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Copyright © 2018 Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Terceira Região – Crefito 3.

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei 5.988/73 e Lei 9.610/98).___________________________________________________

A Interface da Terapia Ocupacional no Contexto Multiprofissional da Educação, Saúde, Previdência e Assistência Social / Adriano Conrado Rodrigues - São Paulo, SP: Maio, 2018.

1.TERAPIA OCUPACIONAL 2.EDUCAÇÃO 3.SAÚDE 4.ASSISTÊNCIA SOCIAL 5.REABILITAÇÃO 6.SAÚDE MENTAL 7.PRÁTICAS INTEGRATIVAS 8.PREVIDÊNCIAI. Rodrigues, Adriano Conrado (org.)

4 VOLUMES - Essa obra contém material inédito.

Realização:

Apoio técnico institucional e divulgação:

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Responsável Técnico, Coordenação do Projeto e Produção:Adriano Conrado Rodrigues – TERAPEUTA OCUPACIONAL

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial outotal desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

All rights reserved. It allowed the partial or total reproduction of this work provided that the source is mentioned and is not for sale or any commercial purpose.

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Citação Especial - Homenagem - Crefito 3/TO“Terapia Ocupacional - Profissão Centenária”

17 de março de 1917: Nessa data, há exatamente um século, um grupo multidisciplinar vinculado direta e indiretamente à área da saúde, se reuniu na cidade de Nova Iorque para oficializar a criação da NSPOT – National Society for the Promotion os Occupational Therapy, a Associação Nacional para a Promoção da Terapia Ocupacional (hoje AOTA – Associação Americana de Terapia Ocupacional). Presentes àquela primeira reunião, apenas seis pessoas. Cem anos depois, e próxima de reunir meio milhão de profissionais em todo o mundo, a Terapia Ocupacional se consolida como uma profissão que se expande desde a área da saúde para abraçar também os campos social e da educação. Por meio de suas práticas e dos avanços em pesquisas, onde o fazer humano é abordado de forma transformadora, evidenciamos a importância da atuação dos terapeutas ocupacionais.

Saiba mais sobre os 100 anos da Terapia Ocupacional em:https://youtu.be/VYfOK_3sr5s

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Agradecimentos

Agradeço a todos os TERAPEUTAS OCUPACIONAIS e demais profissionais, compromissados com o saber e a prática clínica / assistencial, que fazem a “linha de frente” do acolhimento à população. Graças à vocês, esse livro têm integralidade e humanização!!!

Agradeço aos mais de 90 Autores Colaboradores, tamanha a generosidade dispensada a cada capítulo, texto, palavra... Vocês foram incríveis! Referenciar uma Categoria, exige competência, experiência, ética e responsabilidade. Aqui, isso é realidade!!!

Agradeço a Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima (Vice-presidente do Coffito) e ao Dr. José Renato de Oliveira Leite (Presidente do Crefito 3), além de todos os colegas terapeutas ocupacionais e fisioterapeuta do Sistema Coffito-Crefitos, pela parceria e por acreditarem que podemos sim, avançar nas demandas da Terapia Ocupacional!!!

Agradeço em especial à minha família pelo apoio incondicional, e todo o amor e carinho!!!

Obrigado a Deus, pela oportunidade de servir e me realizar através dessa linda profissão, pelo bem comum.

Adriano Conrado Rodrigues

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Dedicatória

Essa obra é dedicada ao terapeuta ocupacional, professor, orientador, mestre, e como ele gostava de ser apresentado, AMIGO Roberto Ciasca.

Eterno em nossos corações. In Memoriam

#contamine-se com o prazer da dança!- Grupo de Dança ParaTodos na Mostra de dança do CCA da PUC-Campinas. Coreografia Swing da Lata, criação coletiva. Música de Herbert Viana e Fernanda Abreu. Coordenação Roberto Ciasca.

Disponível em:http://robertociasca.blogspot.com.br/2009/08/grupo-de-danca-paratodos-estreia.html (acesso em 05/03/2018)

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CapaSignificado

- Trechos retirados do TCC dos TOs Hélio Hissaoh Ikeda e Lívia Aparecida Soares de Lima. MANDALAS: UMA REFLEXÃO SOBRE SEU POTENCIAL TERAPÊUTICO OCUPACIONAL. UNISO, 2014. Orientação Acadêmica: Rita Gianolla Miranda.

“...a Terapia Ocupacional pode utilizar o mandala, uma vez que necessita de uma atividade que proporcione através do simbolismo, a emersão para o consciente de conflitos internos, o mandala por sua vez é uma maneira de projeção simbólica de tais conteúdos inconscientes.”

“...conexão com conteúdos inconscientes que nos bloqueiam e sentimentos que necessitam ser trabalhados. O Terapeuta Ocupacional pode aproveitar deste recurso e auxiliar o indivíduo no reconhecimento e aceitação destas limitações.”

“...para que haja a reorganização consciente do cotidiano é necessário reorganizar conteúdos internos.... o mandala permite uma transformação alquímica ao nível de psiquismo que favorece para que as imagens representativas se tornem realidade e assim seja capaz de remanejar conteúdos conflitantes, visibilizando a clarificação dos conteúdos que possam vir a serem emergidos, permitindo uma reorganização interna.”

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SUMÁRIO

VOLUME 4TERAPIA OCUPACIONAL - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS).

Prefácio 1................................................................................................................. 13

Prefácio 2................................................................................................................. 14

I - APRESENTAÇÃO.....................................................................................................16

II - CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................................24Características e Breve Análise de Impacto da Terapia Ocupacional por Geopro-cessamento no Brasil: Aspectos Sociais, de Saúde e de Educação

III - AQUECIMENTO.....................................................................................................42Introdução à Ciência Ocupacional

CAPÍTULO 1......................................................................................................64- Introdução às PICS - Um Olhar para a Integralidade

CAPÍTULO 2......................................................................................................69- Terapia Ocupacional e as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde no Brasil

CAPÍTULO 3.......................................................................................................77- Medicina Tradicional Chinesa (MTC)

CAPÍTULO 4......................................................................................................83- Plantas Medicinais/Fitoterapia

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CAPÍTULO 5......................................................................................................90- Danças Circulares

CAPÍTULO 6....................................................................................................101- Arteterapia

CAPÍTULO 7....................................................................................................111- Reiki

CAPÍTULO 8....................................................................................................130- Shantala

CAPÍTULO 9.........................................................................................................156- Auriculoterapia como Abordagem de Cuidado no Campo da Saúde

ANEXO 1.........................................................................................................170- Aurículoterapia para Redução de Dor e Ansiedade em Profissionais de Saúde do Município de Beneditinos, PIAUÍ - Relato de Experiência

ANEXO 2..........................................................................................................175- Práticas Integrativas e Complementares no Campo da Saúde Mental: A Experiência da Atuação Terapêutica Ocupacional Utilizando a Yoga como Recurso Terapêutico

IV - APÊNDICE..........................................................................................................181 - Cartilha de Apoio para a Inserção de Terapeutas Ocupacionais nosProgramas e Serviços Públicos de Saúde e Assistência Social...................182 – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF: Considerações para Terapeutas Ocupacionais...............................185 - Apresentação dos mini-currículos dos autores / colaboradores, em acordo com a identificação numérica em sobrescrito...........................194

SUMÁRIO

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Prefácio 1

Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima*

Este referencial direcionado aos Terapeutas Ocupacionais, chegou para enriquecer o conhecimento teórico prático de nossa profissão e proporcionar condições para desempenharmos nosso trabalho com mais diversidade, qualidade e abrangência. Uma grande equipe multiprofissional transformou esta produção em realidade, perpassando temas que transitam não só pela saúde, mas trazendo reflexões acerca do nosso papel ocupacional na sociedade enquanto promotores do bem estar bio psico social do indivíduo e apontando materiais, métodos, recursos, para que este indivíduo atinja a sua máxima independência e autonomia. Trazer aos profissionais, reflexões a respeito deste fazer, ilustrando a prática com relatos de casos também é o desafio desta obra, e nos remete a potencializar um bom networkinq que nos capacite a reconhecer e aprimorar nossas habilidades e competências, somando forças com a equipe multiprofissional, para alcançarmos a excelência das boas práticas em saúde. Estar prefaciando este livro é, além de uma honra, uma grande responsabilidade: a de indicar a leitura e incentivar os demais colegas a se aventurarem nas interfaces da nossa profissão, mas acima de tudo, é uma imensa alegria, pois participo da trajetória do autor, que vem, com extrema competência, ética e dedicação, transformando conceitos e quebrando paradigmas da Terapia Ocupacional no Brasil. Fica como sugestão a leitura e o desejo de que esta sucessão de temas atuais e aquilatados pelo olhar cuidadoso do autor, nos faça caminhar para a excelência do cuidado e para o fortalecimento de uma rede de referência que gere autonomia, inclusão social, geração de renda e melhor qualidade de vida ao paciente.

*Terapeuta Ocupacional - Vice-presidente e Membro da Comissão de Assuntos Parlamentares (CAP) do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

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Prefácio 2

Dr. José Renato de Oliveira Leite*

Esta obra tem por objetivo ressaltar a interface da Terapia Ocupacional no contexto multiprofissional nas mais diversas situações que envolvem as ações de planejamento e gestão em saúde, os programas de reabilitação, os ganhos funcionalidade, e as redes de atenção à saúde, bem como a aplicação de inovados recursos e métodos terapêuticos por especialistas na área da reabilitação. Cabe lembrar que o processo de promoção da saúde, física ou mental, têm por finalidade a reintegração do indivíduo à sociedade. E para a sua ocorrência, deve-se ter, além do domínio de conhecimento técnico e científico, a garantia do trabalho multiprofissional, o envolvimento do Estado, a efetiva participação da sociedade, bem como do próprio indivíduo a ser reintegrado, e de seus familiares. Dessa forma, o autor procurou reunir renomados profissionais que atuam nas áreas de planejamento, gestão e promoção de saúde, sobretudo ressaltando a importância do trabalho em equipe multiprofissional, e que por meio das suas ações experiências, irão contribuir de forma consubstancial na tomada de decisões e adoção de condutas. Portanto, esse livro é recomendado para todos os profissionais que estão envolvidos com estratégias de gestão, e aqueles que desejam ter o amplo conhecimento da importância do trabalho multiprofissional que é realizado ao longo de todo o processo de reabilitação. E por fim, aproveito também a oportunidade para parabenizar o Dr. Adriano Conrado Rodrigues e seus respectivos colaboradores, pelo excelente trabalho realizado nessa obra, e pela iniciativa de construção e compartilhamento do conhecimento científico, o qual é de vital importância para toda a nossa sociedade.

*Fisioterapeuta – Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Terceira Região (CREFITO-3); Membro da Comissão de Assuntos Parlamentares (CAP) do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO); Especialista em Fisioterapia Respiratória pela ASSOBRAFIR; Coordenador das Atividades de Ensino do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor- HC. FMUSP)

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I - APRESENTAÇÃO.

Adriano Conrado Rodrigues

É com imensa satisfação e alegria que apresento essa obra em formato digital, em consonância com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO, para referenciar ou instrumentalizar de forma ampla e acessível o maior número possível de Terapeutas Ocupacionais, conforme o interesse nas temáticas abordadas. Dimensionar a Terapia Ocupacional em sua amplitude não é tarefa fácil, e talvez nem seja possível considerando as características da profissão, além das vertentes político-sociais em constante transformação. Mas creio ter aqui um ótimo retrato, contemporâneo, que conta com a experiência e colaboração de mais de 90 profissionais, Terapeutas Ocupacionais e outros, que em suas expertises e de forma generosa evidenciaram uma base sólida de fundamentos e práticas terapêuticas ocupacionais e multiprofissionais. Hoje no Brasil, conforme estimativa do próprio Coffito (Dez/2017) somos 17.865 Terapeutas Ocupacionais. Isso representa um crescimento de 21%, em relação ao número de profissionais no ano de 2015. Apesar do impacto positivo desse valor, pois sim, estamos crescendo, ainda nos encontramos aquém quando esse levantamento é dimensionado por cobertura territorial, atenção às demandas, programas, instituições e serviços, e pelo número de cursos ofertados nas instituições de ensino superior do território nacional. Atualmente, não são raros os concursos e vagas de trabalho, sem profissionais inscritos, bem como novas políticas públicas que venham adaptadas ao baixo número de profissionais com especialidade ou competência para uma área específica. Baixo também é o número de mestres e doutores na profissão. Daí a importância de estarmos incorporados em ações planejadas, tanto de cunho político (ético/responsáveis), quanto de evidência da própria prática, pois a mesma fala por si. Esse deve ser um compromisso de cada profissional, de cada instituição e de cada órgão de representação dessa categoria. Assim, vejo como essencial a evidência de nossas “boas práticas”, em acordo com o código de ética da Terapia Ocupacional. Hoje em dia, com os

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adventos tecnológicos é muito fácil se comunicar. Saibamos usar isso a nosso favor, e mostremos toda a riqueza da Terapia Ocupacional à sociedade.

Acesse material de divulgação da Terapia Ocupacional em:http://www.crefito3.org.br/dsn/manuais.asp

É nesse ideal de CRESCIMENTO, que essa obra compõe seu alicerce! Para ilustrar a obra e marcar a transição de conteúdos, temos “o Mandala”, e aqui vale uma fundamentação quanto a pertinência da escolha: O Mandala - Através do simbolismo, leva a emersão para o consciente de conflitos ou limitações, que, a partir disso, poderão ser trabalhados para uma reorganização interna e no cotidiano, ou seja, um excelente recurso terapêutico (nada mais pertinente!). Derivação Cultural de concepção, o Mandala, presente na tradição hinduísta, e mais precisamente na tradição budista tibetana, presente nos estudos de C. G. Jung, representa uma imagem interior que gradualmente é construída nos momentos de equilíbrio psíquico perturbado, ou quando um pensamento não pode ser encontrado. O Mandala estimula a mente a equilibrar as emoções e ativa os processos físicos, ajudando a restabelecer sua função plena e assim passa a ser uma fonte de cura; e encontra a sua simbiose técnico-afetiva com a Terapia Ocupacional. E assim, a beleza fascinante e misteriosa do Mandala nos acompanhará ao longo dessa jornada, abraçando a dimensão contemporânea da Terapia Ocupacional, sem nos deixar esquecer o quão fascinante, complexa e rica é a essência e o trabalho com o ser humano! Outro ponto importante da obra é o fato da característica multiprofissional da composição dos assuntos; o que torna o conteúdo extremamente esclarecedor quanto ao papel do terapeuta ocupacional, quando frente às outras profissões, quer seja no campo da Educação, da Saúde, da Previdência ou da Assistência Social, nas prerrogativas, competências e amplitude de Abordagens, Métodos, Técnicas e intervenções terapêuticas ocupacionais.

Não há atenção integral à Saúde da população, sem a presença do Terapeuta Ocupacional nos programas, serviços e equipes de trabalho!

Da mesma forma, conhecer as prerrogativas e práticas profissionais das demais categorias que nos relacionamos como Terapeutas Ocupacionais, nos auxilia a intervir de forma ética, e partilhar nossos

I - APRESENTAÇÃO

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18 Terapia Ocupacional • Volume 4

objetivos (em equipe) ou gerar demandas colaborativas, para que tenhamos a riqueza da abordagem multiprofissional evidenciada nas dinâmicas de trabalho, e certamente maior assertividade nas avaliações e condutas profissionais. As práticas multiprofissionais nesse contexto têm como principal objetivo lançar um olhar amplo sobre os indivíduos, tanto para prevenir doenças e fatores de exclusão, como para promover a saúde e a Qualidade de Vida. Esse é um processo que passa pela busca de independência nas atividades da vida diária, autonomia para o desenvolvimento pessoal, projetos de vida, respeito pelos valores individuais ou comunitários, manutenção de vínculos sociais e ocupacionais, que considerem o potencial funcional e relacional. Essas questões compõem as premissas do trabalho do Terapeuta Ocupacional, e por conseqüência as premissas dessa obra. Talvez o terapeuta ocupacional seja o profissional mais competente na atenção às pessoas em estado de vulnerabilidade; até aqui, pouca novidade uma vez que essa profissão advém de situações adversas da humanidade. A questão é que no Brasil, pela própria condição sócio-econômica e política do país, a vulnerabilidade está intimamente ligada ao risco de morte, o que torna a presença do terapeuta ocupacional nos programas e serviços públicos, necessária, indispensável, imprescindível, ou qualquer outro adjetivo que demonstre a extrema importância de sua presença. Assim, num verdadeiro malabarismo metodológico /organizacional para abraçar todo o arcabouço teórico-prático levantado, e sem a pretensão de ser perfeita nessa questão, essa obra divide-se em 4 partes, precedidas pela contextualização em forma de análise situacional da profissão no cenário nacional, e por uma brilhante viagem à Ciência Ocupacional como terra fértil a ser explorada por acadêmicos e profissionais, e que ancora e subsidia a prática da Terapia Ocupacional. A Parte 1 aborda de forma ampla, estratégias de GESTÃO, EMPREENDEDORISMO E MARKETING para terapeutas ocupacionais, deixando clara a capacidade (e aptidão) desse profissional em gerenciar pessoas, equipes e serviços ou empresas. Na Parte 2 são apresentados de forma técnica, MÉTODOS, ABORDAGENS E INTERVENÇÕES PARA GANHO DE AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA OU PARTICIPAÇÃO. Nessa mesma linha entramos na Parte 3, onde os autores colaboradores relatam suas experiências e saberes nos CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO, SAÚDE, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL. E finalmente a Parte 4 percorre a extensão terapêutica ocupacional

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19I - APRESENTAÇÃO

no campo das PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE, e que demandam o envolvimento dos profissionais, pois já temos inclusive a Política Nacional das PICS, com grande atenção Ministerial para a sua consolidação. Assim, concluo a apresentação considerando essa obra um marco de evidência, em que a profissão parece SE FORTALECER nas mãos de gestores e profissionais que entendem ser esse, o momento de construção e união pelo ideal da profissão em si; e o que não for para agregar em representação, competência, sustentabilidade, monitoramento, eficiência e efetividade, já não cabe mais. A TERAPIA OCUPACIONAL BRASILEIRA SOMOS TODOS NÓS!

APRESENTAÇÃO DOS AUTORES / COLABORADORES POR SESSÃO*:

I - (APRESENTAÇÃO).

II - CONTEXTUALIZAÇÃO.1. Adriano Conrado Rodrigues (1)2. Álida Fernanda C. Murta Andrade (94)3. Jamile Cristina Albieiro Silva (31)4. Dimaima Vitória Castro da Graça (93)5. Susilene Maria Tonelli Nardi (72)

III - AQUECIMENTO. Otavio Augusto de Araujo Costa Folha (57)

VOLUME 1.TERAPIA OCUPACIONAL - GESTÃO, EMPREENDEDORISMO E MARKETING.1. Priscilla Regina Cordeiro (33)2. Annie Betune Ramalhão (3)3. Sandra Helena Iglesias Cordeiro Leite (9)

“Nenhum homem é uma ilha; qualquer homem é uma parte do todo. A morte de qualquer homem me diminui, porque faço parte da humanidade;...”

John Donne (1572-1631).

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4. Adriano Conrado Rodrigues (1)5. Bruno Souza Bechara Maxta (59)6. Alessandro Rodrigo Pedroso Tomasi (58)7. Susilene Maria Tonelli Nardi (72)8. Lúcia Helena Soares Camargo Marciano (91)9. Maria Aparecida Pereira Machado (80)10. Katia Maki Omura (75)11. Carmen Ligia Cucê Nobre (21)12. Adriano de Oliveira* (28)13. Julia Hatakeyama Jóia* (27)14. Keila Raquel Ferreira de Oliveira (22)15. Janaína Eleutério Martins (23)16. Luiza Franco (26)17. Maria Luiza Rezende (24)18. Maria Luiza Santa Cruz (19)19. Marina Rodrigues Camargo (17)20. Silvia Regina Rocha (18)21. Viviane de Mancilha Lima (25)

VOLUME 2.TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE E REABILITAÇÃO - MÉTODOS, ABORDAGENS E INTERVENÇÕES PARA GANHO DE AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA OU PARTICIPAÇÃO.1. Daniel Marinho Cezar da Cruz (11)2. Maria Aparecida Ferreira de Mello (37)3. Cândida Luzzo (39)4. Tatiani Marques (40)5. Adriano Conrado Rodrigues (1)6. Fernando Vicente de Pontes (56)7. Daniela Nascimento Augusto (17)8. Roberta Abduch Rolim Credidio (16)9. Adriano Conrado Rodrigues (1)10. Luciana Diniz Freitas (70)11. Gisele Pellegrini (5)12. Renata Aparecida Conejo (8)13. Ana Cláudia Tavares Rodrigues (88)14. Luciane Padovani (6)15. Ana Maria D. O. Belleza (2)16. Fábio Jakaitis (4)

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21I - APRESENTAÇÃO

17. Luciane Padovani (6)18. Marussia Fialho Hamsi Caridá (15)19. Eduardo Peres Honório (14)20. Célia Aparecida Tomba (13)21. Adriana Garcia Tosta Vieira (12)22. Andressa Chodur (83)23. Patrícia Luciane Santos de Lima (53)24. Sandra C. Pizzocaro Volpi (36)25. Caio Cesar Benetti Filho (51)26. Kátia Cezário da Silva (90)27. Fernanda Cristina Ferreira de Camargo (66)28. Vanessa Raquel Pires Ferracini (68) 29. Evelin Cadrieskt Ribeiro Mello (67)30. Carolina Gomes Matarazzo (92)31. Antonia Alice de Souza Fonseca (42)32. Evelyn Kirkcov de Souza (45)33. Helenice Oliveira (44)34. Márcia Conceição Abbamonte (43)35. Renata Rocha (49)36. Renata Schoedler (10)37. Carolina Gomes Matarazzo (92)38. Márcia Helena Valente da Costa (95)

VOLUME 3.TERAPIA OCUPACIONAL - CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO, SAÚDE, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL.1. Maria Fernanda dos Santos (74)2. Daniela Nascimento Augusto (17)3. Leonardo Costa Lima (35)4. Alexandre Martinho (76)5. Aide Mitie Kudo (46)6. Mônica Estuque Garcia Queiroz (47)7. Gabriela Pereira do Carmo (71)8. Luciana Diniz Freitas (70)9. Mônica Estuque Garcia Queiroz (47)10. Patrícia Luciane Santos de Lima (53)11. José Naum de Mesquita Chagas (77)12. Carolina Maria do Carmo Alonso (48)13. Priscila Blasquez da Costa Leite (55)

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22 Terapia Ocupacional • Volume 4

14. Jamile Cristina Albieiro Silva (31)15. Adriano Conrado Rodrigues (1)16. Gisele Monnerat Tardin (50)17. Tatiani Marques (40)18. Luis Ferreira Monteiro Neto (54)19. Fernando Vicente de Pontes (56)20. Patricia Leite de Oliveira (52) 21. Ana Rita Costa de Souza Lobo Braga (69)22. Patrícia Leite de Oliveira (52)23. Carolina Cimardi Becker (29)24. Cristina Maria Quaggio (30)25. Jamile Cristina Albiero Silva (31)26. Mariane Aparecida Terssoni da Conceição (32)27. Priscilla Regina Cordeiro (33)28. Talita Cristina de Moraes (34)29. Cíntia Schwab (41)30. Leiliane Helena Gomes(89)31. Márcia de Souza Rodrigues (61)32. Aline Paz Perussi (73)33. Carolina Maria do Carmo Alonso (48)34. Priscila Blasquez da Costa Leite (55)35. Gisele Monnerat Tardin (50)36. Marina Rodrigues Camargo (17)37. Silvia Regina Rocha (18)38. Maria Luiza Santa Cruz (19)39. Walter Augusto Bahia Pereira (20)40. Maria Luiza Rezende (24)41. Carmen Ligia Cucê Nobre (21)42. Keila Raquel Ferreira de Oliveira (22)43. Janaína Eleutério Martins (23)44. Luiza Franco (26)45. Viviane de Mancilha Lima (25)46. Álida Fernanda C. Murta Andrade (94)47. Luzianne Feijó Alexandre Paiva (82)48. Maria Imaculada da Costa Mendonça (96)

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23I - APRESENTAÇÃO

VOLUME 4.TERAPIA OCUPACIONAL - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS).1. Ana Teraza Costa Galvanese (79)2. Fábia Cilene Dellapiazza (38)3. Márcia de Souza Rodrigues (61)4. Luzianne Feijó Alexandre Paiva (82)5. Adriano Conrado Rodrigues (1)6. Leonardo Costa Lima (35)7. Flavia Liberman (78)8. Rachel Azulay Leite (60)9. Ângela Maria Cecim de Souza Castro Lima (62)10. Lídia Seade Vieira Maia (63)11. Socorro de Maria Castro (65)12. Maria de Nazareth Mendes (64)13. Patrícia Luciane Santos de Lima (53)14. Karla Adriana Ferreira Beckman (84)15. Alan Senigalia (85)16. Ana Maria Fernandes Pitta (86)17. Lara Susan Silva Lima (80)18. Clarissa Dantas de Carvalho (87)

IV - APÊNDICE 1. Susilene Maria Tonelli Nardi (72) / Câmara Técnica Sócio-Sanitária - Crefito 3.2. Adriano Conrado Rodrigues (1)

*Acesse os mini-currículos dos autores, em acordo com a identificação numérica, no tópico IV – Apêndice, parte 3.

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II - CONTEXTUALIZAÇÃO Características e Breve Análise de Impacto da Terapia Ocupacional por Geoprocessamento no Brasil: Aspectos Sociais, de Saúde e de Educação.

Adriano Conrado Rodrigues

Colaboração:Susilene Maria Tonelli Nardi

Álida Fernanda Corgozinho Murta AndradeJamile Cristina Albieiro Silva

Dimaima Vitória Castro da Graça

1 - Introdução. Após a apresentação dessa obra, é importante que se apresente a Terapia Ocupacional, bem como contextualizá-la numa dimensão de interesse dos gestores, acadêmicos e profissionais. Essa importante profissão já difundida no mundo, no Brasil caminha para a sua consolidação, habitando e se desenvolvendo nos espaços da saúde, educação, assistência social e cultura. Portanto, é essencial o entendimento das variáveis que compõem a Terapia Ocupacional, e dos parâmetros que a delimitam em nosso país, tanto no que se refere à distribuição geográfica dos profissionais, como de suas práticas e contribuições para as Políticas de Atenção. A partir do correto entendimentos desse contexto, e da evidência do impacto das ações profissionais, o planejamento para a valorização e o próprio crescimento da profissão passam a ser possíveis, e em acordo com as reais demandas da profissão e da própria população brasileira.

2 - Terapia Ocupacional. 2.1 - Apresentação Numa visão contemporânea, a Terapia Ocupacional é uma profissão

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de nível superior e que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, utiliza a atividade humana como recurso terapêutico, com o objetivo de habilitar e/ou reabilitar indivíduos com dificuldades físicas, psíquicas, cognitivas, perceptivas e sociais, que estejam interferindo no desenvolvimento e/ou na independência do indivíduo. Desta forma sua atuação permeia todos os ciclos de vida (recém-nascidos, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos), trabalhando em equipamentos públicos e privados dos setores de Saúde, Educação, Assistência Social, Cultura, Previdência Social e nos Sistemas Judiciário e Penitenciário. Participa da organização, planejamento e gestão dos serviços, da pesquisa, prevenção de alterações funcionais dos sistemas do corpo humano e do desempenho nas atividades cotidianas de pessoas em seus diferentes contextos sociais. Atua em situações de risco, de fragilidade e vulnerabilidade social e problemas de ordem física, cognitiva e mental em diferentes níveis de complexidade. Auxilia na integração das pessoas aos diferentes cenários sociais, conforme suas demandas, papéis ocupacionais, necessidades ou interesses, visando melhorar a auto-realização, o bem-estar e a qualidade de vida, e advinda de áreas de estudo como a Ciência Ocupacional (vide tópico III – Aquecimento).

2.2 - Áreas de Atuação. O CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL (COFFITO) reconhece as seguintes Especialidades do profissional Terapeuta Ocupacional: A - Especialidade: AcupunturaÁrea de Atuação:• Todos os níveis de atenção à saúde, em todas as fases do desenvolvimento ontogênico, com ações de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção, recuperação e reabilitação do cliente/paciente/usuário. B - Especialidade: Contextos Hospitalares A formação profissional dessa especialidade, enquadrada na área requerida - “Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares”, apresenta três áreas de atuação: “Atenção intra-hospitalar”, “Atenção extra-hospitalar oferecida pelo hospital” e “Atenção em cuidados paleativos”. A área de atuação de “Atenção em Cuidados Paliativos” compreende o oferecimento de cuidados terapêuticos ocupacionais junto a equipes

II - CONTEXTUALIZAÇÃO

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multiprofissionais, a pacientes com condições crônico-degenerativas potencialmente fatais (oncológicas e não-oncológicas) e que estão em tratamento sem condições de modificação da doença; os Cuidados Paliativos podem ser realizados tanto em contextos intra-hospitalares, como através de ações em contextos extra-hospitalares oferecidas por equipe hospitalar, não se restringe à fase de terminal idade da vida e são considerados cuidados preventivos, pois previnem um grande sofrimento motivado por dores, sintomas e pelas múltiplas perdas físicas, psicossociais e espirituais e podem reduzir o risco de luto complicado. Serão consideradas áreas afins: Terapia Ocupacional em Saúde Funcional; Terapia Ocupacional em Saúde Mental; Terapia Ocupacional em Saúde Coletiva nas áreas de atuação Desempenho Ocupacional e Saúde do Idoso; Desempenho Ocupacional e Saúde da Mulher; Desempenho Ocupacional e Saúde do Trabalhador; Desempenho Ocupacional e Saúde do Escolar, considerando neonato, infância e adolescência; e Cuidados Paliativos e Tanatologia.

C – Especialidade: Contextos SociaisÁreas de Atuação:• Desempenho Ocupacional e Contexto Asilar• Desempenho Ocupacional e Contexto Prisional• Desempenho Ocupacional e Geração de Renda• Desempenho Ocupacional e Justiça e Cidadania• Desempenho Ocupacional e Inclusão Laboral• Desempenho Ocupacional e Liberdade Assistida• Desempenho Ocupacional e Liberdade Condicional• Desempenho Ocupacional e Seguridade Social

D - Especialidade: Gerontologia• Atenção à saúde da pessoa idosa; Assistência social à pessoa idosa; • Cultura e lazer para a pessoa idosa e Educação à pessoa idosa.

E – Especialidade: Saúde da FamíliaÁrea de Atuação:• Desempenho Ocupacional na Saúde da Criança e do Adolescente;• Desempenho Ocupacional na Saúde do Adulto;• Desempenho Ocupacional na Saúde do Idoso.

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27II - CONTEXTUALIZAÇÃO

F – Especialidade: Saúde MentalÁreas de Atuação:• Desempenho Ocupacional Psicossocial• Desempenho Ocupacional Percepto-Cognitivo• Desempenho Ocupacional Senso-Perceptivo• Desempenho Ocupacional Psicoafetivo• Desempenho Ocupacional Psicomotor

2.3 - Locais de Atuação. Sistema Único de Saúde (SUS):• Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF)• Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)• Centro Dia para Idosos• Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)• Unidade de Referência para Idosos • Clínicas e Policlínicas • Hospitais (UTI, ambulatórios e enfermarias) • Centro Especializado de Reabilitação (CER)• Centro de referência em saúde do trabalhador (CEREST).• Grupo de Vigilância Epidemiológica (municipal, regional ou estadual) • Atendimento domiciliar (SAD)

Sistema Único de Assistência Social (SUAS):• Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)• Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)• Terceiro Setor

Entidades públicas, privadas e filantrópicas:• Consultórios particulares • Casas de repouso • Instituições de longa permanência • Creches • Clubes esportivos • Escolas • Organização Não Governamental (ONGs) • Redes de atenção especializada (AMA; Lucy Montoro; APAE; entre outros)• Museus e Pontos de Cultura

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28 Terapia Ocupacional • Volume 4

• Presídios • Universidades• Institutos de Pesquisa • Indústrias• Gestão • Serviço militar em geral.• Centros de Defesa em Direitos Humanos

3 - Instituições Ensino Superior – IES - Curso de Terapia Ocupacional.

Tabela 1. Relação das IES que oferecem o curso de Terapia Ocupacional, por Estado.

Estado Universidades TOAL Universidade Estadual de Ciências da Saúde de AlagoasCE Universidade de FortalezaDF Universidade de BrasíliaES Universidade Federal do Espírito SantoGO Faculdade União de Goyazes

MG Universidade Federal do Triângulo MineiroUniversidade Federal de Minas Gerais

PA

Escola Superior da AmazôniaUniversidade da AmazôniaUniversidade do Estado do ParáUniversidade Federal do Pará

PRUniversidade Federal do ParanáUnião do Ensino Superior do Iguaçu

PE Universidade Federal do PernambucoPI Faculdade Integral Diferencial

RJInstituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de JaneiroUniversidade Federal do Rio de Janeiro

RS

Faculdade Serra GaúchaCentro Universitário FranciscanoUniversidade Federal de Santa MariaUniversidade Federal de Pelotas

RO Faculdades Integradas Aparício CarvalhoSC Associação Catarinense de Ensino - Faculdade Guilherme Guimbala

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29II - CONTEXTUALIZAÇÃO

Estado Universidades TO

SP

Centro Universitário de Araraquara BrasilCentro Universitário São CamiloFaculdade de Medicina do ABCPontifícia Universidade Católica de CampinasUniversidade Sagrado CoraçãoUniversidade de São PauloUniversidade de São Paulo – Ribeirão PretoUniversidade de SorocabaUniversidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”Universidade Federal de São CarlosUniversidade Federal de São Paulo

SE Universidade Federal de Sergipe

Fig. 1 – Mapa para análise de cobertura com o número de IES que oferecem o curso de Terapia Ocupacional/Estado (em acordo com a Tabela 1).

Considerando a dimensão nacional de cobertura dos programas e serviços públicos de Educação, Saúde e Assistência Social, considerando a demanda populacional por saúde, e considerando as IES como instituições de extrema relevância no cenário de formação e prática, impactando diretamente a oferta do serviço, na figura acima resta evidente a necessidade de um plano político administrativo que amplie o número da oferta de cursos de Terapia Ocupacional no Brasil.

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30 Terapia Ocupacional • Volume 4

4 - Dados do Ministério da Saúde do Brasil, para correlação. 4.1 - Atenção Básica. Compreende o Departamento de Atenção Básica, e define-se pelo conjunto de iniciativas do Ministério da Saúde para cuidar da população no ambiente em que vive, sob o slogan “Saúde mais perto de você”. Nele está incluída a Estratégia Saúde da Família (que compõe a Política Nacional de Atenção Básica), o Brasil Sorridente (Política Nacional de Saúde Bucal); Política Nacional de Alimentação e Nutrição; Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares; Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde; Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB); Programa Telessaúde Brasil Redes; Equipes de Consultórios na Rua; Programa Saúde na Escola (PSE); Projeto de Expansão e Consolidação da Estratégia Saúde da Família (PROESF), entre outros programas, ações e estratégias, que compõem a Rede de Atenção à Saúde (RAS.) Em janeiro de 2018, de acordo com o levantamento realizado no Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), Departamento de Atenção Básica (DAB), havia registro de 43.741 Estratégias de Saúde da Família implantadas no País, garantindo uma cobertura na Atenção básica estimada em 75,7% da população, que significa a abrangência de 157.138.501 habitantes. O Terapeuta Ocupacional faz parte da gestão, bem como da Rede de Atenção à Saúde (RAS) da Atenção Básica, e desempenha papel fundamental para que os objetivos preconizados pelo Ministério da Saúde e pela OMS sejam alcançados.

4.2 - Atributos da Rede de Atenção à Saúde (o que aqui denominarei como DIRETRIZES). Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único para as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de atributos apresentados a seguir é essencial ao seu funcionamento, no modo a que se propõe (conteúdo citado na íntegra -http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras. php?conteudo=atributos_ras): 1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde. 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão

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31II - CONTEXTUALIZAÇÃO

de casos, reabilitação e cuidados paliativos e integram os programas focalizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos. 3. Atenção Básica à Saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo às suas necessidades de saúde. 4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado. 5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da atenção. 6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da população. 7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações. 8. Participação social ampla. 9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico. 10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede. 11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem étnica e outras variáveis pertinentes. 12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da rede. 13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em saúde. 14. Gestão baseada em resultado.

Para compor esse cenário, a página do Ministério da Saúde traz: - Elementos constitutivos da Rede de Atenção à Saúde (http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=elementos_ras);

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- Funções da Atenção Básica nas Redes de Atenção a Saúde (http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=funcoes_ab_ras); - Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência(http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_deficiencias); - Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)(http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_psicossocial); - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP)(http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnaisp.php?conteudo=saude_mental_sistema_prisional). 5 - Apresentação dos Mapas Geoanalíticos. A seguir, apresento uma análise por geoprocessamento na dimensão do território nacional, que retrata (entre tantos outros) a densidade demográfica, consumo de saúde, consumo de educação, beneficiários de planos de saúde (saúde suplementar), renda média familiar e a distribuição dos profissionais TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. Esses dados (e mapas) quando correlacionados, podem evidenciar informações preciosas, para análise e diagnóstico de impacto da profissão, e gestão dos programas e serviços da Rede de Atenção à Educação, Saúde e Assistência Social. Ao pensarmos no contexto da Terapia Ocupacional como um sistema, e sendo esse sistema ativo (pois temos, entre tantas variáveis, novos profissionais todos os anos ingressando ao mercado de trabalho), para seu correto funcionamento e para cumprir os objetivos a que se propõe no âmbito social, há que se estabelecer uma análise crítico-situacional adequada e contínua de seus dados. Nesse sentido, qualquer estratégia para crescimento e valorização da Terapia Ocupacional que não considere a interdependência dos componentes desse sistema, bem como do monitoramento e gestão dos dados gerados, certamente incorrerão em ineficiência.

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33II - CONTEXTUALIZAÇÃO

1- Densidade Demográfica

Refere-se a distribuição da população no território nacional. Ano referencia: 2018

2- Consumo de Saúde

Refere-se a distribuição da população que paga por saúde no território nacional. Ano referencia: 2018

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34 Terapia Ocupacional • Volume 4

3- Consumo de Educação

Refere-se a distribuição da população que paga por educação no território nacional. 4- Beneficiários de Planos de Saúde

Refere-se a cobertura da rede de saúde suplementar no território nacional. Ano referencia: 2018

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35II - CONTEXTUALIZAÇÃO

5- Renda Média Familiar

Refere-se a distribuição de renda familiar no território nacional. Ano referencia: 2018

6- Número de Profissionais

Refere-se a distribuição dos profissionais terapeutas ocupacionais no território nacional. Ano referencia: 2018

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36 Terapia Ocupacional • Volume 4

5.1 – Análise e Discussão. Diante dos mapas expostos (não sobrepostos) conclui-se que, mesmo com uma análise limitada, há uma maior densidade demográfica (Mapa 1) nos estados do norte, centro-oeste, sul e sudeste; o consumo de saúde, (Mapa 2) e educação (Mapa 3) particulares dessa população, são mais evidentes nos estados do sul e sudeste e parcos no norte (exceto o Pará), nordeste e centro oeste; já a renda familiar (Mapa 5), com exceção do Amapá, também se apresenta mais baixa nos estados do norte e nordeste do Brasil. Densidade demográfica, consumo de saúde e educação, e renda familliar ou cobertura de saúde suplementar são dados importantes de planejamento, quando confrontados com os princípios do Sistema Único de Saúde - SUS (equidade, universalidade e integralidade). A presença do Terapeuta Ocupacional no País (Mapa 6) se dá em maior quantidade no sul e sudeste e com precariedade numérica, exceto nos estados do Rio grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, nos estados do norte, nordeste e centro-oeste. Justaposto, nota-se evidencia da maior necessidade deste profissional nos estados do norte-nordeste e centro oeste para desenvolver ações junto à população destes estados e garantir a cobertura assistencial terapêutica ocupacional adequada. Numa correlação mais criteriosa dos dados, vemos que na análise de cobertura por número de profissionais x região x população, fica ainda mais clara a escassez de terapeutas ocupacionais no território nacional, o que também se apresenta quantificado nos dados da tabela abaixo, que evidenciam essa condição e nos alertam para o fato de o Brasil seguir a margem do que a Organização Mundial da Saúde recomenda, e da realidade assistencial dos países mais desenvolvidos. Ainda assim, por mais que se pese o fator econômico, ou por qualquer outro parâmetro que se queira referenciar, a condição não deixa de ser grave, onde a população figura como grande prejudicada.

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Tabela 2. Disposição dos dados para análise de Cobertura (região x população x número de profissionais).

Diante dessa realidade, incentivamos os Terapeutas Ocupacionais a ocuparem espaços ainda não explorados, haja vista que nesta situação, como ocorre com outras categorias profissionais, a valorização financeira e empregabilidade são condição sine qua non. Em consonância a esta análise, urge a necessidade do poder público (Saúde, Educação e Assistência Social) fomentarem políticas públicas e estratégias para aumento do número de terapeutas ocupacionais na assistência à população, inclusive com apoio às Instituições de Ensino Superior para mais cursos e vagas; dos Conselhos regionais e Conselho Federal para o reconhecimento das especialidades, o fortalecimento e validação das ações do Terapeuta Ocupacional, bem como a normatização, criação e divulgação dos procedimentos operacionais padrão dentro das especialidades que assim permitem; e da população em buscar seu direito a uma atenção integral, onde a presença do terapeuta ocupacional é imprescindível; e finalmente, sustentarmos a nossa profissão e a embasarmos com evidencias científicas é talvez o maior desafio dos próximos anos. Para tanto, é importante que nossas associações de categoria sejam protagonistas nesse papel.

II - CONTEXTUALIZAÇÃO

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6 - Considerações Finais. Contextualizar a Terapia Ocupacional no cenário nacional, assim como contextualizar a própria prática da Terapia Ocupacional, envolve a compreensão acerca da identidade profissional e de fato o entendimento de até que ponto conseguimos sensibilizar profissionais e população acerca da complexidade de nossa atuação. Falar de uma forma clara para as pessoas sobre quem somos, como atuamos, e conceituar de uma forma simples e didática o instrumento da Terapia Ocupacional – a análise da atividade humana, para que uma pessoa possa associar uma questão de sua rotina ou cotidiano, à intervenção do terapeuta ocupacional, pode ser um caminho. No imaginário popular, por exemplo, uma dieta pode remeter a pessoa ao nutricionista, assim como uma entorse pode remeter ao fisioterapeuta. E assim poderíamos citar outras profissões que já possuem a identidade forte quanto ao fazer que lhes caracterizem. Na Terapia Ocupacional, consolidar a identidade ainda é uma busca. Trabalhamos com os preceitos da ocupação humana, fazer humano, rotina, cotidiano, dentre tantos outros conceitos que utilizamos para explicar às pessoas o que fazemos e o que permeia nossa atuação. Todavia, nós profissionais sabemos da complexidade da nossa prática, e diante disso, desistimos de tentar explicar ou partimos para a evidência clinica, expressa pela prática profissional. Num contraponto a essa complexidade, o próprio nome da profissão traz em si um estigma difícil de ser “desconstruído”... A idéia do ocupar por ocupar, o que acaba sendo mais um problema. Com a experiência e a formação continuada, passamos a considerar mais claramente a ciência por traz dos fatos. Refletir sobre a Ocupação Humana, e o quanto essa ciência influencia a população em geral, bem como a nossa atuação enquanto terapeutas ocupacionais, pode auxiliar nesse processo de sensibilização para a identidade da Terapia Ocupacional. Em nossa atuação profissional, somos constantemente observados (pacientes, familiares, outros profissionais...), e considero esse um importante momento de divulgação do nosso fazer. Como exemplo, compartilho um atendimento especifico do Programa Melhor em Casa (do SUS), localizado na Zona Norte da cidade de São Paulo. Esse programa se dá pela intervenção domiciliar, onde acessamos uma diversidade enorme de contextos. Na avaliação de um Senhor Idoso, 71 anos de idade, com

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diagnóstico de Trauma Crânio Encefálico (por queda de própria altura no banheiro de seu domicilio), constatei um quadro de dependência moderada em suas Atividades Básicas da Vida Diária - ABVD, e déficit funcional por diminuição do grau de forca muscular e de amplitude de movimento dos membros superiores (alta da internação recente). No momento da visita domiciliar, o paciente estava acompanhado de sua esposa. A avaliação foi realizada, e como conduta, antecipei orientações acerca de adaptação ambiental, maior participação nas ABVD, importância de posicionamento adequado no leito e cadeira de rodas, além de mudanças de decúbito (condutas para objetivos terapêuticos ocupacionais). Durante todo o momento da avaliação, foi reforçado que ali estava ocorrendo um atendimento de Terapia Ocupacional, que era realizado por um terapeuta ocupacional, e quais eram os objetivos terapêuticos ocupacionais ali propostos. O resultado foi excelente. Ao final do atendimento, a esposa do paciente, ao ser questionada pelo filho que ali chegara naquele instante, que Terapia Ocupacional era a profissão que trabalhava com o Cotidiano! Talvez esse seja realmente um caminho, mas certamente não deve ser considerado o único. Estendendo essa discussão, a descrição acima me remete a uma recente supervisão prestada a uma profissional terapeuta ocupacional da rede de Atenção à Saúde, de um Município do Estado de São Paulo.Nessa supervisão, como em tantas outras, as questões colocadas foram: - O que realmente faz o Terapeuta Ocupacional no programa “X”? - Como posso organizar a minha prática no programa “X”? - O que fazer para que a equipe entenda o meu trabalho e atribuições? Esse entendimento depende das variáveis interferentes do processo de trabalho como terapeuta ocupacional, bem como do perfil, propósito ou características do meio de interação ou ambiente de relação. Essa correlação é o norte que dirige a exposição de evidências e “boas práticas” profissionais. Nesse caminho, temos o conceito de trabalho em “rede”, como por exemplo, a Rede de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, citada anteriormente. O conceito de trabalho em rede nos remete diretamente a outro conceito denominado “matriciamento”. Como descrito no texto do “Portal Educação”: “Entende-se por matriciamento, o suporte realizado por profissionais e diversas áreas especializadas, dado a uma equipe

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interdisciplinar com o intuito de ampliar o campo de atuação e qualificar suas ações. Ou seja, matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. E essa relação amplia a possibilidade de realizar a clínica ampliada e a integração ou diálogo entre diferentes especialidades e profissões, onde o conhecimento a cerca de cada profissão é essencial para que essa rede realmente funcione nos parâmetros de eficiência e efetividade desejados”. (Ministério da Saúde, 2011)

Em resumo, quanto maior o matriciamento entre os serviços, inclusive considerando os diferentes níveis de atenção, mais fortalecida a rede, e mais eficiente a estratégia ou a gestão; eficiência essa que deve ser mensurada a partir das variáveis pautadas, com base nos resultados alcançados. Basicamente, é uma questão de REFERÊNCIA e CONTRA-REFERÊNCIA, como preconiza o SUS, e efetivá-la deve ser responsabilidade de cada profissional inserido nesse processo. Por outro lado, dada a complexidade das demandas de Educação, Saúde e Assistência Social, e da própria complexidade do ser humano, a falta de matriciamento e consequente fragmentação da rede, não só leva a ineficiência dos serviços, como a desorganização e descaracterização dos mesmos, além da frustração dos profissionais. O reflexo disso se dá na falta de atenção às demandas e na formação de filas infindáveis. Cabe ressaltar ainda, que segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, o número correto de Terapeutas Ocupacionais é 1(um) profissional para cada 1.000 (mil) habitantes, e como vimos anteriormente, o Brasil está muito aquém dessa realidade. O conceito de rede está intimamente ligado as prerrogativas dos serviços, que por sua vez estão intimamente ligados às prerrogativas profissionais. E assim, já temos parâmetros para responder as questões inicialmente pautadas. E finalmente, como parte de uma análise criteriosa para o entendimento ou diagnóstico contextual, apresentamos o Geoprocessamento, onde dados valiosos podem ser compilados e disponibilizados para uma avaliação e reflexão do contexto atual da profissão e de possíveis indicadores que justifiquem parte das dificuldades de crescimento e consolidação da profissão no país. Avaliar a distribuição populacional nos permite ter uma base para

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planejamento da cobertura da atenção, quando correlacionado com a distribuição dos programas e serviços. Evidenciar a população que paga por saúde e educação, por exemplo, permite que o gestor ou o profissional estabeleça prioridades na atenção, quando correlacionado com as demandas igualmente avaliadas por região. Saber onde há a cobertura de saúde suplementar, auxilia no direcionamento/investimento dos recursos públicos, assim como o conhecimento da renda familiar por região, Estado ou Município. E por fim, nessa breve tomada de dados geoprocessados, analisar a distribuição dos profissionais numa correlação com todos os cenários acima descritos, dá um indicador quanti-qualitativo de INTEGRALIDADE na atenção, evidenciando inclusive a necessidade de inserção de maior número de profissionais no cenário como um todo, o que certamente envolve o número e a distribuição das instituições de ensino superior.

Referência Bibliográfica (sugerida para consulta).

1- BIANCHI, P.C.; MALFITANO, A.P.S. Formação graduada em Terapia Ocupacional. Rev. Ter Ocup Univ São Paulo. 2017 maio/ago. 28(2): 135-46. Disponível em: HTTPS://www.revistas.usp.br/rto/article/viewFile/120273/134856 (acesso em 28/03/2018)

2- O que é Atenção Básica? Disponível em:http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_o_que_e.php(acesso em 28/03/2018)

3- Governo do Brasil. Disponível em:http://brasil.gov.br/barra#acesso-informacao(acesso em 28/03/2018)

4- FONSECA, J. M.G. Compreendendo o que é matriciamento. Disponível em:www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/compreendendo-o-que-e-matriciamento/49963 (acesso em 28/03/2018)

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III - AQUECIMENTOINTRODUÇÃO À CIÊNCIA OCUPACIONAL.

Otavio Augusto de Araujo Costa Folha

1. Considerações Iniciais. Este capítulo pretende apresentar, de forma introdutória, a Ciência Ocupacional e suas potenciais contribuições para a Terapia Ocupacional no contexto brasileiro. No entanto, faz-se necessário elucidar primeiro a minha aproximação com esta disciplina acadêmica. Talvez, por meio deste relato, outras pessoas, como alunos de graduação e terapeutas ocupacionais, encontrem ressonâncias em suas dúvidas e inquietações individuais acerca dos fundamentos teóricos da nossa profissão. Ainda enquanto aluno de graduação em terapia ocupacional na Universidade do Estado do Pará, o meu interesse pelas teorias de base da profissão foi despertado. A diversidade de possibilidades de áreas de atuação com variados públicos e em diferentes condições, o leque de procedimentos e recursos, de objetivos de intervenção e do suporte teórico utilizado para fundamentar as boas práticas, foi a força motriz que impulsionou o meu interesse acerca das teorias de base que sustentam singular diversidade. Quais conceitos e teorias são desenvolvidos e utilizados pela profissão, que possibilitam tamanha variedade na prática profissional? Essa passou a ser uma questão central em minha formação.Ao buscar respostas para esta questão, o lugar comum que encontrei, entre as várias produções existentes, foi a compreensão da intricada relação entre o ser humano e suas ações na vida cotidiana. A partir de então, pareceu central que, enquanto terapeuta ocupacional, era essencial aprofundar os meus conhecimentos sobre o ser humano, seus fazeres diários e sua relação com outros elementos que constituem a vida humana, como o ambiente, as condições sociais e de saúde e as diferentes formas de existir na sociedade. Nesse período, em conversas e debates com outros alunos, professores e profissionais que atuavam na assistência, percebi que

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algumas dúvidas e inquietações não eram só minhas. Elas também germinavam em outros colegas da área. Juntos então passamos a estudar e pesquisar sobre as produções que abordavam esta temática. Focamos inicialmente em estudos e autores nacionais. De imediato, identificamos que eram raras as pessoas que se dedicavam e se atreviam a produzir conhecimentos sobre o ser humano e suas ações na vida cotidiana no cenário nacional. Era mais frequente a utilização de conceitos e teorias desenvolvidas em outros países ou, quando produzidos no cenário brasileiro, estes conceitos e teorias eram baseados em conhecimentos de outros campos do saber, tais como, psicologia, sociologia, educação, saúde coletiva, etc. Por entendermos, ainda, que a produção nacional não tinha como foco central o que estávamos buscando, lançamo-nos na aventura de conhecer o que a literatura internacional da profissão abordava sobre o assunto. Identificamos assim, que muitos terapeutas ocupacionais em outros países produziram e responderam questões semelhantes às nossas. Percebemos que, embora semelhantes e passíveis de diálogo, estas questões não eram suficientes para dar conta de nossas demandas vivenciadas na prática profissional. Elas eram, na maioria das vezes, materializadas em modelos teóricos adequados a outras realidades de prática profissional vivenciadas em outros contextos e condições. No entanto, nesse momento, tomamos conhecimento da existência de uma disciplina acadêmica, germinada próxima aos princípios e valores de base da terapia ocupacional, que estava sendo desenvolvida por terapeutas ocupacionais de vários países, inclusive na América Latina, a chamada Ciência Ocupacional. Entendendo que esta disciplina poderia ser um campo fértil de produção de conhecimento acerca do ser humano, suas ocupações e sua relação com a vida cotidiana, possibilitando o desenvolvimento e aprimoramento de teorias e práticas germinadas e adequadas às nossas realidades de prática. Assim, realizamos, em 2009, um curso de formação em Ciência Ocupacional na Universidade do Chile, evento este identificado por Wicks (2012) como o primeiro evento do tipo na América do Sul. Desde então, temos buscado desenvolver e estabelecer diálogos entre a disciplina, os saberes teóricos brasileiros e nossas realidades de prática. Como fruto desse processo, desenvolvemos o Laboratório de Estudos em Ciência da Ocupação (2), grupo de estudo que mais tarde foi institucionalizado como Grupo de Pesquisa em Ciência da Ocupação no

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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente, este grupo é vinculado ao Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará (3). Decorreu também deste período inicial o desenvolvimento de uma pesquisa acerca do modo como terapeutas ocupacionais da região compreendiam conceitos centrais da profissão, como o de ocupação, e como os relacionavam à sua prática profissional (4). Desde então, temos tentado articular e produzir conhecimento na interface entre os saberes desenvolvidos na ciência ocupacional e as demandas relacionadas à terapia ocupacional em nossos contextos teóricos e práticos. A seguir, apresento uma breve compreensão histórica do desenvolvimento desta disciplina acadêmica. Inicialmente, esboço alguns conceitos e estratégias de produção de conhecimento desenvolvidos no âmbito da ciência ocupacional. Por fim, apresento, sem buscar um esgotamento, algumas possíveis contribuições dessa ciência como mais uma alternativa para a fundamentação teórica e metodológica na profissão no cenário brasileiro.

2. Contexto Histórico e Desenvolvimento da Ciência Ocupacional. No âmbito internacional, mais particularmente no contexto norte-americano, sabe-se que inicialmente a prática de terapia ocupacional era sustentada em crenças e hipóteses sobre os benefícios do fazer algo, do ocupar-se para a “saúde e equilíbrio” das pessoas e da sociedade (5). Estas crenças e hipóteses eram derivadas de movimentos sociais e filosóficos precursores e eram colocadas em prática por pessoas de diferentes ramos do conhecimento (5; 6). Às primeiras gerações de terapeutas ocupacionais foi colocado o desafio de demonstrar a efetividade das ações profissionais da nova categoria, oriundo principalmente dos contextos históricos, econômicos e sociais da primeira metade do século XX e dos modelos médicos, psicológicos e científicos vigentes. A necessidade de desenvolvimento dos alicerces teóricos e metodológicos passou a ser uma questão de sobrevivência da profissão. Como resposta imediata, a produção de conhecimento na profissão se deu da prática à teoria. As primeiras gerações de terapeutas ocupacionais buscaram estruturar suas ações em conhecimentos oriundos de outros campos do saber (5). O desenvolvimento dos primeiros

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modelos teóricos da profissão foi fruto desse período inicial de produção de conhecimento teórico e prático, estruturado, principalmente, por conceitos advindos dos conhecimentos predominantes na medicina e psicologia, entre outras áreas do saber (7). No entanto, ao mesmo tempo em que produziu ancoragens teóricas e práticas que permitiram a aproximação com outros campos e a “validação” de suas ações, o conhecimento produzido pelos terapeutas ocupacionais distanciou-se das crenças e hipóteses iniciais da profissão sobre os benefícios do ocupar-se, do fazer algo, para a saúde humana (7). Este “fazer algo”, foi decomposto em componentes motores, sensoriais, psicológicos e sociais. Dessa forma, as ações profissionais, materializadas pelos instrumentos de avaliação, técnicas e procedimentos, e objetivos de intervenção, passaram a ser direcionadas cada vez mais para este enfoque, dificultando uma compreensão do foco central da profissão (8).Como consequência dessa produção de conhecimento e suas implicações para a constituição e consolidação da profissão, vários terapeutas ocupacionais nas décadas de 60 e 70, debateram e refletiram sobre a necessidade de retomar os valores iniciais da profissão, de sua visão holística e integrada do ser humano e dos benefícios do ocupar-se para a vida humana (5; 9). No entanto, agora era necessário desenvolver fundamentos próprios da área, fruto de pesquisas, práticas e teorias germinadas no próprio campo (8), bem como era primordial o desenvolvimento de uma terapia ocupacional autêntica (9). Foi a partir dessa época, no final de década de 70 e início dos anos 80, que surgiram os primeiros conceitos e teorias para auxiliar na sustentação da prática profissional, desenvolvidas por terapeutas ocupacionais e alicerçadas no próprio campo (10). Estes profissionais lançaram-se individualmente e/ou em pequenos grupos de trabalho no desenvolvimento dos primeiros modelos teóricos focados sobre as ocupações humanas (11). Também é consequência desse período o desenvolvimento de uma disciplina acadêmica com potencial para dar suporte à prática profissional da terapia ocupacional, a já citada “ciência ocupacional” ou “ciência da ocupação”. Dessa forma, como afirmam Molineux e Witheford (2012), acredita-se que o desenvolvimento da ciência ocupacional não está relacionado a um aspecto repentino da história da terapia ocupacional, mas sim a um processo de amadurecimento de reflexões acerca da necessidade de uma disciplina específica da profissão. Segundo estes autores, um fato que

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contribuiu para esta perspectiva é que desde o seu surgimento formal enquanto profissão, por meio da sociedade para a promoção da terapia ocupacional em 1917, e mais tarde transformada na Associação Americana de Terapia Ocupacional, foi o estudo do conhecimento científico sobre a ocupação esteve entre os seus objetivos principais (8; 12). Atribui-se o surgimento formal da disciplina “ciência ocupacional” ao início do programa de doutorado do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos, em 1989 (13) e à primeira publicação que apresentou a nova disciplina (14). Segundo Pierce (2012), as idéias sobre uma ciência da ocupação foram nutridas na teoria do comportamento ocupacional desenvolvida por Mary Reilly na década de 1960. Enquanto coordenadora do Departamento de Terapia Ocupacional dessa universidade, a professora Reilly influenciou na trajetória de pesquisa e prática de muitos alunos que mais tarde fizeram contribuições importantes para compreensão da ocupação para a terapia ocupacional. Este departamento tinha como forte característica o uso da ocupação na prática (15). Ainda segundo Pierce (2012; 2014) em 1976, a professora Elizabeth Yerxa assumiu a coordenação deste departamento, tendo como um de seus objetivos o desenvolvimento de uma contribuição singular da terapia ocupacional. Durante esta década, os docentes desse departamento submeteram uma proposta de doutorado em terapia ocupacional que foi recusada pela universidade. Para obter aprovação de um novo programa, era necessário ter um departamento altamente produtivo e focado na criação de uma nova disciplina. Assim, na década de 80, Yerxa e os professores do departamento realizaram consultorias e formações com acadêmicos e pesquisadores “de ponta” em várias áreas do conhecimento acerca de temas, métodos de pesquisa, estratégias de financiamento, publicação e colaboração científica no intuito de delinear um projeto de nova disciplina científica. No final dessa década, o projeto de um novo programa foi delineado e o objetivo de aprovação de um doutorado autêntico e focado na ocupação foi alcançado, tendo o departamento obtido financiamento para o seu desenvolvimento. Nesse processo, a professora Yerxa se aposentou e a terapeuta ocupacional Florence Clark assumiu a tarefa de coordenar o início desta nova disciplina em 1989 (16; 15). Assim, a então professora Yerxa coordenou a primeira publicação sobre a “ciência ocupacional”, em uma edição especial do periódico Occupational Therapy in Health Care, em 1989 (14).

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Em 1991, Clark e colaboradores publicou no periódico American Journal of Occupational Therapy o primeiro artigo que apresentou o potencial de uma ciência básica para a prática da terapia ocupacional (17). Ainda nesses anos, tiveram início os primeiros eventos de ciência ocupacional, inclusive com o apoio de renomados cientistas de várias áreas do saber para auxiliar no desenvolvimento da nova disciplina (16). É importante destacar que, durante este período, a ciência ocupacional também se desenvolveu em outros países, como por exemplo, na Austrália sob a liderança da terapeuta ocupacional Ann Wilcock. Nesse caso, em especial, o surgimento da disciplina não esteve diretamente ligado aos estudos sobre a prática da terapia ocupacional, e sim, foram estruturados no contexto da saúde comunitária visando apresentar perspectivas populacionais capazes de auxiliar no sistema de saúde do país (16; 15). Em 1993, sob a liderança de Wilcock, foi lançado o primeiro periódico especializado da disciplina, que foi intitulado de Journal of Occupational Science: Australia, que nos dias atuais chama-se Journal of Occupational Science, o qual possui o foco sobre a divulgação de pesquisas interdisciplinares sobre as ocupações (16). Atualmente, observa-se o desenvolvimento da ciência ocupacional em vários países na América do Norte, Europa, Oceania, Ásia e também na América do Sul, principalmente no Chile, e mais recentemente no Brasil (1). Em alguns países, essa disciplina tem sido bastante difundida, em outros, seu valor tem sido relativizado, pouco compreendido e tensionado (18). No que diz respeito à relação com a terapia ocupacional, é importante destacar que o desenvolvimento da ciência ocupacional associado à profissão nunca foi unanimidade entre os pesquisadores no cenário internacional (13). Inúmeros debates acerca das implicações positivas e negativas da disciplina para a profissão ocorreram desde o seu surgimento (19; 20). No entanto, embora nos dias atuais coexistam diferentes perspectivas acerca disciplina (21), o seu desenvolvimento ainda é fortemente relacionado e produzido por pesquisadores no âmbito da terapia ocupacional, conforme evidenciado por revisões de literatura no campo (22; 23; 24).

3. Crescimento e Desenvolvimento da Ciência Ocupacional.

A ciência ocupacional surgiu como uma disciplina emergente e focada no estudo do ser humano enquanto “um ser ocupacional” (14), e

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sua relação com a fundamentação teórica da terapia ocupacional foi um importante marcador inicial (17; 15). A ocupação é o constructo central da disciplina (17) e suas relações com a saúde, inclusão e participação das pessoas são elementos fundamentais (10; 25). Acredita-se que atualmente a disciplina está em pleno processo de amadurecimento e consolidação (26; 15). E um dos modos de averiguar o desenvolvimento do campo, é com base na análise da formação de pessoas e organizações para atuar no mesmo. Pierce (2012) informa que o desenvolvimento da disciplina tem ocorrido dentro da academia. Assim, a primeira turma do programa de doutorado em ciência ocupacional Universidade do Sul da Califórnia foi composta por 7 pessoas (15). Atualmente, existem diversos programas de graduação e pós-graduação em ciência ocupacional em vários países (16; 1). Inúmeros departamentos de terapia ocupacional nas universidades passaram a incluir o nome “ciência ocupacional” em suas denominações (16). Aldrich, Gupta e Rudman (2017) identificaram que mais de 100 pessoas que se graduaram em ciência ocupacional a partir de instituições acadêmicas nos Estados Unidos e Canadá. No que diz respeito às instituições e organizações, existem no mundo várias associações e sociedades científicas voltadas para a promoção da ciência ocupacional (16; 1). Entre elas, destaca-se a Sociedade Internacional para a Ciência Ocupacional (International Society for Occupational Science, ISOS), que é uma sociedade que advoga por um mundo “ocupacionalmente justo”, um mundo no qual “as pessoas têm oportunidades e escolhas para fazer as coisas que elas precisam e querem fazer” (1). Como um de seus objetivos, esta sociedade visa congregar uma rede mundial de indivíduos e instituições comprometidas com pesquisa e educação sobre ocupação e sua relação com saúde e o desenvolvimento das sociedades (1), bem como favorecer o desenvolvimento de pesquisa e da formação em ciência ocupacional nas maiores universidades do mundo (27). Hoje em dia, a ciência ocupacional tem sua relevância reconhecida pela Federação Mundial dos Terapeutas Ocupacionais (28) e seus estudos são utilizados como base no delineamento dos padrões internacionais de formação em terapia ocupacional (12; 1). Uma outra forma de se compreender o crescimento e a consolidação da disciplina no contexto mundial é por meio da produção de conhecimento que tem sido desenvolvida a partir dela. A evolução da publicação de livros e artigos, por exemplo, é um meio efetivo para se

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compreender este processo (15). Em 1996, o primeiro livro sobre o assunto foi publicado, Occupational Science: The evolving discipline (10). Em 1998, a partir de seu doutorado no âmbito da saúde comunitária, Wilcock (1998) publicou o segundo livro da área, intitulado An Occupational Perspective of Health. Desde então, outros livros têm sido publicados no âmbito dessa disciplina, alguns focados principalmente em teorias e pesquisa sobre a relação entre o ser humano e suas ocupações, tais como: The meaning of everyday life (29), Occupation by design: Building therapeutic power (30), Introduction to Occupation: The Art and Science of Living (31), Occupational Science in the service of Gaia (51), Life Balance: Multidisciplinary and Research (32), Occupational Science: Society, Inclusion, Participation (33), Transactional Perspectives on Occupation (34). Já outros, têm focado a contribuição da ciência ocupacional para a terapia ocupacional, como por exemplo, Occupation for Occupational Therapists (35) e Occupational Science for Occupational Therapy (15). O crescimento e o amadurecimento da ciência ocupacional também podem ser visualizados pelo aumento do número de pesquisas e trabalhos acadêmicos publicados em periódicos especializados e apresentados em eventos acadêmicos. O Journal of Occupational Science têm estado em atividade desde 1993 (12; 16). Este periódico aumentou seu número de edições por ano em 2010, indicando claramente o aumento da publicação na área (1). É importante destacar também que outros periódicos no âmbito da terapia ocupacional têm dedicado números especiais para divulgação da ciência ocupacional, tais como, The American Journal of Occupational Therapy, The Scandinavian Journal of Occupational Therapy e Work (16). Na América Latina, algumas revistas científicas, como os “Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional” e a “Revista Chilena de Terapia Ocupacional”, trazem em seu escopo a publicação de assuntos relacionados à disciplina. Em relação ao conhecimento produzido no interior da ciência ocupacional e divulgado por meio dos artigos publicados, alguns estudos têm sido realizados. Como no caso de Molke, Rudman e Polatajko (2004), que compararam dois períodos de produção de artigos, 1990 e 2000, no intuito de descrever e analisar criticamente o crescimento e o desenvolvimento desse campo. Estes autores identificaram um aumento no número de publicações, bem como uma maior variabilidade de periódicos que publicaram trabalhos e pesquisas relacionados à

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disciplina, e da afiliação dos autores no que diz respeito ao país e o campo profissional de origem. Glover (2009) realizou uma análise quantitativa dos artigos publicados, entre 1996 e 2006, sobre a ciência da ocupação, e também identificou um aumento no número de artigos publicados, com predomínio de difusão no periódico Journal of Occupational Science. Este trabalho detalhou os principais tipos de estudo, as abordagens de pesquisa predominantes, a orientação disciplinar dos autores, o público estudado, entre outros aspectos (23). Em outro estudo, Pierce et al (2010) analisou os trabalhos apresentados durante um período de cinco anos nos encontros anuais da Sociedade de Ciência da Ocupação nos Estados Unidos e caracterizaram os trabalhos apresentados neste país quanto aos tipos de estudo, perspectiva teórica e sua relação com a terapia ocupacional, público abordado e foco de pesquisa em relação às ocupações. Mais recentemente, Aldrich, Gupta e Rudman (2017) analisaram 101 trabalhos relacionados ao doutoramento em programas de pós-graduação em ciência ocupacional nos Estados Unidos e Canadá. Este estudo forneceu importantes reflexões sobre o propósito na disciplina no que diz respeito à produção de conhecimento sobre as ocupações e o ser humano como ser ocupacional. Cabe ressaltar que todos os estudos e pesquisas acima apresentados possibilitaram informações sobre os principais focos e estratégias de pesquisa produzida ao longo do desenvolvimento da ciência ocupacional.

4. Focos e Estratégias de Pesquisa em Ciência Ocupacional.

O desenvolvimento de conhecimentos sobre a ocupação e o reconhecimento dos seres humanos como “seres ocupacionais”, têm sido adotados como foco central da ciência ocupacional (21). Com base nessa premissa e na produção do conhecimento desenvolvidos ao longo do tempo, observa-se, assim como também detectado por Molineux e Whiteford (2012), que caminhos diferentes têm sido preferidos por alguns pesquisadores. Inicialmente, as publicações em ciência ocupacional incluíam predições e apresentações do que a disciplina deveria ser e como deveria se desenvolver (16). Mais tarde, pesquisas focadas sobre a análise da produção bibliográfica detectaram algumas características e tendências (36; 22; 23; 24; 21).

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Hocking (2000) apresentou uma estrutura conceitual inicial para analisar o conhecimento gerado por esta ciência. Baseada na compreensão do papel central da ocupação, essa autora vislumbrou três grandes focos de pesquisa. O primeiro foco aborda os “elementos essenciais da ocupação”, tendo por propósito investigar as características e os “elementos constituintes da ocupação”. O segundo envolve a compreensão sobre os “processos ocupacionais” no intuito de desvelar como as ocupações acontecem e as experiências subjetivas dos indivíduos no que concerne ao seu envolvimento ocupacional. E um terceiro foco descrito pela autora, diz respeito à relação da ocupação com outros fenômenos, como saúde, qualidade de vida, identidade, desenvolvimento humano, políticas e estruturas sociais, entre outros (36). Além das categorias descritas por Hocking (2000), Pierce et al (2010) incluiu outra categoria possível de estudos em ciência ocupacional, aqueles voltados para a descrição de experiências gerais relacionadas à ocupação. No que concerne aos objetivos da disciplina descritos nos trabalhos publicados, Molke, Rudman e Polatajko (2004) identificaram alguns principais eixos, como a ampliação do conhecimento sobre a ocupação humana, o desenvolvimento de fundamentos teóricos para a terapia ocupacional e a contribuição da ciência ocupacional para alcançar justiça e transformação social. No que diz respeito ao público-alvo, Glover (2009) identificou em seu estudo um predomínio de pesquisas voltadas para pessoas sem algum tipo de deficiência e na faixa etária de 18 a 64 anos. Pierce et al (2010), por outro lado, identificou um predomínio de estudos desenvolvidos com mulheres, sendo adultos e idosos a faixa de idade predominante. Ao contrário dos dados de Glover (2009), Pierce et al (2010) encontrou o predomínio de pesquisas voltadas para pessoas com algum tipo de deficiência. Sobre estes aspectos, é elementar reconhecer que atualmente existem diferentes perspectivas de estudo em ciência ocupacional. Pois não há única visão de ocupação, uma teoria universal ou método de pesquisa mais adequado. Alguns autores acreditam que essas diferenças sejam decorrentes das diferentes origens da disciplina (12), do seu tipo de relação com a Terapia Ocupacional (24; 16) e das histórias pessoais e acadêmicas dos próprios pesquisadores do campo (21). Estas diferenças têm culminado em importantes debates e reflexões sobre os rumos da disciplina e têm sido consideradas como parte do seu processo de amadurecimento (1). Molineux e Whiteford (2012), com base no entendimento da

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centralidade da ocupação na vida das pessoas e da sociedade, propõem a possibilidade de estudos em ciência ocupacional em diferentes níveis, que vão do micro até o macro nível. De modo geral, para estes autores, é possível desenvolver pesquisas no âmbito dos indivíduos, das famílias, das comunidades e da população. Dessa forma, tanto as pesquisas sobre as experiências subjetivas das pessoas acerca do seu envolvimento ocupacional quanto os estudos sobre as influências sociais, políticas, econômicas e culturais acerca das ocupações de grupos e comunidades são possíveis dentro da disciplina. Esta diversidade de possibilidades se relaciona com o desenvolvimento de diferentes métodos e estratégias de pesquisa. No início, os principais focos de estudo da ciência ocupacional eram sobre a forma, a função e os significados das ocupações (10). Para tanto, os métodos de pesquisa mais frequentes eram oriundos, principalmente, das ciências sociais e se caracterizaram por abordagens predominantemente qualitativas e narrativas (37). Com o desenvolvimento de diferentes focos de pesquisa e aproximação com outras disciplinas, como é o caso de ciências biológicas, epidemiologia e saúde pública, associados à necessidade de produzir evidências para informar a prática da terapia ocupacional, ocorreu também o crescimento de abordagens quantitativas de pesquisa (38). De fato, desde o início considerou-se a necessidade de desenvolvimento de métodos de pesquisa próprios na ciência ocupacional para se adequar a natureza multifacetada das ocupações humanas (37). Atualmente, se reconhece a necessidade de adoção de um pluralismo metodológico com a utilização de abordagens quantitativas, qualitativas e mistas (12), bem como a utilização de diferentes técnicas, como entrevistas, métodos visuais e estudos do uso do tempo, entre outros, para subsidiar as diferentes possibilidades de investigação. Sobre este aspecto, Pierce (2012; 2014) apresentou uma proposta de organização dos estudos da disciplina em quatro diferentes níveis interdependentes de tipos de pesquisa, e que estão fortemente associados aos diferentes focos de estudo. Em uma esfera mais básica, no primeiro tipo, situam-se os estudos descritivos, aqueles voltados para descrever e explorar os diferentes aspectos e contextos das ocupações e as experiências e significados das pessoas derivadas do seu envolvimento nessas ações. O segundo tipo envolve os estudos relacionais, nos quais se situam pesquisas que relacionam o envolvimento das pessoas em ocupações com conceitos e aspectos geralmente oriundos de outras disciplinas, como

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deficiência, saúde, cultura, identidade, entre outros. O terceiro tipo de pesquisa em ciência ocupacional, denominado de pesquisa preditiva, amplia as descobertas da pesquisa descritiva e relacional no intuito da identificação de padrões de ocupação nas populações e as influências temporais, espaciais e sociais dos diferentes contextos. Por fim, o quarto e último tipo de investigação envolvem os estudos prescritivos, onde avaliam o impacto de práticas baseadas na ocupação. Estes tipos de estudo têm sido principalmente desenvolvidos no âmbito da terapia ocupacional (16). É oportuno reconhecer que os diferentes focos e tipos de pesquisa apresentam contribuições elementares para a ampliação do conhecimento sobre o homem e suas ocupações na vida cotidiana. No entanto, também apresentam contribuições e limitações importantes no que diz respeito à adequação de seus achados aos diferentes cenários de prática da terapia ocupacional.

5. Interfaces entre Ciência Ocupacional e Terapia Ocupacional: Possibilidades de Contribuição aos Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Profissão.

Recentes demandas para avaliar os impactos da pesquisa desenvolvida na disciplina, tais como suas influências conceituais, simbólicas e instrumentais, têm sido levantadas (39). De fato, desde o seu surgimento, vários autores têm buscado elucidar os impactos da ciência ocupacional tanto para a teoria, quanto para a prática da terapia ocupacional, seja como campo de conhecimento básico ou no aplicado (14; 17; 10). Molineux e Whiteford (2012) descrevem algumas contribuições encontradas na literatura, entre eles, fornecer suporte teórico para a prática profissional dos terapeutas ocupacionais, melhorarem os serviços ofertados e desenvolver novas possibilidades de prática, ampliar o conhecimento acerca dos seres humanos como seres ocupacionais, aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre ocupação e saúde. Alguns estudos desenvolvidos no âmbito da disciplina têm auxiliado na ampliação de compressões acerca da ocupação, como no desenvolvimento de diferentes significados (11), na influência de aspectos hegemônicos de determinados grupos populacionais, culturas e instituições sociais acerca dos modos de compreensão sobre este constructo (40), de suas repercussões sobre a prática profissional (41) e na

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ruptura de visões predominantemente positivas do seu envolvimento (42). Alguns autores têm buscado apresentar as contribuições da ciência ocupacional para o desenvolvimento de uma perspectiva ocupacional sobre o ser humano (43), para o raciocínio clínico (44) e para a prática profissional dos terapeutas ocupacionais (2). Outros estudos têm demonstrado a efetividade de conceitos e teorias desenvolvidas no âmbito da disciplina na sustentação de práticas de terapia ocupacional com diferentes públicos, entre eles, idosos (45), adultos com lesão na medula espinhal (46) e diabéticos (47). No cenário brasileiro, alguns trabalhos também têm sido desenvolvidos no contexto da disciplina. Magalhães (2013) apresentou importantes reflexões sobre as compreensões e os conceitos acerca de ocupação e atividade na literatura internacional. Costa et al (2017) detalham algumas possíveis compreensões de ocupação e suas implicações para a terapia ocupacional. E de forma mais específica, baseado na compreensão dos significados ocupacionais, Araújo, Oliveira e Jaramillo (2014), apresentam uma valiosa relação entre ocupação e espiritualidade e suas implicações para a prática profissional. Ainda no contexto nacional, pesquisas, principalmente com enfoques descritivos e relacionais (16) têm sido desenvolvidas no âmbito da disciplina. Por exemplo, Monteiro et al (2014) buscaram identificar os significados das ocupações de pessoas após acidentes por queimaduras. Com este mesmo grupo de pessoas, Costa, Oliveira e Côrrea (2017), descreveram as principais repercussões em sua forma ocupacional. Em outro estudo, Castro et al (2017) visou compreender os significados das atividades de grupo para usuários de Centro de Atenção Psicossocial. Estes são apenas alguns exemplos de estudos desenvolvidos sob perspectivas germinadas no campo da ciência ocupacional. Vários conceitos e teorias têm sido desenvolvidos e aprofundados no interior da disciplina, como os de forma, função e significado ocupacional, ocupação compartilhada, justiça ocupacional, lacuna ocupacional, possibilidades e necessidades ocupacionais, entre outros, mas sua apresentação e detalhamento fogem ao escopo deste capítulo. No entanto, diante das diferentes realidades existentes no Brasil é possível levantar algumas possibilidades de contribuição de estudos gerados sob preceitos da disciplina. Por exemplo, um dos principais problemas de saúde da população brasileira atualmente está relacionado ao aumento da incidência e da prevalência de doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, entre outras.

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Com base na estruturação apresentada por Molineux e Whiteford (2012) e Pierce (2012; 2014), algumas questões podem ser levantadas, tais como: no nível individual, quais as características das ocupações de pessoas com hipertensão arterial? No nível familiar, como uma condição crônica de saúde pode influenciar nas ocupações desempenhadas pelos membros de uma família? No nível comunitário e populacional, como contextos sociais, políticos, econômicos e culturais inibem ou possibilitam o envolvimento das pessoas em suas ocupações? E de que forma tal fato pode estar relacionado ao envolvimento em fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como sedentarismo, a ausência de hábitos alimentares saudáveis, tabagismo, entre outros? Por outro lado, de que maneira práticas baseadas nas ocupações destas pessoas podem melhorar sua condição de saúde e participação na sociedade, bem como contribuir para melhoria da qualidade do viver e da participação da população em geral? Tais pesquisas podem auxiliar na prática dos terapeutas ocupacionais junto a estes públicos.

6. Considerações Finais. Este capítulo visou apresentar uma visão geral da constituição e do desenvolvimento da ciência ocupacional, bem como dos seus focos e estratégias de pesquisa. Além disso, objetivou apresentar algumas potenciais contribuições para a prática da terapia ocupacional. Em virtude seu caráter introdutório não objetivou aprofundar no que se refere aos conceitos, teorias e debates desenvolvidos no âmbito da disciplina. Contudo, é válido ressaltar o histórico do seu desenvolvimento no Brasil. Questionamentos sobre as ancoragens teóricas capazes de sustentar a prática profissional também surgiram ao longo do desenvolvimento e da consolidação da profissão no contexto nacional, principalmente na década 80 e início dos anos 90. Todavia, as motivações e as respostas geradas seguiram outras trajetórias. Assim, a produção de conhecimento da terapia ocupacional brasileira seguiu outros caminhos, uma vez que os conceitos e teorias desenvolvidos em outros contextos, principalmente norte-americanos, não se adequavam às demandas da realidade brasileira. Portanto, restou necessário o desenvolvimento de caminhos próprios e genuínos alicerçados em contextos de prática da realidade nacional. Como estratégia, os terapeutas ocupacionais brasileiros também

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se lançaram na busca de conhecimentos oriundos de outras áreas do saber, sobretudo no campo das ciências sociais, reconhecida área de conhecimento em crescente expansão e consolidação no período. Assim, ocorreu, desde então, um distanciamento entre a produção de conhecimento no âmbito nacional e internacional. No entanto, destaca-se que na última década, houve uma maior aproximação entre o contexto nacional e o internacional, principalmente em virtude de um maior intercâmbio entre profissionais de diferentes países, do avanço na produção de conhecimento (48), e nas possibilidades de acesso ao material produzido (49), bem como do envolvimento dos profissionais em programas de pós-graduação, que dentre outras demandas, incentivam o compartilhamento e a interlocução com a produção internacional (50). Neste cenário, reflexões sobre os saberes produzidos e reproduzidos novamente ganharam força. Assim, novas possiblidades de interlocução se fizeram necessárias. Neste processo, a produção do conhecimento germinado e compartilhado no âmbito da ciência ocupacional, apresenta-se como um possível e viável caminho para um novo dialogo vislumbrando o aprofundamento sobre a teoria e a prática profissional.

Referências Bibliográficas

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19 - CLARK, F.; ZEMKE, R.; FRANK, G.; PARHAN, D.; NEVILLE-JAN, A.; HEDRICKS, C. et al. Dangers Inherent in the Partition of Occupational Therapy and Occupational Science. The American Journal of Occupational Therapy. v.47, n. 2, p.184-186, 1993.

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21- ALDRICH, R.M.; GUPTA, J. Academic innovation in service of” what? The scope of North American occupational science doctoral graduates’ contributions from 1994–2015, 2017

22 - MOLKE, D.K.; LALIBERTE-RUDMAN, D.; POLATAJKO, H.J. The

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25 - WILCOCK, A. An occupational perspective of health. (2nd Ed.). New Jersey: Slack Incorporated. 2006

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28 - WFOT, World Federation of Occupational Therapists. Position Statement Occupational Science Revised. 2016. Acesso em 18 de Janeiro de 2018. Disponível em http://www.wfot.org/ResourceCentre.aspx.

29 - HASSELKUS, B.R. The meaning of everyday life. SLACK Incorporated. 2002

30 - PIERCE, D. Occupation by design: Building therapeutic power. F.A. Davis Company. 2003

31 - CHRISTIANSEN, C.; TOWNSEND, E. Introduction to Occupation: The Art and Science of Living. Prentice Hall. 2033

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38 - HOCKING, C.; WHITEFORD, G. Occupational Science: society, inclusion, participation. Wiley-BlackWell, 2012

39 - PETER, N.; KOTHARI, A.; MASOOD, S. Identifying and understanding research impact: A review for occupational scientists. Journal of Occupational Science, v.24, n.3, p. 377–392, 2017

40 - KANTARTZIS, S.; MOLINEUX, M. The influence of western society’s construction of a healthy daily life on the conceptualisation of occupation. Journal of Occupational Science, v.18, n.1, p. 62-80, 2011.

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47 - PYATAK, E.; CARANDANG, K.; VIGEN, C.L.P.; BLANCHARD, J.; DIAZ, J.; CONCHA-CHAVEZ, A. et al. Occupational Therapy Intervention Improves Glycemic Control and Quality of Life Among Young Adults With Diabetes: the Resilient, Empowered, Active Living With Diabetes (REAL Diabetes) Randomized Controlled Trial. Diabetes Care. Acesso em 19 de Janeiro de 2018. Disponível em http://care.diabetesjournals.org/content/early/2018/01/17/dc17-1634.full-text.pdf

48 - MAGALHÃES, L.; GALHEIGO, S.M. Enabling International Communication among Brazilian Occupational Therapists: Seeking Consensus on Occupational Terminology. Occupational Therapy International. v.17, p.13–124, 2010

49 - CRUZ, D.M.C.; VEIGA, J. Periódicos de Terapia Ocupacional e o desafio da inserção nas bases de dados internacionais. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, v. 22, n. 2, p. 229-230, 2014

50 - MALFITANO, A.P.S. Doutorado em terapia ocupacional: desafios para a produção de conhecimento na área e sua consolidação acadêmica. Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos, v. 23, n. 4, p. 683-684, 2015

51 - IKIUGU, M. Occupational Science in the service of Gaia. An Essay Describing a Possible Contribution of Occupational Scientists to the Solution of Prevailing Glob. Publishamerica Inc. 2008.

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62 Terapia Ocupacional • Volume 4

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- COSTA, E.F.; OLIVEIRA, L.S.M.; CORREA, V.A.C.; FOLHA, O.A.A.C. Ciência Ocupacional e Terapia Ocupacional: algumas reflexões. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional. v.1, n.5, p.650-663, 2017

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CAPÍTULO 1INTRODUÇÃO ÀS PICS - UM OLHAR PARA A INTEGRALIDADE.

Ana Tereza Costa Galvanese

A coexistência de diferentes modos de compreender a saúde é uma característica da contemporaneidade. A racionalidade médica ocidental é orientada pelo paradigma da normalidade/patologia e corresponde à priorização de abordagens medicamentosas e cirúrgicas, enquanto as medicinas holísticas são identificadas com o paradigma da vitalidade/energia e relacionadas a um elenco diversificado de práticas de cuidado e autocuidado (1).

A incorporação dessas medicinas aos sistemas nacionais de saúde é objeto de programa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o desenvolvimento de políticas públicas, com base no conceito de Medicina Tradicional e Complementar - MTC (2), que abarca diferentes racionalidades, tradições, concepções e práticas de cuidado adotadas pelas populações.

No Brasil, A denominação adotada é Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, ou PICS; e sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) está em processo, por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC (3).

Essa política tem como eixo o conceito de sistemas médicos complexos: saberes e práticas enraizados em determinada visão de mundo, ou cosmologia; e estruturados em cinco dimensões: morfologia; dinâmica vital; doutrina médica; sistema de diagnose; e sistema terapêutico1. Enquanto estrutura, a política é composta por cinco sistema médicos complexos: Medicina Tradicional Chinesa, Homeopatia, Medicina Antroposófica e Ayurveda; e uma vasta gama de recursos terapêuticos complementares ainda pouco discutidos e explorados (4).

Os capítulos a seguir abordam as experiências de trabalho de terapeutas ocupacionais com as PICS, em seu lidar, refletir e produzir conhecimento a partir desse universo de abordagens multidisciplinares que tangenciam de maneira muito particular o campo da Terapia Ocupacional. Os modos de compreender o cuidado, tão caros à profissão, se revelam em cada relato: seja ao incorporar as abordagens enquanto

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ferramentas de trabalho, valorizando o seu potencial de produção de saúde; seja ao distanciar-se dos riscos de reduzi-las a meras técnicas por reconhecer, na riqueza cultural que as caracteriza, as possibilidades de se promover uma saúde que esteja a serviço do viver e conviver.

Para o campo da Terapia Ocupacional, a incorporação das PICS ao SUS constitui um alento e, ao mesmo tempo, um interessante desafio.

Um alento porque contribui ao reconhecimento de uma amplitude de modos de cuidar que, em parte, já se encontram incorporados não somente à prática, mas à produção do conhecimento, principalmente na reabilitação psicossocial. Um exemplo é o corpo de referências conceituais que se desenvolve a partir da experiência com as práticas territoriais de interface com a arte e a cultura (5; 6).

Um desafio porque, para a Terapia Ocupacional, o cuidar é sempre uma composição, em que teorias, técnicas e abordagens estão a serviço de necessidades de saúde contextualizadas e singulares; bem como de propósitos compartilhados, construídos conjuntamente, sempre com os sujeitos do cuidado. Sendo assim, como conjugar a multiplicidade de abordagens oferecida pelas PICS com a bagagem de saberes e práticas da Terapia Ocupacional?

Um Olhar para a Integralidade Os caminhos para responder a esse desafio passam,

necessariamente, pela questão da Integralidade, enquanto princípio que tem um duplo alcance na construção do SUS: o de garantir a integralidade do cuidado e o de orientar a articulação das ações. Por sua amplitude temática, a Integralidade abrange as discussões conceituais, os programas e as ações de saúde, as tecnologias de cuidado e de gestão e a formulação de políticas em todos os níveis de complexidade, especialmente na atenção primária à saúde, já que essa instância responde prioritariamente pelas ações de saúde, nos sentidos transversal e longitudinal.

No movimento de superar a fragmentação na atenção e da gestão em saúde, referências conceituais têm sido produzidas e progressivamente incorporadas ao trabalho em saúde. São exemplos os conceitos de clínica ampliada e de interdisciplinaridade; de trabalho em rede; e a perspectiva de qualificação do cuidado, a fim de responder às aspirações por saúde de usuários e das populações (7).

Tais conceitos, plenamente incorporados à formação e à atuação em Terapia Ocupacional e iluminados pelo referencial teórico-metodológico da profissão, têm possibilitado aos terapeutas

CAPÍTULO 1

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ocupacionais o exercício de uma prática ampliada e do diálogo interprofissional, nos diferentes contextos em se inserem - seja no âmbito da atenção individual ou grupal, do trabalho em equipe, do matriciamento ou da gestão -, atuando de forma integrada, competente e eticamente responsável (8).

De uma perspectiva integrativa, a incorporação das PICS ao trabalho em saúde no SUS requer a intensificação do intercâmbio de saberes e práticas, no universo de profissões que o compõem. Em relação à Terapia Ocupacional vale destacar, entre outras possíveis contribuições, a compreensão sobre a centralidade da noção de cultura (9) nos modos de se compreender, refletir e lidar com as diversas dimensões da ação humana no mundo.

Nesse sentido, a incorporação das PICS ao SUS nos alerta para a necessidade de se promover um diálogo intercultural que possibilite reconhecer as convergências nos modos de compreender e produzir o cuidado à saúde; construir contrapontos ao modelo biomédico, à medicalização da vida e aos modos de cuidar prescritivos e verticalizados; resistir às expectativas de saúde movidas pela lógica do mercado; valorizar as referências culturais dos sujeitos do cuidado; e promover os valores de solidariedade e cidadania.

Em suma: dialogar com a pluralidade cultural que compõe as PICS é um caminho necessário, possível e desejável, em benefício da integralidade do cuidado oferecido aos usuários e da qualidade da atenção em saúde na esfera pública.

Referências Bibliográficas.

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5 - LIBERMAN, F.; LIMA, E.M.F.A.; MAXIMINO, V.S.; CARVALHO, Y.M. Práticas corporais e artísticas, aprendizagem inventiva e cuidado de si. Fractal: Revista de Psicologia 2017; 29(2): 118-126.

6 - INFORSATO, E.A.; CASTRO, E.D.; BUELAU, R.M.; VALENT, I.U.; SILVA, E.M.; LIMA, E.M.F.A. Arte, corpo, saúde e cultura num território de fazer junto. Fractal: Revista de Psicologia 2017; 29(2): 110-117.

7 - KALICHMAN, A.O.; AYRES, J.R.C.M. Integralidade e tecnologias de atenção à saúde: uma narrativa sobre contribuições conceituais à construção do princípio da integralidade no SUS. Cad Saúde Pública Ago 2016;32(8):e00183415.

8 - FURLAN, P.G.; OLIVEIRA, M.S. Terapeutas ocupacionais na gestão da atenção básica à saúde. Cad Ter Ocup UFSCar 2017; 25(1): 21-31.

9 - CASTRO, E.D.; LIMA, E.M.F.A.; BRUNELLO, M.I.B. Atividades humanas e Terapia Ocupacional. Em: Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas. São Paulo: Plexus Editora; 2001. pp.41-59.

CAPÍTULO 1

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CAPÍTULO 2TERAPIA OCUPACIONAL E AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NO BRASIL.

Fábia Cilene Dellapiazza Márcia de Souza Rodrigues Renata da Silva de Faria Adriano Conrado Rodrigues

1 - Marcos Históricos das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).

Para nós profissionais considerados reabilitadores ou habilitadores na área da ocupação humana (Ciências da Ocupação), as práticas integrativas e complementares nos soam familiares, e arrisco dizer - agradáveis e bem vindas, pois podem ser facilmente incorporadas como recurso à nossa rotina profissional, junto aos programas e serviços que desenvolvemos nossa prática, e logicamente sempre considerando as prerrogativas e objetivos terapêuticos ocupacionais.

A graduação do Terapeuta Ocupacional é baseada na dialética saúde/doença, vida/morte, inteiro/metade, levando o profissional a resignar a palavra limitação; pois, compreendemos que práticas e técnicas são limitantes; indivíduos não (1).

Assim, sob a ótica do “desempenho ocupacional” e da importância da relação da pessoa com seus vínculos sociais e papéis ocupacionais, não importa se a etiologia é congênita ou adquirida, se o indivíduo perde parcial ou total sua independência, autonomia e/ou capacidade de participação em atividades (2).

É nesse cenário que o terapeuta ocupacional entra em ação para compor a equipe multiprofissional e minimizar ou criar alternativas seguras para (re) habilitar e/ou (re) integrar o indivíduo em sua família, âmbito escolar, trabalho ou lazer, ou seja, nas Atividades Básicas da Vida Diária e nas Atividades Pessoais da Vida Diária, conforme interesses do mesmo (3) e de seu coletivo - história, saberes, hábitos e valores.

As Práticas Integrativas e Complementares também vieram a

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corroborar para ampliar a atuação frente aos indivíduos com dores físicas, sofrimento psíquico ou emocional; por isso, não existe “uma melhor” técnica, e sim aquela que é mais adequada para “aquele momento” no qual o paciente se encontra; o hall de procedimentos, objetivos e condutas terapêuticas ocupacionais, será determinado e alterado conforme sua avaliação, seu progresso e suas aspirações.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), através do programa de medicina tradicional, vem estimulando o uso das Práticas Integrativas e Complementares (PIC) por seus países membros. Para garantir a integralidade na atenção a Saúde, o Ministério da Saúde (MS) apresenta a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), criada pela Portaria nº 971 de 3 de maio de 2006, a partir do atendimento das diretrizes e recomendações de várias conferências nacionais de saúde e das recomendações da OMS. Esta política atende à necessidade de se conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos municípios e estados. A PNPIC ao atuar nos campos da prevenção de agravos e da promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, também contribui para o fortalecimento dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao falar desta política precisamos pontuar um marco no tempo onde no Brasil, a legitimação e a institucionalização dessas abordagens de atenção à saúde se iniciaram a partir da década de 1980 e principalmente após a criação do SUS.

Alguns eventos e documentos merecem destaque na regulamentação e na construção da PNPIC a serem destacados:

• 1985 – Celebração de convênio entre o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), Fiocruz, Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Instituto Hahnemanniano do Brasil, com o intuito de institucionalizar a assistência homeopática na rede pública de saúde;

• 1986 – 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), impulsionada pela Reforma Sanitária, deliberou no seu relatório final pela “introdução de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de saúde , possibilitando ao cliente/ usuário o acesso democrático de escolher a terapêutica preferida”;

• 1988 – Resoluções da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN) – Nº 4, 5, 6, 7 e 8, de 8 de março de 1988, que fixa normas e diretrizes para o atendimento em homeopatia, acupuntura,

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termalismo, técnicas alternativas de saúde mental e fitoterapia;• 1995 – Instituição do Grupo Assessor Técnico – Científico em

Medicinas Não Convencionais, por meio da Portaria GM nº 2.543, de 14/12/1995;

• 1996 – 10ª Conferência Nacional de Saúde, que, em seu relatório final, aprovou a “incorporação ao SUS, em todo o País, de práticas de saúde como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares;

• 1999 – Inclusão das consultas médicas em homeopatia e acupuntura na tabela de procedimentos do SIA/SUS(BRASIL, 1999);

• 2000 – 11ª Conferência Nacional de Saúde recomenda “incorporar na Atenção Básica: Rede Programa de Saúde da Família(PSF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde( PACS) práticas não convencionais de terapêutica como acupuntura e homeopatia”;

• 2001 – 1ª Conferência Nacional de Vigilância Sanitária;• Em 2003 tivemos 3 eventos – Constituição de grupo de trabalho

no Ministério da Saúde com o objetivo de elaborar a Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (PMNPC) ou apenas MNPC – no SUS (atual PNPIC); - Relatório da 1ª Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica, que enfatiza a importância da ampliação do acesso aos medicamentos fitoterápicos e homeopáticos no SUS - Relatório final da 12ª CNS delibera para a efetiva inclusão da MNPC (atual PNPIC);

• 2004 – 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações em Saúde, a MNPC foi incluída como nicho estratégico de pesquisa dentro da Agenda Nacional de Prioridades em Pesquisa;

• Em 2005 dois eventos – Decreto Presidencial de 17 de fevereiro de 2005 que cria o grupo de trabalho para a elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos , - Relatório final do Seminário “ Águas Minerais do Brasil”, em outubro, que indica a constituição de projetos piloto de termalismo social no SUS.

Ao longo da regulamentação da PNPIC e as avaliações iniciais positivas desta política o Ministério da Saúde amplia as práticas integrativas e o SUS passa a oferecê-las na Atenção Básica, voltada para o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde.

Relação das Práticas Integrativas e Complementares oferecidas pelo SUS: Ayurveda, Crenoterapia, Acupuntura, Medicina Antroposófica, Plantas Medicinais/ Fitoterapia e Termalismo social, Dança circular/ Biodança, Arteterapia, Meditação, Osteopatia, Naturopatia, Homeopatia, Yoga, Musicoterapia, Terapia Comunitária Integrativa,

CAPÍTULO 2

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Reiki, Quiropraxia, Reflexoterapia e Shantala. Segue abaixo outros objetivos elencados pelo Ministério da Saúde,

enfatizando a elaboração da PNPIC, bem como as Portarias Ministeriais correspondentes:

- Prevenção de agravos e a promoção e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada para o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde;

- Contribuição ao aumento da resolubilidade e a ampliação do acesso, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso;

- Promoção e racionalização das ações de saúde; - Estímulo das ações de controle/participação social, promovendo

o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalhadores da saúde (4).

2 - Marcos Legais das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).

- Portaria MS N. 971, de 06 de Maio de 2006. Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa (MTC), Homeopatia,

Medicina Antroposófica, Fitoterapia, Termalismo Social/Crenoterapia- Portaria MS N. 849, DE 27 DE MARÇO DE 2017. O Ministério da Saúde amplia a PNPIC de N. 971/2006, incluindo

Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga as suas práticas.

Segundo a RESOLUÇÃO COFFITO Nº 8, DE 20 DE FEVEREIRO DE 1978, podemos utilizar todas as técnicas de atenção à Saúde classificadas de PICS, como recursos terapêuticos, desde que seja apresentada a responsabilidade técnica para o desempenho das mesmas. Excluindo a Homeopatia e Medicina Antroposófica, que atualmente são especialidades exclusivas do profissional médico.

Já as outras práticas como Acupuntura e Fitoterapia, consideradas especialidades pelo COFFITO, devem ser praticadas somente após a conclusão do Curso de Especialização, e após a devida certificação.

- RESOLUÇÃO Nº 405 DE 03 DE AGOSTO DE 2011Disciplina o exercício profissional do Terapeuta Ocupacional na

Especialidade em Acupuntura Avaliando a Fitoterapia como uma técnica da MTC, podemos

praticá-la desde que, saibamos prescrever com eficácia e segurança,

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complementando a abordagem ao paciente.- O ACÓRDÃO Nº 611, DE 1º DE ABRIL DE 2017 normatiza a utilização

e/ou indicação de substâncias de livre prescrição pelo fisioterapeuta (não prevendo o uso pelo o Terapeuta Ocupacional).

A Quiropraxia e a Osteopatia citadas na ampliação da PNPIC, também são especialidades próprias do Fisioterapeuta.

- RESOLUÇÃO Nº 399, 03 DE AGOSTO DE 2011 Disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia em

Quiropraxia. - RESOLUÇÃO Nº 398 DE 03 DE AGOSTO DE 2011Disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia em Osteopatia (5).

3 - Relação das 29 PICS Reconhecidas pelo Ministério da Saúde.

Em 2006, quando foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) eram ofertados apenas cinco procedimentos. Após 10 anos, em 2017, foram incorporadas 14 atividades, chegando as 19 práticas disponíveis.

Em 12/03/2018, durante a abertura do 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública (INTERCONGREPICS), no Rio de Janeiro (RJ), foi anunciada pelo Ministro da Saúde do Brasil, a inclusão de 10 novas práticas, passando a contar com 29 práticas integrativas pelo SUS (6), como segue:

- AYURVEDA - SHANTALA

- HOMEOPATIA - TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA

- MEDICINA TRADICIONALCHINESA

- TERMALISMO SOCIAL/CRENOTERAPIA

- MEDICINA ANTROPOSÓFICA - YOGA- PLANTAS MEDICINAIS/FITOTERAPIA - APITERAPIA

- ARTETERAPIA - AROMATERAPIA

- BIODANÇA - BIOENERGÉTICA

- DANÇA CIRCULAR - CONSTELAÇÃO FAMILIAR

- MEDITAÇÃO - CROMOTERAPIA

CAPÍTULO 2

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- MUSICOTERAPIA - GEOTERAPIA

- NATUROPATIA - HIPNOTERAPIA

- OSTEOPATIA - IMPOSIÇÃO DE MÃOS

- QUIROPRAXIA - OZONIOTERAPIA

- REFLEXOTERAPIA - TERAPIA DE FLORAIS

- REIKI

Consulte as definições e saiba mais em: Glossário temático : práticas integrativas e complementares em saúde / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018 (7).

Disponível em:http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/12/

glossario-tematico.pdf (acesso em 17/03/2018)

Referências Bibliográficas.

1 - CARVALHO, A.; FABIOLA C.T.; SCATOLINI, H.M.N. Terapia Ocupacional na Complexidade do Sujeito. 2ed, Editora Rubio, 2013

2 - DE CARLO, M.M.R.P.; BARTALOTTI, C.C. Terapia Ocupacional no Brasil Fundamentos e Perspectivas. Plexus Editora, 2001

3 - PEDRETTI, L.W.; EARLY, M.B. Terapia Ocupacional Capacidades praticas para as Disfunções Físicas. São Paulo: Editora Roca, 2004.

4 - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Disponível em:

http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pic.php?conteudo =ape_pic (acesso em 17/03/2018)

5 - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (www.coffito.gov.br)

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6 - Ministério da Saúde inclui 10 novas práticas integrativas no SUSDisponível em: http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-

saude/42737-ministerio-da-saude-inclui-10-novas-praticas-integrativas-no-sus (acesso em 17/03/2018)

7 - Glossário temático : práticas integrativas e complementares em saúde / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em:

http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/12/glossario-tematico.pdf (acesso em 17/03/2018)

CAPÍTULO 2

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CAPÍTULO 3MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC).

Fábia Cilene Dellapiazza

1 - Introdução.

A MTC é uma prática de intervenção em saúde que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde/doença no ser humano, podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos terapêuticos. Originária da China, a cerca de aproximadamente 5000 anos, a técnica compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes metálicas para promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como para prevenção de agravos e doenças (1; 2).

A MTC é Fundamentada no conhecimento dos seguintes princípios teóricos:

- Relação de Yin/Yang - Teoria dos Cinco Elementos - Oito princípios do Ba Gua - Teoria dos órgãos Zang Fu - Meridianos de energia - Seis níveis - Quatro estágios

São sete os principais métodos de tratamento da medicina tradicional chinesa:

• Tui Na ou Tuiná • Acupuntura • Moxabustão • Ventosaterapia • Fitoterapia chinesa • Terapia alimentar chinesa ou dietoterapia chinesa • Práticas físicas: exercícios integrados a prática de meditação

relacionadas à respiração e à circulação da energia, como o Qi gong,

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o Tai ji quan e outras artes marciais chinesas internas que podem contribuir para o reequilibrio do organismo.

2 - Mecanismos de ação da Acupuntura. Dentro do conhecimento atual da fisiologia, a Acupuntura é um

método de estimulação neurológica em receptores específicos, com efeitos de modulação da atividade neurológica em três níveis – local, espinhal ou segmentar, e supra-espinhal ou suprasegmentar.

Em 1921, Goulden concluiu sobre a participação do Sistema nervoso autônomo na Acupuntura, através dos nervos simpáticos, observando também que os pontos de Acupuntura possuem impedância menor entre si que os pontos próximos ou circunjacentes.

Chiang e Cols, em 1973, demonstraram que o efeito da Acupuntura é conduzido através dos nervos, ao constatarem que o estímulo acupuntural não surtia efeito quando aplicado em área bloqueada por anestésico local.

Chan, 1984, concluiu que muitos dos pontos de Acupuntura correspondem a locais de penetração das fibras nervosas na fáscia muscular, dos quais, 309 pontos estão localizados sobre terminações nervosas e 286 pontos localizados sobre os principais vasos sanguíneos, rodeados pelos Nervi vasorum, a inervação própria dos vasos sanguíneos. Alguns pontos de Acupuntura correspondem aos pontos gatilhos (Trigger points), que são pontos localizados na musculatura, sensíveis ao toque e que condicionam o surgimento de sintomas à distância, como dores de cabeça, por exemplo.

Em 1985, foi descoberto que a aplicação de agulhas de Acupuntura estimulava fibras nervosas específicas e que as sensações produzidas pelo estímulo por acupuntura correspondem àquelas experimentadas pelo estímulo das fibras nervosas do tipo A delta (A δ), como choque, sensação de peso ou parestesia (1; 2).

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Figura 1 - Esquema mostrando as conexões neuraisda Ação Segmentar da Acupuntura.

2.1 - Ação segmentar da Acupuntura.Ação segmentar da Acupuntura é o conjunto de mecanismos

fisiológicos que ocorrem do local do estímulo com agulha até a medula espinhal. O estímulo de fibras nervosas "A δ" por agulhas de Acupuntura ativa o interneurônio inibitório, ou célula pedunculada, na lâmina II do corno posterior da medula espinhal. A célula pedunculada, com a liberação de metencefalina, bloqueia, na área conhecida como Substância Gelatinosa, a transmissão do sinal da dor conduzido pelas fibras tipo "C" para os tratos ascendentes da medula. Por outra via ascendente, o Trato espino talâmico, o estímulo da fibra "A δ" é conduzido ao córtex cerebral, onde são interpretadas, ou "percebidas" as sensações de peso, distensão, calor ou parestesia que ocorrem durante o estímulo por acupuntura.

2.2 - Ação supra-segmentar da Acupuntura.O estímulo das fibras A δ prossegue através do trato espino talâmico

até o córtex cerebral, onde é percebido conscientemente e à medida que segue neste trajeto, há colaterais para os diversos níveis da medula espinhal, com liberação de Beta-endorfina, que é um dos tipos de morfina produzida pelo próprio organismo, e afetando vias neurológicas

CAPÍTULO 3

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descendentes que terminam por reforçar a estimulação da célula pedunculada, com efeito analgésico sobre o estímulo das fibras tipo “C”, e que usam o neurotransmissor Serotonina, o chamado "hormônio do bem-estar", o que explica bem os efeitos da Acupuntura não só no tratamento da dor, como também da depressão e dos estados de ansiedade (1; 2).

2.3 - Ação Central da Acupuntura.O estímulo da agulha de Acupuntura atinge áreas do encéfalo mais

elevadas, como o Hipotálamo e a Hipófise, promovendo o equilíbrio do funcionamento destes centros. Como a Hipófise é uma glândula, ocasionalmente chamada de “glândula mãe”, que coordena a função de diversas outras glândulas do corpo, o efeito da Acupuntura sobre este órgão afeta o funcionamento das glândulas supra renais, da tireóide, dos ovários, dos testículos, e assim tem ação terapêutica sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), dismenorréia, tensão pré-menstrual, disfunções da libido, e outras afecções.

2.4 - Neurotransmissores na Acupuntura.Até o presente momento, sabe-se que a Acupuntura afeta a

expressão e ou liberação de serotonina, e dos peptídeos opióides beta-endorfina, meta-encefalina, e dinorfina. A colecistocinina, peptídeo envolvido no processo digestivo, é antagonista da acupuntura. Considerando que a colecistocinina é estimulante da secreção ácida do estômago, temos daí a compreensão do efeito benéfico da acupuntura sobre as gastrites, úlceras e na Doença de refluxo gastroesofágico. A Naloxona, inibidor da ação de opióides, muito utilizada em Medicina antagoniza os efeitos da Acupuntura. Em dado momento, postulou-se que a ação da Acupuntura seria fruto apenas da liberação de endorfinas. Entretanto, a rápida instalação da analgesia e sua duração maior que o tempo de aumento da quantidade de opióides pela Acupuntura liberados, demonstra que outros mecanismos estão envolvidos.

O diagnóstico das condições clínicas do paciente é efetuado, segundo a práxis da Medicina Tradicional Chinesa, por meio da avaliação, da história, do interrogatório e do exame físico do paciente. Assim, devem ser verificados os seguintes itens:

- Tomada do pulso da artéria radial em seis posições distintas para avaliar o fluxo de energia em cada meridiano;

- Observação da face, aparência dos olhos e da língua;- Avaliação da voz (fonação);

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- Palpação corpórea, especialmente do abdômen; - Comparação da temperatura em diferentes partes do corpo. - E tudo mais que possa ser observado sem instrumentos e sem ferir

o paciente, como uma simples conversa, abordando o seu histórico de saúde e suas queixas atuais (1; 2).

IMPORTANTE: O conjunto dos dados obtidos e interpretados, segundo a teoria clássica chinesa, compõe o quadro que conduz ao “diagnóstico sindrômico”, a partir do qual é determinada a escolha da terapêutica, sendo possível formular o prognóstico.

A Semiologia da Medicina Tradicional Chinesa reconhece sinais e interpreta sintomas de modo a lhes conferir um “nexo causal”, o que permite a composição de quadros sindrômicos, a serem comparados com os padrões de desarmonia descritos na literatura.

A cada diagnóstico, elaborado por meio dessa identificação de padrões, corresponde a uma prescrição, que inclui a escolha dos pontos e técnicas a serem utilizados no tratamento.

As manifestações clínicas dos quadros sindrômicos são compreendidas no âmbito da fisiopatologia, e que explicam os fenômenos observados no exame físico do paciente, apontando as medidas terapêuticas indicadas para a situação (1; 2).

Referências Bibliográficas.

1 - WANG, B. Princípios da Medicina Interna do Imperador Amarelo. Editora Ícone, 2013

2 - YAMAMURA,Y. Acupuntura Tradicional – A Arte de Inserir. 2ed. São Paulo: Editora Roca, 2001.

CAPÍTULO 3

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CAPÍTULO 4PLANTAS MEDICINAIS/FITOTERAPIA.

Fábia Cilene Dellapiazza

1 - Introdução.

O uso de plantas medicinais para minimizar sintomas de doenças, ocorre desde as mais antigas civilizações, tais como, babilônica, grega, egípcia e asiática.

Aliás, não havia outro recurso ao alcance da humanidade que não fossem os recursos vegetais e minerais, e em muitos casos, os advindos do reino animal.

Certamente as doenças eram outras, assim como, a expectativa de vida, hábitos alimentares e de vida diária.

Ao longo do tempo, estes produtos de natureza “caseira”, foram ganhando espaço nas pesquisas e investimentos tecnológicos para aprimorar seu conhecimento farmacológico, saindo do quesito “chá da vovó” para insumos fitoterápicos.

Ao estudarmos as plantas medicinais, devemos nos atentar a uma simples pergunta: Por que uma planta pode ser considerada uma droga vegetal? Os chamados “princípios ativos” são considerados como a verdadeira e única resposta para este tipo de questionamento.

Os “princípios ativos” são substâncias provenientes do metabolismo secundário das plantas, são responsáveis pela atividade terapêutica. Eles se concentram em várias partes do vegetal, ou seja, nas flores, folhas, raízes, às vezes nas sementes, nos frutos e nas cascas. As plantas não apresentam uma concentração uniforme de “princípios ativos” durante seu ciclo de vida, pois eles variam de acordo com o habitat, a colheita e a preparação. Geralmente, numa mesma planta, encontram-se vários componentes ativos dos quais um, ou um grupo, determinam a ação principal. Quando um princípio ativo é isolado, normalmente apresenta uma ação diferente daquela apresentada pela planta inteira, ou seja, pelo seu fitocomplexo.

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Descrevemos a seguir, as ações terapêuticas dos principais princípios ativos:

- Alcalóides: Calmantes, sedativos, estimulantes, analgésicos, anestésicos.

- Mucilagens: Cicatrizantes, anti-inflamatórias, laxativas, expectorantes e antiespasmódicas.

- Flavonóides: Diuréticos, anti-inflamatórios, expectorantes, antiespasmódicos, tônico cardiocirculatório.

- Glicosídeos cardiotônicos e cardioativos: Dilatadores de coronárias, antiescleróticos, fortalecem os vasos capilares. Aumentam a força contrátil do coração, regulando o seu ritmo.

- Cumarinas: Anticoagulantes, antiespasmódicas, antibióticas e venotônicas.

- Saponinas: Diuréticas, cicatrizantes, analgésicas e expectorantes. - Taninos: Adstringentes, hemostáticos, antissépticos, tonificantes e

antimicrobianos. - Óleos essenciais: Bactericidas, antiviróticos, cicatrizantes,

analgésicos, relaxantes, expectorantes, antiespasmódicos. Os principais são timol (tomilho), cineol (eucalipto), limoneno (limoeiro) e mentol (laranja).

Em relação ao processo de industrialização, e posterior utilização clínica de uma planta medicinal, estão envolvidos uma infinidade de profissionais, dentre eles, engenheiros agrônomos, pesquisadores, biólogos, farmacêuticos, químicos, profissionais dos setores industrial e comercial entre outros (5).

De acordo com o formulário de fitoterápicos farmacopéia Brasileira (1), seguem algumas definições:

Planta medicinal: Espécie vegetal, cultivada ou não e utilizada com propósitos terapêuticos.

Droga vegetal: Planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização e/ou secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada (1; 3).

2 - Medicamento fitoterápico.

Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos

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etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais (2)

Fitocomplexo: Conjunto de todas as substâncias, originadas do metabolismo primário ou secundário, responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de seus derivados com extratos vegetais;

Marcador: Substância ou classe de substâncias (ex.: alcalóides, flavonóides, ácidos graxos, etc.) utilizada como referência no controle da qualidade da matéria-prima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo correlação com o efeito terapêutico. O marcador pode ser do tipo ativo, quando relacionado com a atividade terapêutica do fitocomplexo, ou analítico, quando não demonstrada, até o momento, sua relação com a atividade terapêutica do fitocomplexo;

Fitoterápico: Produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal.

De acordo com o formulário de fitoterápicos farmacopéia Brasileira (1; 6), seguem algumas formas farmacêuticas/vias de administração:

Extrato: É a preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a partir de material animal ou vegetal. O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamento preliminar, tais como, inativação de enzimas, moagem ou "desengorduramento".

O extrato (Abreviatura: ext.) O extrato é preparado por percolação, maceração ou outro método

adequado e validado, utilizando como solvente álcool etílico, água ou outro solvente adequado. Após a extração, materiais indesejáveis podem ser eliminados (extrato seco, pó, glicólico).

Extrato Fluido: É a preparação líquida obtida de drogas vegetais ou animais por extração com líquido apropriado ou por dissolução do extrato seco correspondente, em que, exceto quando indicado de maneira diferente, uma parte do extrato, em massa ou volume corresponde a uma parte, em massa, da droga, seca utilizada na sua preparação. Se necessário, os extratos fluídos podem ser padronizados em termos de

CAPÍTULO 4

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concentração do solvente; teor de constituintes, ou de resíduo seco. Se necessário podem ser adicionados conservantes inibidores do crescimento microbiano. Devem apresentar teor de princípios ativos e resíduos secos prescritos nas respectivas monografias. Extrato Fluido proporção 1:1 (1 porção da planta para 1 de solvente). Tintura Mãe, proporção 1:5 ou 1:10.

Inalação: É a administração de produto pela inspiração (nasal ou oral) de vapores pelo trato respiratório (vias aéreas).

Xarope: É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta, no mínimo, 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo imediato, deve ser adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados.

Chá Infusão: É a preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou que contenham substâncias ativas voláteis.

Chá Decocção: É a preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas.

Maceração: É o processo que consiste em manter a droga, convenientemente pulverizada, nas proporções indicadas na fórmula, em contato com o líquido extrator, com agitação diária, no mínimo, sete dias consecutiva. Deverá ser utilizado recipiente âmbar ou qualquer outro que não permita contato com a luz, bem fechado, em lugar pouco iluminado, a temperatura ambiente. Após o tempo de maceração verta a mistura num filtro. Lave aos poucos o resíduo restante no filtro com quantidade suficiente (q.s.) do líquido extrator de forma a obter o volume inicial indicado na fórmula.

Uso oral: É a forma de administração de produto utilizando-se da sua ingestão pela boca.

Uso externo: É a aplicação do produto diretamente na pele ou mucosa.Banho de assento: É a imersão em água morna, na posição sentada,

cobrindo apenas as nádegas e o quadril geralmente em bacia ou em louça sanitária apropriada.

Bochecho: É a agitação de infuso, da decocção ou maceração na boca fazendo com movimentos da bochecha, não devendo ser engolido o líquido ao final.

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Compressa/Cataplasma: É uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o lugar lesionado, um pano ou gaze limpo e umedecido com um infuso ou decoto, frio ou aquecido, dependendo da indicação de uso.

Creme/Gel/Pomada: É a forma farmacêutica semissólida que consiste de uma emulsão, formada por uma fase lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para aplicação externa na pele.

3 - Considerações finais

Cabe ao profissional, lembrar que a Fitoterapia está classificada entre as formas de tratamento como “Complementar”, e a prescrição deverá respeitar o diagnóstico médico e/ou da MTC (4). Nesse contexto, deve-se ainda considerar e verificar se o paciente faz uso de medicamento alopático na ocasião e/ou uso contínuo para doenças crônicas e morbidades como diabetes, hipertensão, doenças autoimunes entre outras (7).

A eficácia e segurança deste tratamento coadjuvante se darão pelas boas práticas, recomendando assim, profissionais qualificados.

A conduta respeitosa, sempre considera o histórico da moléstia atual e pregressa do paciente, hábitos alimentares e de vida diária, assim como o acompanhamento (número de atendimentos) a ser determinado pelo profissional.

Referências Bibliográficas.

1 - ANVISA, Formulário de fitoterápicos farmacopéia Brasileira. Brasília, DF: República Federativa do Brasil, 2011.

2 - GARRAN, T.A. Fitoterapia com ervas ocidentais de acordo com os princípios da medicina tradicional chinesa. São Paulo: Editora Pensamento, 2013.

3 - HARAGUCHI, L.M.M.; CARVALHO, O.B. Plantas medicinais. São Paulo: Secretarias verde e meio ambiente saúde, 2010.

4 - HIRSCHI, S. Manual do herói ou a filosofia chinesa na cozinha. São Paulo: Corre Cotia.

CAPÍTULO 4

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5 - LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. 2ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

6 - LIMA, A. Índice Terapêutico Fitoterápico. Ervas medicinais. Petrópolis, RJ: Editora de Publicações Biométricas, 2008.

7 - SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; MELLO, J.C.P.; MENTZ L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia. Do Produto natural ao medicamento. Porto Alegre, RS: Editora Artemed, 2017.

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CAPÍTULO 5DANÇAS CIRCULARES.

Leonardo Costa LimaAdriano Conrado Rodrigues

Flavia Liberman

1 - Introdução - A Subjetividade do Sujeito e a Dança.

Caracterizar a dança como prática de Saúde, e mais especificamente, como meio de transformação e reabilitação psicossocial, passa pela necessidade de um olhar que contemple o Ser Humano e seu corpo em seu aspecto multidimensional ou seja, a partir da compreensão de que a construção dos corpos, ou melhor, dos seus modos de funcionamento são resultantes de vários fatores: da genética com seus aspectos ligados à hereditariedade; da cultura; das experiências; dos tipos de vínculos estabelecidos ao longo da vida e da subjetividade que molda e orienta certos modos de funcionamento em determinado tempo/espaço, entre tantos outros aspectos (1)

Segundo Rolnik apud Liberman (2010): As práticas clínicas, hoje, participam direta ou indiretamente

da composição dos territórios subjetivos. Suas teorias são diferentes tentativas de cartografar as paisagens da subjetividade e seus procedimentos, diferentes modos de interferir em seus relevos (1).

Nesse sentido, a subjetividade humana emerge como um entre-jogo "mundo interno e mundo externo”, invenção de si e do mundo (2), construindo modos de pensar, sentir e agir sempre compreendidos como processos, a partir de seu cotidiano composto pelos diferentes âmbitos em que atua e se relaciona, ou seja, os papéis ocupacionais, as relações e vínculos, as suas realizações, sonhos, embates, conflitos presentes na vida de cada um e a todo o momento, do nascimento a morte.

Também nos parece importante considerar os graus de autonomia e participação dos sujeitos a partir daquilo que ele pode e consegue construir.

Saraceno (1999), evidencia esse aspecto em particular quando indica que paradigma e propostas orientadas essencialmente por

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um olhar médico pouco informam sobre as necessidades, desejos e possibilidades do sujeito (3).

Neste sentido e buscando ampliar o nosso olhar sobre os sujeitos e suas vidas , consideramos que os estudos da subjetividade – que refletem sobre os modos de pensar, agir e sentir; enfim, sobre os modos de viver e existir do homem – têm constituído um campo privilegiado para pesquisas que buscam atender à complexidade do sujeito. Contribuições como as idéias do psicanalista Félix Guattari, do filósofo Gilles Deleuze e da psicanalista Suely Rolnik, entre outros, são importantes fontes de inspiração para muitos terapeutas ocupacionais que procuram, através da compreensão dos processos de subjetivação, pensar estratégias de intervenção, seus sentidos e objetivos de forma mais ampla e contextualizada (4).

Além de questões próprias a Terapia Ocupacional, outros campos do conhecimento como: a antropologia, psicologia, filosofia, educação, as artes, entre outras compõem a dimensão do olhar na perspectiva da arte e da dança.

E nessa dimensão, o corpo constitui um indicador fundamental para o conhecimento das histórias do sujeito, seus modos de funcionar, sua vida cotidiana, suas dores, tensões, anseios, etc. (5).

Não basta, como nos diz Saraceno, realizarmos atividades que transformem o usuário em pintor, bailarino, escultor etc. Faz-se necessário que esse exercício promova também a construção de um sentimento de pertencimento em relação às comunidades, que possa culminar, por exemplo, em alterações nos modos de conviver com a família ou em maior circulação na rede social, ao fazer parte de um coletivo (3). Essas estratégias de integração de todos os membros de uma sociedade, independente de raça, habilidades, condições econômicas etc. constituem hoje o objetivo fundamental das práticas na área de saúde (2).

Além disto, essas formas de inserção podem sustentar os processos de subjetivação, numa tentativa permanente de construir pontes e lugares que permitam ao sujeito se constituir e interferir, tanto no que se refere aos seus valores e papéis ocupacionais, quanto na sua relação social e comunidade (1).

2 - A Dança como Modo Expressão Natural e Espontânea.

A Dança é a única arte que não depende de nenhum elemento intermediário para concretizar-se: o ser humano dançante é ao mesmo tempo criador e criação.

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Não há pré-requisitos para a dança. O que há são pré-requisitos para determinadas técnicas. A dança pode ou não ser regrada, e é importante ter isso em mente, para que seja respeitada a forma de expressão de cada um através do dançar, sem que a pessoa sinta que dança errado ou que não sabe dançar apenas por não estar seguindo determinada técnica.

A dança pode ser uma forma de conhecimento dos limites do corpo, e mais além, de superação desses limites. O tônus muscular, a respiração, as capacidades do corpo, bem como a segurança, autoconfiança e noção de tempo e espaço, também são acessados.

A Dança pode ainda levar à meditação, e danças em grupo podem motivar as pessoas a aproximação e troca de experiências (2).

A seguir, alguns exemplos das Danças e suas particularidades:

∙ DanceabilityDanceability é um método criado pela companhia Joint Forces

(que é reconhecida pelo mundo pelo trabalho que desenvolve, na área da dança, com deficientes físicos), onde tem como objetivo promover a exploração artística entre pessoas com deficiências ou não. Consiste no que eles chamam de “terreno comum” permitindo que todo e qualquer material ministrado seja acessível para todos. A filosofia é não excluir qualquer membro do grupo, das experimentações (6).

∙ DançaterapiaO Método Maria Fux baseia-se na possibilidade de uma mudança

que permita sair e abandonar gradualmente a rigidez, o medo, a instabilidade, independente do estado psíquico, físico e social de cada um. A Dançaterapia nos permite trazer à tona, através dos movimentos (mesmo pequenos e simples), aquilo que às vezes fica escondido dentro de nós, não expressado ou reprimido. “A dança terapêutica, é a dança na sua forma mais simples e a linguagem das emoções profundas”. Essa prática não substitui intervenções clínicas, médicas ou psicológicas, mas as complementa percorrendo caminhos outros ligados à afetividade, sensibilidade e emoção (7).

∙ Biodança e Dança Circular A Biodança é um sistema de integração e desenvolvimento

humano, um sistema baseado em experiências do crescimento pessoal induzido pela música, movimento e emoção. Esta terapia utiliza

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exercícios e músicas organizados, a fim de aumentar a resistência ao estresse, promover a renovação orgânica e melhorar a comunicação. Sua metodologia é induzir experiências de integração por meio da música, do canto, do movimento, criando situações que facilitam as possibilidades de relacionamento interpessoal.

Nessa mesma linha de ação, mas com suas particularidades e possibilidades, surge a Dança Circular. Essa é uma prática de dança em roda, tradicional e contemporânea, originária de diferentes culturas que favorece a aprendizagem e a interconexão harmoniosa entre os participantes. As pessoas dançam juntas, em círculos e aos poucos começam a internalizar os movimentos, liberar a mente, o coração, o corpo e o espírito. Por meio do ritmo, da melodia e dos movimentos delicados e profundos os integrantes da roda são estimulados a respeitar, aceitar e honrar as diversidades (8).

Quem passar por uma roda de Dança Circular, vai reparar que no seu centro há um elemento que exprime simbologia. Normalmente ele chama a atenção por sua beleza.

O centro da roda pode ser feito de panos, flores, esculturas, desenhos, velas, ou qualquer invenção criativa que ajude a manter a referência e o foco dos participantes, relacionado a um determinado tema em pauta para o grupo; isso faz do centro, uma parte significativa da roda.

O participante terá o centro como referência durante toda a dança (9).O universo das Danças Circulares contempla as danças de todos os

povos, honrando cada um deles, seus ritmos e gestualidades. O repertório inclui milhares de danças, integrando dois grandes grupos: tradicionais (danças mais antigas, que foram passando através das gerações) e contemporâneas (coreografadas mais recentemente). Existem danças alegres e expansivas e outras introspectivas e meditativas.

Esse universo envolve as danças indígenas, européias, latino-americanas, orientais, mantras, danças de mãos dadas, de mãos soltas, de pares ou em pequenos grupos. Apesar da maioria ser em círculo, há danças em formato de linhas, filas ou meia-lua, dependendo da cultura de cada povo (10).

No mundo, a história traz um movimento intitulado Danças Circulares Sagradas, que nasceu com o coreógrafo alemão/polonês Bernhard Wosien quando, em 1976, visitou a Comunidade de Findhorn (norte da Escócia), e pôde ensinar pela primeira vez, uma coletânea de Danças Folclóricas aos residentes.

Já no Brasil, é notável a expansão das Danças Circulares, que no

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início da década de 90, chegaram ao Brasil e se espalharam formando rodas em parques, escolas, universidades, hospitais, órgãos públicos, ongs, instituições e empresas dos mais variados segmentos (10).

Socialmente, estar em roda simboliza a fraternidade, igualdade e a sensação de pertencimento a algo que só passa a existir se houver a presença e a colaboração de outras pessoas (8).

A pessoa que propõe ou coordena uma roda de Dança Circular chama-se focalizador. Ele cuida do foco, trazendo a força da presença e do compromisso com o aprendizado coletivo. Os focalizadores podem ter diferentes tipos de formação: arte, educação, ballet, música, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, assistência social, etc. Cada pessoa vai focalizar de acordo com a experiência global do seu ser, pois esta é uma atividade bastante vivencial, que extrapola os muros da academia. Existem cursos que ensinam os primeiros passos da focalização e depois disso cada pessoa vai se aprimorando continuamente, participando sempre de novas vivências e cursos (8).

A Portaria Nº 849, de 27 de março de 2017, do Ministério da Saúde, incluiu a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares na Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) do Sistema único da Saúde (SUS) (11) .

Abaixo transcrevemos na íntegra o texto que descreve as Danças Circulares nesta Portaria:

“Danças Circulares Sagradas ou Dança dos Povos, ou simplesmente Dança Circular é uma prática de dança em roda, tradicional e contemporânea, originária de diferentes culturas que favorece a aprendizagem e a interconexão harmoniosa entre os participantes. Os indivíduos dançam juntos, em círculos e aos poucos começam a internalizar os movimentos, liberar a mente, o coração, o corpo e o espírito. Por meio do ritmo, da melodia e dos movimentos delicados e profundos os integrantes da roda são estimulados a respeitar, aceitar e honrar as diversidades.

O principal enfoque na Dança Circular não é a técnica e sim o sentimento de união de grupo, o espírito comunitário que se instala a partir do momento em que todos, de mãos dadas, apoiam e auxiliam os companheiros. Assim, ela auxilia o indivíduo a tomar consciência de seu corpo físico, harmonizar o emocional, trabalhar a concentração e estimular a memória.

As danças circulares podem criar espaços significativos para o

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desenvolvimento de estados emocionais positivos, tornando-se um recurso importante no contexto de grupos, uma vez que estimulam a cooperação, despertam o respeito ao outro, a integração, a inclusão e o acolhimento às diversidades. A prática tem o potencial mobilizador da expressão de afetos e de reflexões que resultam na ampliação da consciência das pessoas.

No círculo trabalha-se o equilíbrio entre o indivíduo e o coletivo, o sentimento de pertinência e do prazer pela participação plena dos processos internos de transformação, promovendo o bem-estar, a harmonia entre corpo-mente-espírito, a elevação da autoestima; a consciência corporal, entre outros benefícios” (11).

3 - A Dança como Recurso da Terapia Ocupacional.

Desde a sua concepção como política pública no Ministério da Saúde, a procura pelas Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS) tem aumentado nas estratégias, programas e serviços públicos e privados, principalmente nas áreas da saúde, educação e assistência social, dos municípios dos Estados brasileiros.

Vale ressaltar a importância dos Terapeutas Ocupacionais da cidade de São Paulo na introdução de componentes curriculares com Danças Circulares nos currículos acadêmicos dos cursos de Terapia Ocupacional. Vários terapeutas ocupacionais atuam com as danças circulares, em composição ou não com outras técnicas de acordo com seus objetivos, o contexto de atuação e o perfil da população.

Alguns terapeutas ocupacionais foram pioneiros na organização de cursos de formação em Danças Circulares e responsáveis, em conjunto com profissionais de outras áreas do conhecimento, pela disseminação deste recurso na Atenção Básica e Especializada da Saúde Pública do município e posteriormente nos serviços da Assistência Social, Lazer e Educação.

O crescente reconhecimento da eficácia terapêutica pelas evidências apontadas pelas pesquisas científicas e também o impacto positivo observado na melhoria do bem-estar e qualidade de vida das pessoas nos diferentes ciclos vitais (infância, adolescência, fase adulta e velhice) fizeram com que o recurso das Danças Circulares ganhassem projeção nacional e hoje temos vários grupos e rodas de danças circulares em parques, Unidades de Saúde, Escolas e serviços sócio-assistenciais.

Além disso, há um crescente número de profissionais capacitados e habilitados para o uso das PICS como recurso, em suas dinâmicas de

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trabalho. Soma-se aqui, a valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originam grande parte destas práticas, e temos um importante movimento que têm recebido o apoio da Organização Mundial da Saúde, que incentiva os países a inserir alternativas ao cuidado à saúde, numa referência direta a visão integral e humana do ser humano (6).

A dança circular é uma atividade que traz a possibilidade exercitar a própria totalidade, e, por isso, é potencialmente terapêutica. Cabe ao Terapeuta Ocupacional se apropriar tecnicamente e se aprimorar na teórica e na prática da Dança Circular, com seu histórico, técnicas e recursos, e assim propô-la como atividade, conforme os objetivos terapêuticos determinados na sua atuação terapêutica.

Vale ressaltar que a Dança como arte é compreendida como meio, como recurso que possibilita o estabelecimento de vínculos e, ao mesmo tempo, permitem a “materialização” dos conteúdos emocionais, sentimentos e desejos e a efetivação de processos de expressão, conhecimento de si, do outro e do mundo.

As origens destas propostas da utilização da dança e recursos artísticos e do campo cultural no acompanhamento de grupos são os movimentos contemporâneos de assistência em saúde mental, cuja concepção passa a privilegiar ações ampliadas no seu âmbito, porque, segundo Saraceno:

[...] engendram uma nova noção de reabilitação, que tem como sentido a construção dos direitos substanciais (afetivos, relacionais, materiais, habitacionais, produtivos e culturais) dos pacientes e, um interesse em pesquisar a transformação de fato ocorrida nas dinâmicas sociais, culturais, econômicas dos doentes mentais, dos deficientes e das populações chamadas “excluídas”. (Saraceno, 1995 apud Canguçu et al., 2000, p.46) (12).

Considerando este quadro, há alguns anos foram introduzidas nas matrizes dos cursos de Terapia Ocupacional, disciplinas que abordam basicamente o desenvolvimento da expressão, a criatividade e a comunicação.

As atividades expressivas, como é o caso da dança, dos trabalhos corporais, da música e do teatro, têm sido cada vez mais utilizadas pelo terapeuta ocupacional, seja no uso direto dos métodos, compondo ou não com outros recursos – a pintura, o desenho, a argila, entre outros, seja para a compreensão do sujeito a partir de um olhar que privilegia o corpo e suas potencialidades.

Assim, diferentes vivências no campo das artes podem contribuir para

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que o sujeito se perceba como tal, identifique seus diferentes “modos de funcionamento” para, em seguida, repensá-los e (re)construí-los.

Temos ainda, que a dança Circular como recurso utilizado pelos Terapeutas Ocupacionais Ocupacional estimula as habilidades sociais, desenvolve o apoio e suporte necessários à abordagem de diversas questões físicas e psicofísicas e permite-se atuar na modulação dos sentimentos, gerando boas sensações.

No entanto, as danças e as músicas propostas devem ser avaliadas e analisadas a fim de incorporá-las à clínica, já que um recurso aplicado devidamente, como objetiva a terapia ocupacional, pode transformar a atividade em um potente instrumento terapêutico para as pessoas que a utilizam (6).

Não se deve determinar que a dança será boa para todos em todas as circunstâncias, pois sabemos que não trabalhamos com números, que são exatos, e sim com pessoas, que tem suas particularidades (8).

Uma importante referencia para a utilização das danças Circulares como recurso pelos Terapeutas Ocupacionais nos campos da Saúde, Assistência Social e Educação são as experiências realizadas, desde 1997, pelo “Programa Permanente Composições Artísticas e Terapia Ocupacional - PACTO” da Universidade de São Paulo, que propõe métodos de intervenção junto aos grupos com a utilização de atividades artísticas e corporais visando à ampliação de sua ação para os espaços de cultura da cidade, conforme explicitado a seguir:

Em sua estrutura assistencial o programa se propõe a acompanhar grupos em atividades artísticas: pintura, desenho, modelagem, colagem e outras; e corporais: dança, relaxamentos e trabalhos corporais. [...] São objetivos desta proposta: garantir aos participantes a oportunidade de desenvolver seus potenciais criativos, artísticos e intelectuais; acompanhar os participantes, usuários ou não de serviços de saúde, em atividades grupais que ampliem seu universo de relações facilitando seu processo de crescimento pessoal; e, viabilizar o acesso dos participantes a eventos culturais da contemporaneidade. (Canguçu et al. 2000,p 46) (12).

4 - Considerações Finais.

Experiências mostram que existe uma influência positiva na participação em oficinas de danças circulares no que diz respeito ao suporte social e emocional, além dos benefícios físicos que as práticas corporais proporcionam. Esses resultados que estão em consonância com

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a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, quanto a abordagem ao ser humano em sua totalidade (13).

Considerada uma prática corporal extremamente benéfica por seus praticantes, as Danças Circulares têm ocupado lugar proeminente nas pesquisas acadêmicas em áreas que investigam suas potencialidades no que diz respeito ao desenvolvimento humano holístico ou integral. Nos campos da Terapia Ocupacional profissionais e pesquisadores se concentram em investigar a importância das danças circulares como possibilidade de integração entre as esferas que nos constituem enquanto seres humanos, como meio para a "reconciliação" entre corpo, mente, alma (14).

Referências Bibliográficas.

1 - LIBERMAN, F. O corpo como pulso. Revista interface: comunicação, saúde educação, v.14, n.33, p.449-60, abr./jun. 2010

2 - KASTRUP, V. A invenção de si e do mundo. Uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição. Campinas: Papirus, 1999.

3 - SARACENO, B. Libertando Identidades : da reabilitação psicossocial à cidadania possível. Trad. Lúcia Helena Zanetta, Maria do Carmo Zanetta e Willians Valentini. Revisão Técnica: Ana Maria Fernandes Pitta. Belo Horizonte: Te Corá, 1999.

4 - LIBERMAN, F. Trabalho corporal, música, teatro e dança em Terapia Ocupacional: clínica e formação. Cadernos – Terapia Ocupacional: Produção de conhecimento e responsabilidade social. Centro universitário São Camilo. São Paulo, v.8, n.3, p. 39-43, jul/set. 2002.

5 - LIBERMAN, F. Delicadas coreografias: instantâneos de uma terapia ocupacional. São Paulo: Summus Editorial, 2008.

6 - LIBERMAN, F.; SAMEA, M. Uma pesquisa do corpo em Terapia Ocupacional: o método de danceability. Rev. Ter. Ocup. Univer. São Paulo. v. 9, n. 3. p. 125-132. set/dez. 1998.

7 - FUX, M. DANÇATERAPIA (Primer Encuentro con la Danzaterapia). Ed. Summus, 1988.

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8 - Dança Circular. O que é - Conheça um pouco da história da Dança Circular Sagrada, seu desenvolvimento e benefícios. Disponível em:

http://www.dancacircular.com.br/oque.asp (acesso em 10/03/2018)

9 - Danças Circulares da Amazônia na ACADEBio . Disponível em:https://dancascircularesdaamazonia.wordpress.com/ (acesso em

10/03/2018)

10 - SILVA, M.M. Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Florianópolis, 2015. Disponível em:

https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/158777(acesso em 10/03/2018)

11 - BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria n° 849, de 27 de março de 2017. Disponível em:

http://www.lex.com.br/legis_27357131_PORTARIA_N_849_DE_27_DE_MARCO_DE_2017.aspx. Acesso em 31/01/2018.

12 - Canguçu, D.F.; Castro, E.D.; Costa, A.L.B.; Inforsato,E.; Lima, E.A ; Lima, L.J.C. O Programa Permanente Composições Artísticas e Terapia ocupacional (PACTO) : uma proposta de atenção na interface da arte-saúde. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 11, n.º 2/3, p. 45-55, maio/dezembro, 2000.

13 - Portaria nº145/2017 que amplia os procedimentos oferecidos pela Política no Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:

http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2297 (acesso em 10/03/2018)

14 - As danças circulares na integralidade do cuidado: um caminho de. Disponível em:

http://www.dancacircular.com.br/waupload/corpotextomonog00018062013193134.pdf (acesso em 10/03/2018)

CAPÍTULO 5

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CAPÍTULO 6 A ARTE COMO RECURSO TERAPÊUTICO.

Rachel Azulay Leite

1 - Introdução

Na apresentação profissional para os pacientes, familiares e/ou cuidadores, costuma-se falar que o emprego da arte enquanto recurso ou atividade terapêutica, é a forma de cuidar da saúde sob o olhar da Terapia Ocupacional. Pois fazendo arte, apreciando arte e pensando sobre arte, pode-se atingir simultaneamente objetivos terapêuticos ocupacionais, em acordo com a avaliação desse profissional. A arte pode estar presente em todas as esferas, contextos de vida, e sobretudo, ser analisada quanto a funcionalidade ou habilidade exigida, interesses e realização pessoal.

Quando falamos em saúde, há de se pensar num amplo conceito de definição. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), trata-se de “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções e enfermidades”.

Nesse sentido destacamos o termo “bem-estar” como noção subjetiva de sentir-se bem, não apresentar sofrimento somático ou psíquico, ou ainda, prejuízos do desempenho pessoal e social (incluindo família e trabalho), e como satisfação das necessidades conscientes e inconscientes.

De forma geral, o bem-estar físico está relacionada com a satisfação das necessidades biológicas; o bem-estar mental, com a satisfação das necessidades psicológicas; e o bem-estar mental, com a satisfação das necessidades sociais.

A terapia ocupacional, por sua vez, é definida também pela OMS como a ciência que estuda a atividade humana e a utiliza como recurso terapêutico para prevenir e tratar dificuldades físicas e/ou psicossociais que interfiram no desenvolvimento e na independência do cliente em relação às atividades de vida diária, trabalho e lazer. É a arte e a ciência de orientar a participação do indivíduo em atividades selecionadas para restaurar, fortalecer e desenvolver a capacidade, facilitar a aprendizagem daquelas habilidades e funções essenciais para

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a adaptação e produtividade, e promover e manter a saúde. O terapeuta ocupacional tem como objeto de trabalho o ser humano,

que é abordado pela análise de suas atividades, para que favoreçam a prevenção de doenças, reabilitação e promoção da saúde, sempre em acordo com suas necessidades, momento de vida, interesses e contextos.

Dentre as atividades humanas, destacamos as atividades artísticas, artesanato, fazer e apreciar arte etc., contemplando todas as suas linguagens e variantes que permitam ao ser humano, pensar e expressar sentimentos e idéias acerca de sua existência.

Nos procedimentos clínicos da terapia ocupacional, as atividades artísticas, expressivas corporais, musicais, teatrais, plásticas, esculturais, audiovisuais, artesanais, dentre outras, estão inseridas, favorecendo as relações interpessoais, o contato com os conteúdos conscientes ou inconscientes, a auto-expressão, a relação simbólica e imaginária com os objetos, com o seu corpo e sua história de vida.

2 - A Arteterapia (como disposto nas Práticas Integrativas e Complementares de Saúde) ou a arte como terapia.

Para a associação Americana de Arteterapia, fundada em 1969, a arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística no contexto de uma relação profissional por pessoas que foram acometidas por doenças, traumas ou dificuldades na vida, assim como por pessoas que buscam desenvolvimento pessoal.

Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar sua auto-estima, lidar melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico (1).

3 - A Arte como recurso da Terapia Ocupacional.

Salta aos nossos olhos a arte como recurso sublime do trabalho do terapeuta ocupacional, já que este profissional detém o domínio para analisar e aplicar as atividades ao indivíduo, como assegura o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), órgão que regulamenta o uso da arteterapia pelo profissional da terapia ocupacional.

De acordo com resolução nº. 350, de 13 de junho de 2008, que

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dispõe sobre o uso da arteterapia como recurso terapêutico ocupacional, o órgão reconhece a arteterapia como “recurso terapêutico próprio do terapeuta ocupacional, de caráter não privativo, utilizado nas intervenções terapêuticas ocupacionais”.

Temos ainda que “a arteterapia é definida nos descritores em Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde, BVS/BIREME, como sendo o uso da arte como terapia adjuvante no tratamento de distúrbios neurológicos, mentais ou comportamentais”.

O terapeuta ocupacional, no exercício de suas atividades profissionais “poderá aplicar os métodos e técnicas arteterapêuticas, com base no diagnóstico terapêutico ocupacional e no plano terapêutico, visando a melhora do desempenho ocupacional do indivíduo”.

A terapia ocupacional é uma profissão de nível superior reconhecida e regulamentada com competência para o diagnóstico do desempenho ocupacional nas áreas das atividades da vida diária, atividades instrumentais de vida diária, trabalho e produtivas, lazer ou diversão e nos componentes de desempenho sensório-motor, integração cognitiva e componentes cognitivos, habilidades psicossociais e componentes psicológicos, por meio da utilização de métodos e técnicas terapêuticas ocupacionais.

O terapeuta ocupacional é dotado de competências e habilidades específicas como “identificar, entender, analisar e interpretar as desordens da dimensão ocupacional do ser humano e a utilizar, como instrumento de intervenção, as diferentes atividades humanas quais sejam as artes, o trabalho, o lazer, a cultura, as atividades artesanais, o autocuidado, as atividades cotidianas e sociais, dentre outras”;

O COFFITO considera ainda que “desde sua formação histórica, a Terapia Ocupacional fundamenta sua prática pela utilização de atividades humanas, inclusive as artes, nas suas mais diversas formas, como recursos predominantes que no processo terapêutico ocupacional estimulam o indivíduo para a apreensão da realidade, melhor compreensão de si mesmo, resgate do potencial criativo e enfrentamento das demandas do cotidiano” (2).

4 - O Terapeuta Ocupacional que utiliza a Arte como Recurso Terapêutico.

Para domínio dessa abordagem, é necessária uma formação específica, uma vez que a disciplina fica na interface entre a arte e a terapia.

CAPÍTULO 6

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Os cursos de arteterapia são ministrados para profissionais de diversas áreas, tais como Terapia Ocupacional, Psicologia, Pedagogia, Psiquiatria, Fonoaudiologia, Arte-educação, Enfermagem, entre outras; e cada profissão insere a arteterapia em sua área de habilitação profissional.

Incluída em 01/01/2013, na Classificação Brasileira de Ocupação sob o nº CBO 2263-10, está ao lado de musicoterapeuta, equoterapeuta e naturólogo, como profissionais das terapias criativas, equoterápicas e naturológicas.

Para que o profissional seja reconhecido como arteterapeuta pela associação do estado em que reside, é necessário que curse uma formação ou especialização que possua o currículo mínimo e a carga horária mínima estabelecida pela União Brasileira de Arteterapia (UBAAT) (3).

Atualmente há um esforço por parte das associações de arteterapeutas para validar a arteterapia como profissão específica, o que nos parece alarmante sendo que, como já percebemos, o objeto de estudo já está incluído na profissão do terapeuta ocupacional.

É importante lembrar que a arteterapia além de ser um recurso de excelência na atuação do terapeuta ocupacional, o qual é reconhecido como habilitado na lista das Práticas Integrativas e Complementares (PICS), é ainda um recurso de caráter não privativo, pois como já citado, outros profissionais também podem utilizar técnicas arteterapêuticas segundo os objetivos específicos de cada profissão.

5 - Entendendo a História da Arteterapia.

Os estudos da arteterapia vêm sendo desenvolvidos desde 1876, inicialmente por psiquiatras e criminalistas, entre eles Paul-Max Simon, que publicou uma série de estudos sobre as manifestações artísticas de doentes mentais. Nessa linha, seguiram outros pesquisadores, tais como Cesare Lombroso (1888), Morselli (1894), Julio Dantas (1900), Fursac (1906), e Ferri, que foi aluno de Lombroso. Charcot e Richet também estudaram e se interessaram pela arte das pessoas com problemas mentais, e Fritz Mohr (1906), comparou trabalhos produzidos por doentes mentais, pessoas caracterizadas como saudáveis, e grandes artistas (4; 6).

Por volta de 1918, Hanz Prinzhorn acreditava que os trabalhos realizados pelos doentes eram manifestação de sentimentos escondidos no interior da mente. Concluiu que o poder criador estava presente em todos os indivíduos. Em 1922, Prinzhorn escreveu o livro “Expressões da Loucura”.

Sigmund Freud, pai da Psicanálise, observou assim que a mente se

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manifesta por meio de imagens, sendo uma comunicação simbólica com função catártica, ou seja, um processo de limpeza da alma.

Na década de 1920, Carl Gustav Jung começou a usar a linguagem artística como parte do tratamento psicoterápico. Para ele a criatividade é uma função natural da mente humana (5).

A arteterapia nasceu baseada nas idéias do austríaco Rudolf Steiner, criador da antroposofia - também chamada ciência espiritual, acreditando que o homem é um ser espiritual composto de alma e corpo vivo. Surge, então, um processo terapêutico que utiliza a expressão artística como instrumento de autoconhecimento; uma maneira alternativa que o paciente tem para externar seus sentimentos de forma criativa e espontânea.

Por volta de 1940, a educadora norte-americana Margareth Naumburg, baseada na teoria da psicanálise, organizou um sistema os recursos artísticos no tratamento terapêutico, e foi considerada a pioneira em trabalhar com a arteterapia.

Em 1950, o psiquiatra francês Roberto Volmat, organizou em Paris o “I Congresso Internacional de Arte Psicopatológica”, que foi uma mostra de obras artísticas de doentes mentais. Ele utilizava a arte não só como diagnóstico, mas também propunha a atividade artística como um método de tratamento.

No Brasil, em 1923, ainda como estudante de medicina, Osório Cesar desenvolveu no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em São Paulo, estudos sobre a arte dos doentes mentais. Dois anos depois, criou a Escola Livre de Artes Plásticas do Juqueri, e publicou seu primeiro livro “A Arte Primitiva dos Alienados” (4; 5).

Em 1944, a psiquiatra Nise da Silveira começou a trabalhar no Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro. Como já dedicava seus estudos entre arte e loucura, a doutora Nise se uniu a Almir Mavignier, no ano de 1946, e montou oficinas de criação artística. O objetivo era incentivar seus clientes a encontrar a cura por meio da pintura, modelagem e teatro. Ela também fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, em 1952 (6).

Ainda na década de 50, fundou a Casa das Palmeiras, uma espécie de ponte entre o hospital e a vida em sociedade. A intenção era dar apoio a pacientes que saíam de hospitais psiquiátricos e, portanto, evitar o processo da “reinternação”.

A Associação Brasileira de Arteterapia, com sede em São Paulo, foi fundada no ano de 2000. Essa associação teve como presidente a psicóloga Joya Eliezer.

CAPÍTULO 6

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Posteriormente, outras abordagens uniram-se a arteterapia, como por exemplo, a “Gestalt Terapia”, cujo objetivo é entrar em contato com os fenômenos e com as pessoas de forma ativa e dinâmica, e mostra-se eficaz no processo de ressignificação da vida (4).

6 - Experiências de Arteterapia na prática da Terapia Ocupacional.

A utilização de alguns instrumentos, tais como pincéis, tintas, papéis, massas de modelar, argila, cola, figuras, desenhos, e recortes, têm para a terapia ocupacional finalidades estritamente terapêuticas. Assim como também é importante ressaltar que a arte na clínica, nunca deve ser considerada um passatempo. Tampouco as técnicas e o conhecimento sobre a utilização desses materiais, que não objetivam a profissionalização ou a comercialização dos trabalhos realizados, mas sim o desenvolvimento da atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, da motricidade e, principalmente, a expressão.

É possível perceber sentimentos como alegria, desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal, relacionadas ao estado espiritual em que se encontra o autor no momento da criação. A arte serve de espelho para o paciente e o diálogo entre eles provoca mudanças profundas. São essas mudanças que impulsionam o profissional a continuar em frente, mesmo diante do pouco conhecimento que a população tem sobre esta ferramenta transformadora.

Apresentamos na nossa prática terapêutica ocupacional duas formas básicas de trabalhar com a arteterapia, conforme os objetivos a serem alcançados:

1. Atividades não estruturadas ou atividades expressivas, que exercem função facilitadora para expressão de vivências não verbalizadas, e objetivam o desenvolvimento de habilidades psicossociais e componentes psicológicos como enfrentamento, resiliência, autoestima, socialização, entre outras.

2. Atividades estruturadas, como é o caso das atividades manuais ou artesanais que facilitam a organização psíquica e habilidades cognitivas e motoras.

Ambas podem ser usadas em atendimentos individuais ou grupais, em qualquer faixa etária, abrangendo qualquer condição socioeconômica ou grau de instrução, de forma a atender as mais diversas queixas, quer sejam desordens físicas, doenças auto-imunes, transtornos de humor,

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síndromes, Alzheimer, dependência química, entre outras.O tipo de procedimento a ser utilizado vai depender da história de

vida do paciente, de sua queixa clínica, de seus interesses e limitações. Não caberia aqui descrição da atividade sob o perigo de ser tomado como exemplo a ser seguido à risca visto que cada atividade deve ser elaborada de forma personalizada para cada situação (5; 6).

A seguir, estão expostas uma sequência de imagens, sobre atividades realizadas durante o atendimento de terapia ocupacional, utilizando a arteterapia como meio para intervenção.

Fig. 1- Palco da Vida - Atividade desenvolvida com mulheres em residência terapêutica.

Fig. 2 - Meu nome minha identidade.

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Fig. 3 - CAPS AD - Recordando habilidades.

Fig. 4 - Mandalas de tear.

Fig. 5 - Colagem- sonhos e planos.

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Fig. 6 - TEA

Fig. 7 - Fantoches.

Referências Bibliográficas.

1 - http://www.ubaat.org/ (acesso em 31/05/2017)

2 - https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3113

3 - https://www.ubaatbrasil.com/

4 - PHILIPPINI, A. Cartografias da Coragem, coleção para entender Arteterapia. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2013

5 - BRASIL, C. Cores, formas e expressão: emoção de lidar e Arteterapia na Clínica Junguiana. Rio de janeiro: Wak Editora, 2013

6 - SILVEIRA, N. Imagens do Inconsciente Rio de Janeiro: Vozes, 2015

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CAPÍTULO 7REIKI.

Ângela Maria Cecim de Souza Castro Lima

Lídia Seade Vieira Maia

1 - Introdução.

O Reiki é uma técnica terapêutica de origem japonesa, onde o prefixo Rei significa a energia vital do Universo ou também energia cósmica, essência que permeia e mantém tudo na homeostase do nosso Universo - chamada também de Éter ou o Divino que se manifesta em toda criação, e o Ki é a energia que mantém nossos corpos físicos, flui através dos canais ou vórtices de energia, conhecidos como meridianos e chakras.

Portanto, a terapia Reiki é o processo de encontro dessas duas energias através da captação ilimitada da energia vital do Universo pelo terapeuta unida a energia física presente em seu próprio corpo e direcionada ao receptor (1).

Esta troca de energia se dá o tempo todo ao nosso redor, pois tudo no Universo é constituído de energia, e ela flui naturalmente de um corpo que tem mais para outro com carência, para que exista equilíbrio no todo. Com o Reiki esta troca se dá de forma consciente, e é direcionada para o tratamento energético do receptor.

É uma técnica de energização através da imposição das mãos que irá ativar o sistema de auto cura presente em todo ser vivo, harmonizando seus corpos físico e sutis, e sua relação com o ambiente, ocorrendo assim uma aceleração dos chakras (centros de captação/emissão de energias sutis), restabelecendo um fluxo harmonioso de energia pelos meridianos (canais energéticos) do corpo de forma gradual e harmônica a fim de restabelecer o completo estado de saúde física, mental, emocional, energética, espiritual e relacional do ser humano em comunhão com o Universo. Também pode ser usado em ambientes, animais, situações e à distância (2).

A energia Ki do corpo humano influencia e sofre influência de pensamentos, sentimentos, campos eletromagnéticos, estímulos físicos, radiações de aparelhos eletrônicos, alimentos, medicações, ambientes,

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relacionamentos interpessoais, entre outros. Destas influências podem surgir os bloqueios que por sua vez podem culminar em doenças, sendo que a boa circulação do Ki leva a uma boa saúde devido ao aumento da frequência (vibração) energética no corpo humano ou em qualquer corpo receptor da energia Reiki (3).

Quando por qualquer motivo ocorrem bloqueios e/ou doenças no corpo físico, significa que a energia está se movimentando lentamente e que está numa frequência baixa, com densidades de energias presentes no organismo, muitas vezes com presenças físicas de matérias densas como nódulos, cistos, tensões musculares, paralisias, etc. A energia Reiki flui através do Reikiano e deste ao receptor a uma frequência muito alta, isto faz com que os bloqueios sejam naturalmente dissolvidos ou se sutilizando, restabelecendo o fluxo normal da energia e promovendo a saúde geral.

Quanto maior a frequência vibracional de um corpo, mais luz ele terá e, portanto, não haverá a formação de energias densas e bloqueios energéticos, aumentando o Ki do organismo (3).

Os hindus chamam esta energia de prana, os chineses de ch’i, os egípcios de ka, os gregos pneuma, os judeus nefesh, os kahunas da Polinésia de mana, os russos de bioenergia, ruach em hebraico, os índios americanos iroqueses de orenda, barraka em países islâmicos. Alguns agentes de cura a tem chamado de energia orgone (Wilhelm Reich), magnetismo animal (F. A. Mesmer) e archaeus (Paracelso); no Japão conhecem esta energia pelo nome de ki e é dessa palavra que o Reiki tem sua origem.

As informações sobre a origem do Reiki sofreram várias modificações, principalmente sobre a religião do decodificador do método (Mikao Usui) e sua habilitação profissional ao introduzi-lo no Ocidente, a fim de agradar os Ocidentais e principalmente obter maior aceitação.

O descobridor da terapia Reiki foi o Mestre Budista Mikao Usui, que nasceu em 15 de agosto de 1865, na Vila de Yago, no Distrito de Yamagata, em Gifu (Japão), casou-se com Sadako Suzuki e tiveram dois filhos, de família tradicionalmente budista, frequentava a Escola Tendai, onde se estudava e praticava o uso energético de símbolos sagrados (4).

Desde pequeno, seu interesse pela origem do método de cura de Jesus e de Buda foi o propulsor dos seus estudos sobre as práticas médicas antigas, acreditando que, se de alguma forma esse tipo de cura era possível no passado, poderia também ser em qualquer tempo e que pudesse ser acessível também a pessoas comuns.

Movido pelo desejo do conhecimento, Mikao Usui estudou medicina tradicional chinesa, taoísmo, psicologia, línguas da época de Jesus

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(sânscrito) e o chinês, além disso, praticava Kiko, versão japonesa do Qi Gong (exercícios chineses que trabalham a saúde e a longevidade, praticada inclusive nos hospitais da China pelos pacientes para acelerar a cura). Além de tudo, estudou as práticas tibetanas de cura e equilíbrio orgânico.

Usui estudou exaustivamente e leu os ensinamentos e ritos do budismo tibetano e as sutras sagradas antigas, descobrindo o que ele chamou de “a chave para a cura”. Neste momento, pediu conselho ao seu mestre Zen de como ativar essa captação energética de cura foi aconselhado a ir para a montanha sagrada no norte de Kyoto, chamada Kurama Yama e fazer meditações e jejuns por 21 dias, durante esse período receberia conhecimento e lucidez espiritual, para compreensão dos ensinamentos.

Mikao Usui subiu a montanha com 21 pedras colocadas no local de sua meditação para contar o tempo. Todas as manhãs ele acordava antes do Sol nascer e jogava uma pedra fora. Na madrugada do vigésimo primeiro dia para o vigésimo segundo, quando acordou, ainda escuro, fez suas orações pedindo confirmação sobre sua descoberta e conhecimento de seu uso, e neste momento ele teve a certeza de sua descoberta e conexão com a sua essência Divina, esta foi a sua iniciação ao Reki (4).

Usui desceu a montanha ansioso para testar sua descoberta e sua primeira experiência foi em si mesmo ao levar uma topada onde machucou seu dedo do pé e percebeu que durante a aplicação suas mãos tornaram-se muito quentes e ao retirá-las a dor e sangramento haviam parado. Sua segunda experiência foi com uma menina com um curativo em volta do queixo que lhe trouxe a refeição do desjejum, que estava com dor de dente e comovido pela compaixão testou novamente a técnica e lhe curou da dor.

Ao chegar ao mosteiro foi aconselhado a trabalhar num distrito pobre de Kyoto, onde por oito anos, auxiliou no tratamento dos mendigos e pessoas marginalizadas pela sociedade, tornando-as produtivas, dignas e felizes.

Em 1921 abriu uma clínica de Reiki em Jarajuku, Tóquio, perto do belo Meiji Jingu, um santuário do Imperador Meiji, que desejava dar a seu povo instruções para uma vida digna de um ser humano.

Em abril de 1922 criou em Tóquio a “Sociedade Usui Shiki Reiki Ryoho” e em 1923 o governo japonês lhe deu o prêmio “Kun San Te”, por se destacar no trabalho à comunidade. Faleceu em 09 de março de 1926, em Fukuyama, deixando um grupo de dezesseis mestres em Reiki.

Um dos mestres ensinados por ele foi o Chujiro Hayashi, um oficial da marinha japonesa, que sistematizou o Reiki para uso clínico, abrindo uma clínica em Tóquio com o nome de “Shina No Machi”, onde em sua clínica usava várias pessoas canalizando energia para um só paciente,

CAPÍTULO 7

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pois considerava que assim a energia era potencializada. Desenvolveu também o sistema de níveis para a didática sistêmica e metodológica do ensinamento da terapia.

Em 1935 passou o mestrado à sua esposa e a uma de suas melhores discípulas, Hawayo Takata, prevendo uma grande guerra, que poderia morrer várias pessoas, inclusive ele, e sua clínica ser destruída, sendo assim o Reiki sumiria novamente (4).

Hawayo Takata era filha de imigrantes japoneses, nascida no Hawai. Desde cedo trabalhou como bóia-fria na cultura de cana-de-açúcar e aos trinta anos ficou viúva com duas filhas pequenas. Com trinta e cinco anos havia desenvolvido problemas pulmonares tinha severas dores abdominais e estava desestruturada psicologicamente. Uma de suas irmãs faleceu e Takata foi para o Japão com a incumbência de levar a notícia, aproveitando a viagem para procurar tratamento médico, pois no Hawai não lhe deram expectativa de cura.

No hospital, descobriram que possuía um tumor no abdômen e que era necessária intervenção cirúrgica. Porém no dia da cirurgia, o médico resolveu encaminhá-la para a clínica do Dr. Hayashi, devido o tumor está muito grande. Após 4 meses de tratamento com o Reiki, Takata ficou completamente curada.

Takata fundou a “Associação Internacional de Reiki” (AIRA), e é tida como a grande propagadora da técnica no Ocidente, introduzindo a Terapia Reiki nos Estados Unidos, onde graduou 22 mestres, falecendo em 1980, após vários anos dedicados ao estudo, tratamento de pessoas e ministrando os cursos por onde passava (4).

Para que o Reiki fosse aceito no Ocidente, Takata contava que Usui era estudioso das religiões e diretor da Universidade de Doshisha em Kyoto no Japão, tendo ido aos EUA, China e Índia em busca de saber como Jesus Cristo e Buda realizavam a cura de outras pessoas.

Os 22 mestres graduados por Takata foram: George Oraki, Bárbara Maccollogh, Beth Gray, Ursula Baylow, Paul Mitchell, Iris Ishikura, Fran Brow, Barbara Web Ray, Ethel Lombardi, Wanja Twan, Virgínia Sandhal, Philis Ley Furomoto, Dorothy Baba, Mary Mcfadyen, Jhon Gray, Rick Bockner, Bethel Phaigh, Harry Kuboi, Patrícia Ewing, Shinobu Saito, Bárbara Brow E Kay Yamachita.

Estes mestres formaram associações de acordo com suas afinidades, que foram: a “Reiki Alliance”, chefiada por Phyllis Lei Furomoto; a “The Radiance Tecnique”, por Bárbara Web Ray e a “Unlimited Reiki”, fundada por mestres dissidentes das duas associações anteriores.

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Mikao Usui Hawayo Takata Chujiro Hayashi

O curso de Reiki foi divido em quatro níveis pelo Chujiro Hayashi: O primeiro é chamado de “O Despertar” devido a pessoa despertar para uma nova realidade, de autoconhecimento, proximidade com a sua essência Divina. Nesse nível o aluno aprende as bases da terapia, como a origem, princípios espirituais, benefícios, procedimentos para a aplicação, captação de energia, meditações, posições básicas para a aplicação e auto aplicação.

No segundo, chamamos de “A Transformação” devido ser o nível que o aluno passa por uma transformação pessoal de percepção de sua conexão energética com tudo ao seu redor e, portanto, sua unicidade com o Universo. Recebem e aprendem a utilizar três símbolos que auxiliam no tratamento e aprendem sob as formas de energia invisíveis que nos circulam e influenciam nos processos de saúde-doença, formas de criação da realidade, energizações para eventos futuros com visualizações e para traumas do passado, tratamentos focados do emocional e mental, além de um breve estudo de física quântica.

No terceiro nível vem a “A Realização”, com tratamentos para várias pessoas ao mesmo tempo. Percebemos nesse nível a relação íntima e global de causa e efeito através de nossas ações, pensamentos, desejos, emoções e idéias desde a sua formação em dimensões mais sutis. São ensinadas técnicas de meditação com o uso dos símbolos, novas formas de acelerar a concretização das metas e objetivos com o auxílio de mandalas de poder, cristais, símbolos.

No quarto nível “O Mestrado”, o terapeuta recebe a tarefa de ter como objetivo de vida seu crescimento e evolução, auxiliar as outras pessoas a se encontrarem e se realizarem através do processo de

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sintonização energética. Neste nível somos preparados a ampliar a visão das pessoas para sentirem a responsabilidade de olhar o mundo com amor e cuidar dele para cada vez mais reconhecer sua própria Divindade.

Mikao Usui viveu entre os preceitos da filosofia oriental, dessa forma após descobrir os caminhos que levaram ao Reiki, estabeleceu cinco princípios que, assim como o Reiki, não estão ligados a religiões. Estes princípios emanam naturalmente das pessoas, porém poucas dão vazão a eles. Viver de acordo com estes princípios ajuda a pessoa a encontrar essa naturalidade, não violando nenhuma religião ou ética e assim potencializar os tratamentos realizados (4).

Os princípios espirituais do Reiki auxiliam os reikianos a ter uma conduta moral e ética de amor e compaixão ao próximo além de auxiliarem no sincronismo com o Universo e com o seu propósito de vida (3).

Na terapia Reiki, por ser uma técnica que se utiliza de energia para equilíbrio, recomenda-se que o terapeuta conheça os conceitos básicos da Física sobre energia, matéria, espaço, tempo, frequência, átomos, elétrons, quantum, fótons, partícula-onda, dimensões de realidade, planos dimensionais, e vários outros conceitos necessários para que se compreenda como se realizam as trocas de energias desarmônicas, e então, como harmonizá-las.

Na Física, energia é todo agente capaz de produzir trabalho, isto é, movimento ou mudança de estado da matéria, ou de outra energia. Os átomos podem ser divididos em subpartículas chamadas fótons, que em grego significa luz. Com base nesta afirmação pode-se concluir que todo o Universo é luz, porque a Luz se diferencia por sua frequência.

Segundo o cientista e físico Stephen Hawking, quanto maior a velocidade de uma partícula mais ela se aproxima do estado da energia. E quanto maior a frequência mais alta a energia (quantum) (5).

A matéria é a substância de que os corpos são formados, tudo o que é palpável e tem corpo e forma. Toda matéria é constituída por átomos, que por sua vez são constituídos por partículas elementares (elétrons, prótons e nêutrons), todo esse sistema é integrado pela energia primordial do fóton, também conhecido por quantum, que é a mínima parte da energia.

A energia é um estado da matéria assim como a matéria é um estado da energia. Isso se dá através no intercâmbio entre matéria e energia (E = m.c2). De acordo com a física não há matéria sólida, apenas níveis diferentes de vibração que vibram em diferentes níveis de energia, que, contudo, são todos interconectados porque não existem barreiras sólidas entre eles.

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Einstein elaborou e provou, cientificamente, que a matéria e a energia são conversíveis e intercambiáveis. Pode-se transformar a matéria em pura energia (fissão nuclear) e a energia em matéria, através da produção de novos tipos de átomos, e, portanto, energia e matéria são dimensões da mesma realidade (6)

De acordo com as experiências da física nuclear de partículas de alta energia, os quarks e antiquarks ao serem unidos podem produzir elétrons. Daí compreende-se também que estes compõem os átomos que são partes de moléculas que dão origem à matéria. Portanto, descobrir que a humanidade é capaz de transformar matéria em energia e vice-versa não é algo novo ou sobrenatural, mas simplesmente ignorado (desconhecido) por muitos séculos, por muitos povos, principalmente os ocidentais.

Desde o tempo dos alquimistas medievais, e até anteriormente, na medicina chinesa tibetana e indiana, técnicas milenares nos ensinam que a matéria efetivamente se transforma, pode ser moldada através da intervenção de uma energia maior, de maior frequência, que permitirá que o estado usual e comum seja refeito em outros níveis ou transformado novamente (7).

Na figura abaixo apresenta-se uma analogia entre o intercâmbio entre matéria e energia e a energia Reiki.

Portanto, tudo o que o cientista Albert Einstein provou através da sua fórmula E = m.c2 foi que é possível transformar energia em matéria e vice-versa através do aumento ou diminuição da velocidade de uma partícula (átomo).

Ao mesmo tempo em que energia pode ser medida pela quantidade de massa, também pode ser quantificada a partir do seu nível vibracional, relacionado à frequência. Isto quer dizer que a energia ora se comporta como partícula material em movimento ondulatório, ora se comporta como onda de radiação (movimento, frequência). A esta teoria dá-se o nome de Dualidade Partícula-Onda, e demonstra a

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matéria transformando-se em energia, e o processo inverso, a energia dando origem à matéria. Tudo depende do aumento ou diminuição da frequência vibratória (8; 15).

Em consequência, se houver mudança na matéria haverá também no espaço. Como visto, modificar o espaço (matéria) é modificar o tempo.

Hawking (2002), afirma que o tempo teve um início com o Big Bang e terá um fim quando estrelas e galáxias se condensarem em buracos negros (8, 9, 15). Isto é uma prova científica para o modelo de criação do universo afirmado pelos religiosos.

Para Stephen Hawking (2000), através da forma espaço-tempo é possível voltarmos ao passado através do que ele denomina de “buracos de minhoca” (portais), com possibilidade de mudança do passado, ou de sair em outro lugar do espaço ou em outra dimensão. O que leva ao entendimento de como se processa a aplicação de Reiki a distância, que o aluno de Reiki do nível dois aprende a fazer (9).

Um dos importantes conceitos da Física é a Ressonância, que ocorre quando dois corpos com diferentes níveis de energia entram em contato, ocorrendo inicialmente uma intensa troca de vibrações, onde depois de um determinado tempo, ambos irão igualar suas frequências, entrando em ressonância.

É importante lembrar que aumentar a vibração (frequência de uma partícula) significa aumentar o seu nível de energia.

Quando uma onda de energia de alta frequência (REI) entra em contato com outra onda de energia de baixa frequência (matéria, por exemplo), as duas entram em ressonância, originando uma terceira frequência, que é menor que a primeira (REI) e maior que a segunda (matéria).

No entanto, a dimensão da energia REI é muito vasta, “grande” e praticamente não sofre diminuição da sua frequência (10). Há poucos anos, os cientistas descobriram que cerca de 96% de todo o universo é constituído por uma substância indetectável, a que eles denominaram de matéria escura, é que portanto, inversamente, tudo o que conhecemos hoje, representa em torno de 4%. Comparativamente, os antigos filósofos taoístas denominavam a essência do universo de “O grande Vazio”, e os cabalistas hebreus denominavam essa fonte de “En Soph” ou “En Soph Aur”.

A dimensão da energia Ki (matéria) é limitada e pequena, e sofre muito mais alteração efetuada pela Luz Rei. Como a dimensão Ki é relativa, algumas regiões dessa dimensão podem estar mais aceleradas, energizadas, espiritualizadas, sutilizadas, pois a propagação da energia na dimensão Ki não é homogênea nos planos inferiores (10).

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Para se provar experimentalmente a existência da energia Rei e a sua ação seria necessário um aparelho capaz de captar e medir a energia Rei, porém a tecnologia atual ainda não foi capaz de construir tal equipamento. O único modo é a observação dos resultados após as sessões de Reiki que são maravilhosos e incontestáveis.

Na figura abaixo, demonstro um esquema para melhor compreensão da interação da energia Reiki com o mundo material, fazendo uma analogia com a fórmula de Albert Einstein, que representa a comutação entre energia e matéria, sendo que o Reiki é energia cósmica universal da mais alta frequência.

Analogia

Desde a Grécia antiga, originou-se uma forma diferente de concepção sobre o pensamento humano entre a ciência e a filosofia, denominado de Metafísica, onde se unifica os conceitos da física, matemática e filosofia, sobre o entendimento da natureza, do homem, das ciências naturais e até mesmo sobrenaturais, buscando a compreensão do homem e seu papel na construção e reconstrução da realidade. Na metade no século XX, surgiu a Física Quântica, que através de suas descobertas sobre a natureza interna da estrutura atômica, revolucionou o pensamento sobre o que realmente é a realidade, tanto no nível material quanto na dimensão do pensamento, de forma que as concepções da Metafísica e Física Quântica se encontram para tentar

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responder as dúvidas existenciais do ser humano.Para a Metafísica, o universo físico não existe independentemente

dos nossos pensamentos, o que denominamos realidade é construído pela mente. Construímos a nós mesmos que é o universo individual e construímos aos outros que é o universo coletivo, para além do tempo. Pois ao construir e reconstruir os Universos estamos modificando a energia e a matéria, e consequentemente o tempo.

Por vias sutis, a maneira como sentimos a nós mesmos e vemos os outros muda-nos continuamente em algo novo, os campos de energia organizam-se num processo de fluxo duplo, denominado de ondas quânticas.

Os nossos pensamentos influenciam a intensidade de ondas quânticas, cada construção de Universo individual contém igualmente um número indefinido de outros Universos, conectados uns com os outros, num processo de contínua interação.

Apenas uma parede de luz chamada de oitava de frequência de luz separa cada um de nós das outras realidades, dos outros universos e podemos agir além dela, rompendo-a através dos nossos pensamentos.

As transformações ocorridas na velocidade da luz são perfeitamente perceptíveis aos cinco sentidos humanos. Acima da velocidade da luz é necessário elevarmos nossa frequência energética para podermos perceber tais transformações através de percepções energéticas superiores ligadas à nossa consciência cósmica e intervir nelas se assim desejarmos.

Criamos e recriamos as realidades do passado, presente e futuro através da projeção dos nossos pensamentos em direção a ela (10).

Podemos compreender a sucessão dos fatos no tempo como sendo a recriação da realidade a cada momento, há uma sensação de eterno Déjà vu. Esta sensação envolve uma recapitulação de acontecimentos passados sendo recriados segundo uma reinterpretação atual. Isto significa acessar outras dimensões da mesma realidade, o passado não está realmente no passado, o futuro não está realmente no futuro, na verdade existe apenas um tempo: o presente, acompanhado de infinitas dimensões, sendo que algumas delas denominamos de passado e outras de futuro, onde a ciência já provou a existência de pelo menos 12 dimensões.

Desenvolver a percepção extra-sensorial significa elevar a Consciência e o Ser a frequências superiores à velocidade da luz, quebrando o véu de ilusão da realidade como se costuma tradicionalmente admiti-la e imergindo em outras dimensões. A escolha mais adequada para isto é adentrar em frequências

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energéticas de Amor Incondicional e Sabedoria Universal, o que se compreende como Presença Divina (11).

Desde então, a ciência tem avançado enormemente, inclusive com pesquisas mais palpáveis, onde podemos citar as pesquisas do Instituto Heart Math, nos Estados Unidos, que de uma de suas pesquisas conseguiu desenvolver um programa de computador acoplado a um sensor auricular capaz de detectar as pulsações decorrentes do batimento cardíaco, e através desse programa, os dados obtidos são analisados de acordo o grau de coerência dos batimentos cardíacos, cujo resultado aparece na forma de gráficos, demonstrando o nível de estresse e de harmonia de uma pessoa em porcentagem. De forma que, ao aplicar Reiki numa pessoa monitorada através deste aplicativo, é possível observar suas mudanças em tempo real, perceber o seu nível de estresse reduzindo e, paralelamente aumentando o seu nível de harmonia. Assim como este exemplo, existem ainda outras pesquisas sérias realizadas por renomados cientistas no mundo todo. No entanto, ainda temos um longo caminho a percorrer na descoberta dos mecanismos energéticos de cura, autocura e harmonização do corpo mente e alma humana, assim como também da harmonia da natureza e a participação do homem nesse contexto, e este é também um importante papel do Terapeuta Ocupacional, como pesquisador e professor no compartilhamento do conhecimento, tornando-o cada vez mais holístico, para o bem maior da humanidade, da terra e de todos que ainda vão nascer (12).

2 - Reiki e Energia.

A técnica Reiki utiliza energia plena, da qual mantém e é feito todo o Universo, a energia original de todos os seres e que podemos captar em níveis de consciência especiais (Níveis estes conseguidos através do processo de Sintonização/Iniciação). Uma vez captada essa energia podemos efetivamente intervir na matéria, em outros campos de energia, e na consciência, levando a um estado natural de bem-estar, plenitude, harmonia, satisfação e equilíbrio (13).

O Reiki é um instrumento de transformação de energias desarmônicas ou densas, que no entendimento do senso comum são denominadas negativas, onde estas tornam-se energias equilibradas e, portanto, harmônicas, é a famosa “energia positiva” para o povo, de forma geral, são na verdade, energias de alta frequências mais elevadas.

No sistema energético Ki existe energia não liberada, potencial.

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Enquanto no sistema energético Rei só existe energia em movimento onde tudo é pleno, total, sem virtualidade, sem potencial, onde tudo existe e tudo é possível.

Emoções, sentimentos e pensamentos estão em forma de potencial e chegam à mente consciente através do corpo físico, mais especificamente, o cérebro. O corpo físico tem frequência energética mais baixa, emoções, pensamentos e sentimentos vindos dessa fonte têm uma ligação mais forte com o mundo material (corpo físico).

Conectar-se à energia Reiki produz o aumento do nível vibracional do corpo, gerando informações que chegam à mente consciente em frequências superiores da luz, produzindo percepção de plenitude e amor, ou seja, vários tipos de desejos e necessidades são supridos pela luz (10).

Uma forma de compreender melhor o parágrafo acima é imaginar que uma partícula/onda que se movimenta em baixa frequência nos dá a percepção de que em um determinado instante ela está em um local e, logicamente, não está em outro local. E numa outra situação, uma partícula/onda que se movimenta em altíssima frequência nos dá a percepção que ela está em dois ou mais locais ao mesmo tempo, pois os nossos sentidos humanos são muito mais lentos que o movimento dessa partícula, portanto, isto gera uma percepção de (oni) presença da partícula, sendo que dentro do nosso ser, a elevada vibração gera uma sensação de plenitude, é quando o corpo humano tem seu quociente de luz aumentado.

A terapia Reiki utiliza diversos conhecimentos antigos sobre o campo de energia humano com o objetivo de focalizar a energia sutil de uma forma mais eficiente, permitindo uma compreensão mais profunda das desarmonias do cliente, pois uma pessoa que faz o curso de Reiki, tem sua percepção sobre energia ampliada logo após a sintonização da energia Reiki, e no decorrer da sua prática, a sensibilidade tende a aumentar ainda mais, permitindo que o reikiano (terapeuta Reiki) consiga sentir o campo de energia humano, denominado de aura ou áurea, que é um campo magnético que envolve e interpenetra o corpo físico (1).

2.1 - A Aura e o Corpo Físico. A aura e o corpo físico são a projeção energética da alma humana,

e que se estende além deste, indefinidamente. A aura funciona como um campo de força que, quando em bom estado, protege o indivíduo de germes e da energia doente que possa existir nas circunvizinhanças. As toxinas, os resíduos, os germes e a energia doente são repelidos pelos raios de energia da aura principalmente através dos poros. Quando a

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aura enfraquece, todo o organismo fica suscetível à infecção. A cura é facilitada pelo fortalecimento dos raios de luz da aura.

As cores da aura são influenciadas pelos estados físico, mental e emocional de uma pessoa. Através da foto Kirlian e clarividentemente, é possível perceber que pessoas doentes apresentam buracos na aura, que é por onde a energia Ki escoa e se perde (1; 13).

Além da aura, o sistema de energia humano também possui os chakras, que são vórtices ou redemoinhos de energia, cuja função principal é absorver as energias do meio externo para dentro do corpo, e também ao contrário, projetar as energias geradas para o meio externo. O terapeuta holístico, que normalmente trabalha com energia sutil, estuda também os caminhos da energia dentro do corpo, que na medicina chinesa são denominados de meridianos e na Ayurveda, a medicina hindu, são chamados de nadis. O conhecimento destes sistemas de energia possibilita ao terapeuta estabelecer um diagnóstico holístico muito preciso, e a partir deste, traçar um plano tratamento mais eficaz.

A aura, os chakras, o corpo físico e os meridianos estão intimamente ligados e são interdependentes. A aura pode ampliar-se e fortalecer-se consideravelmente à medida que a raça humana for ascendendo a níveis superiores de evolução (1; 13).

O corpo físico e o corpo de energia têm uma relação estreita onde aquilo que afeta um também afeta o outro. Por exemplo, se a garganta do corpo de energia está enfraquecida, isto pode se manifestar no corpo físico como tosse, resfriado, garganta inflamada, amidalite ou outros problemas na região.

As doenças aparecem primeiro no corpo de energia e podem ser impedidas de se manifestar no físico se for tratada adequadamente.

A mente pode influenciar potencialmente a aura, modificando suas cores, tamanho, formato e força dos seus raios.

Os antigos iniciaram o estudo da aura humana através da observação direta dos clarividentes. Atualmente, dispõe-se de tecnologia eletrônica para se estudar uma pequena parte da aura, a mais próxima do corpo físico, chamado corpo etérico, os aparelhos utilizados são: eletrografia, fotografia Kirlian, eletronografia, espectrografia por eletroluminescência, termoeletrografia, magnetografia, convertografia e bioressonância entre outros.

De todos os métodos citados, o mais conhecido é a Kirliangrafia, desenvolvida em 1939 pelo cientista russo Semyon Davidovich Kirlian, onde este observou que o corpo humano possui camadas energéticas além da pele, formando uma delicada luminosidade, que denominou de aura (10; 11; 13).

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Foto cedida por André Souza, Terapeuta Holístico, Belém - PA.

- A energia yang refere-se a natureza da força, grau de agitação e poder de ação.

- A energia yin representa a natureza da passividade, tranquilidade e capacidade de regeneração.

- O ego indica a consciência inferior e individual de um ser.O corpo físico é denso e tem baixa vibração.A aura é o campo eletromagnético que envolve todos os seres, animados

ou inanimados, desde que sua força vital Ki não tenha se deteriorado.Essa força vital, precedente de uma fonte mineral, vegetal, animal

ou humana, cria um reino ou plano áurico comum, que é o reservatório da energia pura e livre.

A aura apresenta-se multicolorida, estratificada e ovalada e é o reservatório de energia do corpo. Neste plano da natureza, os reinos mineral e vegetal atuam transferindo sua força vital aos animais e seres humanos. Assim, o Reiki torna-se, neste contexto, um mecanismo de restabelecimento natural e harmônico com a natureza. Essa sintonia nos purifica na mesma proporção, conservando a consciência do homem e ampliando-a.

O campo áurico tem sua anatomia dividida em diversas camadas, que dependendo do ponto de vista do autor e/ou médium que descreveu

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a aura, pode ser dividida em 7 corpos áuricos, ou 9 corpos ou ainda em 32 corpos ou níveis de manifestação da alma humana. A aura, os chakras, meridianos e nadis estão intimamente correlacionados, sendo que a energia de um sistema interfere no outro (13).

A terapia Reiki possui peculiaridades muito interessantes, onde uma delas é que essa energia possui uma forma especial de difusão através da ser humano, de uma maneira sempre benéfica, e que mesmo se um terapeuta tiver má índole, ele não conseguirá utilizar a energia Reiki para manipular ou prejudicar o cliente, outra característica interessante, é que essa energia direciona-se às áreas afetadas do corpo do receptor mesmo quando o terapeuta desconhece a real necessidade do cliente, nisto, as mãos do terapeuta são atraídas para uma certa região do corpo, como a agulha de uma bússola é atraída magneticamente para o norte. A energia Reiki não possui contraindicações, ou seja, pode e deve ser aplicada em todas as patologias ou distúrbios do corpo, alma ou espírito, assim como também para todas as formas de vida, e até mesmo para os objetos inanimados. Isto faz com que esta terapia possa ser associada com qualquer outra, tradicional ou holística, de forma acrescentar seus benefícios, e muitas vezes, reduzir os efeitos colaterais de uma outra terapia. E pelo mesmo motivo pode ser ministrada também em clientes em circunstâncias especialmente delicadas, como doentes terminais, grávidas em alto risco ou qualquer outra situação.

O reikiano aprende durante a sua formação, o quão importante é o autocuidado com a sua própria energia e, consequentemente, bem-estar físico, de maneira que se o terapeuta se cuidar verdadeiramente, a sua qualidade de vida aumenta consideravelmente, assim como a qualidade da sua energia e, portanto, os benefícios dos seus atendimentos (1; 2; 11).

O terapeuta que assume o Reiki como uma filosofia de cultivo da vida e da harmonia do seu ser, começa a perceber o mundo de uma forma diferente, começa a dar maior valor a todas as formas vida, seja animal, vegetal ou outras, e isso expande a sua consciência para níveis cada vez mais elevados, mesmo porque ele aprende a meditar durante o curso de Reiki, tanto as meditações tradicionais ensinadas pelos mestres japoneses, como outras técnicas mais atuais.

No sentido religioso dogmático correlacionado a crenças de um sistema religioso o Reiki não apresenta esse tipo de ligação, no entanto, no que se refere a espiritualidade compreendida como qualidades elevadas da alma e da civilização humana, tais como: amor, altruísmo, fé, honestidade, justiça e outras, o Reiki possui uma sintonia especial. E por não ser ou ter relação com nenhuma religião, o Reiki não possui um

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conjunto de regras, mas apenas recomendações baseadas no bom senso e, principalmente, na razão e na ciência (11; 12).

3 - Sobre Reiki e Terapia Ocupacional.

A Terapia Ocupacional sempre foi uma profissão que agrega vários conhecimentos e direções de atuação, demonstrando uma correlação com a prática holística no amplo sentido da palavra (visão do todo) de ver o indivíduo como um ser integral e conectado a tudo ao seu redor, influenciando e sendo influenciado pelo meio ambiente onde vive e suas interações interpessoais.

A Terapia Ocupacional é definida como o uso terapêutico de atividades diárias (ocupações) em indivíduos ou grupos com o objetivo de melhorar ou possibilitar a participação em papéis, hábitos e rotinas em diversos ambientes como casa, escola, local de trabalho, comunidade e outros lugares, que facilitam a mudança ou crescimento nos fatores do cliente (funções do corpo, estruturas do corpo, valores, crenças e espiritualidade); e habilidades (motora, processual e de interação social) todos necessários para uma participação bem sucedida. Os serviços de terapia ocupacional visam à habilitação, reabilitação e promoção da saúde e do bem-estar em clientes com necessidades relacionadas ou não a incapacidade. (14).

A Terapia Holística ou Integrativa ressalva exatamente essa interação e propõe que o indivíduo é o agente causador e curador de suas doenças a partir da conscientização da causa, ele pode redirecionar sua vida para alcançar a cura, seja ela física, emocional, mental, energética e espiritual. O uso das Terapias Integrativas na Terapia Ocupacional passa a ser um elemento importante na criação de novos rumos da sua prática na atenção à saúde global do ser e assim com resultados mais amplos e integrais.

A Terapia Ocupacional, assim como outras profissões da área da saúde, deve utilizar a terapia Reiki como um complemento para tratamento dos corpos energéticos do cliente e desenvolvimento da espiritualidade, e assim manifestar no corpo físico, mental e emocional os resultados do tratamento. Desde o alívio de dores, relaxamento muscular, equilíbrio da psique e do emocional, prevenção de doenças, melhoria nos relacionamentos interpessoais e na auto estima, o equilíbrio e a harmonização do corpo, da mente e do espírito em si mesmo e em conjunto com o Universo, expandindo a consciência,

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clareando os pensamentos, aguçando os sentidos e liberando os sentimentos. Permitindo assim que a energia vital e infinita do Universo preencha todo o nosso ser, ativando a energia sagrada do coração e facilitando o caminho para a cura e desenvolvimento integral.

Referências Bibliográficas.

1- STEIN, D. REIKI ESSENCIAL. Editora Pensamento, 2003.

2 - CAMPADELO, P. REIKI: a cura natural ao alcance de todos. Editora Madras, 2000.

3 - D’CARLI, J. REIKI: amor, cura e transformação. Editora Madras, 2009.

4 - PETTER, F.A. REIKI: o legado do Dr. Mikao Usui. Editora Ground, 2002.

5 - HAWKING, S.W. UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO. Editora Rocco, 1989.

6 - DOSSEY, L. ESPAÇO, TEMPO E MEDICINA. Editora Cultrix.

7 - DUMITRESCU, I.F. ACUPUNTURA CIENTÍFICA MODERNA. Editora Andrei, 1996.

8 - EINSTEIN, A. COMO VEJO O MUNDO. Editora Círculo do Livro LTDA, 1981.

9 - HAWKING, S. O UNIVERSO NUMA CASCA DE NOZ. Editora Mandarim, 2001.

10 - BRENNAN, B.A. MÃOS DE LUZ. Editora Pensamento, 2003.

11 - ROMAN, S. CRESCIMENTO ESPIRITUAL: o despertar do seu eu superior. Editora Pensamento, 1995.

12 - HORAN, Paula. REIKI: uma habilitação para a cura. Editora Madras, 1999.

13 - LEADBEATER, Rev. C.W. OS CHAKRAS: os centros energéticos vitais do ser humano. Editora Pensamento, 1960.

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14 - AMERICAN OCCUPATIONAL THERAPY ASSOCIATION (AOTA). Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process, 3nd edition (framework – II). American Journal of Occupational Therapy, v.68, supl1, s.1-48, 2014.

15 - ROHDEN, H. EINSTEIN – O ENIGMA DO UNIVERSO. Editora Martin Claret, 2007.

Referencia Bibliográfica (sugerida para consulta).

- Rev. Ter Ocup Univ São Paulo. 2015;26(Ed. Especial):1-49. Tradução do original publicado pela American Occupational Therapy Association (2014). Occupational therapy practice framework: Domain and process (3rd Ed.). American Journal of Occupational Therapy, 68 (Suppl.1), S1–S48.http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2014.682006. Traduzido para o português por Alessandra Cavalcanti (UFTM), Fabiana Caetano Martins Silva e Dutra (UFTM) e Valéria Meirelles Carril Elui (FMRP-USP); autorizada para publicação em português, acesso aberto na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 2015;26(ed. especial).

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CAPÍTULO 8TERAPIA OCUPACIONAL E SHANTALA: A IMPORTÂNCIA DO TOQUE PARA O FORTALECIMENTO DO VÍNCULO E DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

Maria de Nazareth MendesPatrícia Luciane Santos de Lima

Socorro de Maria Castro

1 - Introdução.

Abordar a importância do toque e sua relação com o desenvolvimento infantil na Terapia Ocupacional requer que se credite, a uma pessoa comum, o despertar para o que a ciência veio propor por meio de pesquisas: a Shantala.

SHANTALA era uma mulher comum que seguia, como todas as indianas, suas tradições e costumes e, todos os dias, no mesmo horário, sentava-se à porta de sua casa e massageava seu bebê, assim como faziam sua mãe, sua avó, bisavó, num ritual que envolvia práticas passadas de geração para geração.

Frédérick Leboyer, médico obstetra francês, importante defensor do parto humanizado na década de 1970, em viagem pela Índia naquela mesma década, teve um encontro com Shantala por acaso; ao passear pelas ruas da favela de Calcutá. Ali, viu uma mulher paraplégica sentada no chão, massageando seu bebê com uma habilidade e concentração que o impressionaram. (1).

“Foi lá que, numa manhã, ensolarada resplande-cente, encontrei Shantala sentada no chão a mas-sagear o seu bebê. E assim, assim de repente, em plena sordidez, foi me dado contemplar um espe-táculo de mais pura beleza! Fiquei mudo. Parecia um balé devido a tanta harmonia e ritmo exato, embora com extrema lentidão. E, com amor, pos-

suía seu tanto abandono e ternura.”(LEBOYER, 1995, p.146).

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A partir de então Leboyer percebeu que tinha uma missão. Além de divulgar amplamente a técnica para o ocidente, faz uma homenagem a esta mulher que no seu cotidiano, por meio de suas atividades rotineiras, carregadas de elementos socioculturais, ensina como uma mãe pode acariciar e estimular seu filho, e pública, em 1976, a obra “SHANTALA - uma arte tradicional - massagem para bebês”.

Algumas culturas reconhecem grandemente o valor da massagem para bebês e do contato com o corpo. Na Nigéria, Bali, Índia, Venezuela por exemplo, é comum a maioria das mães massagearem seus filhos ou de carregarem seus bebês em contato com o corpo. Para estes povos, manter o contato corporal íntimo, contribui para conservar o bebê em estado de equilíbrio, estimular seu desenvolvimento motor e intelectual, a fortalecer a musculatura, acalmar e favorecer para um sono tranquilo.

Atualmente se redescobrem tais práticas e razões científicas para aceitá-las. No Ocidente, a massagem é utilizada em hospitais e maternidades nos bebês prematuros ou com traumas no nascimento. Nos EUA, a enfermeira Ruth D. Rice, desenvolveu uma técnica similar a shantala, denominada “toque da borboleta”, para intensificar o cuidado e melhorar o desenvolvimento dos bebês em geral. No Brasil, em algumas capitais, hospitais públicos adotam o projeto “mãe canguru”, onde os bebês prematuros são mantidos fora das encubadeiras e permanecem bem próximos ao corpo da mãe/pai, até adquirirem peso e tamanho suficientes para alta hospitalar. A idéia é favorecer o que é de fundamental para o ser humano: contato, amor, carinho, através da comunicação entre a mãe e a pele (e mãe x filho), feita silenciosa e atentamente.

Massagear, tocar alguém é uma atividade que requer acima de tudo doação, compartilhamento, diálogo sensorial e sem dúvidas necessita de um conhecimento prévio da técnica a ser aplicada.

Dentre os vários elementos envolvidos na massagem, destacamos a seguir a importância do toque.

2 - A Importância do Toque.

Tocar o outro é uma arte e uma ciência, e a preparação para ser tocado se inicia mesmo antes de nascer, todas as etapas de desenvolvimento intrauterino são de fundamental importância para preparar os bebês para os desafios do mundo externo. Neste contexto, destaca-se a importância do sistema Tátil.

Para Klaus (2001) o tato é ativado bem antes do nascimento, dentro

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do útero materno, ambiente onde os bebês estão cercados e acariciados por fluidos e tecidos com temperatura regulada desde o início da vida fetal. As sensações que o bebê vivencia no ambiente intrauterino são fundamentais para o desenvolvimento físico e emocional após o nascimento (2).

Castro (2002) e Montagu (1988) corroboram com esta afirmação, pois o sentido do tato propaga-se por meio da pele, que reveste todo o corpo de forma continua e flexível, já que a pele é o maior órgão do corpo humano (3; 4).

Durante a Shantala todo o corpo do bebê é tocado favorecendo uma experiência sensorial única. Os movimentos, o ritmo e a parceria estabelecida entre Pais/Bebê ou Terapeuta/Bebê proporcionam estimulação proprioceptiva neste maior órgão do corpo humano, a pele, que muitas vezes é esquecida.

O sistema tátil é complexo e valioso para as vivências sensórias do ser humano, o registro, a organização e as respostas sensoriais tem uma relação direta com o desenvolvimento global. É o primeiro sistema a ser desenvolvido no feto, podendo ser observado ainda no período embrionário, a partir da 6ª semana de vida intrauterina.

Pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa do Toque (Touch Research Institute), da Escola de Medicina da Universidade de Miami, apontam que crianças que recebem toque carinhoso, se desenvolvem mais satisfatoriamente, que os outros bebês privados desse contato afetuoso. O mecanismo do toque suave é agradável e denota carinho e amor.

Para que um bebê se desenvolva bem, este deve ser tocado, acariciado, levado ao colo, aninhado aos braços e ter a mãe de forma visual e auditiva presente. Essas experiências são essenciais para a sobrevivência dentro dos parâmetros de saúde do bebê (MONTAGU, 1988) (4).

Verdade e confiança são transmitidas por meio de um toque firme, mas de forma relaxada, enquanto insegurança e ansiedade podem ser sentidas por um aperto rígido e inflexível dos braços. Os pais que desenvolvem o sentido do tato e cultivam o contato físico estreito com seus filhos conseguem um bom relacionamento desde o começo e são capazes de acalmar seus bebês sem qualquer dificuldade (WALKER, 2013) (5).

Para Fritz (2002, p. 5) “[...] precisamos ser tocados para sobreviver. O toque é uma fome que precisa ser saciada, não apenas para o bem-estar, mas para a própria essência de nossa sobrevivência” (6).

Desta forma fundamenta-se a importância da massagem de Shantala para o desenvolvimento global da criança, uma vez que seu principal recurso, as mãos e toque estão amplamente discutidos e comprovados. É

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válido ressaltar que outros elementos também importantes fazem parte desse ritual e serão valorizados posteriormente.

Como já apresentado Shantala é uma massagem milenar, oriunda da Índia que por seus inúmeros benefícios conquistou diferentes espaços nos ambulatórios, em creches, nos Centros de Pesquisa e ambientes acadêmicos. Para aplicá-la, é necessário conhecer suas indicações, contraindicações, sequência dos movimentos, mas acima de tudo, deve-se estar preparado, ou seja, não é a execução por si só dos movimentos, mas principalmente o significado do momento e o diálogo corporal, a troca de energia estabelecida entre quem dá e quem recebe a massagem.

3 - Noções Básicas para Aplicação da Shantala.

A massagem Shantala é indicada para todos os bebês a partir de um mês, contudo, é especialmente indicada quando os bebês apresentam distúrbios de sono, agitação psicomotora, distúrbios respiratórios, cólicas intestinais e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Há, porém, algumas contraindicações como quando o bebê apresenta alterações na pele, resfriado, diarréia e febre, haja vista que a massagem eleva a temperatura e, se o bebê estiver com diarreia, o estado relaxante pode intensificá-la. (Leboyer, 1995), Castro e Mendes (2002) (1; 3).

De acordo com Leboyer (1995), Castro e Mendes (2002) e Campadello (2000) Bandeira e Araújo (2003), a aplicação de Shantala deve seguir uma rotina, essencial para quem aplica e quem recebe a massagem, cujos passos são:

a) A mãe, o terapeuta ou quem for aplicar o a massagem no bebê deverá preparar-se antes, lembrando que quem realiza a massagem também recebe a massagem, portanto não poderá executá-la de forma automática, unhas cortadas e a ausência de adereços é obrigatório para não machucar o bebê;

b) O espaço deverá ser organizado, para que o bebê não senta frio durante a massagem, portanto a temperatura ambiente deve estar agradável;

c) O bebê não deve estar com estômago cheio e nem com fome, o horário da massagem deve ser intermediário. Se o bebê chorar ou ficar incomodado, coloque-o no colo;

d) Deve ser usado óleo mineral para lubrificar as mãos facilitando os movimentos, no momento da massagem, a pele do bebê e suas mãos absorvem o óleo e o excesso será eliminado no banho;

CAPÍTULO 8

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e) Definir um horário para aplicar a Shantala no caso dos pais e/ou cuidadores é essencial para definir uma rotina, se for ao entardecer o bebê ficará preparado para o sono da noite. No caso dos profissionais;

f) A massagem deve ser feita até bebê começar a engatinhar ou dar os primeiros passos, tornando-se independente para movimentar-se;

g) Ritmo, velocidade e pressão são importantes no momento da aplicação da técnica. O ritmo deve ser constante durante toda a massagem.Os movimentos devem ser lentos e seguros. A sequência dos movimentos deve ser feita rigorosamente e devem estar seguros de si. As mãos devem ser dadas inteiras, sem economizar contato. Os movimentos devem iniciar suave, leve e depois irá sentir o que é agradável e o que não é;

h) Todos os movimentos serão repetidos três vezes. Somente no Abdômen é que a massagem deve demorar um pouco mais, pois é preciso sentir a reação do bebê e como está seu aparelho digestivo;

i) Os movimentos sempre partem no sentido de dentro para fora;j) A duração da massagem deve ser de acordo com a idade do bebê.

Nos recém-nascidos não se aplica uma massagem propriamente dita, e sim uma espécie de carícia, não ultrapassando 15 minutos. Na medida em que o bebê vai crescendo, aumenta-se o tempo gradativamente até alcançar uma duração em torno de trinta minutos.

k) A Shantala finaliza com um banho morno de relaxamento. A banheira deve estar preparada. È importante lembrar que não é um banho higiênico, mas, sim, relaxante. A água deve estar a uma temperatura agradável (1; 3; 7; 8).

Preparados para aplicar a técnica e cientes de suas indicações, contraindicações, mas principalmente dos benefícios da Shantala para o bebê, cada profissional pode inserir a técnica em sua rotina. A seguir, serão destacados a aproximação da Terapia Ocupacional com a Shantala.

4 - Terapia Ocupacional e Shantala.

Várias pesquisas comprovam os benefícios da massagem Shantala para bebês, em especial aparecem com frequência nos resultados de algumas pesquisas:

- Proporciona contato, companhia, prazer e troca de afeto;- Auxilia para o bom funcionamento do sistema digestório e

respiratório;- Melhora o tônus;- Favorece o desenvolvimento neuropsicomotor;

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- Aumenta a oxigenação dos tecidos;- Promove tranquilidade e relaxamento.Monford apud Cunha, Rubinsztjn e Rocha (2001), dizem que a

interação entre a técnica Shantala e terapia ocupacional fundamenta-se por meio do toque como atividade humana, sendo que a terapia Ocupacional é um método ativo de tratamento com profunda justificativa psicológica, em que o indivíduo participa e colabora voluntariamente, sendo um processo de comunicação relacionado a ação (9).

Dentre os métodos de intervenção para tratar ou amenizar o atraso do desempenho neuropsicomotor, a técnica de massagem Shantala proporciona benefícios como bem-estar, melhora para o sistema respiratório, digestório, musculoesquelético, imunológico, estímulos sensórios-motores e favorece o vínculo mãe/filho e consequentemente ameniza a irritabilidade do bebê. (BARBOSA et al., 2011) (10).

O Terapeuta Ocupacional poderá inserir a técnica da massagem de Shantala em diferentes ambientes, seja, consultório, ambulatório, atendimento domiciliar, creches, Programas de Saúde da Família e outros. O público também poderá ser diversificado: gestantes, pai, mãe, avós, cuidadores. Desenvolver um trabalho direcionado a profissionais que atendem crianças e que tenham interesse em utilizar esta técnica como facilitadora no fortalecimento de seus vínculos e, como consequência, queiram melhorar o desenvolvimento de suas atividades cotidianas com as crianças as quais trabalham, pode ser uma nova possibilidade para os Terapeutas ocupacionais, que tem sempre em foco a atividade humana.

Castro (2002) após os procedimentos de anamnese, elaboração do plano terapêutico e compartilhamento com a família sobre a execução do mesmo, desde que não tenha contraindicações, poderão iniciar a técnica de massagem de SHANTALA para estabelecer um vínculo terapeuta/bebê. Percebe-se que na medida em que o bebê se sente seguro com o toque do terapeuta, o desenvolvimento de todo o processo terapêutico bem como a aplicação de outras técnicas e recursos terapêuticos ocorrem de forma serena e tranquila (3).

Ainda com o foco de trabalho nos vínculos, o Terapeuta Ocupacional, que tem um olhar minucioso sobre a relação mãe/bebê, pode e deve explorar amplamente este aspecto, tendo como técnica auxiliar, a massagem de Shantala.

A participação ativa das mães, as torna pertencentes e atoras ativas do processo, desenvolve habilidades e competências para o cuidado e desta forma, os vínculos vão sendo fortalecidos. Em alguns

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casos específicos as mães se sentem mais seguras quando as atividades são orientadas pelos terapeutas ocupacionais.

“[...] o fator mais importante para tornar a criança capaz de construir gradualmente uma imagem coerente de seu mundo advém da reciprocidade entre mãe-filho. ” (SPTIZ,1996, p.32) (11).

Bowlby (1998) e Dias (2000), postulam que o estabelecimento do vínculo emocional é um componente básico da natureza humana; quando estabelecido, fortalecem-se as relações que, no caso dos bebês, podem ser preciosas para sua sobrevivência, pois os pais se sentirão mais próximos, importantes e comprometidos com o filho, proporcionando para este, maior segurança para vivenciar as experiências externas 12; 13).

É válido ressaltar, que na atualidade e dependendo da realidade e necessidade da criança, além da mãe o terapeuta ocupacional poderá estimular o pai, avós e/ou cuidadores a utilizar a Shantala para estabelecer vínculo com a criança, sempre tendo como objetivo maior, o bem-estar e o desenvolvimento global do bebê e as relações estabelecidas em seu cotidiano.

Segundo Cunha, Rubinsztjn e Rocha (2001), a Terapia Ocupacional, por ter conhecimentos anatômicos, fisiológicos, psicológicos do desenvolvimento psicomotor do bebê e, com bases no modelo psicanalítico, pode atuar como facilitadora na interação mãe/bebê, prevenindo o retardo ou mesmo o rompimento de uma relação afetiva, auxiliando a mãe nos cuidados a serem dados ao seu bebê e auxiliando no fortalecimento dos vínculos (9).

Um desenvolvimento neuropsicomotor adequado, está diretamente relacionado as condições do tônus, ou seja, um tônus dentro dos padrões adequados está preparado, e em condições para as aquisições e execuções dos padrões de movimento desejáveis. Algumas patologias têm como sintoma, a alteração no tônus, o que por consequência, pode levar a alterações no desenvolvimento neuropsicomotor infantil. Dentre essas patologias podem ser citadas as que encontramos em Bebês prematuros, portadores de Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Deficiências Sensoriais, dentre outras.

A Shantala traz importantes benefícios para esses bebês, porém a massagem deve ser adaptada, levando em consideração a necessidade e especificidade da situação clínica de cada um.

Bandeira e Araújo (2003) salienta que, antes de iniciar o atendimento, é importante observar como cada bebê reage aos estímulos, pois dependendo de sua maneira de perceber e sentir as sensações táteis emitidas pela massagem, poderemos ou não, utilizá-la como recurso. A

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duração da massagem, intensidade do toque (mais suave e com pressão) realizada em cada área do mesmo será determinada de acordo com a situação clínica e tolerância de cada bebê (8).

Winnicott (1994) afirma que o processo de desenvolvimento infantil inicia com uma história de dependência absoluta, que gradualmente evolui para a independência, na medida em que o bebê se desenvolve, a partir das experiências, das relações estabelecidas e da confiabilidade do meio ambiente (14).

4.1 - Bebês prematuros.O Terapeuta Ocupacional facilita o desenvolvimento adequado dos

bebês prematuros de forma organizada e equilibrada, assim como previne possíveis desordens sensoriais e motoras a curto, médio e a longo prazo.

São inúmeros os benefícios encontrados quando se massageia um bebê prematuro, porém, assim como em todas as situações especiais, a massagem deve ser adaptada a esses bebês. Dentre os benefícios, os principais são: favorece o vínculo mãe/bebê e terapeuta/bebê; melhora o metabolismo e auxilia para o crescimento e adequado desenvolvimento neuropsicomotor.

Com o nascimento prematuro, o bebê entrará em contato com estímulos táteis diferentes dos vivenciados no ambiente do útero materno. Esses estímulos, associados à imaturidade dos órgãos e sistemas, pode comprometer o seu desenvolvimento. Como no prematuro o sistema neurosensorial é ainda imaturo, as atividades sensoriais táteis também o são e devido a essa imaturidade neurológica, a sua pele é muito sensível, assim, o toque realizado pela Shantala tem que ser modificado. Em razão da sensibilidade táctil exacerbada, a massagem com deslizamento das mãos deve ser evitada, devendo-se adaptar o toque, que precisa ser realizado com contenção e leve pressão, o que favorece e estimula a e propriocepção. Na medida em que o bebê vai amadurecendo e se desenvolvendo, a massagem pode ser modificada. Também é importante avaliar o tipo de tônus e a situação clinica do bebê, antes de optar por este recurso.

4.2 Crianças com Síndrome de Down.A Síndrome de Down pode ser citada como uma das síndromes com

maior incidência mundial, e entre suas características principais destaca-se o tônus diminuído, neste caso, a mensagem que deve ser enviada ao Sistema Nervoso Central (SNC), ao intervir com Shantala, é que o toque deve ser mais firme (pressão) e associado à Tappings e alongamentos,

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estimulando sempre os movimentos para a linha média do corpo, o que auxilia na normalização do tônus. Destaca-se ainda, como não poderia ser diferente, que a relação mãe/filho deve ser estimulada e fortalecida.

Campadello (2000) ressalta que a massagem em criança produz diferentes efeitos. Quando se aplicam toques na pele, estes exercem um efeito estimulante; quando ocorre pressão ou uma fricção com movimentos circulares, estes exercem efeitos relaxantes. Portanto, a característica do toque que o terapeuta exercerá durante a intervenção, dependerá do plano terapêutico elaborado (7).

Barbosa et al. (2011), em pesquisa realizada sobre os efeitos da Shantala na Interação Mãe e Criança com Síndrome de Down, conclui que as crianças tiveram sono mais tranquilo, o que lhes proporcionou uma qualidade de vida melhor e, para as mães, a prática de Shantala permitiu uma melhor aceitação da doença e uma melhora no relacionamento mãe e filho (10).

4.3 - Crianças com Deficiência Auditiva.A Deficiência Auditiva em crianças, acarreta graves consequências

em relação à aquisição e ao desenvolvimento normal da fala e da linguagem, no entanto, a forma como o bebê responde aos sons mostra uma sequência na maturação de sua função auditiva.

Devido ao déficit sensorial auditivo, outros canais sensoriais ficam mais aguçados, dentre eles destaca-se o toque, que é de extrema importância para a imagem e consciência corporal, relação temporal e vinculo entre Pais /Bebês e Terapeuta/Bebê.

4.4 - Bebês com Deficiência Visual.Bebês com dificuldades visuais, comumente têm dificuldades

de relação espacial, atraso das reações posturais e de equilíbrio, dificuldade da percepção de esquema corporal, medo da posição de decúbito ventral, diminuição das experiências sensitivo-motoras e atraso no desenvolvimento sensório-motor.

A massagem Shantala traz benefícios inumeráveis para estes bebês. Podemos começar fazendo a massagem por curto período de tempo, mas com movimentos lentos, e gradualmente ir prolongando o contato. Este é um aspecto importante a ser observado, pois favorece à criança, construir uma imagem do mundo a sua volta, adquirir consciência corporal, desenvolvendo conceito corporal, além de possibilitar ao bebê, segurança e amparo. É importante que durante a massagem se

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mantenha uma das mãos sobre o seu corpo para que sinta segurança e a voz seja firme, mas tranquila.

4.5 - Crianças com Paralisia Cerebral.A paralisia cerebral é uma alteração que afeta o músculo, a

postura e o movimento, provocada por alguma lesão no SNC em desenvolvimento. As complicações mais frequentes são as ortopédicas (contraturas músculo-esqueléticas, luxação do quadril, escoliose,), problemas respiratórios entre outros.

Os bebês com paralisia cerebral apresentam alterações do tônus que levam a uma resistência ao alongamento passivo, apresentando exagero nos reflexos tendinosos e também desordens sensoriais.

A massagem Shantala pode produzir benefícios sobre o sistema nervoso desses bebês, e promover principalmente um efeito relaxante sobre o tônus muscular alterado, provocando vasodilatação e melhorando o sistema circulatório, que resulta em melhor desenvolvimento sensorio motor.

5 - Sistema Muscular e Shantala – Considerações para a prática.

1. Sente-se no chão, com as pernas esticadas, costas eretas, ombros relaxados.

2. Coloque o bebê sobre sua perna, em cima de uma toalha de fralda, ou, se o bebê tem mais de 06 meses, para que fique mais bem acomodado, faça a massagem sobre um colchonete ou cama, e escolha a posição mais confortável para você.

3. Se desejar aprimorar a percepção tátil e/ou cenestésica, utilize colchas ou lençóis com texturas diferentes, cores variadas, temperaturas diversas. Está liberado o uso de objetos para massagem, como pequenos rolinhos de madeira, bolinhas, carrinhos e outros.

4. Passe óleo nas mãos e lembre que os movimentos são sempre, de dentro para fora (do centro para as extremidades).

5. Se concentre, fixe os olhos no bebê e aproveite este valioso momento de contato corporal (15).

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5.1 - TÓRAX

1. A partir do osso externo, deslize suas mãos espalmadas até os braços calma e repetidamente.

2. Coloque sua mão direita no lado esquerdo do abdome do bebê e deslize, cruzando toda a extensão do tronco até o ombro direito. Faça o mesmo com sua mão esquerda, do abdome direito ao ombro esquerdo do bebê.

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MUSCULATURA TRABALHADA: 1. Peitoral Maior 2. Deltóide

5.2 - BRAÇOS.

1. Coloque o bebê em decúbito lateral, estenda o braço do bebê segurando em seu ombro e no pulso. Faça pressão com suas mãos por toda a extensão do braço até o pulso.

A seguir, faça o mesmo com as duas mãos, indo do ombro em direção ao pulso. O movimento imita uma rosca, com uma mão no sentido contrário da outra.

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MUSCULATURA TRABALHADA:

Flexores do cotovelo: 1. Bíceps2. Braquial3. Braquiorradial

Extensores do cotovelo: 4. Tríceps5. Ancôneo

Flexores do Punho: 6. Flexor ulnar do carpo7. Flexor radial do carpo

Extensores do punho: 8. Extensor radial longo do carpo9. Extensor radial curto do carpo10. Extensores dos dedos

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2. Antes de começar a massagear o outro braço, massageie as mãos do bebê. Deslize seus polegares na palma da mão do bebê profundamente. Alongue os dedos, dobrando-os por trás e depois, deslize suavemente seus dedos sobre a mão do bebê.

MUSCULATURA TRABALHADA:1. Eminência tênar2. Eminência hipotênar3. Músculos profundos

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Este grupo muscular realiza os movimentos de adução e abdução dos dedos, flexão, oposição, adução e abdução do polegar, flexão, extensão, abdução e adução dos dedos das mãos.

5.3 - ABDOME.

1. Coloque uma das mãos na base do peito e a deslize em direção ao ventre, pressionando suavemente o corpo do bebê como se buscasse esvaziá-lo.

2. Depois com a mão esquerda, estenda as pernas do bebê, segurando-o pelos pés, e com o antebraço direito faça novamente o movimento de deslizar.

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MUSCULATURA TRABALHADA:1. Reto do abdome2. Oblíquo externo Oblíquo interno Transverso do abdome

Estes músculos se tornam ativos nos movimentos de sentar e levantar, contribuindo para a flexão, inclinação lateral e rotação para o lado oposto do tronco.

5.4 - PERNAS.

1. Repita os mesmos movimentos dos braços, deslizando da coxa aos tornozelos. O bebê pode permanecer em decúbito dorsal.

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MUSCULATURA TRABALHADA:

Músculos posteriores mediaise anteriores da coxa:1. Semitendinoso2. Bíceps da coxa3. Adutor magno4. Sartório5. Reto da coxa6. Vasto lateral7. Vasto intermédio8. Vasto medial

Responsáveis pela flexão e extensão da articulação do joelho, flexão e extensão do quadril e adução da coxa.

Músculos da parte lateral,anterior e posterior da perna:9. Fibular longo10. Tibial anterior 11. Tibial posterior13. Plantar14. Sóleo15. Gastrocnêmio

Que realizam a inversão, dorsiflexão e eversão do pé.

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1. Agora termine esta sequência massageando os pés. Inicie no calcanhar e vá até os dedos. Depois, passe a palma da sua mão na sola do pé do bebê. Repita os mesmos movimentos com a outra perna.

A musculatura intrínseca e extrínseca do pé, está relacionada com a estabilização das articulações do pé na posição ereta ou ao andar e correr, em qualquer tipo de superfície. A massagem na planta dos pés causa frequentemente a “reação positiva de apoio” onde há um enrijecimento e extensão da perna. Se isto ocorrer, mude o movimento para a parte lateral dos pés ou aumente a pressão das mãos sobre o pé.

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5.5 - COLUNA (dorso).Esta sequência possui três tempos:

1. Vire o bebê em decúbito ventral, transversalmente às suas pernas. Coloque as mãos juntas, paralelas na nuca do bebê e vá deslizando até às nádegas. Mantenha o ritmo de ir e vir das mãos, vagarosamente.

2. Sustente as nádegas do bebê com a mão direita, enquanto a esquerda desliza da nuca até a nádega, lentamente.

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3. Agora, segure os pés do bebê com a mão direita, mantendo as pernas semifletidas e os joelhos do bebê bem separados. A mão esquerda continua deslizando da nuca, prosseguindo pelas pernas e terminando nos calcanhares.

MUSCULATURA TRABALHADA:1. Trapézio2. Grande dorsal

Que contribuem na adução e extensão do ombro, retração, prostração, elevação, depressão e rotação ascensional da articulação do ombro.

E ainda:

Glúteo máximo, responsável pela extensão, abdução e rotação do fêmur.1. Semitendinoso2. Bíceps da coxa14. Sóleo 15. Gastrocnêmio

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5.6 - FACE.

1. O bebê fica novamente em decúbito ventral. A partir do meio da testa do bebê, deslize a ponta de seus dedos para os lados, ao longo das sobrancelhas e depois desça para a região das bochechas.

Finalize massageando com deslizamento a região do queixo mas vá até as orelhas.

MUSCULATURA TRABALHADA:1. Frontal2. Orbicular do olho3. Nasal4. Orbicular da boca5. Masseter

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5.7 FINALIZAÇÃO

1. Para relaxar a musculatura da região cervical e dorsal, segure as mãos do bebê e cruze os braços sobre o peito, fechando-as e abrindo-as.

2. Para relaxar principalmente às vértebras lombares, segure um pé do bebê e a mão do lado oposto, cruzando braço e perna de forma que o pé se aproxime do ombro e a mão da coxa oposta. Repita o movimento do outro lado.

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3. Para relaxar a musculatura e as articulações da região pélvica, cruze as pernas do bebê sobre a barriga. Em seguida, estenda e as cruze novamente invertendo a posição.

6 - Conclusão.

Considerando a visão do terapeuta ocupacional, que compreende a saúde no seu contexto mais amplo onde o ser humano desde bebê, ao ser inserido de forma ativa em seu cotidiano, e que poderá construir um processo de desenvolvimento dinâmico com diferentes adaptações ao longo da vida, conclui-se que a massagem de shantala poderá estar inserida como técnica auxiliar nas intervenções terapêuticas ocupacionais.

Pela simplicidade da aplicação, possui ainda a vantagem de não implicar em custos, e de produzir diferentes efeitos, conforme a patologia e/ou fase de desenvolvimento que o bebê se encontra, e logicamente, da criatividade e sensibilidade do terapeuta.

Shantala para a Terapia Ocupacional, é uma resposta construtiva e gratificante de contato físico, que resulta num crescente envolvimento, maior confiança, segurança e troca de afeto com o outro. Mais que uma técnica, é uma arte, um ato de amor que se expressa no toque, na sequência dos movimentos rítmicos, repetitivos.

Portanto, através da pele do bebê, deste contato caloroso e sereno, adaptado pelo terapeuta ocupacional para cada situação,

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podemos proporcionar, além da melhora no aspecto neuropsicomotor, a sensação de segurança e proteção. Com isso, a relação que se estabelece, nessa 1ª forma de diálogo, que é o toque, contribui para a formação de um adulto feliz, equilibrado, livre e criativo, mesmo com suas limitações físicas, psicológicas, motoras e /ou mentais (16).

Referências Bibliográficas.

1 - LEBOYER, F. Shantala: massagem para bebês uma arte tradicional. 5. ed. São Paulo: Ground, 1995.

2 - KLAUS, M.; KLAUS, P. O surpreendente Recém-Nascido. Porto Alegre: Artmed, 2001.

3 - CASTRO, S.M.; MENDES, M.N. Estimulação e Massagem para bebês baseados nas técnicas de Shantala. São Luis, 2002. (Apostila).

4 - MONTAGU, A. Tocar: o significado humano da pele. São Paulo: Summus, 1988.

5 - WALKER, P. O livro de massagem do bebê. 1. ed. São Paulo: Manole, 2000.

6 - FRITZ, S. Fundamentos da massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2002.

7 - CAMPADELLO, P. Massagem Infantil: carinho, saúde e amor para o seu bebê. São Paulo: Madras, 2000.

8 - BANDEIRA, J.T.; MOURA, T.F.R. A Shantala utilizada pelos Terapeutas ocupacionais como Recursos auxiliar na intervenção com Bebês. 2003. 0f. Monografia (Graduação em Terapia Ocupacional) - Faculdade Santa Terezinha –CEST, São Luís- MA, 2003.

9 - CUNHA, S. A.; RUBINSZTJN, K,C.; ROCHA, L.B. Shantala em Terapia Ocupacional. Multitemas, n. 23, nov. 2001.

10 - BARBOSA, K.C. et al. Efeitos da Shantala na Interação

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entre mãe e crianças com Síndrome de Down. Rev. Bras. Crescimento Desenvolvimento Humano, v. 21, n. 2, p. 356-361, 2011.

11 - SPITZ, R.A. O primeiro ano de vida. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

12 - BOWLBY, J. Apego e perda: separação, angústia e raiva. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

13 - DIAS, I.M.A.V Apego mãe e filho: base para assistência de enfermagem neonatal. 2000. 119f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2000.

14 - WINNICOTT, D.W. Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

15 - LIMA, P.L.S Estudo Exploratório sobre os Benefícios da Shantala em Bebês portadores de Síndrome de Down. Universidade Federal do Paraná, 2004. Disponível no endereço eletrônico: http://hdl.handle.net/1884/27935 (Acessado em 16/02/2018)

16 - PEREIRA, F.O. Da comunicação pré-natal à massagem para o bebê. Rio de Janeiro: Enelivros, 1996.

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CAPÍTULO 9AURICULOTERAPIA COMO ABORDAGEM DE CUIDADO NO CAMPO DA SAÚDE.

Karla Adriana Ferreira BeckmanAlan Senigalia

Ana Maria Fernandes Pitta

1 - Introdução.

O processo histórico da medicina mostra que o cuidado em saúde teve diferentes abordagens, que foram desenvolvidos de acordo com o contexto, as bases culturais e materiais de cada época. O modelo ocidental atual é o biomédico, o qual apresentou significativas soluções para problemas da saúde e doença. No entanto, há alguns séculos tem sido fonte crescente de insatisfação da sociedade, devido a sua dicotomia do cuidado e à superespecialização nas diversas áreas da medicina, não atingindo resultados satisfatórios no processo de saúde.

As práticas integrativas e complementares (PICs) vêm com a finalidade de compreender o sujeito na sua totalidade, contrapondo-se à visão altamente tecnológica de saúde que impera na sociedade de mercado dominada pelas indústrias farmacêuticas, pelos planos de saúde com objetivo de gerar lucros e fragmentar ao máximo o tratamento do paciente em especialidades médicas e com isso certamente não conseguirá tratar o sujeito e sim a doença.

No Brasil, a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) implantou-se a partir da publicação da portaria nº 971/2006 no qual legitimou as práticas da Medicina Antroposófica, Homeopatia, Fitoterapia e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e Termalismo Social. Em março de 2017, através da portaria nº 849, de 27/03/2017, houve ampliação com mais 14 tipos de práticas, dentre essas a auriculoterapia. No dia 22 de março de 2018 no diário oficial da união foi publicada a portaria nº 702, de 21 de março de 2018, objetivando incluir mais 10 práticas (apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição

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das mãos, ozonioterapia e terapia de florais) (1). No atual contexto da saúde pública vivida pela população, com

congelamento de recursos para o setor saúde por 20 anos, nada mais estratégico e benéfico tentar construir com a população estratégias de cuidado preventivo ou divulgar a realização das práticas integrativas e complementares pelo SUS como formas de cuidado tanto na atenção básica como na rede de atenção psicossocial (RAPS) e nos hospitais gerais ou especializados.

Sendo assim, apresentaremos neste capítulo a Auriculoterapia como exemplo de uma PIC em que está sendo praticada por diversos profissionais da área da saúde por entender o processo saúde x doença numa visão holística do sujeito, assim como, por compreender a necessidade de ampliar o cuidado em saúde, proporcionando um atendimento mais humanizado, integral com possibilidade de formação de vínculo terapêutico. E ao final relataremos duas experiências usando a auriculoterapia como abordagem de cuidado, um que está sendo realizada em CAPS (centro de atenção psicossocial) de Salvador/Bahia e em um projeto de extensão acadêmica da Faculdade de Ciências Médicas de Santos com alunos universitários do curso de Medicina chamado PAAPI (Projeto Acadêmico de Apoio aos Povos Indígenas que acontece no Estado do Mato Grosso.

2 - Introdução as Bases da Medicina Chinesa.

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a denominação dada ao conjunto de práticas de medicina chinesa usada na China há vários milênios. Data de cerca de 3000 anos a. C., a utilização de agulhas de pedra, de espinhas de peixes e ossos no tratamento de enfermidades na China (2). Nesta concepção a MTC engloba as seguintes práticas: auriculoterapia, acupuntura, as práticas corporais (Lian Gong e Qi Gong), as massagens como tui na, meditação, fitoterapia (uso de ervas) e dietoterapia.

Os princípios fundamentais da Medicina Tradicional Chinesa baseiam-se em uma definição do Taoísmo que instrui que de uma energia primordial apareceram duas formas de energia antagônicas, porém complementares, chamadas de Yin (terra) e Yang (céu) (3).

Para os chineses o yang puro é o céu e corresponde ao dia, o yin turvo é a terra e corresponde à noite. “O Qi (energia) da terra sobe como uma nuvem, o Qi do céu desce como uma chuva”, ou seja, todos os fenômenos do universo encerram os dois aspectos opostos do yin e yang, como o dia

CAPÍTULO 9

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e a noite; o tempo claro e o tempo sombrio; felicidade e tristeza; o calor e o frio; a atividade e o repouso. Tudo é constituído pelo movimento e a transformação destes dois aspectos chamados de yin e yang (4).

Portanto, a teoria do yin yang é a reunião das duas partes opostas que existem em todos os fenômenos e objetos em relação recíproca no meio natural. Essa teoria considera o mundo como um todo e que esse todo é o resultado da unidade contraditória dos dois princípios.

3 - Histórico e Conceito da Auriculoterapia.

A obra clássica da Acupuntura, o livro Hung Ti Nei Ching, escrita há mais de cinco mil anos, refere que o pavilhão auricular é um órgão isolado que mantém relações com os demais órgãos e regiões do corpo através do reflexo cerebral (5). Os microssistemas são regiões do corpo, que correspondem entre uma parte individual e o todo, como a face, mão, a língua, o pulso, a orelha, que são áreas pequenas do corpo humano, porém que refletem e representam, o corpo na sua totalidade (6).

Na auriculoterapia essa relação com corpo acontece através dos 12 meridianos sendo 6 Yang e 6 Yin. Os meridianos yang (intestino grosso, intestino delgado, vesícula biliar, triplo aquecedor, estômago e bexiga) passam ao redor orelha ligando-se de maneira direta, os yins (pulmão, coração, pericárdio, fígado, baço/pâncreas e rins) se combinam a orelha por meio de ramificações, de modo que os 12 meridianos chegam igualmente até a orelha (7).

O desenvolvimento da auriculoterapia acentuou-se a partir de 1572 quando foi publicado na China uma obra sobre acupuntura, no qual se referia sobre as relações entre os meridianos da acupuntura e a orelha. A partir de então, os estudos sobre as associações de pontos auriculares com a acupuntura sistêmica foram sendo intensificados pelos sábios orientais, surgindo posteriormente o sistema de diagnóstico por observação do pavilhão auricular.

Em 1951, o médico francês Paul Nogier ficou intrigado quando um de seus pacientes relatou ter sido curado de uma dor ciática através da queima de um ponto no interior da orelha. Curioso, Nogier passou a repetir o procedimento em casos semelhantes. O sucesso incentivou o médico a pesquisar até conseguir completar o mapeamento da orelha, associando as diversas áreas do corpo a pequenos pontos na superfície do pavilhão auricular. O autor observou ainda, a semelhança da orelha à posição de um feto de cabeça para baixo. Na figura observa-se o feto

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invertido e ao lado as regiões do corpo que estão localizados na orelha.

Fig. 1 - "Feto invertido" e ao lado as regiões do corpo que estão localizados na orelha. Fonte: (HECKER, 2007).

Sendo assim, pode-se definir que a auriculoterapia é um ramo da acupuntura destinado a tratamento das enfermidades físicas e mentais através de estímulos de pontos situados no pavilhão auricular. Cada orelha tem pontos de reflexo que correspondem a todos os órgãos e funções do corpo (5).

A estrutura do pavilhão auricular se compõe de uma fina lâmina de cartilagem elástica, amarela e recoberta de tegumento. Está localizada, em parte, no osso temporal e sua conexão com o crânio se dá através dos ligamentos e dos músculos auriculares, sendo dividido em duas faces: a face anterior e a face posterior.

A face anterior do pavilhão auricular é composta pelas seguintes estruturas: hélice, tubérculo da hélice, cauda da hélice, antihélice, ramo superior e ramo inferior da antihélice, fossa triangular, escafa, trago, incisura superior do trago, antítrago, incisura intertrágica e antitrágica, lóbulo da orelha, concha cava e concha cimba. Na face posterior o pavilhão auricular é dividido em quatro regiões e formada por faces, sulcos e eminências.

Na vascularização do pavilhão auricular as artérias que irrigam procedem da artéria temporal superficial e da auricular posterior, ambos ramos da artéria carótida externa.

A inervação sensorial da orelha é bastante complexa e abundante, sendo inervada por 3 nervos principais: o auricular magno do plexo cervical; o ramo auricular do vago (10º par craniano); o ramo auriculotemporal do nervo trigêmeo (5º par craniano). Além desses a orelha tem como inervação os nervos: nervo occipital menor, nervo facial e nervo glossofaríngeo.

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As veias desta região aparecem subdivididas em anteriores e posteriores. As auriculares anteriores terminam na veia temporal superficial, e esta, por sua vez, na jugular externa, na qual acabam também as auriculares posteriores.

Essa descrição se faz necessário pelo fato de que se trata de uma região com cartilagem, onde a nutrição sanguínea é feita por contiguidade, havendo riscos de infecção. Por isso deve-se proceder a uma boa assepsia da orelha para colocação dos pontos.

4 - Linhas de Raciocínio da Auriculoterapia.

Neste item pretende-se apresentar as escolas de auriculoterapia existente atualmente. Em 1972 foi criada a unificação dos mapas da auriculoterapia chinesa, e, a partir desse momento, passou-se a existir duas escolas de Auriculoterapia: a chinesa, que tem sua fundamentação diagnóstica e de tratamento embasado nas teorias da medicina tradicional chinesa; e a escola francesa, de Dr. Paul Nogier, que se ampara nos fundamentos da neurofisiologia.

A escola auriculoterapia chinesa, tem como representação importante a professora Huang Li Chun, no qual tem experiência na temática em mais de três décadas de trabalho e investigação, sendo considerada, portanto a escola mais prestigiosa da China.

No Brasil, o Dr. Ernesto Garcia, nascido em Cuba, veio com a responsabilidade de disseminar os ensinamentos da professora através do seu livro “Auriculoterapia” abordando a fundamentação diagnóstica e terapêutica dos pontos auriculares com enfoque na MTC.

A auriculoterapia é um ramo de especialidade da acupuntura constituído de um corpo teórico independente no tratamento e diagnóstico das enfermidades e que foi oficializada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na década de 70 como uma terapia de microssistema com efeitos eficazes para a promoção e manutenção da saúde no tratamento de diversas enfermidades (9).

Para o mesmo autor, os pontos auriculares têm estreita relação com o sistema de canais e colaterais em que estes se distribuem por cada parte do corpo humano. A fisiologia dos canais baseia-se no movimento do sangue (xue) e da energia (Qi) na manutenção do equilíbrio do yin e yang. Os chineses crêem que qualquer desequilíbrio que ocorra nessas forças provocaria distúrbios físicos e psicológicos. Por isso, através da punção dos pontos da auriculoterapia se tenta desobstruir os canais e

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colaterais, regulando o vazio e a plenitude, restabelecendo a atividade funcional de cada parte do corpo e fazendo conservar o equilíbrio dos opostos, assim como, a nutrição de todo o organismo.

Na prática clínica, ao se utilizar a escola da auriculoterapia chinesa, verifica-se que ao se estimular um ponto auricular, observa-se que todos podem regular a atividade dos canais e colaterais e consequentemente podemos tratar as enfermidades. Observa-se também que os pontos dos cinco órgãos e das seis vísceras, se mostram cada um deles reativos a muitas enfermidades, uma vez que não se relacionam somente com a enfermidade própria do órgão, mas, com a síndrome que representa o estado patológico que o paciente se encontra.

Garcia aponta que existe um preceito: “Quando os canais estão desobstruídos não há dor, se estão obstruídos aparecerá a dor”, esta indagação refere que quando por um estado patológico ocorre a obstrução de algum canal e a circulação de energia e do sangue perdem seu fluxo normal, podem, como reação reflexa, aparecer pontos dolorosos tanto a nível somático, como a nível do pavilhão auricular.

Outra escola importante para conhecermos é a auriculoterapia francesa do Dr. Paul Nogier. A auriculoterapia Francesa está associada ao desenvolvimento embrionário que dão origem aos diferentes tecidos, sistemas e aparelhos do corpo. Durante suas pesquisas Nogier associou o tecido embrionário endoderma, mesoderma ectoderma a diferentes partes da orelha externa, assim sendo:

O tecido endoderma dá origem a maioria dos órgãos internos (exceto o coração e rim) como: estomago, os intestinos, pulmões, amígdalas, fígado, pâncreas, sistema urinário, glândula tireóide, glândulas paratireóides e o timo. Essa região dos órgãos internos é inervada pelo nervo vago e este por sua vez inerva as estruturas anatômicas da orelha (concha cimba, concha cava, e o ramo da hélice).

O tecido mesoderma dá origem aos músculos esqueléticos, músculos lisos, vasos sanguíneos, ossos, cartilagem, articulações, tecido conjuntivo, glândulas endócrinas, córtex renal, músculo cardíaco, órgãos urogenitais, útero, tubas uterinas, testículos e células sanguíneas da medula espinal e tecido linfático. O sistema musculoesquelético é inervado pelo nervo auriculotemporal (trigêmeo) e este consequentemente inerva as seguintes estruturas do pavilhão auricular (antihélice, escafa, fossa triangular e parte superior da hélice).

Por fim, o tecido ectoderma dá origem à pele, a medula espinal, a regiões subcorticais e aos nervos, glândula pineal, glândula hipófise,

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medula renal, cabelos, unhas, glândulas sudoríparas, córnea, dentes, mucosa do nariz e lentes oculares. Essa região representa a parte central do sistema nervoso sendo inervada pelo nervo auricular magno e este inerva as estruturas de trago, lóbulo da orelha e cauda da hélice). Abaixo representaremos através da figura, a orelha e suas regiões com a inervação correspondente.

Fig. 2 - A orelha com suas regiões, e a inervação correspondente.

Fonte: (FARIAS, 2017)

Importante evidenciar que do ponto de vista embriológico essas camadas germinativas dão origem às estruturas anatômicas do corpo humano, logo podemos observar que a orelha é uma zona de convergência complexa e rica, capaz de gerar uma reação reflexa em várias partes do corpo (10).

Na auriculo francesa, Dr. Nogier sugere que o pavilhão auricular se apresenta como um feto invertido o que demonstra uma correlação entre os pontos de auriculoterapia e o corpo humano. Isso acontece porque a representação embriológica do pavilhão auricular e de sua rede neural constituem a sustentação da ação reflexa da auriculoterapia conforme descrita acima.

Portanto, cabe ressaltar que essas formas de abordar a auriculoterapia são complementares umas às outras, favorecendo o uso integrado entre elas na prática clínica.

5 - Principais Técnicas e Recursos Terapêuticos em Auriculoterapia.

As técnicas para aplicação da auriculoterapia são as mais diversas.

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Para tanto, identificaremos várias, como: a colocação de sementes, técnica das agulhas permanentes, a de injeção de líquidos nos pontos correspondentes, as agulhas transmissoras de calor (Moxa), as agulhas elétricas e a do estímulo manual.

Neste capítulo descreveremos a colocação de sementes por ser a técnica mais utilizada no campo do SUS. As sementes podem ser do tipo brassicanapus (colza) ou brassicajuncea (mostarda). Coloca-se as sementes cobertas com uma fita adesiva nos pontos escolhidos pelo terapeuta. Esses pontos devem ser estimulados e/ou massageados pelo próprio paciente duas ou três vezes ao dia, podendo ficar na orelha no período de 5 a 7 dias, conforme a orientação do profissional.

Além das sementes podem ser utilizadas na aplicação dos pontos as esferas magnéticas (ouro, prata ou bronze), cristais radiônicos, agulhas intradérmicas ou auricular.

Na prática clínica, para iniciar a aplicação das sementes é necessário a realização da assepsia da orelha com álcool 70% e algodão, posteriormente detecção do ponto cuja estimulação gere dor à pressão utilizando um apalpador. Caso desejar utilizar agulhas auriculares usa-se pinça ou aplicador de agulhas auriculares, procede-se a punção do ponto perpendicularmente de forma rápida sobre o ponto escolhido. Sugere-se que as sessões devam durar em média de 10 a 20 minutos, totalizando 10 sessões o tratamento.

Os antigos mestres em acupuntura mantinham suas técnicas de tratamento muitas vezes guardadas transmitidas apenas aos seus discípulos privilegiados, razão pela qual não constam em manuais de acupuntura. Exemplo desse segredo era o uso de três pontos iniciando qualquer tipo de protocolo auricular. Essa técnica foi nomeada de“ auriculocibernética”. Consiste na aplicação dos seguintes pontos e nesta ordem de colocação: (A) shemen, (B) Rim e (C) SNV (5).

O ponto shemen é bastante utilizado nas crises de dor, febre ou mal-estar, podendo ser aplicado em ambas as orelhas. Os efeitos da aplicação deste ponto são: (a)provoca no cérebro a produção de cargas de hormônios naturais do tipo “endorfinas”, que aliviarão as dores e o mal estar do paciente, produzindo efeito sedativo; (b) quando usado com agulha o shemen pode diminuir dores agudas de coluna e cefaléias.

O ponto rim é o segundo ponto a ser usado, quando utilizado provoca os seguintes efeitos: (a) estimula a filtragem do sangue pelos rins libertando as tóxicas e propiciando melhores condições de circulação; (b) estimula as funções do sistema respiratório aumentando o processo de metabolismo do

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oxigênio; (c) estimula as funções dos órgãos excretores, inclusive das glândulas sebáceas e sudoríparas. Por último o ponto simpático que provoca os seguintes efeitos: (a) acelera e regula as atividades do sistema neurovegetativo, equilibrando as funções do simpático e do parassimpático, provocando equilíbrio geral; (b) provoca vasodilatação tornando mais ativa a circulação sanguínea quando recebe o estímulo de tonificação; (c) quando se aplica em sedação, para analgesia ocorre a hemostasia nos locais de intervenção cirúrgica e (d) age sobre os tecidos musculares provocando ação anti-inflamatória, relaxamento ou tonificação das fibras músculo-tendinoso (5).

6 - Vantagens da Auriculoterapia.

São inúmeras as vantagens ao se utilizar a auriculoterapia como tratamento, dentre elas salientamos;

- Rapidez e Eficácia: Em casos de pacientes que apresentam dores musculoesqueléticas, a auriculoterapia favorecendo a analgesia e a dor pode desaparecer em poucos minutos.

- Economia e Praticidade: a auriculoterapia é de baixo custo e sua aplicação é rápida favorecendo atender maior números de pessoas que necessitam de atendimento.

- Não apresenta efeitos colaterais: caso o tratamento não tenha sucesso, não há risco de intercorrências, salvo quando se mantiver agulhas acima do período necessário orientado pelo terapeuta, podendo haver infecção no local.

7 - Aplicabilidade da Auriculoterapia no Campo da Saúde - Relatos de Experiências.

7.1 - Aurciuloterapia como abordagem de cuidado em um CAPS de Salvador/ Bahia.

A proposta atual da Reforma Psiquiátrica, no Brasil, tem como objetivo a desinstitucionalização e a inclusão da pessoa com transtorno mental nos diferentes espaços da sociedade, inclusive no trabalho. Dessa forma, um dos maiores desafios para a área de saúde mental, sem dúvida, é a construção de uma política voltada para a população com transtorno mental que considere suas características peculiares e necessidades e que siga os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos direitos humanos.

Nessa perspectiva, o novo modelo assistencial em saúde mental prevê um serviço que busque integrar estas pessoas a um ambiente social

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e cultural concreto, designado como “território”, e que desenvolva ações que proporcione independência na sua vida cotidiana, melhor adaptação na família e na comunidade, direito a profissionalização, a saúde e educação e lazer (11). Neste contexto, no ano de 2011 é instituída através da Portaria MS/GM nº 3.088/11 a Rede de Atenção Psicossocial, a qual dispõe sobre a organização e operacionalização das ações de cuidado em saúde mental no âmbito do SUS.

Esta Rede é constituída por serviços de saúde que prestam atendimento geral e especializado, no qual estão inseridos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS têm por finalidade prestar atendimento diuturno às pessoas que sofrem transtornos mentais severos e persistentes, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias (12).

Partindo da necessidade de ampliação do cuidado em saúde mental e a aplicabilidade de práticas que promovam a promoção da saúde, a prevenção de agravos, melhora nas condições de bem-estar físico, mental e social e a melhora da qualidade de vida do usuário surge uma nova modalidade de acompanhamento do processo saúde-doença no SUS chamado de Práticas Integrativas Complementares – PICs, que são sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos denominados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) medicina tradicional e complementar/alternativa(3).

Assim, o presente estudo trata-se de relato de experiência sobre a utilização da Auriculoterapia, em um CAPS de Salvador/Bahia, que vem sendo utilizada desde agosto de 2016 como proposta de cuidado em saúde mental realizada de forma complementar ao tratamento biomédico tradicional do usuário com transtorno mental.

Tem seus princípios terapêuticos embasados na Medicina Tradicional Chinesa e por ser a orelha uma região inervada e conectada ao sistema nervoso central, os estímulos nela resultam em reações nos órgãos e sistemas do corpo (órgãos, sentidos e emoções). A técnica foi escolhida para ser utilizada como prática integrativa e complementar ao tratamento do usuário porque oferece benefícios analgésicos, equilibrantes e relaxantes, sem adição de qualquer droga ou química capaz de tornar a pessoa dependente. Além disso, a auriculoterapia é uma técnica que pode ser utilizada sozinha ou juntamente com outras terapias, tem baixo custo financeiro, não causa efeitos colaterais, além de ser considerada eficaz e rápida, ou seja, em poucas sessões já se observa os resultados.

A pesquisa aconteceu no CAPS, no período de setembro a dezembro

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de 2017, com a participação de 12 usuários do serviço. Os atendimentos foram planejados para atender aos usuários com diagnóstico ocidental de depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico. Foram programadas 12 sessões para o grupo semanalmente, com a utilização de sementes na orelha e não de agulhas. Inicialmente, foi realizada avaliação individual de cada participante com objetivo de promover escuta qualificada e humanizada do processo saúde e doença. No primeiro encontro realizou-se explicação sobre os conceitos da auriculoterapia, seu embasamento na MTC e fisiológico; a metodologia que seria utilizada durante o tratamento e sobre os benefícios da técnica. Associado as sessões, foi executado uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados, em livros, portarias e artigos científicos.

Ao final das 12 sessões, foi realizada a seguinte pergunta para cada usuário integrante do grupo de atendimento. O que mudou na sua vida após participar do atendimento de auriculoterapia? Como resultado, observou-se que os usuários apresentaram melhora do quadro clínico (ocidental), ou seja, diminuição da ansiedade, da insônia e da medicação, melhor relação familiar, disposição para realizar atividades domésticas, empoderamento social, entre outros. Também avaliaram a PIC como indolor, segura e eficaz no tratamento proporcionando uma melhora da qualidade de vida. Além disso, as sessões favoreceram a realização de escuta acolhedora e o desenvolvimento de vínculo terapêutico capaz de empoderar o sujeito para o seu ambiente social.

Para tanto, a utilização da auriculoterapia como uma PIC possibilitou a efetivação dos princípios do SUS como a universalidade, acessibilidade, continuidade do cuidado, a integralidade da atenção, responsabilização, humanização, equidade e participação social, uma vez que possibilitou a esta população excluída da sociedade, direito a uma abordagem holística de saúde, e o empoderamento possibilitando a constituição de uma nova forma de inclusão social e de produção de subjetividades.

Portanto, conclui-se que a auriculoterapia vem sendo utilizada como prática de promoção, prevenção e tratamento de doenças e tem sido cada dia mais expandida no campo da saúde coletiva, a exemplo do CAPS. Contudo, faz-se necessária divulgação das PICs para a população, apresentando sua eficácia e os benefícios, visto que nos CAPS as PICs representariam uma estratégia para diminuir o excesso de uso de medicação e consequentemente os efeitos colaterais, pois medicalização tem-se constituído como uma das ferramentas de cuidado no campo da saúde mental.

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7.2 - Aplicação prática da Auriculoterapia em projetos de extensão. No município de Santos, litoral de São Paulo, foi desenvolvido em

2017 um trabalho com alunos universitários do curso de medicina em um projeto de extensão que leva assistência às comunidades carentes, Quilombolas, Ribeirinhos e povos indígenas do Estado do Mato Grosso.

A auriculoterapia foi incluída no programa de auxílio como uma técnica simples e de baixo custo para os moradores dessas comunidades.

O trabalho de extensão visava a formação de multiplicadores na própria comunidade para dar continuidade ao trabalho após a saída dos universitários.

Foram desenvolvidas oficinas de capacitação para alguns membros da comunidade com uma linguagem adaptada, explicando os conceitos da MTC e citando apenas combinações de pontos para tratamentos dos desequilíbrios mais prevalentes nas comunidades, neste caso depressão e alcoolismo. Foi deixado alguns mapas com os multiplicadores e os estímulos se davam por meio de palitos, pois algumas comunidades não dispunham de esparadrapos, estiletes e pinças.

Os resultados foram muito positivos para ambos os lados. Da parte dos alunos, a satisfação de contribuir com a comunidade e deixar um conhecimento. Da parte dos membros das comunidades, tiverem benefícios com a simplicidade da técnica e os agentes de saúde aumentaram seu leque terapêutico para poder tratar as doenças.

Referências Bibliográficas.

1 - BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2 ed., 1. Reimpr. –Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

2 RIZZO, M.V.; BECHARA, G.H. Acupuntura: Bases Cientificas e Aplicações. Rev. Ciência Rural, v. 31, n. 6, 2001.

3 - CORDEIRO, A.T.; CORDEIRO, R.C. Acupuntura. Elementos Básicos. São Paulo: Ensaio, 1992.

4 - AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O diagnóstico na medicina tradicional chinesa São Paulo: Andrei, 1992.

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5 - SOUZA, M.P. Tratado de Auriculoterapia. Brasília: Copyright, 2007.

6 - MACIOCIA, Giovanni. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: Um Texto Abrangente para Acupunturistas e Fitoterapeutas. 2 ed. São Paulo: Roca, 2007.

7 - FONSECA, W.P. Acupuntura Auricular Chinesa. São Paulo: Andreoli, 2011.

8 - HECKER, H,U.; STEVELING, A.; PEUKER, E.; KASTNER, J.; LIEBCHEN, K. Atlas Colorido de Acupuntura: Pontos Sistêmicos, Pontos Auriculares e Pontos Gatilho. Rio de Janeiro: GUANABARA KOOGAN, 2007.

9 - GARCIA, E.G. Auriculoterapia. São Paulo, Roca, 2006.

10 - FARIAS, F. Auriculoterapia segundo a reflexologia. Santa Catarina: FETT educação e ensino LTDA, 2017.

11 - BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA N.o 10.216, DE 06 DE ABRIL DE 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. (Acesso em: 10-07-2017).

12 - BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

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ANEXO 1AURÍCULOTERAPIA PARA REDUÇÃO DE DOR E ANSIEDADE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE BENEDITINOS, PIAUÍ - RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Lara Susan Silva Lima(LIMA, L.S.S.,; SANTOS, G.D.; RIBEIRO, R.A.; FEITOSA, L.C.)

1 - INTRODUÇÃO

As práticas integrativas complementares (PICS) existentes no Sistema Único de Saúde (SUS) tiveram origem desde os anos 70 com a primeira Conferência de Saúde e, no Brasil no ano de 1986 com a Oitava Conferência Nacional de Saúde, mas essas práticas só foram aprovadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) com a portaria nº 971 de 03 de maio de 2006.

As PICS têm como propósito estimular práticas naturais em prevenção de agravos e recuperação da saúde enfatizando a escuta acolhedora e desenvolvendo um vínculo terapêutico, além de integração do ser humano com o meio ambiente e sociedade.

Diversas práticas integrativas vêm ganhando espaço na Atenção Básica, dentre elas a Fitoterapia, Homeopatia, Meditação, Musicoterapia, Reiki, Quiropraxia, Biodança, Yoga, Ayurveda, Shantala, Acupuntura, Auriculoterapia, dentre outras (1; 4).

A auriculoterapia integra a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e consiste em utilizar o pavilhão auricular como um microssistema, ou seja, ao estimular pontos específicos na orelha, produzem efeitos à distância no corpo humano, sendo assim indicada, por exemplo, em casos de alívio imediato de dor, ansiedade, estresse e depressão. É um procedimento que utiliza, para a estimulação dos pontos, instrumentos como agulhas, sementes de mostarda e imãs tendo como objetivo a prevenção e cura de doenças (2; 5).

É uma ferramenta de baixo custo e se mostra vigorosa para o dia-a-dia, já que permite atender um grande número de usuários do SUS, pois sua aplicação é rápida e prática.

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Esse trabalho tem como objetivo descrever um relato de experiência dos efeitos da prática da auriculoterapia na diminuição e/ou cessação da dor e ansiedade nos profissionais de saúde da cidade de Beneditinos, Piauí.

2 - METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência de um trabalho realizado no município de Beneditinos – Piauí com a implantação de um grupo de cuidado utilizando a auriculoterapia como ferramenta para o cuidado em saúde em profissionais da secretaria municipal de saúde do município.

O grupo contou com a participação de 34 profissionais, entre eles, agentes comunitários de saúde, agentes de endemias, técnicos de enfermagem, motoristas, recepcionistas, vigias e auxiliares de limpeza. O grupo foi composto por 27 profissionais do sexo feminino e 07 do sexo masculino com faixa etária entre 23 e 72 anos, apresentando diferentes condições de saúde decorrentes de estresse e ansiedade.

Foram realizados dez atendimentos semanais que aconteciam durante as terças feiras no Centro de Fisioterapia do município no período de outubro a dezembro de 2017. Durante o primeiro encontro todos os usuários foram informados pelas fisioterapeutas através de palestra informativa de dez minutos com uso de folders sobre a prática da auriculoterapia e seus benefícios, em seguida passaram por avaliação através de ficha elaborada pela equipe para a coleta de queixas e condições de saúde, além de informações como o uso de medicamentos e antecedentes familiares.

Em seguida, todos passaram pela aplicação da auriculoterapia, assim como nos nove encontros seguintes. De maneira geral, os pontos mais utilizados foram ansiedade, coluna, cefaléia, she men, relaxamento muscular, fígado e coração.

Para a aplicação das sementes, primeiramente o paciente era posicionado sentado e a partir daí, realizada a higienização do pavilhão auricular com algodão e álcool 70% e, com o uso do apalpador o aplicador localizava os pontos reativos e aplicavam-se as sementes fixadas com microporo de marca ‘neve’, com ajuda de pinça para auriculoterapia.

Os usuários foram orientados quanto à retirada dos pontos 24 horas do atendimento e no caso de alergia ou desconforto, a retirada imediata das sementes.

Ao final das dez sessões os pacientes foram submetidos a uma escala para avaliar de zero a dez a evolução e melhora da queixa principal onde zero era nenhuma melhoria e dez era melhora dos sintomas.

ANEXO 1

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3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

O uso de sementes para aplicação no pavilhão auricular é uma técnica que vem sendo bastante empregada. Um estudo realizado por Kurebayashi (2017) em profissionais de enfermagem elegeu a auriculoterapia com o uso de semente vantajosa por causar menos desconforto (2; 6).

Segundo Kurebayash (2017), quando se estimula o ponto reflexo na orelha pode-se conseguir uma ação de alívio de sintomas em partes distantes do corpo o que proporciona ativação de fibras nervosas causando, consequentemente a liberação de endorfinas no sangue e o alívio da dor.

Através dos relatos obtidos, nesse estudo, foi possível verificar que a prática introduzida é importante não apenas como uma forma complementar, mas também no tratamento coadjuvante de diversas patologias.

A auriculoterapia, por não possuir efeitos colaterais é extremamente indicado. Segundo MENDONÇA et al (2011), ressalta que os benefícios desse tratamento são mais eficazes que o farmacológico. Além de obter melhores resultados em menor tempo e a melhora da qualidade de vida (3).

Os participantes desse estudo relataram, de maneira geral, melhora das dores, melhora da qualidade do sono, que muitas vezes era interrompido por dores durante a noite, além do melhor desempenho nas suas respectivas atividades.

Alguns participantes deram os seus depoimentos ao final dos atendimentos de auriculoterapia:

“O.V.S., diz ter tido melhora nas dores lombares e ansiedade. ” “R.A.S., relata melhora do refluxo e da falta de sono. ”Diante dos relatos podemos observar a importância, a

reprodutibilidade e os resultados positivos da prática de auriculoterapia como uma alternativa no tratamento de dores e ansiedade.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, apesar das práticas biomédicas ainda predominarem, a prática da auriculoterapia, assim como as outras práticas integrativas, vem ganhando espaço e conquistando mais adeptos e sendo cada vez mais procurada e aceita pelos usuários graças aos efeitos positivos e a melhora significativa dos sintomas.

Dessa forma, este trabalho vem reforçar a importância das práticas integrativas complementares no SUS para o cuidado integral do usuário, e a contribuição das mesmas para a diminuição do uso desenfreado de medicamentos.

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Referências Bibliográficas.

1 - Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n.971, de 03 de maio de 2006. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.html. Acesso em 20 de jan.2018.

2 - Kurebayashi LFS, Turrini RNT, Souza Talita PB, Marques CF, Rodrigues RTF, Charlesworth K. Auriculoterapia para redução de ansiedade e dor em profissionais de enfermagem: ensaio clínico randomizado. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2017;25:e2843.

3 - MENDONÇA, P. V.; EUFRÁSIO, V. P. S.; GAIOSO, V.S.; CAMPOS, A. O. Benefícios da Acupuntura no Tratamento da Cervicalgia – uma Revisão Bibliográfica. Anais do XV Encontro Latino Americano de Iniciação Cientifica (INIC) e XI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). São Jose dos Campos, SP, 2011.

4 - Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC-SUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2006, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_praticas_integrativas_complementares_2ed.pdf acesso em 20 de jan.2018.

5 - PIEL, L. H. S.; SILVÉRIO-LOPES, S. M. Tratamento da cefaléia crônica com acupuntura auricular. Anais do IV Simpósio Paranaense de Acupuntura e Fisioterapia (SIPAF). Curitiba, PR, 2006.

6 - TESSER, C. D.; NEVES, M. L. & SANTOS, M. C. Módulo 1: Introdução à formação em auriculoterapia. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Formação em auriculoterapia para profissionais de saúde da atenção básica. Florianópolis: USFC, 2016.

ANEXO 1

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ANEXO 2PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL: A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL UTILIZANDO A YOGA COMO RECURSO TERAPÊUTICO.

Clarissa Dantas de Carvalho

1 - Introdução.

Este texto consiste no relato da experiência de uma terapeuta ocupacional e o uso das práticas integrativas complementares (PICS) ao longo de sua trajetória profissional. Ao longo do texto, fica evidente a potencialidade destas práticas de cuidado a saúde, tanto na atenção primária junto as comunidades, quanto na atenção especializada nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), além de proporcionar aos sujeitos a ampliação da auto percepção, estimulando o protagonismo na produção da saúde individual e coletiva.

As PICS são um conjunto de racionalidades em saúde e recursos terapêuticos que abordam o processo saúde e doença em uma perspectiva holística. As práticas têm por objetivo estimular mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, ampliando a oferta e as opções terapêuticas para um novo modelo de atenção à saúde e cuidado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2012C).

No Brasil, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi instituída em 2006 com a publicação da Portaria nº 971. Trata-se de uma estratégia do Ministério da Saúde (MS) para implantação de ações e serviços relativos às PICS no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo território nacional (BRASIL, 2006A).

A PNPIC contribuiu para o fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS e configura-se como marco decisivo no processo de institucionalização destas abordagens. Fazendo o resgate de práticas mais antigas, sem negar os avanços da medicina convencional, passando a ser referência para a estruturação das PICS no sistema de saúde brasileiro.

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Sendo regida por diretrizes para normatizar e oficializar a prática da Homeopatia, Acupuntura, Fitoterapia, Termalismo e Antroposofia.

Em março de 2017, Portaria nº 849 do Ministério da Saúde (MS) ampliou a PNPIC adicionando a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga.

A resolução nº 380 de 2010 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) que regulamenta o uso das PICS pelo Terapeuta Ocupacional vem colaborar no atual cenário de saúde pública para atuar nos campos da prevenção de agravos e da promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo de atenção humanizado e centrado na integralidade do indivíduo.

Assim, o objetivo deste relato está em apresentarmos a experiência da atuação terapêutica ocupacional no âmbito da saúde mental em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), junto a um grupo destinado a pessoas com transtorno de ansiedade utilizando como recurso terapêutico, a pratica integrativa complementar Yoga.

Os CAPS são as estruturas basilares da Rede de Atenção Psicossocial, constituindo-se como principal estratégia do processo de Reforma Psiquiátrica para concretização das novas práticas. Oferecem atenção especializada na perspectiva do acolhimento e reintegração social e familiar, para reinserir os indivíduos em seu território, e promover a autonomia (Brasil, 2004).

Deste modo a utilização das técnicas da Yoga como recurso terapêutico inovador efetivo no campo da saúde mental, possibilita aos indivíduos a auto observância ativa, promovendo a compreensão do sujeito em sua totalidade, em um equilíbrio corpo, mente e emoções. Segundo Kupfer 2001, Yoga em sânscrito significa união, mas igualmente significa aplicação e trabalho, ou seja, Yoga seria o meio e o fim nele mesmo.

Assim como complementa Sparrowe 2002, o Yoga nos ensina a dar atenção ao que acontece no corpo, a sentir as emoções e a se soltar. Nos mostra que nada é permanente, que os sentimentos não são você.

Logo, a relevância deste relato está em possibilitar uma reflexão sobre a utilização das práticas integrativas complementares no âmbito da saúde. Analisar os efeitos da pratica do Yoga, como abordagem corporal buscando validá-la como recurso terapêutico ocupacional junto a pessoas com transtorno de ansiedade, a fim de restabelecer como indivíduos em sua integralidade, levando-se em conta os aspectos biopsicossociais.

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2 - Metodologia.

O relato de experiência se deu em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do tipo 1, localizado no município de Itaitinga/Ceará. Vivenciada durante o período de Abril de 2017 a Março de 2018.

Utilizou-se como método de pesquisa a observação participante. Segundo Flick7, a observação participante efetiva-se em obter acesso ao campo e às pessoas, tornando mais concreto os aspectos essenciais da pesquisa. Este tipo de observação tem a possibilidade de captar vários detalhes, situações ou fenômenos diretamente ligados à realidade.

O sujeitos envolvidos foram usuários do próprio serviço que já participavam do grupo terapêutico que possuíam diagnostico transtorno de ansiedade generalizada, sendo a amostra definida em 15 participantes adultos, de ambos os sexos, em sua maioria do sexo feminino.

O grupo terapêutico foi conduzido pela terapeuta ocupacional e pela psicóloga do serviço em questão. O tempo de cada sessão eram de duas horas e trinta minutos.

A sessão dividia-se em dois momentos: O primeiro contava com a pratica de técnicas da Yoga composta pelos seguintes elementos: ásanas (posturas), pranayamas (exercícios respiratórios), yoga nidrá (relaxamento), Dhyana (Meditação). O segundo dispunham de um instante para usuários expressarem seus sentimentos, as situações de conflito e adoecimento presenciadas em seus cotidianos, bem como compartilhar através do grupo modos de enfrentamento e modificação de tais realidades utilizando as técnicas do Yoga no dia a dia.

3 - Análise e Discussão.

Iniciávamos a sessão grupal proporcionando um ambiente tranquilo e acolhedor com músicas instrumentais com sons da natureza. Os participantes dispunham-se em círculo onde realizávamos as posturas de Yoga em pé, em seguida sentávamos para a pratica dos exercícios respiratórios, pouco a pouco criava-se uma atmosfera de serenidade e quietude interna. Logo após dávamos início ao relaxamento, propiciando aos usuários um momento de auto observação, levando-os a perceber e descontrair cada parte de seus corpos, e ao final conduzia-os a um instante de imersão no silencio - prática da meditação.

Ao término da pratica conversávamos sobre a impressões dos usuários sobre os exercícios utilizados na sessão, quais sensações eram

ANEXO 2

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percebidas em corpos, mentes e emoções. Explicávamos os objetivos das técnicas utilizadas e incentivamos a sua pratica em seus cotidianos.

Os usuários passaram a aderir as técnicas em seu dia a dia. Dentre estas estavam em sua maioria os exercícios respiratórios para o alivio de dores, preocupações e de angustia. Utilizando como ferramentas pratica de relaxamento diante dos acontecimentos cotidianos.

Para Hermógenes (1988) na Yoga, a respiração é muito mais do que um fato fisiológico, é também psicológico e prânico, sendo o único processo duplamente voluntário e involuntário. Reconhecendo a possibilidade de a respiração agir sobre nossa subjetividade, pode-se observar clara relação entre o ritmo respiratório e cada mudança de padrão emocional.

Na inquietude mental e emocional observa-se a respiração acelerada. Ao passo que ao estarmos mais tranquilos física, mental e emocionalmente nota-se a respiração mais lenta. Assim, com exercícios respiratórios voluntariamente controlados, tornamos a respiração mais lenta e induzimo-nos à tranquilidade.

Dentre os benefícios adquiridos ao logo da realização das sessões do grupo terapêutico, refletiam diretamente na vida dos participantes a redução dos sintomas da ansiedade, melhoria da qualidade do sono, além do aumento da disposição e do equilíbrio emocional. As técnicas possibilitaram ainda a maior auto percepção, modificação de suas condutas e melhor enfretamento das dificuldades que sucediam em seus cotidianos.

A ressignificação do indivíduo em seu contexto foi trabalhada por esse importante recurso utilizado pelo terapeuta ocupacional, como parte das PICS. Segundo Benetton (2003) Intervenções diretas ao modo de vida do sujeito trata-se de construir ou recuperar a dignidade da experiência e da ação cotidiana. Benetton dar-nos a noção de cotidiano como o que se realiza, como se realiza, com quem e onde se realiza, como é apreciado pelo sujeito e pelos os mesmos que o rodeiam.

A Yoga mostrou ser um importante recurso utilizado pelo terapeuta ocupacional, quer seja como atividade corporal, ou pelos tantos outros fatores que trabalha. Assim, neste processo, o sujeito pôde se perceber de forma continuada.

Para Almeida 2004, p.11, “corporeidade e terapia ocupacional estão relacionadas a um corpo criação, que a cada nova experiência o corpo se remodela, possibilitando novas percepções de mundo e consequentemente, produz uma força política e transformadora. Todo novo corpo é um sujeito no mundo.”

Assim, verificamos que a utilização da Yoga contribuiu para o

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enfrentamento de situações, sendo uma abordagem de cuidado efetivo, assegurando a participação e a aquisição de autonomia dos sujeitos. Isso possibilitou a reflexão sobre estratégias de promoção da saúde com base nas PICS e a ruptura de paradigmas comuns à saúde mental.

4 - Considerações Finais.

A atuação do terapeuta ocupacional junto as PICS é de extrema importância, colaborando assim para o fortalecimento destas práticas no SUS, buscando validá-las como meio alternativo de tratamento, a fim de restabelecer os indivíduos em sua integralidade.

Podemos verificar que a proposta das PICS são tecnologias de cuidado inovadoras, que contribuem para a reflexão e enfrentamento de situações de conflito no cotidiano; um modelo de cuidado efetivo, gerador de vida, para entre outros objetivos, assegurar a aquisição de autonomia. Isso permite ao sujeito ocupar um novo espaço, ampliar as fronteiras da auto percepção, do vivido e de apropriação da sua própria história.

Referências Bibliográficas.

1 - ALMEIDA, M.V.M. Corpo e arte em terapia ocupacional. Rio de Janeiro:Enelivros; 2004.

2 - BENETTON, J. Hábitos, cotidiano e terapia ocupacional.Revista do centro de estudos de terapia ocupacional,n.8,2003.

3 - FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2009.

4 - HERMÓGENES, J. Auto Perfeição com o hatha yoga, 27 edição, Rio de Janeiro:Record;1988

5 - KUPFER, P.Yoga prático. Florianópolis; Dharma;2001.

6 - Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

7 - SPARROWE, L. O livro de yoga e saúde para a mulher: Um manual de bem estar para a vida inteira. São Paulo; Pensamento; 2002.

ANEXO 2

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IV - APÊNDICE

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Cartilha de Apoio para a Inserção de Terapeutas Ocupacionais nos Programas e ServiçosPúblicos de Saúde e Assistência Social.

Realização Câmara Técnica Sócio-Sanitária - Crefito 3:• Adriana Fernandes - Fisioterapeuta• Caroline Firmino Pierini - Fisioterapeuta• Fernanda Laís Ribeiro - Terapeuta Ocupacional• Adriana Oliveira - Fisioterapeuta• Luany Maldonado Orsi - Terapeuta Ocupacional• Nelsilene do Amaral - Fisioterapeuta- Coordenação: • Susilene Maria Tonelli Nardi – Terapeuta Ocupacional• Jonatas da Silva Souza - Fisioterapeuta

ApresentaçãoEssa Cartilha foi idealizada e construída com o propósito de

selecionar quais as leis, resoluções e programas do Ministério da Saúde e do Ministério da Assistência Social que contemplam a inserção dos profissionais nos serviços públicos.

A Cartilha foi finalizada em 2017 pela Câmara Técnica Sócio Sanitária (CTSS) do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Terceira Região - Crefito 3.

Nessa Cartilha, os profissionais já vinculados ao serviço público, poderão se apropriar do regimento dos programas e verificar as atribuições do Terapeuta Ocupacional em cada programa implantado em seu município. Há também a possibilidade de, com a cartilha em mãos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas e a própria população, sensibilizarem os gestores para a implantação dos programas em seu município e ou reivindicar a melhoria dos serviços e a contratação de profissionais para garantir mais qualidade no atendimento à população.

Cabe aqui ressaltar que o Terapeuta Ocupacional tem uma inserção e ação muito ampla na Assistência Social e compõe juntamente com

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outros profissionais, a equipe do Programa Consultório na Rua, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) e os projetos de Proteção Social Especial.

Esperamos que esta Cartilha sirva de base para juntos construirmos uma rede pública de atenção mais eficiente nas propostas e efetiva nos resultados.

Cartilha disponível em: http://www.crefito3.org.br/dsn/pdfs/manuais/Cartilha_Elaboracao_

de_Projetos_Captacao_de_Recursos_Final_Expansao.pdf

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Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF:Considerações para Terapeutas Ocupacionais.

Adriano Conrado Rodrigues

Esse capítulo têm como objetivo mostrar a CIF de forma simples e aplicada, em consonância com o universo da Terapia Ocupacional, e assim despertar o interesse, bem como dar subsídios para que o profissional se aproprie, e passe a empregar a CIF em sua rotina profissional, aprofundando seus estudos, na medida de sua necessidade.

Aproprie-se, e bons estudos!

1 - Apresentação.

Assim como o médico estabelece o diagnóstico clínico de doenças, distúrbios ou outras condições de saúde, determinando o código CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – Décima revisão), O Terapeuta Ocupacional estabelece o diagnóstico funcional e incapacidades associadas aos estados de saúde, determinando o código CIF. Essas duas classificações quando combinadas, podem determinar maior acertividade nas condutas e gerar evidência para o monitoramento da saúde da população.

A CIF (assim como a CID-10) pertence à “família” das classificações internacionais desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aplicação em vários aspectos da saúde. Dessa forma, fornece um sistema para a codificação de uma ampla gama de informações, e possibilitando uma linguagem comum padronizada, que permite sobretudo a comunicação universal para uma atenção adequada à saúde. Conforme a nomenclatura, temos os seguintes conceitos teóricos:

Funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e participação;

Incapacidade é um termo que abrange deficiências, limitação de

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atividades ou restrição na participação.A CIF também relaciona os fatores ambientais, na interação com

esses conceitos.Como resultado, a CIF permite ao profissional o registro de perfis úteis

da funcionalidade, incapacidade e saúde dos indivíduos em vários domínios.A adentrar no universo da CIF, três aspectos me chamam a atenção:

primeiro, a similaridade dos constructos da CIF, com os Constructos da própria Terapia Ocupacional; segundo, a importância de se estabelecer uma linguagem universal, e a uniformidade de nomenclaturas e termos para caracterizar o diagnóstico funcional; e terceiro, a própria estrutura e objetividade da classificação, quando a consideramos como instrumento, uma vez que a classificação depende da avaliação. E nesses aspectos, conduzirei a discussão a seguir.

Tabela 1. Uma visão geral da CIF

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2 - CIF - Conceitos teóricos / Constructos (componentes).

DEFINIÇÕES• Funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas

orgânicos (incluindo as funções psicológicas). • Estruturas do corpo são as partes anatómicas do corpo, tais como,

órgãos, membros e seus componentes. • Deficiências são problemas nas funções ou nas estruturas do

corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda. • Atividade é a execução de uma tarefa ou acção por um indivíduo. • Participação é o envolvimento de um indivíduo numa situação

da vida real. • Limitações da atividade são dificuldades que um indivíduo pode

ter na execução de actividades. • Restrições na participação são problemas que um indivíduo pode

enfrentar quando está envolvido em situações da vida real • Factores ambientais constituem o ambiente físico, social e

atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem sua vida.• Fatores pessoais são o histórico particular da vida e do estilo

de vida de um indivíduo e englobam as características do indivíduo que não são parte de uma condição de saúde ou de um estado de saúde. Esses factores podem incluir o sexo, raça, idade, outros estados de saúde, condição física, estilo de vida, hábitos, educação recebida, diferentes maneiras de enfrentar problemas, antecedentes sociais, nível de instrução, profissão, experiência passada e presente, (eventos na vida passada e na actual), padrão geral de comportamento, carácter, características psicológicas individuais e outras características, todas ou algumas das quais podem desempenhar um papel na incapacidade em qualquer nível. Os factores pessoais não são classificados na CIF. No entanto, eles contribuem com fatores que podem influenciar os resultados das várias intervenções.

Em acordo com as definições acima, a CIF se organiza basicamente em duas partes, cada uma com dois componentes:

Parte 1. Funcionalidade e Incapacidade (a) Funções do Corpo e Estruturas do Corpo (b) Actividades e Participação

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Parte 2. Factores Contextuais (c) Factores Ambientais (d) Factores Pessoais

Cada componente pode ser expresso em termos positivos e negativos.Cada componente contém vários domínios e em cada domínio há

várias categorias, que são as unidades de classificação. A saúde e os estados relacionados com a saúde de um indivíduo

podem ser registados através da selecção do código ou códigos apropriados da categoria e do acréscimo de qualificadores, códigos numéricos que especificam a extensão ou magnitude da funcionalidade ou da incapacidade naquela categoria, ou em que medida um factor ambiental facilita ou constitui um obstáculo.

Na figura abaixo, observamos a Atividade como centro do processo de interação entre os componentes da CIF, onde todos os componentes têm o potencial de modificar um ou mais elementos.

Fig 1. Interação entre os componentes da CIF.

3 - CIF - Linguagem Universal.

Nesse tópico, cito a CIF como uma referencia de linguagem técnica, e não somente de classificação. Se apropriar da CIF, possibilita ao terapeuta ocupacional se apropriar de suas terminologias, e assim utilizá-las em acordo com sua prática.

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Na tabela abaixo (dos ítens candidatos para uma tabela mínima - CIF) vemos bons exemplos, onde inclusive caberá ao profissional mensurar o desempenho nessas áreas, para dados de classificação:

Tabela 2. Dados da CIF sugeridos como mínimos e ideais para sistemas de informação de saúde ou para inquéritos de saúde.

Como podemos observar nos itens da tabela, uma vez avaliada e detectada uma alteração de desempenho em uma determinada área ou domínio, caso esteja dentro das prerrogativas profissionais isso passa a ser objetivo de tratamento. Nesse processo, outras avaliações podem ser associadas em acordo com a necessidade, direcionando a condutas e abosdagens específicas.

4 - CIF - Estrutura e Objetividade da Classificação.

4.1 - Processo de Classificação.A CIF utiliza um sistema alfanumérico no qual as letras b, s, d e e são

utilizadas para indicar Funções do Corpo, Estruturas do Corpo, Actividades e

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Participação e Factores Ambientais. Essas letras são seguidas por um código numérico que começa com o número do capítulo (um dígito), seguido pelo segundo nível (dois dígitos) e o terceiro e quarto níveis (um dígito cada).

Para exemplificar o processo de classificação, vou escolher um domínio que a Terapia Ocupacional têm grande proximidade, inclusive como prerrogativa: Auto cuidados.

Primeiro Nível:Atividades e Participação Capítulo 1 Aprendizagem e aplicação do conhecimento Capítulo 2 Tarefas e exigências gerais Capítulo 3 Comunicação Capítulo 4 Mobilidade Capítulo 5 Auto cuidados Capítulo 6 Vida doméstica Capítulo 7 Interacções e relacionamentos interpessoais Capítulo 8 Áreas principais da vida Capítulo 9 Vida comunitária, social e cívica

Segundo Nível:Atividades e ParticipaçãoCapítulo 5 Auto cuidadosd510 Lavar-se d520 Cuidar de partes do corpo d530 Cuidados relacionados com os processos de excreção d540 Vestir-se d550 Comer d560 Beber d570 Cuidar da própria saúde d598 Auto cuidados, outros especificados

4.2 - Classificação detalhada com definiçõe:Ex. Capítulo 5 Auto cuidados Este capítulo trata dos auto cuidados como lavar-se e secar-se,

cuidar do corpo e de partes do corpo, vestir-se, comer e beber e cuidar da própria saúde

d510 Lavar-se Lavar e secar todo o corpo, ou partes do corpo, utilizando água e produtos ou métodos de limpeza e secagem

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apropriados, como por exemplo, tomar banho em banheira ou chuveiro, lavar mãos e pés, cara e cabelo; e secar-se com uma toalha Inclui: lavar partes do corpo, todo o corpo; e secar-se

Exclui: cuidar de partes do corpo (d520); cuidados relacionados com os processos de excreção (d530)

d5100 Lavar partes do corpo aplicar água, sabão e outras substâncias a partes do corpo com o objectivo de as limpar, como por exemplo, mãos, cara, pés, cabelo ou unhas

d5101 Lavar todo o corpo aplicar água, sabão e outras substâncias a todo o corpo com o objectivo de o limpar, como por exemplo, tomar um banho de banheira ou um duche

d5102 Secar-se usar uma toalha ou outros meios para secar alguma parte ou partes do corpo, ou todo o corpo, como por exemplo, após ter-se lavado

d5108 Lavar-se, outro especificado d5109 Lavar-se, não especificado

4.3 - Inserção dos qualificadoresOs códigos da CIF só estão completos com a presença de um

qualificador, que indica a magnitude do nível de saúde (por exemplo, gravidade do problema). Os qualificadores são codificados com um, dois ou mais dígitos após um ponto separador. A utilização de qualquer código deve ser acompanhada de, pelo menos, um qualificador. Sem eles, os códigos não têm significado.

Assim, o primeiro qualificador das Funções e Estruturas do Corpo, os qualificadores de desempenho e capacidade (para Actividades e Participação), e o primeiro qualificador dos Factores Ambientais, descrevem a extensão dos problemas no respectivo componente.

Todos os três componentes classificados na CIF (Funções e Estruturas do Corpo, Actividades e Participação e Factores Ambientais) são quantificados através da mesma escala genérica:

NÃO há problema (nenhum, ausente, insignificante) 0-4%Problema LIGEIRO (leve, pequeno, ...) 5-24%Problema MODERADO (médio, regular, ...) 25-49%Problema GRAVE (grande, extremo, ...) 50-95%Problema COMPLETO (total, ...) 96-100%Não especificadoNão aplicável

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4.3.1 - Quando se deve usar o qualificador de desempenho e o qualificador de capacidade.

Qualquer um dos qualificadores pode ser utilizado para cada uma das categorias das listas. No entanto, as informações transmitidas são diferentes em cada caso.

Quando ambos os qualificadores são utilizados, o resultado é uma agregação de dois constructos, i.e.:

d4500. 2 __ d4500.2 1 d4500. __ 1 Se apenas um qualificador é utilizado, o espaço não utilizado deve

ser deixado em branco. O código descrito com um qualificador, já valida a classificação,

e opcionalmente a partir dessa “matriz”, opcionalmente outros qualificadores podem ser associados.

Ainda referente aos qualificadores, a atualização da classificação ao longo do processo terapêutico e a observação clínica sobre a alteração dos valores, pode ser um excelente indicador da evolução do paciente.

5 - Considerações Finais

Há que se considerar o volume de informações contida na CIF. Por um lado, isso subsidia o profissional à um olhar integral ao indivíduo. Por outro, torna o instrumento complexo e pouco prático na aplicabilidade. Porém, com a prática na aplicação e conseqüente familiaridade a partir dessa prática, aplicar a classificação, bem como torná-la presente no processo terapêutico vai ficando mais fácil e rápido.

Idealizada e desenvolvida pela OMS, a CIF traz a confiabilidade desse órgão, que também norteia as “boas práticas” do SUS. Esse certamente é um dado que credencia a CIF como um instrumento de referência para a Terapia Ocupacional, que inclusive, dado o exposto acima, “conversa” com as políticas públicas de Saúde do Brasil.

E assim finalizo esse overview sobre a CIF e sua aplicação, sugerindo o aprofundamento nos estudos sobre a seus Componentes, Domínios e Constructos, bem como a sugestão de ter a CIF sempre a mão para consulta (no formato que lhe for mais conveniente), completo, como disposto para acesso no link abaixo.

Acesse a versão completa da CIF em:http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf

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APRESENTAÇÃOMINI-CURRÍCULOS DOS AUTORES/COLABORADORES, EM ACORDO COM A IDENTIFICAÇÃO NUMÉRICA EM SOBRESCRITO.

AUTOR E ORGANIZADOR

1. Adriano Conrado Rodrigues - Terapeuta Ocupacional.• Graduação – Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP.• Especialização em Terapia da Mão – Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Rio de Janeiro, 1998.• Mestre em Ciências da Reabilitação Neuromotora – Universidade Bandeirante de São Paulo/CAPES, 2005.• Vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Terceira Região - Crefito 3 (Gestão 2016-2020) - Sistema Coffito-Crefitos.• Professor Titular da Universidade de Sorocaba – UNISO, Curso de Terapia Ocupacional - 2003 à 2007. Disciplinas de Patologia Aplicada; Órteses, Próteses e Adaptações; Terapia Ocupacional em Saúde Física; Práticas Institucionais e Comunitárias; Estágio Profissional de Terapia Ocupacional em Saúde Física.• Preceptor da Primeira Residência Multiprofissional em Saúde da Família, Casa de Saúde Santa Marcelina / Universidade Santa Marcelina - Categoria Terapia Ocupacional - 2004.• Coordenador do curso de pós graduação lato sensu “Reabilitação Funcional do Membro Superior – Especialização em Terapia da Mão” – Universidade de Sorocaba / Conjunto Hospitalar de Sorocaba (2006, 2007).• Terapeuta Ocupacional (Concursado Público Estadual Efetivo) do Instituto de Medicina Física e Reabilitação – IMREA – HC – FMUSP (2008).• Autor de artigos em revistas científicas relacionadas a Neurociências e Reabilitação.• Consultor de Gestão em Saúde; Home Care; Empresário - 2008/dias atuais.• Sócio-Fundador da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional Neuro-Traumato-Ortopédica (Abratoneto).

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AUTORES COLABORADORES

2. Ana Maria D. O. Belleza – Fonoaudióloga.• Especialização em Motricidade Oral – Disfagia. (Centro de Especialização de Fonoaudiologia Clínica – CEFAC).• Aprimoramento e Especialização em Cuidados Paliativos (Pinus Longæva Saúde e Educação).• Pós-graduanda em Saúde do Idoso (SES - SP - Telemedicina USP/HC).• Ex-Fonaudióloga do Programa Médico da Família – Serviço de Atendimento ao Acamado – Prefeitura Municipal de Sorocaba – SP. • Fonaudióloga na Prefeitura Municipal de Araçoiaba da Serra– SP. • Fonoaudióloga na Clínica de Fonoaudiologia de Sorocaba.• Membro integrante do Conselho do Idoso de Araçoiaba da Serra.• Membro integrante da ABRAZ - Associação Brasileira de Alzheimer.• Articuladora do NEPH (Núcleo de Educação Permanente) de Araçoiaba da Serra – SP.

3. Annie Betune Ramalhão – Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Saúde Pública – Universidade Federal de São Carlos• Mestre em Ciências ênfase Ensino em Saúde – Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina.• Foi Professora Titular do Curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Sorocaba.• Analista do Instituto Nacional do Seguro Social - Responsável Técnica pela Reabilitação Profissional Gerência em Piracicaba – SP.

4. Fábio Jakaitis – Fisioterapeuta.• Especialista em Fisiologia do Exercício – Extensivo, do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina.• Fisioterapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein.• Coordenador de curso - Pós Graduação em Terapia Aquática do Hospital Israelita Albert Einstein.

5. Gisele Pellegrini – Fonoaudióloga.• Especialista em Motricidade Oral – Centro de Especialização de Fonoaudiologia Clínica – CEFAC.• Foi Fonoaudióloga do Centro de Reabilitação Sagrado Coração de Jesus.• Aprimoramento em Saúde Coletiva e em Uti Neonatal.• Fonoaudióloga - Equipe NASF – Associação Saúde da Família.

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6. Luciane Garcia Corrêa Padovani – Terapeuta Ocupacional.• Curso de Habilitação em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia – ANDE - Brasília, DF – Brasil.• Especialização em Reabilitação aplicada a neurologia Infantil – Unicamp.• Coordenadora do Centro de Equoterapia Camaster – Itu, SP.• Home Care.

7. Marina Rodrigues Camargo – Terapeuta Ocupacional.• Especialização em Reabilitação Funcional dos Membros Superiores – Universidade de Sorocaba.• Curso Multiprofissional do Sono – Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina.• Foi Terapeuta Ocupacional da Casa de Saúde Santa Marcelina – Programa Saúde da Família – PSF.• Foi Terapeuta Ocupacional do SECONCI-SP• Terapeuta Ocupacional - Equipe NASF – Associação Saúde da Família.

8. Renata Aparecida Conejo – Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Terapia Ocupacional em Saúde Mental, Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.• Curso de Prótese pela OttoBock do Brasil.• Aluna especial na F.C.M. Universidade de Campinas – UNICAMP – Disciplina cursada: Tópicos de neurologia.• Terapeuta Ocupacional do Conjunto Hospitalar de Sorocaba – CHS.• Professora Titular do curso de Terapia Ocupacional da Sociedade Cultural e educacional de Itapeva - FAIT.

9. Sandra Helena Iglesias Cordeiro Leite – Fisioterapeuta.• Diretora Técnica/Administrativa da Clínica de Fisioterapia SHL.• Foi Membro da equipe da Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência – CODEPPS/Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.• Foi Assessora Técnica de Reabilitação na Região Leste de São Paulo.

10. Renata Schoedler – Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Reabilitação das mãos e Membros Superiores.• Foi Terapeuta Ocupacional do Instituto de Medicina Física e Reabilitação – HCFMUSP.• Foi Terapeuta da Mão do setor de Ortopedia do Hospital Israelita Albert Einstein.

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• Equipe de Cirurgia da Mão do Dr. Rames Mattar.

11. Daniel Marinho Cezar da Cruz – Terapeuta Ocupacional.• Mestre e Doutor em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos -UFSCar.• Docente Adjunto do Departamento de Terapia Ocupacional e do Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional (Mestrado) da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar.

12. Adriana Garcia Tosta Vieira – Fisioterapeuta.• Curso de Habilitação em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia – ANDE - Brasília, DF – Brasil.• Método Kabat.• Mobilização Neural.• Especialização em Reabilitação Aplicada a Neurologia Infantil – Unicamp.• Fisioterapeuta do Centro de Equoterapia Camaster.• Fisioterapeuta Hospital Vera Cruz de Campinas.• Home care.

13. Célia Aparecida Tomba – Psicóloga.• Curso de Habilitação em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia – ANDE - Brasília, DF – Brasil.• Psicóloga clínica.• Psicóloga do centro de Equoterapia Camaster.• Equoterapeuta na AMAI (Associação Amigos do Autista de Itu).

14. Eduardo Peres Honório – Educador Físico.• Curso de Habilitação em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia – ANDE - Brasília, DF – Brasil.• Educador Físico e Instrutor de Equitação do Centro de Equoterapia Camaster.• Educador Físico prefeitura de Salto, SP.

15. Marussia Fialho Hamsi Caridá – Psicopedagoga.• Curso de Habilitação em Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia – ANDE - Brasília, DF – Brasil.• Psicopedagoga do centro de Equoterapia Camaster.• Psicopedagogia Clínica.

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16. Roberta Abduch Rolim Credidio – Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Gerontologia pelo Centro Universitário São Camilo.• Especialista em Terapia da Mão pela Universidade de São Paulo. • Terapeuta Ocupacional do Instituto Central do Hospital das Clínicas, atuando em seu projeto de implantação. • Supervisora de estágio da universidade de São Paulo.

17. Daniela Nascimento Augusto – Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Gerontologia pela Universidade Federal de São Paulo. • Terapeuta Ocupacional do Residencial Israelita Albert Einstein.• Supervisora do estágio da Universidade Federal de São Carlos.• Auxiliar coordenação da Pós Graduação em Gerontologia do Hospital israelita Albert Einstein.

18. Silvia Regina Rocha – Psicóloga. • NASF – Associação Saúde da Família.• Secretaria Estadual da Saúde (SES).

19. Maria Luiza Santa Cruz - Psicóloga.• Coordenadora de NASF pela Associação Saúde da Família (ASF).• Apoiadora da PNH (Política Nacional de Humanização).• Formadora de apoiadores institucionais da PNH na UP/SP Capital em dupla com Cristina Vicentin; Membro do Comitê do Pró-Saúde.• Ex-integrante da equipe de SM do PSF na FÓ/ Brasilândia e Casa Verde/Cachoeirinha/Limão de outubro/98 a novembro de 2008 (que se dissolveu com a chegada do NASF).

20. Walter Augusto Bahia Pereira – Médico Psiquiatra • Psicoterapia de Orientação Psicanalítica.• CAPS Infantil – Associação Saúde da Família.

21. Carmen Ligia Cucê Nobre – Médica Pediatra.• Médica Pediatra do NASF Silmarya, Associação Saúde da Família, desde 2009.• Médica generalista do Programa da Saúde da Família, Fundação Faculdade de Medicina, de 2002 a 2009.• Especialização em Medicina Antroposófica, pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica, a nível de pós-graduação latu senso, desde 2002.• Mestrado na área de Educação em Saúde, Universidade Paulista, em 1998.• Pediatra, Sociedade de Pediatria de São Paulo, desde 1979.

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22. Keila Raquel – Terapeuta Ocupacional.• NASF – Associação Saúde da Família.• CAPS Infantil – SPDM.

23. Janaína Eleutério Martins - Fonoaudióloga.• NASF – Associação Saúde da Família.• Aprimoramento em Linguagem - PUC SP.• Preceptora do Programa de Educação pelo Trabalho - PET Saúde.

24. Maria Luiza Rezende - Médica Homeopata.• NASF – Associação Saúde da Família.• Especialista pela Associação Médica Homeopática Brasileira - AMHB.

25. Viviane de Mancilha Lima - Fisioterapeuta.• NASF – Associação Saúde da Família.• Especialista em Fisioterapia Pediátrica - UNICID.

26. Luiza Franco - Assistente Social.• NASF – Associação Saúde da Família.• Secretaria Estadual da Saúde (SES).

27. Julia Hatakeyama Jóia - Psicóloga.• Pós-graduando da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Tutor pelo Programa Pró-Saúde (Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde).

28. Adriano de Oliveira - Psicólogo.• Pós-graduando da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Tutor pelo Programa Pró- Saúde (Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde).

29. Carolina Cimardi Becker - Terapeuta Ocupacional.• Experiência em Estimulação Precoce, Deficiência Intelectual, Autismo, grupos e atendimentos individuais.• Programa de Iniciação Científica em Deficiência Intelectual e Desenvolvimento na Primeira Infência.• Terapeuta Ocupacional do Caps II - Ibiúna/SP.• Pós Graduação em Terapia Ocupacional - Uma Visão Dinâmica em Neurologia.

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30. Cristina Maria Quaggio - Terapeuta Ocupacional.• Pós Graduação em Ciências, pela Coordenadoria de Controle de Doenças/SES (2005), com título de Mestre; • Doutoranda em Biologia Oral pela Universidade do Sagrado Coração. • Atualmente está como Conselheira Suplente no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional- CREFITO 3 - Gestão 2016-2020.• Docente ( 2001- atual) e Coordenadora do Curso de Terapia Ocupacional ( 2010- atual) da Universidade do Sagrado Coração -Bauru. • Terapeuta Ocupacional do Instituto de Pesquisa Lauro de Souza Lima, na área de Hanseníase. • Especialização em Terapia Ocupacional, com ênfase em Terapia da Mão.

31. Jamile Cristina Albiero Silva - Terapeuta Ocupacional.• Especialização em Saúde Coletiva - USP.• Especialização em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana - FIOCRUZ.• Atualmente trabalha na Saúde Mental, Assistência e Gestão de Serviços.

32. Mariane Aparecida Terssoni da Conceição - Terapeuta Ocupacional.• Especialização em Saúde Mental pela Universidade Dom Bosco (2015).• Atuou no processo da Desinstitucionalização da cidade de Sorocaba desde 2014. • Terapeuta Ocupacional do SUAS na APAE da cidade de Sorocaba.• Consultório particular.

33. Priscilla Regina Cordeiro - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Ensino em Ciências da Saúde pela UNIFESP/BS.• Aperfeiçoamento em Terapia Ocupacional em Saúde Mental pela USP (USP-HCRP).• Especialização em Formação de Preceptores para o SUS pela UNIFESP.• Colaboradora Externa na Câmara Técnica de Saúde Mental - CREFITO-3.• 2013-2015 Terapeuta Ocupacional em CAPS III.• 2015-2017 Gestora em CAPS III em São Bernardo do Campo/SP.• 2017 - Gestora em CAPS II no município de São Paulo.• 2014- 2017- Docente e tutora no Programa de Residência Multiprofissional e Psiquiatria no SUS - Município de São Bernardo do Campo.

34. Talita Cristina de Moraes - Terapeuta Ocupacional.• Especialização em Processos Educacionais na Saúde com Ênfase

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em Facilitação de Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem pelo Instituto de Ensino e Pesquisa - Sírio Libanês.• Especialização em Ergonomia pela Universidade Gama Filho - UGF.• Terapeuta Ocupacional da Prefeitura Municipal de Sorocaba - SP.• Supervisora de Saúde na Equipe da Coordenação de Saúde Mental e Membro da Equipe de Desinstitucionalização de Sorocaba - SP (2014 - 2017)

35. Leonardo Costa Lima - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).• Assessor técnico da Saúde da pessoa idosa da Coordenadoria Regional de Saúde Oeste (São Paulo). • Experiência clínica, acadêmica e como palestrante em saúde mental, artes e gerontologia.• Integra o Laboratório Interinstitucional de Atividades Humanas e TO e o Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo e TO.

36. Sandra Volpi - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Botucatu (2009). • Atualmente é supervisora da Seção Técnica de Reabilitação - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Hospital das Clinicas.• Terapeuta Ocupacional na Clinica Somatus. • Tem experiência na área de pesquisa e ensino do Conceito Bobath, Integração sensorial, Kinesiotaping, confecção de órteses para Membros Superiores e Tecnologia Assistiva.

37. Maria de Mello - Terapeuta Ocupacional.• Terapeuta Ocupacional, UFMG, 1990.• Pós-Doutora pela University of Florida em Tecnologia Assistiva e Educação à Distância, 2006• Doutora pela UNIFESP com ênfase em Tecnologia Assistiva e Geriatria, 1999.• Mestre em Ciências e Tecnologia Assistiva pela University of New York at Buffalo, 1995.• Especialista em Tecnologia Assistiva pela University of New York at Buffalo, 1994.• Especialista em Seating and Positioning – Adequação Funcional/Postural em Cadeira de Rodas pela University of New York at Buffalo, 1995.• Especialista em Economia da Saúde pela UNIFESP, 2002.• Ex-Fellow do Hospital Helen Hayes em Seating and Positioning, 1997.

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• Membro do Comitê de Tecnologia Assistiva da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, desde sua criação, 2006;• Consultora em Política Pública para Pessoas com Deficiência e Pessoas Idosas, desde 1996.• Diretora Científica da ABRIDEF – Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para as Pessoas com Deficiência, 2012.• Consultora Internacional em Tecnologia Assistiva, 1993.

38. Fábia Cilene Dellapiazza - Terapeuta Ocupacional.• Coordenadora clínica APAE Nova Odessa/SP 2000/2003.• Curso de especialização em MTC/Acupuntura reconhecida pelo COFFITO no CECIC – Piracicaba conclusão 2009.• Curso multidisciplinar em Fitoterapia pela Conbrafito – Conselho Brasileiro de Fitoterapia –SP ano conclusão 2010.• Conselheira Municipal da Saúde da Cidade Americana/SP período 2016/2020.

39. Cândida Luzzo - Terapeuta Ocupacional.• Especialização Órtese em Neuro-Ortopedia pela Universidade de São Paulo(2011)• especialização em Especialização em Terapia da Mão pela Universidade de São Paulo(2000). • Atualmente é Terapeuta Ocupacional da Hospital das Clínicas da Fmusp e Terapeuta Ocupacional do Fito Fisicoterapia S C Ltda.

40. Tatiani Marques - Terapeuta Ocupacional.• Atualmente é responsável pelo setor de terapia da Mão e Membro Superior - LMR- Clinica Ortopédica e terapeuta ocupacional do Instituto Lauro de Souza Lima. • Responsável pelo programa de aprimoramento profissional - PAP - área de Terapia Ocupacional na reabilitação física. • Tem experiência na área de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com ênfase em Terapia Ocupacional e Terapia da Mão, atuando principalmente nos seguintes temas: órtese -terapia ocupacional, reabilitação, terapia da mão e hanseníase. • Realizou estágio de aperfeiçoamento na Philadelphia - EUA ( Philadelphia hand center) e Winnipeg - Canadá ( Health Science Centre), Chicago hand Center -Northwestern Hospital. • Professora Convidada da Pós Graduação em Reabilitação do membro

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Superior e Terapia da Mão: USP-SP , UFSCAR LAFATEC - SP, Inspirar RS e CURITIBA; Estácio de Sá - Rio de Janeiro/RJ.

41. Cíntia Schwab - Terapeuta Ocupacional.• Pós-graduada em Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica pela PUC-Rio. • Formação em Entrevista Motivacional por treinadores oficiais do Motivational Interviewing Network of Trainers. • Formação em Integração Sensório-Motora pela Artevidade Terapia Ocupacional. Nos EUA, fez formação em Sensory Modulation & Trauma-Informed Care e em Weighted Blanket pelo Center for Human Development com Tina Champagne, em Sensorimotor Psychothetapy L1 pelo Sensorimotor Psychoterapy Institute e em Accelereted Experiential Dynamic Psychotherapy (AEDP) pelo AEDP Institute. • Atualmente, está em concluindo o nível 2 da Sensorimotor Psychotherapy em Barcelona-ES e da AEDP em Nova Iorque. • Atendimentos clínicos e treinamentos - Niterói-RJ.

42. Antonia Alice de S. Fonseca - Terapeuta Ocupacional.• Pós-Graduação em Terapia Ocupacional aplicada à Neurologia. • Experiência em Reabilitação Neuropediátrica, em avaliação e estimulação visual de crianças, por 5 anos na Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD. • Experiência em estimulação precoce e reabilitação/habilitação de pessoas com deficiência visual em Centro Especializado em Reabilitação (CER IV – São Bernardo do Campo). • Formação em Orientação e Mobilidade pelo Centro de Tecnologia e Inclusão/SP no ano 2017. • Participação em cursos de Avaliação Funcional da visão e Deficiência Visual Cortical.

43. Márcia Conceição Abbamonte - Psicóloga. • Especialização em Psicoterapia Breve pela Universidade Paulista em 2015. • Experiência em atendimento clínico de crianças, adultos, adolescentes e idosos (clínica particular e conveniada). • Psicóloga da Equipe de Reabilitação Visual do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV – São Bernardo do Campo) desde fevereiro de 2016.

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44. Helenice de Oliveira - Pedagoga. • Técnica em Orientação e Mobilidade pela Fatec em 2011. • Curso de Extensão e Alteridade, Universidade Mackenzie, 2012. A Inclusão da criança com Surdocegueira e deficiência múltipla. • Pedagoga no atendimento educacional especializado com programa educacional individualizado, enfase na orientação e mobilidade. • Técnica em Orientação e Mobilidade da Equipe de Reabilitação Visual do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV – São Bernardo do Campo) desde julho de 2017.

45. Evelyn Kirckov de Sousa - Terapeuta Ocupacional. • Curso Integração Sensorial - Infantil – 2010. • Curso - Atendimento à Criança com Deficiência visual: da avaliação funcional à inclusão escolar - 2017. • Curso Compreendendo as disfunções do processamento visual na integração sensorial em 2017. • Curso CIF- Classificação Internacional de Funcionalidade –2012. • Experiência como Terapeuta Ocupacional coordenadora de oficina e de voluntariado de setembro de 2007 a janeiro 2011 no Instituto Beneficente Paulo de Tarso. • Terapeuta Ocupacional na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE) de agosto de 2011 a setembro 2014. • Terapeuta Ocupacional no Núcleo Educacional de março de 2012 a dezembro 2015. • Terapeuta Ocupacional na Clínica de Desenvolvimento Especializado de setembro de 2013 a maio de 2015. • Terapeuta Ocupacional da Reabilitação Visual no Centro Especializado em Reabilitação (CER IV – São Bernardo do Campo) desde maio de 2015.

46. Aide Mitie Kudo - Terapeuta Ocupacional.• Pós-graduação lato sensu em Administração em Serviço de Saúde/Administração Hospitalar pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (2000). • Supervisora de Serviço Hospitalar e coordenadora do Serviço de Terapia Ocupacional do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. • Implantou o Serviço de Terapia Ocupacional e a Brinquedoteca do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. • Participou do Multi-professional Master Class in Children´s Palliative Care organizado pela International Children s Palliative Care Network / ICPCN.

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• Faz parte do Grupo Técnico de Humanização do Instituto da Criança, do Núcleo Técnico e Científico de Terapia Ocupacional do Hospital das Clínicas FMUSP e do Núcleo Técnico de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da FMUSP. • Autora dos livros Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional em Pediatria Ed. Sarvier e O Hospital pelo Olhar da Criança pela editora Yendis. • Tem experiência na área de Terapia Ocupacional em contexto hospitalar pediátrico e cuidados paliativos.

47. Mônica Estuque Garcia Queiroz - Terapeuta Ocupacional.• Experiência na área de Terapia Ocupacional, a nível público e privado, com ênfase em Cuidados Paliativos (CP), Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Atendimento Domiciliar e Pacientes crônicos. • Coordenadora do NùcIeo Integrado de Cuidados Paliativos - domiciliar e hospitalar do Instituto de Infectologia Emilio Ribas (SP) há 13 anos. • Terapeuta Ocupacional do Hospital TotalCor, com atuação direcionada para a UTI junto a pacientes crônicos, em CP e internação prolongada. • Proprietária e responsável técnica da Empresa TOCare..• Consultora técnica do Programa Nacional DST/AIDS em Cuidados Paliativos em AIDS, do Ministério da Saúde do Brasil (2001-2006). • Palestrante em cursos, simpósios e congressos na área de Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos e UTI.. • Co-organizadora do livro Dor e Cuidados Paliativos - Terapia Ocupacional e Interdisciplinariedade, além de outras publicações em livros e periódicos. • Especialização em Pedagogia e Didatica do Ensino Superior. • Docente do Instituto Paliar; Docente do Curso de Terapia Ocupacional do Centro Universitário Padre Anchieta (Jundiaí - SP) e supervisora de estágio na área hospitalar e clínica (2008~2013); Docente da disciplina optativa Terapia Ocupacional em dor e cuidados paliativos no Centro Universitário São Camilo (2009 e 2011); Docente da especialização em Contextos Hospitalares em Terapia Ocupacional da USP-RP no módulo de infectologia e dor e cuidados paliativos; Docente responsável pelo curso de extensão “Dor e cuidados paliativos” do UniAnchieta (2010 e 2011). • Colaboradora na Associação Viva e Deixe Viver na formação de voluntários quanto ao Processo de Morrer - lidando com as perdas. • Sócia-funddadora e membro da diretoria (1a secretária) da Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.

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• Vice- Presidente da ATOESP ( Associação de Terapeutas Ocupacionais do Estado de São Paulo / gestão 2013-2016).

48. Carolina Maria do Carmo Alonso - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da USP (2009). • Doutoranda do Programa de Engenharia de Produção da COPPE-UFRJ no Brasil em co-tutela com o Institut d’Etudes du Travail de Lyon na École doctorale Sciences Sociales da Université Lumière Lyon 2 - França. • Professora assistente do Departamento de Terapia Ocupacional da UFRJ e integra os grupos de pesquisa: Desenvolvimento de Produtos e Processos (COPPE - UFRJ) e Trabalho, Tecnologia e Organização (Dept. de Engenharia de Produção da POLI-USP). • Experiência de pesquisa e docência em Terapia Ocupacional com ênfase em Ergonomia e Saúde do Trabalhador, Trabalho em Equipe Multiprofissional, Estratégia Saúde da Família, Atenção Básica, formação para o SUS e reabilitação na atenção primária.

49. Renata Rocha - Fisioterapeuta. • Especialização em fisioterapia respiratória e Acupuntura. • Fisioterapeuta especialista em acupuntura . • Conselheira suplente do Crefito 3 / SP.• Coordenadora do CERVI - São Bernardo do Campo.

50. Gisele Monnerat Tardin - Terapeuta Ocupacional. •, Atua como Terapeuta Ocupacional na Equipe de Reabilitação Profissional no INSS de São Bernardo do Campo, desde 2008.

51. Caio Cesar Benetti Filho - Médico.• Docente da Universidade do Oeste Paulista. • Experiência em Neuropediatria e atua em Neuropediatria.

52. Patricia Leite de Oliveira - Terapeuta Ocupacional.• Gestora na empresa Maxximiza Consultoria em Inclusão e Acessibilidade.• Coordenadora de RH e Treinamentos sendo responsável por Recrutamento e seleção de pessoas com deficiência e de pessoas sem deficiência, treinamento e capacitação de pessoas com deficiência, sensibilização para a convivência com pessoas com deficiência, gestão de pessoas com deficiência, mapeamento de cargos, mapeamento de acessibilidade, participação em projetos de acessibilidade,

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acompanhamento pós colocação de pessoas com deficiência, programas internos de inclusão e diversidade, conhecimento das legislações vigente sobre a inclusão de pessoas com deficiência em vários segmentos. • Atendimento ao cliente com deficiência, suporte para estratégias em marketing na atração e na valorização do consumidor com deficiência.• Conhecimento em áudio-descrição e língua brasileira de sinais.

53. Patrícia Luciane Santos de Lima- Terapeuta Ocupacional.• Pós Graduada Lato Sensu em Deficiência Visual (1998).• Pós Graduada Lato Sensu em Deficiência Física (1998).• Mestre em Psicologia da Infância e da Adolescência pela Universidade Federal do Paraná (2004). • Ocupou o Cargo de Chefe do Serviço de Terapia Ocupacional do Hospital de Clínicas da UFPR de 2000/2004, e de 2008/2012.• Vasta experiência em Saúde do Trabalhador, atuando como Perita Judicial em diversos Processos e Varas, em todo âmbito Estadual, desde 2001. • Participou da Comissão de Implantação do Curso de Terapia Ocupacional Da Universidade Federal do Paraná 1998/2000 e da Comissão de Estudos e Acompanhamento do Projeto Pedagógico do Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná 2000/2003. • Foi Colaboradora na Comissão de Educação do Crefito 8 Gestão 2002/2006.• Conselheira Efetiva do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8 ª Região - Crefito 8 - Gestão 2006/2010, integrante da Comissão de Ética e Deontologia. • Empossada Conselheira Federal Efetiva do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO - Gestão 2012/2016. • Eleita Vice Presidente do Conselho Federal De Fisioterapia e Terapia Ocupacional COFFITO - Gestão 2016/2020. • Atualmente é Terapeuta Ocupacional da Universidade Federal do Paraná, atuando no Âmbito Assistencial em saúde mental no Hospital de Clínicas, na Preceptoria da Residência em Saúda Mulher e na Supervisão Técnica do Serviço de Terapia Ocupacional, desde 2012.

54. Luis Ferreira Monteiro Neto - Fisioterapeuta / Educador Físico.• Especialista em Bases fisiológicas e biomecânicas do exercício Físico.• Especialista em Fisioterapia do trabalho - Coffito.• Mestre em Engenharia Biomédica.• Doutor em Ciências da Saúde.

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• Docente das Faculdades Integradas Padre Albino - FIPA.• Formação Internacional em IASTM e Crochetagem Mio-aponeurótica de Ekman.• Idealizador do Método Myofascial Release.

55. Priscila Blasquez da Costa Leite - Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Terapia da Mão pelo Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FM/USP (2016). • Mestranda em Saúde Pública, ênfase em Saúde, Trabalho e Ambiente pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz – ENSP/FIOCRUZ. • Experiência em Terapia Ocupacional na Reabilitação Física, Terapia da Mão, Saúde do Trabalhador e Ergonomia. • Atualmente, é Professora Substituta do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro - DTO/UFRJ. Ministra a disciplina optativa de Terapia Ocupacional em Membros Superiores, supervisiona estágio no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – HUCFF/UFRJ e na Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador – CPST/UFRJ.

56. Fernando Vicente de Pontes - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo• Especialista em Terapia da Mão e Reabilitação do Membro Superior pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo• Capacitado em Confecção e Manutenção de Órteses e Próteses para Membros Inferiores e Adequação Postural em Cadeiras de Rodas pelo Ministerio da Saúde / Sorri Bauru• Terapeuta Ocupacional do Grupo de Mão e Micro-cirurgia e Reimplantes do IOT - HC - FMUSP• Docente do curso de especialização em Terapia da Mão e Reabilitação do Membro Superior EEP - HC - FMUSP• Supervisor do Programa de Aprimoramento Profissional de Terapia Ocupacional em Traumato-Ortopedia EEP - HC - FMUSP• Membro titular e secretario (gestão 2018-2019) da Sociedade Brasileira de erapia da Mão e do Membro Superior.

57. Otávio Augusto Folha - Terapeuta Ocupacional.• Professor da Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da

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Universidade Federal do Pará. • Especialista em Docência da Educação Superior pela UEPA. • Mestre em Neurociências e Biologia Celular pela Universidade Federal do Pará. • Doutorando em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Carlos. • Membro do Grupo de Pesquisa Laboratório de Estudos em Ciência da Ocupação/ CNPQ, apresentando interesse de pesquisa na área de fundamentos da Terapia Ocupacional, Ciência da Ocupação, Atenção Primária em Saúde, Neuroplasticidade, entre outros.

58. Alessandro Rodrigo Pedroso Tomasi - Terapeuta Ocupacional.• Especialização em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2008).• Mestrado em Biociências e Saúde, com ênfase em políticas de saúde, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2013). • Doutorando em Estudos do Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (início em 2015).

59. Bruno Souza Bechara Maxta - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz (2007). • Possui Residência em Saúde da Família e Comunidade pela Universidade Federal de São Carlos (2009), sendo Espelialista em Terapia Ocupacional na Saúde da Família pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2012). • Tem experiência no campo da Saúde Coletiva e no campo da Economia Solidaria. • Docente do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

60. Rachel Azulay Leite - Terapeuta Ocupacional.• Artista plástica desde 1995.• Arteteeducadora, tendo lecionado em escola particular e oficinas de arte pelo SESC, prefeitura e Estado.• Desenvolveu um trabalho especial em brinquedo sucata.• Empreendedora na área de artesanato e ministra cursos.• Capacitação em Arteterapia pela Vivare, iniciou formação pelo ateliê Cláudia Brasil e Pós Graduação em Arteterapia pela Censupeg.• Desenvolve trabalho em saúde mental e estimulação cognitiva

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utilizando as atividades expressivas como principal ferramenta, em atendimento particular e com as famílias de crianças com distúrbios de desenvolvimento neuromotor na Casa de Apoio Ninar (SUS).

61. Márcia de Souza Rodrigues - Terapeuta Ocupacional. • Especialista em Saúde Mental. • Especialista em Didática Universitária.

62. Ângela Maria Cecim de Souza Castro Lima - Terapeuta Ocupacional.• Residência em Terapia Ocupacional pela AACD de São Paulo em 1998.• Vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Décima Sexta Região - Crefito 16.• Especialista em Psicomotricidade pela Universidade do Estado do Pará em 2001.• Preceptora da Residência Multiprofissional do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão - HU UFMA.• Hospital Universitário Materno Infantil pela EBSERH e no Hospital Municipal de Urgência e Emergência Djalma Marques. (atual)

63. Lídia Seade Vieira Maia - Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Psicomotricidade pela Universidade do Estado do Pará. • Sócia e fundadora da empresa Porthal Holístico Centro de Terapias Complementares, desde 2007. • Mestra em Reiki nos sistemas: Tradicional Usui e Tibetano, Karuna Reiki®, Seikim, Isis Seikim e Osho. • Colunista na Revista Troppo do Jornal “O Liberal” com a coluna “Estilo zen”, de Setembro/2008 a Abril/2013. • Professora de Terapias Holísticas no CESEP (2005/2009) e na Faculdade Ipiranga. • Consultora de Xuan Kong Feixin Feng Shui, Numerologia Pitagórica, Radiestesista e Radiônica. • Terapeuta nas modalidades: Meditação, Qi Gong, Cromoterapia, Florais, Massoterapia Ayurvédica, Oriental e Shiatsu.

64. Maria de Nazareth Mendes - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Saúde Materno Infantil, Universidade Federal do Maranhão – UFMA.• Especialista em Desenvolvimento Humano e Reabilitação, Universidade Federal de Pernambuco -UFPE.

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• Especialista em Gestão Empresarial, pela Faculdade Santa Terezinha-CEST.• Especialista em Administração dos Serviços de Saúde- UNAERP.• Mestre no Sistema Reiki Tradicional Usui e Tibetano – Nível 3.• Ministrante de cursos de Shantala.• Docente do Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade Santa Terezinha – CEST (1998 a 2010).• Atualmente Diretora Acadêmica da Faculdade Santa Terezinha – CEST.• Atua em Terapia Ocupacional com Consultorias, Atendimento Domiciliar e Consultório.

65. Socorro de Maria Castro - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA.• Especialista em Metodologia do Ensino Superior –UFMA.• Especialista em Desenvolvimento Humano e Reabilitaçao-UFPE.• Ministrante de cursos de Shantala.• Mestre no Sistema Reiki Tradicional Usui e Tibetano –Nível 3.• Principais aperfeiçoamentos: Neurodesenvolvimento BOBATH, BABY COURSE , Facilitação Neuromuscular – KABAT, Integração Sensorial (em desenvolvimento).• Terapeuta Ocupacional da Uti neonatal do Hospital Universitário Materno Infantil de Sao Luís – MA (2002 a 2010).• Docente do Curso de Terapia Ocupacional e Coodenadora para o Desenvolvimento dos Estágios da Faculdade Santa Terezinha – CEST (2001 a 2010).• Participou como monitora da capacitação em Atençao Humanizada ao Recém Nascido de Baixo Peso – Metodologia Canguru.• Atualmente mora em Tenerife na Espanha, atuando como consultora e ministrando cursos de formação para Terapeutas Ocupacioanais das UTI neonatais.• Autora do livro: Organização Neurocomportamental do bebê prematuro na UTI neonatal.

66. Fernanda Cristina Ferreira de Camargo - Fisioterapeuta.• Fisioterapeuta da Liga Nacional do Sono. • Atuou como Fisioterapeuta no Hospital Terciario em Itapecerica da Serra. • Atuou como Fisioterapeuta no Hospital e Maternidade São Luiz.• Atuou como Fisioterapeuta no Hospital do Servidor Público Estadual.• Diretora executiva da Physical Care.

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67. Evelin Cristina Cadrieskt Ribeiro Mello - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado em Bioengenharia pelo Programa Interunidades Escola de Engenharia de São Carlos / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo. • Experiência de atuação no campo da saúde mental como coordenadora de oficinas terapêuticas voltada para deficientes intelectuais. e experiência de atendimentos de crianças com transtornos mentais no Centro de Atenção Psicossocial Infantil de Guarulhos. • Trabalhou como terapeuta ocupacional no Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. • Foi membro fundadora da Associação Beneficente Amigos da Arca de Sorocaba, na qual atuou como coordenadora administrativa de projeto de inclusão de pessoas com deficiência intelectual. • Atualmente é docente do curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Sorocaba, ministrando as disciplinas de Desenvolvimento Adulto, Próteses, Órteses e adaptações e Práticas em terapia ocupacional IV.

68. Vanessa Ferracini - Fisioterapeuta.• Supervisora assistencial na Physical Care, São Paulo: Unidades Jardins e Itaim Bibi. • Especialista em RPG. • Especialista em Quiropraxia.

69. Ana Rita Costa de Souza Lobo Braga - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde pela Universidade de Brasília (2013). • Atualmente é professor titular da Universidade de Brasília - UnB e participa do Grupo de Estudo e Pesquisa em Atividade Motora Adaptada na Faculdade de Educação Física - UnB. • Possui experiência na área de Terapia Ocupacional em Neurologia Infantil, Inclusão Escolar e Educação.

70. Luciana Diniz Freitas- Terapeuta Ocupacional.• Terapeuta Ocupacional da Força Aérea Brasileira - FAB.• Técnica em Desenho Industrial – projeto de produtos (2003).Especialização em Tecnologia Assistiva pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (2006).

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• Fez residência na Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD (2007).• Foi responsável Técnica do setor de Terapia Ocupacional do Núcleo Integrado de Reabilitação – NIR, pelo Programa Saúde da Família.• Possui ampla experiência em atendimento de reabilitação neurológica adulto e infantil, atendimento especializado de criancas com paralisia braquial obstétrica e queimados, confecção de órteses para membros superiores, adequação postural em cadeira de rodas e sistemas de assento.

71. Gabriela Pereira do Carmo - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Ciências da Saúde, pela UNISA. • Pós Graduanda em Terapia da Mão e Reabilitação Neurológica adulta pela Ufscar. • Bacharel em Educação Física e Saúde pela Universidade de São Paulo (USP). • Pós graduada em Ciências da Performance Humana da Universidade Federal do Rio de Janeiro. • Preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde da Prefeitura de São Paulo em Terapia Ocupacional na UTI adulto. • Terapeuta Ocupacional da UTI adulto do Hospital Municipal do Tatuapé. • Terapeuta Ocupacional do Núcleo de Apoio da Saúde da Família, na região Central de SP.

72. Susilene Maria Tonelli Nardi - Terapeuta Ocupacional.• Pesquisadora Científica VI do CLR - Instituto Adolfo Lutz - São José do Rio Preto-SP. • Aperfeiçoamento Capes pelo Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru-SP (1990-1992). • Especialização em Desenvolvimento Gerencial de Unidades Básicas do Sistema Único de Saúde (SUS), Projeto GERUS. • Mestre (2004) e Doutora em Ciências da Saúde/Epidemiologia pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (2012). • Possui experiência em prevenção/reabilitação das deficiências físicas e sociais, epidemiologia, gerenciamento e educação em saúde. • Colabora na formação/capacitação/orientação de graduandos, profissionais e pós graduandos latu e stritu sensu de todo os país. Realiza pesquisas epidemiológicas em saúde publica, doenças infectocontagiosas, e reabilitação.

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• Editora chefe da Revista Hansenologia Internationalis: hanseníase e outras doenças infecciosas. • Atua principalmente nos seguintes temas: Hanseníase; Lesões Neurológicas Periféricas; Amputação; Educação em Saúde; Tuberculose.

73 . Aline Paz Perussi - Terapeuta Ocupacional.• Especialização em reabilitação física pela Unifesp e especialização em ergonomia pela Universidade Federal de São Paulo. • Atualmente é terapeuta ocupacional no Centro de reabilitação do Sesi Santo André. • Tem experiência na área de reabilitação física, terapia da mão e reabiltação esportiva.

74. Maria Fernanda dos Santos - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Saúde Coletiva pela - FMB-UNESP (2015).• Especialização/Aprimoramento em Atendimento Multidisciplinar Gerontológico e Geriátrico em Terapia Ocupacional pelo Hospital do Servidor Público Estadual - Francisco Morato Oliveira - HSPE-FMO (2007).• Experiência na área de Terapia Ocupacional, com maior ênfase no atendimento à idosos, tanto no âmbito domiciliar e instituições de longa permanência para idosos, quanto hospitalar, atuando principalmente nos temas: Terapia Ocupacional, Envelhecimento Bem Sucedido, Gerontologia e Transtornos Cognitivos/Demências. • Atual atividade profissional no CAPS AD do município de Votorantim e atividade de docência na Universidade de Sorocaba - UNISO.

75. Kátia Maki Omura - Terapeuta Ocupacional.• Especialista em Desenvolvimento Infantil pela Universidade do Estado do Pará. • Mestre em Neurociências pela Universidade Federal do Pará. • Doutora em Neurociências pela Universidade de Nápoles Federico II com pesquisa voltada para a Doença de Parkinson, neuroreabilitaçao, estresse oxidativo e inovação em Terapia Ocupacional. • Atualmente co-fundadora da Startup ApplicaTO, • Diretora financeira da Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais Regional Pará. • Membro da Comissão de Desenvolvimento Científico e Educação da Terapia Ocupacional do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 12 Região - CREFITO 12.

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• Delegada suplente da Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais junto a World Federation of Occupational Therapists -WFOT.

76. Alexandre Martinho - Fisioterapeuta.• Especializado em Fisioterapia em Gerontologia pela Universidade São Caetano do Sul, 2016 com aprimoramento nas áreas de Gestão em Saúde, Reeducação Postural Global , Pilates e Quiropraxia. • Experiência na área de Fisioterapia aplicada em Traumato-ortopedia; Desportiva; Dor Crônica; Neurologia Adulto; Programas Especiais de Saúde Mental, da Mulher e do Idoso. • Atua na Assistência Domiciliar em Fisioterapia Respiratória, Motora e Programas especiais de reabilitação.

77. José Naum de Mesquita Chagas - Terapeuta Ocupacional.• Analista do Seguro Social Terapeuta Ocupacional, tendo atuado na gestão nacional de Reabilitação Profissional do INSS e atualmente na gestão da Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho (INSS) âmbito Norte - Centro Oeste do país. • Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará, Ex-Presidente da Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais - ABRATO, gestão 2009-2011 e 2011-2013. • Ex-Delegado Brasileiro junto a Federação Mundial dos Terapeutas Ocupacionais (2007-2015).• Especialista OMS para construção de Core Set da CIF. • Foi membro do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área de Saúde - FENTAS, Membro Fundador do Fórum Nacional dos Trabalhadores do SUAS - FNTSUAS, Conselheiro Nacional de Saúde eleito para os triênios 2009-2012 e 2012-2015, foi Coordenador-Adjunto da Comissão Intersetorial de Ciência e Tecnologia do CNS e Membro do Comitê Consultivo para a Revisão da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde - ANPPS. Membro da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS - CONITEC. Ex-Consultor do Ministério da Saúde.• Experiência nacional e internacional na área de gestão de políticas públicas, atuando principalmente nos seguintes temas: redes intersetoriais, pactuação interfederativa, terapia ocupacional social, direitos humanos, saúde mental, saúde do idoso, saúde e trabalho, tecnologia assistiva, parque tecnológico em saúde, órteses e próteses, humanização dos serviços de saúde, contextos hospitalares, reforma psiquiátrica, supervisão de serviços de saúde mental e políticas públicas de seguridade social.

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78. Flavia Liberman - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994). • Doutora pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade no Programa de Psicologia Clínica da PUC- SP (2007). • Pós-Doutoranda., Universidade de Évora, UE, Portugal. Grande área: Ciências Humanas; Grande Área: Lingüística, Letras e Artes / Área: Artes; Grande Área: Ciências da Saúde / Área: Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2017).• Professor Adjunto da Universidade Federal de São Paulo, atuando tanto no Eixo específico ( TO) quanto no Eixo Trabalho em Saúde por meio de ações interprofissionais no território, no ensino de estudantes de diferentes cursos. • Tem como foco de estudo e pesquisa: Arte , Corpo e Saúde ,Trabalho em Saúde, Formação e o o Ensino em Saúde. • Docente no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde ( acadêmico) e no Programa de Pós-Graduação Ensino em Ciências da Saúde - Modalidade Profissional . Membro do Grupo de Pesquisa do CNPq “Laboratório de Estudos e Pesquisas em Formação e Trabalho em Saúde - LEPETS” da UNIFESP- Baixada Santista; do Laboratório Corpo e Arte da UNIFESP-BS e integrante do Laboratório Interinstitucional de Atividades Humanas e TO. • Tem experiência na área de Terapia Ocupacional com ênfase em atividades e recursos terapêuticos, ações e projetos junto à diferentes comunidades, voltados a promoção da saúde, utilizando principalmente o dispositivo grupal com diferentes populações e contextos. Através de abordagens corporais, dança e um repertório ligado as atividades e recursos expressivos; atua na prevenção e promoção da saúde. • Autora do Livro Danças em Terapia Ocupacional e do livro Delicadas coreografias: instantâneos de uma terapia ocupacional publicados pela Summus Editoral (2008) e de vários artigos sobre corporeidade, grupos, estudos da subjetividade e clínica.

79. Ana Teraza Costa Galvanese - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Programa de Medicina Preventiva (2010). • Possui experiência de pesquisa no campo da Saúde Mental; na interface da Saúde com a Arte e a Cultura; e em Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária.

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80. Maria Aparecida Pereira Machado - Fisioterapeuta e Educadora Física.• pós-graduada em Qualidade de Vida na Empresa, Ginástica Laboral e Ergonomia, e com MBA em Gestão de Pessoas. • Dirigente da Empresa Atitude Assessoria – única do ramo no Brasil, que possui as três certificações do ISO: 9001 (qualidade), ISO 14001 (sistema de gestão de meio ambiente) e ISO 18001 (saúde e segurança no trabalho) - especializada em desenvolver programas de qualidade de vida nas empresas.• Dirigente da Empresa Atitude Fisioterapia.• Ministra aulas para os cursos de pós-graduação da Faculdade Estácio, Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Senac, e faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Ginástica Laboral.

81. Lara Susan Silva Lima - Fisioterapeuta.• Fisioterapeuta do NASF no município de Beneditinos – PI desde 2015.• Pós-graduada em Fisioterapia Hospitalar pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) em 2015.

82. Luzianne Feijó Alexandre Paiva – Terapeuta Ocupacional.• Terapeuta ocupacional do CAPS GERAL de Eusébio –CE.• Mestre em Saúde da Família – UFC Sobral.• Residência em Saúde da Famíla e Comunidade – UECE.• Especialização em Saúde do Idoso – UECE.• Especialização em Processos Educacionais – Universidade Católica Stella Maris.• Especializanda no Método de Terapia Ocupacional – ATENEU.• Conselheira Fiscal da ABRATO-CE.• Vice Presidente do CREFITO-6.

83. Andressa Chodur - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Comportamento Motor pela UFPR. • Experiência: reabilitação cognitiva, emocional e funcional, confecção de órteses e adaptações, terapia assistida por animais, Florais de Bach.

84. Karla Adriana Ferreira Beckman - Terapeuta Ocupacional. • Especialista em Saúde Mental (UFBA) • Especialista em Medicina Tradicional Chinesa (INCISA/IMAM). • Mestranda no Programa de Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (PPGPSC/UCSAL)• Servidora Pública.

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85. Alan Senigalia - Fisioterapeuta. • Formação em Naturopatia. • Especialista em Medicina Chinesa. • Mestrando em Saúde Coletiva da Universidade Católica de Santos/SP.

86. Ana Maria Fernandes Pitta - Médica. • Doutora em Medicina Preventiva. • Docente na Universidade Católica do Salvador.

87. Clarissa Dantas de Carvalho - Terapeuta Ocupacional.• Residência em Saúde Mental Coletiva pela Escola de Saúde Pública do Ceará. • Atuação nas seguintes areas: Saúde Mental , Direitos Humanos, Social e Praticas Integrativas e Complementares de Saúde.• Professora de Yoga, Mestre Reiki, Terapeuta Comunitária, Arteterapeuta e Massoterapeuta.

88. Ana Cláudia Tavares Rodrigues - Terapeuta Ocupacional.• Mestre em Desenvolvimento Humano e Tecnologias na linha de pesquisa Tecnologias, Corpo e Cultura vinculado ao Departamento de Educação Física da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP - Campus de Rio Claro). • Possui Pós-Graduação Lato Sensu em Terapia Ocupacional na Reabilitação Física pelo Instituto Lauro de Souza Lima no Programa de Aprimoramento Profissional (PAP) e formação em Avaliação e Tratamento do Paciente Adulto com Disfunção Neurológica Baseado no Conceito Bobath. • Tem experiência na área de Neurologia Adulto e Tecnologia Assistiva, atuando principalmente, em Adequação Postural e confecção de órteses de membros superiores e adaptações. • Atualmente, é Coordenadora do setor de Terapia Ocupacional do Centro de Reabilitação SORRI-BAURU.

89. Leiliane Helena Gomes - Terapeuta Ocupacional.• Atualmente é terapeuta ocupacional da Prefeitura Municipal de Natal e professora efetiva da Universidade Potiguar. • Vice-presidente do Crefito 1.• Tem experiência nos seguintes temas: brincar; deficiencia física/ neuromotora, integração sensorial, avaliação e reabilitação cognitiva, idosos e terapia ocupacional no contexto social.

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90. Kátia Cezário da Silva - Terapeuta Ocupacional.• Especializacao em Reabilitacao aplicada a neurologica infantil –Unicamp.• Aprimoramento profissional em TO na infância (hospitalar e ambulatorial) PUCCampinas.• Extensao em Dificuldades de Aprendizagem - Universidade Complutense de Madrid.• Certificacao Internacional completa (incluindo aplicacao do sipt) WPS• Botath básico.• Botath baby course.• Integracao sensorial para bebes.• Trabalhos na AACD e Rede Lucy Montoro.

91. Lúcia Helena Soares Camargo Marciano - Terapeuta Ocupacional.• Mestrado em Reabilitação. Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Brasil. • Especialização em Especialização Terapia da Mão. Universidade de São Paulo, USP, Brasil. • Especialização em Administração dos Serviços de Saúde. Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Brasil. • Especialização em Reabilitação Profissional. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil.

92. Carolina Gomes Matarazzo - Fisioterapeuta.• Especialista em fisiologia.• Mestre em ciências da saúde pela Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP. • Fisioterapeuta pioneira no Brasil no trabalho com órteses cranianas iniciado no primeiro centro brasileiro voltado ao tratamento ortótico em 2011. • Possui diversas publicações sobre assimetrias. Responsável pela primeira clínica de intervenção precoce para assimetrias no país.

93. Dimaima Vitória Castro da Graça - Terapeuta Ocupacional. • Residência em Reabilitação Física – FAMERP.• Especialização em Terapia da Mão – USP.• Terapeuta Ocupacional Melhor em Casa – HSLG.• Delegada do CREFITO 3 – Gestão 2016-2020.

94. Álida Fernanda Corgozinho Murta Andrade – Terapeuta Ocupacional.• Vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia

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Ocupacional de Minas Gerais - CREFITO 4.• Especialista em Gestão em Saúde Pública.

95. Márcia Helena Valente da Costa – Terapeuta Ocupacional. • Especialização em Reabilitação do Membro Superior pela Universidade Tuiuti. • Especialização em Intervenção em Neuropediatria pela UFSCAR. • Especialização em Tecnologia Assistiva pela Faculdade de Tecnologia em Saúde- CIEPH. • Formação no Curso Básico de Tratamento Neuroevolutivo-Conceito Bobath. • Tem experiência na área de Terapia Ocupacional,Docência, Saúde Pública, atuando principalmente na reabilitação física. • Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Rio Preto.

96. Maria Imaculada da Costa Mendonça - Terapeuta Ocupacional.• Coordenadora do CAPS Geral do Eusébio – CE.• Especialização em Preceptoria e Tutoria em Saúde – FIOCRUZ.• Formação no Método de Terapia Ocupacional – CETO- SP.

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