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1 INTRODUÇÃO
Nos conflitos recentes, foram beneficiados os Exércitos que possuíam a
capacidade de antecipar as ações inimigas, sem expor suas tropas ao confronto
direto, evitando perdas desnecessárias, com isso o conceito combinado de STAR
(Surveillance, Target Acquisition, and Reconnaissance) ganhou grande importância.
O combate deixou de ser realizado apenas na linha de contato levando o
comandante a se preocupar também com ações mais profundas contra o inimigo.
Dentre as ações profundas que devem ser buscadas para desequilibrar o dispositivo
do inimigo, destaca-se a aplicação de fogos maciços em profundidade (Brasil, 1997,
p.2-14).
A guerra moderna caracteriza-se pela realização de ataques precisos a alvos
previamente selecionados, conduzidos por armas estratégicas e táticas a uma
grande distância, com a busca de alvos, tendo enorme importância para as
operações militares. Neste contexto, cresce de importância o uso de radares de
vigilância terrestre e de contrabateria, observadores avançados e de profundidade e
plataformas aéreas tripuladas e não-tripuladas com alta tecnologia.
Face ao exposto, nota-se que o subsistema busca de alvos (Target
Acquisition) aumenta a rapidez e a eficiência da artilharia, além de oferecer
informações primordiais à decisão do comandante operacional.
Apesar de ser prevista a existência da Bateria de Busca de Alvos na Artilharia
Divisionária (Bia BA/AD), na prática a artilharia se recente da inexistência desta
Subunidade.
Mas em que medida os meios de Busca de Alvos irão influenciar nos fogos da
Artilharia, algumas questões de estudo podem ser formuladas no entorno deste
questionamento:
a) Quais os meios de BA existente no Exército Brasileiro ?
b) Quais os meios de BA existentes em outros países?
c) Quais as possibilidades e limitações dos meios de BA citados?
d) O que pode ser empregado no Brasil do que foi estudado?
A Artilharia Brasileira necessita de meios de BA eficientes com finalidade de
neutralizar o inimigo. Por ser Observador Aéreo formado em 2006, e por entender
que a doutrina de Busca de Alvos necessita de complementação e atualização, uma
vez que o manual desta matéria é de 1978, decidi realizar o presente estudo.
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A inexistência no Exército Brasileiro (EB) de meios, de frações especializadas
ou centros de especialização na área que trate do assunto Busca de Alvos (BA),
trazem algumas conseqüências, como por exemplo: a desatualização do manual e
da doutrina de busca de alvos, a falta de adestramento nesta especialidade e a
diminuição da eficiência dos sistemas operacionais apoio de fogo e inteligência.
Neste sentido, o referido trabalho justifica-se por aumentar o conhecimento
acerca dos meios de BA, bem como suas possibilidades e limitações, fazendo com
que um tema atual e de grande importância para Artilharia de Campanha possa ser
explorado e analisado mais intensamente.
Desta forma, pretendo contribuir com um acréscimo de informações e idéias a
respeito desta ferramenta tão útil para artilharia de campanha, ao analisar esses
aspectos, será possível verificar o que pode ser ratificado ou retificado na nossa
doutrina.
Para realizar a abordagem desse assunto, este trabalho foi dividido em 6
capítulos, sendo que estou realizando a introdução no capítulo 1.
No capítulo 2 são apresentados, inicialmente, alguns conceitos doutrinários
sobre a Busca de Alvos na Artilharia, muito importantes para o entendimento do
trabalho.
No capítulo 3, verifica-se os meios de BA existentes na prática e na doutrina
do Exército Brasileiro.
O capítulo 4 aborda alguns meios de busca de alvos existentes em outros
países. Nesta parte do trabalho são analisados alguns sistemas interessantes que
podem vir a ser úteis para a Força Terrestre.
No capítulo 5 são apresentadas as possibilidades e limitações dos meios de
BA analisados.
No capítulo 6, como conclusão do trabalho, é feita uma sugestão de
modernização dos diversos meios de BA, baseada nas informações apresentadas
durante todo o trabalho.
1.1OBJETIVO
Estudar os diversos meios de BA que a Artilharia de Campanha pode
empregar.
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A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral de estudo, foram
formulados os objetivos específicos, abaixo relacionados, que permitirão o
encadeamento lógico do raciocínio descritivo apresentado neste estudo:
a) realizar uma pesquisa bibliográfica a fim de identificar os principais meios
de BA existentes em nossa Doutrina;
b) analisar alguns meios de BA de outros países;
c) comparar e analisar os meios de BA que a Artilharia de campanha pode
empregar;
d) avaliar o que poder ser melhorado na doutrina existente de BA.
1.2PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Será feito um estudo bibliográfico nos meses de março, abril e maio de 2008,
na biblioteca da EsAO, que terá por método a leitura exploratória e seletiva do
material de pesquisa, que será analisado e integrado ao trabalho.
As fontes de pesquisa serão baseadas em publicações de manuais, revistas e
sites da internet especializados no assunto. O delineamento da pesquisa
contemplará as fases de levantamento e seleção bibliografia, coleta de dados, crítica
dos dados e conclusão dos resultados.
2 A BUSCA DE ALVOS NA ARTILHARIA
2.1 GENERALIDADES
Podemos definir a busca de alvos como sendo o subsistema de artilharia que
tem por finalidade detectar, identificar e localizar no campo de batalha, elementos
inimigos que possam interferir na execução da operação ou que se neutralizarmos
ou destruirmos afetaremos sensivelmente o poder de combate do oponente.
(BRASIL, 1978, pág 1-1)
O manual de busca de alvos na artilharia de campanha divide a BA em dois
tipos, segundo o meio utilizado para localização do alvo, podendo ser direta ou
indireta.
Na busca direta realizamos a procura por meio de um dos órgãos de busca,
como por exemplo, radar de contramorteiro, radar de contrabateria, etc. A busca
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indireta é fruto de processamento de informes de variados órgãos de busca, como
por exemplo a comparação do interrogatório de prisioneiros de guerra (PG) com
relatório de atividades de radiocomunicação e com o relatório de movimento de
viaturas, fornecido por meios aéreos. (BRASIL, 1978, pág 1-1)
O presente trabalho focará a busca direta, que é mais pertinente ao objetivo
proposto neste TCC.
2.2OBJETIVO
A busca de alvos tem como principal objetivo possibilitar a aplicação de fogos
precisos e oportunos sobre alvos que possam vir a comprometer a missão da força
apoiada. (BRASIL, 1997, p.6-3).
Sendo assim, a BA influi no sucesso de toda operação e terá papel central
nos fogos de apoio, aprofundamento e contrabateria na artilharia de campanha.
2.3CONCEITOS
Os conceitos listados abaixo, são de grande importância para o entendimento
deste trabalho.
2.3.1 Inteligência na artilharia
Segundo as IP 30-1, a inteligência é a atividade exercida com o objetivo de
produzir conhecimentos de interesse do comandante (ramo da inteligência) e
proteger conhecimentos sensíveis (ramo da contra-inteligência).
“A atividade de inteligência produz dois elementos básicos: conhecimentos orientados para a decisão e conhecimentos sobre alvos. O comandante da força emprega os primeiros no planejamento e execução da manobra e os demais na aplicação do poder de fogo. Ambas são oriundas da mesma estrutura sistêmica de inteligência existente em operações, porém o conhecimento sobre alvos deve satisfazer as condições mais rigorosas de precisão e oportunidade” (Brasil, 1997, p.6-1 ).
A Busca de Alvos pode produzir os dois conhecimentos citados acima. Em
virtude disso, podemos verificar que a Busca de Alvos faz parte da Inteligência
Militar.
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2.3.2 Busca de alvos
“A coleta de dados na artilharia de campanha recebe a denominação de busca de alvos. É a parte da atividade de inteligência que envolve a detecção, a identificação e a localização de alvos terrestres, a fim de permitir o emprego eficaz das armas de apoio de fogo” ( Brasil ,1997,p.6-1).
Percebe-se então que a atividade de inteligência, mais especificamente a
busca de alvos, é de grande importância na eficácia da artilharia de campanha.
2.3.3 Vigilância de combate
Chama-se de vigilância de combate a observação sistemática e contínua
(diurna, noturna e sob quaisquer condições meteorológicas ) do campo de batalha, a
fim de propiciar oportunos informes às operações táticas ( BRASIL, 1978, p.1-1 ).
Os meios de BA podem realizar esta vigilância de combate.
2.3.4 Observaçâo
O manual do Grupo de Artilharia de Campanha informa que a observação é a
análise e verificação de um fato ou ocorrência de valor militar. Podemos concluir
então, que a Busca de Alvos, a Inteligência e a Vigilância de Combate empregam a
observação.
Conforme o manual de campanha C 6-121, a observação direta é aquela
obtida diretamente pela vista, quer a olho nu, quer auxiliada por instrumentos
eletrônicos ou óticos; a indireta é conseguida pelo estudo de imagens, como por
exemplo as produzidas por satélites e fotografias retiradas por aeronaves.
2.3.5 Contrabateria
Chama-se contrabateria o desencadeamento de fogos sobre meios de apoio
de fogo inimigos (morteiros ou artilharia) que tenham sido localizados e identificados,
reduzindo assim a eficiência dos fogos inimigos sobre as posições da tropa amiga
(Brasil, 1994, p.6-7).
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A Contrabateria será realizada, após o trabalho de busca de alvos ou de
inteligência terem obtido êxito em suas respectivas tarefas.
2.3.6 ISTAR
O conceito de ISTAR - Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and
Reconnaissance (Inteligência, Vigilância, Busca de alvos e Reconhecimento) é
comumente analisado a parte no Brasil. Porém, como podemos verificar, os
conceitos abordados se completam e são muito similares; devido a isso, tem se
buscado, na maioria dos exércitos de primeiro mundo, a sinergia destes conceitos
num único sistema.
3. OS MEIOS DE BA EXISTENTES NO BRASIL
3.1 HISTÓRICO
Em 1867, durante a Guerra do Paraguai, foram utilizados dois balões de
observação por parte das tropas brasileiras, porém sem haver uma sincronização
com a artilharia.
Foi somente em 1944, com a 1a Esquadrilha de observação e ligação,
pertencente à Artilharia Divisionária da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que o
subsistema busca de alvos foi utilizado pela primeira vez junto a artilharia de
campanha, com o uso de 9 aviões L-4 (Piper Club) e seus observadores aéreos.
Em 1978, o Estado Maior do Exército aprova o manual C 6-121 que se torna
a base doutrinária da busca de alvos no Exército Brasileiro. Porém, este manual já
possui 30 anos de criação; e muita coisa não foi comprovadamente testada por falta
de material.
3.2 SISTEMAS CONVENCIONAIS
A Artilharia deve ter a capacidade de obter dados precisos de alvos,
permanentemente e sob quaisquer condições meteorológicas, de modo a permitir
em tempo oportuno, a neutralização ou destruição dos mesmos, como forma de
garantir o mínimo de perdas para o sistema manobra.
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Analisando os mais diversos conflitos ocorridos recentemente, podemos
observar que a sobrevivência em combate e o domínio do campo de batalha é muito
facilitado quando o inimigo, detectado oportunamente, tem suas ações
imediatamente neutralizadas antes que ele realize ações contra as nossas tropas.
Informações sobre quaisquer atividades do inimigo, quando fornecidas em tempo
real, aumentam as chances de sucesso em qualquer operação.
Um sistema de BA consiste no equipamento e pessoal necessários a
detecção, identificação e a localização de alvos terrestres (BRASIL, 1978, p.3-1).
A doutrina de busca de alvos brasileira divide o sistema de BA em outros
cinco, são eles:
a) sistemas visuais terrestres;
b) radar;
c) som;
d) sistemas aéreos; e
e) sensores aerotransportados.
3.2.1 Sistemas visuais terrestres
Um sistema visual terrestre é composto pelo observador e pelo equipamento
que ele carrega normalmente usado para ampliar a sua percepção visual e facilitar o
cumprimento de sua missão. É o sistema mais barato e constantemente usado no
Brasil no adestramento das tropas.
Serão apresentados a seguir os tipos de sistemas visuais terrestres da
doutrina brasileira:
3.2.1.1 Observadores avançados
Acompanhando as tropas em primeiro escalão, os observadores avançados
(OA) são de fundamental importância para uma eficiente busca de alvos. Os OA e
suas turmas são distribuídos na proporção de um por subunidade de combate.
Apesar dos modernos equipamentos óticos que atualmente possuem à disposição,
continuam tendo como principal deficiência a limitada capacidade de levantar alvos
em grande profundidade, pois essa raramente ultrapassa os 4 quilômetros de
profundidade. Por se desdobrar em toda frente de combate o OA pode constituir-se
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em um importante meio na busca de informes gerais de combate dentro de sua
possibilidade de observação. (BRASIL, 1978, pag. 3-1)
3.2.1.2 Postos de observação
A fim de suplementar o sistema de observação dos observadores avançados
cada Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) instala, próximo à linha de contato,
seus próprios postos de observação (P Obs). Conforme o Manual C 6-1, o GAC tem
capacidade para instalar até cinco P Obs. Esses postos de observação normalmente
são instalados em locais que possuam cobertura e que possibilitem cobrir toda
frente da zona de ação da tropa apoiada.
A integração da observação propiciada pelos OA com a dos P Obs aumentam
a possibilidade da detecção dos movimentos do inimigo próximos à linha de contato,
porém essa detecção é limitada pela orografia que cria diversos ângulos mortos.
Sempre que o tempo permitir, o local onde os P Obs venham a ser desdobrados
devem ser levantados topograficamente. Possui a mesma limitação dos OA, somado
ao fato do desconhecimento da posição das tropas amigas aumentando as
necessidades de coordenação e, por conseqüência, diminuindo a rapidez do tiro.
3.2.1.3 Localização pelo clarão
A localização pelo clarão consiste na localização de um meio de apoio de
fogo inimigo através de uma interseção avante para o clarão produzido e que tem
como extremos de base dois P Obs. A necessidade de linha de visada livre dos P
Obs para o local do possível alvo constitui-se em uma limitação deste sistema. A
vantagem encontra-se no fato de que os instrumentos ópticos utilizados pelos
observadores são passivos, logo dificultam a localização da posição dos P Obs pelo
inimigo.
Baseia-se no erro da artilharia inimiga em não colocar os seus meios numa
posição desenfiada. Nos dias atuais, este método é pouco empregado, uma vez que
uma massa cobridora a frente da artilharia é um fator quase que impositivo; somado
ainda, aos grandes alcances da artilharia que dificilmente distará menos de 4 Km do
P Obs.
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3.2.2 Radar
Para realizar a busca de alvos a artilharia de campanha utiliza radares
contramorteiro, de contrabateria e de vigilância terrestre. Esses meios de detecção
são distribuídos de modo a cobrir toda zona ação se possível. Por emitirem
radiofreqüência quando em operação, os radares são equipamentos ativos e estão
sujeitos a contramedidas eletrônicas (CME). Possuem a flexibilidade de poderem ser
utilizados tanto em operações de movimento quanto estáticas. O Brasil não possui
este equipamento, portanto não existe ainda manual detalhado de utilização deste
material.
3.2.2.1 Radar de Contramorteiro
Segundo o manual C 6-121, os radares contramorteiro ( Rdr CMrt ) localizam
os morteiros pela detecção do projetil em dois pontos de sua trajetória no espaço .
Os dados obtidos nesses dois pontos são introduzidos num computador que
extrapola a trajetória do projetil, determinando a sua origem e indicando a posição
do morteiro inimigo. Esse tipo de radar possui um melhor desempenho na deteção
de meios de apoio de fogo que disparem projéteis com grandes ângulos de
incidência.
3.2.2.2 Radar de Contrabateria
O radar de contrabateria (Rdr C Bia) localiza as peças de artilharia por um
processo similar ao radar contramorteiro. A diferença básica entre esses dois tipos
de radar é que além de possuir maior alcance os radares de contrabateria possuem
melhor desempenho com projéteis com menor ângulo de incidência.
3.2.2.3 Radar de Vigilância Terrestre
Detectam alvos em movimento, proporcionando um excelente meio
determinar a atividade inimiga. Depende da linha de visada livre entre o alvo e o
radar, por isso precisa ser posicionado num local com comandamento sobre a área
ocupada pelo inimigo, isso causa a sua facilidade de observação.
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No Brasil, este material não é previsto na Artilharia e sim na Cavalaria.
3.2.3 Localização pelo som
A localização pelo som é um processo utilizado para determinar a fonte que
originou uma onda sonora, por meio da medida do instante de sua chegada em
vários microfones localizados precisamente no terreno. Este meio de localização tem
provado ser um excelente meio de busca de alvos para determinação das posições
da artilharia inimiga. A localização pelo som revela peças de artilharia inimiga
ocultas à observação visual.
O sistema de localização pelo som é passivo, logo não está sujeito a
contramedidas eletrônicas. Possui excelente desempenho em períodos de pouca ou
nenhuma visibilidade, uma vez que não necessita de linha de visada para o alvo.
Porém em terrenos montanhosos e sob vento forte apresenta baixo desempenho.
O Brasil também não possui este equipamento.
3.2.4 Sistemas aéreos
O sistema aéreo de busca de alvos é utilizado para complementar a
observação terrestre, principalmente na observação de zonas de sombra criada pelo
terreno e para localizar alvos profundos, além da capacidade de observação pela
vista simplesmente. Possui sua capacidade de apoio condicionada à defesa
antiaérea inimiga e ao tipo de aeronave disponível.
3.2.4.1 Observação aérea
A observação aérea permite localizar alvos que estejam desenfiados à
observação terrestre. Por sua capacidade de aprofundar a observação pode se
constituir em importante meio de busca de alvos. A observação aérea é realizada
por observadores em aviões da esquadrilha de observação e ligação, por aeronaves
de asas rotativa da Aviação do Exército e pode ser utilizada para ajustar o tiro de
artilharia. O tipo de aeronave será escolhido de acordo com a característica da
missão. Será escolhida aquela que melhor se adapte às condições impostas para o
cumprimento da missão.
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A observação aérea brasileira normalmente utiliza o T-25, o T-27, o HA-1 e o
HM-1. Não existe uma aeronave de asa rotativa com equipamento especifíco para
este fim.
3.2.4.2 Aeronaves
Para levantar alvos para artilharia de campanha podem ser utilizados diversos
tipos de aeronave, sejam helicópteros, aviões ou VANT. O tipo de aeronave a ser
utilizada será fruto da análise do tipo de missão a ser executada e das limitações e
capacidades das aeronaves disponíveis. Possuem capacidade de realizar fotografias
e de levantar alvos de dia ou de noite.
O projeto VANT no Exército Brasileiro já foi empregado em operações no
HAITI, porém um modelo mais moderno já está em fase de testes.
3.2.5 Sensores aerotransportados
São aeronaves equipadas com certos tipos de sensores, basicamente
câmera, infravermelho e radar; que podem ser empregados na busca de alvos da
Artilharia de Campanha. Temos por exemplo, o R99-B (EMBRAER 145), equipados
com sensor óptico infravermelho, multiespectral - MSS e radar de abertura sintética -
SAR.
3.3 SISTEMAS NÃO CONVENCIONAIS
Além dos meios citados acima, a Força Terrestre pode-se valer de outros
meios que são igualmente ou mais eficazes que os meio convencionais. Dentre
outros podemos citar: forças especiais ou comandos, elementos de inteligência
infiltrados, caçadores, prisioneiros de guerra e ações de guerra eletrônica.
Não é necessário aprofundamento maior nestes meios, uma vez que não há
uma doutrina específica e aprofundada sobre o assunto, porém nos próximos
capítulos abordarei sobre elementos de tropas especiais (observadores em
profundidade) que em outros países são meios comuns e usuais na busca de alvo
da artilharia de campanha, assim como os OA.
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3.4 BUSCA DE ALVOS NA ARTILHARIA DIVISIONÁRIA
A Artilharia Divisionária (AD) possui meios de BA orgânicos (Bateria de Busca
de Alvos), a fim de cumprir suas missões de apoio a Divisão de Exército e aos GAC
orgânicos das Brigadas.
3.4.1 Artilharia Divisionária
Conforme o manual de campanha C 6-21 (1994), A AD possui as
determinadas missões como por exemplo: aprofundarmento do combate e aumento
o apoio de fogo proporcionado pelos grupos orgânicos das brigadas, realização de
contrabateria, realização da busca de alvos, empregando os meios disponíveis.
Para realizar as missões acima citadas AD é estruturada da seguinte forma:
Figura 1: Estrutura básica da artilharia divisionáriaFonte: Manual C 6-21 ( Artilharia da Divisão de Exército ) p. 2.4
3.4.2 Bateria de Busca de Alvos (Bia BA)
3.4.2.1 Generalidades
A Bia BA é empregada sob a supervisão do E2 da AD e é normalmente
empregada centralizada pela AD e com a missão de ação de conjunto, ou seja
atuando em proveito de toda Divisão de Exército ( DE ).
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O subsistema de busca de alvos, componente do sistema de artilharia de
campanha, normalmente é organizado e equipado para a localização dos meios de
apoio de fogo do inimigo (Brasil, 1997, p.2-1). Este subsistema consiste no
equipamento e pessoal necessários à realização oportuna de detecção, identificação
e localização, a três dimensões, de alvos terrestres, com suficientes pormenores que
permitam o emprego eficiente dos sistemas de armas (Brasil, 1978, p.3-1 ).
3.4.2.2 Missão
A Bateria de Busca de Alvos tem como missão prestar o apoio à Artilharia
Divisionária e complementar a busca de alvos dos demais escalões de artilharia.
3.4.2.3 Possibilidades
Segundo o manual C 6-21, a Bateria de Busca de Alvos possui algumas
possibilidades, como por exemplo: a realização de busca de alvos sob quaisquer
condições meteorológicas ou de visibilidade, a coordenação do emprego de seus
meios de busca de alvos, a obteção e difusão de informações de combate e a
regulação e ajustagem do tiro de artilharia de campanha.
3.4.2.4 Estrutura
Como podemos observar no item acima, são diversas as missões a serem
cumpridas pela Bateria de Busca de Alvos da Artilharia Divisionária. O levantamento
de possíveis alvos em toda zona de ação da DE requer a existência de diferenciadas
seções com variados materiais.Para realizar as missões atribuídas, a Bia BA é
estruturada da seguinte forma:
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Figura 2: Estrutura da Bateria de Busca de Alvos (Bia BA)
Fonte: Manual C 6-1 (Artilharia da Divisão de Exército)
3.4.2.5 Meios previstos
Conforme o manual C 6-21, os meios de BA da AD devem combinar diversos
sensores capazes de exercer a vigilância sob quaisquer condições meteorológicas e
de visibilidade.
Os meios de busca de alvos previstos são os seguintes: 2 ( dois ) radares de
contrabateria, orgânicos da Seção de localização pelo radar; 2 ( dois ) equipamentos
de busca pelo som, orgânicos da Seção de localização pelo som; equipamentos de
observação para localização pelo clarão, orgânicos da Seção de topografia; e 10
( dez ) veículos aéreos não - tripulados, orgânicos da Seção de Reconhecimento
por veículos aéreos não tripulados. ( Brasil, 1994, p.5-2 )
4. OS MEIOS DE BA EXISTENTES EM OUTROS PAÍSES
4.1 GENERALIDADES
Ao estudar alguns meios de BA existentes em outros países, poderemos ter
uma noção do que está sendo observado de importante nas doutrinas dos exércitos
de primeiro mundo, uma vez que o sistema STAR somado ao C4I é hoje, de
fundamental importância no combate moderno.
Com o objetivo de verificarmos meios interessantes de busca de alvos,
iremos estudar agoras os principais países da Europa e por último os Estados
Unidos da América.
4.2 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NA FRANÇA
4.2.1 Generalidades
O exército francês utiliza diversos sistemas de busca de alvos, como por
exemplo, os radares COBRA, RATAC, CYMBELINE, os observadores avançados
que utilizam Veículos de Observação de Artilharia (VOA) e os VANT CL 289 PIVER
24
e CRECERELLE. Essa grande variedade de meios faz com que as deficiências de
um vetor sejam cobertas por outro.
O sistema de busca de alvos da artilharia francesa está localizado
basicamente na Brigada de Inteligência, na Brigada de Artilharia e nos Regimentos
de Artilharia orgânicos das Brigadas Interarmas, comparável as nossas Brigadas
convencionais (Bda Bld, Bda C Mec, Bda Inf Mtz e etc).
4.2.2 Características dos meios de BA
OBSERVADORES AVANÇADOS - Os observadores avançados da artilharia
francesa possuem viaturas blindadas sobre rodas (tropas mecanizadas) ou sobre
lagartas (tropas blindadas), com binóculo, câmera termal (observação noturna),
rádio veicular, GPS (Global System Position) e telêmetro laser, proporcionando ao
observador condições técnicas de localizar um alvo rapidamente e neutraliza-lo com
eficiência.
Figura 3 Veículo de Observação Avançada Fonte: http://fedarti.freezee.org
VANT - Vamos encontrar os VANT na Brigada de Inteligência "Brigade
renseignement" que é subordinada a Força Terrestre Francesa, que possui como
unidade orgânica o 61e Régiment d'Artillerie (um regimento de vigilância do campo
de batalha com VANT rápidos e lentos). Estão sendo empregados alguns sistemas
de VANT de reconhecimento como o CRECERELLE (lentos) e o CL289 (rápidos).
Durante o vôo, o VANT transmite continuamente dados captados por uma
câmara de alta resolução durante o dia ou através de um dispositivo de
infravermelhos durante a noite para o CDE (Centre de Direction et d’Exploitation)
25
que é constituído por consoles de pilotagem, de navegação e de tratamento de
dados. (ALVES, LOPES e FOLGADO, 2006)
O CL 289 PIVER é um sistema de reconhecimento em operação na França
desde 1992, tem por missão o reconhecimento e a designação de alvos com uma
autonomia de 180 Km, constituído num vetor aéreo que carrega uma carga útil de
tomada de imagens (infravermelho e visível) e estações ao solo que permitem
programar a missão, a exploração das informações, bem como, a recuperação do
vetor.
Os VANT CRECERELLE atingem uma velocidade máxima de 240 Km/h e
podem atingir uma altitude de 10.000 pés (3300 m), a sua autonomia é
aproximadamente de 3 horas e pode operar de dia e de noite podendo atingir até 50
km. Sua missão principal é a de reconhecimento táctico e localização de alvos.
(ALVES, LOPES e FOLGADO, 2006).
RADAR - Na França, a artilharia de campanha utiliza as informações
transmitidas por diversos tipos de radares, como o CYMBELINE, o RATAC e o
COBRA, para fins de vigilância terrestre, localização de alvos, condução dos tiros e
medição de elementos meteorológicos.
O COBRA pertence aos Regimentos de Artilharia orgânicos da Brigada de
Artilharia “Brigade d’ Artillerie”. Ele permite localizar meios da artilharia inimiga e
seus efeitos até um alcance de 40 km, conduzir e regular o tiro de artilharia, além de
fornecer dados sobre os meios de guerra eletrônica inimigos. Estas unidades
possuem ainda, o MLRS (Multiple Launch Rocket System) conectado ao radar
COBRA pelo sistema C4I ATLAS, a fim de aumentar a rapidez e precisão do tiro
após a localização do alvo.
O RATAC é destinado à vigilância terrestre (detecção, reconhecimento,
localização precisa e contínua dos alvos móveis) e a observação dos tiros de
artilharia (localização dos arrebentamentos dos projéteis). Encontra-se instalado
numa viatura blindada e é operado por dois homens o seu tempo de entrada em
posição é de 15 minutos. O RATAC é orgânico dos Regimentos de Artilharia 155
mm das Brigadas Interarmas.
O Radar CYMBELINE é um radar contramorteiro que tem como missão
principal detectar e localizar posições de morteiro. Possui um alcance de 20 Km e
demora 3 minutos para entrar em posição.
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Figura 4: radar de vigilância RATACFonte: http://www.rap35.terre.defense.gouv.fr/
OBSERVADORES EM PROFUNDIDADE - As equipes de observação em
profundidade (EOP) são pequenos grupos de comandos (4 homens) orgânicos dos
regimentos de artilharia do Exército Francês. O seu papel consiste em lançar-se
atrás da linha de contato (LC), por diversas técnicas de infiltração (geralmente à pé)
e a constituição de postos de observação dissimulados (esconderijos enterrado)
numa razão de 4 à 30 km a retaguarda das linhas inimigas. A partir daí, os EOP
observam e conduzem os tiros de artilharia contra alvos inimigo. Uma missão típica
de EOP dura de quatro a seis dias.
4.3 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NO REINO UNIDO
4.3.1 Generalidades
O Exército Britânico tem vários sistemas de busca de alvos dos quais se
destaca os VANT Phoenix e Hermes 450; os radares MAMBA, COBRA,
CYMBELINE e MSTAR e as equipes de observação em profundidade. Esses meios
são orgânicos da Brigada de Artilharia “Artillery Brigade” (1 Arty Bde), que é
composta por dois Regimentos de MLRS (Multiple Launch Rocket System) , 1
Regimento de VANT “32 Regiment Royal Artillery (Phoenix, Unmanned Air Vehicle)”,
1 (um) Regimento de Busca de Alvos “5 Regiment Royal Artillery.” e 1 (uma)
Companhia de Observadores Especiais “Honourable Artillery Company (Special
OPs, TA)”.
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4.3.2 Características dos meios de BA
VANT - O VANT Phoenix é um sistema com capacidade de operar sob
quaisquer condições atmosféricas, de dia ou de noite, vigiar o campo de batalha e
localizar alvos em tempo real, possibilitando ao comandante ver a retaguarda das
linhas inimigas e fornecer informações para regulação do tiro. É ainda, um sistema
que está conectado a uma estação de base de dados terrestre, que por sua vez,
transmite a informação recolhida diretamente aos postos de comando da artilharia.
Pode ser lançado em menos de uma hora, tem um raio de alcance de até 70 Km
com uma autonomia de 4 horas, atingindo uma altitude máxima de 2700 m. São
lançados de uma viatura “catapulta”.
WATCHKEEPER é um VANT previsto para entrar em funcinamento em 2010,
auxiliando no fornecimento das informações do campo de batalha que os
comandantes necessitam para conduzirem as suas operações. Acredita-se que este
sistema consiga suplantar todas as informações que os VANT atuais podem
fornecer. O WATCHKEEPER vai ser um elemento de STAR (Surveillance, Target
Acquisition, and Reconnaissance) de importância significativa da componente
terrestre e estará ligado a toda infra-estrutura de C4I (Command, Control,
Communications, Computers, and Intelligence) para maximizar a sua capacidade.
RADARES - Na parte de radares encontramos uma grande gama de
equipamentos, como por exemplo o radar de localização de armas de curto alcance
CYMBELINE e um radar leve de vigilância com alcance de 20 Km (MSTAR).
O CYMBELINE é um radar da artilharia regimental inglesa capaz de detectar
a trajetória de granadas em dois pontos de sua trajetória, conforme passa no seu
feixe de ondas. Isto permite identificar a localização dos meios de lançamento de
fogos indiretos inimigo e difundí-los na artilharia de campanha.
O MSTAR é um radar leve de vigilância com alcance de 20 Km, imune às
condições meteorológicas, que veio substituir o ZB 298, na detecção de
helicópteros, viaturas e infantaria a pé. É um radar utilizado pelos observadores
avançados, pois auxilía no cálculo dos pontos de impacto das granadas, além de
possuir no seu display uma tela com a escala de 1:50.000, facilitando-lhes a
transferência de dados para as cartas topográficas. Este radar pode ser montado e
operado nas viaturas Warrier OPV (Observation Post Vehicle) ou ser transportado
28
pelo militar (peso – 30 Kg) e depois ser montado no terreno. (ALVES, LOPES e
FOLGADO, 2006).
Figura 5: Radar de vigilância terrestre MSTARFonte : http://www.army.mod.uk/equipment/communication/1526.aspx
Como foi visto no parágrafo acima e a semelhança da França, o Reino Unido
também tem uma viatura específica para o OA que no caso é o Warrier OPV; uma
viatura blindada autopropulsada com proteção química, biológica e nuclear (QBN),
equipada com um aparelho de visão noturna, um telêmetro laser, um radar de
vigilância (MSTAR) e um sistema de navegação. Todos estes sistemas combinados
permitem maior rapidez e eficiência na busca de alvos. Esta viatura de observação
está presente em todas as unidades equipadas com o obus AS 90. (ALVES, LOPES
e FOLGADO, 2006).
No Regimento de Busca de Alvos vamos encontrar o MAMBA (Mobile Artillery
Monitering the Battlefield Radar), um radar leve de contrabateria, que detecta,
localiza e classifica a artilharia, os foguetes e os morteiros, e ainda, o radar COBRA
que tem as mesmas características do Francês.
SOM - O ASP (Advanced Sound-Ranging Programme) faz parte do
Regimento de Busca de alvos e é transportado pelo veículo de combate Armoured
(AFV 432) ou em caminhões Pinzguar. O equipamento é ajustado geralmente
próximo da LC (linha de contato). O ASP pode encontrar artilharia e morteiros a uma
distância de 30 km.
OBSERVADORES EM PROFUNDIDADE - A Companhia de observadores
especiais “Honourable Artillery Company” fornece observadores em profundidade
para serem introduzidos atrás das linhas inimigas através de submarino, pára-
quedas, embarcação ou aeronave de asa rotativa, esses elementos usam
designadores laser, tonalizadores térmicos, radares portáteis (MSTAR) e um
29
equipamento de comunicações seguro de alta tecnologia, a fim de transmitir
informações sobre o inimigo e conduzir tiros, quando for o caso.
Figura 6: Radar Contrabateria COBRA Fonte: http://www2.army.mod.uk/5regtra/organisation/p_battery.htm#Equipment
4.4 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NA ALEMANHA
4.4.1 Generalidades
O Exército alemão está se transformando num novo exército “Neues Heer”, a
sua reestruturação estará finalizada em 2010, com a divisão da Força Terrestre
alemã em três tipos de categoria: reação (combate e imposição da paz),
estabilização (combate assimétrico e manutenção da paz) e suporte (logístico e
apoio). Em virtude disso, irei analisar o subsistema busca de alvos da força de
reação, que é a Divisão Hanoover, a tropa mais convencional dessa nova estrutura.
A Divisão Hanoover é formada por 2 (duas) Brigadas (Munster e Augustdorf),
que possui suas respectivas artilharias orgânicas (Batalhões de Artilharia de
Campanha) e mais 1 (uma) Brigada de Artilharia .
A Brigada de artilharia possui 1 (um) Batalhão de artilharia 155 mm auto
propulsado/busca de alvos e 1 (um) Batalhão Múltiplo de Foguetes (quaternário),
Sendo que o primeiro Batalhão possui 2 (duas) bateria de obuses (8 peças de
obuseiro PzH2000), 1 (uma) bateria de KZO (VANT) e 1 (uma) bateria de radares de
contrabateria.
30
Figura 7: Organização da Brigada de Artilharia da Divisão de Reação
Fonte: Fisher (2005, pag 37)
Os Batalhões orgânicos de Brigada são ternário, sendo que cada bateria de
obuses (composta por 8 Obuseiros Pzh2000) possui ainda 1(uma) seção de radar
de vigilância terrestre (ABRA-Artillery Battlefied Surveilance Radar).
31
Figura 8: Organização do Batalhão de Artilharia das Brigadas da Divisão de Reação
Fonte: Fisher (2005, pag. 38)
4.4.2 Características dos meios de BA
OBSERVADORES AVANÇADOS - Os observadores de arttilharia que tinham
como viatura blindada o M113, receberam recentemente viaturas mais rápidas como
o Fennek (fabricação alemã) e o Marder infantry fighting vehicle (este será
substítuido pelo Puma), que permitiram maior flexibilidade de emprego dos
observadores em apoio aos elementos de manobra.
Figura 9: Veículo de reconhecimento FennekFonte: http://www.army-technology.com/projects/fennek/fennek1.html
RADAR - Na mesma linha de pensamento da França, os Batalhões de
Artilharia de Campanha orgânicos das Brigadas Interarmas são dotados de radares
de vigilância terrestre. No caso da Alemanha, cada Batalhão possui 3 (três) ABRA
“Artillery Battlefield Surveillance Radar”, sendo 1 (um) para cada Bateria de Obuses.
(FISHER, 2005)
O radar M113A1G ABRA é utilizado na localização de alvos móveis, sendo
empregado num alcance de 38 Km para colunas de blindados em movimento, este
radar será substituído pelo BÜR, sistema binacional (França e Alemanha) mais
moderno que o atual, que pode detectar alvos em terra e alvos aéreos a baixa altura.
Os radares de contrabateria, que no caso alemão é o radar COBRA conforme
a maioria dos países estudados, são orgânicos da Brigada de Artilharia, possuindo
as mesmas características técnicas do Francês e do Inglês, já que é projeto trilateral
32
desses países. Este radar é capaz de localizar até 40 posições de armas inimigas
em 2 minutos.
SOM - Como localizador passivo a Alemanha tem o SMA 64
(Schallmessanlage 64) que é um equipamento capaz de localizar obuseiros e
morteiros há 15 km de distância, este material deverá ser integrado com o sistema
digital de C2 I ADLER (Artillerie-Daten-Lage-Einsatz-Rechnerverbund).
VANT - Com o VANT KZO a capacidade de busca de alvos é aumentada
sensivelmente. O KZO é usado no reconhecimento diuturno há longas distâncias até
o alcance de aproximadamente 100 km. Possui autonomia de 3 horas e meia e voa
a uma altitude de 300 a 2500 metros. Seu vôo pré-programado pode ser modificado,
a fim de acompanhar um alvo localizado.
4.5 OS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS NOS ESTADOS UNIDOS
4.5.1 Generalidades
No caso norte americano será abordado no novo conceito de Brigadas
modulares, adotada pelo exército americano, que possui como apoio de fogo os
Batalhões de Artilharia orgânico das Brigadas de Combate (Heavy BCT, Stryker BCT
e Infantry BCT) e a Brigada de Fogos “Fires Brigade”.
A Brigada de Fogos possui como meios de busca de alvos 1 (uma) Bateria de
Busca de Alvos “Target Acquisition Battery” com 4 radares de contrabateria
AN/TPQ-37 e 2 radares de contramorteiro LCMR “lightweight coutermortar radars” e
1 companhia de VANT “tactical unmanned aerial vehicle (TUAV) company” com 7
VANT RQ-7 Shadow. (WHITE, 2005, pag.15)
Já o Batalhão de Artilharia da Brigada de Infantaria (Infantry BCT) é composto
por 2 (duas) Baterias, uma célula de suporte de fogo e 1 (um) Bateria Comando,
dividida em 1 (um) Pelotão de Busca de Alvos, onde se incluem 1 (um) radar
AN/TPQ-36 e 4 (quatro) radares LCMR, e 1 (um) Pelotão de Inteligência Militar,
composto por 4 VANT.
33
Figura 10: Plano organizacional e operacional da Brigada de FogosFonte: http://www.army.mil/famag
Figura 11: Batalhão de Artilharia da Brigada de Infantaria (IBGT)Fonte: Fied Artillery Magazine
4.5.2 Características dos meios de BA
RADAR - O radar AN/TPQ-36 Firefinder é um radar leve, pequeno e
altamente móvel capaz de detectar qualquer projétil lançado por arma num setor de
34
90 graus de cobertura. Pode detectar e localizar até 10 armas diferentes em um
alcance máximo de 24 Km. O AN/TPQ-36 pode ser usado na ajustagem de fogos
amigos.
Este radar é ideal para detectar o fogo indireto em grandes ângulos.
Entretanto, também é igualmente capaz de produzir posições exatas para unidades
de fogo indireto que executem fogos com baixos ângulos. Pode conduzir a
ajustagem do fogo amigo como missão secundária, quando for absolutamente
necessário.
O radar de contrabateria AN/TPQ-37 é um sistema de contrabateria 3-D de
longo alcance que pode encontrar armas a uma distância de até 50 quilômetros.
Quando opera em uma longa superfície plana pode detectar até mísseis. Apesar de
possuir como missão principal a detecção de meios de apoio de fogo, pode realizar,
ainda, a ajustagem do fogo amigo. Sua organização prevê o emprego de 12 militares
para mobiliar uma seção deste tipo de radar. (ThalesRaytheonSystem)
O radar contramorteiro LCMR é utilizado para complementar o desempenho
dos dos outros radares. Possui uma erradiação de 6400”’.
VANT – A companhia de VANT (TUAV company) está equipada com 7 (sete)
VANT RQ-7 Shadow, fornecendo a Brigada de Fogos uma capacidade de busca de
125 Km. O Shadow pode ser lançado de um trilho e ser recuperado em um área
desobstruída do tamanho de um campo de futebol. Além disso, ele é equipado com
sensores de infravermelho para emprego de dia e a noite. (WHITE, 2005)
5. ANÁLISE DOS MEIOS DE BUSCA DE ALVOS
5.1 GENERALIDADES
Depois de termos estudado um pouco a doutrina brasileira e de alguns países
do subsistema de busca de alvos, iremos agora verificar as possibilidades e
limitações dos meios de Busca de Alvos citados.
5.2 OBSERVADORES AVANÇADOS
5.2.1 Definição
35
Os observadores avançados de artilharia são os principais suportes da busca
de alvos, sendo empregado junto aos elementos em 1a escalão. Normalmente, na
proporção de 1 (um) por subunidade.
5.2.2 Possibilidades
Os observadores têm a capacidade de observação limitada pela visão
humana, sendo considerada em torno de 4 km; porém sempre que possível os
órgãos sensoriais devem ser otimizados pelo uso de meios tecnológicos existentes,
a fim de ampliar sua capacidade de reconhecimento e de condução do tiro.
A utilização de uma VBO (viatura blindada de observação) sobre lagartas
(tropa blindada) ou rodas (tropa mecanizadas), que possua equipamentos, como por
exemplo binóculo, câmera termal (observação noturna), rádio veicular, GPS e
telêmetro laser, fornecem ao OA um aumento significativo em sua possibilidade de
aquisição de alvos e facilita o trabalho da Central de Tiro, por ser possível a
localização precisa do OA, bem como a localização do alvo por coordenada polar.
Além disso, a viatura blindada pode fornecer a proteção blindada e de ataque QBN
para o OA.
Existe ainda a possibilidade do OA levar um radar portátil de vigilância
terrestre, como no caso exército britânico que utiliza o MSTAR, para realizar a
localização antecipada de alvos móveis.
Tudo isso, somado a um sistema automatizado de C2 (comando e controle),
como o FOS (Forward observer system), pode tornar o OA um meio muito mais
eficaz de BA.
5.2.3 Limitações
Mesmo com sensores termais ou de infravermelho que permitem ao OA
enxergar à noite, e ainda, com o uso do binóculo que amplia sua visão, seu papel
ainda fica limitado ao desenfiamento que a orografia do teatro de operações
(ângulos mortos) proporciona, sendo voltado apenas para os fogos de apoio.
36
5.3 OBSERVADORES AÉREOS
5.3.1 Definição
São observadores tripulantes de aeronaves de asa fixa ou rotativa que
complementam a observação terrestre e é orientada sobre regiões situadas em
ângulos mortos em relação aos P Obs. Os helicópteros da Aviação do Exército são
empregados para esse fim. Os Grupos de Artilharia de Campanha podem também
ser apoiados, em determinadas situações, por elementos da esquadrilha de ligação
e observação (ELO) colocados sob controle operacional da Brigada ou DE.
5.3.2 Possibilidades
São capazes de observar regiões desenfiadas para a observação terrestre,
principalmente quando existe deficiência nos meios de VANT, seja por quantidade
ou por limitações tecnológicas.
Nos combates urbanos, operações comuns nos dias atuais, verifica-se a
utilização de observadores aéreos como um meio complementar de BA, como pode
ser comprovado na “Operation Iraqi Freedom” (OIF), onde devido a dificuldade de
observação dos alvos por parte dos OA (graças aos escombros e construções) e
aos problemas de comunicações, uma vez que o rádio do OA é VHF (visada direta)
e um ambiente urbano cria anteparos as ondas eletromagnéticas, foi necessária a
utilização de O Ae (observadores aéreos) em aeronaves OH-58 para a condução
dos tiros de artilharia. (GREER E KEAN, 2003).
Vale salientar, que o Observado Aéreo foi usado pelo exército mais poderoso
do mundo, onde os recursos para construção de VANT não são escassos.
5.3.3 Limitações
Por ser necessário a utilização de aeronaves de baixa perfomance para
permitir a observação adequada da faixa do terreno, o emprego do observador
aéreo como subsistema busca de alvos fica restrito a alguns fatores como por
exemplo: a superioridade aérea, as condições meteorológicas e a Artilharia Anti-
37
Aérea inimiga; criando assim a necessidade de um grande estudo e trabalho de
inteligência, antes de autorizar o seu envio.
5.4 OBSERVADORES EM PROFUNDIDADE
5.4.1 Definição
As equipes de observação em profundidade, apesar de não existir no exército
brasileiro, são presentes em importantes exércitos da Europa como o Francês e o
Britânico. Pertencentes a algumas Unidades de Artilharia, esses elementos infiltram
à retaguarda das linhas inimigas, por meios aeroterrestres, aeromóveis ou à pé.
Essas equipes proporcionam a Artilharia à possibilidade de atirar em locais onde,
devido a deficiências dos meios de busca de alvos existentes, não é possível
exercer a função STAR.
5.4.2 Possibilidades
Com a utilização de rádios satelitais ou repetidoras esses grupos especiais
podem conduzir tiros em locais que outros meios não alcancem ou não detectem a
presença de alvos de interesse para a Força.
5.4.3 Limitações
Devido a distância das equipes em relação a linha de contato, verifica-se a
necessidade de um sistema de comunicações de alta tecnologia, além disso sua
faixa de emprego é pequena, devido a sua baixa capacidade de deslocamento.
5.5 RADARES CONTRAMORTEIRO/CONTRABATERIA
5.5.1 Definição
Os sistemas de radar de contrabateria detectam e localizam o fogo das armas
inimigas, sejam provenientes da artilharia, foguetes ou morteiros e fornece em
38
segundos dados que possibilitam o contra-ataque. Os sistemas possibilitam, ainda, a
ajustagem do fogo amigo.
Os radares de contrabateria fazem a varredura eletronicamente em três
dimensões. A antena estacionária varre uma seqüência rápida dos feixes ao longo
do horizonte, dando forma a uma cortina eletrônica do radar sobre uma área de 90°.
Todo o alvo que penetra a cortina provoca um feixe imediato de verificação. A partir
da verificação, uma seqüência automática tem início
5.5.2 Possibilidades
Varia conforme o equipamento, tendo normalmente um setor de 90o e um
grande alcance de detecção. Mesmo que sua emissão detecte apenas uma pequena
parte da trajetória do projétil, o radar já tem condições de localizar o alvo.
5.5.3 Limitações
Por ser um emissor de ondas, está sujeito a guerra eletrônica e a misseis
anti-radiação, por isso é necessário um controle e rodízio de radares emissores, com
a finalidade de diminuir a propabilidade de detecão pelo inimigo.
5.6 RADAR DE VIGILÂNCIA TERRESTRE
5.6.1 Definição
Os radares de vigilância terrestre são utilizados para detecção, aquisição,
localização e reconhecimento de tropas à pé, veículos leves e pesados e aeronaves
voando a baixa altitude, a fim de se evitar a surpresa e possibilitar a intervenção
antecipada pelos fogos.
5.6.2 Possibilidades
Existem diversos tipos de radares de vigilância terrestre que variam em
tamanho e alcance de emissão. No Brasil é previsto este tipo de radar na Cavalaria
Mecanizada, apesar de não haver o material nas Unidades.
39
É um excelente meio de antecipar fogos de artilharia antes que se torne
visíveis para os observadores, seu alcance é variável conforme o material.
5.6.3 Limitações
É vulnerável a Guerra Eletrônica e aos mísseis anti-radiação por ser um
emissor de ondas, além disso necessita de visada direta sobre os alvos móveis
fazendo com que o radar seja instalado em pontos de comandamento sobre o
inimigo.
Tudo isso, facilita a sua localização e por consequência a propabilidade de
ação do inimigo sobre este equipamento.
5.7 SOM
5.7.1 Definição
O equipamento de localização pelo som determina a posição de artilharia
medindo o tempo em que uma onda sonora emitida pelo tiro de uma peça de
artilharia atinge os elementos de detecção localizados precisamente, no terreno
(Brasil, 1978, p.d-12 ).
5.7.2 Possibilidades
Este meio de localização tem provado ser uma excelente ferrramenta para
determinação das posições da artilharia inimiga, pois além de revelar peças de
artilharia inimiga ocultas à observação visual, é um mecanismo passivo, e portanto,
não está sujeito a guerra eletrônica, sendo muito eficiente durante períodos de
pouca ou nenhuma visibilidade, não necessitando de linha de visada para o alvo.
5.7.3 Limitações
Os terrenos montanhosos podem afetar as operações, dependendo das
posições relativas da base e das fontes sonoras e do relevo da área considerada.
40
Possui como maiores limitações a dificuldade de operar em ambientes sob
fogo pesado da artilharia amiga, pois tende a confundir a interpretação do som
registrado e a pouca eficiência sob condições de vento forte ( Brasil, 1978, p.3-9 ).
5.8 VANT
5.8.1 Definição
Segundo FRANCO, o VANT é a nomenclatura dada às pequenas aeronaves
dotadas de propulsão própria e que não transportam operadores humanos, cujo
nome original é UAV (Unmanned Aerial Vehicle). Possuem vôo pré-programado ou
são controlados por operadores em terra.
5.8.2 Possibilidades
Os veículos aéreos não-tripulados são meios de BA com amplas
possibilidades de atuação. Atualmente, existem diversos sistemas de VANT em
operação ao redor do mundo com diferentes especificações técnicas, de modo que
os seus empregos (tático ou estratégico) ficam de certa forma condicionada a tais
fatores.
O VANT, graças ao Sistema de Posicionamento Global Diferencial (DGPS),
radares e designadores laser, é capaz de informar as coordenadas de um alvo
qualquer ou de sua própria posição em tempo real; designar um alvo terrestre em
tempo real, realizar filmagens noturnas em tempo real, dentre outras que dependerá
da tecnologia disponível empregada em sua construção e de sua função (tática ou
estratégia).
5.8.3 Limitações
Como é um sistema de alta tecnologia, sua principais limitações irão
depender do tipo de VANT utilizado somado aos custos de fabricação. Portanto, a
principal desvantagem para este meio é o orçamento e a tecnologia necessária.
41
6. CONCLUSÃO
A importância do subsistema busca de alvos no combate moderno é algo
certo e notório, já que é um dos elementos que compõem o conceito STAR, que é a
grande ferramenta atual do comandante no auxílio da tomada de decisões e na
intervenção no combate.
Um subsistema de busca de alvos moderno aumenta a eficiência e o poder
dissuasório de uma Força Terrestre, sendo empregado frequentemente em missões
de imposição da paz no mundo, como por exemplo, em Kosovo.
Além disso, existe uma tendência de uma estruturação modular por parte das
Forças Armadas do Mundo, onde é necessário o fracionamento dos diversos
elementos para composição de Forças Tarefas Temporárias.
Portanto, considero que a existência de 1 (uma) Bateria de Busca de Alvos
(orgânica da AD), com apenas 1 seção de VANT, 1 seção de radar de contrabateria
(com 2 radares contrabaterias) e 1 seção de localização pelo som seja insuficiente
para apoiar as ações de toda uma Divisão de Exército. Além disso, a seção de radar
que era prevista (pelo menos na doutrina) nos GAC orgânicos de Brigada foi retirada
e os Observadores Avançados sofrem por não ter uma viatura específica para tropas
mecanizadas ou blindadas, bem como materiais eletrônicos importantes para
localização precisa dos alvos localidos, sendo que até hoje não é previsto o uso do
sistema de posicionamento global (GPS) pelos Observadores Avançados,
equipamento vital para segurança, precisão e rapidez do tiro.
Ao analisarmos o subsistema de BA de outros países em comparação ao
nosso, principalmente os da Europa, que não têm todos o recursos orçamentários
dos Estados Unidos da América, mas possuem exércitos considerados de alto nível,
podemos colher algumas idéias.
Primeiramente, o radar de vigilância terrestre não é só usado pelos elementos
de reconhecimento (no Brasil é previsto nos Regimentos de Cavalaria Mecanizada),
mas também fazem parte dos GAC orgânicos de Brigada com a finalidade de
execução de fogos de apoio em alvos que estejam em movimento, acredito que esta
idéia válida para estudo e implantação no nosso Exército.
No próximo escalão de Artilharia, que é chamado de Brigada de Artilharia na
maioria dos países (seria a nossa Artilharia Divisionária), a quantidade e os tipos de
radares de Contrabateria foram aumentados nas respectivas frações de BA, com a
42
finalidade de que um tipo de radar complemente a deficiência do outro; e ainda, criar
a possibilidade de passar seções de radares em reforço a determinada Força Tarefa
sem perda de eficiência na BA da Brigada de Artilharia.
Nessa Brigada, é previsto equipamentos de busca pelo som, como elemento
passivo de contrabateria, evitando os riscos que existem ao se emitir as ondas de
radiação do radar. Como em nossa doutrina já existe este equipamento, acredito
que, se for o caso, só se deve pesquisar qual equipamento a ser adquirido.
Conforme o Brasil, o VANT se encontra no escalão Brigada de Artilharia, só
diferindo no valor da fração, que é nível Unidade na maioria dos países estudados, e
no tipo de material utilizado.
Porém dos meios de BA, o VANT é o meio mais próximo de ser alcançado,
existindo alguns projetos no Brasil em fase de conclusão.
Mesmo assim, não podemos “abrir mão” da Observação Aérea que foi usada
com sucesso na OIF mesmo com toda tecnologia existente no Exército dos EUA e é
um excelente meio para complementar as deficiências dos VANT e dos OA. Pode-se
melhorar o emprego deste meio com o uso de aeronaves específicas para essa
missão, como por exemplo o OH-58.
Na Europa, verifica-se o uso dos observadores em profundidade (tropas
especiais compostas por artilheiros) em vários países, acredito que este meio possa
ser implantado no Brasil, principalmente pelos baixos custos deste elemento não
convencional, havendo só a necessidade de material de comunicações adequado as
grandes distâncias de emprego.
O principal meio de BA existente no Brasil é ainda o OA, porém ele não
possui GPS (Global Position System), viatura específica para tropas mecanizadas e
blindadas, e ainda não é comum o adestramento deste militar com o uso do ocúlos
de visão noturna (OVN) e do telêmetro laser, mesmo sendo previsto este material no
quadro de distribuição de material.
Concluindo, ressalta-se de importância o estudo dos seguintes aspectos:
fornecimento de viatura e equipamentos específicos aos observadores avançados,
previsão de um radar de vigilância terrestre nos Grupos orgânicos de Brigada,
aumento do número e tipo de radares de contrabateria/contramorteiro na seção
radar da Bia BA, equipagem de uma aeronave da aviação do Exército com material
específico para a missão de observação aérea e implantação de uma equipe de
observação em profundidade no Exército Brasileiro.
43
Tudo isso, com a finalidade de termos condições satisfatórias de realizar a
busca de alvos em proveito da artilharia de campanha em toda frente de uma
Divisão de Exército.
44