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João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015
SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: REPENSANDO O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL EM MOSSORÓ (RN)
Érica Priscilla Carvalho de Lima – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) – E-mail: [email protected]
Ariana Cericatto da Silva – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE) – E-mail: [email protected]
Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Resumo
O presente estudo parte da relevância de compatibilizar o desenvolvimento do semiárido
nordestino com suas potencialidades, através da destinação de políticas públicas eficazes a
fomentar a região. A área de estudo escolhida foi o município de Mossoró, objetivando
analisar o desenvolvimento socioeconômico da cidade e seu rebatimento na dimensão
ambiental. O objetivo geral é construir os delineamentos necessários para que essa área
alcance um elevado patamar de desenvolvimento, corroborando assim o conceito de
convivência com o semiárido. Desta forma, esta pesquisa irá focar nas áreas prioritárias para o
desenvolvimento sustentável do semiárido e, especificamente, em Mossoró, ressaltando a
problemática vivenciada nessa área: desertificação, degradação das terras, desigualdades
sociais, pobreza e a questão política. Os resultados ressaltaram a importância de se pensar
estratégias voltadas para equilibrar a relação meio ambiente e o aspecto socioeconômico,
incentivando uma maior organização socioeconômica da população local, promovendo
cadeias produtivas locais e infraestrutura hídrica, além de estimular a dinamização econômica,
gerando melhorias para a população por meio da criação de emprego e renda.
Palavras-chave: Convivência com o Semiárido, desenvolvimento sustentável, Mossoró.
Abstract
This study of the importance of harmonizing the development of the semi-arid northeast with
its potential through the allocation of effective public policies to promote the region. The
chosen study area was the city of Mossoró, aiming to analyze the socioeconomic development
of the city and its repercussion on the environmental dimension. The overall goal is to build
the designs needed for this area to achieve a high level of development, thus corroborating
the concept of coexistence with the semiarid region. Thus, this research will focus on priority
areas for the sustainable development of semi-arid and specifically in Mossoró, highlighting
the problems experienced in this area: desertification, land degradation, social inequality,
poverty and political issue. The results highlighted the importance of thinking strategies for
balancing the relationship environment and the socio-economic aspect, encouraging greater
socioeconomic organization of the local population, promoting local water infrastructure and
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supply chains, and stimulate economic dynamism, creating improvements for the population
through the creation of jobs and income.
Key words: Living with the Semi-Arid, sustainable development, Mossoró.
1. Introdução
A delimitação do que hoje é a região Nordeste foi resultado da divisão territorial
político-administrativa segundo o critério de diferenciações espaciais. A definição da região
foi alicerçada em questões de cunho político, visto que foi influenciada pela postura das elites
regionais que utilizavam a problemática da seca para auferir uma série de benefícios e
vantagens (CARVALHO, 2008).
O discurso da seca foi amplamente utilizado e atribuiu ao Nordeste o estigma de
“região problema”. Soma-se a isso a própria imagem de pobreza relacionada à região e o
etnocentrismo das demais regiões com o Nordeste, em especial o Sudeste. Esse processo
implicou no que se denomina de “indústria da seca”, que refere-se à vitimização da região
pelas elites dominantes para receber recursos públicos.
Diante disso, a área do semiárido emerge como espaço potencialmente vulnerável e
central para o combate às secas. No Nordeste, mediante medidas estatais como a criação da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), foram implantadas políticas
para programas hídricos, priorizando o acúmulo das águas das chuvas em açudes para o
consumo e a continuidade das atividades produtivas (BEZERRA, 2004).
Todavia, o foco das políticas centrou-se na questão da irrigação, não sendo articulado
com um projeto amplo para o desenvolvimento sustentável da região e com pouco efeito para
reverter o atraso socioeconômico. A necessidade de ações mais abrangentes condicionou um
novo ideário para a construção de políticas públicas mais eficazes no semiárido, criando assim
a proposta de convivência com o semiárido.
A partir desse enunciado, o presente estudo partirá da pertinência de compatibilizar o
desenvolvimento do semiárido nordestino com suas potencialidades, através da destinação de
políticas públicas eficazes à fomentar a região. Sendo assim, o recorte espacial do presente
estudo será o município de Mossoró, no período de 2000 a 2014. O objetivo geral é analisar o
desenvolvimento socioeconômico de Mossoró e seu rebatimento na dimensão ambiental no
período recente, a partir da compreensão do conceito de convivência sustentável.
Este trabalho, portanto, parte da ideia defendida por Furtado (1959; 1974; 1984), o
qual ressalta que o problema central do semiárido não se encontra no ano de seca, mas no ano
bom, visto que nesse ano se formaria a “Indústria da seca”, que consistiria no enriquecimento
dos coronéis nordestinos. Ademais, o autor tira o enfoque no combate à seca para a prioridade
de fomentar a economia no semiárido.
Desta forma, esta pesquisa irá focar nas áreas prioritárias para o desenvolvimento
sustentável do semiárido e, especificamente, em Mossoró, ressaltando a problemática
vivenciada nessa área: desertificação, degradação das terras, desigualdades sociais e pobreza,
além da questão política. Diante do exposto, pergunta-se: quais políticas públicas devem ser
adotadas para reverter os principais entraves que envolvem a área semiárida nordestina?
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Diante deste questionamento, esta pesquisa justifica-se pela pertinência de se pensar
políticas públicas voltadas para atenuar a problemática vivenciada no semiárido, a qual
envolve não só a questão ambiental, mas também a social, a econômica e a política.
A construção desse trabalho foi embasada pelos seguintes procedimentos
metodológicos: revisão da bibliografia sobre a temática e levantamento de dados que
pudessem corroborar na análise do semiárido brasileiro. Em relação às fontes de pesquisa,
foram utilizadas fontes secundárias obtidas em base de dados de órgãos nacionais,
principalmente os fornecidos pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI, 2014).
O trabalho é composto por três seções: a primeira expõe o referencial teórico acerca do
semiárido brasileiro, contextualizando e caracterizando esse espaço. Na segunda seção,
descreve-se sobre a questão do desenvolvimento em Mossoró, indicando os principais
desafios e potencialidades do município, através do conceito de convivência com o semiárido.
E, por último, seguem as considerações finais do trabalho.
2. CARACTERIZANDO O SEMIÁRIDO BRASILEIRO
O semiárido brasileiro é predominante na região nordestina, caracterizado por um
extenso período seco e chuvas escassas. A elevada abrangência territorial do semiárido
intensifica a relevância de compreender como seus elementos naturais são constituídos.
Geologicamente, o semiárido é caracterizado por acentuada heterogeneidade de rochas,
devido aos denominados fatores endógenos passivos. Tais fatores “[...] representam a maneira
como as rochas estão distribuídas pela superfície e como elas exercem resistência contra os
efeitos dos processos de intemperismo e erosão” (BASTOS; CORDEIRO, 2012, p. 467).
De acordo com os dados do Ministério da Integração (2014), o Semiárido brasileiro
compreende uma área de 969.589,4 km², abrangendo 1.133 municípios de nove unidades
federativas: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe e o extremo norte de Minas Gerais (Figura 1).
Figura 1 – Dimensão geográfica do Semiárido brasileiro
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Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA); Ministério da Integração (2014).
A área do semiárido tornou-se uma das mais fragilizadas no Brasil, tendo em vista que
atravessou um processo de exploração e ocupação desenfreada que resultou no uso
indiscriminado dos seus recursos naturais. Ademais, a ação humana impactou para o
aprofundamento da problemática no semiárido, considerando-se que as atividades ali
implantadas não levaram em conta as características internas e resultaram em elevados
impactos ambientais, tais como: desmatamento, erosão, empobrecimento do solo e da
vegetação (SILVA, 2003).
Segundo Brasileiro (2009), a caatinga é predominante no semiárido nordestino e
apresenta o clima tropical semiárido, ou seja, caracterizado pela ocorrência de um período
chuvoso curto e extensos períodos sem chuva.
A vulnerabilidade do bioma é assunto recorrente nos estudos atuais, principalmente,
pela questão da desertificação atravessada na região, que de acordo com Costa et al. (2009, p.
962) pode ser definida como “[...] a degradação dos solos, dos recursos hídricos e da
biodiversidade, nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultantes de fatores
climáticos e atividades humanas”. Algumas práticas corroboram à intensificação da
fragilidade ambiental da caatinga, com destaque para: a condução da atividade agrícola
inadequada; o processo de desmatamento; infertilidade do solo; erosão, salinização e processo
de compactação do solo (BRASILEIRO, 2009).
Além dessas características, o Semiárido também é marcado pela presença de elevados
indicadores de desigualdades sociais, o que afirma a relevância da adoção de estratégias
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voltadas para atenuar a problemática deste espaço. De acordo com os dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007), 67% das famílias rurais dos estados do
semiárido não têm acesso à rede geral de abastecimento de água, pois 43% utilizam poços ou
nascentes e 24% utilizam outras formas de acesso à água. Quando se analisa a estrutura
fundiária, verifica-se a elevada concentração da terra, que justifica o elevado êxodo na região,
que segundo dados mais de 520 mil pessoas deixaram de viver nesse território nos últimos dez
anos (IBGE, 2010).
Com vistas a entender a realidade atual do semiárido brasileiro, o próximo tópico
abordará alguns dados relevantes para a análise no período recente. Pretende-se com isso
mostrar o panorama socioeconômico do semiárido e indicar as fragilidades de tal espaço.
2.1 PANORAMA SOCIOECONÔMICO DO SEMIÁRIDO NO PERÍODO RECENTE
Segundo dados do INSA, em 2014 a população estimada no semiárido atingiu
23.846.982 habitantes, representando 42,44% da população do Nordeste e 11,76% da
população brasileira. Além disso, entre 2010 e 2014 a população semiárida cresceu 5,24%,
sendo esse incremento populacional maior que o crescimento alcançado por alguns estados no
mesmo período, tais como: Ceará (4,05%); Paraíba (3,6%) e Piauí (2,06%).
A Figura 2 mostra a distribuição dos municípios do semiárido segundo o critério do
número de população. De acordo com a figura, pode-se notar que grande parcela dos
municípios se encontra em cidades de pequeno porte, haja vista que mais de 90% dos mesmos
apresentam até 50.000 habitantes. A faixa mais representativa são os municípios com 10.001
a 20.000 habitantes, que compreenderam 32,69% dos municípios.
Figura 2 – Gráfico com a distribuição dos municípios segundo a população, 2014
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15,95%
22,64%
32,69%
21,50%
5,55% 1,59% 0,09%
Até 5.000 5.001 - 10.000 10.001 - 20.000 20.001 - 50.000
50.001 - 100.000 100.001 - 500.000 500.001 - 900.000
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do INSA (2014).
Analisando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Semiárido brasileiro, em
2010, 59, 47% dos municípios apresentaram IDH baixo e 39,21% médio. Além disso, todos
os municípios apresentaram IDH menor que o encontrado no Brasil (0,727). Os dados do
IDH, por compreenderem as dimensões de longevidade, educação e renda, reforçam a
problemática socioeconômica do Semiárido.
A elevada representação da caatinga no território brasileiro, bem como a problemática
ambiental enfrentada atualmente, acentuam a relevância de pensar políticas mitigadoras.
Além da crescente importância da educação ambiental, verifica-se a busca por práticas que
contribuam para o desenvolvimento rural sustentável. Entre essas estratégias, tem-se a
agroecologia como alternativa centrada em uma agricultura inclusiva que equilibra a relação
meio ambiente x sociedade. Outras alternativas são o turismo ecológico e o manejo
sustentável de algumas matérias-primas.
2.2 O CONCEITO DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
O conceito de convivência com o Semiárido emerge como uma alternativa para o
desenvolvimento da área semiárida brasileira. Parte-se do pressuposto que esse território é
viável, sendo crucial a emergência de políticas públicas que proporcionem a dinamização
dessas áreas. Desta forma, o conceito refere-se a aplicação de ações voltadas para
compatibilizar os fatores que caracterizam esses espaços com suas potencialidades locais
(SILVA, 2003).
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A convivência com o Semiárido pode ser compreendida como estratégias voltadas
para promover o desenvolvimento sustentável dessas áreas. Um ponto essencial é que se
almeja uma nova relação entre o meio ambiente e a sociedade, visto que as melhorias sociais
só serão alcançadas mediante a redução das fragilidades dos ecossistemas locais. Desta forma,
a convivência com o Semiárido objetiva não só as melhorias nas condições de vida da
sociedade, mas uma maior participação social através da promoção da cidadania, ações
socioeconômicas adequadas, em consonância com a preservação dos recursos naturais
(LIMA; WEHRMANN, 2012).
Quando se falam sobre as áreas semiáridas, os fatores externos centrais são um bioma
predominantemente baseado na escassez do solo e com pouca chuva. A compreensão dessas
características é fundamental para a condução de políticas públicas destinadas a essas áreas.
Como salienta Filho e Souza (2006, p. 1), o grande desafio que permeia o semiárido é a
heterogeneidade existente, referindo a diferença no solo, relevo, fauna e flora. Assim, “[...]
devido à falta de informações e critérios universais não é fácil definir precisamente o conceito
e abrangência das zonas semiáridas”.
Atualmente, a problemática ambiental no semiárido refere-se ao uso de técnicas
ineficazes e atividades produtivas que comprometem as condições do solo, verificando a
erosão, desmatamento, queimadas e perdas na biodiversidade nessas áreas (MAGALHÃES et
al., 2012).
A partir da compreensão do semiárido, bem como de suas potencialidades e desafios,
emergiram algumas estratégias para um melhor aproveitamento dos recursos naturais, entre os
quais se destaca o Sistema Mandala. O projeto Mandala tem como objetivo dinamizar a
agricultura familiar de forma sustentável. Esse sistema baseia-se em uma produção
organizada em círculos concêntricos, com vistas a atenuar o uso de insumos produzidos
externamente, racionalizar os recursos hídricos e alcançar uma produção diversificada e
sustentável.
O grande desafio ao se pensar em como reverter o quadro da problemática ambiental
centra-se em encontrar políticas públicas que possibilitem compatibilizar as potencialidades
locais com um modelo que não comprometa as condições do meio ambiente, ou seja, uma
proposta sustentável e que equilibre a relação disponibilidade de recursos naturais X
dinamização do município.
Em suma, é essencial perceber que as consequências da acentuação da questão
ambiental manifestam-se não só através dos processos de desertificação, erosão, elevação da
temperatura, redução da disponibilidade de água, que já são visíveis no território estadual,
mas ocasionam também malefícios para a vida social, visto que causam doenças e elevação da
pobreza. Assim, as sugestões para a convivência no semiárido permeiam pela necessidade de
uma educação ambiental cada vez mais inclusiva e exploração equilibrada dos recursos
naturais através de práticas sustentáveis, a exemplo da agroecologia.
O Rio Grande do Norte se insere neste contexto pela acentuação da problemática que
envolve o semiárido. A problemática central reside no processo de desertificação verificado
no estado que eleva a necessidade de pensar políticas públicas que possam reverter esse
problema. Verifica-se, também, uma série de problemas ambientais constatados.
Um exemplo pode ser analisado pelo comprometimento das águas do Rio Mossoró,
segundo maior rio do Rio Grande do Norte, sendo este um exemplo da vulnerabilidade
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ambiental verificada no município. Além das ocupações irregulares, sejam moradias ou de
empreendimentos de pequenas atividades comerciais, nas margens do rio, a poluição e a
destruição da mata ciliar são impactos ambientais que agravam ainda mais o problema.
3 REFLEXÕES ACERCA DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO EM
MOSSORÓ
O município de Mossoró localiza-se, político-administrativamente, na Mesorregião
Oeste Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte. Possui uma localização estratégica por
estar centrada entre as capitais do Rio Grande do Norte e Ceará (Figura 3), na área semiárida
do estado. Mossoró é a segunda cidade mais populosa do RN, contando com mais de 250 mil
habitantes segundo censo do IBGE de 2010, que na época apresentou uma densidade
demográfica de 123,76 (hab/Km²). Segundo o Censo do IBGE (2010), a população rural do
município foi estimada em 22.574 (9%) e a urbana em 237.241 (91%).
Figura 3: Localização geográfica de Mossoró (A), Natal (B) e Fortaleza (C)
Fonte: Google Maps (2014).
A intensificação do desenvolvimento econômico de Mossoró ocorreu a partir dos anos
de 1980, quando o município se tornou palco de grandes investimentos estatais,
principalmente, com a instalação da PETROBRÁS, que aliado com o desenvolvimento da sua
atividade salineira e do seu distrito industrial, garantiu à cidade um crescimento industrial
diversificado. Além disso, nesse período ocorreu, também, a consolidação da agricultura
irrigada, constituída pelo polo Açu/Mossoró, que além de favorecer a formação do setor
agroindustrial na região, possibilitou a instalação de novas atividades e atraiu novos
habitantes para a cidade.
A análise do setor industrial em Mossoró mostra que há predominância de indústrias
intensivas em recursos naturais, que apresentam uma tendência locacional de se concentrarem
em áreas menos desenvolvidas, visto que “os custos de transporte neste segmento são
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menores para o produto final do que para a matéria-prima, atraindo a indústria para a
proximidade da base de recursos naturais” (TORRES, 1993, p. 53).
O número de empregos industriais era de 4.702, em 1990 e eleva-se para 17.724, em
2010 (Tabela 1). Um dado importante é a redução persistente da participação da atividade de
alimentos e bebidas, a qual era a mais importante em 1990, representando 50,6% dos
empregos industriais, reduzindo sua participação para 15,5%, em 2010. Em contrapartida,
verificou-se a elevação da atividade extrativa mineral no município, a qual representou 8,27%
do emprego industrial, em 1990, e passou a 21,43%, em 2010, sendo a segunda atividade com
maior participação nesse ano.
Tabela 1 - Distribuição do emprego industrial por segmento em Mossoró: 1990, 2000 e 2010*
1990 % 2000 % 2010 %
Extrativa mineral 389 8,27 2042 23,78 3.799 21,43
Mineral não metálico 493 10,48 398 4,63 863 4,87
Indústria Metalúrgica 41 0,87 171 1,99 1.897 10,70
Indústria Mecânica 4 0,09 225 2,62 419 2,36
Elétrico e comunicação 1 0,02 0 0,00 47 0,27
Material de transporte 2 0,04 26 0,30 174 0,98
Madeira e Mobiliário 171 3,64 188 2,19 358 2,02
Papel e gráfica 58 1,23 196 2,28 452 2,55
Borracha, fumo e couros 16 0,34 50 0,58 151 0,85
Indústria química 227 4,83 511 5,95 656 3,70
Indústria têxtil 176 3,74 225 2,62 185 1,04
Indústria de calçados 11 0,23 10 0,12 1 0,01
Alimentos e bebidas 2379 50,60 2942 34,26 2.751 15,52
Serviço de Utilidade pública 259 5,51 182 2,12 230 1,30
Construção civil 475 10,10 1421 16,55 5.741 32,39
Total 4.702 100 8.587 100 17.724 100 Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS, 2014).
(Adaptado pela autora)*
O extrativismo mineral elevou-se pela descoberta de petróleo na localidade do Canto
do Amaro, em 1986, que consolida a atividade petrolífera no município, tornando-o o maior
campo produtor de petróleo, em terra, do Brasil. Com isso, Mossoró consolidou o Rio Grande
do Norte como o segundo maior produtor de petróleo do país. Devido a instalação da
PETROBRÁS, Mossoró recebeu outras empresas responsáveis pela prestação de serviços
petrolíferos, aumentando a população e a pressão de oferta de trabalhos.
Outra atividade industrial importante em Mossoró é o parque salineiro que contribui,
aproximadamente, com 95% da produção brasileira de sal marinho. Essa posição de destaque
da produção de sal em Mossoró deve-se, sobretudo, a uma série de fenômenos naturais que
são ideais para a indústria salineira: solo impermeável, que garante condições propícias para a
cristalização e colheita do sal.
A construção civil vem ganhando participação no município em detrimento da perda
do segmento de alimentos e bebidas, configurando como o segmento que tem maior
representação em 2010, atingindo 32,39% naquele ano. Outra mudança, no que concerne a
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distribuição setorial do emprego em Mossoró, foi a perda da participação da atividade de
alimentos e bebidas. Essa atividade era a maior responsável pela geração de emprego no
município em 1990 (50,6%) e vem perdendo drasticamente sua participação, atingindo 15,5%,
em 2010. Verifica-se, também, a crescente participação da indústria metalúrgica, a qual
representava apenas 0,87%, em 1990, e passou a 10,7%, em 2010 (RAIS, 2014).
3.1 PERFIL AMBIENTAL DE MOSSORÓ
O IBGE, conjuntamente, com o Ministério do Meio Ambiente, realizou uma pesquisa
junto às prefeituras brasileiras para indicar o perfil da questão ambiental no território
nacional. De acordo com os dados, no Rio Grande do Norte, os problemas ambientais mais
presentes nos municípios e que afetam as condições de vida social são: presença de esgoto a
céu aberto, ocorrência de doença endêmica ou epidemia, desmatamento, presença de lixão na
proximidade de área de ocupação humana, presença de vetor de doença, contaminação de rio,
escassez de água e ocupação irregular e desordenada do território (IBGE, 2002).
A rápida urbanização de Mossoró condicionada sem a devida preocupação em
critérios ambientais resultou numa série de problemas ao município. Os dados do IBGE
(2002) reafirmam o impacto ambiental na sociedade e indicam que as alterações mais
significativas no município foram: contaminação de rio, escassez de água, doença endêmica,
presença de lixão, presença de vetor e esgoto a céu aberto. Tais resultados ratificam a
relevância de relacionar como as questões ambientais afetam a dinâmica social, pois é sobre a
população de baixa renda que incide as consequências citadas.
Quando se examina a poluição da água em Mossoró, as principais justificativas são:
criação de animais, além de despejos de esgotos doméstico e resíduos sólidos. A poluição do
rio Apodi-Mossoró representa o elevado nível da problemática ambiental no município, visto
que, além dos pontos citados, o rio está sofrendo um processo de assoreamento, diminuição da
sua mata ciliar e contaminação no perímetro urbano da cidade, ou seja, espaço habitado por
uma parte da população de Mossoró. Oliveira e Queiroz (2008, p. 9) sintetizam as principais
fontes da poluição do rio:
[...] as principais causas da poluição e degradação ambiental desse manancial, são o
desmatamento da mata ciliar e a retirada de areia para a construção civil; lavagem de
veículos e banho de animais; lixo depositado nas margens do rio; lançamento de
esgotos domésticos e de oficinas. O desmatamento da mata ciliar deixa as margens
do rio desprotegidas sendo causa do assoreamento. A retirada de areia, insumo
utilizado em larga escala na construção civil, provoca a redução de diversas espécies
da fauna e flora aquática, reduzindo a biodiversidade aquática do rio.
Os dados do IBGE (2002) mostraram, também, que a paisagem do município acabou
por ser alterada devido ao conjunto de problemas apresentados. Com destaque para a
atividade de extração mineral, a construção civil (empreendimentos imobiliários) e pela
ocupação irregular do solo. Tais evidências intensificam a necessidade de um quadro
institucional estruturado para garantir que os critérios legais sejam obedecidos. Oliveira e
Queiroz (2008) enfatizam que indústrias sem o licenciamento ambiental, desmatamento,
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lançamento de esgotos, são alguns fatores irregulares presentes no município e que
contribuem para o cenário caótico visível em Mossoró.
As questões ambientais em Mossoró estão ganhando grandes proporções devido a
intensa deterioração dos recursos naturais e a existência de atividades de grande impacto,
como a indústria petrolífera, que, em conjunto, geram o assoreamento e poluição dos cursos e
espelhos d'água já observados na cidade (SILVA, 1993). O desenvolvimento de uma série de
atividades industriais em Mossoró resultou num crescimento econômico, refletido nos
crescentes PIB e empregos industriais. Entretanto, as administrações públicas estaduais e
municipais não têm levado em conta os danos ambientais que se multiplicam no espaço
geográfico do município (OLIVEIRA; QUEIRÓZ, 2008).
Mossoró é, atualmente, uma das principais cidades do interior nordestino, atraindo
grandes investimentos nacionais. Ademais, o município apresenta um grande potencial
econômico, tendo como uma tríade: o sal, a fruticultura e o petróleo, que são os alicerces da
economia municipal. Contudo, as atividades econômicas desenvolvidas na região vêm
acarretando mudanças na paisagem ambiental. Como afirma Petta et al. (2007, p. 1-2):
Os mangues, definidos como área de preservação permanente por legislação
ambiental nacional, após a implantação das salinas há mais de 50 anos, foram
devastados, e hoje grande parte dessas áreas encontram-se ocupadas pelos viveiros
de camarão. A área de caatinga, começa a ser ocupada também pela atividade da
carcinicultura e principalmente pelo petróleo. Consequentemente a utilização de
agrotóxicos nas áreas agricultáveis de fruticultura e o comprometimento do aquífero
pelo uso descontrolado da água; a exploração intensiva pela Petrobrás com
desmatamento indiscriminado, vazamentos de óleo, enterro de refugos sem o menor
cuidado ambiental e lançamento de dejetos no Rio Mossoró, vêm contaminando
vastas áreas e degradando o ambiente estuarino e favorecendo o processo de
desertificação.
O comprometimento das águas do Rio Mossoró, segundo maior rio do Rio Grande do
Norte, é um exemplo da vulnerabilidade ambiental verificada no município. Além das
ocupações irregulares, sejam moradias ou de empreendimentos de pequenas atividades
comerciais, nas margens do rio, as poluições e a destruição da mata ciliar são agravantes dessa
situação.
A construção civil, segunda maior atividade industrial do município e requerido pela
administração municipal, serve como indicador para o desenvolvimento urbano, gerando uma
série de impactos ambientais, em especial, devido a verticalização urbana de algumas áreas
elitizadas de Mossoró. O forte e contínuo movimento de construções de novos conjuntos
habitacionais, fruto do crescimento urbano, vem impermeabilizando o solo local, promovendo
o desaparecimento da vegetação, além do elevado desperdício de água (PETTA, 2007).
Assim, as fragilidades institucionais aliadas a um conjunto de indústrias, baseadas na
exploração desenfreada dos recursos naturais, criam um contexto de elevada vulnerabilidade
em Mossoró. As consequências não se limitam à mudança da paisagem já verificada no
município, mas abrange a diversidade ambiental e as condições de vida da sociedade.
3.2 ESTRATÉGIAS PARA A CONVIVÊNCIA SUSTENTÁVEL EM MOSSORÓ
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O desenvolvimento da região semiárida deve ocorrer em paralelo com a afirmação da
sua capacidade endógena de crescimento econômico, ou seja, tal área deve ser vista como um
espaço potencialmente viável. Sintetizando, “[...] do ponto de vista da dimensão econômica, a
convivência é a capacidade de aproveitamento sustentável das potencialidades naturais, em
atividades produtivas, apropriadas ao meio ambiente” (SILVA, 2006, p. 234).
Com vistas a alcançar uma relação harmônica no semiárido, uma série de estratégias
podem ser adotadas. Inicialmente, deve-se priorizar a educação ambiental, pois esta funciona
como elemento que moldará ações conscientes da sociedade no meio ambiente. Um ponto
essencial é que essa relação de ensino e aprendizagem envolve condicionantes culturais e
historicamente constituídos, assim seus efeitos serão visíveis gradualmente.
Dessa forma, o conhecimento previamente constituído precisa ser complementado
pelas novas tecnologias que favorecem a descoberta de novas formas para o aproveitamento
do solo e dos recursos naturais. Sendo assim, a complementaridade do conhecimento
tradicional e do moderno possibilita um aprofundamento dos estudos sobre as práticas mais
adequadas para o semiárido.
No caso de Mossoró, a convivência sustentável envolve a superação dos desafios
ambientais e a adoção de métodos produtivos que promovam maior equilíbrio no acesso aos
recursos naturais. Silva (2006) cita alguns exemplos práticos, tais como: agroecologia; uso
sustentável da Caatinga; ações associativas e cooperativas; criação de pequenos animais.
Para promover o uso sustentável dos recursos naturais no município é necessário,
primeiramente, encontrar uma relação que compatibilize os ecossistemas naturais com o
aspecto socioeconômico. É fundamental entender que a convivência sustentável com o
semiárido perpassa por esse ponto, ou seja, não pode-se dissociar o aspecto ambiental dos
demais, tais como: socioeconômico, político, cultural, entre outros. Um exemplo desse ponto
é adoção de programas voltados para ampliar a educação ambiental, objetivando o
disciplinamento da dimensão ambiental na sociedade. Outro ponto central que surge é a
relevância de ações voltadas para a gestão dos recursos hídricos com vistas a aumentar o
acesso à água para a população.
Outro ponto essencial é a prioridade à organização social que favorece a inserção da
população no processo decisório. Deste ponto surge a relevância de incentivar o
associativismo e o cooperativismo, que favorecem a melhoria do bem-estar social e
contribuem para que a população seja vista como parte integrante do processo.
Em suma, as ações devem ser centradas no manejo sustentável do ecossistema, priorizando
modelos produtivos de convivência com o semiárido. Um ponto central é que as políticas
públicas criadas para o semiárido devem ser focadas em estratégias de gerir bem os recursos
naturais, promovendo uma maior eficiência no uso e criando condições sustentáveis para o
seu manejo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A problemática ambiental é um debate recorrente e central na pauta da agenda pública.
No Semiárido este problema passou a ser visto por diversos atores sociais que passaram a
priorizar o aspecto da sustentabilidade ancorado por estratégias que almejam a convivência
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com o semiárido. Esse conceito refere-se a ações que visam uma maior dinamização de
cadeias produtivas, interligadas por programas que ampliem a infraestrutura hídrica.
Diante desse discurso, o presente trabalho descreveu como o cenário econômico
impactou o meio ambiente, em Mossoró. Além disso, baseando-se no conceito de convivência
com o semiárido, foram elencadas algumas estratégias voltadas para conviver com as
particularidades do município, através da adoção de ações tradicionais e o desenvolvimento
de novos modelos produtivos através de métodos mais adequados, com vistas a melhorar as
condições de vida da sociedade.
Em suma, devem-se priorizar ações voltadas para equilibrar a relação meio ambiente e
aspecto socioeconômico, mediante estratégias que reduzam as deficiências trazidas pelas
condições climáticas internas à região semiárida, incentivando uma maior organização
socioeconômica da população local, promovendo cadeias produtivas locais e infraestrutura
hídrica, além de estimular a dinamização econômica, gerando melhorias para a população por
meio da criação de emprego e renda.
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