Corpo

49
1 INTRODUÇÃO Nos conflitos recentes, foram beneficiados os Exércitos que possuíam a capacidade de antecipar as ações inimigas, sem expor suas tropas ao confronto direto, evitando perdas desnecessárias, com isso o conceito combinado de STAR (Surveillance, Target Acquisition, and Reconnaissance) ganhou grande importância. O combate deixou de ser realizado apenas na linha de contato levando o comandante a se preocupar também com ações mais profundas contra o inimigo. Dentre as ações profundas que devem ser buscadas para desequilibrar o dispositivo do inimigo, destaca-se a aplicação de fogos maciços em profundidade (Brasil, 1997, p.2-14). A guerra moderna caracteriza-se pela realização de ataques precisos a alvos previamente selecionados, conduzidos por armas estratégicas e táticas a uma grande distância, com a busca de alvos, tendo enorme importância para as operações militares. Neste contexto, cresce de importância o uso de radares de vigilância terrestre e de contrabateria, observadores avançados e de profundidade e plataformas aéreas tripuladas e não-tripuladas com alta tecnologia. Face ao exposto, nota-se que o subsistema busca de alvos (Target Acquisition) aumenta a rapidez e a eficiência da artilharia, além de oferecer informações primordiais à decisão do comandante operacional. 11

Transcript of Corpo

Page 1: Corpo

1 INTRODUÇÃO

Nos conflitos recentes, foram beneficiados os Exércitos que possuíam a

capacidade de antecipar as ações inimigas, sem expor suas tropas ao confronto

direto, evitando perdas desnecessárias, com isso o conceito combinado de STAR

(Surveillance, Target Acquisition, and Reconnaissance) ganhou grande importância.

O combate deixou de ser realizado apenas na linha de contato levando o

comandante a se preocupar também com ações mais profundas contra o inimigo.

Dentre as ações profundas que devem ser buscadas para desequilibrar o dispositivo

do inimigo, destaca-se a aplicação de fogos maciços em profundidade (Brasil, 1997,

p.2-14).

A guerra moderna caracteriza-se pela realização de ataques precisos a alvos

previamente selecionados, conduzidos por armas estratégicas e táticas a uma

grande distância, com a busca de alvos, tendo enorme importância para as

operações militares. Neste contexto, cresce de importância o uso de radares de

vigilância terrestre e de contrabateria, observadores avançados e de profundidade e

plataformas aéreas tripuladas e não-tripuladas com alta tecnologia.

Face ao exposto, nota-se que o subsistema busca de alvos (Target

Acquisition) aumenta a rapidez e a eficiência da artilharia, além de oferecer

informações primordiais à decisão do comandante operacional.

Apesar de ser prevista a existência da Bateria de Busca de Alvos na Artilharia

Divisionária (Bia BA/AD), na prática a artilharia se recente da inexistência desta

Subunidade.

Mas em que medida os meios de Busca de Alvos irão influenciar nos fogos da

Artilharia, algumas questões de estudo podem ser formuladas no entorno deste

questionamento:

a) Quais os meios de BA existente no Exército Brasileiro ?

b) Quais os meios de BA existentes em outros países?

c) Quais as possibilidades e limitações dos meios de BA citados?

d) O que pode ser empregado no Brasil do que foi estudado?

A Artilharia Brasileira necessita de meios de BA eficientes com finalidade de

neutralizar o inimigo. Por ser Observador Aéreo formado em 2006, e por entender

que a doutrina de Busca de Alvos necessita de complementação e atualização, uma

vez que o manual desta matéria é de 1978, decidi realizar o presente estudo.

11

Page 2: Corpo

A inexistência no Exército Brasileiro (EB) de meios, de frações especializadas

ou centros de especialização na área que trate do assunto Busca de Alvos (BA),

trazem algumas conseqüências, como por exemplo: a desatualização do manual e

da doutrina de busca de alvos, a falta de adestramento nesta especialidade e a

diminuição da eficiência dos sistemas operacionais apoio de fogo e inteligência.

Neste sentido, o referido trabalho justifica-se por aumentar o conhecimento

acerca dos meios de BA, bem como suas possibilidades e limitações, fazendo com

que um tema atual e de grande importância para Artilharia de Campanha possa ser

explorado e analisado mais intensamente.

Desta forma, pretendo contribuir com um acréscimo de informações e idéias a

respeito desta ferramenta tão útil para artilharia de campanha, ao analisar esses

aspectos, será possível verificar o que pode ser ratificado ou retificado na nossa

doutrina.

Para realizar a abordagem desse assunto, este trabalho foi dividido em 6

capítulos, sendo que estou realizando a introdução no capítulo 1.

No capítulo 2 são apresentados, inicialmente, alguns conceitos doutrinários

sobre a Busca de Alvos na Artilharia, muito importantes para o entendimento do

trabalho.

No capítulo 3, verifica-se os meios de BA existentes na prática e na doutrina

do Exército Brasileiro.

O capítulo 4 aborda alguns meios de busca de alvos existentes em outros

países. Nesta parte do trabalho são analisados alguns sistemas interessantes que

podem vir a ser úteis para a Força Terrestre.

No capítulo 5 são apresentadas as possibilidades e limitações dos meios de

BA analisados.

No capítulo 6, como conclusão do trabalho, é feita uma sugestão de

modernização dos diversos meios de BA, baseada nas informações apresentadas

durante todo o trabalho.

1.1OBJETIVO

Estudar os diversos meios de BA que a Artilharia de Campanha pode

empregar.

12

Page 3: Corpo

A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral de estudo, foram

formulados os objetivos específicos, abaixo relacionados, que permitirão o

encadeamento lógico do raciocínio descritivo apresentado neste estudo:

a) realizar uma pesquisa bibliográfica a fim de identificar os principais meios

de BA existentes em nossa Doutrina;

b) analisar alguns meios de BA de outros países;

c) comparar e analisar os meios de BA que a Artilharia de campanha pode

empregar;

d) avaliar o que poder ser melhorado na doutrina existente de BA.

1.2PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Será feito um estudo bibliográfico nos meses de março, abril e maio de 2008,

na biblioteca da EsAO, que terá por método a leitura exploratória e seletiva do

material de pesquisa, que será analisado e integrado ao trabalho.

As fontes de pesquisa serão baseadas em publicações de manuais, revistas e

sites da internet especializados no assunto. O delineamento da pesquisa

contemplará as fases de levantamento e seleção bibliografia, coleta de dados, crítica

dos dados e conclusão dos resultados.

2 A BUSCA DE ALVOS NA ARTILHARIA

2.1 GENERALIDADES

Podemos definir a busca de alvos como sendo o subsistema de artilharia que

tem por finalidade detectar, identificar e localizar no campo de batalha, elementos

inimigos que possam interferir na execução da operação ou que se neutralizarmos

ou destruirmos afetaremos sensivelmente o poder de combate do oponente.

(BRASIL, 1978, pág 1-1)

O manual de busca de alvos na artilharia de campanha divide a BA em dois

tipos, segundo o meio utilizado para localização do alvo, podendo ser direta ou

indireta.

Na busca direta realizamos a procura por meio de um dos órgãos de busca,

como por exemplo, radar de contramorteiro, radar de contrabateria, etc. A busca

13

Page 4: Corpo

indireta é fruto de processamento de informes de variados órgãos de busca, como

por exemplo a comparação do interrogatório de prisioneiros de guerra (PG) com

relatório de atividades de radiocomunicação e com o relatório de movimento de

viaturas, fornecido por meios aéreos. (BRASIL, 1978, pág 1-1)

O presente trabalho focará a busca direta, que é mais pertinente ao objetivo

proposto neste TCC.

2.2OBJETIVO

A busca de alvos tem como principal objetivo possibilitar a aplicação de fogos

precisos e oportunos sobre alvos que possam vir a comprometer a missão da força

apoiada. (BRASIL, 1997, p.6-3).

Sendo assim, a BA influi no sucesso de toda operação e terá papel central

nos fogos de apoio, aprofundamento e contrabateria na artilharia de campanha.

2.3CONCEITOS

Os conceitos listados abaixo, são de grande importância para o entendimento

deste trabalho.

2.3.1 Inteligência na artilharia

Segundo as IP 30-1, a inteligência é a atividade exercida com o objetivo de

produzir conhecimentos de interesse do comandante (ramo da inteligência) e

proteger conhecimentos sensíveis (ramo da contra-inteligência).

“A atividade de inteligência produz dois elementos básicos: conhecimentos orientados para a decisão e conhecimentos sobre alvos. O comandante da força emprega os primeiros no planejamento e execução da manobra e os demais na aplicação do poder de fogo. Ambas são oriundas da mesma estrutura sistêmica de inteligência existente em operações, porém o conhecimento sobre alvos deve satisfazer as condições mais rigorosas de precisão e oportunidade” (Brasil, 1997, p.6-1 ).

A Busca de Alvos pode produzir os dois conhecimentos citados acima. Em

virtude disso, podemos verificar que a Busca de Alvos faz parte da Inteligência

Militar.

14

Page 5: Corpo

2.3.2 Busca de alvos

“A coleta de dados na artilharia de campanha recebe a denominação de busca de alvos. É a parte da atividade de inteligência que envolve a detecção, a identificação e a localização de alvos terrestres, a fim de permitir o emprego eficaz das armas de apoio de fogo” ( Brasil ,1997,p.6-1).

Percebe-se então que a atividade de inteligência, mais especificamente a

busca de alvos, é de grande importância na eficácia da artilharia de campanha.

2.3.3 Vigilância de combate

Chama-se de vigilância de combate a observação sistemática e contínua

(diurna, noturna e sob quaisquer condições meteorológicas ) do campo de batalha, a

fim de propiciar oportunos informes às operações táticas ( BRASIL, 1978, p.1-1 ).

Os meios de BA podem realizar esta vigilância de combate.

2.3.4 Observaçâo

O manual do Grupo de Artilharia de Campanha informa que a observação é a

análise e verificação de um fato ou ocorrência de valor militar. Podemos concluir

então, que a Busca de Alvos, a Inteligência e a Vigilância de Combate empregam a

observação.

Conforme o manual de campanha C 6-121, a observação direta é aquela

obtida diretamente pela vista, quer a olho nu, quer auxiliada por instrumentos

eletrônicos ou óticos; a indireta é conseguida pelo estudo de imagens, como por

exemplo as produzidas por satélites e fotografias retiradas por aeronaves.

2.3.5 Contrabateria

Chama-se contrabateria o desencadeamento de fogos sobre meios de apoio

de fogo inimigos (morteiros ou artilharia) que tenham sido localizados e identificados,

reduzindo assim a eficiência dos fogos inimigos sobre as posições da tropa amiga

(Brasil, 1994, p.6-7).

15

Page 6: Corpo

A Contrabateria será realizada, após o trabalho de busca de alvos ou de

inteligência terem obtido êxito em suas respectivas tarefas.

2.3.6 ISTAR

O conceito de ISTAR - Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and

Reconnaissance (Inteligência, Vigilância, Busca de alvos e Reconhecimento) é

comumente analisado a parte no Brasil. Porém, como podemos verificar, os

conceitos abordados se completam e são muito similares; devido a isso, tem se

buscado, na maioria dos exércitos de primeiro mundo, a sinergia destes conceitos

num único sistema.

3. OS MEIOS DE BA EXISTENTES NO BRASIL

3.1 HISTÓRICO

Em 1867, durante a Guerra do Paraguai, foram utilizados dois balões de

observação por parte das tropas brasileiras, porém sem haver uma sincronização

com a artilharia.

Foi somente em 1944, com a 1a Esquadrilha de observação e ligação,

pertencente à Artilharia Divisionária da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que o

subsistema busca de alvos foi utilizado pela primeira vez junto a artilharia de

campanha, com o uso de 9 aviões L-4 (Piper Club) e seus observadores aéreos.

Em 1978, o Estado Maior do Exército aprova o manual C 6-121 que se torna

a base doutrinária da busca de alvos no Exército Brasileiro. Porém, este manual já

possui 30 anos de criação; e muita coisa não foi comprovadamente testada por falta

de material.

3.2 SISTEMAS CONVENCIONAIS

A Artilharia deve ter a capacidade de obter dados precisos de alvos,

permanentemente e sob quaisquer condições meteorológicas, de modo a permitir

em tempo oportuno, a neutralização ou destruição dos mesmos, como forma de

garantir o mínimo de perdas para o sistema manobra.

16

Page 7: Corpo

Analisando os mais diversos conflitos ocorridos recentemente, podemos

observar que a sobrevivência em combate e o domínio do campo de batalha é muito

facilitado quando o inimigo, detectado oportunamente, tem suas ações

imediatamente neutralizadas antes que ele realize ações contra as nossas tropas.

Informações sobre quaisquer atividades do inimigo, quando fornecidas em tempo

real, aumentam as chances de sucesso em qualquer operação.

Um sistema de BA consiste no equipamento e pessoal necessários a

detecção, identificação e a localização de alvos terrestres (BRASIL, 1978, p.3-1).

A doutrina de busca de alvos brasileira divide o sistema de BA em outros

cinco, são eles:

a) sistemas visuais terrestres;

b) radar;

c) som;

d) sistemas aéreos; e

e) sensores aerotransportados.

3.2.1 Sistemas visuais terrestres

Um sistema visual terrestre é composto pelo observador e pelo equipamento

que ele carrega normalmente usado para ampliar a sua percepção visual e facilitar o

cumprimento de sua missão. É o sistema mais barato e constantemente usado no

Brasil no adestramento das tropas.

Serão apresentados a seguir os tipos de sistemas visuais terrestres da

doutrina brasileira:

3.2.1.1 Observadores avançados

Acompanhando as tropas em primeiro escalão, os observadores avançados

(OA) são de fundamental importância para uma eficiente busca de alvos. Os OA e

suas turmas são distribuídos na proporção de um por subunidade de combate.

Apesar dos modernos equipamentos óticos que atualmente possuem à disposição,

continuam tendo como principal deficiência a limitada capacidade de levantar alvos

em grande profundidade, pois essa raramente ultrapassa os 4 quilômetros de

profundidade. Por se desdobrar em toda frente de combate o OA pode constituir-se

17

Page 8: Corpo

em um importante meio na busca de informes gerais de combate dentro de sua

possibilidade de observação. (BRASIL, 1978, pag. 3-1)

3.2.1.2 Postos de observação

A fim de suplementar o sistema de observação dos observadores avançados

cada Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) instala, próximo à linha de contato,

seus próprios postos de observação (P Obs). Conforme o Manual C 6-1, o GAC tem

capacidade para instalar até cinco P Obs. Esses postos de observação normalmente

são instalados em locais que possuam cobertura e que possibilitem cobrir toda

frente da zona de ação da tropa apoiada.

A integração da observação propiciada pelos OA com a dos P Obs aumentam

a possibilidade da detecção dos movimentos do inimigo próximos à linha de contato,

porém essa detecção é limitada pela orografia que cria diversos ângulos mortos.

Sempre que o tempo permitir, o local onde os P Obs venham a ser desdobrados

devem ser levantados topograficamente. Possui a mesma limitação dos OA, somado

ao fato do desconhecimento da posição das tropas amigas aumentando as

necessidades de coordenação e, por conseqüência, diminuindo a rapidez do tiro.

3.2.1.3 Localização pelo clarão

A localização pelo clarão consiste na localização de um meio de apoio de

fogo inimigo através de uma interseção avante para o clarão produzido e que tem

como extremos de base dois P Obs. A necessidade de linha de visada livre dos P

Obs para o local do possível alvo constitui-se em uma limitação deste sistema. A

vantagem encontra-se no fato de que os instrumentos ópticos utilizados pelos

observadores são passivos, logo dificultam a localização da posição dos P Obs pelo

inimigo.

Baseia-se no erro da artilharia inimiga em não colocar os seus meios numa

posição desenfiada. Nos dias atuais, este método é pouco empregado, uma vez que

uma massa cobridora a frente da artilharia é um fator quase que impositivo; somado

ainda, aos grandes alcances da artilharia que dificilmente distará menos de 4 Km do

P Obs.

18

Page 9: Corpo

3.2.2 Radar

Para realizar a busca de alvos a artilharia de campanha utiliza radares

contramorteiro, de contrabateria e de vigilância terrestre. Esses meios de detecção

são distribuídos de modo a cobrir toda zona ação se possível. Por emitirem

radiofreqüência quando em operação, os radares são equipamentos ativos e estão

sujeitos a contramedidas eletrônicas (CME). Possuem a flexibilidade de poderem ser

utilizados tanto em operações de movimento quanto estáticas. O Brasil não possui

este equipamento, portanto não existe ainda manual detalhado de utilização deste

material.

3.2.2.1 Radar de Contramorteiro

Segundo o manual C 6-121, os radares contramorteiro ( Rdr CMrt ) localizam

os morteiros pela detecção do projetil em dois pontos de sua trajetória no espaço .

Os dados obtidos nesses dois pontos são introduzidos num computador que

extrapola a trajetória do projetil, determinando a sua origem e indicando a posição

do morteiro inimigo. Esse tipo de radar possui um melhor desempenho na deteção

de meios de apoio de fogo que disparem projéteis com grandes ângulos de

incidência.

3.2.2.2 Radar de Contrabateria

O radar de contrabateria (Rdr C Bia) localiza as peças de artilharia por um

processo similar ao radar contramorteiro. A diferença básica entre esses dois tipos

de radar é que além de possuir maior alcance os radares de contrabateria possuem

melhor desempenho com projéteis com menor ângulo de incidência.

3.2.2.3 Radar de Vigilância Terrestre

Detectam alvos em movimento, proporcionando um excelente meio

determinar a atividade inimiga. Depende da linha de visada livre entre o alvo e o

radar, por isso precisa ser posicionado num local com comandamento sobre a área

ocupada pelo inimigo, isso causa a sua facilidade de observação.

19

Page 10: Corpo

No Brasil, este material não é previsto na Artilharia e sim na Cavalaria.

3.2.3 Localização pelo som

A localização pelo som é um processo utilizado para determinar a fonte que

originou uma onda sonora, por meio da medida do instante de sua chegada em

vários microfones localizados precisamente no terreno. Este meio de localização tem

provado ser um excelente meio de busca de alvos para determinação das posições

da artilharia inimiga. A localização pelo som revela peças de artilharia inimiga

ocultas à observação visual.

O sistema de localização pelo som é passivo, logo não está sujeito a

contramedidas eletrônicas. Possui excelente desempenho em períodos de pouca ou

nenhuma visibilidade, uma vez que não necessita de linha de visada para o alvo.

Porém em terrenos montanhosos e sob vento forte apresenta baixo desempenho.

O Brasil também não possui este equipamento.

3.2.4 Sistemas aéreos

O sistema aéreo de busca de alvos é utilizado para complementar a

observação terrestre, principalmente na observação de zonas de sombra criada pelo

terreno e para localizar alvos profundos, além da capacidade de observação pela

vista simplesmente. Possui sua capacidade de apoio condicionada à defesa

antiaérea inimiga e ao tipo de aeronave disponível.

3.2.4.1 Observação aérea

A observação aérea permite localizar alvos que estejam desenfiados à

observação terrestre. Por sua capacidade de aprofundar a observação pode se

constituir em importante meio de busca de alvos. A observação aérea é realizada

por observadores em aviões da esquadrilha de observação e ligação, por aeronaves

de asas rotativa da Aviação do Exército e pode ser utilizada para ajustar o tiro de

artilharia. O tipo de aeronave será escolhido de acordo com a característica da

missão. Será escolhida aquela que melhor se adapte às condições impostas para o

cumprimento da missão.

20

Page 11: Corpo

A observação aérea brasileira normalmente utiliza o T-25, o T-27, o HA-1 e o

HM-1. Não existe uma aeronave de asa rotativa com equipamento especifíco para

este fim.

3.2.4.2 Aeronaves

Para levantar alvos para artilharia de campanha podem ser utilizados diversos

tipos de aeronave, sejam helicópteros, aviões ou VANT. O tipo de aeronave a ser

utilizada será fruto da análise do tipo de missão a ser executada e das limitações e

capacidades das aeronaves disponíveis. Possuem capacidade de realizar fotografias

e de levantar alvos de dia ou de noite.

O projeto VANT no Exército Brasileiro já foi empregado em operações no

HAITI, porém um modelo mais moderno já está em fase de testes.

3.2.5 Sensores aerotransportados

São aeronaves equipadas com certos tipos de sensores, basicamente

câmera, infravermelho e radar; que podem ser empregados na busca de alvos da

Artilharia de Campanha. Temos por exemplo, o R99-B (EMBRAER 145), equipados

com sensor óptico infravermelho, multiespectral - MSS e radar de abertura sintética -

SAR.

3.3 SISTEMAS NÃO CONVENCIONAIS

Além dos meios citados acima, a Força Terrestre pode-se valer de outros

meios que são igualmente ou mais eficazes que os meio convencionais. Dentre

outros podemos citar: forças especiais ou comandos, elementos de inteligência

infiltrados, caçadores, prisioneiros de guerra e ações de guerra eletrônica.

Não é necessário aprofundamento maior nestes meios, uma vez que não há

uma doutrina específica e aprofundada sobre o assunto, porém nos próximos

capítulos abordarei sobre elementos de tropas especiais (observadores em

profundidade) que em outros países são meios comuns e usuais na busca de alvo

da artilharia de campanha, assim como os OA.

21

Page 12: Corpo

3.4 BUSCA DE ALVOS NA ARTILHARIA DIVISIONÁRIA

A Artilharia Divisionária (AD) possui meios de BA orgânicos (Bateria de Busca

de Alvos), a fim de cumprir suas missões de apoio a Divisão de Exército e aos GAC

orgânicos das Brigadas.

3.4.1 Artilharia Divisionária

Conforme o manual de campanha C 6-21 (1994), A AD possui as

determinadas missões como por exemplo: aprofundarmento do combate e aumento

o apoio de fogo proporcionado pelos grupos orgânicos das brigadas, realização de

contrabateria, realização da busca de alvos, empregando os meios disponíveis.

Para realizar as missões acima citadas AD é estruturada da seguinte forma:

Figura 1: Estrutura básica da artilharia divisionáriaFonte: Manual C 6-21 ( Artilharia da Divisão de Exército ) p. 2.4

3.4.2 Bateria de Busca de Alvos (Bia BA)

3.4.2.1 Generalidades

A Bia BA é empregada sob a supervisão do E2 da AD e é normalmente

empregada centralizada pela AD e com a missão de ação de conjunto, ou seja

atuando em proveito de toda Divisão de Exército ( DE ).

22

Page 13: Corpo

O subsistema de busca de alvos, componente do sistema de artilharia de

campanha, normalmente é organizado e equipado para a localização dos meios de

apoio de fogo do inimigo (Brasil, 1997, p.2-1). Este subsistema consiste no

equipamento e pessoal necessários à realização oportuna de detecção, identificação

e localização, a três dimensões, de alvos terrestres, com suficientes pormenores que

permitam o emprego eficiente dos sistemas de armas (Brasil, 1978, p.3-1 ).

3.4.2.2 Missão

A Bateria de Busca de Alvos tem como missão prestar o apoio à Artilharia

Divisionária e complementar a busca de alvos dos demais escalões de artilharia.

3.4.2.3 Possibilidades

Segundo o manual C 6-21, a Bateria de Busca de Alvos possui algumas

possibilidades, como por exemplo: a realização de busca de alvos sob quaisquer

condições meteorológicas ou de visibilidade, a coordenação do emprego de seus

meios de busca de alvos, a obteção e difusão de informações de combate e a

regulação e ajustagem do tiro de artilharia de campanha.

3.4.2.4 Estrutura

Como podemos observar no item acima, são diversas as missões a serem

cumpridas pela Bateria de Busca de Alvos da Artilharia Divisionária. O levantamento

de possíveis alvos em toda zona de ação da DE requer a existência de diferenciadas

seções com variados materiais.Para realizar as missões atribuídas, a Bia BA é

estruturada da seguinte forma:

23

Page 14: Corpo

Figura 2: Estrutura da Bateria de Busca de Alvos (Bia BA)

Fonte: Manual C 6-1 (Artilharia da Divisão de Exército)

3.4.2.5 Meios previstos

Conforme o manual C 6-21, os meios de BA da AD devem combinar diversos

sensores capazes de exercer a vigilância sob quaisquer condições meteorológicas e

de visibilidade.

Os meios de busca de alvos previstos são os seguintes: 2 ( dois ) radares de

contrabateria, orgânicos da Seção de localização pelo radar; 2 ( dois ) equipamentos

de busca pelo som, orgânicos da Seção de localização pelo som; equipamentos de

observação para localização pelo clarão, orgânicos da Seção de topografia; e 10

( dez ) veículos aéreos não - tripulados, orgânicos da Seção de Reconhecimento

por veículos aéreos não tripulados. ( Brasil, 1994, p.5-2 )

4. OS MEIOS DE BA EXISTENTES EM OUTROS PAÍSES

4.1 GENERALIDADES

Ao estudar alguns meios de BA existentes em outros países, poderemos ter

uma noção do que está sendo observado de importante nas doutrinas dos exércitos

de primeiro mundo, uma vez que o sistema STAR somado ao C4I é hoje, de

fundamental importância no combate moderno.

Com o objetivo de verificarmos meios interessantes de busca de alvos,

iremos estudar agoras os principais países da Europa e por último os Estados

Unidos da América.

4.2 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NA FRANÇA

4.2.1 Generalidades

O exército francês utiliza diversos sistemas de busca de alvos, como por

exemplo, os radares COBRA, RATAC, CYMBELINE, os observadores avançados

que utilizam Veículos de Observação de Artilharia (VOA) e os VANT CL 289 PIVER

24

Page 15: Corpo

e CRECERELLE. Essa grande variedade de meios faz com que as deficiências de

um vetor sejam cobertas por outro.

O sistema de busca de alvos da artilharia francesa está localizado

basicamente na Brigada de Inteligência, na Brigada de Artilharia e nos Regimentos

de Artilharia orgânicos das Brigadas Interarmas, comparável as nossas Brigadas

convencionais (Bda Bld, Bda C Mec, Bda Inf Mtz e etc).

4.2.2 Características dos meios de BA

OBSERVADORES AVANÇADOS - Os observadores avançados da artilharia

francesa possuem viaturas blindadas sobre rodas (tropas mecanizadas) ou sobre

lagartas (tropas blindadas), com binóculo, câmera termal (observação noturna),

rádio veicular, GPS (Global System Position) e telêmetro laser, proporcionando ao

observador condições técnicas de localizar um alvo rapidamente e neutraliza-lo com

eficiência.

Figura 3 Veículo de Observação Avançada Fonte: http://fedarti.freezee.org

VANT - Vamos encontrar os VANT na Brigada de Inteligência "Brigade

renseignement" que é subordinada a Força Terrestre Francesa, que possui como

unidade orgânica o 61e Régiment d'Artillerie (um regimento de vigilância do campo

de batalha com VANT rápidos e lentos). Estão sendo empregados alguns sistemas

de VANT de reconhecimento como o CRECERELLE (lentos) e o CL289 (rápidos).

Durante o vôo, o VANT transmite continuamente dados captados por uma

câmara de alta resolução durante o dia ou através de um dispositivo de

infravermelhos durante a noite para o CDE (Centre de Direction et d’Exploitation)

25

Page 16: Corpo

que é constituído por consoles de pilotagem, de navegação e de tratamento de

dados. (ALVES, LOPES e FOLGADO, 2006)

O CL 289 PIVER é um sistema de reconhecimento em operação na França

desde 1992, tem por missão o reconhecimento e a designação de alvos com uma

autonomia de 180 Km, constituído num vetor aéreo que carrega uma carga útil de

tomada de imagens (infravermelho e visível) e estações ao solo que permitem

programar a missão, a exploração das informações, bem como, a recuperação do

vetor.

Os VANT CRECERELLE atingem uma velocidade máxima de 240 Km/h e

podem atingir uma altitude de 10.000 pés (3300 m), a sua autonomia é

aproximadamente de 3 horas e pode operar de dia e de noite podendo atingir até 50

km. Sua missão principal é a de reconhecimento táctico e localização de alvos.

(ALVES, LOPES e FOLGADO, 2006).

RADAR - Na França, a artilharia de campanha utiliza as informações

transmitidas por diversos tipos de radares, como o CYMBELINE, o RATAC e o

COBRA, para fins de vigilância terrestre, localização de alvos, condução dos tiros e

medição de elementos meteorológicos.

O COBRA pertence aos Regimentos de Artilharia orgânicos da Brigada de

Artilharia “Brigade d’ Artillerie”. Ele permite localizar meios da artilharia inimiga e

seus efeitos até um alcance de 40 km, conduzir e regular o tiro de artilharia, além de

fornecer dados sobre os meios de guerra eletrônica inimigos. Estas unidades

possuem ainda, o MLRS (Multiple Launch Rocket System) conectado ao radar

COBRA pelo sistema C4I ATLAS, a fim de aumentar a rapidez e precisão do tiro

após a localização do alvo.

O RATAC é destinado à vigilância terrestre (detecção, reconhecimento,

localização precisa e contínua dos alvos móveis) e a observação dos tiros de

artilharia (localização dos arrebentamentos dos projéteis). Encontra-se instalado

numa viatura blindada e é operado por dois homens o seu tempo de entrada em

posição é de 15 minutos. O RATAC é orgânico dos Regimentos de Artilharia 155

mm das Brigadas Interarmas.

O Radar CYMBELINE é um radar contramorteiro que tem como missão

principal detectar e localizar posições de morteiro. Possui um alcance de 20 Km e

demora 3 minutos para entrar em posição.

26

Page 17: Corpo

Figura 4: radar de vigilância RATACFonte: http://www.rap35.terre.defense.gouv.fr/

OBSERVADORES EM PROFUNDIDADE - As equipes de observação em

profundidade (EOP) são pequenos grupos de comandos (4 homens) orgânicos dos

regimentos de artilharia do Exército Francês. O seu papel consiste em lançar-se

atrás da linha de contato (LC), por diversas técnicas de infiltração (geralmente à pé)

e a constituição de postos de observação dissimulados (esconderijos enterrado)

numa razão de 4 à 30 km a retaguarda das linhas inimigas. A partir daí, os EOP

observam e conduzem os tiros de artilharia contra alvos inimigo. Uma missão típica

de EOP dura de quatro a seis dias.

4.3 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NO REINO UNIDO

4.3.1 Generalidades

O Exército Britânico tem vários sistemas de busca de alvos dos quais se

destaca os VANT Phoenix e Hermes 450; os radares MAMBA, COBRA,

CYMBELINE e MSTAR e as equipes de observação em profundidade. Esses meios

são orgânicos da Brigada de Artilharia “Artillery Brigade” (1 Arty Bde), que é

composta por dois Regimentos de MLRS (Multiple Launch Rocket System) , 1

Regimento de VANT “32 Regiment Royal Artillery (Phoenix, Unmanned Air Vehicle)”,

1 (um) Regimento de Busca de Alvos “5 Regiment Royal Artillery.” e 1 (uma)

Companhia de Observadores Especiais “Honourable Artillery Company (Special

OPs, TA)”.

27

Page 18: Corpo

4.3.2 Características dos meios de BA

VANT - O VANT Phoenix é um sistema com capacidade de operar sob

quaisquer condições atmosféricas, de dia ou de noite, vigiar o campo de batalha e

localizar alvos em tempo real, possibilitando ao comandante ver a retaguarda das

linhas inimigas e fornecer informações para regulação do tiro. É ainda, um sistema

que está conectado a uma estação de base de dados terrestre, que por sua vez,

transmite a informação recolhida diretamente aos postos de comando da artilharia.

Pode ser lançado em menos de uma hora, tem um raio de alcance de até 70 Km

com uma autonomia de 4 horas, atingindo uma altitude máxima de 2700 m. São

lançados de uma viatura “catapulta”.

WATCHKEEPER é um VANT previsto para entrar em funcinamento em 2010,

auxiliando no fornecimento das informações do campo de batalha que os

comandantes necessitam para conduzirem as suas operações. Acredita-se que este

sistema consiga suplantar todas as informações que os VANT atuais podem

fornecer. O WATCHKEEPER vai ser um elemento de STAR (Surveillance, Target

Acquisition, and Reconnaissance) de importância significativa da componente

terrestre e estará ligado a toda infra-estrutura de C4I (Command, Control,

Communications, Computers, and Intelligence) para maximizar a sua capacidade.

RADARES - Na parte de radares encontramos uma grande gama de

equipamentos, como por exemplo o radar de localização de armas de curto alcance

CYMBELINE e um radar leve de vigilância com alcance de 20 Km (MSTAR).

O CYMBELINE é um radar da artilharia regimental inglesa capaz de detectar

a trajetória de granadas em dois pontos de sua trajetória, conforme passa no seu

feixe de ondas. Isto permite identificar a localização dos meios de lançamento de

fogos indiretos inimigo e difundí-los na artilharia de campanha.

O MSTAR é um radar leve de vigilância com alcance de 20 Km, imune às

condições meteorológicas, que veio substituir o ZB 298, na detecção de

helicópteros, viaturas e infantaria a pé. É um radar utilizado pelos observadores

avançados, pois auxilía no cálculo dos pontos de impacto das granadas, além de

possuir no seu display uma tela com a escala de 1:50.000, facilitando-lhes a

transferência de dados para as cartas topográficas. Este radar pode ser montado e

operado nas viaturas Warrier OPV (Observation Post Vehicle) ou ser transportado

28

Page 19: Corpo

pelo militar (peso – 30 Kg) e depois ser montado no terreno. (ALVES, LOPES e

FOLGADO, 2006).

Figura 5: Radar de vigilância terrestre MSTARFonte : http://www.army.mod.uk/equipment/communication/1526.aspx

Como foi visto no parágrafo acima e a semelhança da França, o Reino Unido

também tem uma viatura específica para o OA que no caso é o Warrier OPV; uma

viatura blindada autopropulsada com proteção química, biológica e nuclear (QBN),

equipada com um aparelho de visão noturna, um telêmetro laser, um radar de

vigilância (MSTAR) e um sistema de navegação. Todos estes sistemas combinados

permitem maior rapidez e eficiência na busca de alvos. Esta viatura de observação

está presente em todas as unidades equipadas com o obus AS 90. (ALVES, LOPES

e FOLGADO, 2006).

No Regimento de Busca de Alvos vamos encontrar o MAMBA (Mobile Artillery

Monitering the Battlefield Radar), um radar leve de contrabateria, que detecta,

localiza e classifica a artilharia, os foguetes e os morteiros, e ainda, o radar COBRA

que tem as mesmas características do Francês.

SOM - O ASP (Advanced Sound-Ranging Programme) faz parte do

Regimento de Busca de alvos e é transportado pelo veículo de combate Armoured

(AFV 432) ou em caminhões Pinzguar. O equipamento é ajustado geralmente

próximo da LC (linha de contato). O ASP pode encontrar artilharia e morteiros a uma

distância de 30 km.

OBSERVADORES EM PROFUNDIDADE - A Companhia de observadores

especiais “Honourable Artillery Company” fornece observadores em profundidade

para serem introduzidos atrás das linhas inimigas através de submarino, pára-

quedas, embarcação ou aeronave de asa rotativa, esses elementos usam

designadores laser, tonalizadores térmicos, radares portáteis (MSTAR) e um

29

Page 20: Corpo

equipamento de comunicações seguro de alta tecnologia, a fim de transmitir

informações sobre o inimigo e conduzir tiros, quando for o caso.

Figura 6: Radar Contrabateria COBRA Fonte: http://www2.army.mod.uk/5regtra/organisation/p_battery.htm#Equipment

4.4 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NA ALEMANHA

4.4.1 Generalidades

O Exército alemão está se transformando num novo exército “Neues Heer”, a

sua reestruturação estará finalizada em 2010, com a divisão da Força Terrestre

alemã em três tipos de categoria: reação (combate e imposição da paz),

estabilização (combate assimétrico e manutenção da paz) e suporte (logístico e

apoio). Em virtude disso, irei analisar o subsistema busca de alvos da força de

reação, que é a Divisão Hanoover, a tropa mais convencional dessa nova estrutura.

A Divisão Hanoover é formada por 2 (duas) Brigadas (Munster e Augustdorf),

que possui suas respectivas artilharias orgânicas (Batalhões de Artilharia de

Campanha) e mais 1 (uma) Brigada de Artilharia .

A Brigada de artilharia possui 1 (um) Batalhão de artilharia 155 mm auto

propulsado/busca de alvos e 1 (um) Batalhão Múltiplo de Foguetes (quaternário),

Sendo que o primeiro Batalhão possui 2 (duas) bateria de obuses (8 peças de

obuseiro PzH2000), 1 (uma) bateria de KZO (VANT) e 1 (uma) bateria de radares de

contrabateria.

30

Page 21: Corpo

Figura 7: Organização da Brigada de Artilharia da Divisão de Reação

Fonte: Fisher (2005, pag 37)

Os Batalhões orgânicos de Brigada são ternário, sendo que cada bateria de

obuses (composta por 8 Obuseiros Pzh2000) possui ainda 1(uma) seção de radar

de vigilância terrestre (ABRA-Artillery Battlefied Surveilance Radar).

31

Page 22: Corpo

Figura 8: Organização do Batalhão de Artilharia das Brigadas da Divisão de Reação

Fonte: Fisher (2005, pag. 38)

4.4.2 Características dos meios de BA

OBSERVADORES AVANÇADOS - Os observadores de arttilharia que tinham

como viatura blindada o M113, receberam recentemente viaturas mais rápidas como

o Fennek (fabricação alemã) e o Marder infantry fighting vehicle (este será

substítuido pelo Puma), que permitiram maior flexibilidade de emprego dos

observadores em apoio aos elementos de manobra.

Figura 9: Veículo de reconhecimento FennekFonte: http://www.army-technology.com/projects/fennek/fennek1.html

RADAR - Na mesma linha de pensamento da França, os Batalhões de

Artilharia de Campanha orgânicos das Brigadas Interarmas são dotados de radares

de vigilância terrestre. No caso da Alemanha, cada Batalhão possui 3 (três) ABRA

“Artillery Battlefield Surveillance Radar”, sendo 1 (um) para cada Bateria de Obuses.

(FISHER, 2005)

O radar M113A1G ABRA é utilizado na localização de alvos móveis, sendo

empregado num alcance de 38 Km para colunas de blindados em movimento, este

radar será substituído pelo BÜR, sistema binacional (França e Alemanha) mais

moderno que o atual, que pode detectar alvos em terra e alvos aéreos a baixa altura.

Os radares de contrabateria, que no caso alemão é o radar COBRA conforme

a maioria dos países estudados, são orgânicos da Brigada de Artilharia, possuindo

as mesmas características técnicas do Francês e do Inglês, já que é projeto trilateral

32

Page 23: Corpo

desses países. Este radar é capaz de localizar até 40 posições de armas inimigas

em 2 minutos.

SOM - Como localizador passivo a Alemanha tem o SMA 64

(Schallmessanlage 64) que é um equipamento capaz de localizar obuseiros e

morteiros há 15 km de distância, este material deverá ser integrado com o sistema

digital de C2 I ADLER (Artillerie-Daten-Lage-Einsatz-Rechnerverbund).

VANT - Com o VANT KZO a capacidade de busca de alvos é aumentada

sensivelmente. O KZO é usado no reconhecimento diuturno há longas distâncias até

o alcance de aproximadamente 100 km. Possui autonomia de 3 horas e meia e voa

a uma altitude de 300 a 2500 metros. Seu vôo pré-programado pode ser modificado,

a fim de acompanhar um alvo localizado.

4.5 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NOS ESTADOS UNIDOS

4.5.1 Generalidades

No caso norte americano será abordado no novo conceito de Brigadas

modulares, adotada pelo exército americano, que possui como apoio de fogo os

Batalhões de Artilharia orgânico das Brigadas de Combate (Heavy BCT, Stryker BCT

e Infantry BCT) e a Brigada de Fogos “Fires Brigade”.

A Brigada de Fogos possui como meios de busca de alvos 1 (uma) Bateria de

Busca de Alvos “Target Acquisition Battery” com 4 radares de contrabateria

AN/TPQ-37 e 2 radares de contramorteiro LCMR “lightweight coutermortar radars” e

1 companhia de VANT “tactical unmanned aerial vehicle (TUAV) company” com 7

VANT RQ-7 Shadow. (WHITE, 2005, pag.15)

Já o Batalhão de Artilharia da Brigada de Infantaria (Infantry BCT) é composto

por 2 (duas) Baterias, uma célula de suporte de fogo e 1 (um) Bateria Comando,

dividida em 1 (um) Pelotão de Busca de Alvos, onde se incluem 1 (um) radar

AN/TPQ-36 e 4 (quatro) radares LCMR, e 1 (um) Pelotão de Inteligência Militar,

composto por 4 VANT.

33

Page 24: Corpo

Figura 10: Plano organizacional e operacional da Brigada de FogosFonte: http://www.army.mil/famag

Figura 11: Batalhão de Artilharia da Brigada de Infantaria (IBGT)Fonte: Fied Artillery Magazine

4.5.2 Características dos meios de BA

RADAR - O radar AN/TPQ-36 Firefinder é um radar leve, pequeno e

altamente móvel capaz de detectar qualquer projétil lançado por arma num setor de

34

Page 25: Corpo

90 graus de cobertura. Pode detectar e localizar até 10 armas diferentes em um

alcance máximo de 24 Km. O AN/TPQ-36 pode ser usado na ajustagem de fogos

amigos.

Este radar é ideal para detectar o fogo indireto em grandes ângulos.

Entretanto, também é igualmente capaz de produzir posições exatas para unidades

de fogo indireto que executem fogos com baixos ângulos. Pode conduzir a

ajustagem do fogo amigo como missão secundária, quando for absolutamente

necessário.

O radar de contrabateria AN/TPQ-37 é um sistema de contrabateria 3-D de

longo alcance que pode encontrar armas a uma distância de até 50 quilômetros.

Quando opera em uma longa superfície plana pode detectar até mísseis. Apesar de

possuir como missão principal a detecção de meios de apoio de fogo, pode realizar,

ainda, a ajustagem do fogo amigo. Sua organização prevê o emprego de 12 militares

para mobiliar uma seção deste tipo de radar. (ThalesRaytheonSystem)

O radar contramorteiro LCMR é utilizado para complementar o desempenho

dos dos outros radares. Possui uma erradiação de 6400”’.

VANT – A companhia de VANT (TUAV company) está equipada com 7 (sete)

VANT RQ-7 Shadow, fornecendo a Brigada de Fogos uma capacidade de busca de

125 Km. O Shadow pode ser lançado de um trilho e ser recuperado em um área

desobstruída do tamanho de um campo de futebol. Além disso, ele é equipado com

sensores de infravermelho para emprego de dia e a noite. (WHITE, 2005)

5. ANÁLISE DOS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS

5.1 GENERALIDADES

Depois de termos estudado um pouco a doutrina brasileira e de alguns países

do subsistema de busca de alvos, iremos agora verificar as possibilidades e

limitações dos meios de Busca de Alvos citados.

5.2 OBSERVADORES AVANÇADOS

5.2.1 Definição

35

Page 26: Corpo

Os observadores avançados de artilharia são os principais suportes da busca

de alvos, sendo empregado junto aos elementos em 1a escalão. Normalmente, na

proporção de 1 (um) por subunidade.

5.2.2 Possibilidades

Os observadores têm a capacidade de observação limitada pela visão

humana, sendo considerada em torno de 4 km; porém sempre que possível os

órgãos sensoriais devem ser otimizados pelo uso de meios tecnológicos existentes,

a fim de ampliar sua capacidade de reconhecimento e de condução do tiro.

A utilização de uma VBO (viatura blindada de observação) sobre lagartas

(tropa blindada) ou rodas (tropa mecanizadas), que possua equipamentos, como por

exemplo binóculo, câmera termal (observação noturna), rádio veicular, GPS e

telêmetro laser, fornecem ao OA um aumento significativo em sua possibilidade de

aquisição de alvos e facilita o trabalho da Central de Tiro, por ser possível a

localização precisa do OA, bem como a localização do alvo por coordenada polar.

Além disso, a viatura blindada pode fornecer a proteção blindada e de ataque QBN

para o OA.

Existe ainda a possibilidade do OA levar um radar portátil de vigilância

terrestre, como no caso exército britânico que utiliza o MSTAR, para realizar a

localização antecipada de alvos móveis.

Tudo isso, somado a um sistema automatizado de C2 (comando e controle),

como o FOS (Forward observer system), pode tornar o OA um meio muito mais

eficaz de BA.

5.2.3 Limitações

Mesmo com sensores termais ou de infravermelho que permitem ao OA

enxergar à noite, e ainda, com o uso do binóculo que amplia sua visão, seu papel

ainda fica limitado ao desenfiamento que a orografia do teatro de operações

(ângulos mortos) proporciona, sendo voltado apenas para os fogos de apoio.

36

Page 27: Corpo

5.3 OBSERVADORES AÉREOS

5.3.1 Definição

São observadores tripulantes de aeronaves de asa fixa ou rotativa que

complementam a observação terrestre e é orientada sobre regiões situadas em

ângulos mortos em relação aos P Obs. Os helicópteros da Aviação do Exército são

empregados para esse fim. Os Grupos de Artilharia de Campanha podem também

ser apoiados, em determinadas situações, por elementos da esquadrilha de ligação

e observação (ELO) colocados sob controle operacional da Brigada ou DE.

5.3.2 Possibilidades

São capazes de observar regiões desenfiadas para a observação terrestre,

principalmente quando existe deficiência nos meios de VANT, seja por quantidade

ou por limitações tecnológicas.

Nos combates urbanos, operações comuns nos dias atuais, verifica-se a

utilização de observadores aéreos como um meio complementar de BA, como pode

ser comprovado na “Operation Iraqi Freedom” (OIF), onde devido a dificuldade de

observação dos alvos por parte dos OA (graças aos escombros e construções) e

aos problemas de comunicações, uma vez que o rádio do OA é VHF (visada direta)

e um ambiente urbano cria anteparos as ondas eletromagnéticas, foi necessária a

utilização de O Ae (observadores aéreos) em aeronaves OH-58 para a condução

dos tiros de artilharia. (GREER E KEAN, 2003).

Vale salientar, que o Observado Aéreo foi usado pelo exército mais poderoso

do mundo, onde os recursos para construção de VANT não são escassos.

5.3.3 Limitações

Por ser necessário a utilização de aeronaves de baixa perfomance para

permitir a observação adequada da faixa do terreno, o emprego do observador

aéreo como subsistema busca de alvos fica restrito a alguns fatores como por

exemplo: a superioridade aérea, as condições meteorológicas e a Artilharia Anti-

37

Page 28: Corpo

Aérea inimiga; criando assim a necessidade de um grande estudo e trabalho de

inteligência, antes de autorizar o seu envio.

5.4 OBSERVADORES EM PROFUNDIDADE

5.4.1 Definição

As equipes de observação em profundidade, apesar de não existir no exército

brasileiro, são presentes em importantes exércitos da Europa como o Francês e o

Britânico. Pertencentes a algumas Unidades de Artilharia, esses elementos infiltram

à retaguarda das linhas inimigas, por meios aeroterrestres, aeromóveis ou à pé.

Essas equipes proporcionam a Artilharia à possibilidade de atirar em locais onde,

devido a deficiências dos meios de busca de alvos existentes, não é possível

exercer a função STAR.

5.4.2 Possibilidades

Com a utilização de rádios satelitais ou repetidoras esses grupos especiais

podem conduzir tiros em locais que outros meios não alcancem ou não detectem a

presença de alvos de interesse para a Força.

5.4.3 Limitações

Devido a distância das equipes em relação a linha de contato, verifica-se a

necessidade de um sistema de comunicações de alta tecnologia, além disso sua

faixa de emprego é pequena, devido a sua baixa capacidade de deslocamento.

5.5 RADARES CONTRAMORTEIRO/CONTRABATERIA

5.5.1 Definição

Os sistemas de radar de contrabateria detectam e localizam o fogo das armas

inimigas, sejam provenientes da artilharia, foguetes ou morteiros e fornece em

38

Page 29: Corpo

segundos dados que possibilitam o contra-ataque. Os sistemas possibilitam, ainda, a

ajustagem do fogo amigo.

Os radares de contrabateria fazem a varredura eletronicamente em três

dimensões. A antena estacionária varre uma seqüência rápida dos feixes ao longo

do horizonte, dando forma a uma cortina eletrônica do radar sobre uma área de 90°.

Todo o alvo que penetra a cortina provoca um feixe imediato de verificação. A partir

da verificação, uma seqüência automática tem início

5.5.2 Possibilidades

Varia conforme o equipamento, tendo normalmente um setor de 90o e um

grande alcance de detecção. Mesmo que sua emissão detecte apenas uma pequena

parte da trajetória do projétil, o radar já tem condições de localizar o alvo.

5.5.3 Limitações

Por ser um emissor de ondas, está sujeito a guerra eletrônica e a misseis

anti-radiação, por isso é necessário um controle e rodízio de radares emissores, com

a finalidade de diminuir a propabilidade de detecão pelo inimigo.

5.6 RADAR DE VIGILÂNCIA TERRESTRE

5.6.1 Definição

Os radares de vigilância terrestre são utilizados para detecção, aquisição,

localização e reconhecimento de tropas à pé, veículos leves e pesados e aeronaves

voando a baixa altitude, a fim de se evitar a surpresa e possibilitar a intervenção

antecipada pelos fogos.

5.6.2 Possibilidades

Existem diversos tipos de radares de vigilância terrestre que variam em

tamanho e alcance de emissão. No Brasil é previsto este tipo de radar na Cavalaria

Mecanizada, apesar de não haver o material nas Unidades.

39

Page 30: Corpo

É um excelente meio de antecipar fogos de artilharia antes que se torne

visíveis para os observadores, seu alcance é variável conforme o material.

5.6.3 Limitações

É vulnerável a Guerra Eletrônica e aos mísseis anti-radiação por ser um

emissor de ondas, além disso necessita de visada direta sobre os alvos móveis

fazendo com que o radar seja instalado em pontos de comandamento sobre o

inimigo.

Tudo isso, facilita a sua localização e por consequência a propabilidade de

ação do inimigo sobre este equipamento.

5.7 SOM

5.7.1 Definição

O equipamento de localização pelo som determina a posição de artilharia

medindo o tempo em que uma onda sonora emitida pelo tiro de uma peça de

artilharia atinge os elementos de detecção localizados precisamente, no terreno

(Brasil, 1978, p.d-12 ).

5.7.2 Possibilidades

Este meio de localização tem provado ser uma excelente ferrramenta para

determinação das posições da artilharia inimiga, pois além de revelar peças de

artilharia inimiga ocultas à observação visual, é um mecanismo passivo, e portanto,

não está sujeito a guerra eletrônica, sendo muito eficiente durante períodos de

pouca ou nenhuma visibilidade, não necessitando de linha de visada para o alvo.

5.7.3 Limitações

Os terrenos montanhosos podem afetar as operações, dependendo das

posições relativas da base e das fontes sonoras e do relevo da área considerada.

40

Page 31: Corpo

Possui como maiores limitações a dificuldade de operar em ambientes sob

fogo pesado da artilharia amiga, pois tende a confundir a interpretação do som

registrado e a pouca eficiência sob condições de vento forte ( Brasil, 1978, p.3-9 ).

5.8 VANT

5.8.1 Definição

Segundo FRANCO, o VANT é a nomenclatura dada às pequenas aeronaves

dotadas de propulsão própria e que não transportam operadores humanos, cujo

nome original é UAV (Unmanned Aerial Vehicle). Possuem vôo pré-programado ou

são controlados por operadores em terra.

5.8.2 Possibilidades

Os veículos aéreos não-tripulados são meios de BA com amplas

possibilidades de atuação. Atualmente, existem diversos sistemas de VANT em

operação ao redor do mundo com diferentes especificações técnicas, de modo que

os seus empregos (tático ou estratégico) ficam de certa forma condicionada a tais

fatores.

O VANT, graças ao Sistema de Posicionamento Global Diferencial (DGPS),

radares e designadores laser, é capaz de informar as coordenadas de um alvo

qualquer ou de sua própria posição em tempo real; designar um alvo terrestre em

tempo real, realizar filmagens noturnas em tempo real, dentre outras que dependerá

da tecnologia disponível empregada em sua construção e de sua função (tática ou

estratégia).

5.8.3 Limitações

Como é um sistema de alta tecnologia, sua principais limitações irão

depender do tipo de VANT utilizado somado aos custos de fabricação. Portanto, a

principal desvantagem para este meio é o orçamento e a tecnologia necessária.

41

Page 32: Corpo

6. CONCLUSÃO

A importância do subsistema busca de alvos no combate moderno é algo

certo e notório, já que é um dos elementos que compõem o conceito STAR, que é a

grande ferramenta atual do comandante no auxílio da tomada de decisões e na

intervenção no combate.

Um subsistema de busca de alvos moderno aumenta a eficiência e o poder

dissuasório de uma Força Terrestre, sendo empregado frequentemente em missões

de imposição da paz no mundo, como por exemplo, em Kosovo.

Além disso, existe uma tendência de uma estruturação modular por parte das

Forças Armadas do Mundo, onde é necessário o fracionamento dos diversos

elementos para composição de Forças Tarefas Temporárias.

Portanto, considero que a existência de 1 (uma) Bateria de Busca de Alvos

(orgânica da AD), com apenas 1 seção de VANT, 1 seção de radar de contrabateria

(com 2 radares contrabaterias) e 1 seção de localização pelo som seja insuficiente

para apoiar as ações de toda uma Divisão de Exército. Além disso, a seção de radar

que era prevista (pelo menos na doutrina) nos GAC orgânicos de Brigada foi retirada

e os Observadores Avançados sofrem por não ter uma viatura específica para tropas

mecanizadas ou blindadas, bem como materiais eletrônicos importantes para

localização precisa dos alvos localidos, sendo que até hoje não é previsto o uso do

sistema de posicionamento global (GPS) pelos Observadores Avançados,

equipamento vital para segurança, precisão e rapidez do tiro.

Ao analisarmos o subsistema de BA de outros países em comparação ao

nosso, principalmente os da Europa, que não têm todos o recursos orçamentários

dos Estados Unidos da América, mas possuem exércitos considerados de alto nível,

podemos colher algumas idéias.

Primeiramente, o radar de vigilância terrestre não é só usado pelos elementos

de reconhecimento (no Brasil é previsto nos Regimentos de Cavalaria Mecanizada),

mas também fazem parte dos GAC orgânicos de Brigada com a finalidade de

execução de fogos de apoio em alvos que estejam em movimento, acredito que esta

idéia válida para estudo e implantação no nosso Exército.

No próximo escalão de Artilharia, que é chamado de Brigada de Artilharia na

maioria dos países (seria a nossa Artilharia Divisionária), a quantidade e os tipos de

radares de Contrabateria foram aumentados nas respectivas frações de BA, com a

42

Page 33: Corpo

finalidade de que um tipo de radar complemente a deficiência do outro; e ainda, criar

a possibilidade de passar seções de radares em reforço a determinada Força Tarefa

sem perda de eficiência na BA da Brigada de Artilharia.

Nessa Brigada, é previsto equipamentos de busca pelo som, como elemento

passivo de contrabateria, evitando os riscos que existem ao se emitir as ondas de

radiação do radar. Como em nossa doutrina já existe este equipamento, acredito

que, se for o caso, só se deve pesquisar qual equipamento a ser adquirido.

Conforme o Brasil, o VANT se encontra no escalão Brigada de Artilharia, só

diferindo no valor da fração, que é nível Unidade na maioria dos países estudados, e

no tipo de material utilizado.

Porém dos meios de BA, o VANT é o meio mais próximo de ser alcançado,

existindo alguns projetos no Brasil em fase de conclusão.

Mesmo assim, não podemos “abrir mão” da Observação Aérea que foi usada

com sucesso na OIF mesmo com toda tecnologia existente no Exército dos EUA e é

um excelente meio para complementar as deficiências dos VANT e dos OA. Pode-se

melhorar o emprego deste meio com o uso de aeronaves específicas para essa

missão, como por exemplo o OH-58.

Na Europa, verifica-se o uso dos observadores em profundidade (tropas

especiais compostas por artilheiros) em vários países, acredito que este meio possa

ser implantado no Brasil, principalmente pelos baixos custos deste elemento não

convencional, havendo só a necessidade de material de comunicações adequado as

grandes distâncias de emprego.

O principal meio de BA existente no Brasil é ainda o OA, porém ele não

possui GPS (Global Position System), viatura específica para tropas mecanizadas e

blindadas, e ainda não é comum o adestramento deste militar com o uso do ocúlos

de visão noturna (OVN) e do telêmetro laser, mesmo sendo previsto este material no

quadro de distribuição de material.

Concluindo, ressalta-se de importância o estudo dos seguintes aspectos:

fornecimento de viatura e equipamentos específicos aos observadores avançados,

previsão de um radar de vigilância terrestre nos Grupos orgânicos de Brigada,

aumento do número e tipo de radares de contrabateria/contramorteiro na seção

radar da Bia BA, equipagem de uma aeronave da aviação do Exército com material

específico para a missão de observação aérea e implantação de uma equipe de

observação em profundidade no Exército Brasileiro.

43

Page 34: Corpo

Tudo isso, com a finalidade de termos condições satisfatórias de realizar a

busca de alvos em proveito da artilharia de campanha em toda frente de uma

Divisão de Exército.

44