COSMÉTICOS ORGÂNICOS E NATURAIS: ANÁLISE DO PERFIL …

32
1 COSMÉTICOS ORGÂNICOS E NATURAIS: ANÁLISE DO PERFIL DOS PROFISSINAIS ATUANTES EM ESTABELICIMENTOS COMERCIAIS E DA ROTULAGEM 1 Isabella Justino Miranda 2 Júlia Helena da Silva 3 Simony Davet Müller 4 Introdução: Produtos cosméticos naturais possuem formulações elaboradas com ingredientes autorizados e certificados. Diferenciam-se dos cosméticos orgânicos no teor de componentes orgânicos presentes na formulação. A rotulagem é uma das principais etapas do processo da embalagem e deve conter todas as informações necessárias para que o produto seja utilizado adequadamente. Objetivo: O estudo teve como objetivo geral analisar o perfil do conhecimento sobre cosméticos orgânicos e naturais dos profissionais atuantes em estabelecimentos comerciais, bem como a rotulagem dos produtos segundo as normas vigentes. Metodologia: A pesquisa realizada abrangeu o universo populacional, dos profissionais atuantes em estabelecimentos comerciais de cosmético da região central de Tubarão SC. Utilizando-se de um instrumento de coleta de dados, as variáveis coletadas foram: gênero, idade, escolaridade, busca de informações sobre os produtos, identificação dos cosméticos orgânicos e conceitos sobre cosméticos orgânicos e naturais. Após as considerações éticas, a coleta de dados foi realizada através de entrevistas aos participantes que atenderem aos critérios de inclusão na pesquisa. Os rótulos dos produtos foram analisados quanto as normas vigentes. Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados no programa Microsoft Excel®. Resultados: Foram entrevistados n=15 gestores dos estabelecimentos comercias de cosméticos visitados. Quanto a busca por atualizações sobre cosméticos orgânicos e naturais desses profissionais, buscam por atualizações (93,3%), em relação a presença de cosméticos naturais (53,3%), e cosméticos orgânicos (33,3%). Sendo que esses cosméticos presentes não se adéquam as exigências das certificadoras. A maioria dos entrevistados (60%), relataram identificar um cosmético orgânico e/ou natural, através do selo de identificação, alegaram ter o conhecimento (60%), sobre as certificadoras, em diferenciar um cosmético orgânico e/ou natural (53,3%). Sobre os conceitos de cosméticos naturais (73,3%) e orgânicos (53,3%), não sabem o conceito de ambos. Conclusão: Falta esclarecimento para os gestores em relação aos cosméticos orgânicos e naturais, por não obter uma legislação reconhecida pela ANVISA, torne-se maior a carência desses produtos no comércio de cosméticos. Palavras-chave: cosméticos orgânicos, cosméticos naturais, rotulagem. 1 Artigo apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo em Cosmetologia e Estética. 2 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL 5º semestre de 2018A. 3 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL 5º semestre de 2018A. 4 Professora orientadora do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL 5º semestre de 2018A.

Transcript of COSMÉTICOS ORGÂNICOS E NATURAIS: ANÁLISE DO PERFIL …

1

COSMÉTICOS ORGÂNICOS E NATURAIS: ANÁLISE DO PERFIL DOS

PROFISSINAIS ATUANTES EM ESTABELICIMENTOS COMERCIAIS E DA

ROTULAGEM 1

Isabella Justino Miranda 2

Júlia Helena da Silva 3

Simony Davet Müller4

Introdução: Produtos cosméticos naturais possuem formulações elaboradas com ingredientes

autorizados e certificados. Diferenciam-se dos cosméticos orgânicos no teor de componentes

orgânicos presentes na formulação. A rotulagem é uma das principais etapas do processo da

embalagem e deve conter todas as informações necessárias para que o produto seja utilizado

adequadamente. Objetivo: O estudo teve como objetivo geral analisar o perfil do

conhecimento sobre cosméticos orgânicos e naturais dos profissionais atuantes em

estabelecimentos comerciais, bem como a rotulagem dos produtos segundo as normas

vigentes. Metodologia: A pesquisa realizada abrangeu o universo populacional, dos

profissionais atuantes em estabelecimentos comerciais de cosmético da região central de

Tubarão SC. Utilizando-se de um instrumento de coleta de dados, as variáveis coletadas

foram: gênero, idade, escolaridade, busca de informações sobre os produtos, identificação dos

cosméticos orgânicos e conceitos sobre cosméticos orgânicos e naturais. Após as

considerações éticas, a coleta de dados foi realizada através de entrevistas aos participantes

que atenderem aos critérios de inclusão na pesquisa. Os rótulos dos produtos foram analisados

quanto as normas vigentes. Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados no

programa Microsoft Excel®. Resultados: Foram entrevistados n=15 gestores dos

estabelecimentos comercias de cosméticos visitados. Quanto a busca por atualizações sobre

cosméticos orgânicos e naturais desses profissionais, buscam por atualizações (93,3%), em

relação a presença de cosméticos naturais (53,3%), e cosméticos orgânicos (33,3%). Sendo

que esses cosméticos presentes não se adéquam as exigências das certificadoras. A maioria

dos entrevistados (60%), relataram identificar um cosmético orgânico e/ou natural, através do

selo de identificação, alegaram ter o conhecimento (60%), sobre as certificadoras, em

diferenciar um cosmético orgânico e/ou natural (53,3%). Sobre os conceitos de cosméticos

naturais (73,3%) e orgânicos (53,3%), não sabem o conceito de ambos. Conclusão: Falta

esclarecimento para os gestores em relação aos cosméticos orgânicos e naturais, por não obter

uma legislação reconhecida pela ANVISA, torne-se maior a carência desses produtos no

comércio de cosméticos.

Palavras-chave: cosméticos orgânicos, cosméticos naturais, rotulagem.

1 Artigo apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso Superior de Tecnologia

em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – como requisito parcial à

obtenção do título de Tecnólogo em Cosmetologia e Estética. 2 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de

Santa Catarina – UNISUL – 5º semestre de 2018A. 3 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de

Santa Catarina – UNISUL – 5º semestre de 2018A. 4 Professora orientadora do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade

do Sul de Santa Catarina – UNISUL – 5º semestre de 2018A.

2

1 INTRODUÇÃO

A indústria de cosméticos é extremamente importante dentro da economia de

grande parte dos países mais desenvolvidos, dentre os quais se inclui o Brasil, contribuindo

para a geração de empregos e a redução de desigualdades regionais, através da exploração

sustentável de várias espécies do nosso bioma, especialmente na Amazônia. A sociedade vem

exigindo a adoção de tecnologias de produções limpas, econômicas e ambientalmente corretas

que, por sua vez, requerem um enorme esforço de estudantes, professores, pesquisadores e

engenheiros, na Universidade e na Indústria, na busca de ingredientes diferenciados, naturais

e competitivos e de processos de formulação inovadores. (GALEMBECK; CSORDAS,

2011).

A indústria de cosméticos também entrou na “onda verde”, investindo em

pesquisa de produtos com ativos da biodiversidade natural e hoje é possível ver nas lojas de

departamento, por exemplo, que produtos de beleza “naturais” ocupam o mesmo espaço que

marcas renomadas “não-naturais”. (GOMES, 2009)

Certificação é um processo onde uma agência certificadora assegura a qualidade

do produto, por escrito, através de inspeções que verificam a origem dos ingredientes, as

instalações e os processos de produção, a composição do produto, o armazenamento, o

transporte, as ações de preservação do meio ambiente e as condições de trabalho. A

certificação visa identificar a origem dos produtos, desde a produção até o ponto de venda ao

consumidor final, garantindo um produto diferenciado. Seu objetivo é verificar se o produto a

ser oferecido ao consumidor cumpre com as normas regulamentares de agências certificadoras

de produtos orgânicos e naturais. (ASSOCIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO INSTITUTO

BIODINÂMICO IBD, 2014)

O mercado de produtos naturais e orgânicos incluem-se produtos frescos,

processados ou industrializados, como os artigos de beleza e cuidados pessoais, mas que

sejam produzidos com matérias-primas obtidas sob o modo de produção agroecológico e

orgânico com práticas de agricultura sustentáveis. (GOMES,2009)

Entretanto a ANVISA relata que como no processo de fabricação do cosmético

ocorre uma reação química, o produto não pode ser considerado orgânico, mesmo que os

insumos sejam produzidos desta forma. Compreendemos então, que para a ANVISA, esses

cosméticos não são reconhecidos. (SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA, 2016)

Contudo, existem as certificadoras, que são responsáveis por verificar se os

insumos utilizados, os processos produtivos, o armazenamento das matérias-primas, as

3

embalagens, os rótulos, as instalações, a utilização de recursos energéticos e o tratamento de

resíduos estão todos de acordo com as normas estabelecidas por estas agências certificadoras,

tais como a BD HI, Ecocert, CosmeBio, entre outros. Essas certificadoras se uniram com o

propósito de suprir a necessidade de obter um referencial padronizado para os produtos

orgânicos de higiene pessoal. (SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA, 2016)

Apesar de o Brasil não ter uma regulamentação legal neste sentido, o ECOCERT

e o Instituto Biodinâmico (IBD), por exemplo, concedem os selos aos produtos nacionais

orgânicos baseados nesses parâmetros internacionais. As certificações de produtos naturais e

orgânicos garantem a credibilidade ao consumidor, que tendem a buscar informações

químicas na rotulagem do produto. (SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA, 2016)

Os dados da literatura demonstram os benefícios e a grande aceitação destes

produtos por parte do consumidor, sendo de grande importância o profissional atuante estar

informado para adquirir produtos autênticos e disponibilizar orientação adequada a população

consumidora. Portanto o objetivo geral desta pesquisa foi analisar o perfil do conhecimento

sobre cosméticos orgânicos e naturais dos profissionais atuantes em estabelecimentos

comerciais, bem como a rotulagem dos produtos segundo as normas vigentes.

1.2 COSMÉTICOS

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal

Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em 2015 o mercado de beleza tem se mostrado

promissor no Brasil, elevando o país ao terceiro maior consumidor de produtos e serviços de

beleza do mundo, logo atrás dos Estados Unidos e Japão.

Conforme Ros (2016, p. 38), além de existir uma parcela da população que está

disposta a pagar por produtos exclusivos, as empresas estão percebendo que cada vez mais os

produtos cosméticos precisam se ajustar às necessidades específicas de cada indivíduo, desde

faixa etária (crianças, adolescentes, idosos), passando por diferença de sexo até etnia (pele

negra, hispânica).

Adicionalmente, estudos da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal

Perfumaria e Cosméticos (2015), apontam que produtos que não agridam o meio ambiente e

com valores sociais terão maior aceitação pelo consumidor, que se mostra cada dia mais

preocupado com o uso de matérias-primas e princípios ativos de origem natural, a não

utilização de animais nas pesquisas e a preferência por embalagens recicláveis.

4

1.3 COSMÉTICOS ORGÂNICOS

Os cosméticos à base de matérias-primas orgânicas devem ter no mínimo 70% e

no máximo 95% dos componentes da formulação certificadas como orgânicos, descontando

água e sal e o restante dos componentes da formulação podem ser provenientes da agricultura

convencional e do extrativismo. (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS, 2008)

Por possuírem melhor compatibilidade com a pele os cosméticos de origem

orgânica, causam menos irritação e alergia, pois possuem substâncias sintéticas substituídas

por naturais com a mesma eficácia, menos efeitos tóxicos, e as matérias-primas são

consideradas biodegradáveis e menos poluentes. (HIGUSHI; DIAS, 2013)

O Brasil é um dos maiores produtores de orgânicos do mundo e os consumidores

desses produtos são pessoas que buscam por qualidade, produtos mais saudáveis e a

preservação do meio ambiente. Os consumidores brasileiros de produtos orgânicos,

geralmente são pessoas com alto grau de instrução, com nível de ensino superior e são de

classe média. São pessoas que sabem dos benefícios do produto e que se

preocupam com a qualidade e a segurança dos produtos. (INSTITUTO DE PROMOÇÃO E

DESENVOLVIMENTO, 2011)

Com o aumento da renda nos últimos anos, o consumidor busca por serviços de

boa qualidade e produtos saudáveis. Também existe a responsabilidade social com relação ao

meio ambiente, por isso o setor de orgânicos está crescendo cada vez mais. O maior desafio

deste setor, além de garantir a demanda, é oferecer valores mais acessíveis ao consumidor.

(INSTITUTO DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO, 2011)

Os consumidores que optam por cosméticos orgânicos, priorizam à exclusão de

substâncias petroquímicas, e a maior proteção quanto ao seu uso, e acabam se credibilizando à

certificação e se dispõem a pagar mais caro por esse tipo de produto, pois se preocupam com

a saúde e com o meio ambiente. (LYRIO et al., 2011).

1.4 COSMÉTICOS NATURAIS

Os cosméticos naturais têm em sua fórmula 5% de matéria-prima certificada como

orgânica e podem ser extraídas da agricultura convencional e do extrativismo, já os outros

95% da formulação podem ser compostos por matérias-primas não certificadas, porém

permitidas para formulações naturais. (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS, 2008)

5

Tais produtos, são constituídos por substâncias naturais e podem ser utilizados na

pele, cabelo, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes, membranas e mucosas da

cavidade oral e tem como objetivo limpar, perfumar, alterar a aparência, corrigir odores,

proteger e manter em bom estado. Podem ser naturais, orgânicos ou feitos com matérias-

primas orgânicas. (WEISS et al., 2011)

O consumidor “verde” ou ecológico, pensa na composição, qualidade, processo de

produção e sustentabilidade. Essas pessoas estão dispostas a pagar o preço exigido pelo

mercado e colaboram com a natureza optando por embalagens recicláveis, retornáveis e

biodegradáveis. (WEISS et al., 2011)

Um cosmético pode ser classificado como sendo natural e ser certificado como tal

se sua formulação for composta por água e ingredientes naturais não-certificados, ou

ingredientes permitidos para formulações naturais. (INSTITUTO BIODINÂMICO, 2014)

Ainda, estes produtos deverão destacar em seu rótulo quais ingredientes são

naturais e/ou orgânicos e/ou oriundos de extrativismo certificado. O rótulo pode indicar que o

produto contém ingredientes naturais e/ou orgânicos. Pode-se utilizar o selo “IBD

Ingredientes Naturais” associado ao código do projeto e mais a indicação “ingredientes

naturais”, mas nunca o selo “Orgânico IBD”. (INSTITUTO BIODINÂMICO, 2014)

Como citado anteriormente, compreendemos que esses cosméticos não são

reconhecidos pela legislação brasileira, o mesmo dito primeiramente para os orgânicos é

válido para os naturais. Contudo as certificadoras Ecocert e o Instituto Biodinâmico (IBD),

garantem a credibilidade ao consumidor em relação aos produtos naturais e orgânicos.

(SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA, 2016)

A existência de normas, leis e diretrizes nacionais para o setor facilitará e trará

segurança na comunicação transparente junto ao consumidor. Uma lei que padronize os

critérios de avaliação dos produtos orgânicos irá garantir informações claras e objetivas a

todos os envolvidos na cadeia, desde empresários/produtores até os consumidores finais.

SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA, 2016)

1.5 PROTEÇÃO ANIMAL E TESTES EM ANIMAIS

Na área cosmética, assim como na área farmacêutica, animais são utilizados para

avaliar todos os riscos potenciais envolvidos, seja irritação, alergia ou efeitos sistêmicos a

curto e longo prazo. (AQUINO; SPINA; NOVARETTI, 2015)

Em relação aos cosméticos orgânicos e naturais, é proibido o uso de testes em

animais, tanto dos ingredientes usados quanto do produto a ser oferecido ao consumidor. Não

6

é permitido o uso de ingredientes oriundos de animais vertebrados que tenham que ser

sacrificados para obter tal material. O uso de ingredientes de origem animal somente é

permitido quando coletados de seres vivos como, por exemplo, mel e seus derivados, leite e

seus derivados, lanolina e entre outros, desde que os animais produtores sejam criados no

sistema orgânico de produção. Não é permitido o uso de produtos animais geneticamente

modificados. (ASSOCIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO INSTITUTO BIODINÂMICO IBD,

2014)

Já na indústria de cosméticos sintéticos, os animais de laboratório deverão ser

utilizados sempre que não existam métodos alternativos validados que os substituam ou, em

casos específicos, após “screening” com métodos in vitro e/ou matemáticos válidos,

precedendo dessa forma, os estudos clínicos. (AQUINO; SPINA; NOVARETTI, 2015)

O produto cosmético é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), por se tratar de produto de interesse à saúde, devido ao risco de efeitos

adversos (reações indesejadas) no consumidor, por conter na formulação inúmeros

ingredientes e insumos químicos, assim como ocorre com os medicamentos. De acordo com a

ANVISA (2012), risco cosmético é a probabilidade de ocorrência de uma das reações

descritas como irritação, sensibilização, sensações de desconforto e efeito sistêmico. Por isso,

a agência criou o termo “cosmetovigilância” onde todos os produtos, com efeitos adversos

manifestados na população, devem ser rastreados e notificados à ANVISA. (AQUINO;

SPINA; NOVARETTI, 2015)

Segundo Aquino, Spina e Novaretti (2015) as exigências legais, o fabricante deve

comprovar em testes realizados em animais (in vivo) e outros físicos químicos e

microbiológicos (in vitro) que o produto é seguro para o consumidor. A Portaria MS n. 1.480

(1990) determina que o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) realize

ensaios pré-clínicos em animais, para irritação primária cutânea e ensaio de sensibilização.

Porém, houve recentemente uma mudança no cenário das relações de pesquisa de novos

produtos, testes de pré-venda e mercado consumidor. EM 2014, esse cenário mudou, pois não

são mais permitidos testes de reações adversas de cosméticos em animais (in vivo).

As multas pelo descumprimento da lei para as instituições e os estabelecimentos

de pesquisa foram estipuladas no valor de R$ 20,14 UFESP (2014) e, considerando que a

multa é lavrada por animal, o mínimo que um estabelecimento pagaria de multa seria R$

1.007.000,00 e o profissional responsável pela pesquisa e testes, R$ 40.280,00 (por animal).

7

Atualmente, apesar de todos os esforços para a redução e substituição de animais de

laboratório na experimentação biológica, ainda não nos é possível abandonar a utilização

desses animais na avaliação da segurança de produtos, nos seus mais diversos aspectos.

Entretanto, desde que sejamos obrigados a utilizar animais nos ensaios, devemos zelar para

que os mesmos não sofram dores ou vivenciem angústias durante o período experimental.

(AQUINO; SPINA; NOVARETTI, 2015)

As empresas de cosméticos deverão buscar novos métodos para testes de

segurança de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos que não envolvam animais, algumas

empresas por conta das ameaças futuras já transpassaram esse obstáculo assumindo não

testarem seus produtos em animais, inclusive com a criação de selos com o slogan “não

testado em animais”. A proibição de testes em animais foi usada como marketing por

empresas como Boticário®, Quem disse Berenice®, OX®, Natura®, Mahogany®, Impala®,

Memphis®, Leite de Rosas®, Niasi®, etc. (AQUINO; SPINA; NOVARETTI, 2015)

Contudo a questão de testes animais em produtos cosméticos parece ser o novo

foco do consumidor, por conta disso, alguns consumidores se preocupam com o bem-estar

dos animais, e buscam por cosméticos que não fazem os testes nos mesmos. (AQUINO;

SPINA; NOVARETTI, 2015)

2 ROTULAGEM

A rotulagem dos cosméticos naturais, orgânicos ou feitos com ingredientes

orgânicos deve obedecer, antes de mais nada, às normas de rotulagem e classificação de

produtos cosméticos estabelecidas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) N 7

(ANVISA, 2015).

Os produtos poderão receber rotulagem específica enfatizando sua classificação

como “natural”, “orgânico” ou “feito com ingredientes orgânicos”. Independentemente da

classificação, todos os rótulos deverão especificar as porcentagens totais de ingredientes

naturais e orgânicos. (ASSOCIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO INSTITUTO BIODINÂMICO

IBD, 2014)

Os cosméticos naturais deverão destacar em seu rótulo quais ingredientes são

naturais e/ou orgânicos e/ou oriundos de extrativismo certificado. O rótulo pode indicar que o

produto contém ingredientes naturais e/ou orgânicos. Pode-se utilizar o selo “IBD

Ingredientes Naturais” associado ao código do projeto e mais a indicação “ingredientes

naturais”, mas nunca o selo “Orgânico IBD”. (ASSOCIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO

INSTITUTO BIODINÂMICO IBD, 2014)

8

No verso do rótulo ou embalagem a seguinte frase deve ser inserida: “O IBD

certifica cosméticos naturais de acordo com normas internacionais”. O quadro principal do

rótulo de ingredientes deve mostrar a frase: “IBD - Ingrediente Natural apropriado ao uso em

produtos certificados naturais ou orgânicos”.

Projeto xxx O IBD certifica cosméticos naturais de acordo com

normas internacionais. (ASSOCIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO INSTITUTO BIODINÂMICO

IBD, 2014)

3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Atualmente, os cosméticos constituem um segmento de mercado em destaque, não

só no Brasil, mas mundialmente. Isto se deve a uma participação mais ativa e constante dos

consumidores desses produtos, que passaram a usá-los com maior frequência em seu dia-a-

dia. (CERQUEIRA; OLIVEIRA; HONORIO, 2013)

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e

Cosméticos, realizou uma pesquisa em 2015, com intuito de atender às necessidades

específicas sobre os hábitos de consumo de cosméticos da mulher brasileira, que, apontou que

32% das mulheres entre 18 a 55 anos sempre carregam algum tipo de maquiagem na bolsa e

27% mudam a cor de suas unhas uma vez na semana. Já para o público acima de 55 anos,

43% apostam na eficácia dos produtos antienvelhecimento. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL PERFUMARIA E COSMÉTICOS, 2015)

O mercado de cosmético está em constante expansão, contudo os consumidores

buscam qualidade nos produtos que estão adquirindo, conforme os assuntos abordados acima,

as pessoas estão realmente começando a se preocupar com os produtos que utilizam

diariamente, buscando cada dia mais informações sobre os benefícios de tais e se realmente

serão eficazes. Conforme abordado, os produtos naturais/orgânicos entram em destaque por

trazerem mais maior segurança de seu uso para o consumidor.

3.1 O CONSUMO DE COSMÉTICOS NO MERCADO BRASILEIRO

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e

Cosméticos o Brasil atualmente está como o quarto maior mercado consumidor de produtos

de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no mundo. Porém busca o retorno para a

terceira posição, lugar que deixou de ocupar em 2015, a desvalorização da moeda brasileira

9

em comparação ao dólar fez com que o Brasil caísse neste ranking global, ficando atrás

apenas de Estados Unidos, China e Japão.

“O Brasil não deixou de consumir produtos de HPPC. A desvalorização cambial

fez com que deixássemos de ser o terceiro maior consumidor mundial, uma vez que este

ranking é indexado ao dólar”, afirma Daniel Oliveira, gerente de Inteligência de mercado da

Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (2017).

Com a retração do dólar no início de 2016, a moeda brasileira vem se

fortalecendo, fato que, possivelmente, fará do Brasil o terceiro maior consumidor mundial de

produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA

INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL PERFUMARIA E COSMÉTICOS, 2017)

4 DELINEAMENTO METODOLÓGICO

O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais

ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos

dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os

dados, bem como as formas de controle das variáveis envolvidas. (RAUEN, 2015).

4.1 TIPO DE PESQUISA

O tipo de pesquisa, quanto a abordagem tratou-se de uma pesquisa quantitativa de

descrição, conhecidas também como pesquisas de levantamento de dados, de sondagem ou

survey e consistem na solicitação de informações a um grupo estatisticamente significativo de

pessoas para posterior análise quantitativa (RAUEN, 2015). Também recorreremos a pesquisa

quantitativa de associação ou de correlação de pelo menos duas variáveis. Segundo Rauen,

(2015), nesta abordagem não há manipulação de variáveis, sendo a predição o tipo de relação

mais frequente estabelecida.

Quanto aos objetivos tratou-se de uma pesquisa descritiva, este tipo de pesquisa

exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar e pretende

descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade (GIL, 2006).

Ainda, quanto aos procedimentos tratou-se de uma pesquisa de campo que se

caracteriza pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se

realiza coleta de dados junto a pessoas, como recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa

ex-post-facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, etc.) (FONSECA, 2002).

10

4.2 POPULAÇÃO, OBJETO DE ESTUDO E AMOSTRA

A população selecionada foram os profissionais (≥ 18 anos) atuantes em

estabelecimentos comerciais de cosméticos da cidade de Tubarão, Santa Catarina. A amostra

foi definida levando como critério limite os estabelecimentos da região central da Cidade,

situados num raio máximo de 3 Km do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), no

período de abril a maio de 2018 que aceitaram participar da pesquisa e consentiram assinar a

Declaração de Ciência e Concordância das instituições envolvidas (Apêndice 1).

A relevância da escolha desta população justifica-se devido serem profissionais

que vivenciam uma rotina que abrangem a cosmética e estética, também se supõe que

possuem um conhecimento prévio sobre o tema proposto. Além disso, utilizamos como objeto

de estudo os cosméticos orgânicos e os naturais comercializados nos estabelecimentos

visitados para averiguação das suas rotulagens.

Como critérios de exclusões, não serão entrevistadas pessoas menores de 18 anos,

faltantes no dia da entrevista, produtos cosméticos que não estejam dentro da categoria

orgânico e/ou natural.

4.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

O instrumento utilizado para coleta de dados consiste na técnica conhecida como

observação direta extensiva (RAUEN, 2015 ), utilizando-se de um instrumento de coleta de

dados (Apêndice 1). Para a população entrevistada, as variáveis coletadas foram: gênero,

idade, escolaridade, busca de informações sobre os produtos, identificação dos cosméticos

orgânicos e conceitos sobre cosméticos orgânicos e naturais. Os procedimentos de coleta de

dados foram por entrevistas aos profissionais atuantes que atenderem aos critérios de inclusão

na pesquisa.

Para o objeto de estudo, que foram os rótulos dos cosméticos, foi utilizado um

instrumento de coleta de dados, composto das variáveis que estarão em consonância com as

exigências da norma atual sobre rotulagem de cosméticos orgânicos e naturais.

4.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram organizados em uma planilha idealizada para essa

finalidade, usando o programa Microsoft Excel® e os resultados foram expressos pela estatística

descritiva em frequência absoluta e relativa, sendo apresentados por meio de tabelas e figuras.

11

4.5 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

Do ponto de vista ético, o estudo foi orientado pela Resolução 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012b). Baseado na Resolução, os seguintes aspectos

foram respeitados: assinatura pelos participantes, do TCLE (Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido); direito de participar ou não do estudo; preservação do anonimato; sigilo das

informações que não autorizem ou não desejem a divulgação; agendamento da coleta de

dados de forma a não interferir nas atividades das participantes, devolução dos dados para a

população acadêmica. Este projeto foi submetido ao projeto ao Comitê de Ética em pesquisa

da Unisul, sob parecer consubstanciado número 2.681.894. Os dados resultantes da pesquisa

serão divulgados à comunidade científica interna da Unisul e almeja-se a comunidade

científica externa.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta pesquisa objetivou-se analisar o perfil do conhecimento de gestores atuantes

em lojas de cosméticos localizadas na região central da cidade de Tubarão SC, sobre

cosméticos orgânicos e naturais. Além disso foi investigado a rotulagem destes produtos

quanto aos quesitos solicitados pelas certificadoras.

Foram visitadas 15 lojas e entrevistado um gestor responsável de cada loja.

Quanto a caracterização dos entrevistados (n=15), a maioria do gênero feminino (86,66 %),

com faixa etária entre 21 a 78 anos, possuindo curso superior completo (60 %), ensino médio

(26,66 %) e ensino fundamental (13,33 %). Apenas um gestor entrevistado tinha curso

superior em Estética e Cosmética, conforme a figura 1 e 2 ilustrada abaixo.

De acordo com a figura 3, a maioria dos profissionais possuem como profissão

gerente (33,3%), empresários proprietários dos estabelecimentos (26,7%), seguido da

profissão de vendedores responsáveis pelo estabelecimento (13,3%) e os demais além de

trabalharem como gestores também exercem funções de administradores, autônomos,

recepcionista e esteticista (6,7%).

12

Figura 1: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, do gênero dos

profissionais gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de

cosméticos na região central da cidade de Tubarão SC.

Figura 2: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, grau de escolaridade

dos profissionais gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de

cosméticos na região central da cidade de Tubarão SC.

86,66

13,34

13,33

26,66

60%

13

Figura 3: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, da profissão dos

profissionais gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de

cosméticos na região central da cidade de Tubarão SC.

O mercado atual exige atualização constante dos profissionais, a busca por

conhecimentos em internet e cursos por exemplo, são pré-requisitos básicos, pois cada dia

mais os consumidores buscam por informações recentes e por produtos cada vez mais

inovadores. (FARIAS, 2002).

Na Idade Contemporânea, o público feminino resultou em um maior consumo de

cosméticos e na busca pela maior diversidade de produtos de beleza. Para suprir esta

necessidade de mercado, surgiram as indústrias fornecedoras de novas matérias-primas para

cosméticos e mundialmente as indústrias de cosméticos passaram a fabricar uma grande

variedade de produtos de cosméticos, a fins de suprir diversas especialidades, que ao final do

século XIX se consolidaram no mercado. (GUIA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA,

2016)

O século XX houve um grande crescimento de matérias-primas e cosméticos nos

países desenvolvidos, marcadamente após as duas guerras mundiais. Ao final do século XX, a

conciliação da ciência e da indústria cosmética foi inegável, no que resultou uma

transformação da indústria de cosmético em um fator econômico empresarial de grande

importância. (GUIA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA, 2016)

Já é consolidado na literatura que a busca por informações se torna fundamental

nos dias atuais. O estudo demonstrou que a maioria dos profissionais entrevistados (93,3%),

6,7% 6,7%

6,7%

6,7%

6,7%

26,7%

33,3%

14

relataram buscar atualizações do mercado de cosméticos, através de vários meios de

comunicação como internet, cursos, treinamento e livros (93,8%). (Figura 4 e 5).

Figura 4: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta da iniciativa por

busca de informações e atualizações sobre cosméticos dos profissionais gestores entrevistados

(n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na região central da cidade de

Tubarão SC.

Figura 5: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos meios de

informações e atualizações consultados sobre cosméticos pelos profissionais gestores

entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na região

central da cidade de Tubarão SC. (*Todos = livros, televisão, internet, cursos, treinamentos).

93,3%

93,8%

6,7 %

15

A importância do seguimento de produtos naturais está relacionada basicamente a

dois grandes temas: saúde e meio ambiente. No Brasil, o mercado de produtos naturais não

tem números exatos sobre sua dimensão, sendo considerado novo como setor varejista. O

mesmo autor afirma que a expansão desses produtos no comércio cresce a cada dia, assim

como os investimentos feitos por fabricantes de matérias-primas que podem ser observados

facilmente, dando ideia da prosperidade desse segmento. (GOMES, 2009)

O estudo de Gomes (2009), relata dificuldade em se chegar a uma definição, sobre

um produto considerado natural, pois há diferentes conceitos de acordo com o público que

trata o tema. Assim há a conceituação de produto natural para os estudiosos, cientistas e

pesquisadores, como químicos, biólogos e médicos, por exemplo; e para os vegetarianos ou

para os ambientalistas. Para o mercado consumidor, o público que interessa ao estudo,

tampouco há uma definição clara e objetiva.

A definição de cosméticos orgânicos, já está definida pelos certificadores IBD e

ECOCERT, porém observou-se neste estudo a carência de conhecimento, bem como aspectos

confusos no que diz respeito ao segmento de cosméticos naturais, da população entrevistada.

Em relação a presença de cosméticos naturais nos estabelecimentos comerciais

visitados, a maioria dos profissionais (53,3%), afirmaram ter a presença destes produtos

(Figura 6). Os equívocos no conceito de cosmético natural, também foi demonstrado em

nosso estudo. Fato que foi confirmado após ser realizada a pesquisa nos rótulos dos

cosméticos naturais (Tabela 1).

Este resultado demonstrou que os gestores atuantes entrevistados são carentes de

conhecimento sobre os conceitos designados aos cosméticos naturais, demonstrando saberes

equivocados, generalizando e incluindo nesta categoria todos os produtos que contem em sua

composição substâncias oriundas do reino vegetal. Ressaltando a importância de atualizações

neste setor, fato que terá como consequência a informação incorreta passada para o

consumidor.

16

Figura 6: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: se havia presença de

cosméticos naturais no estabelecimento comercial visitado.

Nos produtos naturais e orgânicos incluem-se produtos frescos, processados ou

industrializados, como os artigos de beleza e cuidados pessoais, mas que sejam produzidos

com matérias-primas obtidas sob o modo de produção agroecológico e orgânico com práticas

de agricultura sustentáveis. (GOMES, 2009)

Por não existir legislação específica brasileira para que os cosméticos sejam

caracterizados como naturais ou orgânicos, deve-se buscar certificações de empresas privadas

que possuem critérios de avaliação internacionais, como exemplo os referenciais da francesa

ECOCERT, que caracteriza como cosmético orgânico, produtos que contenham 95% de

ingredientes naturais, dos quais 95% devem ser orgânicos e ao final da produção com adição

de água o total de ingredientes certificados orgânicos deve ser de 10%. (SEBRAE, 2012)

Quanto os cosméticos orgânicos nos estabelecimentos visitados, a maioria dos

entrevistados (66,7%) afirmaram não ter a presença dos mesmos (Figura 7). Contudo, para os

demais entrevistados (33,3%), essas normas não são bem esclarecidas, pois afirmam ter a

presença desses cosméticos nos estabelecimentos visitados, fato que foi confirmado através da

investigação da rotulagem.

53,3 %

46,7 %

17

Pode-se afirmar que há generalizações dos produtos que tem em sua composição

ativos naturais, porém observa-se um público leigo dos conceitos corretos e completos para os

cosméticos orgânicos.

Figura 7: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: se havia presença de

cosméticos orgânicos no estabelecimento comercial visitado.

A falta de informação sobre composição e normas de rotulagens dos produtos

cosméticos orgânicos e/ou naturais, pode ser a causa de os profissionais equivocarem-se

quanto a identificação desses produtos. A IBD e a ECOCERT seguem a mesma linha de

classificação em vários itens, principalmente a respeito das matérias-primas (origem,

obtenção e purificação). Ressalta-se, ainda que o selo natural do IBD é diferente do orgânico,

apresentando informações mais claras sobre a composição do produto ao consumidor.

(KIELTYKA; VALENTIN; LUBI, 2017)

O conhecimento limitado da população entrevistada, observou-se que a maioria

(60%) relata identificar um cosmético orgânico e/ou natural, através de um selo de

identificação, porém, após ser investigados esses cosméticos em nosso estudo, verificou-se

que as rotulagens não se adéquam as exigências das certificadoras, conforme a tabela 1 e 2.

Entendendo-se que a população entrevistada demonstra equivocar-se quanto ao

reconhecimento da identificação do selo padronizado pelas certificadoras.

66,7 %

33,3 %

18

Figura 8: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: como identificar

cosméticos orgânico e um cosmético natural.

Para classificar um cosmético orgânico, existe a obrigatoriedade de certificar

começando pela plantação ou extração da matéria original, livre de adubos artificiais ou morte

de animais, com estudos laboratoriais, redução da utilização da água na indústria além de

diminuir resíduos (contaminadores ou sólidos) e criar revestimentos ecológicos. É necessário

verificar e atender a todas estas especificações, tanto para os orgânicos quanto naturais,

variação devida à porcentagem de matérias-primas existentes. (KIELTYKA; VALENTIN;

LUBI, 2017)

Quem consome os produtos deste segmento infelizmente não sabe quando se trata

de algo com compostos orgânicos ou naturais, ou totalmente orgânicos, devido à rotulagem

incompleta. Certificar é imensamente importante, pois transmite fidedignidade ao comprador

além de garantir que está adquirindo produtos orgânicos certamente verdadeiros.

(KIELTYKA; VALENTIN; LUBI, 2017)

A importância dessa certificação é a segurança e garantia de qualidade. A maioria

dos profissionais (60%), relataram conhecer alguma certificadora, porém relatam não saber

suas atribuições (Figura 9). A IBD garante a qualidade dos produtos orgânicos/naturais, desde

a produção, controle de compra de matéria-prima, até o controle de qualidade do processo em

si. (INSTITUTO BIODINÂMICO, 2015)

60 %

40 %

19

Figura 9: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: conhecem as

certificadoras de produtos naturais e orgânicos.

É de grande importância do profissional saber diferenciar o cosmético orgânico do

natural, a maioria (53,3%), afirmou saber diferenciar os mesmos, porém muitos dos

profissionais negaram (46,7%), saber distinguir esses cosméticos, conforme a figura abaixo

(Figura 10).

No estudo de Lima e seus colaboradores (2011), após entrevistarem consumidores

de produtos orgânicos, (62%) souberam a definição desta categoria e (54,05%) alegaram não

saber devido a falta de informação na rotulagem para diferenciar produtos orgânicos dos

demais. Acredita-se que o desconhecimento dos ingredientes que estão inclusos nos rótulos e

inclusive a dificuldade de identificá-los na composição, sejam empecilhos para a adoção da

prática de verificar a composição do produto cosmético e por fim deixar de adquiri-los.

(ISAAC, 2016)

Ainda, Gomes (2009) relata que atualmente, pode-se afirmar, sem medo dos

equívocos das generalizações, que o mundo está aberto a produtos mais saudáveis, mais

seguros e mais respeitadores do meio ambiente.

60 %

40 %

20

Figura 10: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: conhecer a diferença de

cosmético orgânico e cosmético natural.

O consumidor orgânico está consciente das incertezas científicas e dos riscos que

os agrotóxicos podem causar à saúde humana e percebe a importância de valores como o

benefício coletivo. (LIMA et al, 2010)

Os gestores entrevistados relataram o baixo índice de preferência pelo segmento

de cosméticos orgânicos e/ou naturais (80%) (Figura 11). Estes dados estão em desacordo

com a literatura que afirma a grande expansão do mercado ecologicamente correto.

(SEBRAE, 2012)

No Brasil a produção orgânica ocupa 880.000 hectares, o que o torna o segundo

maior produtor de orgânicos do mundo, sendo que 70% de sua produção são para o mercado

externo (PEREIRA et al., 2008). Entretanto, segundo Darolt (2001), o sistema de produção

orgânica carece de organização, falta de planejamento de demanda, o que faz com que haja

restrição da oferta e obstáculo para os produtores.

53,3 %

46,7 %

21

Figura 11: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: o consumidor tem

preferência por estes produtos (cosmético orgânico e cosmético natural).

Sobre o conhecimento dos profissionais em relação aos conceitos de cosméticos

naturais, observou-se que (73,3%) não sabem o conceito de cosmético natural ditado pelas

certificadoras (Figura 12). Já quanto ao conceito de cosméticos orgânicos, ditado pelas

certificadoras, observou a carência de conhecimento do mesmo, a maioria dos profissionais

(53,3%) (Figura 13).

80 %

20 %

22

Figura 12: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: o conceito de cosméticos

naturais.

Figura 13: Gráfico representando a distribuição, em frequência absoluta, dos profissionais

gestores entrevistados (n=15), atuantes em estabelecimentos comerciais de cosméticos na

região central da cidade de Tubarão SC, quando questionados sobre: o conceito de cosméticos

orgânicos.

73,3 %

53,3 %

46,7 %

26,7 %

23

Tabela 1: Cosméticos naturais analisados em estabelecimentos comerciais da região central

da cidade de Tubarão SC, quanto ao parâmetro rotulagem de acordo com a ECOCERT e o

IBD e os principais desvios detectados:

Cosméticos

Principais Desvios

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Base em Pó * * * * * *

Batom * * * * * *

Lápis * * * * * *

Tinta de cabelo * * * * * *

Regenerador capilar * * * * *

Reconstrutor capilar * * * * *

Óleo essencial * * * * * *

Shampoo * * * *

Hidratante * * * *

Pós barba * * * *

Tônico Capilar * * * * * *

Base inteligente * * * * *

Condicionador * * * * * * *Principais desvios: (1)Número de registro do produto; (2) Lote ou partida; (3) Conteúdo; (4) País de origem (5)

Fabricante/Importador/Titular; (6) Domicilio do fabricante/Importador/Titular; (7) Modo de uso;(8) Advertência

e Restrições de uso (se for o caso); (9) Rotulagem específica; (10)Ingredientes/Composição; (11) Frases de

advertência; (12) Denominações que permitem a identificação do referencial; (13) Reivindicação das

caractrísticas essenciais da norma (X% do total dos ingredientes que são oriundos da agricultura Natural);(14)

Indicações relativas aos ingredientes orgânicos composto na composição;(15) Selo ‘’IBD Ingredientes

Naturais”;(16) Recomendações referentes à compreensão dos componentes;(17) Menções facultativa relativas à

certas exigências do referencial: • a não utilização de produtos etoxilados e glicóis; • a não utilização de testes

dos produtos finais em animais; • a não utilização de ácido para-hidroxibenzóico e seus ésteres.

FONTE: Elaboração das Autoras,2018

24

Tabela 2: Cosméticos orgânicos analisados em estabelecimentos comerciais da região central

da cidade de Tubarão SC, quanto ao parâmetro rotulagem de acordo com a ECOCERT e o

IBD e os principais desvios detectados:

Cosméticos

Principais Desvios

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Tinta de Cabelo * * * * * *

Base Facial * * * * * * *

Reconstrutor Capilar * * * *

Condicionador * * * * *

*Principais desvios: (1)Número de registro do produto; (2) Lote ou partida; (3) Conteúdo; (4) País de origem (5)

Fabricante/Importador/Titular; (6) Domicilio do fabricante/Importador/Titular; (7) Modo de uso;(8) Advertência

e Restrições de uso (se for o caso); (9) Rotulagem específica; (10)Ingredientes/Composição; (11) Frases de

advertência; (12) Denominações que permitem a identificação do referencial; (13) Reivindicação das

caractrísticas essenciais da norma (X% do total dos ingredientes que são oriundos da agricultura Natural);(14)

Indicações relativas aos ingredientes orgânicos composto na composição;(15) Selo ‘’IBD Ingredientes

Orgânicos”;(16) Recomendações referentes à compreensão dos componentes;(17) Menções facultativa relativas

à certas exigências do referencial: • a não utilização de produtos etoxilados e glicóis; • a não utilização de testes

dos produtos finais em animais; • a não utilização de ácido para-hidroxibenzóico e seus ésteres.

FONTE: Elaboração Autoras, 2018

Estas diretrizes foram desenvolvidas pela Associação de Certificação Instituto

Biodinâmico - IBD devido à crescente procura por produtos de saúde e beleza orgânicos ou

naturais, certificados dentro do sistema internacionalmente conhecido e aceito de certificação

terceirizada, ou seja, por um órgão de certificação independente. (IBD,2014)

Como não existem, ainda, normas, leis ou diretrizes nacionais ou internacionais de

regulamentação de certificação orgânica estabelecidas e mundialmente reconhecidas para

produtos de beleza, estas diretrizes devem ser vistas como um documento que será

constantemente aperfeiçoado e adaptado às realidades nacional e internacional, de forma

transparente e acessível a todos os interessados. (IBD,2014)

Com a entrada no Brasil em vigor da Lei 10.831 e Decreto 6.323 e Instruções

Normativas relativas à esta lei, estas normas foram adaptadas a atender os critérios de

concentração mínima de ingredientes orgânicos nas classificações “ORGÂNICO” e “FEITO

COM INGREDIENTES ORGÂNICOS”. (IBD,2014)

Até que as autoridades nacionais editem regulamentação específica, estas normas

ficarão neste formato. Por enquanto a política do IBD é promover a certificação de cosméticos

25

orgânicos, principalmente para exportação. Para o mercado interno, até que o governo se

pronuncie a respeito, a política do IBD é de promover a certificação de cosméticos

NATURAIS oferecendo ao mercado o selo “INGREDIENTES NATURAIS” do IBD.

(IBD,2014)

A Ecocert Greenlife se compromete a informar por todos os meios as empresas

comprometidas a respeitar o referencial, sobre as alterações realizadas no mesmo, os termos

de execução e a disponibilizar a versão atualizada do referencial no site da Ecocert.

(ECOCERT, 2012)

O presente referencial deve ser considerado um documento em evolução, que

pode ser atualizado e melhorado constantemente. No caso de modificação do referencial, a

Ecocert Greenlife se empenha em definir e comunicar um período de transição. Nenhuma

retirada de produtos já existentes no mercado não será exigida (exceto no caso de exigência

legal), desde que os produtos estejam em conformidade com a versão anterior do referencial.

(ECOCERT, 2012)

26

6 CONCLUSÃO

Verificou-se que os conhecimentos dos profissionais entrevistados atuantes em

estabelecimentos comerciais de cosméticos da região central de Tubarão SC, possuem

carência quanto aos conhecimentos de cosméticos orgânicos e naturais, pois ocorre muitos

equívocos que acabam generalizando esses produtos;

A ANVISA não reconhece estes produtos, portanto não há uma legislação

nacional vigente, ficando esta atribuição as certificadoras IBD e ECOCERT;

Através do estudo pode-se conhecer os parâmetros estabelecidos pelos órgãos

competentes para a identificação do segmento e a rotulagem;

Há necessidade de maior esclarecimento sobre os cosméticos naturais e/ou

orgânicos para os profissionais atuantes nos estabelecimentos comerciais de cosméticos da

região central de Tubarão SC, para poder passar informações corretas e completas aos

consumidores.

27

ORGANIC AND NATURAL COSMETICS: ANALYSIS OF THE PROFILE OF

PROFESSIONALS ATTRIBUTED TO COMMERCIAL AND LABELING

ESTABLISHMENTS

Introduction: Natural cosmetic products have formulations made with authorized and

certified ingredients. They differ from organic cosmetics in the content of organic components

present in the formulation. Labeling is one of the main steps in the packaging process and

should contain all the information necessary for the product to be used properly. Objective:

The objective of this study was to analyze the profile of the knowledge about organic and

natural cosmetics of professionals working in commercial establishments, as well as the

labeling of products according to current norms. Methodology: The research carried out

covered the population of professionals working in commercial cosmetic establishments in

the central region of Tubarão SC. Using a data collection instrument, the variables collected

were: gender, age, education, search for information about products, identification of organic

cosmetics and concepts on organic and natural cosmetics. After the ethical considerations, the

data collection was done through interviews with the participants that meet the inclusion

criteria in the research. Product labels were analyzed for current standards. The data collected

was stored in a database in the Microsoft Excel® program. Results: We interviewed n = 15

managers of the commercial establishments of cosmetics visited. As for the search for updates

on organic and natural cosmetics of these professionals, they seek updates (93.3%), in relation

to the presence of natural cosmetics (53.3%), and organic cosmetics (33.3%). Since these

cosmetics present do not meet the requirements of the certifiers. Most of the interviewees

(60%) reported identifying an organic and/or natural cosmetic, through the identification seal,

claimed to have the knowledge (60%), on the certifiers, to differentiate an organic and/or

natural cosmetic (53, 3%). On the concepts of natural cosmetics (73.3%) and organic (53.3%),

do not know the concept of both. Conclusion: There is a lack of clarification for managers in

relation to organic and natural cosmetics, since it does not obtain legislation recognized by

ANVISA, the lack of these products in the cosmetics trade becomes greater.

Keywords: organic cosmetics, natural cosmetics, labeling.

28

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RESOLUÇÃO DA

DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 7, 10 DE FEVEREIRO DE 2015. 2015.

Disponível em:

<http://www.cosmeticsonline.com.br/ct/painel/fotos/assets/uploads/regulatorios/c7eec-

RDC+no+7+de+10+de+fevereiro+de+2015.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018.

AQUINO, Simone; SPINA, Glauco Antonio; NOVARETTI, Marcia Cristina

Zago. PROIBIÇÃO DO USO DE ANIMAIS EM TESTES COSMÉTICOS NO ESTADO

DE SÃO PAULO: NOVOS DESAFIOS PARA A INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS E

STAKEHOLDERS. 2015. Disponível em:

<http://repositorio.uninove.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/759/164.pdf?sequence=1>.

Acesso em: 29 out. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL PERFUMARIA

E COSMÉTICOS (ABIHPEC). Disponível em: <https://www.abihpec.org.br/2016/04/setor-

brasileiro-de-higiene-pessoal-perfumaria- e-cosmeticos-sofre-queda-real-de-8-em-2015/>.

Acesso em: 05 out. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL PERFUMARIA

E COSMÉTICOS (Brasil). Mercado brasileiro de HPPC: quarta posição mundial com

sensação de terceira. 2017. Disponível em: <https://abihpec.org.br/2017/02/mercado-

brasileiro-de-hppc-quarta-posicao-mundial-com-sensacao-de-terceira/>. Acesso em: 21 out.

2017.

ASSOCIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO INSTITUTO BIODINÂMICO (IBD). Diretrizes para

a certificação de produtos de saúde e beleza orgânicos e naturais e para ingredientes

orgânicos e naturais. São Paulo,2014. Disponível em:

<http://ibd.com.br/Media/arquivo_digital/71292117-4c11-45de-a1ce-5885ef2149b8.pd >

Acesso em: 21 out. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL PERFUMARIA

E COSMÉTICOS (ABIHPEC). Disponível em:

<https://www.abihpec.org.br/2015/04/panorama-do-setor-2015/>. Acesso em: Acesso em: 05

out. 2017.

CERQUEIRA, Aline Cedraz de; OLIVEIRA, Rodrigo Cesar Reis de; HONORIO, Jose

Bezerra. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE COSMÉTICOS:

ALINHANDO A PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES E VENDEDORES SOBRE O

PROCESSO DE COMPRA. 2013. Disponível em:

<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_STP_183_046_23146.pdf>. Acesso

em: 21 out. 2017.

DAROLT, M. R. Porque os alimentos orgânicos são mais caros. 2001. Disponível em:

<http://www.planetaorganico.com.br/trabdarmais.htm>. Acesso em: 18 jun. 2018.

ECOCERT, COSMÉTICOS NATURAIS E ORGÂNICOS. Disponível em:

<http://brazil.ecocert.com/sites/brazil.ecocert.com/files/referencial_cosm__ticos_org__nicos_

e_naturais.pdf.>. Acesso em: 21 out. 2017.

29

FARIAS, Glauco Furghestti. O COMPORTAMENTO DO PROFISSIONAL QUE

BUSCA O SUCESSO NA CARREIRA DIANTE DA ESCASSEZ DE EMPREGO. 2002.

Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/111193/CAD0501-

M.pdf?sequence=1>. Acesso em: 17 jun. 2018.

FONSECA, JOÃO JOSÉ SARAIVA DA. Metodologia da Pesquisa Cientifica. Ceará, 2002.

Disponível em:

<http://197.249.65.74:8080/biblioteca/bitstream/123456789/716/1/Metodologia%20da%20Pe

squisa%20Cientifica.pdf> Acesso: 24 out.2017

GALAMBECK, Fernando; CSORDAS, Yara. Cosméticos: a química da beleza. 2011.

Disponível em:<

http://xa.yimg.com/kq/groups/21782783/1836021988/name/cosm%C3%A9tico. >. Acesso

em: 14 out. 2017.

GOMES, Angela Nelly. O novo consumidor de produtos naturais: Consumindo conceitos

muito mais do que produtos. 2009. Disponível em:

< http://www2.espm.br/sites/default/files/o_novo_consumidor_de_produtos_natura>. Acesso

em: 21 out. 2017.

GUIA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA. Indústria de produtos de higiene pessoal,

cosméticos e perfumes.2016. 2ª EDIÇÃO. Disponível em: <http://crf-

pr.org.br/uploads/pagina/25872/Guia_Industria_de_Produtos_de_Higiene_Pessoal_Cosmetico

s_e_Perfumes.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2018.

HIGUCHI, Célio Takashi; DIAS, Leticia de Cássia Valim. O uso racional de cosméticos e o

seu descarte consciente e apelo de uso por produtos de origens orgânica e natural.

Revista InterfacEHS, v.8, n.3, 2013.

INSTITUTO DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO, 2011. Disponível em:

http://www.ipd.org.br/upload/tiny_mce/Pesquisa_de_Mercado_Interno_de_Produtos_Organic

os.pdf. Acesso em: 09 out. 2017.

INSTITUTO BIODINÂMICO. DIRETRIZES PARA A CERTIFICAÇÃO DE

PRODUTOS DE SAÚDE E BELEZA ORGÂNICOS E NATURAIS E PARA

INGREDIENTES ORGÂNICOS E NATURAIS. 2014. 5ª a Edição. Disponível em:

<file:///C:/Users/Cliente/Downloads/IBD2014.pdf>. Acesso em: 09 out. 2017.

INSTITUTO BIODINÂMICO. IBD Certificações – Garantia de qualidade e

satisfação. 2015. Álvaro Garcia. Disponível em:

<http://www.revistacampoenegocios.com.br/ibd-certificacoes-garantia-de-qualidade-e-

satisfacao/>. Acesso em: 17 jun. 2018.

ISAAC, Gustavo Elias Arten. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SETOR

COSMÉTICO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE AOS

COSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS. 2016. Disponível em:

<http://www.fae.br/mestrado/dissertacoes/2016/O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

30

DO SETOR COSMÉTICO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE AOS

COSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2018.

KIELTYKA, Edeline; VALENTIN, Fernanda; LUBI, Neiva. COSMÉTICOS NATURAIS

/ORGÂNICOS: UMA NOVA TENDÊNCIA COSMÉTICA. 2017. Disponível em:

<http://tcconline.utp.br/media/tcc/2017/07/COSMETICOS-NATURAIS.pdf>. Acesso em: 18

jun. 2018.

LIMA, Priscila Aparecida Lemes de et al. PERFIL DO CONSUMIDOR DE PRODUTOS

ORGÂNICOS NACIDADE DE SÃO JOAQUIM DA BARRA / SP. 2011. Disponível em:

<https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:s_zHsKqEA3sJ:https://dialnet.unir

ioja.es/descarga/articulo/4040599.pdf+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 18

jun. 2018.

LYRIO, Eyna S; FERREIRA, Graciele G; ZUQUI, Sara N; SILVA, Ary G. Recursos

vegetais em biocosméticos: conceito inovador de beleza, saúde e sustentabilidade. Revista

Natureza on line, 2011.

PEREIRA, P. R.; ABICHT, A. M.; CEOLIN, A. C.; CORREA, A. F.; SILVA, T. N. A

subvenção de orgânicos no Brasil e na união européia sob a ótica da visão baseada em

recursos. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA,

ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 46, Rio Branco/ AC, 20 a 23 jul. 2008.

Anais... Rio Branco: SOBER, 2008. p.1-12.

RAUEN, Fábio José. Roteiros de iniciação científica: os primeiros passos da pesquisa

científica desde a concepção até a produção e a apresentação. Palhoça: Ed. Unisul, 2015.

ROS, Alan Roman. O crescimento da indústria de cosméticos no Brasil no século

XXI. 2016. Disponível em: <http://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/45699>. Acesso em: 05

out. 2017.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS.

Cosméticos a base de produtos naturais. Relatório. 2008. Disponível em:

<http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/F52BEDF

31ED68D4A83257553006FC5A3/$File/NT0003DCE6.pdf> Acesso em: 09 out. 2017.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS. FÁBRICA

DE COSMÉTICOS ECOLÓGICOS. 2012. Disponível em:

<https://www.sebraepr.com.br/Sebrae/Portal Sebrae/Anexos/Fábrica de Cosméticos

Ecológicos.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2018.

SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA (Rio de Janeiro). Revista A Lavoura –

Edição Nº 715/2016 (Org.). Cosméticos orgânicos: sem espaço na legislação

brasileira. 2016. Http://www.sna.agr.br/cosmeticos-organicos-sem-espaco-na-legislacao-

brasileira/. Disponível em: <http://www.sna.agr.br/cosmeticos-organicos-sem-espaco-na-

legislacao-brasileira/>. Acesso em: 21 maio 2018.

WEISS, Cristiani; HAMAD, Felistin; FRANÇA, Ana Julia Von Bonel du Vernay. Produtos

cosméticos orgânicos: Definições e conceitos. Universidade Vale do Itajaí. 2011.

31

APÊNDICE 1

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA

ISABELLA JUSTINO MIRANDA

JÚLIA HELENA DA SILVA

ORIENTADORA: SIMONY DAVET MÜLLER, DRA.

COSMÉTICOS ORGÂNICOS E NATURAIS: ANÁLISE DO PERFIL DOS

PROFISSINAIS ATUANTES EM ESTABELICIMENTOS COMERCIAIS E DA

ROTULAGEM

Parte 1: Dados dos entrevistados

1. Nome:_______________________________________

2. Gênero: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade:______

3. Escolaridade: Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Curso técnico ( )

Curso Superior ( ) Completo ( ) Incompleto ( ) Outros ( )

4. Profissão: _________________________ 5. Busca informações/atualizações sobre cosméticos? Sim ( ) Não ( )

6. Através de: Livros ( ) Internet ( ) Cursos ( ) Treinamentos oferecidos por empresas ( )

Outros ( )

Parte 2: Dados sobre o conhecimento de cosméticos naturais e cosméticos orgânicos

1. Neste estabelecimento tem cosméticos naturais? Sim ( ) Não ( );

2. Neste estabelecimento tem cosméticos orgânicos? Sim ( ) Não ( );

3. Como você identifica estes produtos? Selo de identificação ( ), Embalagem ( ),

Composição ( );

4. Você sabia que existem órgãos, (ECOCERT e Instituto Biodinâmica (IBD)), que

certificam e inspecionam os cosméticos naturais e os cosméticos orgânicos?

Sim ( ) Não ( );

5. Você sabe a diferença de cosmético orgânico e cosmético natural? Sim ( ), Não ( );

6. O consumidor tem preferência por estes produtos? Sim ( ), Não ( );

7. O que você entende sobre cosmético natural?

( ) Os cosméticos naturais têm em sua fórmula 5% de matéria-prima certificada como

orgânica e podem ser extraídas da agricultura convencional e do extrativismo, já os outros

95% da formulação podem ser compostos por matérias-primas não certificadas, porém

permitidas para formulações naturais. ( ) São cosméticos que possuem em sua composição somente substâncias naturais;

( ) Não oferecem risco algum para o consumidor;

32

( ) São livres de agrotóxicos.

8. O que você entende sobre cosmético orgânico?

( ) Os cosméticos à base de matérias-primas orgânicas devem ter no mínimo 70% e no

máximo 95% dos componentes da formulação certificadas como orgânicos, descontando água

e sal e o restante dos componentes da formulação podem ser provenientes da agricultura

convencional e do extrativismo. ( ) São cosméticos que possuem em sua composição somente substâncias naturais; ( ) Não oferecem risco algum para o consumidor;

( ) São livres de agrotóxicos.