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Controle Tecnolgico da Qualidade da Camada de Concreto Rolado Concreto rolado Ø um concreto de consistŒncia seca, tipo farofa, e trabalhabilidade que lhe permita ser espalhado com vibroacabadora de asfalto, distribuidora de agregados ou motoniveladora e adensado por rolos compressores. O controle tecnolgico constarÆ de duas etapas: 1“ - controle preventivo: concreto como material 2“ - controle de verificaªo: concreto no pavimento Existe uma relaªo de interdependŒncia entre as duas etapas, ou seja, o sucesso ou insucesso de uma delas implicarÆ o sucesso ou insucesso da outra. Da a importncia de ambas serem bem cumpridas para garantir a qualidade da obra. 1 CONTROLE PREVENTIVO 1.1 Recebimento e estocagem dos materiais No laboratrio, verificar se as amostras recebidas estªo de acordo com as normas de amostragem pertinentes (NBR 5741 - cimento e NBR 7216 - agregado). A amostragem da Ægua disponvel deverÆ estar conforme a NBR NM 137. Verificar se a quantidade de cada material Ø suficiente para a realizaªo dos ensaios programados. Observar se nas amostras estªo indicados a procedŒncia, o fornecedor e as caractersticas de cada material, alØm da data da coleta. Verificar se o cimento estÆ em local apropriado, livre de umidade, e os agregados estocados em baias separadas, de modo a nªo se contaminarem, o que acarretaria alteraªo em suas caractersticas fsicas individuais. 1.2 AnÆlise dos materiais e dosagem do concreto rolado Ensaiar o cimento e os agregados em laboratrio idneo, onde serªo emitidos certificados comprobatrios da qualidade de cada um, no que toca ao atendimento dos limites normativos. O cimento, dependendo do tipo, deverÆ atender NBR 5732 (cimento comum), NBR 11578 (cimento composto), NBR 5735 (cimento de alto- forno), NBR 5736 (cimento pozolnico), ou NBR 5733 (cimento de alta resistŒncia inicial). Os agregados miœdo e graœdo deverªo obedecer aos limites fsicos da NBR 7211, com a dimensªo mÆxima caracterstica do graœdo igual a 38 mm. Em caso de suspeita, fazer ensaios qumicos para verificaªo da reatividade do agregado graœdo com os Ælcalis do cimento e dos limites de substncias qumicas nocivas no agregado miœdo e na Ægua. Verificar se os equipamentos de mediªo do laboratrio estªo devidamente aferidos, ressaltando-se a prensa de ensaio, que deverÆ ter certificado de aferiªo dentro do prazo-limite de validade de 6 meses. Para a dosagem do concreto rolado, fazer sua curva de compactaªo, com faixas de umidade entre 4 % e 7,5 %, para determinaªo da massa especfica aparente seca mÆxima e umidade tima, parmetros mais importantes da dosagem. Estabelecer a composiªo granulomØtrica do agregado total, obtida por ajuste em funªo de faixas de referŒncia determinadas para outras obras ou de uma particular definida, que deverÆ ser mantida ao longo da obra. Elaborar a curva de Abrams para trŒs consumos diferentes, definindo-se aquele que atende resistŒncia mecnica especificada, da maneira mais econmica. PR - 2 - CONTROLE TECNOLGICO DA QUALIDADE DA CAMADA DE CONCRETO ROLADO 1 Fascculos ColecionÆveis PR`TICA RECOMENDADA PR - 2

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Controle Tecnológico da Qualidade daCamada de Concreto Rolado

Concreto rolado é um concreto de consistênciaseca, tipo �farofa�, e trabalhabilidade que lhepermita ser espalhado com vibroacabadora deasfalto, distribuidora de agregados oumotoniveladora e adensado por roloscompressores.O controle tecnológico constará de duas etapas: 1ª - controle preventivo:

concreto como material 2ª - controle de verificação:

concreto no pavimento

Existe uma relação de interdependência entreas duas etapas, ou seja, o sucesso ou insucessode uma delas implicará o sucesso ou insucessoda outra. Daí a importância de ambas serem bemcumpridas para garantir a qualidade da obra.

1 � CONTROLE PREVENTIVO

1.1 Recebimento e estocagem dosmateriaisNo laboratório, verificar se as amostras recebidasestão de acordo com as normas de amostragempertinentes (NBR 5741 - cimento e NBR 7216 -agregado). A amostragem da água disponíveldeverá estar conforme a NBR NM 137.Verificar se a quantidade de cada material ésuficiente para a realização dos ensaiosprogramados.Observar se nas amostras estão indicados aprocedência, o fornecedor e as característicasde cada material, além da data da coleta.Verificar se o cimento está em local apropriado,livre de umidade, e os agregados estocados embaias separadas, de modo a não secontaminarem, o que acarretaria alteração emsuas características físicas individuais.

1.2 Análise dos materiais e dosagem doconcreto roladoEnsaiar o cimento e os agregados em laboratórioidôneo, onde serão emitidos certificadoscomprobatórios da qualidade de cada um, no quetoca ao atendimento dos limites normativos. Ocimento, dependendo do tipo, deverá atender àNBR 5732 (cimento comum), NBR 11578(cimento composto), NBR 5735 (cimento de alto-forno), NBR 5736 (cimento pozolânico), ou NBR5733 (cimento de alta resistência inicial). Osagregados miúdo e graúdo deverão obedecer aoslimites físicos da NBR 7211, com a dimensãomáxima característica do graúdo igual a 38 mm.Em caso de suspeita, fazer ensaios químicospara verificação da reatividade do agregadograúdo com os álcalis do cimento e dos limitesde substâncias químicas nocivas no agregadomiúdo e na água.Verificar se os equipamentos de medição dolaboratório estão devidamente aferidos,ressaltando-se a prensa de ensaio, que deveráter certificado de aferição dentro do prazo-limitede validade de 6 meses.Para a dosagem do concreto rolado, fazer suacurva de compactação, com faixas de umidadeentre 4 % e 7,5 %, para determinação da massaespecífica aparente seca máxima e umidadeótima, parâmetros mais importantes da dosagem.Estabelecer a composição granulométrica doagregado total, obtida por ajuste em função defaixas de referência determinadas para outrasobras ou de uma particular definida, que deveráser mantida ao longo da obra.Elaborar a curva de Abrams para três consumosdiferentes, definindo-se aquele que atende àresistência mecânica especificada, da maneiramais econômica.

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Os consumos de cimento para uma mesmaumidade deverão variar de 85 a 120 kg/m3 (CRcomo sub-base), estendendo-se até 180 kg/m3

(CR como base revestida) e de 140 a 380 kg/m3

(CR como base e revestimento).A energia de compactação a ser adotada namoldagem dos corpos-de-prova cilíndricos ouprismáticos é a normal, com soquete de 4,5 kg ealtura de queda de 45 cm. Os corpos-de-provacilíndricos de 15 cm x 30 cm, para os ensaios deresistência à compressão, serão moldados em 5camadas com 30 golpes cada.A moldagem dos corpos-de-prova prismáticos de15 cm x 15 cm x 50 cm, para os ensaios deresistência à tração na flexão, quandonecessários, será feita em duas camadas, cadauma delas recebendo 160 golpes do mesmosoquete.Proceder ao acabamento superficial do CRpeneirando-se o concreto sobre a superfície daúltima camada com a peneira de 4,8 mm erasando-se essa camada com uma réguametálica biselada.Após a moldagem, levar os corpos-de-prova paraa câmara úmida ou tanque de cura, ondepermanecerão até a data do ensaio.Definido o traço, será emitido um certificado dedosagem do qual constará uma nota importante,dizendo que o traço definido em laboratóriodeverá ser testado com o equipamento da centraldo canteiro de obras, ou da central fornecedora,para verificação da manutenção de suascaracterísticas ou para um possível ajuste. Estaverificação é precedida pela observação daadequada estocagem dos materiais constituintesno campo: o cimento em silos ou em depósitoscom ambiência apropriada, em pilhas de nomáximo 10 sacos e sobre estrados a pelo menos30 cm do chão, e os agregados em baias ou emsilos separados conforme sua graduação.Constatar também se o fornecedor é o mesmo ese a graduação e a procedência são as mesmasdaqueles levados ao laboratório para ensaios edosagem. Somente depois dessas verificaçõesa produção poderá ser liberada para a execuçãoda camada.

1.3 Equipamento de mediçãoVerificar se a balança da central do canteiro estáaferida, comprovada por certificado doresponsável pela aferição.Observar se o laboratório de campo tem de igualmodo equipamentos em boas condições, com osde medição também devidamente aferidos comoos do laboratório central responsável pela análisedos materiais e pela dosagem original.

1.4 Equipamento de execuçãoInspecionar o equipamento mínimo especificadopara transporte, espalhamento e adensamentodo concreto rolado.No caso de transporte por caminhão-basculante,exigir sua cobertura com lona para evitar perdaexcessiva de umidade por evaporação, o queprejudicará a compactação. Caso a distância detransporte seja considerável, com tempo acimade 30 minutos, e dependendo das condiçõesclimáticas (calor, baixa umidade relativa do ar evento constante), utilizar caminhão-betoneira, porter capacidade misturadora e de reposição daágua evaporada, caso necessária.Verificar as condições do equipamentoespalhador do CR (vibroacabadora de asfalto,distribuidora de agregado ou motoniveladora) edo rolo compactador liso vibratório autopropelido(de 10 t a 15 t).

Figura 1 � EnsaiosDosagem do

concreto everificação de suas

características

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1.5 Umidade dos agregadosVerificar a umidade dos agregados em todo iníciode produção, sendo que a do agregado miúdodeverá ser verificada pelo menos 3 vezes ao dia:no início, no meio e no fim da produção, ouquando houver variações sensíveis dascondições climáticas durante o período deprodução.No concreto rolado é de suma importância paraa compactação a manutenção da umidade ótima,ou que pelo menos esteja dentro dos limitesprescritos de variação em torno dela. Éextremamente necessário, portanto, o perfeitoentrosamento entre o laboratório de controle e acentral produtora.Medir a umidade dos agregados de acordo coma NBR 6467 � Método da Frigideira. Admite-setambém o uso do Método Expedito (Speedy) paraa determinação da umidade do agregado miúdo,desde que se façam ensaios paralelos de modoa aferi-lo com os resultados da frigideira.

1.6 Produção do concreto (condições)O concreto rolado deverá ser produzido,preferencialmente, em central gravimétrica, cujaprodutividade deverá estar regulada para sercompatível com a capacidade produtiva daequipe de execução da camada.Permite-se a dosagem volumétrica, em centralcom produção satisfatória, desde que hajamedidor de água, com os agregados medidosem volume, por meio de padiolas ou outrorecipiente devidamente cubado, em relação aosaco de cimento. Nesse caso, medir a umidadeda areia no mínimo 2 vezes por dia, pela manhãe à tarde, e determinar sua curva de inchamentoem laboratório, para definição do coeficiente deinchamento e da umidade crítica. Confeccionar2 padiolas a mais de areia, para 1 pontoporcentual acima e abaixo da umidade crítica,visando o esmero no controle. Além disso, proíbe-se o coroamento das padiolas, devendo sertotalmente preenchidas e rasadas com régua ousarrafo resistente, a fim de manter a uniformidadedo traço.Verificar diariamente a mescla granulométrica doagregado (mistura do agregado total), conformeditames da NBR 7217, para confirmar seu

enquadramento na faixa de referênciaestabelecida na dosagem. Entretanto, caso sejaimpraticável fazê-lo diariamente, em razão de umgrande volume diário de produção, e se sãomantidos o mesmo fornecedor, a mesmaprocedência e as boas condições dos agregados,esse ensaio granulométrico de verificação poderáser realizado uma vez por semana.Fazer a verificação da massa específica aparenteseca máxima e da umidade ótima da mescla dosagregados sempre que houver alteração nadistribuição granulométrica dos agregados.Executar pelo menos uma vez por semana oensaio de compactação, posto que o monito-ramento do valor da massa específica aparentemáxima seca em concordância com os parâ-metros de dosagem é primordial para a obtençãodo grau de compactação e, por extensão, daresistência mecânica do concreto. A norma a serseguida é a NBR 7182 (ou DNER 40).Dar ciência imediata dos resultados ao controlede pista.Em usinas volumétricas, controlar o consumo decimento por vazão, em que pese poder provocarvariações no fornecimento do cimento, pois avazão é alterada devido à variação da pressãointerna do silo.Ajustar a vazão por abertura ou fechamento dasaída do silo e exigir que a proporção cimento :agregado seja monitorada pelo menos 2 vezespor dia.Esse controle pode ser facilitado estabelecendo-se previamente o grau de abertura da saída dosilo de acordo com a massa de cimento dentrodele. A verificação do consumo de cimento noinício e no meio da jornada é procedida daseguinte forma:

Na usina, liberar apenas o cimento em toda aextensão da esteira, desde a saída do siloaté a entrada do misturador;Selecionar uma faixa de 2 m, recolher epesar o cimento, cuidando para não perdermaterial;Limpar a esteira e liberar a composição dosagregados, tomando uma porção na mesmaregião tomada para o cimento;

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Figura 2 � Central gravimétrica dosadora

Figura 3 � Transporte por caminhão-basculante

Figura 4 � Transporte por caminhão-betoneira � descargana pista

Secar o agregado e fazer a proporção emmassa entre cimento e agregado;Comparar com o valor de dosagem e ajustara usina, caso necessário.

1.7 Qualidade do concreto frescoControlar a umidade do CR na usina a cadacaminhão, até três resultados consecutivosconstantes, passando a cada quatro caminhõesapós a obtenção da constância de resultados.Verificar a perda de umidade até a chegada docaminhão na pista, no início e no meio da jornadade trabalho.No transporte por caminhão-basculante, exigirsua cobertura com lona para reduzir essa perda,conforme já dito anteriormente.Para determinação da umidade lança-se mão doMétodo da Frigideira (NBR 6467).O critério de aceitação baseia-se na umidadeótima, com tolerância de 1 ponto porcentualquanto ao desvio em torno dela, e na avaliaçãoda perda de umidade até a pista.

2 - CONTROLE DEVERIFICAÇÃO (NA PISTA)

Registrar todo concreto recebido na obra,identificando-se cada caminhão, o volume deconcreto, a hora de adição de água, a hora delançamento e compactação.Formar lotes representativos de áreas quepoderão variar de 1.000 m2 (mínima) a 5.000 m2

(máxima), dependendo da produção diária.Verificar previamente a área demarcada pelatopografia e fazer um croqui da área executada.Amostrar o concreto no caminhão-basculantepara o ensaio de umidade, antes do lançamento,evitando-se, assim, recebimento de material emdesacordo com esse pré-requisito. Antes, avaliarvisualmente a homogeneidade do concreto.Fazer a coleta em pontos diversos, evitando-sea parte superficial, e acondicionar o concreto emsaco plástico para preservação da umidade.No caso de transporte em caminhão-betoneira,coletar a amostra num carrinho-de-mão, apóspequena descarga do concreto para esse fim.

Para o controle da umidade na pista, faz-se aamostragem como na usina, ou seja, a cadacaminhão até a constância de três resultadosconsecutivos, passando-se, então, à amos-tragem a cada quatro caminhões. Adotar oMétodo da Frigideira (NBR 6467).O desvio máximo permitido em relação àumidade ótima para aceitação é de 1 pontoporcentual.Concreto rolado com umidade fora do limite noramo úmido pode ser aproveitado sem riscos,com a espera para a perda de umidade, desde

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Figura 5 � Amostragem do concreto no caminhão-basculante e acondicionamento em saco plástico

Figura 6 � Seqüência da amostragem no caminhão-basculante, antes do lançamento

Figura 7 � Coleta de amostra na pista, durante oespalhamento com vibroacabadora de asfalto

Figura 8 � Espalhamento do concreto com motoniveladora

Figura 10 � Espalhamento do concreto com vibroacabadorade asfalto

que esteja dentro do tempo hábil de utilização(cerca de 3 horas, dependendo do tipo de cimentoe da ação de aditivo retardador porventurautilizado).Rejeita-se o concreto rolado com umidade abaixodo limite no ramo seco, quando transportado porcaminhão-basculante, posto que a água seráinsuficiente para hidratar o cimento e dificilmenteserá atingido o grau de compactação. No casode caminhão-betoneira, por ser misturador e serdotado de reservatório de água com medidor,pode-se aceitar o concreto após adiçãocontrolada de água (sem exceder ao prescritona dosagem), até que se enquadre dentro doslimites de umidade especificados.Proteger do vento a balança utilizada no campopara a pesagem da amostra de concreto para oensaio de umidade.

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Figura 10 � Após a coleta na pista, corpos-de-prova jámoldados e devidamente protegidos

Figura 11 � Controle da umidade do concreto � barraca deapoio

Figura 12 � Balança protegida do vento, durante adeterminação da umidade do concreto

Figura 13 � Moldagem de corpo-de-provacilíndrico, com soquete de 4,5 kg, na energianormal (após liberação da umidade)

Figura 14 � Acabamento da última camada do corpo-de-prova com régua metálica biselada

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Figura 15 � Peneiramento do concreto sobre a últimacamada, utilizando-se a peneira de 4,8 mm, para oacabamento visto na figura anterior

Figura 16 � Abertura do furo para o ensaio dograu de compactação

Figura 17 � Coleta do concreto retirado do furo, com osdevidos cuidados para não perder material, eacondicionamento em saco plástico

Figura 18 � Ensaio do grau de compactaçãocom frasco de areia

Figura 19 � Quantidade de areia no furo durante o ensaio

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Figura 20 � O grau de compactação irá depender daumidade do concreto, do tipo de rolo compactador, donúmero de passagens e do procedimento de operação dorolo

Figura 21 � Ensaio de resistência mecânica (compressãosimples e tração na flexão), em prensa computadorizada

Figura 22 � Molhagem da camada de concreto rolado,antes da aplicação da cura

Figura 23 � Cura do concreto com pintura betuminosa

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fck, est ≥ fck

ou

fctMk, est ≥ fctMk

Para a moldagem dos corpos-de-provadestinados aos ensaios para controle daresistência mecânica, pode-se fazer a coletaapós o lançamento e espalhamento, antes dacompactação. Durante a moldagem a amostracoletada permanece em saco plástico fechadoou, quando no carrinho-de-mão, cobri-lo complástico.Para os ensaios de resistência mecânica faz-sea amostragem de todo caminhão, após liberadospelo ensaio de umidade.Dependendo da produção da obra, cada lote serácorrespondente a 1.000 m2 (mínimo) ou 5.000 m2

(máximo) de pista.As amostras serão constituídas por um mínimode 6 exemplares de 2 corpos-de-prova cada, porlote.Fazer a moldagem para o ensaio de resistênciaà compressão axial utilizando-se moldescilíndricos de 15 cm x 30 cm, em 5 camadas,cada uma delas recebendo 30 golpes de umsoquete com massa de 4,5 kg, de uma altura dequeda de 45 cm, o que corresponde à energianormal de compactação (DNER 40 e NBR 7182).Se exigido o controle da resistência à tração naflexão, caso do concreto rolado como base erevestimento ou base revestida, a moldagem seráfeita em moldes prismáticos de 15 cm x 15 cm x50 cm, em 2 camadas, cada uma delasrecebendo 160 golpes do mesmo soqueteprecitado (energia normal).Faz-se o acabamento dos corpos-de-provapeneirando-se concreto no topo da últimacamada e rasando-a com uma régua metálicabiselada.Após a moldagem, colocar os corpos-de-provaem local seguro, livre de vibrações e cobertoscom plástico ou película de cura, até seremenviados para o ensaio de resistência mecânica.Os ensaios de resistência mecânica obedecerãoao preconizado nas normas NBR 5739(compressão) e NBR 12142 (tração na flexão).

Quanto à resistência mecânica, a aceitaçãoautomática da camada de concreto rolado se daráquando:

em que:

fck, est = resistência característica àcompressão simples estimada,obtida por tratamento estatístico dosresultados da amostra;

fck = resistência característica àcompressão simples especificada(ou de projeto);

fctMk, est = resistência característica à traçãona flexão estimada, obtida portratamento estatístico dosresultados da amostra;

fctMk = resistência característica à traçãona flexão especificada (ou deprojeto).

Se a camada de CR for rejeitada devido àresistência característica estimada ser inferior àespecificada, extraem-se pelo menos 6exemplares de corpos-de-prova da pista, comidade mínima de 14 dias, realizam-se novosensaios de resistência mecânica e calcula-se anova resistência característica. Havendo novarejeição, toma-se uma das seguintes atitudes:

demolição e reconstrução; reforço da camada.

Antes do espalhamento, verificar o nivelamentotopográfico do subleito, com o objetivo de garantira espessura mínima da camada de concretorolado.Observar a colocação das linhas sensoras nasbordas longitudinais do pavimento, para controleda espessura do colchão fofo e da camadacompactada. Essas linhas (cabos de aço) devemobedecer a alinhamentos e cotas definidos em

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GCest ≥ 100 %

hm ≥ h e ∆ h ≤ 0,10 h

projeto, esticadas e apoiadas em hastesmetálicas fixadas na camada inferior, espaçadasde 5 m, de modo a evitar catenária.As espessuras do colchão fofo e da camadacompactada podem também ser controladas poraltimetria ou, quando o espalhamento for manuale regularizado por sarrafo, em obras de poucovolume, por meio de colocação de mestras demadeira.Para atingir a espessura de projeto, o colchãofofo deverá ter espessura cerca de 20 % a 25 %maior do que a de projeto.Para o controle de compactação da camadade concreto rolado, cada lote corresponderá a1.000 m2 (mínimo) ou 5.000 m2 (máximo) de pista,executando-se no mínimo 6 ensaios decompactação por lote, imediatamente após acompactação, conforme o Método do Frasco deAreia (NBR 7185), ou por meio de densímetronuclear. Os ensaios obedecerão à seguinteordem: borda direita, eixo, borda esquerda, eixo,borda direita (nas bordas, a 1 m delas).Poderá ser aceita a liberação por ponto (1 ensaiopara cada 10 m de pista, em local determinadopela fiscalização).A aceitação automática quanto ao grau decompactação se dará quando:

em que:

GCest = grau de compactação estimado,obtido pelo tratamento estatístico dosresultados do ensaio.

Se GCest < 100 % e qualquer GCi (valorindividual) < 100 % ⇒ rebater o trecho. Se GCest < 100 % e todos GCi ≥ 100 % ⇒

reensaiar o trecho. Se do reensaio resultar GCest≥ 100 % ou todos os GCi ≥ 100 %, mesmo comGCest < 100 % ⇒ trecho aceito. Se do reensaio continuar ocorrendo GCest < 100

% e qualquer GCi < 100 % ⇒ rebater o trechoaté que se consigam as condições de aceitação.

NOTA IMPORTANTE: a recompactação dotrecho será permitida somente se o concreto nãotiver atingido o final de pega (em torno de 6horas).Assim, se essas operações de execução e decontrole não forem ágeis, a fiscalização podeoptar pela liberação do trecho por ponto, devendocada ponto ensaiado apresentar GC ≥ 100 %.Na coleta do material, tomar cuidado para orecolhimento de todo o concreto do furo, limpandoas ferramentas e as bandejas e colocando todoo material dentro de saco plástico, para nãoperder umidade.Manter o frasco calibrado (massa específica daareia), cheio com areia seca e na granulometriacorreta.Calibrar periodicamente o valor da quantidadede areia do funil.Para a compactação da camada de concretorolado util izam-se rolos lisos vibratóriosautopropelidos de 10 t a 15 t.Verificar o número necessário de passagens porfaixa do rolo para atingir o grau de compactação(normalmente de 3 a 6), que deverá serestabelecido no início da compactação. A primeirapassagem é sempre sem vibração, apenas paraacamar o material solto.Para o controle geométrico, respeitar osmesmos lotes do controle de compactação e amesma amostragem, ou seja, medindo-se aprofundidade dos furos de compactação ourealizando medidas topográficas altimétricas,com nivelamento dos eixos e das bordas a cada20 m, após as operações de espalhamento ecompactação (ver norma de ensaio DNER 40 -Manual de Pavimentos Rígidos, vol. 1).

Para aceitação automática do lote:

em que: hm = espessura média dos valores medidos; h = espessura de projeto; ∆h = variação da espessura em relação à de

projeto.

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Quanto à cura do concreto rolado, verificar seo material atende às especificações de projeto,se o equipamento espargidor está regulado e sehá utilização de abas protetoras, as quais evitarãoa perda excessiva do produto pela ação do vento.Na inspeção para observação da manutenção dataxa de aplicação e da homogeneidade da cura,fazer duas verificações diárias, no mínimo, sendovisual a da homogeneidade.Para o ensaio da taxa de aplicação, utilizarbandejas colocadas na pista no momento daaplicação, exigindo-se para a aceitação: materialem conformidade com o projeto e taxa deaplicação ³ taxa especificada (ou de projeto).Imediatamente antes da cura, molhar a camadaa fim de que o material de cura não penetre nacamada e prejudique a hidratação do cimento.Na cura podem ser utilizados produtos químicosgeradores de película plástica, à base de acetatode polivinila, ou pintura betuminosa (normalmenteCM-30).Procede-se à cura da camada de concreto roladopor ser de suma importância, pois além de evitara perda de umidade do concreto, auxiliando ahidratação do cimento, também impermeabilizaa camada, evitando a infiltração de água nascamadas subjacentes, o que criaria regiõesdeformáveis.

Av. Torres de Oliveira, 76 � 05347-902 � São Paulo - SPInformações: 0800-555776 � [email protected] � www.abcp.org.br

Autoria: Grupo de Especialistas em Pavimentação da ABCP

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