CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA PARA A GESTÃO DE PESSOAS

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1 CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA PARA A GESTÃO DE PESSOAS 1 Nicole Landivar Cabrera 2 Maria Paula Pereira Matos de Almeida 3 Resumo: Este estudo teve como objetivo principal, compreender a contribuição da neurociência para a gestão de pessoas. Caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica, com revisão não sistemática da literatura. A classificação desta pesquisa é descritiva de abordagem qualitativa. Para a obtenção dos dados, foram utilizados artigos científicos e, como fonte, as bases de dados Scielo, Redalyc, Pepsic e Google Acadêmico. Neste estudo, foi abordada a psicologia organizacional para melhor compreensão dos processos mentais na área. É uma ciência aplicada ao estudo do comportamento humano no trabalho tanto em nível individual, grupal e organizacional. Os dados evidenciam que a neurociência contribui com o desenvolvimento pessoal, estimula o processo de aprendizagem, otimiza habilidades, assim como minimiza os níveis de estresse existente nas organizações. Palavras-chave: Neurociência. Gestão de Pessoas. Psicologia Organizacional. Abstract: This study aimed to understand the contribution of neuroscience to the management of people. It is characterized by a bibliographical research, with non-systematic review of the literature. The classification of this research is descriptive of qualitative approach. To obtain the data, scientific articles were used and, as a source, the databases Scielo, Redalyc, Pepsic and Google Scholar. In this study, it was also approached the organizational psychology to better understand the mental processes in the area. It is a science applied to the study of human behavior at work both at the individual, group and organizational levels. The data show that neuroscience contributes to personal development, stimulates the learning process, optimizes skills, and minimizes stress levels within organizations. 1 INTRODUÇÃO Na realidade organizacional, pensada nas diversas instituições, existe uma preocupação em potencializar ao máximo o desempenho do indivíduo e a própria instituição com vistas à obtenção de melhores resultados. Diante da urgência de intensificar o rendimento das pessoas, surge a necessidade de compreender o funcionamento do cérebro e o comportamento humano 1 Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação em Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo (a). 2 Nicole Landivar Cabrera acadêmica do curso de Psicologia. E-mail: [email protected] 3 Maria Paula Mattos professora orientadora. Mestre em Ciências da Saúde (Universidade do Extremo Sul Catarinense). E-mail: [email protected]

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CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA PARA A GESTÃO DE PESSOAS 1

Nicole Landivar Cabrera2

Maria Paula Pereira Matos de Almeida3

Resumo: Este estudo teve como objetivo principal, compreender a contribuição da neurociência

para a gestão de pessoas. Caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica, com revisão não

sistemática da literatura. A classificação desta pesquisa é descritiva de abordagem qualitativa.

Para a obtenção dos dados, foram utilizados artigos científicos e, como fonte, as bases de dados

Scielo, Redalyc, Pepsic e Google Acadêmico. Neste estudo, foi abordada a psicologia

organizacional para melhor compreensão dos processos mentais na área. É uma ciência aplicada

ao estudo do comportamento humano no trabalho tanto em nível individual, grupal e

organizacional. Os dados evidenciam que a neurociência contribui com o desenvolvimento

pessoal, estimula o processo de aprendizagem, otimiza habilidades, assim como minimiza os

níveis de estresse existente nas organizações.

Palavras-chave: Neurociência. Gestão de Pessoas. Psicologia Organizacional.

Abstract: This study aimed to understand the contribution of neuroscience to the management

of people. It is characterized by a bibliographical research, with non-systematic review of the

literature. The classification of this research is descriptive of qualitative approach. To obtain

the data, scientific articles were used and, as a source, the databases Scielo, Redalyc, Pepsic

and Google Scholar. In this study, it was also approached the organizational psychology to

better understand the mental processes in the area. It is a science applied to the study of human

behavior at work both at the individual, group and organizational levels. The data show that

neuroscience contributes to personal development, stimulates the learning process, optimizes

skills, and minimizes stress levels within organizations.

1 INTRODUÇÃO

Na realidade organizacional, pensada nas diversas instituições, existe uma preocupação

em potencializar ao máximo o desempenho do indivíduo e a própria instituição com vistas à

obtenção de melhores resultados. Diante da urgência de intensificar o rendimento das pessoas,

surge a necessidade de compreender o funcionamento do cérebro e o comportamento humano

1 Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação em Psicologia da Universidade do Sul de

Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo (a). 2 Nicole Landivar Cabrera acadêmica do curso de Psicologia. E-mail: [email protected] 3 Maria Paula Mattos professora orientadora. Mestre em Ciências da Saúde (Universidade do Extremo Sul Catarinense).

E-mail: [email protected]

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dentro do contexto organizacional. A neurociência complementa tais estudos e apresenta

notável contribuição para a gestão de pessoas. Hamel (2010) afirma que a gestão de pessoas

tem de ampliar e agregar as capacidades humanas para criar condições que inspirem e

incentivem as pessoas à tarefa de darem o melhor de si e possam, assim, fazer coletivamente o

que não poderiam fazer individualmente.

Estudos apontam que a neurociência propõe conhecer e compreender o processo do

desenvolvimento do ser humano e, com isso, auxiliar no entendimento do comportamento

através do estudo do cérebro humano. Este campo tem grande relevância para diversos

estudiosos e cientistas pela possibilidade da compreensão dos pensamentos, emoções,

comportamentos, sonhos e imaginação, que são fenômenos que constituem o ser humano

(RIBEIRO, 2013).

Pesquisas recentes mostram dados significativos decorrentes do cérebro humano, como

a capacidade da evolução, adaptação a situações e lugares novos, assim como a aprendizagem,

desenvolvimento de habilidades em diferentes contextos, entre outros. Segundo Relvas (2011),

por muitas décadas, acreditava-se na ideia de que o cérebro permanecia igual por toda a vida,

mas os estudos realizados comprovaram que o cérebro muda a cada experiência. Nesse sentido,

e tendo em vista o avanço das tecnologias, surge o interesse em compreender como este

conhecimento colabora para a gestão de pessoas. O interesse é buscar por mudanças assertivas

e baseadas em evidências científicas, na espera de bons resultados, permitindo um novo olhar,

mais amplo, do comportamento do ser humano dentro do campo da neurociência e no contexto

organizacional.

A neurociência é um campo da ciência que foca o estudo do sistema nervoso central

(SNC), como: funcionamento, desenvolvimento e estruturas. Explica o funcionamento das

células nervosas dentro do encéfalo, auxilia na compreensão da atividade do cérebro

relacionado à psique e ao comportamento humano, à forma como são produzidos todos os tipos

de conduta e demonstra como isso é influenciado pelo ambiente. Relvas (2011 p. 22) afirma

que “A neurociência é uma ciência nova, que trata do desenvolvimento químico, estrutural,

funcional e patológico do sistema nervoso. As pesquisas científicas começaram no início do

século XIX”. Através do estudo do cérebro humano, é possível compreender da melhor forma

o seu funcionamento que se encontra em constante desenvolvimento.

Todo o conhecimento científico exige responsabilidade na sua utilização, sendo que,

para aplicar a neurociência na gestão de pessoas, é necessária uma formação correta a partir de

um aprofundamento teórico e de estudos científicos. Chiavenato (2014) coloca que a principal

vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas. Partindo deste enunciado, a gestão de

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pessoas se refere ao conjunto das estratégias que são empregadas no interior das organizações

com o finalidade de potencializar as habilidades de seus colaboradores. Na gestão de pessoas,

os funcionários são seres humanos com inteligência, conhecimentos, competências e

habilidades que se preparam para os possíveis desafios. Segundo Chiavenato (2000), o capital

humano é de extrema importância para uma empresa, para o autor, a ordem e o foco dos

colaboradores é o significado de produtividade, qualidade e competitividade. A neurociência

na organização vem para estimular novas habilidades, não só nos relacionamentos interpessoais

como também nas práticas realizadas na organização. Hamel (2010) argumenta que as empresas

precisam de inovação em gestão para impulsionar o sucesso empresarial.

Este trabalho tem, como objetivo, descrever as aplicações e contribuições da

neurociência para a gestão de pessoas com base em pesquisas científicas publicadas, seguindo

as palavras-chave como: neurociência, gestão de pessoas e organização. Desta forma,

demonstra relevância para a comunidade acadêmica por se tornar fonte de referência para

futuros trabalhos sobre o tema. Ainda para o meio científico, poderá demostrar importância ao

permitir o desenvolvimento de estratégias baseadas na neurociência para potencializar o capital

humano nas organizações. Para a comunidade em geral, proporcionará um melhor

entendimento e também servirá como fonte de informação científica.

1.1 NEUROCIÊNCIA: HISTÓRIA

Existe grande interesse do meio científico, como também da população em geral, em

querer compreender as sensações, motricidade e emoções do ser humano, fenômenos que se

relacionam com o sistema nervoso. A neurociência é o resultado das várias tradições científicas:

anatomia, embriologia, bioquímica, neurologia e psicologia. Também se relaciona com outras

disciplinas científicas como: a ciência da computação ou a bioengenharia. Todas estas se

complementam para compreender o Sistema Nervoso Central e todas suas funções (CAVADA,

2012). Descartes, um dos mais importantes filósofos do século XVII, acreditava que o cérebro

controlava a conduta humana no que refere às habilidades motoras e que as habilidades

cognitivas residiam no espírito. Para o autor, os seres humanos possuem um intelecto e uma

alma recebida por Deus. Descartes apresentou grande dificuldade em relacionar corpo e mente

(UCHE, 2018).

Castro e Fernandez (2012) reportam-se ao pensamento de Aristóteles (384-322 a.C.),

um dos pensadores com maior influência na cultura ocidental. O autor afirmava que o centro

do intelecto do ser humano se encontrava no coração sendo este órgão o responsável pelo

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raciocínio. O famoso médico grego Hipócrates, por volta de 460 a.C., acreditava que o cérebro

era a única sede da razão e centro de todas as sensações do corpo (CASTRO; FERNANDEZ,

2012). Surgiu a pergunta na história da neurociência: Qual seria a localização das funções no

cérebro? O neuroanatomista Franz Joseph Gall foi pioneiro no estudo da localização das

funções mentais no Sistema Nervoso Central com seus revolucionários conceitos. O autor

garantiu que o cérebro não seria um só órgão, pois consistia em várias partes e cada uma delas

se relacionava com a função mental (CAVADA, 2012).

Paul Broca também contribuiu na neurociência com a descoberta da área de Broca,

centro da fala no cérebro. O autor estudou cérebros de pacientes afásicos (sujeitos incapazes de

falar). Broca acompanhou vários pacientes que, em sua maioria, apresentaram lesões no

hemisfério cerebral esquerdo (CARVALHO, 2018).

No século XX, o sistema nervoso central teve um novo significado com estudos

científicos dos tecidos da anatomia e o surgimento e desenvolvimento do microscópio. Nesse

século, o psiquiatra Hans Berger criou o eletroencefalograma (EEG) e descobriu que a alteração

das ondas elétricas no cérebro aumenta a excitação neuronal. O EEG é um estudo da atividade

elétrica do cérebro humano com foco na atividade excitatória ou inibitória (MARUEIRA;

FLORES, 2018).

Outro cientista que contribuiu de forma expressiva nos estudos científicos foi Santiago

Ramón Y Cajal. O autor formulou a doutrina neuronal do sistema nervoso central formado por

células independentes, cujo conhecimento teve uma importância fundamental para a

neurociência e para novos estudos científicos que permitiram uma melhor compreensão do

cérebro humano. No século XXI, a neurociência tem um enfoque multidisciplinar de todos os

questionamentos relacionados com o sistema mais complexo da natureza, sendo o cérebro

humano. As contribuições da neurociência apresentam um profundo conhecimento sobre a

percepção própria, relacionamentos interpessoais e auxiliam na compreensão de como o ser

humano interage com o mundo (CAVADA, 2012).

1.2 NEUROCIÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES

Para Boni e Welter (2016), a neurociência busca descrever a atuação de milhões de

células nervosas no encéfalo responsáveis pelo comportamento humano, compreender como

estas células se relacionam no contexto do indivíduo, além de estudar formas de aprender novos

comportamentos por meio de conhecimentos adquiridos e vivenciados.

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Conforme Alcover e Rodríguez (2012), cada indivíduo possui um cérebro único, com a

possibilidade de se transformar e permitir novos conhecimentos e habilidades ao longo da vida.

Estas conectividades neuronais e mudanças experimentadas pelo cérebro são fenômenos

denominados de plasticidade cerebral ou plasticidade sináptica. Esta se refere às formações de

aprendizagens e das adaptações ao meio ambiente, através das modificações nas estruturas

neuronais. Para compreender este processo, é necessário citar o papel das sinapses, que são

zonas ativas do contato direto entre uma terminação nervosa e outros neurônios, células

musculares ou células glandulares. Nelas, participam os neurotransmissores que permitem

funções específicas do sistema nervoso para aprendizagem (ALCOVER; RODRIGUES, 2012).

Em situações de capacitação e treinamento de funcionários, por se tratar de um processo

de aprendizado, os neurônios são ativados para que vivenciem a experiência aprendendo novos

comportamentos. Para entender melhor este processo de aprendizagem, é importante mencionar

o grupo de neurônios chamado espelho cuja finalidade é refletir sobre atividades que estão

sendo observadas e, com isto, ter a representação mental da mesma. Conforme Ferreira,

Cecconello e Machado (2017), os neurônios espelho disparam ao compreender as ações de

outras pessoas. O fenômeno indica que este tipo de neurônio tem um papel na interpretação da

ação alheia, pois o observador, para saber identificar as ações do outro, deve ter a capacidade

de relacionar a intenção com os movimentos motores. Isso indica que os neurônios espelho

estão ligados ao processo de aprendizagem por meio da imitação.

Segundo Ferreira, Cecconello e Machado (2017, p.155),

O neurônio espelho quando em ação, parecem reproduzir internamente esses padrões

de ativação neuronal no observador, resultando possivelmente numa emulação do

comportamento, um entendimento da intenção e, consequentemente, a possibilidade de

gerar empatia para com o outro. Durante o diálogo entre duas pessoas, devido ao fato

de ambas terem NE, ocorreria uma imitação recíproca facilitada, estando na base das

relações sociais e da empatia.

Segundo Silva e Barbosa (2015), o neurônio espelho é uma célula nervosa que é ativada

em duas situações: ao executar uma ação e ao observar um indivíduo executando uma ação.

Com todo o avanço da tecnologia e da comunicação, exige-se desenvolvimento de novas

técnicas nas Organizações para, assim, transformá-las junto com seus colaboradores para que

tenham uma visão global e atual de seus processos. Por meio da ativação dos neurônios espelho,

desenvolvem-se e potencializam-se a suas habilidades para gerar um novo comportamento

(SILVA; BARBOSA, 2015).

A neurociência também contribui com ferramentas de muita relevância para a área

organizacional, como técnicas de meditação e relaxamento baseadas no controle da respiração.

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Tais ações comprovam eficácia por meio de estudos científicos, com a capacidade de gerar

mudanças no Sistema Nervoso Central. Segundo Delgado et al. (2010), desde os anos 1960 e

1970, alguns psicólogos como Antonio Blay e Alan Marllat, que foram pioneiros em aplicar

clinicamente a meditação, demonstraram melhorias positivas em seus pacientes. Nas últimas

décadas, esta ferramenta está sendo aplicada para melhorar a atenção, o índice fisiológico e

psicológico e, assim, desenvolver novas conexões neurais. Dessa forma, por meio da

plasticidade, o sistema nervoso central consegue adequar-se a determinadas condições e tarefas

aliviando o estresse que muitas vezes aparece pelas exigências do trabalho.

1.3 GESTÃO DE PESSOAS

A preocupação de uma empresa para alcançar as metas e objetivos começa por

desenvolver as pessoas que nela trabalham, conferindo total importância na orientação dos

comportamentos dos colaboradores e, assim, alcançar objetivos relevantes para a organização.

Conforme Bianchi, Quishida e Foroni, (2017), a gestão de pessoas é um processo que foca o

crescimento da empresa e também o colaborador, valorizando os esforços de cada um e suas

expectativas. Visa, também, a potencialização das habilidades, motivando os sujeitos a

desempenharem suas funções acompanhados de um olhar humano. O estudo da gestão de

pessoas é relacionado com conceitos teóricos da Psicologia, estratégia e também finanças.

Segundo Chiavenato (2014, p.36):

A organização indica os objetivos que pretende alcançar, focalizando a missão e a

visão, e oferecendo oportunidades de crescimento profissional que fortaleçam seu

negócio. As organizações bem-sucedidas proporcionam às pessoas um ambiente de

trabalho acolhedor e agradável, com plena autonomia e liberdade para escolher a

maneira de realizar seu trabalho.

São as pessoas que imprimem sentido e vida à empresa com habilidades e características

que dão movimento e ação dentro da organização. Castanheira e Falco (2012) argumentam: as

organizações estabelecem normas e regras necessárias para seus colaboradores, em consonância

com as políticas da empresa, uma vez que as tarefas definidas devem ser executadas. O termo

talento humano é considerado o recurso de grande relevância para o funcionamento de qualquer

empresa por meio de motivações, estímulo do potencial e uso de ferramentas adequadas. Assim,

a organização terá os resultados esperados.

Existem seis aspectos considerados fundamentais para os processos da gestão de pessoas

e estes são: agregar pessoas (recrutamento, seleção, integração), aplicar pessoas (modelagem

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do trabalho, avaliação do desempenho), recompensar pessoas (remuneração, benefícios,

incentivos), desenvolver pessoas (treinamento, desenvolvimento), manter pessoas (higiene e

segurança, qualidade de vida e relações com empregados), monitorar pessoas (banco de dados,

sistemas de informações gerenciais). São estes processos que conferem a estrutura para resultar

em um produto especificado (CHIAVENATO, 2014).

Nesse sentido, o talento humano dentro da organização vem para fortalecer o trabalho

em função das competências individuais de cada pessoa, alcançando metas, respeitando as

etapas de planificação, execução e controle. Nos dias atuais, as pessoas, dentro da organização,

possuem a capacidade de fazer transformações de serviço com os clientes, o que sinaliza o

potencial de trazer melhorias e inovações. Devido ao potencial desenvolvido, capacidades,

conhecimentos e habilidades, a pessoa na empresa representa uma vantagem competitiva

perante a outras organizações, pois se constitui única e difícil de se imitar. Quando a

organização faz com que as estratégias definidas frente ao recurso humano estejam totalmente

alinhadas com as estratégias definidas pela gestão, a coerência destes aspectos implica que os

processos executados pelos colaboradores confirmem um resultado eficaz e apropriado

(MONTOYA; BOYERO, 2016).

Para poder planejar, organizar e dirigir a gestão de pessoas na organização, é importante

mencionar o papel do líder. O gestor, ao assumir seu cargo, precisa de uma habilidade para

comandar os colaboradores, pois é ele que motiva, treina, estimula, escuta e se comunica com

as pessoas. Muitos dos desafios que o líder enfrenta estão relacionados a diferentes pessoas com

diferentes culturas, o que muitas vezes gera conflitos. Nesse contexto, o gestor precisa saber

compreender as necessidades e aspectos que envolvem o relacionamento interpessoal.

Para De Falco e Castanheira (2012), um dos grandes desafios que um gestor enfrenta é

gerenciar negócios que possam ir além dos lucros, pois, uma gestão que valoriza a qualidade

do trabalho obterá os resultados esperados.

Dentro da organização, o trabalho do psicólogo também ocupa um espaço importante,

colocando em prática a sua formação e seu conhecimento. Ao aplicar os princípios e

ferramentas da psicologia, o profissional é capaz de verificar o clima laboral entre funcionários

como também, individualmente, avalia o comportamento humano e intervém quando

necessário, entre outras funções. O profissional psicólogo dentro da organização atua como

facilitador e mediador dos grupos que a compõem, considerando o bem-estar dos indivíduos, o

contexto e a dinâmica da empresa (CAMPOS et al., 2011).

O psicólogo, como atribuição que lhe é peculiar, estuda e avalia a relação do ser humano

socialmente. Na organização, o profissional foi se adaptando e se desenvolvendo, a fim de

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acompanhar as mudanças do mundo globalizado e mostrar novas habilidades que atendam às

diversas necessidades do mercado de trabalho. Conforme Oliveira e Caldeira (2015), o rápido

avanço da tecnologia e o grande crescimento do mercado de trabalho faz com que as pessoas

se adaptem e se adequem aos novos processos e novos padrões. As organizações focam nos

resultados e no lucro, mas não podem deixar de lado a qualidade de vida do trabalhador que

presta seus serviços. É aqui que o psicólogo atua, conhecendo e compreendendo o lado psíquico

do ser humano.

O psicólogo organizacional propõe fortalecer a saúde do colaborador e da empresa. Para

isso, é necessário que ele se aprofunde e estude as diversas culturas que surgem, o clima, as

metas estabelecidas, o trabalho em si acompanhado dos processos operacionais e as relações

interpessoais dentro da organização (OLIVEIRA; CALDEIRA, 2015).

1.4 NEUROCIÊNCIAS NA GESTÃO DE PESSOAS

A neurociência traz contribuições importantes para os processos da gestão de pessoas:

1 - Agregar pessoas: segundo Chiavenato (2014), este processo envolve práticas de

recrutamento e seleção e pode ser compreendido como qualquer atividade da organização para

encontrar e estabelecer uma relação de trabalho com pessoas. A neurociência contribui com a

neurociência social. Conforme Piemontesi (2014), a neurociência social cognitiva e afetiva é

um campo de estudo interdisciplinar que responde a questões fundamentais sobre a capacidade

do indivíduos de poder entender-se e enterder os outros indivíduos. Existem maneiras de tentar

compreender a experiência alheia como: a teoria da mente (habilidade cognitiva de

compreender e predizer comportamentos dos outros por meio do neurônio espelho), empatia e

emoções. Segundo Turner (2014), a neurociência social possibilita a capacidade das pessoas de

criar suas próprias teorias sobre como as mentes operam em situações sociais. A neurociência

social revela que as expressões culturais e sociais são um produto do nosso cérebro (TURNER,

2014). Através do conhecimento do cérebro humano, a neurociência vem se aproximando nessa

área com suas ferramentas que geram uma mudança positiva para a gestão de pessoas

(FERREIRA, 2014).

2 - Aplicar pessoas: na adaptação dos colaboradores na organização, englobam-se assuntos

como cultura da empresa, equipe de trabalho, motivação entre outras, sendo que a adaptação é

algo intrínseco ao ser humano. A gestão de pessoas tem um papel significativo para auxiliar na

adaptação do cargo. Fatores como o ambiente, satisfação e adaptação são de extrema

importância na organização (BOHNEN, 2012). A adaptação tem relação com a plasticidade

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neural. Para Boni e Welter (2016), adaptação é a capacidade do organismo em adaptar-se às

mudanças ambientais externas e internas, pois um cérebro ao receber estímulos faz com que a

conexão entre as células nervosas aumente; é capaz de se desenvolver por meio de novas

conexões sinápticas através do comportamento e experiências do indivíduo. Por meio da

plasticidade neural, o desenvolvimento do cérebro se encontra em constante mudança e pode

ter um efeito na estrutura física do cérebro (ALCOVER; RODRIGUEZ, 2012).

3 - Recompensar pessoas: conforme Chiavenato (2014), utiliza-se do processo de gestão de

pessoas para incentivar os funcionários podendo satisfazer suas necessidades individuais,

incluindo recompensas, remuneração e benefícios. Neste campo, a neuroeconomia busca

compreender a forma de tomar decisões humanas, a habilidade de poder processar diversas

alternativas, suas ações e quais serão os efeitos. Segundo Chavaglia (2018), é uma tentativa de

assumir boas decisões comportamentais dos agentes econômicos, para diferentes situações que

são apresentadas na vida do ser humano sendo um ser econômico. Muitos fatores interferem

numa decisão racional, o lado emocional interfere em grande parte pois muitas vezes o

indivíduo associa determinada compra ao prestígio pessoal, ou também por imitar tendências.

Na gestão de pessoas, a neuroeconomia vem contribuir em grande medida pelo fato de que

existem as tomadas de decisões de maneira coletiva, no que diz respeito ao bem comum. Uma

decisão inapropriada e irracional pode levar a organização a enfrentar problemas econômicos

como também interferir negativamente nos colaboradores (CHAVAGLIA, 2018).

4 - Desenvolver pessoas: é um processo da gestão de pessoas que se caracteriza por capacitar

os funcionários. Tem como objetivo estratégico o crescimento e a sustentabilidade das

organizações para enfrentar as rápidas mudanças que os tempos atuais junto com a globalização

estão proporcionando (CHIAVENATO, 2014). Desenvolver pessoas no interior da organização

possibilita aquisição de estratégias e conhecimento como ao aplicar o neuromarketing. Segundo

Colaferro e Crescitelli (2014), busca-se compreender como ocorre o processo de tomada de

decisão a partir das atividades cerebrais do consumidor. Conforme Lima (2016), o

neuromarketing parte de estímulos assertivos de consumo como, por exemplo, atenção ao

produto por meio de elementos geradores de vínculos emocionais no conteúdo da propaganda,

elementos visuais que facilitem a comunicação, elementos criativos e de design, tecnologias

que gerem o interesse, luzes e som agradáveis também contribuem ao estímulo do consumo

(LIMA, 2016).

Assim como o neuromarketing, existe a neurolinguística que também mantém relação

com a neurociência, uma ferramenta para desenvolver a linguagem das pessoas, estudando os

mecanismos do sistema nervoso central (SNC). Esse campo auxilia no conhecimento e na

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compreensão da linguagem. Romero e Jacquin (2011) afirmam que neuro é o princípio básico

de que todo comportamento é o resultado de processos neurológicos e a linguística trata de

processos nervosos organizados sequencialmente em estratégias através do sistema de

linguagem e comunicação. Conforme Castillo (2017), nas relações humanas, tanto na

organização como fora dela, é muito importante a comunicação, por ser um dos processos

fundamentais que o ser humano possui, pois este é um intercâmbio de informações de todas as

perspectivas. Quando a comunicação é eficaz é porque o ser humano desenvolve um equilíbrio

e organização do seus pensamentos e suas ideias. A neurolinguística estuda a relação entre a

linguagem e o cérebro, no ambiente laboral, e permite uma melhor negociação e comunicação

(ROMERO; JACQUIN, 2011).

5 - Manter pessoas: segundo Chiavenato (2014), é o processo utilizado para criar condições

ambientais como também psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Nessa ótica,

cabe mencionar a importância da prática do relaxamento e meditação. Estudos evidenciam

que a realização da meditação e do relaxamento podem ter influências positivas no cérebro

humano, pois são habilidades que permitem modular a cognição mas também o comportamento,

gerando uma adaptação saudável ao meio. Pôr em prática essas atividades possibilita ao cérebro

estimular novas conexões neuronais, assim como novos padrões de funções mentais

(MENEZES; DELL’AGLIO; BIZARRO, 2011).

6 - Monitorar pessoas: neste processo, o papel do líder é de definir os resultados, é ser

responsável pela mediação da performance de equipe de trabalho, verificar se o rendimento é

de qualidade, focando, assim, uma melhoria contínua de forma a evitar possíveis defeitos em

todos os níveis e funções da organização (BARBOSA; GAMBI; GEROLAMO, 2017). Uma

ferramenta eficaz para que o líder compreenda os processos de funcionalidade do cérebro

humano, com vistas ao componente cognitivo no trabalho, é a neuroliderança. Poderá, dessa

forma, influenciar positivamente através de seu papel de líder, com uso de técnicas de

relaxamento e de meditação. A neuroliderança pretende melhorar as capacidades no

desempenho como líder, nas suas decisões, equilibrar a suas emoções, melhorar as relações no

ambiente de trabalho e a motivação da equipe. Contribui de forma positiva, não só aprimorando

as relações e a empatia, mas também auxiliando no processo racional, levando estas

características do líder para a gestão (OTALORA, 2017).

2 MÉTODO

11

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, pois se trata de uma revisão

não sistemática da literatura. Reúne artigos científicos publicados entre os anos 2010 e 2018

selecionados nos idiomas Português e Espanhol. O critério de seleção constitui-se da relação

entre Neurociência e a Gestão de Pessoas. Uma pesquisa bibliográfica consiste em resumir

ideias já debatidas e discutidas por autores que tratam sobre um tema ou uma questão específica,

reunindo as informações e dados que serão de auxílio para a base da construção da pesquisa

proposta partindo do tema escolhido (LORETI et al., 2017).

Nesse sentido, a revisão de literatura fornece uma visão geral acerca de um tema,

descreve e analisa as evidências e conhecimentos existentes e que foram cientificamente

comprovados. A classificação desta pesquisa é descritiva. Conforme Araújo e Borges (2018), a

pesquisa de classificação descritiva tem, como objetivo, descrever as características por meio

de uma análise do objeto de estudo, conhecendo o assunto sem manipulá-lo ou modificá-lo. A

abordagem utilizada será qualitativa, um método de investigação científica que tem, como

principal objetivo, interpretar o caráter subjetivo do assunto abordado. Observa, compreende e

descreve o problema, busca uma melhor interpretação sobre determinados assuntos que se

relacionam com o problema da pesquisa (ARAÚJO; BORGES, 2018).

As bases científicas utilizadas para reunir o material coletado foram: A Scientific

Electronic Library Online (Scielo), Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe,

Espanha e Portugal (Redalyc), Psicologia da União Latino-Americana de Entidades de

Psicologia (Pepsic), ferramenta de Google focado e especializado na procura de conteúdo e

literatura científico-acadêmica (Google Acadêmico). Estas bases proporcionaram acesso ao

conhecimento e ao levantamento dos dados por meio de artigos científicos publicados, seguindo

o critério de seleção das palavras-chave: neurociências, gestão de pessoas, psicologia

organizacional e organização.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a pesquisa realizada nas bases de dados Scielo, Redalyc, Pepsic e Google

Acadêmico, foram encontrados 15 artigos científicos que atendiam aos objetivos gerais do

estudo. Optou-se pela utilização de artigos tanto na língua portuguesa como também na língua

espanhola, o que contribuiu para um levantamento de dados mais amplo, considerados

relevantes para a finalidade do estudo. Em seguida, são apresentados os dados coletados dos

artigos científicos, elaborados em formato de quadros, com dados pertinentes aos objetivos

centrais da pesquisa bibliográfica.

12

Quadro 1 – Neurociência AND – Gestão de Pessoas

Artigos Autores Ano Localidade Tipo e estudo Objetivos Resultados

1 Piemontesi S. 2010 Córdoba,

Argentina.

Pesquisa

bibliográfica

estudo de caráter

descritivo e

exploratório.

Possibilitar

melhor

compreensão

sobre os

processos

básicos da

neurociência

social cognitiva e

afetiva.

Processos sócio

emocionais,

tipos de

transtornos

devido a uma

compreensão

social.

2

Carlos

Alcover e

Fernando

Rodríguez

Mazo.

2012 Madri,

Espanha.

Pesquisa

bibliográfica de

caráter descritivo.

Identificar o

significado e

o valor que

William James

deu ao conceito

de plasticidade

em sua análise

do hábito, e revê

o significado

desse conceito

em neurociências

sociais.

Plasticidade,

aprendizagem,

aquisição de

habilidades,

novos circuitos

neuronais.

3 Turner S.

2014 São Paulo,

Brasil

Pesquisa

bibliográfica,

estudo descritivo

de uma

abordagem

observacional.

Ampliar a

compreensão da

sociedade em

relação à

Neurociência

Padrão de

ciência social,

correlatos

cerebrais,

empatia da

criança além da

socialização.

4 Silva Alva e

Barbosa G

Iris.

2015 Belo

Horizonte,

Brasil.

Pesquisa

bibliográfica de

caráter

exploratório

sobre algumas

descobertas da

neurociência na

área de gestão de

pessoas.

Identificar

contribuições da

neurociência

destacando o

cérebro e o

comportamento

humano numa

visão

diferenciada na

gestão.

Importância da

observação,

organização

prioriza às

pessoas,

modernização na

forma de gerir

pessoas.

5 Ruíz Castillo,

Aliro

Gregorio.

2015 Caracas,

Venezuela.

Pesquisa

bibliográfica sob

um nível

explicativo.

Compreender o

modelo

comunicacional

focado em

programação

neurolinguística

destinada a

otimizar as

relações

humanas.

Utilizando como

base a

neurociência.

Comunicação

como base,

neurolinguística

como suporte

adequado.

(continuação)

13

(continuação)

6 M. Boni e

M. P. Welter.

2016 Itapiranga

SC, Brasil.

Pesquisa

bibliográfica de

caráter

exploratório.

Compreender as

atribuições da

neurociência

cognitiva e da

plasticidade

neural no

desenvolvimento

cerebral, bem

como as bases

neurológicas para

a aprendizagem.

Descrição das

principais partes

dos neurônios,

plasticidade

neural,

aprendizagem

contínua.

7 Thomé

Ferreira, W.

Weber

Cecconello e

Mariana R.

Machado

2017 Belo

Horizonte,

Brasil.

Pesquisa

bibliográfica de

caráter descritivo

e exploratório.

Propor

questionamentos

entre os

neurônios

espelho e

habilidades

sociais, e

benefícios na

neurociência.

Neurônios

espelho são

essenciais no

entendimento,

capacidade de

imitação para

comportamentos,

adaptação social.

Fonte: Pesquisa bibliográfica elaborada pela autora, 2019.

Ao reunir o marcador neurociências AND e o marcador gestão de pessoas no banco de

dados, encontram-se 7 artigos entre os anos 2010 a 2017. De tais estudos científicos, o ponto

em comum é de como a neurociência contribui no desenvolvimento cerebral por meio da

plasticidade neural. Para Alcover e Rodriguez (2012), o cérebro se modifica pela aprendizagem

adquirindo habilidades, influências interpessoais e sociais além de outras variáveis do contexto,

estabelecendo relações e circuitos neuronais que transformam seu funcionamento. Isto permite

uma constante adaptação e aprendizagem ao longo da vida do ser humano. Corroborando a

ideia, Boni e Welter (2016) afirmam que a plasticidade neural é o ponto crucial da existência

do ser humano, pois, a partir de determinados estímulos, as mudanças na localização dos

processos de informação do cérebro ocorrem de acordo com as novas experiências vivenciadas.

Estes estudos também trazem a compreensão das habilidades sociais como comportamentos

aprendidos. Segundo Ferreira, Cecconello e Machado (2017), uma das influências para

desenvolver habilidades sociais é a relação do ser humano com seu meio, uma forma aprendida

de respostas que compõem o modo da pessoa agir, sendo uma capacidade para poder expressar

suas emoções opiniões e atitudes no contexto social. Estes estudos abrangem aspectos técnicos-

científicos, como pesquisas de compreensão e questionamento, mas que se diferenciam pois

seguem diferentes linhas de abordagens. O ponto principal a ser considerado é que trazem dados

relevantes com a finalidade de alcançar os objetivos centrais da pesquisa bibliográfica.

14

Quadro 2 – Neurociência AND - Psicologia Organizacional

Artigos Autores Ano Localidade Tipo e estudo Objetivos Resultados

1 Arlinthon

David

Romero,

Maria

Claudia

Pomares

Jacquin.

2011 Magdalena,

Colombia.

Revisão

bibliográfica

exploratória.

Determinar a

relação conceitual

e prática

de Programação

Neurolingüística

com Psicologia e

Neurociências.

Atitudes e

aptidões uma

vital importância,

processos

práticos da

Psicologia levam

à execução.

2

Carolina

Baptista

Menezes,

Débora

Dalbosco

Dell’Aglio

e

Lisiane

Bizarro.

2011 Porto Alegre

RS, Brasil.

Revisão

bibliográfica

de artigos sem

limite de data.

Discutir a interface

entre alguns

pressupostos da

meditação e da

ciência psicológica

no que tange ao

bem-estar.

Meditação como

prática eficaz,

Meditação e

compreensão de

processos

psicológicos.

3 Fernanda

Oliveira

Santos,

Patrícia

Caldeira.

2014 Bahia, Brasil. Revisão

bibliográfica

exploratória,

reunindo artigos

até o ano 2014.

Investigar quais as

possibilidades de

atuação do

psicólogo

organizacional no

mercado de

trabalho.

Desafios para o

psicólogo

organizacional,

desenvolvimento

do psicólogo.

4 Lina Maria

Otalora.

2017 Bogotá,

Colombia.

Pesquisa

bibliográfica

de caráter

dedutivo de uma

abordagem

qualitativa

Analisar as

características de

líderes masculinos

e femininos na

visão da

neurociência no

ambiente

organizacional.

Mulheres líderes

demonstram

habilidade de

socializar,

homens líderes

focados no

planejamento.

5 R Carvalho

e M

Carvalho.

2018 Minas Gerais,

Brasil

Pesquisa

bibliográfica.

Tecer interseções a

respeito da

linguagem do

ponto de vista da

neurociência.

Regiões cerebrais

estão envolvidas

com a linguagem,

linguagem

simples e direta

contribui um

melhor

entendimento.

6 José

Chavaglia

Neto,

José

António

Filipe.

2018 Lisboa,

Portugal.

Revisão

bibliográfica de

caráter

exploratório.

Verificar técnicas

de neuroeconomia

de medição

neurocientíficas

que explicam

decisões

econômicas e

cientificas.

Neuroeconomia

representa uma

extensão e

evolução lógica

da análise

econômica.

Fonte: Pesquisa bibliográfica elaborada pela autora, 2019.

Ao reunir os marcadores neurociências AND e psicologia organizacional, foram

selecionados 6 artigos científicos entre os anos 2011 a 2018, selecionados na base de dados

citada com a finalidade de alcançar os objetivos da pesquisa e para uma melhor compreensão

15

da psicologia organizacional. Há muitas possibilidades do uso da neurociência nessa área, uma

delas aparece no quadro acima e é a meditação. Segundo Menezes, Dell’ Aglio e Bizarro (2011),

essa prática é vista como um treino da concentração que leva à superação da distração, quando

a pessoa se encontra em bom nível de concentração sofrerá menos desequilíbrio. Numa

perspectiva de qualidade de vida, este processamento será eficaz pois a pessoa avalia diferentes

âmbitos da sua vida. Romero e Jacquin (2011) afirmam que a neurociência irá proporcionar

uma mudança significativa aos processos implícitos em que se manifeste o ser humano em

termos organizacionais. Estes artigos abordam os fenômenos psicológicos presentes nas

organizações, cujos pontos em comum são: mapeamento entre características e as práticas do

ser humano dentro dos aspectos da neurociência. Chavaglia (2018) afirma ser uma ciência

multidisciplinar com aplicações valiosas para os avanços de todas as áreas. Por outra parte,

estes estudos demonstram em suas particularidades no que tange à psicologia e ao profissional

da área em atividades voltadas a neurociência sejam elas abordadas em teoria e em práticas.

São estudos com objetivos diversos alcançando o propósito da pesquisa bibliográfica.

Quadro 3 - Neurociências AND - Organização

Artigos Autores Ano Localidade Tipo e estudo Objetivos Resultados

1 Luis Carlos

Delgado,

Pedro

Guerra,

Pandelis

Perakakis e

Jaime Vila.

2010 Granada,

Espanha.

Estudo descritivo e

investigação de

campo.

Conhecer os

benefícios da

meditação e

relaxamento.

Atenção plena

em relação ao

relaxamento,

metacognição

emocional,

enfrentamento

da preocupação

crônica.

2

Claudia

Almeida

Colaferro e

Edson

Crescitelli.

2014 Vitória ES,

Brasil.

Uma pesquisa

exploratória

envolvendo

levantamento

bibliográfico e

investigação de

campo.

Investigar as

novas

informações que

podem ser

obtidas por meio

do

neuromarketing e

se elas ajudam na

elucidação do

conhecimento

sobre os

consumidores.

Entendimento

das reações dos

consumidores,

nova

perspectiva de

informações

sobre o estudo

do

comportamento

do consumidor.

Fonte: Pesquisa bibliográfica elaborada pela autora, 2019.

Ao reunir os marcadores neurociências AND e organização, encontram-se 2 artigos

científicos que têm como semelhanças uma busca pelo conhecimento do indivíduo a fim de

entender suas angústias e motivações, conhecer os aspectos físicos que interferem na qualidade

16

de vida e tomadas de decisões, por exemplo criando um ambiente favorável para o consumidor

também para o colaborador. Assim corroboram Colaferro e Crescitelli (2014), ao entender que

o comportamento do consumidor e do colaborador em uma sociedade marcada pela

complexidade é uma tarefa desafiadora. Assim, a aplicação da neuromarketing pode oferecer

ganhos na compreensão das reações das pessoas que estão envolvidas. As diferenças destes

estudos são entre os objetivos. Um visa lucro, no aumento de vendas, aproximação do cliente;

o outro, aproximar o colaborador por meio do equilíbrio emocional e o enfrentamento da

preocupação. Apontam Delgado et al. (2010) que uma das formas assertivas para o

entendimento da atenção plena é formular-se os seguintes questionamentos: “para que” e

“como” avaliando emoções e sensações para conseguir uma estabilidade emocional evitando

pensar de forma desorganizada de um determinado problema. Do mesmo modo, estudos

psicofisiológicos da meditação apontam que esta prática atinge claramente a função do sistema

nervoso central. Ambos estudos buscam coletar informações a partir de experiências no intuito

de auxiliar a organização e são considerados válidos para alcançar os objetivos da pesquisa

bibliográfica.

Ao observar os quadros apresentados, verifica-se a importância de aplicar a

neurociência na área organizacional, pois a rotina e o hábito mantido ao longo dos anos refletem

no funcionamento neuronal. Levando-se em consideração os dados, pode-se observar como a

neurociência oferece ferramentas e aplicações que não só possibilitam mudanças nos padrões

neuronais como também proporcionam saúde e qualidade de vida, reformulando atitudes dentro

da cultura organizacional. De forma geral, as pesquisas apontam para a relevância de conhecer

as contribuições da neurociência e sua eficácia na otimização dos processos organizacionais,

modificando a nossa percepção ao revelar como se dá a formação de novos neurônios e em que

medida o cérebro tem capacidade de se readaptar frente a um estímulo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou compreender e descrever as aplicações e contribuições da

neurociência para a gestão de pessoas, a partir de uma revisão bibliográfica. Foram utilizados

artigos publicados nas bases de dados científicos: Scielo, Redalyc, Pepsic e a ferramenta de

Google focado na procura de conteúdo e literatura científico-acadêmica (Google Acadêmico).

Sustentando as diretrizes norteadoras da pesquisa, os objetivos foram atendidos de maneira

satisfatória, a partir das informações e dados levantados nota-se tamanha relevância da

neurociência dentro das organizações, em especial no que se refere à área de gestão de pessoas.

17

Atualmente, existe uma tendência científica em estudar os processos cerebrais que podem e

devem ser desenvolvidos nas práticas do psicólogo organizacional.

Adentrando em cada um dos seus processos, a neurociência pode ser aplicada com suas

ferramentas trazendo, assim, maior qualidade de vida no trabalho, desenvolvendo e

aprimorando o desempenho. Participa como uma fonte de conhecimentos científicos, auxilia

nas diversas funções laborais e apura aspectos psicológicos e sociológicos dos colaboradores.

A neurociência consegue estudar os profundos mecanismos do funcionamento do cérebro

modificando-o e desenvolvendo-o. A partir dos estudos realizados, a atuação do psicólogo em

campo pode desenvolver novas pesquisas com o intuito de ser melhor explorada a relação entre

a neurociência e a área organizacional, além de já conseguir aplicar o conhecimento até agora

desenvolvido. Diante disto, conclui-se que futuros estudos são indispensáveis para a obtenção

de mais informações sobre o tema e, assim, permitir uma compreensão mais aprofundada.

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