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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS CONTRIBUIÇÃO DOS MICROSSATÉLITES DE DNA NA CARACTERIZAÇÃO RACIAL Bruna Paula Alves da Silva Orientador: Prof. Dr. José Robson Bezerra Sereno GOIÂNIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

CONTRIBUIÇÃO DOS MICROSSATÉLITES DE DNA NA

CARACTERIZAÇÃO RACIAL

Bruna Paula Alves da Silva

Orientador: Prof. Dr. José Robson Bezerra Sereno

GOIÂNIA

2011

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BRUNA PAULA ALVES DA SILVA

CONTRIBUIÇÃO DOS MICROSSATÉLITES DE DNA NA

CARACTERIZAÇÃO RACIAL

Seminário apresentado junto à Disciplina

Seminários Aplicados do Programa de

Pós-Graduação em Ciência Animal da

Escola de Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás.

Nível: Mestrado

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de Pesquisa:

Fatores genéticos e ambientais que

influenciam o desempenho dos animais

Orientador:

Prof. Dr. José Robson Bezerra Sereno - EMBRAPA CERRADOS

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Emmanuel Arnhold - UFG

Dra. Raquel Soares Juliano - EMBRAPA PANTANAL

GOIÂNIA

2011

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS........................................................................ iv

LISTA DE TABELAS........................................................................ v

LISTA DE QUADROS...................................................................... vi

LISTA DE ABREVIATURAS............................................................. vii

1 INTRODUÇÃO................................................................................. 1

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................ 3

2.1 Marcadores moleculares.................................................................. 3

2.1.1 Marcadores microssatélites.............................................................. 4

2.1.1.1 Aplicações dos marcadores microssatélites.................................... 6

2.1.1.2 Vantagens e desvantagens da utilização de marcadores

microssatélites..................................................................................

6

2.1.2 Técnicas utilizadas para a genotipagem de marcadores

moleculares......................................................................................

7

2.1.2.1 Reação em cadeia da polimerase.................................................... 7

2.1.2.1.1 Vantagens e desvantagens de utilização da PCR........................... 10

2.1.2.2 Eletroforese....................................................................................... 11

2.1.3 Seqüenciamento de DNA................................................................. 13

2.1.3.1 Seqüenciamento manual de DNA.................................................... 13

2.1.3.2 Seqüenciamento automático de DNA............................................... 13

2.2 Caracterização genética por marcadores microssatélites................ 15

2.3 Diversidade genética........................................................................ 27

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 29

REFERÊNCIAS................................................................................ 30

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 A: genótipo homozigoto, B: genótipo heterozigoto, ambos para uma

região genômica que compreende um microssatélite de elementos

(CA)/(GT). C: gel de eletroforese com diferentes genótipos

homozigotos, com banda única e heterozigotos, com duas bandas,

em indivíduos diplóides......................................................................

5

Figura 2 Slippage.............................................................................................. 9

Figura 3 Esquema dos quatro primeiros ciclos de uma reação de PCR.......... 10

Figura 4 Padrão de bandas observado para os alelos do microssatélite

TGLA122. Raias 1 e 20, DNA ladder 10pb. Raia 2, marcador de

DNA de tamanho padrão. Raias 3,4,..., 19, DNA dos animais

estudados. Os números ao lado esquerdo da figura indicam o

tamanho dos fragmentos de DNA em pares de bases......................

15

Figura 5 Dendrograma construído utilizando o método de UPGMA a partir

dos 15 locus analisados. EA: Eqüino Árabe. JB: Jumento

Brasileiro. JP: Jumento Pêga. JN: Jumento Nordestino....................

26

Figura 6 Agrupamento individual dos 215 indivíduos das três raças asininas

e da raça eqüina Árabe, pelo método estatístico Bayesiano

utilizando o programa STRUCTURE. EA: Eqüino Árabe, JB:

Jumento Brasileiro, JN: Jumento Nordestino e JP: Jumento Pêga....

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Probabilidade de paternidade (PP) nas famílias em que não

ocorreu exclusão de paternidade...................................................

18

Tabela 2 Polimorfismo de 15 loci de microssatélites em 87 amostras de

DNA de galinhas caipiras de ovos azuis........................................

20

Tabela 3 Número de alelos (NA), heterozigosidades observada (Ho) e

esperada (He) e Conteúdo de Informação Polimórfica (PIC), em

função dos loci analisados.............................................................

22

Tabela 4 Locus em desequilíbrio Hardy-Weinberg....................................... 23

Tabela 5 Número de indivíduos (N), riqueza alélica (AR), média do

número de alelos por locus considerando-se o número amostral

(i.e), heterozigosidade observada (Ho), heterozigosidade

esperada (He), coeficiente de endogamia (FIS).............................

25

Tabela 6 Estimativa aos pares de diferenciação genética e distância

genética entre as três raças de asininos e a raça eqüina Árabe.

As estimativas de FST encontram-se acima na diagonal e abaixo

se encontra a identidade genética de Nei’s. Todas as

estimativas de FST foram significativas (p<0,01)............................

26

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Probabilidade de Exclusão (PE) para cada microssatélite e

Probabilidade de Exclusão Combinada (PEC) para todos os

marcadores.......................................................................................

16

Quadro 2 Famílias excluídas nos testes de paternidade e marcadores

microssatélites responsáveis pela exclusão....................................

17

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LISTA DE ABREVIATURAS

DNA - Ácido desoxirribonucléico

EHW - Equilíbrio de Hardy-Weinberg

FAO - Food and Agriculture Organization

He - Heterozigosidade Esperada

Ho - Heterozigosidade Observada

ISAG - Sociedade Internacional de Genética Animal

MoDAD - Meansurement of Domestic Animal Diversity

PCR - Reação em Cadeia da Polimerase

PE - Probabilidade de Exclusão

PEC - Probabilidade de Exclusão Combinada

PP - Probabilidade de Paternidade

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1 INTRODUÇÃO

O conhecimento da estrutura genética de raças, espécies e populações

se faz importante para a caracterização racial e consequentemente para

preservação de animais que estejam sendo extintos. O estudo genético utilizando-

se marcadores microssatélites possibilita definir a diversidade genética entre

animais e raças, proporcionando maior eficiência dos programas de

acasalamentos por meio do estudo da genealogia dos animais, otimizando o

sistema de criação destes e auxiliando os criadores na escolha de métodos mais

adequados ao sistema de produção em que estes animais estão inseridos.

Com vistas a implementar programas de conservação se faz

necessária a utilização de técnicas que auxiliem a análise de parentescos e a

identificação genética de indivíduos para direcionar os acasalamentos visando a

manutenção da diversidade genética (EGITO et al., 2005).

Os marcadores moleculares têm sido bastante utilizados para

identificar genes de interesse econômico, mapeamento genético, estudos

evolucionários, identificação de paternidade, introgressão de genes úteis,

diagnóstico precoce de doenças, caracterização assistida por marcadores e

caracterização genética de populações locais (AMARANTE & WOMACK, 2004).

O avanço da biologia molecular, a descoberta de marcadores

moleculares do tipo microssatélites de DNA e o uso da Reação em Cadeia da

Polimerase, possibilitou a identificação de polimorfismos em vários sítios

genômicos nos animais, revolucionando o monitoramento genético de populações

(SILVA, 2007).

Os marcadores microssatélites são neutros e altamente polimórficos,

sendo utilizados para estimação de distâncias genéticas, estruturação

populacional, identificação racial, realização de testes de paternidade, estudos de

caracterização genética e possibilitam o estabelecimento das relações

filogenéticas entre diversas raças (KUMAR, 2000; MAUDET et al., 2002).

A reação em cadeia da polimerase possibilita a realização de testes

altamente sensíveis, dependendo da habilidade de extrair DNA em quantidade

suficiente e com qualidade adequada à técnica que vai ser utilizada, considerando

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que o DNA é a base para se produzir conhecimentos genéticos (COELHO et al.,

2004).

As estratégias de conservação animal se baseiam na caracterização

das raças e populações para verificar a diversidade genética existente entre

estas. Durante muito tempo a caracterização dos recursos genéticos animais

baseou-se em características morfológicas e produtivas, sendo estas insuficientes

para distinguir raças e influenciadas pelo ambiente. As estratégias de

conservação devem se embasar na combinação de dados fenotípicos e

genotípicos (EGITO et al., 1999).

A caracterização genética se faz importante aos programas de

conservação animal, considerando que esta avalia as distâncias entre

populações, facilitando na escolha dos animais a serem utilizados na conservação

animal, in situ e ex situ, utilizando estimativa de índices de similaridade entre os

indivíduos analisados, além de auxiliar programas de acasalamentos que

favoreçam a variabilidade genética entre e dentro das populações (EGITO et al.,

2001).

Objetivou-se descrever a importância dos microssatélites de DNA para

a caracterização racial de diferentes espécies, visando manter a diversidade

genética dentro das raças.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Marcadores moleculares

Os marcadores moleculares ou marcadores genéticos podem ser

entendidos como sendo técnicas que permitem determinar pontos de referência

nos cromossomos, capazes de diferenciar indivíduos. Dessa forma, os

marcadores de DNA podem ser definidos como características de DNA que são

herdadas geneticamente e diferenciam indivíduos (MILACH, 1998).

Para realizar a caracterização genética de populações os marcadores

moleculares têm sido muito utilizados, quantificando a diversidade genética,

principalmente de animais domésticos. Estes são loci que possuem

características capazes de serem identificadas, sendo que estas características

possibilitam a diferenciação dos indivíduos (MENEZES et al., 2006).

Os marcadores podem ser classificados de acordo com a metodologia

para identificá-los, sendo elas a hibridização ou amplificação de DNA. Os

marcadores moleculares RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) e os

locus VNTR (Variable Number of Tandem Repeats) ou minissatélites são

identificados por hibridização, enquanto os marcadores do tipo RAPD (Random

Amplified Polymorphic DNA), SCAR (Sequence Characterized Amplified Regions),

STS (Sequence Tagged Sites), AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism)

e microssatélites são identificados por amplificação e foram desenvolvidos após a

descoberta da PCR, que por sua vez, permitiu a amplificação de DNA in vitro

(MILACH, 1998).

Vários tipos de marcadores moleculares detectam o polimorfismo

genético diretamente do DNA, entre estes, destacam-se a classe conhecida como

microssatélites ou SSR (Simple Sequence Repeats), ou ainda STR (Short

Tandem Repeats), por serem bastante polimórficos, ou seja, possuem grande

habilidade para detectar diferenças entre indivíduos (FALEIRO, 2007).

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2.1.1 Marcadores microssatélites

Para a confecção de mapas genéticos, as análises que mais se

destacam são as obtidas por marcadores microssatélites, que são sequências

repetidas de DNA, apresentando loci discretos e alelos co-dominantes. Os

microssatélites são sequências de um a seis nucleotídeos de comprimento, que

se repete em tandem, ocorrendo consecutivamente uma após a outra. Possuem

maior capacidade de ganhar alelos que perder, sendo que um lócus de um

microssatélite tem aproximadamente quatro a dez alelos, além de serem

facilmente amplificados por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase

(PCR), podendo ser analisados depois de passar pela eletroforese (STRACHAN

& READ, 2002; MENEZES et al., 2006).

Para obtenção de marcadores microssatélites, existem diversos

protocolos como: derivados de EST (Expressed Sequence Tag), ou seja,

etiquetas de sequências expressas; por meio de bibliotecas genômicas

enriquecidas; transferibilidade, entre outros (ZAHA et al., 2003).

Os microssatélites apresentam freqüentemente uma heterozigosidade

esperada acima de 0,7 e são altamente polimórficos, o que possibilita uma

discriminação bastante precisa de indivíduos próximos, além disso, são também

abundantes e dispersos de forma uniforme no genoma, proporcionando facilidade

para que suas informações sejam compartilhadas em laboratórios (BRONDANI et

al., 1998).

A Food Agriculture Organization (FAO) e a International Society of

Animal Genetics (ISAG) estabeleceram, em 1995, um grupo de consultores com o

objetivo de elaborar uma série de recomendações técnicas e diretrizes para

avaliação da diversidade genética de raças de animais domésticos. Por meio do

projeto chamado Meansurement of Domestic Animal Diversity (MoDAD) foi

selecionada uma lista de loci de microssatélites que podem ser utilizados para

estudos da diversidade genética e caracterização de raças de ovinos, caprinos,

suínos, bovinos e aves. Esta lista foi ampliada em 2004, quando foram incluídos

novos marcadores microssatélites (FAO, 2004).

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Os marcadores microssatélites que apresentam homologia em diversas

espécies devem ser preferíveis, em razão de facilitarem os estudos em

laboratórios, possibilitando reduzir custos e economizar tempo (FAO, 2004).

O polimorfismo encontrado nos marcadores diz respeito ao número de

vezes que o núcleo de bases se repete (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).

Na Figura 1 estão ilustrados a base genética e o polimorfismo em marcadores

microssatélites.

FIGURA 1 - A: genótipo homozigoto, B: genótipo heterozigoto, ambos para uma região genômica que compreende um microssatélite de elementos (CA)/(GT). C: gel de eletroforese com diferentes genótipos homozigotos, com banda única e heterozigotos, com duas bandas, em indivíduos diplóides

Fonte: FERREIRA & GRATTAPAGLIA (1998)

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2.1.1.1 Aplicações dos marcadores microssatélites

As maiores aplicações dos marcadores de DNA têm sido utilizadas

para a sexagem de embriões, testes de paternidade, registro genealógico e

utilização com vistas a detectar doenças genéticas ou características funcionais

em determinadas raças (GARCIA, 2006). Os microssatélites são muito utilizados

na investigação da estrutura populacional de diversas espécies de animais

domésticos, considerando os métodos de agrupamento, os quais possibilitam a

inferência de estrutura de populações e a designação de indivíduos a populações

(FABUEL et al., 2004; MARTÍNEZ et al., 2006).

A utilização de marcadores moleculares possibilita quantificar a

diversidade genética de populações, além da realização de testes de paternidade,

que podem ser feitos em vegetais, humanos e animais. Os marcadores mais

utilizados para a realização dos exames de paternidade são os do tipo RFLP,

microssatélites e minissatélites (CURI & LOPES, 2001).

2.1.1.2 Vantagens e desvantagens da utilização de marcadores microssatélites

Os marcadores moleculares possibilitam avaliação precoce dos

animais para características determinadas, pois esta tecnologia utiliza amostras

de DNA, podendo ser realizadas análises logo após o nascimento ou ainda na

fase embrionária, inclusive em programas de transferência de embriões e

produção in vitro, otimizando a seleção genética (GARCIA, 2001; GARCIA &

PORTO-NETO, 2006).

Outro benefício se refere à possibilidade de se selecionar

características que apresentam dificuldades técnicas para serem mensuradas

como, precocidade sexual e de terminação de carcaça ou características que

demonstram alto custo de análises, como maciez da carne e resistência a

doenças e ainda características como a longevidade (GARCIA, 2006).

A principal desvantagem da utilização de marcadores microssatélites

de DNA em escala comercial é o alto custo, necessitando de estudos que

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apresentem formas de aumentar a rapidez e diminuir os custos com a

genotipagem de animais (CURI & LOPES, 2001).

Outra desvantagem são os erros de identificação de paternidade, que

prejudicam os programas de melhoramento genético por reduzirem o ganho

genético anual da população, por isso devem ser minimizados. Quando se

investiga biologicamente a paternidade é realizada uma análise da herança

genética do filho, apurando a parte genética herdada da mãe e transmitida pelo

pai. Se estes possuírem características hereditárias transmitidas ao filho, não

pode ser excluído da paternidade. Qualquer característica constante do

nascimento ao longo da existência e que é geneticamente determinada, não

sofrendo influência do meio, como doenças ou qualquer outra condição

submetida, pode servir como parâmetro para identificar a paternidade. Os

polimorfismos de DNA baseiam-se na variabilidade da composição das bases dos

ácidos nucléicos, proporcionando o estudo a partir do código genético (CURI &

LOPES, 2001).

2.1.2 Técnicas utilizadas para a genotipagem de marcadores moleculares

2.1.2.1 Reação em cadeia da polimerase

A PCR (Polimerase Chain Reaction) transformou a genética molecular,

uma vez que, permitiu a rápida clonagem e a análise do DNA. Esta técnica

representa um método in vitro rápido e versátil, utilizado para amplificação

seletiva de sequências-alvo de DNA específicas a partir de DNA total previamente

extraído. Para que a amplificação seja seletiva precisa-se de alguma informação

prévia, utilizada para desenhar dois oligonucleotídeos iniciadores, denominados

primers, específicos para a seqüência-alvo e apresentam em média 15 a 25

nucleotídeos de extensão. Depois que os primers são adicionados ao DNA-molde

desnaturado, estes se ligam especificamente às sequências de DNA

complementares ao seu sítio-alvo, flanqueando e delimitando a região a ser

analisada (STRACHAN & READ, 2002).

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A síntese de novas fitas de DNA inicia-se em presença de uma DNA-

polimerase termoestável apropriada e dos quatro desoxirribonucleosídeos

trifosfatos (dATP, dCTP, dGTP e dTTP). As novas fitas são complementares a

cada uma das fitas de DNA do segmento alvo de DNA, formando um fragmento

de DNA com seqüência idêntica à do DNA analisado e previamente selecionado

pelo par de primers. A PCR é uma reação em cadeia, pois as fitas de DNA

sintetizadas atuam como moldes para mais sínteses de DNA nos ciclos

subseqüentes. Considerando que o ciclo de duplicação molecular é repetido

várias vezes, após 25 ciclos de síntese de DNA, além do DNA que iniciou a

reação os produtos da PCR incluem cerca de 10 cópias da sequência-alvo

específica. Em menos de 24 horas os resultados podem ser obtidos (STRACHAN

& READ, 2002).

A PCR é utilizada para aumentar pequenas quantidades de DNA (LITT

& LUTY, 1989). Depois de obtidos os microssatélites, os fragmentos são

amplificados via PCR com iniciadores, primers, específicos de 20 a 30 bases, que

complementam as sequências que flanqueiam a região a ser amplificada e são

utilizados para delimitar tal região (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).

O polimorfismo é causado pelo deslizamento (slippage) da DNA

polimerase que ocorre durante o processo de replicação. O slippage é um

mecanismo interno que ocasiona elevada taxa de mutação (ELLEGREN, 2004).

Acredita-se que durante a replicação de uma região repetitiva, as fitas

de DNA separam-se e se associam novamente de forma incorreta, gerando

cópias de trechos de DNA, alelos, com diferentes tamanhos ou números de

repetições no próximo ciclo de replicação (Figura 2), seja por meio da inserção ou

da deleção de uma unidade de repetição (BARBOSA, 2010).

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FIGURA 2 - Slippage Fonte: http://www.virtuallaboratory.net/Biofundamentals/lectureNotes/AllGraphics/slippage.jpg

Os reagentes necessários para que ocorra uma reação da PCR são:

DNA molde, primers, DNA polimerase, MgCl2, solução tampão e dNTPs. Os

primers possuem hidroxila livre (OH-) na extremidade, onde serão adicionados

novos dNTPs pela enzima DNA polimerase. A DNA polimerase termoestável que

tem sido mais utilizada é a Taq DNA polimerase. O reagente MgCl2 doa íons

Mg2+, cofatores indispensáveis para a atividade da Taq DNA polimerase. A

solução tampão é usada para manter o pH e as condições iônicas ideais para a

reação e os dNTPs são desoxinucleosídeos trifosfatados, monômeros utilizados

na síntese das fitas complementares às fitas-molde da molécula de DNA inicial. A

PCR ocorre em um equipamento denominado termociclador (BARBOSA, 2010).

A PCR tem como objetivo principal amplificar regiões específicas de

DNA (Figura 3), com o intuito que se tenha um grande número de cópias,

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considerando que apenas uma cópia de uma seqüência não é suficiente para ser

analisada (BARBOSA, 2010).

FIGURA 3 - Esquema dos quatro primeiros ciclos de uma reação de PCR Fonte: http://www.geocities.com/avinash_abhyankar/molecular/pcr_basics_files/image003.gif

2.1.2.1.1 Vantagens e desvantagens de utilização da PCR

A clonagem de DNA por meio da PCR realiza-se em poucas horas,

utilizando para isso um equipamento simples, que varia a temperatura no

processo. As etapas consistem em desnaturação, síntese e pareamento,

considerando que uma reação de PCR consiste de trinta ciclos, com cada ciclo

durando cerca de três a cinco minutos em um termociclador automatizado.

Necessita-se também algum tempo para a construção e a síntese dos

oligonucleotídeos, que são utilizados como primers, no entanto, existem

programas comerciais que projetam primers e sintetiza comercialmente os

oligonucleotídeos desejados de forma rápida. Dessa forma a PCR apresenta

velocidade e facilidade de utilização (STRACHAN & READ, 2002).

A PCR demonstra sensibilidade, pois é capaz de amplificar sequências

a partir de quantidades mínimas do DNA-alvo, até mesmo do DNA de uma única

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célula. Este fato torna essa técnica muito útil na análise forense, onde a

quantidade de material biológico é muito pequena (DUARTE et al., 2001).

Por meio da PCR, que por sua vez, apresenta robustez e possibilidade

de análise de amostras degradadas, pode-se amplificar sequências específicas a

partir de amostras em que o DNA está degradado ou em um meio onde é difícil o

isolamento do DNA. Lembrando que apenas um fragmento do DNA é isolado e

amplificado pela PCR, se torna possível a análise com sucesso de amostras

antigas e já decompostas, restos mortais, entre outros (DUARTE et al., 2001).

Uma limitação da técnica de PCR se diz respeito à contaminação. Se o

DNA contaminante estiver em níveis comparáveis aos do DNA-alvo, sua

amplificação pode confundir a interpretação dos resultados referentes à tipagem,

causando erros na conclusão. Para evitar estas possibilidades pode-se utilizar um

controle negativo, em que se realiza a mesma reação de PCR, mas não se coloca

amostras e outra forma seria a separação física das áreas do laboratório

destinadas ao trabalho com PCR e com produto que já foi amplificado (DUARTE

et al., 2001; BOROVIK et al., 2011).

2.1.2.2 Eletroforese

A eletroforese compreende uma técnica de genotipagem que possibilita

separar moléculas em função da sua massa, forma e compactação. Esta técnica

é sensível, rápida e precisa. A molécula, o DNA, migra nos suportes, que podem

ser géis de agarose ou acrilamida, em razão da ação de uma corrente elétrica,

com diferentes velocidades que dependem do tamanho e forma. As moléculas de

DNA migram para o pólo positivo quando submetidas a um campo elétrico,

porque são carregadas negativamente e o atrito com o gel, suporte, reage como

força oposta à migração. Dessa forma, quanto maior a molécula, maior o atrito e

mais lenta a migração (VIEIRA, 2011).

Na presença de compostos intercalantes, como o brometo de etídio, o

DNA pode ser visualizado, pois esta molécula emite fluorescência por exposição à

luz ultravioleta (UV) em presença desse composto e as moléculas de um mesmo

tamanho podem ser visualizadas em um mesmo ponto do gel, formando uma

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faixa fluorescente, enquanto se existirem mais de um tamanho de molécula na

amostra, estas serão separadas na migração, sendo visíveis bandas em

diferentes localizações do gel (ZAHA et al., 2003).

As duas substâncias mais utilizadas para eletroforese, géis de agarose

e géis de acrilamida, formam tramas de poros de tamanhos variáveis, o que

possibilita a separação dos fragmentos, sendo sua eficiência dependente da

concentração do polímero e da intensidade da voltagem e amperagem aplicadas.

Em qualquer uma das escolhas, estas substâncias são dissolvidas numa solução-

tampão eletrolítica, a mesma que deve recobrir o gel na cuba de eletroforese e

possibilitar a passagem de corrente elétrica, chamado Tampão de Corrida.

Geralmente, utiliza-se o TBE (Tris-Borato EDTA) e o TAE (Tris-Acetato EDTA). A

escolha do tipo de gel a ser utilizado depende do tamanho do fragmento e da

diferença de tamanho dos fragmentos de DNA que se deseja visualizar (KOCH &

ANDRADE, 2008).

Antes da aplicação das amostras no gel, elas são misturadas a outra

solução, tampão da amostra, para aumentar a viscosidade da amostra e impedir

que esta comece a flutuar no tampão de corrida antes que a voltagem seja

aplicada no sistema, além de possibilitar a visualização da corrida em razão do

tampão possuir um corante. Geralmente utiliza-se uma mistura do corante Azul de

Bromofenol, Xileno-Cianol e Glicose, dissolvidos no tampão de corrida, de acordo

com cada reação (VIEIRA, 2011).

No gel são utilizadas concentrações de 0,5 a 4% de agarose, sendo

que quanto maior a concentração maior a capacidade de distinguir fragmentos de

tamanhos próximos. Para acrilamida as concentrações variam de 4 a 25% no gel,

apresentando definição maior que a agarose. A eletroforese convencional possui

a desvantagem de identificar os fragmentos quanto ao tamanho e não quanto à

seqüência, contudo, apresenta baixo nível de dificuldade de realização e

versatilidade (VIEIRA, 2011).

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2.1.3 Seqüenciamento de DNA

2.1.3.1 Seqüenciamento manual de DNA

O DNA pode ser seqüenciado de forma manual produzindo-se

fragmentos pela interrupção controlada da replicação enzimática. Considerando

que a DNA polimerase é utilizada para copiar uma determinada seqüência de um

DNA unifilamentar, como em uma reação de PCR comum, tem-se como diferença

destas reações que, além dos quatro desoxirribonucleosídeos (dATP, dTTP,

dCTP, dGTP marcados com radioatividade), a mistura de incubação contém um

análogo 2’, 3’-didesoxi de um deles. A incorporação desse análogo bloqueia o

posterior crescimento da nova cadeia porque ele não tem a hidroxila 3’ terminal

necessária para formar a ligação fosfodiéster seguinte. Assim, são produzidos

fragmentos de vários comprimentos, nos quais o análogo didesoxi está na ponta

3’. A mesma amostra é submetida a esta reação em quatro eppendorfs diferentes

e em cada eppendorf existe um dos quatro nucleotídeos modificados diferentes

(STRYER, 1996).

O resultado final em cada reação são fragmentos de diferentes

tamanhos, em razão da parada da reação a cada vez que o nucleotídeo

amplificado é incorporado. Estes conjuntos de fragmentos, um para cada análogo

didesoxi são então submetidos à eletroforese e a seqüência de bases do novo

DNA é lida na auto-radiografia (STRYER, 1996).

2.1.3.2 Seqüenciamento automático de DNA

Os seqüenciadores de DNA realizam automaticamente a análise das

fitas de DNA previamente amplificadas, cujos didesoxirribonucleotídeos (dNTPs)

incorporados na PCR foram marcados previamente com compostos

fluorescentes, com cores diferentes para cada dNTP. O produto da PCR é

aplicado em um gel no interior de um capilar e dessa forma, a migração do DNA

ocorre até passar pelo detector do equipamento. O gel é rastreado por um feixe

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de laser, excitando os marcadores, que emitem luz em um comprimento de onda

específico, de acordo com o corante utilizado. A luz é detectada e o padrão do

espectro analisado com o auxílio de programas que permitem gerar as

sequências de DNA. Usando detectores de fluorescência controlados por

computador, os sistemas automáticos podem identificar aproximadamente 10 mil

bases por dia, enquanto os métodos manuais identificam 50 mil bases por ano

(VOET et al., 2002).

Os sistemas automatizados de genotipagem de locus microssatélites

são os mais utilizados, por proporcionarem análises de fragmentos produzidos por

PCR por meio de primers marcados com fluorescência. Os sistemas multiplex

possibilitam a genotipagem em grande escala, com seus sistemas de

genotipagem multiloco, semi-automatizados, detectando e analisando

simultaneamente em analisadores automáticos vários fragmentos microssatélites,

o que fornece grande precisão na detecção alélica, diminuindo os custos, o tempo

de análise e os erros que ocorrem quando se realiza uma análise manual e visual

(RANGEL et al., 2005).

Diversos STRs são amplificados utilizando-se vários pares de primers,

que compõem o kit comercial chamado PCR multiplex. O produto da reação de

amplificação dos STRs pode ser detectado por seus tamanhos, por meio da

migração em gel de eletroforese de alta resolução, localizado dentro de um

capilar. Quando se utiliza a tecnologia de coloração fluorescente com detecção

por laser é possível avaliar STRs de mesmo tamanho, simplesmente marcando

cada um com uma coloração diferente. Cada kit PCR multiplex utiliza diferentes

colorações e amplifica diferentes STRs, como por exemplo os kits comerciais,

Profiler Plus™ que analisam simultaneamente dez marcadores, kit Power Plex®

para dezesseis STRs e o Identifiler™ para dezesseis marcadores (KASHYAP et

al., 2004).

Uma PCR multiplex pode ser operada para quatro ou cinco

marcadores, sendo que duas reações podem ser suficientes para realização de

testes de paternidade (CURI & LOPES, 2001).

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2.2 Caracterização genética por marcadores microssatélites

A caracterização genética de populações proporciona o estudo da

variabilidade genética. A variabilidade genética total de uma espécie resulta do

conjunto representado pela contribuição da variabilidade intra e inter-populacional.

Estes parâmetros são importantes para a conservação dos recursos genéticos,

evitando a extinção de animais ameaçados (SILVA, 2007).

Em experimento realizado com 40 famílias (touro/vaca/bezerro) de

animais da raça Gir, sendo estes puros de origem e registrados na Associação

Brasileira dos Criadores de Zebu, realizou-se testes de paternidade por meio de

amostras de sangue, utilizando-se microssatélites de DNA. Os primers utilizados

são recomendados pela ISAG e alguns microssatélites analisados nesse estudo

geralmente não são utilizados para esse propósito. As regiões microssatélites

foram amplificadas pela PCR e os produtos resultantes separados por

eletroforese em gel de poliacrilamida desnaturante. Os fragmentos de DNA foram

detectados utilizando-se coloração por nitrato de prata. Visualizaram-se os

fragmentos amplificados sob luz branca e estes foram fotografados em filme

polaróide 667 (Figura 4) (CURI & LOPES, 2001).

FIGURA 4 - Padrão de bandas observado para os alelos do microssatélite TGLA122. Raias 1 e 20, DNA ladder 10pb. Raia 2, marcador de DNA de tamanho padrão. Raias 3,4,..., 19, DNA dos animais estudados. Os números ao lado esquerdo da figura indicam o tamanho dos fragmentos de DNA em pares de bases

Fonte: CURI & LOPES (2001)

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Foi determinada a constituição genotípica dos indivíduos para cada

marcador, utilizando-se a análise do tamanho do fragmento em pares de bases

(pb). Calcularam-se as frequências alélicas e a probabilidade de exclusão (PE)

para cada marcador microssatélite, além da probabilidade de exclusão combinada

(PEC) para o conjunto de microssatélites que foram utilizados. As famílias em que

não ocorreu exclusão de paternidade foram submetidas ao cálculo de

probabilidade de paternidade (PP). A PEC demonstra a probabilidade de ocorrer

exclusão de paternidade em pelo menos um sistema genético utilizado e tanto a

PEC quanto a PE estão apresentadas no Quadro 1 (CURI & LOPES, 2001).

QUADRO 1 - Probabilidade de Exclusão (PE) para cada microssatélite e Probabilidade de Exclusão Combinada (PEC) para todos os marcadores

Microssatélites PE

TGLA 122* 0,4323

TGLA 126* 0,3035

ETH 3* 0,2769

SPS 115* 0,3114

ETH 225* 0,1878

BM 1824* 0,2599

ETH 10* 0,3403

BMS 2533 0,6289

POTCHA 0,2705

PEC = 0,9789

*microssatélites recomendados pelo ISAG para a realização de testes de paternidade em bovinos

Fonte: Adaptado de CURI & LOPES (2001)

A tabela acima mostra que os microssatélites BMS2533 e TGLA122

apresentaram alto polimorfismo e PE adequadas e o valor obtido para PEC,

0,9789 se aproximou do ideal, 0,99, resultado que poderia ser obtido aumentado-

se um marcador microssatélite ao teste de paternidade. Os marcadores ETH10,

SPS115, TGLA126, ETH3, POTCHA, BM1824 e ETH225 apresentaram PE baixa,

sendo o ETH3, ETH225 e BM1824, recomendados pelo ISAG para testes de

paternidade em bovinos. Em contraste, o microssatélite BMS 2533, que por sua

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vez, não é utilizado para essa finalidade, demonstrou alta PE, o que mostra a

importância de se caracterizar diferentes populações ou linhagens dentro da raça

em estudo, pois diferentes populações não apresentam obrigatoriamente o

mesmo número de alelos e mesmas frequências alélicas (CURI & LOPES, 2001).

Os resultados de PE obtidos para os microssatélites BM1824 e

ETH225 demonstraram que microssatélites adequados para testes de

paternidade em raças bovinas européias, podem não ser apropriados para raças

zebuínas. Os marcadores microssatélites que excluíram a possibilidade de

paternidade nas famílias (Touro (T), Vaca (V) e Bezerro (B)) estão apresentados

no Quadro 2 (CURI & LOPES, 2001).

QUADRO 2 - Famílias excluídas nos testes de paternidade e marcadores microssatélites responsáveis pela exclusão

Família TGLA122

TGLA126

BM1824

BMS2533

SPS115

ETH3

ETH10

ETH225

POTCHA

TB/V5/ B5

x x

TA/V18/B18

x x x

TA/V19/B19

x x x

TA/V20/20

x x x x x

TC/V23/B23

x x

TC/V24/B24

x x

TA/V25/B25

x x x

TA/V26/B26

x x

TA/V33/B33

x x x x x

TA/V34/B34

x x x

TA/V37/B37

x x x x

Fonte: Adaptado de CURI & LOPES (2001)

O cálculo da probabilidade de paternidade foi realizado para todas as

famílias que não foram excluídas da paternidade, sendo estas apresentadas na

Tabela 1 (CURI & LOPES, 2001).

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TABELA 1 - Probabilidade de paternidade (PP) nas famílias em que não ocorreu exclusão de paternidade

TA TB TC TD

V/B PP V/B PP V/B PP V/B PP

V1/B1 0,9521 V2/B2 0,9801 V21/B21 0,9998 V22/B22 0,9999

V4/B4 0,8691 V3/B3 0,8714 V28/B28 0,9964

V9/B9 0,8691 V6/B6 0,9228 V29/B29 0,9972

V11/B11 0,9521 V7/B7 0,9529 V30/B30 0,9972

V12/B12 0,9521 V8/B8 0,9396 V31/B31 0,9998

V14/B14 0,9521 V10/B10 0,9574

V17/B17 0,8691 V13/B13 0,8994

V32/B32 0,9521 V15/B15 0,9844

V35/B35 0,9521 V16/B16 0,9905

V36/B36 0,9521 V27/B27 0,9741

V39/B39 0,9521 V28/B28

V40/B40

0,9964

0,8994

Média = 0,9295 0,9474 0,9981 0,9999

Média geral = 0,9512

Fonte: Adaptado de CURI & LOPES (2001)

A probabilidade de paternidade variou entre 0,8691 e 0,9999, com

média de 0,9512, sendo que somente oito famílias atingiram a probabilidade

recomendada de 0,99, fato que pode ter sido causado pelo baixo poder

informativo de alguns microssatélites utilizados (CURI & LOPES, 2001).

Em estudo que avaliou a variabilidade genética de galinhas caipiras

brasileiras de ovos azuis foram utilizadas 87 amostras de sangue e 15

marcadores microssatélites. Após a extração do DNA total foi feita a análise dos

loci microssatélites e a amplificação dos fragmentos de DNA foi realizada pela

PCR. Utilizaram-se iniciadores marcados com fluoróforos para quinze loci de

microssatélites: LEI0234, LEI0248, LEI0221, LEI0214, LEI0192, LEI0217,

LEI0254, LEI0194, LEI0212, MCW0371, ADL0278, MCW0183, MCW0216,

MCW0330 e MCW0081, sendo os cinco últimos recomendados pela FAO. Os

produtos amplificados foram submetidos à genotipagem em seqüenciador

automático e as seqüencias analisadas com programa Gene Mapper ID Software

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v.3.2 e a análise estatística realizada utilizando o programa Arlequin v.3.5. Foram

calculados para todos os lócus de microssatélite as frequências alélicas,

genotípicas e estimativas de heterozigosidade esperada (He) e observada (Ho) e

desvios do Equilíbrio de Hardy-Weinberg (FONTEQUE, 2011).

O mesmo autor demonstrou que a amplificação das amostras de DNA

de 87 galinhas nos 15 loci de microssatélite gerou um total de 168 alelos, com

amplicons variando entre 83 e 490 pares de base, estes fatos demonstraram que

os quinze loci de microssatélites utilizados foram eficientes na amplificação e

genotipagem do DNA, apresentando alto polimorfismo e um número médio de

11,2 alelos. O número máximo de 28 alelos foi identificado para o marcador

LEI0212, o que pode significar que este locus encontra-se em uma região de

elevada taxa de mutação ou de seleção positiva a mutação. Foram produzidos

288 genótipos com a combinação de alelos dos 15 loci.

As heterozigosidades esperada e observada são medidas de

variabilidade genética eficientes. A He representa a probabilidade que dois alelos

escolhidos ao acaso em uma população sejam diferentes, enquanto a Ho

representa a proporção de indivíduos heterozigotos observados nas amostras da

população. A heterozigosidade de um marcador diz respeito à probabilidade de

um indivíduo ser heterozigoto no locus marcador, sendo este parâmetro

dependente do número de alelos e da freqüência destes na população e

apresentando polimorfismo informativo quando possui heterozigosidade maior

que 70% (NEI, 1973; BELKHIR, 1999).

A heterozigosidade média observada é considerada elevada quando

apresenta valores superiores a 0,7 e reduzida quando apresenta valores inferiores

a 0,5. Em relação à heterozigosidade média esperada os valores superiores a 0,5

indicam que os marcadores possuem elevada diversidade genética (MENEZES,

2005).

A heterozigosidade média esperada foi 0,76 e a observada foi 0,49

para a população estudada, conforme demonstrado na Tabela 2. Os quinze loci

apresentaram desvio do Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) para a população

(FONTEQUE, 2011).

Os desvios de EHW podem ocorrer em razão de fatores como

acasalamentos direcionados, antepassados comuns, subdivisões dentro da

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população, seleção natural e artificial, fluxo de genes a partir de população

externa ou migração (MENEZES, 2005).

TABELA 2 - Polimorfismo de 15 loci de microssatélites em 87 amostras de DNA de galinhas caipiras de ovos azuis

Locus NA1 Ho2 He3 T4(pb) Valor de P5 s.d.

LEI0248 12 0.70115 0.76447 210-258 0.00000 0.00000

LEI0221 14 0.81609 0.86944 125-233 0.00000 0.00000

LEI0214 13 0.29885 0.80845 127-279 0.00000 0.00000

LEI0192 19 0.66667 0.89104 230-378 0.00000 0.00000

MCW0371 17 0.26437 0.84905 98-229 0.00000 0.00000

LEI0217 19 0.55172 0.83702 174-330 0.00000 0.00000

LEI0254 02 0.08046 0.34981 83-87 0.00000 0.00000

LEI0194 08 0.17241 0.77138 125-181 0.00000 0.00000

LEI0212 28 0.45977 0.87403 310-490 0.00000 0.00000

ADL278 05 0.56322 0.58328 102-114 0.00894 0.00011

LEI0234 12 0.63218 0.82526 208-304 0.00000 0.00000

MCW0183 07 0.62069 0.75809 292-396 0.00000 0.00000

MCW0216 05 0.35632 0.73145 124-142 0.00000 0.00000

MCW0330 02 0.54023 0.73483 265-285 0.00000 0.00000

MCW0081 05 0.65517 0.69796 109-130 0.00000 0.00000

Média 11,20 0,49195 0,75637

s.d. 7,38 0,21266 0,13819

1Número de alelos por locus.

2Freqüência de heterozigosidade observada.

3Freqüência de

heterozigosidade esperada. 4Tamanho do alelo em pares de base.

5Locus em desequilíbrio

(P<0,05)

Fonte: FONTEQUE (2011)

As populações de galinhas caipiras brasileiras de ovos azuis são

pequenas, geralmente endogâmicas e submetidas ao ambiente comum de

criação de aves caipiras, sendo selecionadas de forma natural e artificial, fatos

que podem justificar a população estar em desvio do EHW. Os resultados

encontrados para heterozigosidades médias e número médio de alelos

demonstram que existe elevada variabilidade genética em galinhas caipiras

brasileiras de ovos azuis (FONTEQUE, 2011).

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Em um experimento que verificou a utilização de 27 microssatélites

para caracterização genética de raças caprinas brasileiras, coletou-se 332

amostras casualizadas de pêlos de caprinos das raças Moxotó, Canindé, Serrana

Azul, Marota, Repartida e Graúna. Foi extraído o DNA das amostras de dez pêlos

selecionados por animal. Os 27 microssatélites foram analisados com as

sequências direta e reversa dos iniciadores, amplificados mediante a técnica de

reação em cadeia de polimerase (PCR), submetidos à eletroforese em gel de

poliacrilamida em seqüenciador automático, os resultados das análises de

fragmentos e a tipificação alélica foram obtidos por meio dos programas

informáticos Genescan Analysis v.3.7 e Genotyper 2.5 (MENEZES et al., 2006).

As frequências alélicas foram calculadas com base na contagem direta

dos alelos encontrados e estas frequências juntamente com as heterozigosidades

foram calculadas por meio do programa Genetix versão 4.01. Os resultados

encontrados de polimorfismo dos loci analisados estão apresentados na Tabela 3.

(MENEZES et al., 2006).

O Conteúdo de Informação Polimórfica (PIC) é um indicador da

qualidade do marcador em estudos genéticos, sendo útil para a segregação,

identificação de populações e controle de paternidade. Os marcadores que

apresentam valores de PIC superiores a 0,5 são considerados muito informativos,

outros com valores variando entre 0,25 e 0,50 são considerados mediamente

informativos e com valores inferiores a 0,25 são classificados como pouco

informativos (BOTSTEIN et al., 1980).

Os marcadores que apresentaram elevado grau de heterozigosidade

média observada, sendo esta com valores superiores a 70% foram TGLA122,

MM12, CSSM60, BM6526, HSC E BM8125, enquanto os marcadores MAF209,

BM6506, SPS115, ETH225, INRA63, HAUT27, ETH10 e INRA23 demonstraram

nível reduzido de heterozigosidade, com valores inferiores a 50%. A

heterozigosidade média esperada foi superior a 50% para a maioria dos loci

(85%). O PIC apresentou valores superiores a 50% em mais de 75% dos loci

analisados (MENEZES et al., 2006).

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TABELA 3 - Número de alelos (NA), heterozigosidades observada (Ho) e esperada (He) e Conteúdo de Informação Polimórfica (PIC), em função dos loci analisados

LOCI NA Ho He PIC

CSSM66 23 0,680 0,819 0,908

OarFCB304 16 0,669 0,795 0,777

MM12 14 0,733 0,752 0,724

BM6526 14 0,716 0,744 0,724

INRA6 13 0,638 0,847 0,830

HSC 11 0,731 0,789 0,761

BM1329 11 0,678 0,741 0,698

OarFCB11 11 0,659 0,687 0,643

MAF65 11 0,508 0,717 0,675

CSRM60 10 0,720 0,755 0,718

BM6506 10 0,371 0,406 0,391

BM1818 10 0,671 0,761 0,737

TGLA122 10 0,754 0,829 0,807

CSRD247 09 0,666 0,748 0,717

HAUT27 09 0,461 0,479 0,436

SRCRSP8 09 0,675 0,776 0,742

INRA23 09 0,495 0,666 0,612

INRA5 08 0,623 0,709 0,667

OarFCB48 08 0,598 0,632 0,572

ILSTS011 07 0,524 0,786 0,752

McM527 07 0,631 0,699 0,651

BM8125 06 0,713 0,769 0,733

INRA63 06 0,454 0,572 0,480

SPS115 05 0,412 0,503 0,398

ETH10 05 0,493 0,650 0,576

ETH225 04 0,416 0,483 0,383

MAF209 03 0,037 0,043 0,042

Fonte: MENEZES et al. (2006)

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O equilíbrio de Hardy-Weinberg dos loci está apresentado na Tabela 4

para cada raça caprina analisada (MENEZES et al., 2006).

TABELA 4 - Locus em desequilíbrio Hardy-Weinberg

Locus S. Azul Moxotó Marota Canindé Repartida Graúna

CSRD247 ─ ─ ─ ─ 0,099 ─

ETH225 ─ ─ ─ ─ 0,000 0,053

HAUT27 ─ ─ ─ ─ 0,024 ─

ILSTS011 ─ 0,000 ─ 0,000 ─ ─

INRA63 0,079 ─ ─ 0,006 0,094 ─

INRA5 0,014 ─ 0,087 ─ ─ ─

SPS115 0,072 0,000 ─ 0,002 0,005 ─

BM6526 0,000 0,080 ─ ─ ─ ─

CSRM60 ─ ─ 0,039 0,071 ─ ─

CSSM66 ─ ─ ─ ─ 0,001 0,002

ETH10 ─ ─ ─ ─ 0,019 0,067

INRA6 0,000 0,062 ─ 0,065 ─ 0,000

MM12 ─ 0,025 ─ ─ ─ ─

HSC ─ 0,013 0,047 ─ 0,086 ─

McM527 ─ 0,026 ─ ─ ─ ─

SRCRSP8 ─ 0,022 0,093 0,075 ─ 0,012

OarFCB48 0,056 ─ 0,043 ─ ─ ─

OarFCB11 ─ 0,032 0,085 ─ ─ ─

INRA23 0,016 ─ 0,000 0,000 ─ 0,000

MAF209 0,000 0,000 0,000 ─ 0,051 0,000

MAF65 0,000 0,000 0,003 ─ ─ 0,017

Fonte: Adaptado de MENEZES et al. (2006)

A raça Moxotó apresentou onze locus em desequilíbrio, a Serrana Azul,

Marota e Repartida apresentaram nove, a Graúna oito e a Canindé sete locus em

desequilíbrio Hardy-Weinberg. Dessa forma, verifica-se que foram poucos

microssatélites que demonstraram desequilíbrio, considerando que 70% dos

marcadores apresentaram estar em EHW. Os desequilíbrios podem acontecer em

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populações ameaçadas de extinção como as deste estudo em razão de fatores

como antepassados comuns e seleção natural (MENEZES et al., 2006).

Com vistas a avaliar a diversidade genética de raças asininas criadas

no Brasil foram analisados 215 indivíduos das raças Jumento Brasileiro, Jumento

Nordestino e Jumento Pêga, além da raça eqüina Árabe utilizada como outgroup.

O DNA foi obtido por meio de amostras sangüíneas. Foram utilizados 15 loci

microssatélites, sendo eles, ASB02, AHT04, ASB17, ASB23, COR07, COR58,

COR82, HMS03, HMS07, HMS45, HTG07, LEX73, TKY312, TKY344,

UCDEQ425, amplificados pela PCR. Os loci TKY312 e TKY344 não são

recomendados pela FAO e ISAG para o estudo da diversidade de asininos no

MoDAD. Para amplificação dos fragmentos utilizou-se sistemas multiplex e

seqüenciador automático de DNA. Os programas GeneScan 2.0 e Genotyper 2.1

foram utilizados para a genotipagem dos alelos observados (ALMEIDA, 2009).

No estudo citado foram calculadas He, Ho, PIC e a probabilidade de

exclusão média e verificado o EHW. Gerou-se um dendrograma a partir da

distância genética (DA) pelos algoritmos de agrupamento Neighbor-Joining (NJ),

utilizando o programa SplitsTree4 (HUSON & BRYANT, 2006) e baseando-se nos

genótipos dos 15 locus microssatélites, os indivíduos foram agrupados em

determinadas populações pela metodologia Bayesiana no programa

STRUCTURE (PRITCHARD et al., 2000). Os testes foram baseados no modelo

de miscigenação (ALMEIDA, 2009).

Os locus genotipados foram polimórficos para todas as raças, exceto a

raça Pêga que apresentou um alelo para o locus ASB17. O número médio de

alelos por locus foi 6,07 e o número total de alelos para todos os locus analisados

foi 91. As heterozigosidades esperadas para cada locus foram maiores que as

heterozigosidades observadas, variando de 0,08 (ASB17) a 0,787 (AHT04),

enquanto a heterozigosidade observada variou de 0,038 (ASB17) a 0,757

(HTG07). Os locus que apresentaram equilíbrio de Hardy-Weinberg foram HMS3,

HTG07, COR82, HMS07, UCDEQ425, HMS45, TKY312, AHT04, ASB23. O locus

HGT07 apresentou a menor estimativa de endogamia (0,1018) e a maior

estimativa foi para o locus ASB17 (0,3616) (ALMEIDA, 2009).

Entre todas as raças foram observados valores significativos de

diferenciação genética. Os índices estimados de diversidade para cada raça

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25

demonstraram um número médio de seis alelos. As raças locais apresentaram

maior diversidade que a raça eqüina Árabe, com as maiores médias de riqueza

alélica (acima de 8,5), conforme a Tabela 5. A avaliação do desempenho forense

dos 15 marcadores indicou que para a maioria dos locus demonstrou um padrão

consistente de poder de exclusão de paternidade, com 99,85% de probabilidade

de excluir um provável parental em testes onde o provável pai e/ou mãe e a cria

são conhecidos (ALMEIDA, 2009).

TABELA 5 - Número de indivíduos (N), riqueza alélica (AR), média do número de alelos por locus considerando-se o número amostral (i.e), heterozigosidade observada (Ho), heterozigosidade esperada (He), coeficiente de endogamia (FIS)

Raça N AR He (s.d.) Ho (s.d.) FIS

Jumento Brasileiro 74 9,067 0,4986 (0,0508) 0,5201 (0,0159) -0,044

Jumento Nordestino 65 8,838 0,5668 (0,0534) 0,4953 (0,0174) 0,127

Jumento Pêga 48 8,773 0,4657 (0,0600) 0,4611 (0,0199) 0,01

Eqüino Árabe (outgroup) 28 7,822 0,6721 (0,0472) 0,5681 (0,0280) 0,159

Fonte: ALMEIDA (2009)

A raça Nordestina apresentou o maior número de alelos e o maior

coeficiente de endogamia, fato que pode ser justificado pela diminuição de 75%

de sua população na década de 80. O FIS desta raça demonstra que se faz

necessário manter a máxima variabilidade existente nesta população por meio de

alternativas como a troca de reprodutores entre as propriedades, criação de

núcleos de conservação animal, coleta de germoplasma e criopreservação

(ALMEIDA, 2009).

As maiores distâncias genéticas foram observadas entre as raças

Brasileira e Nordestina, enquanto as menores distâncias foram observadas entre

as raças Pêga e Nordestina (Tabela 6) (ALMEIDA, 2009).

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TABELA 6 - Estimativa aos pares de diferenciação genética e distância genética entre as três raças de asininos e a raça eqüina Árabe. As estimativas de FST encontram-se acima na diagonal e abaixo se encontra a identidade genética de Nei’s. Todas as estimativas de FST foram significativas (p<0,01)

Raça Eqüino Árabe J. Brasileiro J. Nordestino J. Pêga

Eqüino Árabe ─ 0.3184 0.2867 0.3348

J. Brasileiro 0.3919 ─ 0.1451 0.1322

J. Nordestino 0.3582 0.8028 ─ 0.0656

J. Pêga 0.3739 0.8497 0.9169 ─

Fonte: ALMEIDA (2009)

Construiu-se um dendrograma a partir da reconstrução filogenética

pelo método de agrupamento UPGMA com base na matriz de distância genética

(Figura 5) (ALMEIDA, 2009).

FIGURA 5 - Dendrograma construído utilizando o método de UPGMA a partir dos 15 locus analisados. EA: Eqüino Árabe. JB: Jumento Brasileiro. JP: Jumento Pêga. JN: Jumento Nordestino

Fonte: ALMEIDA (2009)

Conforme está apresentado na Figura 6, o agrupamento com K=2

diferenciou as espécies asininas e eqüina, enquanto K=5 discriminou todas as

populações, demonstrando uma sub-estruturação na população de jumentos

Nordestinos, onde cada um dos 215 animais está representado por uma linha

vertical dividida em segmentos classificados de acordo com a cor e tamanho

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correspondente à proporção relativa do genoma do animal correspondendo a um

agrupamento particular (ALMEIDA, 2009).

FIGURA 6 - Agrupamento individual dos 215 indivíduos das três raças asininas e da raça eqüina Árabe, pelo método estatístico Bayesiano utilizando o programa STRUCTURE. EA: Eqüino Árabe, JB: Jumento Brasileiro, JN: Jumento Nordestino e JP: Jumento Pêga

Fonte: ALMEIDA (2009)

2.3 Diversidade genética

A importância de se verificar a diversidade ou variabilidade genética

intra e inter-raciais se fundamenta no fato de que para realizar a conservação de

recursos genéticos animais deve-se manter a variabilidade genética intra-racial

para evitar a erosão genética e inter-racial para evitar a extinção das raças

(GAMA, 2004).

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28

A utilização de marcadores moleculares para a caracterização genética

tem sido uma ferramenta eficaz para quantificação da diversidade genética de

animais domésticos (MENEZES et al., 2006).

A diversidade das espécies domésticas reflete-se na quantidade de

raças existentes e na variação dentro de cada raça (EGITO et al., 2002). O

método mais utilizado para realizar a quantificação da diversidade genética é a

análise de genótipos de indivíduos que não sejam aparentados entre si, que

sejam por sua vez, selecionados da população que esteja sendo investigada

(GROENEN et al., 2003).

Os níveis determinantes da diversidade gênica de uma espécie são a

heterozigosidade, que representa a variação genética dentro do indivíduo,

diferenças genéticas entre indivíduos dentro de uma população e diferenças

genéticas entre populações (OLLIVIER & FOULLEY, 2005).

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A caracterização genética de raças é fundamental para que se possa

conhecer a estrutura genética de raças e espécies, com vistas a auxiliar na

investigação da diversidade genética entre populações e dentro delas, para que

se utilize a conservação animal de forma precisa e eficiente com animais que

realmente apresentam diversidade genética e que são fundamentais ao processo,

diminuindo custos e esforços que não sejam necessários.

Os marcadores microssatélites tem apresentado resultados adequados

e satisfatórios para a caracterização racial, facilitando o estudo genético animal e

proporcionando dados necessários sobre a genealogia, testes de paternidade,

mapeamento genético e o estudo de árvores filogenéticas, fundamentais aos

programas de seleção e conservação de recursos genéticos animais.

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30

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