Corpo Padrão: Um Estudo sobre as Concepções do Corpo Feminino

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120 REVISTA LATINO-AMERICANA DE PSICOLOGIA CORPORAL No. 9, p.120-145, Junho/2020 ISSN 2357-9692 Edição eletrônica em http://psicorporal.emnuvens.com.br/rbpc Revista Latino-Americana de Psicologia Corporal Corpo Padrão: Um Estudo sobre as Concepções do Corpo Feminino Exposto pela Mídia Resumo: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa. Adotou-se ainda a revisão integrativa da literatura. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, sendo a primeira em uma busca avançada nas bases de dados Plataforma Periódicos CAPES e na Biblioteca Virtual Scielo. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: últimos 09 anos, artigos originais, em língua portuguesa e que se aproximem da temática após leitura dos títulos e resumos, foram excluídos da pesquisa aqueles que se distanciaram da temática após leitura na íntegra, não gratuitos e duplicados. Por meio desse processo, obteve-se 10 artigos para discussão. As ideias apresentadas na presente revisão, demonstram que a mídia é o principal meio de manipulação e alusão para um corpo perfeito, e vem sempre inovando as suas formas de manipulação e modulação na sociedade. Nesse sentido, os autores refletem a pertinência deste estudo, uma vez que tecer informações sobre a temática nos compromete ainda mais nas ações de cuidado, bem como nossa implicação política enquanto pesquisador e/ou profissional. Palavras-Chave: Corpo; Mídia; Mulher. Standard Body: A Study on the Conceptions of the Female Body Exposed by the Media Abstract: This is a qualitative approach study. The integrative review of the literature. Data collection was performed in two stages, being the first in a advanced search in CAPES Periodic Platform databases and Library Virtual Scielo. The inclusion criteria defined for the selection of articles were: last 09 years, original items, in the Portuguese language and approaching after reading the titles and abstracts, were excluded from the research those who departed from the theme after reading in full, not free and duplicate. Through of this process, 10 articles for discussion were obtained. The ideas presented in this review, demonstrate that the media is the main means of manipulation and allusion for a perfect body, and has always been innovating its forms of manipulation and modulation in society. In this sense, the authors reflect the relevance of this study, once providing information on the subject further compromises us in care actions, as well as our political implication as a researcher and/or professional. Keywords: Body; Media; Woman. _____________________________________________________________________ Rafael Cândido Tomaz 1 , Erika Suyanne Sousa Silva 2 , Marcos Antônio Araújo Bezerra 3 , José de Caldas Simões Neto 4 , Ariza Maria Rocha 5 1 Centro Universitário Vale do Salgado UNIVS. [email protected]; 2 Centro Universitário Vale do Salgado UNIVS. [email protected]; 3 Centro Universitário Dr. Leão Sampaio UNILEÃO. marcosantonio@ leaosampaio.edu.br; 4 Centro Universitário Dr. Leão Sampaio UNILEÃO. [email protected]; 5 Universidade Regional do Cariri URCA. [email protected]. do Vale do São Francisco. Contato: [email protected]

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120 REVISTA LATINO-AMERICANA DE PSICOLOGIA CORPORAL No. 9, p.120-145, Junho/2020 – ISSN 2357-9692

Edição eletrônica em http://psicorporal.emnuvens.com.br/rbpc

Revista Latino-Americana de Psicologia Corporal

Corpo Padrão: Um Estudo sobre as

Concepções do Corpo Feminino

Exposto pela Mídia Resumo: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa. Adotou-se ainda a

revisão integrativa da literatura. A coleta de dados foi realizada em duas

etapas, sendo a primeira em uma busca avançada nas bases de dados

Plataforma Periódicos CAPES e na Biblioteca Virtual Scielo. Os critérios de

inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: últimos 09 anos, artigos

originais, em língua portuguesa e que se aproximem da temática após leitura

dos títulos e resumos, foram excluídos da pesquisa aqueles que se

distanciaram da temática após leitura na íntegra, não gratuitos e duplicados.

Por meio desse processo, obteve-se 10 artigos para discussão. As ideias

apresentadas na presente revisão, demonstram que a mídia é o principal meio

de manipulação e alusão para um corpo perfeito, e vem sempre inovando as

suas formas de manipulação e modulação na sociedade. Nesse sentido, os

autores refletem a pertinência deste estudo, uma vez que tecer informações

sobre a temática nos compromete ainda mais nas ações de cuidado, bem

como nossa implicação política enquanto pesquisador e/ou profissional.

Palavras-Chave: Corpo; Mídia; Mulher.

Standard Body: A Study on the

Conceptions of the Female Body

Exposed by the Media

Abstract: This is a qualitative approach study. The integrative review of the

literature. Data collection was performed in two stages, being the first in a

advanced search in CAPES Periodic Platform databases and Library Virtual

Scielo. The inclusion criteria defined for the selection of articles were: last 09

years, original items, in the Portuguese language and approaching after

reading the titles and abstracts, were excluded from the research those who

departed from the theme after reading in full, not free and duplicate. Through

of this process, 10 articles for discussion were obtained. The ideas presented

in this review, demonstrate that the media is the main means of manipulation

and allusion for a perfect body, and has always been innovating its forms of

manipulation and modulation in society. In this sense, the authors reflect the

relevance of this study, once providing information on the subject further

compromises us in care actions, as well as our political implication as a

researcher and/or professional.

Keywords: Body; Media; Woman.

_____________________________________________________________________

Rafael Cândido Tomaz1,

Erika Suyanne Sousa

Silva2,

Marcos Antônio Araújo

Bezerra3,

José de Caldas Simões

Neto4,

Ariza Maria Rocha5

1 Centro Universitário Vale do

Salgado – UNIVS.

[email protected];

2 Centro Universitário Vale do

Salgado – UNIVS.

[email protected];

3 Centro Universitário Dr. Leão

Sampaio – UNILEÃO.

marcosantonio@

leaosampaio.edu.br;

4 Centro Universitário Dr. Leão

Sampaio – UNILEÃO.

[email protected];

5 Universidade Regional do

Cariri – URCA.

[email protected].

do Vale do São Francisco.

Contato:

[email protected]

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Introdução

O corpo sofre inúmeras modificações, sejam elas físicas ou psicológicas

durante toda a nossa história. Atualmente, enfrentamos as dimensões do corpo passando

por fortes influências das mídias sociais na era digital. Diante disto, a mídia se destaca

como meio para formação/construção de corpos idealizados como padrões ideais. Este

cenário, entretanto, necessita de discussões em diversos ambientes, especificamente

naqueles que correspondem a formação de sujeitos, em especial o corpo da mulher.

O corpo da mulher durante o período colonial era tido como dentro dos padrões

de beleza ao apresentar um aspecto saudável, simbolizado pela aparência não tão magra,

ou seja, quanto mais gorda a mulher fosse, mais bonita ela era considerada. Hoje

vivemos uma autocracia do corpo ideal que é exposto pela mídia, como exemplo as

mulheres com um peso elevado sofrem exclusão de inúmeros preconceitos.

De acordo com Adams (1977), percebe-se que o mundo social, claramente,

discrimina os indivíduos não atraentes, numa série de situações cotidianas importantes.

Pessoas julgadas pelos padrões vigentes como atraentes são tratadas muito bem,

funciona como uma espécie de aceitação, assim, indivíduos tidos como não atraentes,

estão mais propícios a encontrar ambientes sociais com um modelo rejeitador e que vos

desencorajam a estarem em um convívio igualitário.

O corpo é uma grande ferramenta de alusão à sociedade, tudo que é imposto

pela mídia é o mais importante. Atualmente o culto ao corpo está entrelaçado em todos

os fatores sociais no Brasil e no mundo. A busca por um corpo perfeito vem sendo

imposta em vários lugares, além da própria mídia, em universidades, escolas, revistas e

etc. A obsessão e o fanatismo são constantes na busca de academias, clinicas de estética,

dietas sem prescrição nutricional e principalmente exercícios sem orientações de um

profissional.

Para Caron (2014), o padrão de beleza feminino difundido nos meios de

comunicabilidade tem construído rótulos de mulheres que são enigmáticos para a

maioria desse mercado consumidor. Discutido em âmbito social, o corpo tem

encontrado na mídia um grande espaço, todas as ideias ao seu respeito são largamente

construídas, de modo que, anúncios publicitários de revista, textos jornalísticos, fotos e

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outdoors soam como vozes e opiniões sobre de como o corpo é visto pela sociedade

consumista e extremista quando se trata do padrão de beleza.

Para a sociedade que está sendo formada e modulada, é viável a visão de

corpo-objeto, pois, a padronização da imagem corporal, serve de manutenção ao

mercado de consumo. Pode-se destacar o corpo mais procurado hoje em dia, o magro,

um corpo padrão para modelo de passarela e misses, fotógrafo, donos de agências e

olheiros buscam o melhor corpo e rosto que a estética oferece, cogitando assim no seu

retorno e no pensamento extremista de um mercado consumidor.

O pensamento extremista, ter um padrão e regras faz com que a concepção do

corpo feminino venha sendo transformada em função das demandas da mídia. É notório

em âmbito social, o comportamento das mulheres em relação ao padrão imposto pela

mídia, e não só a isso, mas a maneira como disputam qual melhor estilo de vestimentas,

acessórios e calçados demandados pelas revistas de moda, sites e registros midiáticos.

Diante do exposto, faz-se necessário investigar esses ideais de corpo e quais os efeitos

deles nas mulheres.

É preciso também refletir o corpo no meio midiático e explanar a importância

dessa temática para discutir tais assuntos, e como podem auxiliar na formação de seres

aptos a refletirem e transformarem a realidade, evidenciando-se a necessidade de

debater em âmbitos sociais, educacionais e midiáticos, sendo este último o meio de

veiculação mais rápido, os assuntos relacionados ao corpo e suas subjetividades, de

modo que cada indivíduo possa compreender-se e aceitar-se como único.

Dentre as várias discussões possíveis, as imagens do corpo feminino exposto

pela mídia produzem variados tipos de ideias, que são dia após dia explicitadas nos

costumes das pessoas. Sant’Anna (2006 p. 3) diz que “[...] há sempre outras maneiras de

compreender o corpo, assim como possibilidades inéditas de estranhá-lo”.

Assistir a um filme, ver um outdoor com a foto de uma mulher “em forma”

alimenta o modo como às pessoas encaram o corpo, pois a utilização dos meios de

comunicação provoca um enorme conflito de conceitos, expondo um padrão de beleza

que encobre uma subjetividade do corpo a ser conquistado. Um corpo em que as

mulheres fazem de tudo para ter, de forma que chegue ao estado perfeito, para que se

realizem e aumentem seu próprio ego.

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Essa pesquisa, tem como objetivo tratar da percepção do corpo feminino, que é

imposto não só pela mídia, mas também pela sociedade, que traz a cada dia uma nova

ideia de corpo, estando atrelado ao senso comum, o qual está diretamente vinculado às

vias de comunicação, criando padrões de ser e estar no mundo. É um estudo realizado

por intermédio da literatura e percepção de vários autores específicos do contexto,

atentando também sobre a influência da Educação Física na construção do

conhecimento sobre questões do corpo, tratado dentro do Referencial Teórico junto aos

capítulos O Corpo como Contexto Histórico e Corpo/Mídia e Sociedade de Consumo.

Referencial Teórico

O Corpo como Contexto Histórico

A concepção que se tem de corpo é fruto de uma construção antiga de valores,

do homem primitivo descrito por Costa (2011) ao homem ocidental moderno citado por

Breton (2012), que nos trouxe as atuais formas de enxergá-lo. Falar de corpo, na

sociedade moderna, requer uma reconstrução de uma longa jornada das concepções

anteriores que levaram o homem moderno aos conflitos atuais entre si e sua forma de

representação no mundo.

Até então, esse corpo tem passado por um processo de transformação e

inquietude que chega aos dias de hoje cheio de concepções e imaginários sobre

determinado ideal. Segundo Costa (2011, p. 248) “a assimilação de si mesmo se

amparava na forma como explicavam um mundo feroz, pelo medo que sentem diante do

perigo”. O homem antigo era a conexão mais verídica e original com o ambiente.

O corpo antigo e atual é tido como uma cultura bastante deslumbrante, o mesmo

é e sempre foi exposto em fotos e ilustrações, inclusive em pinturas de grandes pintores

mundial. Nessa perspectiva, Nóbrega (2010, p. 23) fala que “A percepção do corpo é

dominada pelas imagens da cultura de consumo, refletindo na percepção de vida social e

das relações humanas de um modo amplo. ”

Mesmo liberto das armaduras do templo cristão, o homem moderno amarrou a si

mesmo à aparente imposição de produção, fazendo-se escravo de si, uma necessidade

crescente. O conhecimento corporal e a solidificação da medicina sofisticada trouxeram

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mais uma forma de domínio do corpo através das possibilidades do mesmo (BRETON,

2012).

O verdadeiro papel do corpo na sociedade é imposto sem regras, sem padrão, um

corpo no qual ser e estar seja muito mais importante de como as pessoas querem que

sejam. Breton (2012) nos remete que o valor “atribuído ao corpo se inverte” (p. 246).

Enquanto que na Idade Média, o corpo tornava-se obstáculo para que o indivíduo

alcançasse a vida eterna.

Foucault (1987) discute o cárcere do corpo ao longo da história. Em um de seus

dizeres, ele traz a ideia do corpo durante a história e sua participação nesta, as várias

significações até então feitas, de cunho biológico, utilizada pelos historiadores. Porém,

para ele:

[...] o corpo também está diretamente mergulhado num campo político; as

relações de poder têm alcance imediato sobre ele; elas o investem, o marcam,

o dirigem, o supliciam, sujeitam-no a trabalhos, obrigam-no a cerimônias,

exigem-lhe sinais. Este investimento político do corpo está ligado, segundo

relações complexas e recíprocas, à sua utilização econômica; é, numa boa

proporção, como força de produção que o corpo é investido por relações de

poder e de dominação; mas em compensação sua constituição como força de

trabalho só é possível se ele está preso num sistema de sujeição (onde a

necessidade é também um instrumento político cuidadosamente organizado,

calculado e utilizado); o corpo só se torna força útil se é ao mesmo tempo

corpo produtivo e corpo submisso (FOUCAULT, 1987, p. 29).

Esta frequência do corpo perante a história traz a eclosão de uma nova cultura e

ela tem definido os corpos como objetos. Que para Santos (2011, p. 08), afirma que:

De fato, atualmente, as preocupações com o corpo são introduzidas em todas

as experiências de vida das pessoas, como se o corpo, fosse um objeto

problemático à nossa existência, um acessório que precisa ser consertado,

remodelado e aperfeiçoado e, assim, trazer soluções para outros problemas da

dimensão da vida humana. O corpo tornou-se, portanto, um ideal do “eu” e

uma representação do “outro”.

Ao referir-se ao corpo, Merleau-Ponty (1999, p. 269) nos destaca que

“ele é sempre sexualidade ao mesmo tempo em que liberdade, enraizado na natureza no

próprio momento em que se transforma pela cultura, nunca fechado em si mesmo e

nunca ultrapassado”.

Segundo Fischler (1995), o corpo cria na sociedade atual uma conduta que

resulta várias coerções sociais. Basta lembrar as situações menosprezadas e desprestígio

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que é vivenciada pelos obesos e pelas pessoas que se consideram feias na sociedade

atual.

Falar de corpo, na sociedade moderna, requer uma reconstrução de uma longa

jornada das concepções anteriores que levaram o homem moderno aos conflitos atuais

entre si e sua forma de representação no mundo. A questão da própria aceitação de si

como sujeito único já é algo para o que se voltar. Breton (2012), discute sobre a

construção da concepção de corpo atual, que navega por uma complexa relação entre o

homem, à natureza e as matérias primas que compõem a espessura do homem.

Corpo/Mídia versus Sociedade de Consumo

A mídia cotidiana tem sido uma grande influência para o corpo, ela quem traz

uma falsa fisionomia corporal para sociedade, uma fisionomia padrão, de impor que o

tão sonhado corpo e perfeito em si, seja o corpo magro, mostrando que as pessoas

podem fazer de tudo para tê-lo, tornando assim um instrumento para sociedade. Adorno

e Horkheimer (1985) concretizam que todo o meio de comunicação proposto pela mídia

impõe o padrão de corpo perfeito, e uma das ideias utilizadas para que as pessoas

possam seguir os modelos do mesmo é utilizar estereótipos.

A mídia tem uma grande parcela de responsabilidade nessa distorção dos

conceitos de “corpo belo” e “corpo não belo”, afinal está aí para quem quiser ver e

ouvir, programas de televisão, concursos de beleza e desfiles de moda, que mostram

mulheres com seus “corpos perfeitos” e tonificados a mostra. Esses programas e

concursos só ajudam a reforçar o narcisismo contemporâneo e a sociedade capitalista,

em que tudo está à venda, basta querer e poder.

Essas tecnologias estão aí e sendo incentivadas abertamente, de uma forma

perigosa, pelos meios de comunicação mais procurados pelos jovens. Estão no topo

dessa procura programas de auditório voltados para o público jovem e revista

especializada, também neste aspecto estão voltados principalmente os concursos de

beleza, que vem sendo um grande atrativo e influenciador na mídia atual, buscando e

rotulando a maneira de como deve ser o corpo feminino, para que seja aceito pela

sociedade.

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O corpo de antes, era um corpo em que a mulher poderia ser o que ela quisesse,

sem intervenção de padrão perfeito. Quanto mais ela estava acima do peso, mais bonita

era, de modo que a sociedade achava e não intervia em seu emponderamento cultural e

estético. Ao contrário da atualidade, que cada vez mais elas vêm se moldando conforme

a mídia estabelece. A influência da mídia é muito presente em diversos tipos de

comunicação. Hoje, é ela quem dá ênfase e um grande ponta pé em muitas pessoas que

querem ter o corpo belo. Segundo Adorno e Horkheimer (1985) expressa que a

influência das mídias, tem grandes efeitos, em relação a fábrica cultural, no que se

refere ao alastramento de valores estéticos impostos pela sociedade.

Os meios de comunicação vêm sendo a cada dia uma nova ideia para as

mulheres se espelharem, desde produtos como, cintas, remédios, cremes, roupas e várias

outras farsas. Fontanella (2005), fala que a cultura do consumismo para o corpo serve

como parte de exclusão, pois os que não estão de acordo com a padronização social, são

constrangidos.

Quando se trata de publicidade do corpo, vale ressaltar o quanto as revistas,

jornais e sites famosos, vem trazendo estampas de corpos sarados, magros, pele macia,

sem nenhuma imperfeição. A mídia escrita, mostra-se mais sensacionalista quando se

percebe a grande valorização do estilo atlético que algumas revistas impõem a seu

público, geralmente voltadas para a leitura feminina. As mulheres, com as facilidades

que estão à venda, acabam caindo fácil na rede das “soluções” rápidas para ter um físico

perfeito mais rápido e sem esforço.

Uma das principais revistas que expõe corpos de mulheres é a Vogue. Esta

Revista, está entre os meios de comunicação mais famosos para divulgação de novos

estilos no mundo da moda. Era antes reconhecida como a que mais explorava o modelo

de corpo padrão, e não poderia deixar de citá-la neste estudo, pois hoje, já não é mais

vista como um meio que estereotipa, fugindo do padrão de beleza, mostrando que a

mulher ideal não é somente magra, é historicamente construída com sua identidade.

Corpo e Cultura no Contexto da Educação Física

A Educação Física tem um papel importante para a sociedade nessa trajetória de

padrão corporal, podendo enfatizar e mudar o conceito dessa sociedade modulada pela

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mídia. Acredita-se que a Educação é capaz de mudar a cercania do sujeito. Esta parece

comprometer-se com a transformação da sociedade a partir do momento em que o

indivíduo se apropria dela com uma forma crítica fazendo gerar pensamentos acerca do

seu meio. Gonçalves (1994) afirma que podemos escapar de uma vida de opressão, de

alienação e injustiças sociais. Para o grande autor, a educação tem total importância

para mudar o pensamento da humanidade. A educação tem um importante papel de

colocar o sujeito a par de sua realidade. Daólio (1995), em seus raciocínios sobre corpo

e cultura, defende um homem provido de uma história, de raízes, que são retratadas no

seu corpo.

Sobre isso Bracht (1999, p.73) acredita que:

[...] o nascimento da EF se deu, por um lado, para cumprir a função de

colaborar na construção de corpos saudáveis e dóceis, ou melhor, com uma

educação estética (da sensibilidade) que permitisse uma adequada adaptação

ao processo produtivo ou a uma perspectiva política nacionalista, e, por

outro, foi também legitimado pelo conhecimento médico-científico do corpo

que referendava as possibilidades, a necessidade e as vantagens de tal

intervenção sobre o corpo.

O tratamento dado a Educação Física a partir desse caráter técnico e estético

reflete as características de uma sociedade inserida na lógica capitalista, a qual

estabelece um culto ao corpo, priorizando a beleza física como definidora da identidade

pessoal. Faz-se necessária, então, uma reflexão com relação a essa cultura, que, em sua

pluralidade, valoriza princípios estéticos e minimiza os sujeitos a uma lógica

individualista e de submissão.

Brandl (1998, p.64) nas suas reflexões acerca dos paradigmas que norteiam a

educação física geral e a educação física em especial neste século, cita que:

É pressuposto básico, para que haja uma mudança significativa na educação

física, o abandono urgente da visão dualista do homem (corpo-mente).

Somente a partir desta mudança de paradigma (que não pode ser parcial, mas

integral e efetiva) é que esta área poderá formular novas perspectivas.

Santin, (2002, p. 62) exterioriza que “torna-se fundamental a cultura corporal

baseada no respeito à vida. O corpo não pode continuar sendo instrumento ou meio para

atingir um resultado”. Ele nos lembra de que “a história é testemunha de ordens sociais

discriminatórias e odiosas, mas sempre em nome da preservação do ideal de

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humanidade” e que “hoje não estamos livres destes processos de exclusão. Apenas

mudamos de modelo, não sei se menos perverso”.

Nos dias atuais há um interesse e cuidado com os conteúdos do currículo

escolar, em vários campos do saber. Mas, a questão do Ser Humano, sua corporeidade

como processo de autodesenvolvimento, como processo de autoconhecimento e auto

expressão, não tem tido a importância que deveria ter. É preciso se assumir como

pessoa, como ser único. Trabalhar este tema nas escolas, especificamente nas aulas de

Educação Física, que temos oportunidade de intervir, embora nunca se deva esquecer a

responsabilidade social que temos também fora da escola. Que para Daólio (2001, p.34),

nas suas reflexões sobre a Educação Física Escolar:

[...] não deve ser vista como a área que apenas e tão-somente irá ensinar aos

alunos as técnicas ‘corretas’ dos esportes, da ginástica ou da dança, ou a que

vai corrigir ou refinar os gestos, mas a área que vai a partir da dinâmica

cultural específica de seus alunos no que se refere às questões do corpo, do

movimento, dos esportes, etc. para ampliá-la, discuti-la, confrontá-la, refutá-

la, enfim, tornar o aluno um sujeito emancipado e autônomo nas questões

corporais.

Na sociedade moderna, constata-se o aumento da consciência corporal e do uso

da sensualidade como instrumento de sedução e obtenção de vantagens de todos os tipos

nas relações interpessoais. Mauss (2003), afirma que o corpo é o primeiro e mais natural

instrumento, objeto e meio técnico do homem, é a melhor ferramenta para aferir a vida

social de um povo. Cabe a ele uma linguagem que se institui antes daquilo que

denominamos “falar”, ou seja, exprimir um conjunto de valores, crenças e ideais

aprendidos durante a vida e numa determinada cultura. São manifestações simbólicas,

dotadas de significado e sentido, representadas numa corporeidade manifestada no

conjunto de relações sociais que os indivíduos estabelecem no dia a dia.

Metodologia

Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, para a identificação sobre as

concepções de corpo exposto pela mídia. Adotou-se a revisão integrativa da literatura,

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uma vez que ela contribui para o processo de sistematização e análise dos resultados,

visando a compreensão de determinado tema, a partir de outros estudos independentes.

A presente revisão compreendeu as seguintes etapas: (i) levantamento das

bibliografias em base de dados, através de descritores preestabelecidos; (ii) leitura dos

títulos e dos resumos, com posterior seleção dos estudos diretamente relacionados ao

objetivo ora proposto; (iii) recuperação e exame dos artigos selecionados, na íntegra;

(iv) categorização do conteúdo das produções.

A coleta de dados foi realizada em duas etapas. A primeira consistiu na busca

avançada nas bases de dados Plataforma Periódicos CAPES e a Biblioteca virtual

SciELO. Dessa forma, procurou-se ampliar o âmbito da pesquisa, minimizando

possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da revisão integrativa, fazendo

uso para a pesquisa dos seguintes descritores: “Corpo e mídia” e “Sociedade de

Consumo Corporal”.

Quadro 01: Pesquisa por Descritores

Fonte: Dados coletados pelo autor (2019)

Este levantamento foi realizado no período de Março de 2019 a Outubro de

2019. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: últimos 09

anos, artigos originais, em língua portuguesa e que se aproximem da temática após

leitura dos títulos e resumos. Foram excluídos da pesquisa aqueles que se distanciaram

da temática após leitura na íntegra, não gratuitos e duplicados. Por meio desse processo,

obteve-se 10 artigos para discussão.

DESCRITORES FONTE TOTAL DE

REGISTROS

TOTAL DE

TRABALHOS

RELACIONADOS

O TEMA

TOTAL DE

TRABALHOS

SELECIONADOS

CORPO E

MIDIA.

Periódicos

CAPES: 2

SciELO: 3

2461 542 5

SOCIEDADE DE

CONSUMO

CORPORAL.

Periódicos

CAPES: 2

SciELO: 3

1832 406 5

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Fluxograma 01 – Seleção e Identificação dos Artigos

Fonte: Dados coletados pelo autor (2019)

Após o processo de seleção e identificação dos artigos que obedeceram aos

critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, foi realizada leitura na íntegra de todos os

artigos. Posteriormente a releitura de cada, preencheu-se um quadro síntese com as

seguintes informações: identificação, autor, título, metodologia, resultados e ano.

Quadro 02: Síntese dos Artigos ID AUTOR TÍTULO METODOLOGIA RESULTADOS ANO

A1

Waléria do Socorro

de Oliveira Ainett;

Vanessa Vieira

Lourenço Costa e

Naíza Nayla

Bandeira de Sá

Fatores

associados à

insatisfação com

a imagem

corporal em

estudantes de

nutrição

O trabalho se trata de

um estudo

transversal,

quantitativo

descritivo, com uma

amostra de

conveniência do tipo

correlacional que tem

A população do

estudo foi formada

por13 3 estudantes

do curso de

Nutrição. E teve

como característica

os resultados de

distribuição do

2017

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como objetivo

associar uma variável

dependente

(desfecho) e causa

um grande efeito

entre elas.

gênero, 80,5% dos

estudantes são do

sexo feminino e

19,5% masculino.

A2

Ana Carolina

Capellini Rigoni;

Felipe Gustavo

Barros Nunes e

Karina das Mercês

Fonseca

O culto ao corpo

e suas formas de

propagação na

rede social

facebook:

implicações para

a Educação Física

Escolar

Uma compreensão

sobre o Facebook

como uma agência

estimuladora do

“culto ao corpo”, o

estudo procurou

analisar de que forma

algumas práticas

como dietas,

cirúrgicas, entre

outras intervenções

do mercado de

consumo, na busca

do corpo perfeito.

Estas questões são

fundamentais

principalmente

quando

presenciamos

inúmeras mulheres

(adolescentes e

adultas) furtando-

se de um dia na

praia ou na piscina,

por exemplo,

simplesmente por

vergonha de se

exporem.

2017

A3

Amliz Ferreira

Lopes e Érika de

Sousa Mendonça

Ser jovem, ser

belo: a juventude

sob holofotes na

sociedade

contemporânea

o artigo foi pensado e

formulado baseando

em uma pesquisa

empírica, de forma

qualitativa.

Segundo a revista

da Associação

Brasileira de

Academia (ACAD

Brasil, 2014, p.

22), o Brasil é o

segundo pais que

mais recebe alunos

em academias na

busca de o corpo

perfeito.

2016

A4

Terezinha Petrucia

da Nóbrega; Maria

Isabel Brandão de

Souza Mendes e

Jacques Gleyse

Compreensões de

corpo na

educação física:

análise de

conteúdo das

revistas EPS

(França) e RBCE

(Brasil)

Foi analisado no

estudo 76 artigos da

Revue Éducation

Physique et Sportive

e 74 da Revista

Brasileira de

Ciências do Esporte.

Esta pesquisa

buscou analisar a

visão de corpo e a

maneira como essa

compreensão é

transformada no

campo da

Educação Física.

2016

A5

Vivian Iara

Strehlau; Danny

Pimentel Claro e

Silvio Abrahão

Laban Neto

A vaidade

impulsiona o

consumo de

cosméticos e de

procedimentos

estéticos

cirúrgicos nas

mulheres? Uma

investigação

exploratória

A metodológica

deste estudo é de

caráter quantitativa,

os dados foram

obtidos com um

instrumento de

pesquisa feito com

perguntas fechadas.

O estimado modelo

apresentou um

ajuste bastante

aceito, nos dados

dos indicadores

estatísticos da. E

como já era

esperado, rejeitou o

teste a significância

de 1%.

2015

A6

Francisco Nataniel

Macêdo Uchôa;

Romário Pinheiro

Lustosa; Maria

Tatiana de Lima

Rocha; Thiago

Medeiros da Costa

Daniele e Ágata

Causas e

implicações da

imagem corporal

em adolescentes:

um estudo de

revisão

Essa pesquisa foi

realizada e

caracterizou-se como

uma revisão de

literatura.

Ao todo foram 56

artigos

encontrados, 23

estavam dentro dos

critérios da seleção.

2015

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Cristina Marques

Aranha

A7

Fernanda Lyrio

Heinzelmann;

Patrícia Fasolo

Romani; Adriana

da Silva Lessa;

Marília Saldanha

da Silva e

Marlene Neves

Strey

A tirania da moda

sobre o corpo:

submissão versus

subversão

feminina.

Esse trabalho visa

compreender as

intersecções entre

moda e padrões de

beleza. Abordando o

corpo como é dito no

universo da moda.

O principal foco

deste artigo é

aprofundar as

relações sociais e

de gênero que

acreditamos que

tenham uma

relação íntima na

busca pela

magreza.

2014

A8

Virginia Costa

Lima Verde Leal;

Ana Maria

Fontenelle Catrib;

Rosendo Freitas de

Amorim e Miguel

Ângelo Montagner

O corpo, a

cirurgia estética e

a Saúde Coletiva:

um estudo de

caso.

O estudo se

caracteriza por uma

pesquisa de caráter

qualitativo, a

população do estudo

foi composta por 2

grupos, um de quatro

jovens universitárias

e um grupo

composto por quatro

cirurgiões plástico.

Este artigo procura

entender a relação

entre a cirurgia

plástica e a saúde

coletiva, usando

uma metodologia

de estudo de caso.

2010

A9

Maria Aparecida

Conti; Maria

Natacha Toral

Bertolin e Stela

Verzinhasse Peres

A mídia e o

corpo: o que o

jovem tem a

dizer?

Trata-se de um

estudo do tipo

transversal, no qual

teve como

participantes

adolescentes que

fossem matriculados

em uma instituição

da rede particular de

ensino no ABC

paulista.

Os 121 jovens que

participaram, 63%

eram do sexo

feminino, com as

idades das

adolescentes

variando entre onze

e dezoito anos.

2010

A10

Clara Maria

Silveira Monteiro

de Freitas

O padrão de

beleza corporal

sobre o corpo

feminino

mediante o IMC.

O estudo procurou

analisar a imagem do

corpo feminino em

uma pesquisa quali-

quantitativa, de

forma descritiva. Os

dados foram todos

categorizados, e

apresentados.

Quando analisadas

as imagens do

estudo (88,4%) dos

estudados

caracterizou como

o padrão de corpo

belo, o corpo

magro.

2010

Fonte: Dados coletados pelo autor (2019)

Discussões

A amostra final desse projeto, foi composta por 10 artigos, que foram

selecionados pelos critérios de inclusão estabelecidos. Os artigos foram encontrados nas

bases eletrônicas de duas fontes, Periódicos CAPES e Biblioteca virtual da Scielo.

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Diante dos artigos encontrados, conclui-se para o estudo de acordo com os descritores

utilizados os seguintes assuntos a serem abordados:

Corpo e Mídia

Na sociedade atual existe uma crescente intensificação do culto ao corpo, a

mulher vem se preocupando com a sua imagem corporal. Com isso, a mídia é uma

grande arma que ajuda na modificação do corpo, trazendo inúmeros meios para a

transformação do corpo feminino, por meio da publicidade, vem influenciando a

sociedade mudar o seu corpo. Segundo Miranda et. al, (2011), em A6 a insatisfação da

imagem corporal de adolescentes é um problema que está evidente em várias regiões do

mundo. Uma geração de idade que tem o poder de se sentir pressionado pela sociedade

midiática.

Contudo, Castro (2007) nos revela na sua pesquisa em A10 que o culto ao corpo

é visto também em revistas importantes, demonstrando uma grande adoração a

padronização do corpo, que vem mesclando argumentos estéticos e técnicos. Como

afirma Soares (1997) apud Freitas et. al (2010) ainda em A10, diz que ao analisar a

beleza corporal de uma mulher, é possível declarar que nela, recai um padrão. Da

mesma forma que Wolf (1992) diz que as revistas femininas são as principais

responsáveis para democratizar a beleza, e isso aconteceu especificamente quando

começaram a publicar anúncios entre os séculos XIX e XX.

Deste modo, o culto ao corpo é a maneira com que a mídia vem rotulando um

padrão estético em revistas de grande público, sendo correto afirmar que isso é uma das

principais formas de manipulação para mulheres. Como ressaltam Garritano e Sadala

(2009), Santos e Zanotti (2013) e Tucherman (2004) em A3, que o corpo reflete como

respostas de grande impacto psicossocial em jovens e mulheres, que estão situadas no

poder social de ser bela e estar dentro dos padrões midiatizados que soam como

expressões de aceitação.

Novaes (2006, p. 66-67) em A3, concorda com os autores acima e afirma que

“os padrões de estética podem ser entendidos como um molde de regulamentação

social, que vem estreitando e penitenciando, com as suas declarações” Com isso, a

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mídia pode intervir como meio de transformação para população, tudo o que é imposto

por ela, é o melhor a seguir. Como ressalta Shilder (1994) em A6, a imagem corporal é

uma figura do corpo formada em sua mente, que de modo geral é a maneira de como o

corpo é representado para nós. O mundo da moda é um dos mais espelhados pelas

mulheres que querem ter o corpo perfeito, elas buscam sempre está perto do corpo das

modelos de passarela. Com isso, essas mulheres estão sujeitas a tudo para chegar a esse

corpo padrão.

Em estudos de Goldenberg e Ramos (2002) e de Stenzel (2004) em A7,

comprovam que as mulheres que não têm vínculo profissional algum com a moda,

também desejam ter o corpo de modelos que está dentro dos padrões da mídia.

Entretanto, no imaginário nacional e internacional está sempre presente o aspecto do

corpo feminino da brasileira, que vem com um grande destaque nas nádegas e quadris.

Garder (1996) em A6, fala que a autoimagem corporal se conceitua em uma figura

mental, em que está no formato e na medida, juntamente com os centímetros que é

desejado pela mulher.

Rousso (2000) em A7, diz que a inquietação de si, com a imagem de seu corpo,

sempre está presente livremente da época ou classe social. O psicológico da mulher em

meio a mídia, fica altamente elevado, pois tudo aquilo que elas desejam, a mídia vem

impondo para seu pensamento de corpo e de como o seu corpo deve estar. Nos

primórdios do século XX, a mulher vem tendo uma adequação em sua beleza corporal e

sendo perseguida pela inclusão social de ser e estar no padrão do corpo perfeito.

Vilhena, Novaes e Rocha (2008), Martins (2010), Severiano, Rêgo, Montefusco

(2010) em A7, falam que atualmente a mulher vem ocupando espaços e

posicionamentos de grande destaque fora do âmbito doméstico, inclusive com o uso da

sua autoimagem corporal, que está no lugar que deseja e com o corpo que estar. Para

isso, é preciso que elas estejam de bem com consigo mesma, que estejam com o corpo

belo de modo que traga felicidade e realização.

Eco (2004) no A10, fala que o interesse pelo corpo belo, vem desde a Grécia

antiga, embora a época não favorecesse quanto ao que se diz respeito a mídia, ou até

mesmo pelos padrões que hoje são estabelecidos por ela. Atualmente, isso vem sendo

ainda mais aprimorado, devidos os meios de comunicação e divulgação da imagem, que

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não estão ligados apenas na propagação do corpo, mas também em tudo que se o diz

respeito.

Grogan (2017) e Conti et. al (2009) em A6, remetem que a imagem corporal é

compreendida como uma concepção e um sentimento de cada indivíduo, que vem

respeitando a dimensão perceptual de seu próprio corpo. Cash (2012) em A6, fala sobre

a dimensão perceptual, é quando o próprio indivíduo está fazendo uma acurácia ao seu

tamanho, formato ou peso do mesmo, que geralmente é medida por meio do grau de

distorção do tamanho do corpo que é perceptível.

Marques, Oliveira e Assis (2013) e Miranda et. al, (2011) em A1, se referem as

transformações do corpo por meio de sentimentos de negação e comparações com

outros corpos. No entanto, a mídia vem influenciando e isso faz com que a busca do

corpo perfeito vire excessiva. Como afirma Smolak e Thompson (2009), dependendo do

grau, essa insatisfação pode mudar várias coisas na vida do indivíduo e isso diz respeito

principalmente a sua alimentação.

Sociedade de Consumo Corporal

A mulher vem objetivando ainda mais as suas formas de mudança no corpo, para

algumas o limite é a perfeição e mesmo chegando a isso, ainda assim não estão

satisfeitas, pois a cada procedimento acabam descobrindo algo novo para modificar.

Featherstone (1994) em A2, concorda e diz que a imagem corporal é o principal recurso

da cultura do consumo e ainda remete que a consumação vem do cultivo arsenal de

imagens.

O tráfico da imagem digital é um conjunto que vem da suplica midiática, que

formula uma estrutura na qual as tendências são achadas e levadas para uma caça

simbólica do corpo perfeito e da beleza fictícia. O consumo excessivo de produtos de

beleza é uma busca elevada entre as mulheres que almejam o corpo ideal, elas estão

dispostas a tudo o que tiver direito para alcançar o seu objetivo corporal, que vai além

de produtos, até tratamentos estéticos.

Jones (2008) e Hunt, Fate e Dodds (2011) em A5, afirmam esse pensamento,

nos remetendo a ideia de que existem inúmeros estudos com uma abordagem de

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conhecimento cultural e histórica sobre o capitalismo da beleza e seus produtos de

consumo. Assim, como os autores Vacker e Key (1993), Guthrie e Kim (2009), Kim e

Seock (2009), concordam e falam que outro meio de abordagem são os produtos que

são oferecidos pelo mercado, em que no Brasil são alvos de um bom marketing que

servem como objetos de consumação.

Inúmeros produtos são expostos em anúncios publicitários, redes sociais de

clínicas de estética e revistas de moda, buscando a comercialização da mente das

mulheres que buscam um corpo imposto de regras, porém existindo sempre os dois

lados da situação, que englobam a saúde e o bem-estar da praticante desse consumo. No

Brasil, a população que mais é atingida no mercado de consumo é a feminina, composta

por jovens, adolescentes e mulheres adultas, vítimas de uma ditadura midiática, na qual,

tem o objetivo de definir e ditar os padrões imposto por ela.

Chataignier (2002) em A8, diz que as revistas femininas também são grandes

contribuintes nessa doutrina de medidas corporais, trazendo o padecimento como modo

de aclamar a beleza, e para isso, procuram a dor para suprir essas necessidades, que são

por meio das cirurgias estéticas e plásticas. Com isso, devemos concordar com Vieira

(2006) que no A5, em relação a cirurgia estética, não podemos largar de vista essa

especialidade médica, porque na área da saúde não se pode dispensar o seu acordo com

o bem-estar da paciente. Muitas vezes, as mulheres buscam essas cirurgias como um

meio de realização de um corpo e até mesmo por vaidade.

Avelar e Veiga (2011) no A5, dizem que a vaidade está entrelaçada com a

autoestima corporal da mulher e Salomon (2008) ressalta que isso também reflete acerca

da positividade do conceito da mulher sobre o seu próprio corpo. A vaidade é uma das

definições do padrão estético e também da beleza corporal que é construída

culturalmente, sendo característica da personalidade da mulher que gosta de se expor e

estar sempre bonita.

A desordem alimentar, está presente na vida de várias mulheres, que buscam ter

um corpo saudável, achando que estão se alimentando de forma coerente. Alves (2008),

Scherer (2010) e Forte (2013) no A6, debatem e concordam entre eles que as procuras

por esporte, alimentação e academias em busca de um corpo perfeito, são diagnósticos

dos transtornos alimentares, como anorexia e bulimia nervosa. O sexo feminino no qual

está sendo estudado é um dos mais atingidos em transtornos alimentares e tem alta

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prevalência no comportamento e riscos de Transtornos Alimentares, como relatam

Rodgers e Flament (2011) e Stice (2000) no A6.

Alvarenga et al. (2010) em A1, diz que, essa obsessão pela busca do corpo

perfeito, além de atingir a saúde, também pode trazer uma deformação na sua imagem

corporal. Costa (2005) no A3, diz que os cuidados com o corpo representam um

importante papel, pois a estética vem como um meio de regulamentação psicossocial,

como também na significação que é dada para esses cuidados. Muitas vezes o

esporte/saúde, também é um meio para adequação do corpo perfeito que é tido como

objeto instituído desde Platão. Merleau Ponty (1960) em A4, fala que o corpo pode sim

ser comparado a um objeto, mas não seria um objeto científico, antes a uma obra de

arte, em sua natureza aberta, inacabada e expressiva.

Jansen (2010) em A5 fala que, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos

quando se trata de procedimentos estéticos e cirúrgicos. Maller e Reiss (1992)

concordam e refletem que pessoas vaidosas propendem a se encaixar em um modelo

estético, que se ligam a uma autovalorização e uma autoestima elevada. Mowen e Minor

(2003) ainda em A5, dizem que o pensamento e a envoltura são bastante críticos em

respeito da vaidade e salientam que existe uma diversidade de tópicos em relação ao

consumidor.

O cuidado com a beleza retrata e monitora uma preocupação contínua com os

efeitos estéticos. Segundo Bloch e Richins (1993) no A5, os cuidados com o corpo e

com a beleza, se tornaram uma espécie de lazer, com a tamanha naturalidade de lhe dar

com a situação. A vaidade hoje, é uma das grandes aliadas e de grande influência

midiática, pois, o quanto mais a mídia lança estratégias para alimentar-se, mais é

crescente o número de mulheres seguindo à risca o que ela impõe, aumentando assim a

consumação.

É importante ressaltar aqui nesse estudo a importância da Educação Física por

meio do esporte, alimentação e academias, que são grandes meios de contribuição e

melhoria para um corpo saudável. Segundo a Associação Brasileira de Academia -

ACAD, em uma pesquisa no ano de 2014 no A3, o Brasil ficou em segundo lugar em se

tratar de número de academias, e ocupa o quarto lugar em países que estão no ranque de

pessoas que buscam a academia como meio de transformação para o seu corpo. Goetz

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(2013) em A3, diz que todos esses elementos estão se propagando e contribuindo com o

crescimento da imagem corporal.

Considerações Finais

Quando se conceitua corpo e mídia, avalia-se o quanto é complexo, de

controvérsias, desafios e interrogações. As ideias apresentadas na presente revisão,

demonstram que a mídia é o principal meio de manipulação e alusão para um corpo

perfeito, e vem sempre inovando as suas formas de manipulação e modulação na

sociedade. A mesma, ainda por meio da tecnologia, alusão e exposição de imagens para

com a sociedade, expõe uma imensidão de lado que possibilitam mudanças na

concepção do corpo.

Entendemos ser este estudo uma importante contribuição, por oferecer subsídios

à reflexão sobre as repercussões de padrões estéticos em mulheres frente às informações

que recebem e assimilam em seu cotidiano, uma vez que tais ideais de beleza podem

fomentar a insatisfação dos sujeitos consigo, por não se adequarem aos corpos

propagados nas mídias.

Atualmente, ainda somos marcados por uma herança patriarcal que valoriza

características como controle, autoridade, competição, supremacia do pensamento

lógico e discriminação da multiplicidade. Falar sobre o corpo e seus ideais é falar do

sujeito em suas expressões e reivindicações contemporâneas, dos modos que constrói de

si no convívio em sociedade, das respostas que constrói frente a um leque de

expectativas partilhadas, de seus modos de subjetivar-se na relação com o outro.

Nesse sentido, os autores refletem a pertinência deste estudo, uma vez que tecer

informações sobre a temática nos compromete ainda mais nas ações de cuidado, bem

como nossa implicação política enquanto pesquisador e/ou profissional, atentos aos

movimentos constituintes que a mídia opera sobre nós no dia a dia, aí se incluindo uma

demanda de padronização de corpos e comportamentos que tem implicação direta na

construção subjetiva contemporânea, especialmente no contexto da juventude.

Como o culto ao corpo é um fenômeno cultural e a busca da cirurgia preenche

não somente um ideal de perfeição, mas também uma adequação às crenças e processos

culturais, pode contribuir para um bem-estar e um sentimento de pertencimento. Em

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razão desta valorização, vivemos numa cultura de produção em massa e padronização, o

que nos estimula a uma desassociação das emoções para uma adaptação extrema ao

coletivo, deixando adormecida a própria subjetividade e singularidade.

Portanto, profissionais, gestores da saúde e especialistas da mídia, devem se

comprometer em conhecer mais a profundamente estas relações e propor medidas de

intervenção que proporcionem a valorização dos aspectos positivos do uso da mídia.

Sem a pretensão de dar a temática por encerrada, espera-se que esta pesquisa fomente a

reflexão sobre os cuidados como corpo repercuta em um posicionamento crítico perante

as informações que absorvemos, seja pelos meios midiáticos, seja por aqueles com

quem nos relacionamos.

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