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Plano de Recuperação Final – EF2 1 Professoras: Ananda, Grazi, Lívia, Mirelli, Ano: 9º Karen e Jerusa. Objetivos: Proporcionar ao aluno a oportunidade de resgatar os conteúdos trabalhados em Português nos quais apresentou defasagens e os quais lhe servirão como pré-requisitos para sua aprendizagem no próximo ano. Como estudar (estratégia): O aluno deverá refazer os exercícios dados em sala e realizar a lista de exercícios. Deverá, também, refazer as provas aplicadas como forma de rever o conteúdo de maneira prática e assistir as vídeoaulas dos assuntos indicados. Avaliação: O conteúdo descrito abaixo será avaliado por meio de: 1 PROVA com 10 (dez) questões dissertativas (valor: 8,0) 1 LISTA DE EXERCÍCIOS (valor: 1,0); 1 REDAÇÃO, cuja proposta se encontra no final desta lista (valor: 1,0) Conteúdo Gramatical e de Produção Textual: MATÉRIA A SER ESTUDADA: VOLUME CAPÍTULO ASSUNTO 3 11 Concordância Nominal 3 12 Concordância Verbal 4 14 Regência Verbal 4 15 Estudo da crase Lista de Exercícios para entregar Professoras: Ananda, Karen, Lívia, Mirelli. INTERPRETAÇÃO Para responder às questões que seguem, leia atentamente o artigo abaixo, publicado na seção Tendências e Debates, caderno de Opinião, da Folha de S. Paulo, no dia 27 de outubro de 2015. Esperança de cura É comum que volta e meia apareçam na imprensa e nas redes sociais alternativas às quais se atribui o poder excepcional de curar o câncer, sendo inevitável que legiões de pacientes e familiares se mobilizem para obter cada droga milagrosa noticiada. O que está por trás desse comportamento é um dos sentimentos mais caros que acompanha os homens, a esperança.

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Plano de Recuperação Final – EF2

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Professoras: Ananda, Grazi, Lívia, Mirelli, Ano: 9º Karen e Jerusa. Objetivos: Proporcionar ao aluno a oportunidade de resgatar os conteúdos trabalhados em Português nos quais apresentou defasagens e os quais lhe servirão como pré-requisitos para sua aprendizagem no próximo ano.

Como estudar (estratégia):

O aluno deverá refazer os exercícios dados em sala e realizar a lista de exercícios. Deverá, também, refazer as provas aplicadas como forma de rever o conteúdo de maneira prática e assistir as vídeoaulas dos assuntos indicados.

Avaliação:

O conteúdo descrito abaixo será avaliado por meio de:

1 PROVA com 10 (dez) questões dissertativas (valor: 8,0)

1 LISTA DE EXERCÍCIOS (valor: 1,0);

1 REDAÇÃO, cuja proposta se encontra no final desta lista (valor: 1,0)

Conteúdo Gramatical e de Produção Textual: MATÉRIA A SER ESTUDADA:

VOLUME CAPÍTULO ASSUNTO

3 11 Concordância Nominal

3 12 Concordância Verbal

4 14 Regência Verbal

4 15 Estudo da crase

Lista de Exercícios para entregar

Professoras: Ananda, Karen, Lívia, Mirelli.

INTERPRETAÇÃO

Para responder às questões que seguem, leia atentamente o artigo abaixo, publicado na seção Tendências e Debates, caderno de Opinião, da Folha de S. Paulo, no dia 27 de outubro de 2015.

Esperança de cura

É comum que volta e meia apareçam na imprensa e nas redes sociais alternativas às quais se

atribui o poder excepcional de curar o câncer, sendo inevitável que legiões de pacientes e familiares se

mobilizem para obter cada droga milagrosa noticiada. O que está por trás desse comportamento é um

dos sentimentos mais caros que acompanha os homens, a esperança.

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Quando o problema é a saúde, o homem tende a reagir não apenas de forma racional, mas

muitas vezes agregando um forte componente emocional que o faz acreditar que nenhuma doença é

mais forte do que ele, exercitando seu sentimento da esperança.

Ao longo de algumas décadas atuando como cirurgião e tendo cuidado de muitíssimas centenas

de pacientes com câncer, aprendi que a esperança é legítima e fundamental. Meu primeiro paciente

com câncer tinha um tumor avançado, sem condições de tratamento e, segundo seus médicos

anteriores, iria sobreviver apenas alguns meses, que foi o que realmente aconteceu.

Em seu leito de morte, ele, agradecido, me fez a seguinte observação: "Você é jovem e preciso

lhe dizer: nunca tire totalmente a esperança de alguém, como fizeram comigo". Porque é justamente a

esperança que nos dá alento para combater as intempéries e barreiras do dia a dia, mesmo quando

essas parecem intransponíveis.

No caso do câncer, onde tantas surpresas acontecem, por que não acreditar nos efeitos de um

novo medicamento, de uma planta, de uma bênção, de uma cirurgia não convencional ou até mesmo

espiritual? Raras vezes, em toda minha vida profissional, vi pessoas aceitarem a ineficácia dos

tratamentos e esperarem o fim da vida com leveza.

Contudo, existe um óbice: a esperança vã não deve ser oferecida, muito menos vendida.

Escrevo este texto pensando nas pessoas que recentemente se empolgaram com a fosfoetanolamina,

divulgada de modo viral pelas redes sociais e pela mídia escrita e televisiva.

A cura do câncer é desejada por qualquer paciente, mas não cabe depositar esperanças em

alternativas não comprovadas cientificamente.

Não fosse a metodologia científica desenvolvida nas últimas décadas – que inclui testes iniciais

em animais ou em laboratório e, a seguir, "in anima nobile", com o objetivo de se definir doses eficazes

e efeitos colaterais indesejáveis – seria impossível aquilatar o impacto dos diversos tipos de tratamento

disponibilizados para as doenças, em especial o câncer, e assim tornar possível, hoje, curar-se cerca de

60% dos casos.

Ora, a fosfoetanolamina nunca foi devidamente estudada e, dessa forma, é injusto com todos os

pacientes que buscam curar ou controlar seus tumores malignos ser divulgada como salvadora da

pátria.

Um outro problema é o da obtenção de medicamentos por via judicial, que, diga-se de

passagem, cria sinucas de bico para os juízes, que têm que decidir sobre questões que não lhe são

familiares. Esse caminho custa para o nosso sistema público de saúde algo como R$ 1 bilhão por ano

para atender casos nos quais nem sempre se justifica o emprego do medicamento solicitado.

O paciente precisa ter esperança, mas esta não pode ser inconsequente. O ditado "mal não faz"

aqui não se aplica.

RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro

da Academia Nacional de Medicina

Glossário:

Óbice: Impedimento, embaraço, empecilho, obstáculo, estorvo.

In anima nobile: Do latim 'animal nobre'. Segundo o dicionário médico, significa 'Experiência feita no homem’.

Aquilatar: avaliar, apreciar, julgar o valor de, tornar-se melhor etc.

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1. O texto acima é opinativo, ou seja, o enunciador defende uma tese sobre determinado tema e assunto. O assunto é sempre genérico enquanto o tema é mais específico. A tese é a opinião do autor sobre o tema exposto. (Ex: assunto: saúde; tema: obesidade infantil; tese: obesidade infantil deve ser combatida pelo governo).

Com base nessas informações, identifique, no texto que você acabou de ler,: a) o assunto e o tema: b) a tese:

2. Uma argumentação sólida, baseada em juízos de fato e não de valor, é essencial em um texto dissertativo. Para isso, os argumentos devem ser fundamentados em dados, exemplos e/ou citações de autoridades dentre outros tipos de argumentos.

Cite do texto um exemplo de cada tipo de argumento descrito abaixo. a) Dados/ estatísticas: b) Exemplos/ fatos: c) Argumento de autoridade:

3. De acordo com o texto, responda: a) O enunciador é a favor da propagação de produtos não comprovados cientificamente? Explique. b) O enunciador acredita que o paciente precisa ter esperanças? Justifique.

Texto para as questões de 04 a 08.

Fatos e realidades

Já não me lembro de quem disse uma frase paradoxal como “há fatos e há a realidade. Nem

sempre coincidem”. É mais ou menos isso que está acontecendo com o discurso do presidente Luís

Inácio Lula da Silva sobre os biocombustíveis, o meio ambiente, a Amazônia.

O discurso do presidente, nessa área, tem sido articulado, com começo, meio e fim. Sobre a

Amazônia, diz, por exemplo: “A região Norte, que fica quase toda a floresta amazônica, tem apenas 21

mil hectares de cana, o equivalente a 0,3% da área total dos canaviais do Brasil. Ou seja, 99,7% da

cana está a pelo menos 2000 quilômetros da floresta amazônica”. Completa: “Isto é, a distância entre

nossos canaviais e a Amazônia é a mesma que existe entre o Vaticano e o Kremlim”. É fato. Mas a

realidade é que a devastação da Amazônia prossegue. E o mundo quer saber se vai ou não parar,

independentemente da distância que separa as árvores dos canaviais e o Kremlim do Vaticano.

Também é fato, como Lula gosta de repetir, que a União Europeia só tem hoje 0,3% de sua mata

original. Logo, é também fato que não teria, digamos, autoridade moral para reclamar do desmatamento

no Brasil. A realidade, porém, é que a devastação na Europa já ocorreu, ninguém reclamou àquela

altura, não há nada mais o que se possa fazer e, hoje, quando a consciência ambiental é outra, os

europeus e toda a torcida do Flamengo (menos o governador Blairo Maggi) reclamam do desmatamento

da Amazônia.

O que há a fazer agora é evitar que outra realidade se transforme em fato. A realidade é que há

um ruído internacional em torno da suposta (ou real) incapacidade dos brasileiros de tomarmos conta

direitinho da Amazônia. Ou o país demonstra essa capacidade ou o ruído acaba virando fato – e depois

não adianta reclamar. Clóvis Rossi, Folha de S. Paulo, 5 de junho de 2008.

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4. A relação entre fato e realidade, paradoxal segundo Clóvis Rossi, é base de toda a argumentação de seu texto. O autor, inicialmente, apresenta como fatos os argumentos dados pelo ex-presidente Lula a respeito da questão ambiental e depois os questiona, apresentando o que é realidade. Leia novamente o artigo e responda: Os fatos e realidades apresentados giram em torno de qual assunto central? Quais temas (ou questões) são abordados(as), dentro desse assunto? 5. Qual é a posição de Lula sobre essas questões? 6. Cite dois argumentos do ex-presidente (um no 4º parágrafo; outro no 6º), apresentados como fatos no artigo. 7. Cite dois contra-argumentos do texto, apresentados pelo colunista como realidade, que desmontariam a “tese” de Lula. 8. Em um texto dissertativo, após apresentar a tese e os argumentos, o autor geralmente conclui, apontando uma solução para o problema ali tratado. No texto que você leu, qual é a solução apontada?

GRAMÁTICA

I. Concordância Nominal

1. Observe, no 1º e no 2º quadrinhos, as palavras: delicioso, vermelho, denso e adocicado.

a) A que palavra elas se referem no texto e a que classe morfológica essa palavra pertence?

b) Classifique, também morfologicamente, as palavras: delicioso, vermelho, denso e adocicado.

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2. Verifique a concordância nominal das frases abaixo e use o código “C ” para as alternativas

corretas e “I ” para as incorretas; em seguida, corrija as frases incorretas.

a) ( ) Percorria bosques e montanhas nevados.

b) ( ) Nas noites frias, usávamos meias e casacos grossos.

c) ( ) Víamos, ao longe, os carneiros e o roseiral floridos.

d) ( ) O juiz declarou inocente o réu e a sua cúmplice.

e) ( ) Que assim mereça eterno nome e glória.

f) ( ) Ofereci-lhe perfumados rosas e lírios.

g) ( ) Os alunos mesmo pediram repetição da aula.

h) ( ) Foi necessário termos bastante cuidados na viagem.

i) ( ) Os crimes de lesos-patriotismos não são definidos em lei.

j) ( ) Aos vinte anos, já estava quite de suas obrigações militares.

k) ( ) Admiro-os: são rapazes que se fizeram por si só.

l) ( ) Anexas à carta, seguirão as listas de preço.

m) ( ) Conheci escritores o mais brilhantes possíveis.

n) ( ) Não será vedado pesca em todo o litoral brasileiro.

o) ( ) Nem um nem outro político demagogo votou a emenda.

p) ( ) Todos ficarão alertas, embora haja menos greves.

q) ( ) Fiquem calamos, amigos, iremos diretos ao assunto.

r) ( ) Os torcedores do Flamengo são tais qual o próprio time.

s) ( ) Nossos políticos não são nenhuns ignorantes.

t) ( ) Hastearam, na fronteira, a bandeira brasileira e uruguaia

II. Concordância Verbal

3. Observe a notícia e responda:

Mesmo ainda fora do G-4, PC Gusmão mostra-se tranquilo Técnico diz que equipe tem feito sua parte e aguarda pelo 'destino' para entrar no grupo dos líderes

A importante vitória por 3 a 2 sobre o Barueri, fora de casa, não foi suficiente para o Sport entrar

no G-4. O Americana, quarto colocado, bateu o Paraná em Curitiba. Invicto à frente do Sport, com três vitórias e quatro empates, o técnico PC Gusmão mostra tranquilidade.

I. Qual é a função sintática do pronome “se” destacado na manchete: a) [ ] sujeito da oração. b) [ ] indeterminação do sujeito. c) [ ] reflexivo; d) [ ] apassivador. 4. Leia a tirinha e responda:

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a) Qual a inadequação de concordância verbal na tirinha?

b) Corrija essa inadequação e explique com quem o verbo deve concordar. 5. Observe a manchete e responda.

Dados falsos faz Marcos Valério serem condenado a 6 anos a) Quais os verbos da manchete? b) Aponte provável inadequação de concordância verbal na manchete acima. c) Corrija e explique com quem o verbo deve concordar.

6. Observe os escritos na imagem do muro ao lado: Reescreva as informações fazendo às devidas correções segundo a norma culta. 7. Observe se as frases abaixo apresentam concordância inadequada e corrija-as caso seja necessário: a) Em minha opinião, não houve tumultos. b) Na rua, haviam muitas poças d’água. c) Ali aconteciam muitas confusões. d) As instruções são claras: não aparecerá dúvidas. e) Bagdá teve vários ataques suicidas. A detonação de quatro carros-bombas, na segunda-feira, mataram 35 pessoas. 8. Observe a tirinha:

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a) Explique a concordância verbal do verbo “ser” na segunda fala no primeiro quadrinho. b) Quantos verbos ou locuções verbais há na tirinha? Reescreva-os. c) Explicite o sujeito de cada verbo ou locução verbal. 9. Observe as faixas abaixo:

I. A função do pronome “se” escrito nas faixas é: a) [ ] índice de indeterminação do sujeito. b) [ ] pronome reflexivo; c) [ ] pronome apassivador. d) [ ] sujeito da oração.

II. Qual a inadequação de concordância verbal nas faixas? 10. Considere estes dois enunciados: “O comércio entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai quadruplicaram nos últimos anos – e fazem negócios melhores quem se comunica melhor”. “O péssimo estado de conservação de muitas rodovias brasileiras causam prejuízos de milhões de reais no país”. Ambos apresentam o mesmo problema de uso da norma culta. a) Aponte as três inadequações de concordância verbal nos trechos.

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b) Corrija as inadequações, adequando as frases à norma padrão.

III. Regência Verbal

11. Leia esta tira:

No 2º e no 3º quadrinhos da tira, a regência do verbo lembrar está em desacordo com a variedade padrão. Reescreva as frases em que isso ocorre, empregando, de acordo com as regras gramaticais, o verbo lembrar como:

a) transitivo indireto, com o pronome.

b) transitivo direto, sem o pronome.

12. Considere as duas ocorrências do verbo assistir neste trecho de notícia de jornal: “Ontem, pela primeira vez na história, os argentinos teriam de pagar para assistir a uma partida de sua seleção. Só assistiria a partida entre Argentina e Chile quem tivesse assinatura da TV paga.” a) Qual o sentido de assistir nesse trecho? b) Numa das ocorrências, o redator empregou esse verbo de acordo com a norma culta; na outra não. Justifique essa afirmação. c) Reescreva a passagem incorreta, adequando-a aos padrões da língua culta. 13. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas. Em seguida, explique quais são os erros que as frases não assinaladas apresentam. I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família. II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro. III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde. IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou. a) II, III, IV b) I, II, III e) I, III, IV d) I, III e) I, II 14. Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma culta da língua e, em seguida, justifique sua resposta.

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a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável. b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte da cana. c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros. d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidades. e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido. 15. Assinale o item em que há erro quanto à regência, e, em seguida, justifique sua resposta. a) São essas as atitudes de que discordo. b) Há muito já lhe perdoei. c) Informo-lhe de que paguei o colégio. d) Costumo obedecer a preceitos éticos. e) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.

IV. CRASE

16. Leia a tira a seguir para depois refletir sobre ela.

a) Explique a diferença de sentido existente entre a fala de Mafalda (primeiro quadrinho) e a fala

do homem idoso (segundo quadrinho).

b) Que relação se pode estabelecer entre os padrões gráficos das letras com que se escrevem as

duas primeiras falas e o sentido dessas falas?

c) O efeito de humor da tira é obtido principalmente com a fala de Mafalda no terceiro quadrinho.

Explique por que isso acontece.

d) Elabore uma hipótese para justificar o uso do acento grave em "cheguei à primavera".

17. Leia a tirinha da Mafalda para responder à questão sobre crase:

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O uso da crase está condicionado a diversas regras. Aprendê-las é muito importante para o emprego correto do acento grave (`).

Quais palavras preenchem adequadamente as lacunas indicadas na tirinha? Justifique sua resposta e explique por que a crase é obrigatória nesses casos.

a) há – às – há

b) à – às – a

c) a – as – à

d) a – as – a

18. Leia a tirinha de Hagar, o Horrível, para responder à questão:

Hagar, o Horrível. Tirinha do cartunista americano Dik Browne

Em “eu também não obedecia à minha mãe”, justifique o emprego da crase.

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19. Coloque crase quando for necessário:

a) Ele fez referência a tarefa feita por nós. b) Traçou uma reta oblíqua a do centro. c) Não conheço as que saíram. d) Ela se referia as que saíram. e) Apresentou-lhe a esposa. f) Apresentou-o a esposa. g) Era uma camisa semelhante a que o diretor usava. h) Ele desconhecia aquele regulamento. i) Ele não obedecia aquele regulamento. j) Não me refiro aquilo. k) Não vi aquilo. l) Esta é a lei a qual fiz alusão. m) Esta é a lei a qual desconhecia. n) Esta é a mulher a quem fiz referência. o) Esta é a mulher a qual fiz referência. p) Ela se dedica a empresa e obedece as leis. q) Não compareceu as reuniões que eram úteis as pesquisas. r) O juiz, indiferente as súplicas, condenou o réu a forca. s) Nas próximas férias, iremos a Bélgica, a Suécia e a Portugal. t) Viajaremos a Londres e a Roma do Coliseu. u) Já fomos a Paraíba, a Pernambuco e a Goiás. v) Também fomos a Santa Catarina e a progressista Florianópolis. w) As vezes, o pessoal sai as escondidas.

V. Colocação pronominal

20. Todas as questões abaixo tratam sobre colocação pronominal. Leia com atenção os enunciados e responda:

I. Observe a colocação pronominal e, se necessário, faça a adequação da frase para a variedade padrão. a) Aqui vendem-se móveis usados. b) Se vendem móveis usados aqui. c) Pegue os livros e leve-os. d) Ninguém me telefonou hoje. e) Deus te abençoe! f) Em se falando de futebol, todos opinam. g) Eu te quero falar hoje. h) Eu não quero falar-te hoje. i) Tenho escrito-lhe muitas cartas. j) Tenho-lhe escrito muitas cartas l) Têm-se discutido muitas reformas m) Têm discutido-se muitas reformas. n) Ter-se-iam discutido muitas reformas.

II. Reescreva as orações a seguir colocando junto ao verbo destacado o pronome oblíquo indicado. a) Esperou durante alguns minutos, depois foi embora porque tinha outro compromisso. (o) b) Em tratando de natureza, admiro a do nosso país. (se) c) Por favor, deixe pensar para ver se encontra uma solução para esse problema. (a)

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d) Logo cedo, encontraremos naquele banco, em frente à praia. (nos) e) Jamais prometa o que não poderá cumprir. (lhe) f) Ajudou a velha senhora, inclinando para alcançar sua bolsa que havia caído no chão. (se)

III. Indique as orações cuja colocação pronominal não segue as regras da gramática normativa. Em seguida, reescreva-as fazendo as adequações necessárias. a) Sempre que o vejo ele está apressado. b) Não deixe-a sair sem antes falar comigo. c) Vi os meninos se pendurando na árvore para colher algumas mangas. d) Quando olharam-se, sentiram que já se conheciam. e) Nada os faria desistir da ideia de formar uma equipe para a gincana.

IV. De acordo com o registro formal culto da língua, a colocação pronominal está INADEQUADA em: a) Pulso firme era o que julgava-se indispensável para ser um bom pai. b) O pai afirmou que lhe dera tudo de que necessitava. c) Eu não o entendo – disse o pai a seu filho. d) Diga-me qual é a solução para o problema. e) Pai e mãe entender-se-iam a respeito da educação dos filhos.

REDAÇÃO

Utilizando-se das informações presentes na coletânea e de seu conhecimento de mundo,

redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:

BICICLETAS E CICLOFAIXAS ESTÃO CHEGANDO PARA FICAR?

Apresentamos, a seguir, uma coletânea de textos a qual servirá para ajudá-lo a ampliar

seu conhecimento sobre o tema proposto. Leia-a com muito cuidado e procure destacar as informações mais relevantes para seu PROJETO DE TEXTO.

Coletânea:

O uso da bicicleta como alternativa para o transporte nas grandes cidades brasileiras está na ordem do dia. As bikes contribuiriam para resolver problemas de mobilidade urbana, por ajudar a retirar carros das ruas e ocupar menos espaço do que eles. Além disso, trata-se de um meio de transporte que não produz poluição, nem do ar, nem sonora. Contudo, ao lado dos inegáveis pontos positivos, há vários problemas em fazer das bicicletas um meio de transporte viável no Brasil: como torná-las seguras em meio ao trânsito caótico e como obrigar os motoristas respeitarem os ciclistas? A implantação de ciclovias, em São Paulo, por exemplo, tem gerado polêmicas. Há também quem argumente que aqui não é a França ou a Holanda, onde o uso da bicicleta como meio de transporte (e não apenas de lazer) é uma realidade. Como você se coloca diante dessa discussão? Acredita que a bicicleta é uma opção viável ou acha que, independentemente de intervenções governamentais, as bikes não deixarão de ser

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utilizadas somente como meio de esporte e lazer? Leia a seguir algumas informações que podem ajudá-lo a refletir sobre o assunto e discuta-o numa dissertação argumentativa.

Fatos estatísticos

Segundo a pesquisa Datafolha, 80% dos paulistanos dizem ser a favor da implantação dessas vias e 60% acreditam que a bicicleta é um meio de transporte viável para o dia a dia. Apesar disso, o número de adeptos é tímido - 3% dizem usar a bike com frequência. Um em cada três paulistanos tem bicicleta. Nesse grupo, 47% dizem já haver usado uma ciclovia da cidade. A maioria, porém, declara pedalar nessas vias no máximo duas vezes por semana. Dos que não têm bicicleta, 22% afirmam que pretendem comprar no futuro próximo. Cidadãos descontentes

Moradores e comerciantes de Santa Cecília, no centro de São Paulo, marcaram um protesto contra a implantação de ciclovias no bairro e ameaçam registrar boletim de ocorrência contra a prefeitura para tentar barrar a iniciativa. Além da falta de aviso prévio ou de debate sobre os impactos das novas ciclovias, os moradores e comerciantes reclamam das alterações provocadas no trânsito com a criação das pistas para bicicletas. Entre elas está a restrição do espaço dos outros veículos, a eliminação de vagas de estacionamento gratuito e de Zona Azul, proibição de parar e estacionar, a alteração de sentido e a redução da velocidade máxima. Potencial

Trata-se, não por acaso, de tendência nas principais metrópoles do mundo [o uso das bikes]. A bicicleta é um meio de transporte limpo, que ocupa muito menos espaço do que um carro (embora não seja "a" solução para os problemas de mobilidade urbana) e oferece a seus usuários a possibilidade de não ficar refém das condições do trânsito. Numa cidade como São Paulo, porém, nunca foi fácil usar bicicletas, e não surpreende que apenas 3% dos paulistanos digam se valer desse transporte com frequência. Construir 400 km de ciclovias, como quer Haddad, decerto não aplainará o terreno acidentado nem tornará a metrópole mais segura, mas ao menos dará aos ciclistas alguma proteção num sistema tão hostil quanto caótico. O potencial de atração dessas vias é significativo. Entre os entrevistados, 22% declaram intenção de, nos próximos seis meses, comprar uma bicicleta (32% já têm uma), e 41% indicam ser grande a chance de usar as ciclovias.

[Folha de S. Paulo]

INSTRUÇÕES:

Ao produzir sua dissertação, siga estas orientações:

Antes de elaborar sua dissertação, faça um projeto de texto: primeiro, defina a tese a ser defendida; segundo, levante argumentos que possam justificar essa tese; terceiro, selecione os melhores argumentos e organize-os de modo a deixar o texto coerente; e quarto, defina uma introdução que melhor apresentará seu texto;

Para a argumentação, utilize-se de seu conhecimento de mundo e de ideias da coletânea, porém NÃO copie trechos, pois isso acarretará perda significativa de pontos;

Redija sua dissertação em prosa, empregando a variedade padrão da língua;

A redação deve ter no mínimo 20 e no máximo 30 linhas escritas;

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Ao terminar o texto, passe-o a limpo – à tinta. Não se esqueça de revisá-lo e de lhe dar um TÍTULO adequado.

Conteúdo Literatura

Matéria a ser estudada (conteúdo):

VOLUME CAPÍTULO ASSUNTO

2 8 Gêneros Literários Modernos

2 9 Funções da Linguagem

2 10 Função Poética da Linguagem

3 11 Noções de teoria do verso

3 12 Estilo de Época - Estudo das escolas literárias

3 13 Noções de literatura comparada

4 14 Intertextualidade entre escolas literárias

4 15 Intertextualidade em uma mesma escola literária

4 16 Intertextualidade com outras artes

Mario Quintana. Poemas para ler na escola (paradidático)

LISTA DE EXERCÍCIOS PARA ENTREGAR

01.

Procura da Poesia

[…]

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Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

Estão paralisados, mas não há desespero,

há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.

Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.

Espera que cada um se realize e consume

com seu poder de palavra

e seu poder de silêncio.

[…]

Andrade, Carlos Drummond de. Acessado de: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/procura.htm)

a) Em que gênero literário moderno esse texto pode ser classificado? Justifique.

b) Nesse fragmento, Drummond dá ênfase a qual componente da comunicação: emissor, receptor, código,

mensagem, referente ou canal? Qual função da linguagem predomina no texto?

2.

O Pavão Rubem Braga

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.

Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.

Rio, novembro, 1958 (Acessado de: http://www.releituras.com/rubembraga_pavao.asp)

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o

predomínio, entretanto, de uma sobre as outras.

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a) Na crônica de Ruben Braga, O Pavão, qual a função da linguagem predominante? Justifique

transcrevendo uma das passagens do texto.

b) Cite e explique duas características do gênero crônica.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Toda viagem é interior

Embora

por fora

se vista o carro ou o trem

e se aprenda a nadar

com o navio

e a voar

pelos ares, com as bombas

e os aviões;

toda viagem

se faz por dentro

como as estações

se fabricam, invisíveis

a partir do vento

silenciosas

como quando um pensamento

muda de tempo e de marcha

distraído de si, e entra

em outro clima

com a cabeça no ar:

psiu, míssil, além do som

e de qualquer mapa

ou guia que desenrolo

míope, sobre a estrada

que passa

sob meu pé-pneumático

sob o célere céu azul

do meu chapéu;

toda viagem

avança e se alimenta

apenas de horizontes

futuros, infinitos, vazios

e nuvens:

toda viagem é anterior.

(FREITAS FILHO, Armando. Longa vida. Nova Fronteira, 1982, PP.115 – 116)

3. a) Determine o gênero literário predominante no texto.

b) Justifique a sua resposta com aspectos que o caracterizam.

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NOITE DE AUTOGRAFOS

Ivan Angelo

A leitora, vistosa, usando oculos es- curos num ambiente em que nao eram ne- cessarios, se posta diante

do autor sentado do outro lado da mesa de autografos e es- tende-lhe o livro, junto com uma pergunta:

– O que e cronica?

O escritor considera responder com a celebre tirada de Rubem Braga, “se nao e aguda, e cronica”, mas

se contem, temendo que ela nao goste da brincadeira. (...) Responde com aquele jeito de quem falou disso

algumas vezes:

– E um texto de escritor, necessaria- mente de escritor, nao de jornalista, que a imprensa usa para por

um pouco de lirismo, de leveza e de emocao no meio daquelas pa- ginas e paginas de dados objetivos,

informa- coes, graficos, noticias... E coisa efemera: jor- nal dura um dia, revista dura uma semana.

Ja se prepara para escrever a dedica- toria e ela volta a perguntar:

– E o livro de cronicas, entao?

Ele olha a fila, constrangido. Escre- ve algo brevissimo, assina e devolve o livro a leitora (...). Ela recebe

o volume e nao se vai, esperando a resposta. Ele abrevia, iro- nico:

– E a cronica tentando escapar da re- ciclagem do papel. Ela fica com ambicao de estante, pretensiosa,

quer status literario. Ou entao pretensioso e o autor, que acha que ela merece ser salva e promovida. (...)

– Mais respeito. A cronica e a nossa ultima reserva de estilo.

(Veja Sao Paulo, Sao Paulo, 25/07/2012, p. 170.) efemero: de pouca duracao; passageiro, transitorio.

A certa altura do dialogo, a leitora pergunta ao escritor que dava autografos:

“– E o livro de cronicas, entao?”

4.

a) A pergunta da leitora incide sobre uma das caracteristicas do genero cronica men- cionadas pelo

escritor. Explique que carac- teristica e esta.

b) Explique o funcionamento da palavra entao na pergunta em questao, considerando o sentido que esta

pergunta expressa.

5. TRADUZIR-SE

Uma parte de mim

é todo mundo;

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim

pesa, pondera;

outra parte

delira.

Uma parte de mim

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almoça e janta;

outra parte

se espanta.

Uma parte de mim

é permanente;

outra parte

se sabe de repente.

Uma parte de mim

é só vertigem;

outra parte,

linguagem.

Traduzir-se uma parte

na outra parte

— que é uma questão

de vida ou morte —

será arte?

Ferreira Gullar , Na Vertigem do Dia. 1980.

a) Observe a estrutura física do poema anterior e aponte os recursos utilizados por Ferreira Gullar,

ressaltando o tamanho das estrofes, as rimas e os versos.

b) Que efeitos sonoros você consegue identificar em TRADUZIR-SE? Exemplifique com trechos do

poema.

6. Reconheça, nos textos a seguir, as funções da linguagem:

a) “O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem

rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice,

pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de

nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver

a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e

emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser

apurado, doa a quem doer.” (O Estado de São Paulo)

b) O verbo infinitivo

Ser criado, gerar-se, transformar

O amor em carne e a carne em amor; nascer

Respirar, e chorar, e adormecer

E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar

Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir

E começar a amar e então ouvir

E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver

E perder, e sofrer, e ter horror

De ser e amar, e se sentir maldito

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E esquecer tudo ao vir um novo amor

E viver esse amor até morrer

E ir conjugar o verbo no infinito… (Vinícius de Morais)

c) “Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o

nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da

respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca.”

(Matoso Câmara Jr.)

d) ” – Que coisa, né?

– É. Puxa vida!

– Ora, droga!

– Bolas!

– Que troço!

– Coisa de louco!

– É!”

e) “Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights.”

f) “Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer

acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo

ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria

tudo ilusão?… Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento

embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrivel… Quis ver-me no espelho. Tive

preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes.” (Graciliano Ramos)

g) ” – Que quer dizer pitosga?

– Pitosga significa míope.

– E o que é míope?

– Míope é o que vê pouco.”

7. O poema abaixo pertence a O guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro:

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os

nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

PESSOA, Fernando. Obra poética.

Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1983. p. 142.

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a) Explique a oposição estabelecida entre a aldeia e a cidade.

b) De que maneira o uso do verso livre reforça essa oposição?

Dicionários

Embora o meu vocabulário seja voluntariamente pobre – uma espécie de Brasileiro Básico – a única

leitura que jamais me cansa é a dos dicionários. Variados, sugestivos, atraentes, não são como os outros

livros, que contam a mesma estopada do princípio ao fim. Meu trato com eles é puramente

desinteressado; um modo disperso de estar atento... E esse meu vício é, antes de tudo, inócuo para o

leitor.

Na minha adolescência, todo e qualquer escritor se presumia de estilista, e isso, na época, significava

riqueza vocabular... Imagine-se o mal que deve ter causado a autores novos e inocentes o grande estilista

Coelho Neto; grande infanticida, isto é o que ele foi.

Orgulhávamo-nos, como das nossas riquezas naturais, da opulência verbal de Rui Barbosa. O seu fraco,

ou seu forte, eram os sinônimos. Recordo certa página em que ele esbanjou seus haveres com as pobres

mulheres da vida, chamando-as de todos os nomes, menos um.

(QUINTANA, Mário. Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1983. p. 176.)

8. a) Em que gênero literário moderno esse texto pode ser classificado? Justifique.

b) No texto, Mario Quintana dá ênfase a qual componente da comunicação: emissor, receptor, código,

mensagem, referente ou canal? Qual função da linguagem predomina no texto?

Cidadezinha cheia de graça

Cidadezinha cheia de graça…

Tão pequenina que até causa dó!

Com seus burricos a pastar na praça…

Sua igrejinha de uma torre só.

Nuvens que venham, nuvens e asas,

Não param nunca, nem um segundo…

E fica a torre sobre as velhas casas,

Fica cismando como é vasto o mundo!…

Eu que de longe venho perdido,

Sem pouso fixo ( que triste sina!)

Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!

Cidadezinha… Tão pequenina

Que toda cabe num só olhar…

Quintana, Mario. Poemas para ler na escola - Rio de Janeiro: Objetiva: 2012.

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9. a) Analisando o poema de Mario Quintana, explique sucintamente uma possível interpretação para ele.

Em seguida, transcreva um exemplo de personificação.

b) Do ponto de vista formal, como se classifica o poema acima? Qual o tipo de rima presente nas duas

primeiras estrofes do poema? Justifique.

10. Escrevo diante da janela aberta.

Escrevo diante da janela aberta.

Minha caneta é cor das venezianas:

Verde!... E que leves, lindas filigranas

Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas

Mistura os tons.., acerta... desacerta..

Sempre em busca de nova descoberta,

Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!

Do que eu ia escrever até me esqueço...

Pra que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...

E me transmuto... iriso-me, estremeço...

Nos leves dedos que me vão pintando!

Quintana, Mario. Poemas para ler na escola - Rio de Janeiro: Objetiva: 2012.

a) Analisando o poema de Mario Quintana, explique sucintamente uma possível interpretação para ele.

Em seguida, transcreva um exemplo de personificação.

b) Do ponto de vista formal, como se classifica o poema acima? Quantas sílabas métricas constroem cada

verso?

11. Canção da Garoa

Em cima do meu telhado,

Pirulin lulin lulin,

Um anjo, todo molhado,

Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater;

As molas rangem sem fim.

O retrato na parede

Fica olhando para mim.

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E chove sem saber por quê...

E tudo foi sempre assim!

Parece que vou sofrer:

Pirulin lulin lulin...

Quintana, Mario. Poemas para ler na escola - Rio de Janeiro: Objetiva: 2012.

a) Quantas sílabas métricas estruturam cada um dos versos do poema? Qual o nome que se dá para esse

tipo de verso?

b) Qual o tipo de rima presente nos quartetos? Justifique sua resposta.

12. O dia abriu seu para-sol bordado

O dia abriu seu para-sol bordado

de nuvens e de verde ramaria.

E estava até um fumo, que subia,

mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.

Depois surgiu, no céu arqueado,

a Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.

Na rua, um menininho que seguia

parou, ficou a olhá-lo admirado…

Pus meus sapatos na janela alta,

sobre o rebordo… Ceu e que lhes falta

pra suportarem a existência rude!

E eles sonham, imóveis, deslumbrados,

que são dois velhos barcos, encalhados

sobre a margem tranquila de um acude…

Quintana, Mario. Poemas para ler na escola - Rio de Janeiro: Objetiva: 2012.

b) Do ponto de vista formal, como se classifica o poema acima? Quantas sílabas métricas constroem

cada verso?

b) Qual o tipo de rima presente nas duas primeiras estrofes do poema? Justifique sua resposta.

13. Soneto

Pálida, à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada,

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Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! na escuma fria Pela maré das águas embalada! — Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando… Negros olhos, as palpebras abrindo… Formas nuas no leito resvalando…

Não terias de mim, meu anjo lindo! Por ti — as noites eu velei chorando, Por ti — nos sonhos morrerei sorrindo!

a) Como você descreveria a mulher amada apresentada pelo eu lírico?

b) Observando a forma e o conteúdo, o poema parece pertencer a uma época (escola literária) antiga ou

moderna? Justifique sua resposta.

14. Texto 1

Erro de português

Quando o português chegou

Debaixo de uma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio tinha despido

O português.

Texto 2

Um dia vivemos!

E o homem que é forte

Não teme da morte;

Só teme fugir;

No arco que entesa

Tem certa uma presa,

Quer seja tapuia,

Condor ou tapir.

a) Embora de épocas diferentes, os textos têm uma temática em comum. Identifique-a e apresente

diferenças entre os textos.

b) De acordo com a forma, levante hipóteses para identificar o texto mais antigo e o mais moderno.

15.

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a) As duas obras podem ser comparadas. Estabeleça a comparação, mostrando dois elementos em

comum.

b) b) Qual delas, provavelmente, foi feita primeiro? Justifique sua resposta.

16. TEXTO I

TEXTO II

“Não vou mais me importar falar de mim

Eu sou, eu nasci, me criei assim

Estar com quem eu gosto é o que me faz feliz

Eu conheço o lixo e o luxo

Eu sei quanto vale uma vida

Eu vivo a vida, eu vivo a vida

Ela deve ser vivida com liberdade”

(Charlie Brown Jr, 2004)

a) Apesar de os textos acima pertencerem a diferentes expressões artísticas e diferentes épocas, é possível

perceber intertextualidade entre eles. Por quê?

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b) O contexto histórico é um fator que influência as temáticas literárias. Leia e identifique qual temática

histórica é apresentada no trecho literário a seguir. Você pode se basear também nas referências

apresentadas após o texto para identificar a temática.

17. MEUS OITO ANOS

(Casimiro de Abreu)

“Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!”

MEUS OITO ANOS

(Oswald de Andrade)

“Oh que saudades que eu tenho

Da aurora de minha vida

De minha infância querida

Que os anos não trazem mais

Naquele quintal de terra

Da Rua de Santo Antônio

Debaixo da bananeira

Sem nenhum laranjais”.

a) Entre os dois textos acima, há intertextualidade. Explique o que é intertextualidade e por que ela está

presente nos dois textos.

b) Cite duas diferenças entre os dois textos, considerando os três últimos versos de cada texto.

TEXTOS PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:

Texto I

Vou-me Embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira) Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei

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Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada […] E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.

Texto II

ANTI-EVASÃO

(Ovídio Martins)

Pedirei

Suplicarei

Chorarei

Não vou para Pasárgada

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Atirar-me-ei ao chão

e prenderei nas mãos convulsas

ervas e pedras de sangue

Não vou para Pasárgada

Gritarei

Berrarei

Matarei

Não vou para Pasárgada

18. O texto 1 é do brasileiro Manuel Bandeira e foi escrito durante o Modernismo brasileiro. O poema é

marcado por um forte anseio de liberdade estética e vital, em que o eu-lírico insiste em ir embora para

Pasárgada. Mediante a leitura, o que se pode inferir desse desejo de fuga?

19. No texto 2, o poeta cabo-verdiano Olívio Martins, influenciado pelo sentimento de engajamento

sociopolítico da época, dialoga com o poema de Manuel Bandeira. Porém, Pasárgada é vista com um

olhar diferente. Qual a visão do eu-lírico sobre Pasárgada?

20. Comparando os dois textos, faça um co