Contato 16 03 2015

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OS SONHOS EM CORES DE JOSÉ A vida é bela Enfrentando dragões É preciso coragem! Meu Aconcágua A montanha de hoje MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.

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OS SONHOS EM CORES DE JOSÉ A vida é bela Enfrentando dragões É preciso coragem! Meu Aconcágua A montanha de hoje

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OS SONHOS EM CORES DE JOSÉ A vida é bela

Enfrentando dragõesÉ preciso coragem!

Meu AconcáguaA montanha de hoje

MUDE SUA V I DA . MUDE O MUNDO .

Volume 16, Número 3

C O N TATO P E S S OA Ltodos vencedores

Ninguém gosta de perder, seja no que for. Afinal, vencer é bom. Felipe, meu filho de cinco anos, é incrivelmente competitivo. Quer sempre chegar primeiro, ser o mais rápido, o mais forte e vencer em nossas lutas de faz-de-conta. À mesa do almoço, quase diariamente desafia a mim e ao irmão mais

velho a “dizer a coisa mais linda para a mamãe”. Então ficamos dizendo coisas bonitas para ela, que tem de decidir a cada round, quem venceu. O empate é o resultado mais frequentemente declarado, mas ele compete mesmo assim.

Gosto muito de ler sobre os vencedores de algumas arenas, como os médicos, que descobrem um tratamento eficaz para uma doença; gênios da tecnologia, que superam barreiras; líderes que encontram soluções pacíficas para crises; e equipes de futebol, que se reinventam e saem da “zona da degola” para o G4.

Multiplicam-se os sites na Internet, os livros, os artigos de revistas e os palestrantes que prometem ajudar seus públicos a “liberar seu potencial” e os colocar na raia dos recordistas. A Palavra de Deus também fala de superação, crescimento, desenvolvimento e de sermos vencedores. Chega a dizer que “somos mais que vencedores, por meio dAquele que nos amou”.1

Com certeza, a sociedade e Deus têm conceitos de sucesso diferentes. Ele usa um conjunto próprio de parâmetros para aferir a vitória, pelos quais, no jogo da vida, somamos pontos quando deixamos Jesus Se expressar por meio de nossas ações e palavras, jogamos limpo, assumimos e cumprimos compromissos, fazemos o melhor que nos é possível com os dons e tarefas que Ele nos confiou e amamos aqueles que Ele colocou em nosso caminho.

O mais importante é que, aos olhos de nosso amoroso Pai, já somos vencedores, mesmo que não nos vejamos assim, pois, só por pertencermos a Ele, somos vitoriosos.2

A gente se vê no pódio!

Mário Sant’AnaEditor

1. Romanos 8:37

2. 1 João 4:4

© 2014 Activated. Todos os direitos reservados. Impresso no

Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana.

A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências

às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia

Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição

Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.

Editor Mário Sant'AnadEsign Gentian Suçidiagramação Angela HernandezProdução Samuel Keating

Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos.

Para obter informações sobre a Contato e outros produtos criados para a sua inspiração, visite nossa página na internet ou contate um dos distribuidores abaixo.www.activated.org/br www.contato.org www.lojacontato.com.brE-mail: [email protected]

2

A vida de John Stephen Akhwari, contada no livro de Bud Greenspan, 100 Anos de Glória Olímpica, pode ser uma fonte de inspiração.

Quando o vencedor cruzou a linha de chegada da maratona olím-pica na Cidade do México, em 1968, os juízes acharam que a competição havia acabado. Uma hora mais tarde, porém, o tanzaniano John Stephen Akhwari entrou no estádio man-cando, sujo de sangue e com ataduras pelo corpo, por causa de uma queda que sofrera.

Os aplausos e a vibração da mul-tidão presente aumentavam a cada passo de Akhwari na sua última volta em torno da pista. Quando por fim cruzou a linha de chegada, a emoção

no estádio dava a impressão de ter sido ele o vencedor da prova.

Quando lhe perguntaram por que não havia desistido da competição, Akhwari respondeu: “Acho que vocês não entendem. Meu país não me mandou para a Cidade do México para começar uma corrida, mas para terminá-la.”

Quando você estiver “ferido e ensanguentado” por causa das quedas na vida, vá em frente. Seu Criador não o enviou aqui para começar uma corrida, mas para ir até o fim! “Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para Jesus, autor e consumador da nossa fé.”1

O ministro presbiteriano Dr. A. B. Meldrum assinalou: “Em sua busca por realizar algo de valor, lembre-se que seu sucesso não depende de brilhantismo nem de impetuosidade, mas da garra para não desistir

daquilo em que acredita.” Em outras palavras, “Combata o bom combate da fé!”2 O ministro e compositor escocês George Matheson se recusou a desistir, apesar da cegueira que o acometeu e explica: “Não vencemos porque somos gênios brilhantes, mas porque continuamos.”

Siga em frente, custe o que custar. Continue lutando, por piores que sejam seus ferimentos. Continue correndo, por mais numerosos que sejam seus tropeções e quedas. Seus cortes, hema-tomas, machucados e cicatrizes são medalhas de honra aos olhos de Deus, sinais de que você teve fé, coragem, determinação e força para seguir em frente, apesar das dificuldades! Mesmo que tenha caído, recusou-se a desistir.

Ao fim da corrida, poderá dizer como o apóstolo Paulo: “O impor-tante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer.”3 ■

Vejo você na chegada!Autor anônimo

1. Hebreus 12:1–2

2. 1 Timóteo 6:12

3. Atos 20:24 NTLH

3

EnfrEntando dragõEs

O Hobbit, livro de J. R. R. Tolkien, conta a história fantástica de Bilbo Baggins, um hobbit que gosta de uma vida tranquila, mas acaba se envol-vendo em uma missão pela conquista do tesouro de um dragão, da qual também participaram um mago e um grupo de anões. Bilbo enfrenta todo tipo de dificuldades, inclusive goblins, elfos hostis e aranhas gigantes.

Por fim, os aventureiros chegam ao seu destino: a toca na montanha do dragão Smaug. Todos os anões esperam do lado de fora enquanto Bilbo atravessa uma passagem secreta na encosta da montanha para sozinho, enfrentar a besta. Enquanto percorre um túnel escuro, ouve um som semelhante ao de uma chaleira fervendo sobre o fogão. O ruído fica cada vez mais forte e passa a se assemelhar ao ronronar de um gato gigante. Baggins percebe então estar ouvindo o profundo ressonar do dragão na caverna.

Petrificado, tudo nele lhe diz para voltar e é o que quase faz. Contudo, decide avançar. Tolkien escreve: “Seguir em frente foi seu maior ato de coragem. As coisas tremendas que aconteceram depois não foram nada comparadas àquela decisão. Naquele túnel, Bilbo travou uma batalha feroz sozinho, mesmo antes de ver o terrível perigo que o aguardava.”

Todos enfrentamos desafios que nos dão vontade de fugir antes mesmo de vermos o que vem pela frente. É preciso

Marie Story

1. NVI

2. www.just1thing.com

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A coragem é a moeda que circula entre todos os que escolhem fazer o que é certo. — Florence Nightingale (1820–1910), ativista social britânica e fundadora da enfermagem moderna.

O maior perigo que temos à nossa frente […] não é o risco de sermos absolutos fracassos na vida, de cairmos presa de algum vício hediondo, de sermos terrivelmente infelizes nem de concluirmos que a vida não tem nenhum significado. Nada disso nos ameaça. O perigo está em não percebermos o sentido maior da vida, não nos apro-priarmos de sua bondade maior, deixarmos escapar a felicidade mais profunda e duradoura, não sermos capazes de servir da forma mais necessária, não estarmos consciente de que a vida brilha com a luz da presença de Deus e de nos contentarmos por sermos assim. A grande ameaça que sofremos é a de acordar um dia e descobrir que de tal forma nos ocupamos com quinquilharias que a vida passou sem que a víssemos. — Phillips Brooks (1835–1893), religioso e escritor americano ■

muita coragem para encarar dragões (ou outros obstáculos assustadores), mas nem sempre na forma que imaginamos. O ponto de teste de Bilbo se deu no túnel, onde enfrentou os próprios temores, a própria falta de autocon-fiança, antes de encontrar a fera.

Esses “dragões” em nossas vidas nem sempre parecem assim tão grandes para os outros, só para nós. É por isso que precisamos encontrar o segredo para a vitória em nós mes-mos, como escreveu C. S. Lewis: “A coragem não é apenas uma virtude, mas a forma que ganham todas as virtudes em seus momentos de prova”. Às vezes, temos de simples-mente não nos permitir escapar de fazer o que sabemos ser o certo.

Se você for como eu, então provavelmente sente que esse tipo de coragem é quase uma impossibilidade. Por mais que sejamos ou tentemos ser fortes, são frequentes as ocasiões em que nos falta a coragem para lutar e vencer. Onde buscá-la, então, para enfrentar os desafios da vida?

Josué 1:9 nos diz: “Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.”1 Podemos ter coragem porque Deus está conosco. Ele não nos envia sozinhos para enfrentar os dragões. Está conosco, apoiando-nos, não apenas pronto para nos dar força e coragem, mas prometeu ficar do nosso lado até a vitória.

Além de pedir coragem a Deus, é preciso escolher usá-la, mesmo que não se sinta corajoso. Ela estará ao seu dispor no momento em que você avançar. Mesmo que você sinta não ter nenhuma coragem, não se preocupe. Muitas vezes, é uma questão de colocar um pé na frente do outro e começar a andar, dando passos pequenos, às vezes minúsculos, mas sempre para frente. Toda vez que fizer uma escolha corajosa — por menor que seja —, fortalecerá sua coragem e a preparará para os testes maiores que virão. A coragem nasce com a decisão e cresce com o uso.

Bilbo construíra a sua pouco a pouco, ao longo de sua jornada. Lutou e venceu inimigos medonhos e lidou com problemas difíceis para os quais encontrou soluções. A cada desafio que enfrentou com bravura, investiu em coragem, cujos dividen-dos colheu ao enfrentar o dragão.

A guarda do rei da Grécia Antiga tinha um lema: “Todos temem, mas o bravo deixa de lado seus temores e avança — às vezes, para a morte; sempre, para a vitória.” Por isso, enfrente seus dragões com coragem.

Marie Story é ilustradora freelance e designer. É membro da Família Internacional nos EUA. Este artigo é uma adaptação de um post disponível em Just1Thing,2 um site cristão para a formação de caráter de jovens. ■

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A ascensão do resolvedor de problemasSunil Kumar

Amanhã, Deus não vai lhe perguntar: “Quais eram seus sonhos? O que você pensou? O que planejou? O que pregou?” A pergunta será: “O que você fez?” — Michel Quoist (1918–1997)

Quem pensa em termos de “como” resolve eficazmente os problemas porque não perde tempo com condicionais “ses” fúteis, mas começa logo a trabalhar nos “comos” criativos. — Norman Vincent Peale (1898–1993)

Toda pessoa que alcança o sucesso em uma grande empreitada resolve os problemas conforme aparecem. … E continuam em frente independentemente dos obstáculos que encontram. — W. Clement Stone (1902–2002)

Observe a tartaruga: para avançar, tem de colocar o pescoço para fora. — James Bryant Conant (1893–1978)

Eu e uns amigos estávamos ajudando a preparar a inauguração de um centro de estética e a minha parte era organizar um sistema de entretenimento para os frequentadores do espaço. As instalações contavam com televisores para cada ambiente, sistema de som integrado, etc. Eu estava muito feliz por trabalhar nesse projeto, mas logo percebi que havia alguns aspectos que excediam minha expertise.

Tentei por um tempo, mas sem sucesso, resolver o complexo problema de conectar todos os aparelhos individuais a um principal, fazer o sistema de som funcionar, etc. Pensei e repensei, mas tive de admitir precisar de ajuda.

Agendei uma reunião com alguém especializado nesse tipo de projeto, na esperança de obter alguns con-selhos. O resultado foi que além de conseguir a ajuda que precisava para meu projeto, aprendi lições valiosas.

O especialista que consultei é um jovem vibrante e cheio de vida, que abraçou o projeto e só sossegou quando estava tudo pronto e funcio-nando. Para cada obstáculo que eu encontrava, ele achava uma solução. Às vezes, foi necessário voltar e mudar algo que pensáramos funcionaria, mas, com o tempo, encontramos soluções para cada problema. Não demorou, os desenhos atualizados do projeto estavam na minha frente e tudo fazia todo o sentido. Pude implantar todas as soluções que encontramos e o centro agora tem áreas individuais de entretenimento.

Fiquei pensando em como eu também posso facilitar a vida dos outros em áreas nas quais sou profi-ciente. Se todos fizermos um esforço para descobrir, analisar e resolver questões assim, quão mais suave e feliz será a vida de cada um.

Sunil Kumar é conselheiro e life coach na Índia. ■

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MEU ACONCÁGUA

Quando eu era criança, meu pai participava de um clube de montanhismo que, aos domingos, reunia pessoas de todas as partes do Rio de Janeiro para fazer escaladas. Depois que aprendeu as principais trilhas, começou a levar meus irmãos, eu e outros adolescentes do bairro para vários montes na região. Aprendi que a vida é como uma cordilheira e que cada montanha precisa ser conquistada de maneira diferente.

Meu caçula, Mat, sofre de transtorno do déficit de atenção com hiperativi-dade (ADHD), ou seja, é hiperativo e tem grandes dificuldades de se con-centrar, aprender o comportamento adequado e entender as regras. Por outro lado, além de ser muito atencioso, sempre foi muito bom com os animais e com as crianças mais jovens.

Eu imaginava que, se tivesse um filho com deficiências ou distúrbios de aprendizagem, ficaria muito

desanimada ou chateada com Deus, mas meu primeiro sentimento quando soube do diagnóstico foi profundo amor e compaixão. Abracei meu garoto bem forte e pensei: Esta é nossa próxima montanha e vamos subi-la juntos. E no enfrentamento desse desafio, fui abençoada com muito apoio de amigos que me aju-daram a pesquisar sobre a condição de Mat.

Ao longo dos anos, tive minhas dúvidas e questionamentos. Perguntei-me: “Por que nós?”. Entretanto, Deus sempre encontrou uma forma de me reconfortar e me assegurar de Seu amor especial pelo Mat que, muitas vezes, viu-se beneficiário de situações especiais. A caminho do Chile para visitar minha filha mais velha, por exemplo, Mat de alguma forma fez amizade com a tripulação, com quem gastou todo seu espanhol macarrônico, aproveitando-se do atraso do

voo. Qual não foi nossa surpresa quando, ao falar aos passageiros pelo intercomunicador, o comandante citou o nome de Mat e o convidou para visitar a cabine de comando.

Horas depois, a manhã começava quando passamos pelo Monte Aconcágua com seus 6.961 metros de altitude. Seu pico é magnificente e cercado por centenas de montanhas menores, com cumes revestidos de neve que brilhavam aos primeiros raios da alva.

A vida pode ser bela como o alvorecer nos Andes, apesar ou por causa de todos os desafios — montanhas que devemos escalar. Meu filho, Mat se tornou meu Aconcágua, a montanha mais difícil e mais emocionante que já escalei!

Rosane Pereira é professora de inglês e escritora. Mora no Rio de Janeiro e é membro da Família Internacional. ■

Rosane Pereira

PARQUE PROVINCIAL ACONCAGUAMENDOZA - ARGENTINA

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RUMO À EXCELÊNCIAMaria Doehler

Jenni tem 12 anos e participa de um programa de ginástica de alto nível. Quatro vezes por semana, depois da aula, treina quatro horas. As tarefas escolares faz enquanto vai para o treino, no carro, onde também janta, a caminho de casa.

Isso ela faz por opção. Adora ginástica e quer superar os próprios limites tanto quanto possível. Ganhou várias medalhas e foi con-siderada a melhor ginasta de sua categoria na região. Participa nesse programa intensivo com o objetivo de ganhar uma bolsa de ginástica para a faculdade.

Depois de alguns meses nessa rotina, admitiu ser difícil. Às vezes, fica chateada com o fardo de ter de tirar boas notas na escola e, ao mesmo tempo, melhorar na ginástica, o que não lhe deixa muito tempo para passar com os amigos. Seus treinadores têm grandes expectativas para ela, não aceitam reclamações e esperam que ela persevere.

Por que ela faz isso? Está seguindo um sonho. Está transformando seu talento em uma habilidade.

De um modo geral, não nos obrigamos a perseguir a excelência.

1. Ver Mateus 25:14–30 e

Lucas 19:12–28.

2. Ver “Weights and Measures,”

The Jewish Encyclopedia

Online.

3. Mateus 25:21 NVI

4. Mateus 25:25 NVI

5. Mateus 25:26–29 NVI

6. www.just1thing.com

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A necessidade de autodeterminação, disciplina e trabalho árduo parece nos desanimar. Apesar de todos termos a oportunidade de desenvolver a excelência, de ser o melhor que podemos ser, de fazer algo extraordinário, a maioria não tem algo essencial para ir até o fim: autodeterminação.

Na parábola dos talentos,1 Jesus contou a história de um homem rico que, antes de sair de viagem, chamou três servos e lhes explicou que deveriam cuidar de sua propriedade, em sua ausência. Distribuiu entre eles recursos, provavelmente com base no conhecimento que tinha das habilidades e caráter de cada um.

Ao primeiro, confiou cinco talentos; ao segundo, dois; e ao terceiro, um. Esses talentos não eram valores que se podiam guardar em uma carteira ou saco de moedas. Um talento equivale a mais de 43 quilos de prata;2 e valeriam hoje quase R$ 75.000. Receber cinco talentos era, portanto, uma tremenda oportunidade, mas mesmo um talento estava longe do que qualquer um consideraria uma mixaria.

Ao voltar, o mestre quis saber dos servos o que fizeram com sua

fortuna. O primeiro se apresentou e disse: “Senhor, você me entregou cinco talentos. Eu os investi e agora são dez.” Feliz com a notícia, o homem elogiou o servo: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!”3

O segundo servo também multiplicou por dois os recursos que lhe foram confiados e obteve a mesma reação do dono do dinheiro. O homem a quem fora confiado um talento, entretanto, tinha outra história para contar: “Tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence.”4

A resposta do mestre também foi diferente: “Servo mau e negligente! … Você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros. … Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez … Pois a quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado.”5 O terceiro servo escondera o dinheiro para não perder, mas o mestre queria que ele fizesse alguma coisa com os recursos.

Alguns estudiosos entendem que foi dessa parábola que se originou a acepção atual do vocábulo “talento”: dom, habilidade, ou capacidade. Quando olhamos para a história nesse contexto, fica óbvio que Deus espera que façamos algo com os dons, talentos e habilidades que nos confiou, o que necessariamente envolve trabalho e riscos.

Admiro Jenni pelo que faz com seu talento. Sei que tudo que está aprendendo com todo esse exercício de disciplina, abnegação e autodeterminação lhe será de grande valia pelo resto da vida.

Se Deus lhe confiou um talento ou habilidade, faça disso um investimento. Cultive-o. Talvez você não saiba o que Ele vai fazer com esse recurso, mas pode ter certeza de que no fim da estrada da vida, como os servos diligentes, você ouvirá dEle: “Muito bem!”

Maria Doehler mora no Texas, com o marido, filhos e administra uma pequena empresa familiar. Este artigo é uma adaptação de um podcast disponível no site Just1Thing.6 ■

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estradas Novas Joyce Suttin

Como demorou! Durante quatro meses sofremos com os desvios e atrasos. Às vezes, o trânsito ficava tão congestionado que sempre que eu podia, evitava passar perto daquela obra. Na verdade, cheguei a desejar que nunca tivessem tentado “melho-rar” as vias daquela área. Por isso, depois de meses de faixas bloqueadas, cavaletes anunciando que o local estava “em obras” e imensas filas de carros, passei hoje pela rua total-mente refeita, com um asfalto tão liso quanto uma mesa de bilhar. Chegou a ser emocionante.

A vida também é assim, não é? Acostumamos com as irregularidades na pista e, apesar de reconhecermos os problemas, aprendemos a desviar dos buracos sem dar muita bola a eles. Aí aparece alguém e decide — com suas máquinas enormes e cones amarelos e pretos — corrigir o trecho. E caímos em nós que a hora é de mudança e que as melhorias por fim vão acontecer.

Semelhantemente aos reparos feitos nas ruas, as obras de Deus em nossas vidas não começam e terminam em um dia. Seja um alargamento da pista, uma recapagem ou um serviço completo de pavi-mentação, é preciso coragem para Lhe permitir nos levar para um novo lugar.

Muitas vezes, essas intervenções parecem durar para sempre, mas, um belo dia, lá está você, navegando no caminho que Deus lhe preparou. No passado ficaram os solavancos causados pelos buracos e desníveis. Sua viagem passa a ser mais rápida e mais agradável. Talvez demore até você se acostumar com a nova rua, mas não há dúvida de que ficou muito melhor.

Às vésperas de um novo projeto ou mesmo enquanto avalia as opções que se apresentam, é bom imaginar como serão as novas estradas. Deus vai fazer algo novo? Os atrasos que tanto testam nossa paciência vão se converter em uma estrada ampla e de boa qualidade que nos levará aonde queremos?

Avancemos para o futuro com emoção e entusiasmo. Em vez de reclamarmos das estradas ruins e dos incômodos trazidos pelas obras de melhoria, vamos pensar no que nos espera. Apesar dos altos e baixos da vida e dos períodos em que somos forçados a uma marcha mais lenta, logo estaremos viajando seguros e felizes nas estradas abertas do plano de Deus para nossas vidas.

Joyce Suttin é professora e escritora. Mora em San Antonio, Texas. ■

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O B R A SDe certa forma, ainda não estamos prontos, do ponto de vista de Deus. Muitos de seus “projetos” começaram bem e, para Ele, são até perfeitos, mas não estão concluídos. Felizmente, o Mestre nunca suspende os trabalhos em Sua criação — está sempre dando forma, melhorando, polindo e aprimorando. É assim que fazemos progressos e nos aproximamos dEle.

Estes são cinco passos que podem ajudar você a crescer no relaciona-mento com seu Pai celeste.

Envolva Deus no seu processo de decisão. Da mesma forma que, quando crianças, aprendemos com a instrução de nossos pais, cresceremos

espiritualmente se seguirmos as orientações de Deus, bastando para isso buscá-lO em oração e aplicar às nossas decisões os princípios espirituais ensinados em Sua Palavra.1

Exercite a fé. Assim como aprendemos com a experiência quando sofremos as consequências de decisões erradas que tomamos e colhemos as recompensas pelas boas escolhas que fazemos, crescemos espiritualmente com as provas às quais nossa fé é submetida e aprendemos que ela é a solução para os problemas da vida.2

Dê de si. Ao deixarmos nossos interesses e nos concentrarmos em atender às necessidades dos outros e fazê-los felizes, tornamo-nos canais do amor de Deus para essas pessoas. Quando somos generosos com os outros, Deus o é conosco. “Um homem dá liberalmente, e se enri-quece... A alma generosa prosperará; o que regar também será regado”3.

Reconheça suas áreas fracas e se empenhe em melhorá-las. Todos precisamos melhorar. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”4.De um modo geral, não é difícil aceitar que somos imperfeitos. O problema aumenta, entretanto, quando reconhecemos que temos uma fraqueza específica. É difícil admitir as próprias debilidades, inclusive para nós mesmos ou para Deus, mas é o que nos ajuda a tomar a via expressa do progresso espiritual.5

Aceite desafios. É típico da natureza humana, especialmente com o avançar da idade, dizer: “É assim que eu sou” ou “Consigo fazer isso, mas não aquilo”. O problema com essa atitude é que nos impede de crescer. Quando nos fechamos a novas informações e ideias, estancamos nosso crescimento intelec-tual. Quando nos isolamos dos outros, paramos de crescer emocionalmente. Só poderemos continuar progredindo se avançarmos e para isso, teremos de abraçar novos desafios. ■

1. Ver Tiago 1:5.

2. Ver Tiago 1:3.

3. Provérbios 11:24–25

4. Romanos 3:23

5. Ver Tiago 4:10.

E M

Alex Peterson

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OS SONHOS EM CORES

DE JOSÉ Janet Kluck

Todos temos planos que não se realizam como esperávamos, orações que parecem não passar do teto, sonhos despedaçados que nos levam a nos perguntarmos o que deu errado. Seguimos adiante, mas, muitas vezes, os reveses permanecem gravados em nossa mente, junto com uma interrogação: Por que as coisas não aconteceram conforme meus planos, esperanças e orações?

Na animação musical, José, o Rei dos Sonhos,1 há uma cena em que o personagem principal, vendido pelos irmãos como escravo e levado para o Egito, é visto trabalhando para Potifar, esfregando o chão. Em sua mente, repetem-se cenas de seus irmãos rindo e zombando dele, o que alimenta no jovem hebreu ressentimentos e rancores que tornam suas tarefas ainda mais difíceis de tolerar.

E ele tinha o direito de se sentir assim, pois fora traído por aqueles que deveriam proteger e defendê-lo — seus irmãos mais velhos. Os

1. DreamWorks Animation, 2000

2. www.just1thing.com

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OS SONHOS EM CORES

DE JOSÉ Janet Kluck

planos que José tinha para o futuro foram destroçados e espalhados pela areia do deserto na sua longa jornada para o Egito, uma terra estranha onde se tornou escravo e da qual passou a ver um futuro pelo menos sombrio!

Como sabemos, porém, a história não termina aí. Depois de passar por muitas outras dificuldades, José salvou uma nação e, ao mesmo tempo, sua família. E por meio de tudo o que Deus fez por ele, aprendeu que Seu plano é abrangente e perfeito. Ele pode transformar os acontecimentos mais terríveis em esperança e em um futuro brilhante. Os sonhos que José tivera quando criança se tornaram realidade, só que não da maneira como ele havia pensado, planejado ou mesmo sonhado.

Imagine um lindo quadro de um renomado pintor pendurado na parede de um apartamento, cheio contrastes de imagens, cores e formas. Mas você não está dentro do apartamento e vê a obra de arte pelo buraco da fecha-dura, o que limita sua visão a justamente à parte mais escura da obra, a mais sombria e, por isso, conclui: "Que pintura mais escura e deprimente! Por que o artista não usou cores brilhantes ou mais luz?"

A vida é uma pintura linda, colorida, alegre e brilhante, mas muitas vezes, nos concentramos nas áreas mais escuras do quadro, as perdas e reveses que sofremos. Se tivermos um olhar mais amplo, veremos os muitos outros elementos e cores que também compõem a vida, essa obra-prima de Deus.

Talvez algumas manchas escuras em nossas vidas representem uma amizade desfeita, uma separação dolorosa, uma oportunidade que não se concretizou, ou a sensação de que nossos objetivos e sonhos estão sendo lentamente desfeitos, simplesmente porque a vida é complicada, atarefada e nem sempre joga do nosso lado. Tudo isso pode mudar! Deus pode consertar um coração partido se você lhe der todos os cacos.

Li recentemente que jamais decepcionaremos Deus, porque Ele já sabe que não conseguimos ser perfeitos e está perfeitamente ciente de nossos

fracassos, dos reveses que sofremos e até dos pecados que cometemos. Contudo, Ele nos ama com mais intensidade, cuidado e compaixão do que conseguimos perceber. Se tentarmos entender completamente Deus ou Seu plano para nossas vidas, forçando as coisas em nossa limitada perspectiva, só vamos ficar decepcionados com nós mesmos e até com Ele quando as coisas não acontecerem do jeito que sonhamos ou esperamos.

Ele tem o Seu próprio sonho para nossas vidas — cheio de luz, cor, profundidade e textura. Ele espera diante da tela com o pincel na mão, pronto para tornar tudo realidade. Temos apenas de Lhe dar espaço para trabalhar e produzir beleza.

Janet Kluck é blogueira e mora nos EUA. Este artigo é uma adaptação de um podcast disponível em Just1Thing.2 ■

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Todos precisamos ter fé em nós mesmos, acreditar que Deus está em nós e que pode nos usar. Como Deus se associa a indivíduos para realizar Seu trabalho, devemos crer em nossa capacidade, em Sua habilidade de trabalhar por nosso intermédio. Devemos ousar tentar e isso significa permitir que Deus tente através de nós.

Somos fracos e cheios de defeitos, mas nosso Deus é invencível. Somos vasos de barro, mas quando Lhe entregamos nossas vidas e corações, Ele se torna um conosco e pode trabalhar por meio de nós. “O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.”1

Deus quer que sejamos humildes e dependentes dEle, confiantes no

Seu poder e habilidade de nos usar para Sua glória, mesmo quando nos sentimos incapazes. Dê a Deus a glória e acredite que você é capaz de realizar Sua vontade, pois Ele pode fazer isso por seu intermédio. “Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.”2

Estes são alguns pensamentos sobre esse tema:

• Ter fé em si próprio é uma combi-nação de confiança em Deus e em Sua infalibilidade, com a fé para agir com base nessa confiança.

• É preciso humildade para reconhecer a própria incapacidade e, ao mesmo tempo, a capacidade de Deus de fazer por seu intermé-dio o que for necessário. “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.”3

• Esse tipo de fé permite que a força de Deus se aperfeiçoe na sua fraqueza.4

• É fé que ignora os limites. É deixar Deus determinar o que você pode fazer.

Com certeza, independentemente de quanta fé tenhamos, nem tudo na vida será isento de problemas nem vamos voar em céu de brigadeiro todo o tempo. Deus estará sempre ao nosso lado, mas teremos de lutar e não vai ser pouco. Porém, por mais renhida que seja a batalha e por mais mudanças que tenhamos de fazer, sabemos que vence-remos. Jesus nos disse: “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.”5

Vamos cultivar uma atmosfera de fé em nossas vidas — acreditar, ter espe-rança e contar com o melhor. Cultivemos a fé que sabe que Deus nunca falhará, que sempre cuidará de nós e que honrará as promessas na Sua Palavra.

Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■

1. Daniel 11:32

2. Filipenses 2:13

3. Filipenses 4:13

4. Ver 2 Coríntios 12:9.

5. Marcos 9:23 CRF

DEUS Você

EM

Peter Amsterdam, adaptação

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AQUELE SENTIMENTO VITORIOSO

CADA VEZ MAIS BRILHANTE

A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. — Provérbios 4:18

Querido Jesus, por favor, entre em minha vida e me acompanhe no meu caminho, seja o que for que nele me aguarde.

Ele se considera um vencedor, mas muitos não entendem por quê. Seu corpo está coberto de hematomas e cicatrizes — lembranças dos inúmeros espancamentos que sofreu. Depois de anos em viagens sem paradeiro certo, perdeu a liberdade e, provavelmente, em breve será executado.1

Ele era um jovem com um futuro promissor. Filho da elite da sociedade, tinha à sua frente portas abertas para muitas oportunidades.2 Ao abraçar a nova fé, porém, foi injustamente preso por diversas ocasiões,3 violentamente

interrogado,4 vítima de três naufrágios5 e até apredejado!6 Por várias ocasiões e por muito pouco, escapou de conspirações e emboscadas,7 mas não de toda a violência.

Seus problemas não se limitaram à oposição raivosa e à rejeição que sofreu, mas ele passou por sérios apertos finan-ceiros. Ele próprio escreveu: “Até agora estamos passando fome, sede e necessi-dade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa. … Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo.”8 Em suma, teve muitos problemas, ao ponto de a própria vida parecer insuportável.9

Sob essas circunstâncias, parece impossível acreditar que ele possa com tanta veemência declarar: “Fiz o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé. E agora está me esperando o prêmio da vitória, que é dado para quem vive uma vida correta, o prêmio que o Senhor, o justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos os que

esperam, com amor, a Sua vinda.”10

Paulo se considerava um vencedor porque qualquer aparência de fracasso se desfazia pela satisfação interior de saber que fizera o que Deus esperava dele. Foi quem lhe assegurou a vitória final — e nós, também, podemos usar nossos dons e tempo para a glória de Deus. (Esperamos, é claro, não apanhar tanto quanto o valoroso apóstolo Paulo.)

Abi May é escritora freelance e educadora na Grã-Bretanha. ■

1. Ver 2 Timóteo2:9.

2. Ver Atos 22:28.

3. Ver Atos 16:19–25; 21:27–33.

4. Ver Atos 22:22–24.

5. Ver 2 Coríntios 11:25.

6. Ibid.

7. Ver Atos 9:23–25; 23:12–15.

8. 1 Coríntios 4:11,13 NVI

9. Ver 2 Coríntios 1:8.

10. 2 Timóteo 4:7–8

Momentos de quietudeAbi May

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VOCÊ É MEU CAMPEÃONo Meu reino celeste, no mundo do Espírito, todos são felizes e se sentem realizados, porque entendem melhor Meu amor. Não o questionam, pois o vivenciam plenamente. Têm grande paz e imensa alegria. Ninguém sente que um seja mais importante do que o outro ou mais amado, porque todos se sentem satisfeitos por saberem que amo cada um pelo que é. Entendem que cada um é precioso para Mim. Sabem que morri por eles, que remi cada um e, por isso, cada um é especial para Mim.

Isso vale para você também. Você é especial para Mim! Meu amor por você é pessoal. Jamais pense que você é apenas mais um na multidão. Nunca ache que, por haver tantas pessoas, não tenho tempo para você ou que Meu amor se esgotará antes de chegar a você.

Conheço seus anseios, inseguranças, temores mais íntimos e sei também das suas falhas, mas nada disso muda o amor que tenho por você. Sou o amor, a misericórdia, a ternura, o perdão e a empatia. Compartilho do que você sente quando luta, quando enfrenta alguma tentação, ou quando está cansado ou fraco. Na sua vitória, regozijo-Me com você.

Eu o amo e Me importo por você. Não estou longe, mas bem aqui, ao seu lado. Deixe-me encharcá-lo com Meu amor e envolvê-lo com Meu calor. Quero revesti-lo da segurança que o Meu amor dá. Quero amá-lo até você transbordar com esse amor. Deixe-me lhe mostrar como você é especial para Mim.

Com amor, Jesus