1 CD-ROM sonoro.

FONTELES, Bené; BARJA, Wagner (org.). Rubem Valentim: artista da luz.São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2001. Catálogo.

Seleção de endereços sobre arte na rede internet

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Os sites abaixo foram acessados em 25 fev. 2005.

ANDRADE, Farnese de. Disponível em: <www.revistamuseu.com.br/galeria.asp>.

ARTE AFRO-BRASILEIRA. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/espe-lho/valeapena/afro_brasil/afro_brasil.htm>.

___. Disponível em: <www.ceao.ufba.br/mafro/apresentacao.htm>.(Museu Afro-Brasileiro de Salvador/BA).

___. Disponível em:<www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=2058>. (Museu Afro-Brasil, em São Paulo/SP).

ARTE SACRA, Museus. Disponível em: <www.mas.ufba.br/> (em Salvador/BA).

___. Disponível em: < http://artesacra.sarasa.com.br/>. (em São Paulo/SP).

___. MALEVITCH, Kazimir. Disponível em: </www1.uol.com.br/bienal/24bienal/nuh/enuhmonmale01.htm>.

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Artes Visuais . Disponível em: <www.itaucultural.org.br>.

KANDINSKY, Wassily. Disponível em: <www.mac.usp.br/projetos/percur-sos/abstracao/kandinsk.html>.

MESTRE DIDI. Disponível em: <www.mestredidi.org/>.

VALENTIM, Rubem. Disponível em: <http://mac.mac.usp.br/projetos/seculoxx/lista.html>.

___. Disponível em: <www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/artecult/artespla/artistas/rubemv/>.

___. Disponível em: <www.ocaixote.com.br/galeria1/GrubemValentm.html>.

Notas1 Bené FONTELES; Wagner BARJA (org.). Rubem Valentim: artista daluz., p. 70.2 Bené FONTELES; Wagner BARJA (org.). Manifesto ainda que tardio. In: Op. cit.

acima, p. 28.

3 Op. cit. acima, p. 29.

4 ARAÚJO, Olívio Tavares de. Penetrar no amor e na magia. In: ALTARES

emblemáticos de Rubem Valentim. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1993.5 MUNANGA, Kabengele. Arte afro-brasileira: o que é, afinal. In: AGUILAR, Nel-

son (org.). Arte afro-brasileira. Mostra do Redecobrimento. p. 98-110.

6 Bené FONTELES; Wagner BARJA (org.). Manifesto ainda que tardio.

In: ___. Rubem Valentim: artista da luz, p. 27 e 31.7 Há outros DVDs que tratam sobre espaço expositivo na DVDteca Artena Escola. Será interessante buscá-los.

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